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TETE
Contra,
I. DOS FACTOS
1.º
O Requerente e a Requerida viveram em união de facto por cerca de 6 anos (2003 até
2009).
2.º
Dessa união nasceram os menores FJS, actualmente com 11 anos de idade; e MJS,
actualmente com 9 anos de idade, conforme as certidões de nascimento na posse da
Requerida, que desde já requer que seja a Requerida notificada a juntar aos autos ex vi
art. 528.º do CPC, na medida em que o Requerente não tem a posse e nem acesso aos
mesmos.
3.º
1
No mês de Setembro de 2009, o Requerente foi condenado à pena de prisão que,
entretanto, cumpriu.
4.º
Em consequência dessa prisão, deu-se a separação dos unidos de facto, cessando
assim a comunhão plena de vida entre o Requerente e a Requerida.
5.º
Com efeito, logo após a prisão do Requerente em 2009, sem dar qualquer satisfação a
este, a Requerida abandonou o lar e foi viver com outro homem de nome “ABC”, no
mesmo Bairro onde outrora viviam em união de facto o Requerente e a Requerida.
6.º
Para o seu novo lar, a Requerida levou consigo os menores, filhos nascidos da união
com o aqui Requerente.
7.º
Em Abril de 2016, o tribunal restitui o Requerente à liberdade, após ter cumprido a pena
de prisão a que fora condenado.
8.º
Imediatamente, o Requerente procurou a Requerida para, nomeadamente, permitir-lhe
acesso aos filhos que, como já acima referido, não mais habitavam a casa onde aquele
os tinha deixado.
9.º
Sucede, porém, que, desde aquele momento até à presente data, a Requerida não
permite que o Requerente tenha qualquer tipo de contacto com os menores, impedindo-o
assim que os veja, os leve à passear ou que passem juntos com o pai os dias de fim-de-
semana, dias feriados ou dias de férias escolares.
10.º
Consequentemente, para que o Requerente possa ver e ter o mínimo de diálogo com os
seus filhos, tem de deslocar-se à escola, no momento de intervalo, para que a Requerida
não o veja manter tais contactos.
II. DE DIREITO
11.º
2
De conformidade com o n.º 1 do art. 313.º da Lei n.º 10/04 de 25 de Agosto (Lei da
Família), em caso de cessação da união de facto, o poder parental é exercido por acordo
dos pais, sujeito a homologação do tribunal, devendo o acordo corresponder ao superior
interesse dos menores, incluindo o interesse de manter com o progenitor (in casu, o
Requerente), uma relação de proximidade.
12.º
Por força do art. 293.º da Lei da Família, a Requerida não pode, injustificadamente, privar
os filhos de conviverem com os ascendentes (in casu, com o, Requerente).
13.º
Ao progenitor que não exerça o poder parental assiste o poder de acompanhar de perto a
educação e as condições de vida dos filhos - tal o caso do Requerente – Vide o n.º 4 do
art. 313.º da Lei da Família.
14.º
Os filhos menores têm direito a serem protegidos, assistidos, educados e acompanhados
no seu desenvolvimento físico e emocional, e a ter contacto com ambos os pais,
conforme o n.º 1 do art. 282.º da Lei da Família, conjugado com o art. 29.º da Lei n.º
7/2008, de 9 de Julho (Lei da Promoção e Protecção dos Direitos da Criança).
15.º
Assim sendo, toda e qualquer criança, necessita do apoio familiar, o que inclui a
presença de ambos os pais, a despeito da separação entre estes, para que possa
crescer mental e emocionalmente perfeita.
16.º
Por força do n.º 3 do art. 313.º da Lei da Família, cabe ao tribunal decidir sempre que os
separados de facto não alcançarem acordo quanto à guarda dos filhos menores,
confiando-os à guarda de um dos pais,
17.º
19.º
3
No presente caso, o Requerente e a Requerida não alcançaram qualquer acordo quanto
ao exercício do poder parental sobre os menores.
20.º
De momento, o Requerente encontra-se desempregado.
21.º
Contudo, a carência de recursos materiais e financeiros não constitui motivo para perda
ou suspensão do poder parental, conforme dispõem o art. 33.º da Lei da Promoção e
Protecção dos Direitos da Criança.
22.º
Desde já afigura-se ao Requerente lícito e justo que o poder parental seja regulado,
deferindo a guarda para a Requerida, dado tratar-se de filhos menores,
23.º
e que nessa regulação se determine que o Requerente tenha os filhos consigo: (i) em
fins-de-semana intercalados, devendo avisar a progenitora caso for se ausentar da
província com os menores; (ii) todos os feriados; e (iii) metade do período de cada féria
escolar; todo o dia do pai; dia 31 de Dezembro e 01 de Janeiro.
4
certidões de nascimento dos menores FJS e MJS,
para efeitos da aferição da paternidade e das
respectivas idades.
Valor da acção: 30.000,00 Meticais (Trinta mil meticais) - Vide artigo 312 do CPC.
Rol de testemunhas:
SS
GG
AA
(S.G.A.S)
Carteira Profissional n.º 0000