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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2º VARA CÍVEL DO


FORO DE OSASCO - SP

Processo n.º. 1007575-25.2022.8.26.0405

ALEXSON BISPO DOS SANTOS, nacionalidade Brasileira,


nascido em 09 de Julho de 1988, Casado/a, portador da cédula de identidade RG nº
44.839.911-8 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 360.318.778-48, filho de EDILZA
SOARES, com endereço na Rua/Av/Praça Rua Frei Caneca, nº424 Piratininga,
Osasco-SP CEP 06230-060, através de seu advogado que a presente subscreve, vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 335
e seguintes do Código de Processo Civil, apresentar;

CONTESTAÇÃO COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

nos autos da DIVÓRCIO COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA/EVIDÊNCIA,


movida por MARIA ELIDIANE COREIRO BISPO DOS SANTOS, já devidamente
qualificado, em razão dos fatos e fundamentos a seguir articulados;

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DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

O Requerente encontra-se no momento desempregado


vivendo hoje de “bicos”, cópia da CTPS em anexo, ainda, prova se faz com a
declaração anexa de hipossuficiência. Requer a parte contestante, a concessão dos
benefícios da justiça gratuita, com fulcro no disposto no Art. 4º, da Lei 1.060, de
05/02/1950, no artigo 5º, LXXIV, da CF e artigo 98 do Código de processo Civil, em
virtude de ser pessoa pobre na acepção jurídica da palavra e sem condições de arcar
com os encargos decorrentes do processo, sem prejuízo de seu próprio sustento e de
sua família e por estar desempregada neste presente momento como demonstrado
em doc. em anexo.

DOS FATOS

Procede os fatos alegados na exordial de que o Requerido e


a Requerente, são casados sob o Regime de Comunhão Parcial de Bens, desde 17
de janeiro de 2014.

Desta união adveio a filha Heloysa Cordeiro Bispo, nascida


em 24 de dezembro de 2015.

Ocorre, Excelência que por razoes pessoais, a requerente e


o requerido decidiram pelo término da relação conjugal, de tal sorte que se faz
imprescindível e necessário regularizar a presente situação.

Nesta senda, os requerentes manifestam a vontade livre e


consciente pela dissolução da sociedade conjugal, sendo inviável a reconciliação.

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Da partilha dos bens, destacasse que durante a constância


do casamento, os cônjuges não constituíram patrimônio comum.

Dos alimentos entre os cônjuges, a parte autora, por ter meio


próprio de subsistência e ser apta para o trabalho, renúncia, por ora, aos alimentos
em seu favor e não pretende pagá-los à parte ré pelo mesmo motivo, o requerido
concorda com os termos.

Dos nomes das partes, a parte autora passará a utilizar o seu


nome de solteira, qual seja MARIA ELIDIANE DA SILVA CORDEIRO, o requerido
não se opõe ao pedido.

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Os cônjuges pretendem, por mútuo consentimento, dissolver


a sociedade conjugal, através do divórcio previsto tanto na Lei nº 6.515/77, quanto no
art. 226, § 6º, da Carta Magna, este último dispondo sobre a dissolubilidade do
casamento civil pelo divórcio, sem a necessidade de comprovação do lapso, senão
vejamos:

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial


proteção do Estado.

(...)

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.

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Para corroborar, o código civil dispõe:

Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:

(...)

IV - pelo divórcio.

Nesta senda, considerando que é o desejo de ambas as


partes se divorciarem, requer que seja deferido o pleito da requerente e expedido o
mandado de averbação.

DA GUARDA

A parte requerente pretende que seja estabelecida a guarda


unilateral, permanecendo o domicílio da criança com a própria parte Requerente,
como já é a situação atual, o que não é de acordo com o requerido que pretende a
GUARDA COMPARTILHADA, pelos motivos a seguir expostos:

Desde que o Requerente deixou de morar sob o mesmo teto


com a Requerida, a guarda de fato vem sido exercida unilateralmente por ela, mas o
Autor deseja obter a guarda compartilhada da menor para que possa exercer todos
os seus direitos bem como cumprir com seus deveres advindos desse mister.

O instituto da guarda é regulamentado pelo Código Civil, que


assim dispõe em seu artigo 1.583, verbis:

Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.

§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um


só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584,
§ 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilização
conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da

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mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao


poder familiar dos filhos comuns.

§ 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com


os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a
mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições
fáticas e os interesses dos filhos:

§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base


de moradia dos filhos será aquela que melhor atender aos
interesses dos filhos

Conforme descrição dos artigos acima, há possibilidade de a


guarda dos filhos ser compartilhada entre ambos os genitores, de forma que o tempo
de convívio com os filhos deva ser dividido de forma equilibrada entre ambos.

