Você está na página 1de 10

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ___ VARA

DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE xxxxx

PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO: CRIANÇA E ADOLESCENTE

xxxxx , brasileiro, casado, montador, inscrito no RG 6912589, CPF xxxxx , residente e


domiciliado na Rua xxxxx , por meio de seus advogados assinados in fine, vêm,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos Art. 227 da
CF/88, Art. 1.583, § 2º, Arts. 693 a 699 do CPC, Art. 33 do ECA, PROPOR a presente
AÇÃO DE GUARDA C/C TUTELA DE URGENCIA DE GUARDA PROVISÓRIA
Da menor impú bere xxxxx , nascida em 15/08/2014, inscrita no CPF xxxxx , residente
e domiciliada Trav. D xxxxx
Em face de xxxxx , brasileira, divorciada, portadora do RG xxxxx , inscrita no CPF
xxxxx , residente e domiciliada Tr xxxxx , Telefone: xxxxx , pelos motivos de fato de
direito a seguir aduzidos:

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
O Demandante postula desde logo a concessã o dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA,
na forma da Lei Federal nº 1.060/1950 e Sú mula nº 06 do Egrégio Tribunal de Justiça
do Estado do Pará – TJE, por nã o possuir recursos suficientes para pagar à s custas
judiciais do processo, sem prejuízo do pró prio sustento e de sua família. Nos termos
da Lei Federal nº 1.060/50, a simples afirmaçã o da parte no sentido de que nã o está
em condiçõ es de pagar as custas do processo e os honorá rios de advogado, sem
prejuízo do sustento pró prio e da respectiva família, é suficiente para o deferimento
da Justiça Gratuita, consoante o art. 4º do referido Diploma Legal, que dispõ e:

“Art. 4º A parte gozará dos benefícios da assistência judiciá ria, mediante simples
afirmaçã o, na pró pria petiçã o inicial, de que nã o está em condiçõ es de pagar as custas
do processo e os honorá rios de advogado, sem prejuízo pró prio ou de sua família.
§ 1º. Presume-se pobre, até prova em contrá rio, quem afirmar essa condiçã o nos
termos desta lei, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais.”
Trata-se de presunçã o legal juris tantum de hipossuficiência no sentido de nã o poder
a parte arcar com ô nus da tramitaçã o do processo, no caso do feito se delongar e se
fizer necessá rio a interposiçã o de recursos e demais instrumentos processuais.
Assim, pugna o Requerente pelos benefícios da Justiça Gratuita, por ser medida de
direito e justiça.

DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DO FEITO


Faz-se mister ressaltar, inicialmente, a prioridade absoluta na tramitaçã o dos feitos
em que seja parte criança e adolescente, em observaçã o ao espírito protecionista da
Constituiçã o Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente, que aponta o dever do
Poder Pú blico, com prioridade absoluta, à efetivaçã o dos direitos referentes à vida, à
saú de, à alimentaçã o, à educaçã o, ao esporte, ao lazer, à profissionalizaçã o, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitá ria, má xime em
seu art. 4º, pará grafo ú nico, b, o qual determina a precedência de atendimento nos
serviços pú blicos ou de relevâ ncia pú blica, devendo tal informaçã o constar no rosto
dos autos. Corroborando tais argumentos, o Có digo de Processo Civil dispõ e no inciso
II e no § 2º do artigo 1048 a respeito da tramitaçã o prioritá ria dos processos em que
sã o partes crianças e/ou adolescentes.

DOS FATOS
Em setembro de 2013, o Requerente e a Requerida firmaram casamento e deste,
nasceu em 15.08.2014 sua filha xxxxx e em 06/2018, através do processo xxxxx
assinaram acordo de divó rcio e guarda compartilhada da filha menor. (em anexo
acordo homologado judicialmente).
É o que diz o acordo, na parte que interessa:
“Da Guarda
Os postulantes acordam que a guarda do filho menor será
COMPARTILHADA, ficando a menor 15 dias na casa da genitora e 15 dias na casa do
genitor, alternadamente.
Dos alimentos
Fica estabelecido que o Sr. xxxxx ficará obrigado a pagar a título de pensã o alimentícia
o percentual de 16% do salá rio mínimo vigente, que corresponde atualmente à
quantia de R$ 160,00 (cem e sessenta reais), a serem pagas todo o dia 30 do mês
correspondente”.
O Requerente vem cumprindo com suas obrigaçõ es no acordo firmado com a
Requerida. Arcando mensalmente com o valor de pensã o alimentícia de sua filha (em
anexo recibos de pagamentos) e TENTA ficar com a filha durante os 15 dias do mês.
Ocorre que a Requerida vem proibindo o Requerido de ver a filha, de levar a filha para
sua residência, sem motivos relevantes, por pura “pirraça”,
O Requerente vem criticando a mã e por diversas vezes, devido seu comportamento
ser incompatível com de mã e, pois a mesma agride a filha fisicamente e verbalmente,
nã o vai à escola com frequência, nã o faz boa higiene e alimentaçã o da filha, assim
como a Requerida já deixou a filha sem remédios quando estava doente, com a
desculpas de que o Requerente quem deveria comprar os medicamentos, mas nesta
ocasiã o o Requerente nã o teve possibilidades de ir até a casa da Requerida levar
remédios para filha e está “mã e” mesmo tendo dinheiro para comprar remédio de
baixo valor, nã o comprou.
Esta “mã e” já deixou por diversas vezes a filha, aos cuidados da avó materna e voltou
dias depois para casa, tais fatos, o Requerente teve conhecimento somente apó s o avô
materno da menor contar ao Requerente. O pai da Requerida relata que a mesma nã o
cuida bem da filha, que tem sempre que “chamar atençã o” pela irresponsabilidade
com os filhos.
A menor relata ao pai, que o marido novo da mã e vive a passear pela casa somente
com peça intima, que dormem todos em um ú nico quarto, e que ambos dormem
somente com peças intimas.
A requerida perdeu todos os documentos da filha, nã o sabe como e por onde a mesma
estava quando ocorreu tal fato. Entã o, o requerido teve que emitir segunda via dos
documentos da criança e permaneceu com tais, ocorre que no dia 06 de junho de 2019
a Requerida nã o quis entregar a criança pelo simples motivo do Requerente nã o lhe
entregar os documentos novos da menor. Este permaneceu dias sem levar a filha para
casa, entã o, cedendo a chantagem da Requerida, entregou os documentos e entã o
levou a filha para casa, nesse momento, a filha estava suja, mal vestida, nã o tinha se
alimentado naquele dia, em estado infeliz visto pelo pai.
Por ora, em vá rias tentativas, o requerente fez apelaçõ es para que a situaçã o
melhorasse sendo todas frustradas, o requerente socorreu-se ao Conselho Tutelar no
dia 04/05/2019, que foi encaminhado à Delegacia da Mulher e a menor foi ouvida pela
Assistente Social. (em anexo).
Novamente no dia 20 de julho de 2019, a Sra. xxxxx descumpriu o que foi acordado
judicialmente e se negou a entregar a criança ao pai, deixando a criança aos prantos e
sem entender, pois queria ir passar uns dias com seu pai, que até o dia de hoje
permanece sem conviver com a filha. O Autor sempre lembra a Requerida do que foi
acordado judicialmente e a mesma diz “que ela entrega a criança só no dia que ela
quiser, que nã o tem acordo nenhum”
Nobre Julgador, de um lado, temos um pai apaixonado pela filha, preocupado com o
bem estar da filha, principalmente com o seu psicoló gico, e sobretudo tem o objetivo
de dar-lhe uma vida melhor. Hoje o requerente pleiteia pela guarda unilateral da filha,
para que ela possa DIARIAMENTE, viver em um ambiente tranquilo, saudá vel, com
uma cama confortá vel para dormir, com seus brinquedos para brincar, com
alimentaçã o balanceada e cuidados com sua saú de.
Links de Dropbox dos vídeos onde a criança relata os maus tratos causados pela mã e:
xxxxxx
Pelos fatos narrados, devidamente comprovados por meio dos documentos anexados
a esta exordial, percebe-se que o pai revela excelentes condiçõ es para exercer a
guarda e mais aptidã o para propiciar a filha saú de e segurança, educaçã o e afeto nas
relaçõ es com o seu grupo familiar.
Este pai, que tem condiçõ es de proporcionar um ambiente familiar bem melhor que o
da Requerida, pois trata-se um homem que possui uma casa pró pria com ambiente
confortá vel de acordo com sua situaçã o financeira, é casado, padrasto de 03 crianças,
tem emprego fixo de montador desde 2012, com remuneraçã o mensal de R$ 1.595,00
(hum mil, quinhentos, noventa e cinco reais), acadêmico do 5º semestre xxxxx , cuja,
recebe bolsa no valor de R$ 400,00 (quatrocentos reais) sua esposa trabalha como
vendedora de cosméticos em casa, recebendo um média de R$ 750,00 (setecentos e
cinquenta reais) mensais, os enteados do Requerente recebem pensã o alimentícia, no
valor total de R$ 600,00 (seiscentos reais), todas as crianças frequentam a escola e
todos tem relacionamento de amizade com a menor xxxxx , bem como a madrasta. (em
anexo comprovante de renda do requerente, fotos do convívio familiar parterno).
Quanto a Requerida, nota-se que é emocionalmente instá vel, pois suas atitudes nã o
sã o motivadas com fundamentos coerentes, que nã o trabalha, que nã o sabe como se
sustenta, que nã o tem mais paciência com a filha, principalmente depois do
nascimento do segundo filho. É relatada pela pró pria mã e como irresponsá vel e que
nã o cuida bem de seus pró prios filhos. As redes sociais da Requerida possuem
postagens que identificam claramente seu estilo de vida, sempre em ambientes
noturnos, com bastante á lcool, e a mesma se intitula “princesa/bandida/vida loka”
(em anexo)
DOS DIREITOS
É inegá vel a importâ ncia da proteçã o existente em relaçã o à criança e ao adolescente.
Tanto é que, a pró pria Carta Magna de 1988, no seu artigo 227, aduz ser dever da
família, da sociedade e do Estado, assegurar em benefício deles, diversos direitos.
Veja-se:
“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saú de, à alimentaçã o, à
educaçã o, ao lazer, à profissionalizaçã o, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade
e à convivência familiar e comunitá ria, além de colocá -los a salvo de toda forma de
negligência, discriminaçã o, exploraçã o, violência, crueldade e opressã o.”
Considerando também o artigo 693 do Có digo de Processo Civil:
“Art. 693. As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de
divó rcio, separaçã o, reconhecimento e extinçã o de uniã o está vel, guarda, visitaçã o e
filiaçã o.
Parágrafo único. A açã o de alimentos e a que versar sobre interesse de criança ou de
adolescente observarã o o procedimento previsto em legislaçã o específica, aplicando-
se, no que couber, as disposiçõ es deste Capítulo.”
Ainda, o Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 33, prevê que a guarda
implica obrigaçõ es, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros,
inclusive aos pais. Veja-se:
“Art. 33. A guarda obriga à prestaçã o de assistência material, moral e educacional à
criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros,
inclusive aos pais.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar
ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoçã o, exceto no de adoçã o por
estrangeiros.[...]”
Vale lembrar que o artigo 1.583 do Có digo Civil e seus incisos ao se referir a guarda
unilateral diz que:
“ Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.
§ 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a
alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a
responsabilizaçã o conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mã e que nã o
vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.
§ 2o A guarda unilateral será atribuída ao genitor que revele melhores
condições para exercê-la e, objetivamente, mais aptidão para propiciar aos
filhos os seguintes fatores:
I – afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar;
II – saúde e segurança;
III – educação. (grifo nosso)
§ 3o A guarda unilateral obriga o pai ou a mã e que nã o a detenha a supervisionar os
interesses dos filhos.
Estabelece o inciso I do art. 1.584 do CC que a guarda poderá ser requerida em
consenso pelo pai e pela mã e ou por qualquer um deles em açã o autô noma, dispondo
ainda que a guarda possa ser decretada pelo juiz, em atençã o a necessidades
específicas do filho, ou em razã o da distribuiçã o do tempo necessá rio ao convívio
deste com o pai e com a mã e;
Conforme dispõ e o art. 1.634, II, do CC, ter a companhia e a guarda dos filhos é
complemento do dever de educá -los e criá -los, eis que a quem incumbe criar, incumbe
igualmente guardar; e o direito de guardar é indispensá vel para que possa, sobre o
mesmo, exercer a necessá ria vigilâ ncia, fornecendo-lhes condiçõ es materiais mínimas
de sobrevivência, sob pena de responder pelo delito de abandono material, moral e
intelectual.
Percebe-se que o escopo do legislador foi estabelecer, como regra, a guarda
compartilhada dos menores quando seus pais estiverem separados. Todavia, o
pró prio artigo 1583, principalmente seu pará grafo 2º, estabelece que, em
determinadas situações, a guarda deverá ser unilateral a um dos pais.
Na ausência de consenso entre os genitores, já decidiu o Tribunal de Justiça do
Distrito Federal, que é aconselhá vel a guarda unilateral, a fim de preservar o menor do
conflito entre os pais, representando o melhor interesse da criança, com vista na sua
proteçã o integral:
DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. GUARDA E RESPONSABILIDADE. GUARDA UNIPESSOAL
FIXADA PARA A MÃE. GUARDA COMPARTILHADA REQUERIDA PELO PAI.
IMPOSSIBILIDADE. CAUSAS EXCLUDENTES. LITÍGIO ENTRE OS ENVOLVIDOS.
PRESENÇA DE CONSIDERÁVEIS DIVERGÊNCIAS. FALTA DE CONSENSO. LAUDO DE
ESTUDO DE CASO DA SECRETARIA PSICOSSOCIAL DO TJDFT, CLARO E
MOTIVADO, NÃO RECOMENDANDO O COMPARTILHAMENTO DA GUARDA. PROVA
SUFICIENTE. OITIVA DE TESTEMUNHAS. DESNECESSIDADE. MELHOR INTERESSE
DA CRIANÇA. MENOR QUE DEMONSTRA ESTAR BEM ATENDIDA NA COMPANHIA
DA MÃE. SITUAÇÃO FÁTICA JÁ ESTABELECIDA. GUARDA UNILATERAL.
CABIMENTO. REGULAMENTAÇÃ O DE VISITAS PORMENORIZADA. CONVÍVIO
ASSÍDUO COM O GENITOR GARANTIDO. PEQUENOS AJUSTES NO REGIME DE
VISITAÇÃ O. MELHOR ADEQUAÇÃ O AO CASO CONCRETO. SENTENÇA REFORMADA
UNICAMENTE EM RELAÇÃ O AO REGIME DE VISITAS NO QUE INFORMA OS FERIADOS
PROLONGADOS DE CARNAVAL E SEMANA SANTA.
O direito de guarda é conferido segundo o melhor interesse da criança e do
adolescente. A orientaçã o dada pela legislaçã o, pela doutrina e pela jurisprudência
releva a prevalência da proteção integral do menor. Portanto, tratando-se de
investigaçã o sobre quem deve exercer a guarda de um infante, impõ e-se que o
julgador perscrute, das provas contidas nos autos, a soluçã o que melhor atende a essa
norma, a fim de privilegiar a situaçã o que mais favorece a criança ou ao adolescente.
Em atençã o aos interesses da menor em questã o, levando-se em consideraçã o o litígio
ainda vivido pelos seus pais, entende-se que não há mais possibilidade para
manter a guarda compartilhada, sob pena de violaçã o dos direitos fundamentais da
infante. Impõ e-se, pois, a guarda unilateral a um dos genitores, no caso, o que
demonstrou ter melhores condiçõ es neste momento.
Diante dos fatos verifica-se que a requerida nã o cumpre com seu papel de mã e
dedicada e acima de tudo age de forma irresponsá vel, motivo pelos quais a menor
corre risco de saú de e, sobretudo de vida.
Desta forma, em face da aptidã o para exercer o poder familiar deve-se entender que o
genitor tem exercido sua funçã o de pai com dedicaçã o, levando e trazendo sua filha da
escola, bem como mantendo a menor em um ambiente tranquilo. Ademais sempre
colaborou prestativamente com as necessidades da menor, sempre pagando a pensã o
alimentícia corretamente e ainda provendo alimentos, material de higiene, vestuá rio e
lazer quando permanece em sua casa.
Sendo assim, o requerente possui condiçõ es físicas e psicoló gicas suficientes para
exercer a guarda, bem como que cumpre com os deveres de criaçã o, educaçã o e
sustento da filha.
DA TUTELA DE URGENCIA ANTECIPADA
O Requerente vem arcando com todas as despesas da menor, é um pai presente e
preocupado com a criaçã o da filha que está em situaçã o infeliz e precá ria, e tenta dar
amor e carinho para suprir a ausência materna da Requerida, motivos pelos quais
requer a guarda da sua filha.
De acordo com o atual Có digo de Processo Civil, em seu art. 300:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo.
§ 1o Para a concessã o da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir
cauçã o real ou fidejussó ria idô nea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir
a sofrer, podendo a cauçã o ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente
nã o puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou apó s justificaçã o prévia.

Tal anseio Excelência, é decorrente do comportamento incoerente que a Requerida


vem praticando, tendo em vista o já supramencionado triste evento em que a genitora
deixou a filha doente sem medicamento por pura ‘pirraça” e que ainda agride a filha
fisicamente com frequência.
Nesse sentido, tem-se o entendimento jurisprudencial do Egrégio Tribunal de Justiça
do Estado de Santa Catarina, em casos aná logos:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE MODIFICAÇÃO DE GUARDA. DECISÃO QUE
DEFERIU A GUARDA PROVISÓRIA AO GENITOR E POSTERGOU A REGULAMENTAÇÃO DE
VISITAS A SEREM EXERCIDAS PELA MÃE. INSURGÊNCIA DA GENITORA. VISITAS.
NECESSIDADE DE FIXAÇÃO. AUSÊNCIA DE INDÍCIOS DE QUE O CONVÍVIO COM A MÃE
PODEM IMPLICAR SITUAÇÃO DE RISCO OU ACARRETAR PREJUÍZOS À INFANTE.
CUIDADOS EXERCIDOS PELA GENITORA DESDE O DIVÓRCIO CONSENSUAL.
MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA. RECURSO PROVIDO. (TJSC, Agravo de Instrumento
n. 4006144-15.2019.8.24.0000, de Joinville, rel. Des. Ricardo Fontes, Quinta Câmara de
Direito Civil, j. 21-05-2019).
Vê-se, entã o, que os requisitos necessá rios para a concessã o da tutela de urgência
antecipada sã o presentes no caso em questã o.
No que tange ao requisito da probabilidade do direito, está visivelmente estampado
nos autos, haja vista que tais possibilidades existem junto à jurisprudência e artigos
de Lei.
Por sua vez, o perigo de dano consiste na situaçã o da POSSÍVEL DEMORA NA
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL POSTULADA, situação esta, que dificultaria o
exercício pleno da guarda do menor pelo genitor, uma vez que, como supracitado
a menor vem sendo vítima de maus-tratos pela pró pria mã e.
Assim, tendo o Requerente a guarda unilateral poderá fornecer diariamente um
ambiente mais propício à s condiçõ es de educaçã o, manutençã o e criaçã o da menor,
tanto física quanto psicologicamente falando, o que poderá ser melhor demonstrado
por meio de Estudo Social a ser realizado pelo Juízo, caso Vossa Excelência assim
deseje.
EXONERAÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA

Visto a necessidade da criança em permanecer diariamente com o genitor, se este


juízo JULGAR PROCEDENTE o pedido de tutela de urgência, é imprescindível que este
juízo de direito exonere liminarmente a obrigaçã o outrora assumida judicialmente
pelo Autor de pagar os referidos alimentos a fim de que possa utilizá -los
verdadeiramente com aquela que deveria ser de fato sua beneficiá ria, sua filha xxxxx

DAS VISITAS DA MÃE

O Autor tem plena convicçã o de que a mã e dos seus filhos nã o detém as condiçõ es
necessá rias para bem criar e administrar (organizar) a vida da filha, e que residir com
ele, afigura-se o mais adequado em prol do melhor interesse da menor.
No entanto, tem ciência que o convívio entre mã e e filha nã o pode ser sobrestado, pois
“criança ou adulto, filhos precisam das referências dos pais, sem ela tendem a enxergar
os relacionamentos humanos com certo despreparo e como algo negativo"[VALE,
Natalia do, 2009].
Diante disso, embora nã o haja na legislaçã o pá tria o estabelecimento prévio de
critérios objetivos para a visitaçã o, devendo ser observado o citado princípio do
melhor interesse do menor.
Os artigos 1.589, do Có digo Civil e 19 do Estatuto da Criança e do Adolescente, versam
que é direito da criança e do adolescente ser criado e educado com a sua família,
sendo assegurada a convivência familiar, e que aquele que nã o detém a guarda,
poderá visitá -los e tê-los em sua companhia.
Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los
e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cô njuge, ou for
fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutençã o e educaçã o.
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua
família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência
familiar e comunitá ria, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.
Por essas razõ es, deve este insigne juízo regulamentar o direito de visitas da mã e a
sua filha, que se permanecer sob a guarda unilateral do pai.
Diante disso, o Requerente requer a regulamentaçã o das visitas da Requerida da
seguinte forma:
1. Aos finais de semanas alternados, cabendo a Requerida ir buscar a filha na sexta-
feira apó s o horá rio escolar e devolver a menor no domingo até as 18h.
2. No dia das mã es, a menor deverá passar o dia com a Requerida, cabendo a mesma
buscar a menor e devolvê-la ao seu genitor ao final do dia.
3. No Natal e ano novo, também de forma alternada, ou seja, no primeiro ano, o natal
será com o Requerente e o ano novo com a Requerida, e no ano seguinte, o natal será
com o Requerida e o ano novo o Requerente, cabendo a Requerida buscar a menor e
devolvê-la ao seu genitor.
DOS PEDIDOS
Diante do todo acima exposto, vem requer a Vossa Excelência:
a) A concessã o da Justiça Gratuita, nos termos do Artigo 98 da Lei n. 13.105/2015 e
Art. 1º, § 2º da Lei n. 5478/68, por ser a requerente hipossuficiente, na forma da lei;
b) Seja DETERMINADO o processamento deste feito em SEGREDO DE JUSTIÇA, a fim
de que se resguarde o direito à intimidade das partes, conforme preceitua o art. 189,
II, do CPC;
c) O deferimento da tutela de urgência pleiteada, para que seja deferida, desde logo, a
GUARDA PROVISÓ RIA ao Requerente, sendo expedido o competente Termo de Guarda
e Responsabilidade Provisó rio, tendo em vista a verossimilhança das alegaçõ es e o
perigo de dano grave à criança (consistente em eventual alteraçã o da situaçã o de fato
em que se encontra).
d) Que concedida a Tutela, sejam fixadas as visitas em favor da Requerida, nos termos
mencionados;
e) A PROCEDÊNCIA da açã o, para que ao final da presente demanda, em definitivo,
seja deferida a GUARDA DEFINITIVA UNILATERAL do segundo Requerente, em
favor da primeira Requerente, sendo expedido o competente Termo de Guarda e
Responsabilidade Definitivo, bem como sejam fixadas as visitas em favor do
Requerido, nos termos mencionados;
f) A exoneraçã o da pensã o alimentícia em favor do Autor;
g) A intimação da Requerida no endereço declinado no preâ mbulo para
cumprimento imediato da medida liminar;
h) A citaçã o da requerida para, querendo, responder a açã o, sob pena de revelia;
i) A intimaçã o do Representante do Ministério Pú blico;
j) Caso este Juízo entenda necessá rio, seja feita a realizaçã o de Estudo Social, na
residência do Requerente e da Requerida;
Pretende provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,
inclusive por testemunhas a seu tempo arroladas, prova documental complementar,
prova oral, prova pericial psicossocial, com urgência, que deverá ser determinado
caso haja apresentaçã o de contestaçã o ao pedido de guarda.

Dá –se a causa o valor de R$ 998,00 para meros fins fiscais.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento,
cidade e data
advogado
oab

Você também pode gostar