O genitor tem plena ciência das obrigações que a guarda


compartilhada lhe traz e tem plenas condições de exercer o encargo, de poder passar
mais tempo com sua filha, de acompanhar seu crescimento, participar de sua
educação, etc.

Não pode a genitora, sem justo motivo, impedir que o genitor


exerça seu direito de guarda da filha, de visita-la e de estar com ela. Esse é um direito
tanto do genitor, na condição de pai da menor, quanto da menor, na condição de filha.

Acerca do dever dos pais para com relação aos filhos cumpre
ainda mencionar que, de acordo com o art. 229, 1ª parte, da Constituição Federal
dispõe que “os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores”.
No mesmo sentido são as disposições da Lei 8.069/90, em seu art. 22, que assevera
que “aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos
menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e
fazer cumprir as determinações judiciais”. Frisa-se que é justamente isso que o
requerido genitor deseja, participar de todo o processo de criação e educação de sua
filha.

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O Requerido possui direito de estar com sua filha tal como a


filha possui direito de estar com seu genitor, vez que isso é importante para a criação
de laços afetivos entre pai e filha.

Da mesma forma que a Requerente genitora cuida da criança


o Requerido genitor também irá cuidar. Inclusive quando ainda moravam juntos o
Requerido sempre ajudou a cuidar da menor. Da mesma forma que o Requerido
cumpre seus deveres, quer poder exercer seus direitos, conviver com a filha, dar amor,
carinho e educação. É um direito que não lhe deve ser tirado sem justificativa
plausível.

Urge salientar que não mais se pode aceitar o conceito


atrasado e generalizado de que “o pai paga pensão e a mãe cuida”. De fato, há
inúmeros pais que sequer pagam pensão alimentícia, quem dirá querer visitar os
filhos. Mas esse tipo de pai não representa o requerido.

Vejamos o entendimento de alguns tribunais sobre a guarda


compartilhada:

RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. GUARDA


COMPARTILHADA. REGRA DO SISTEMA. ART. 1.584, §
2º, DO CÓDIGO CIVIL. CONSENSO DOS GENITORES.
DESNECESSIDADE. ALTERNÂNCIA DE RESIDÊNCIA DA
CRIANÇA. POSSIBILIDADE. MELHOR INTERESSE DO
MENOR. 1. A instituição da guarda compartilhada de filho
não se sujeita à transigência dos genitores ou à
existência de naturais desavenças entre cônjuges
separados. 2. A guarda compartilhada é a regra no
ordenamento jurídico brasileiro, conforme disposto no
art. 1.584 do Código Civil, em face da redação
estabelecida pelas Leis nºs 11.698/2008 e 13.058/2014,
ressalvadas eventuais peculiaridades do caso concreto

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aptas a inviabilizar a sua implementação, porquanto às


partes é concedida a possibilidade de demonstrar a
existência de impedimento insuperável ao seu exercício,
o que não ocorreu na hipótese dos autos. 3. Recurso
especial provido. (STJ - REsp: 1591161 SE 2015/0048966-
7, Relator: Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Data
de Julgamento: 21/02/2017, T3 - TERCEIRA TURMA, Data
de Publicação: DJe 24/02/2017) – grifos acrescidos.

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. GUARDA.


SENTENÇA QUE ESTABELECEU A GUARDA EM FAVOR
DO GENITOR. INSURGÊNCIA DA AUTORA. FIXAÇÃO DA
GUARDA NA FORMA COMPARTILHADA. RESIDÊNCIA
DO PAI ESTABELECIDA COMO MORADIA PRINCIPAL DO
FILHO. ESTUDO SOCIAL COMPATÍVEL COM O
EXERCÍCIO DA GUARDA POR AMBOS OS GENITORES
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. A
guarda compartilhada tornou-se uma alternativa jurídica
para minimizar o sofrimento dos filhos em decorrência da
separação dos pais. Visa-se preservar o convívio sadio e
menos beligerante possível para os menores em relação
aos genitores, objetivando que os tumultos conjugais
não interfiram na relação pais-filhos-família. E mais, que
o comprometimento parental permaneça intocável
preservando também o núcleo familiar que não se desfaz
pela separação do casal, visto que desta forma traz muito
menos malefícios à prole do que quando regulada
minuciosamente as visitas. (TJ-SC - AC:
00126829120128240011 Brusque 0012682-
91.2012.8.24.0011, Relator: Sebastião César Evangelista,

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Data de Julgamento: 10/08/2017, Segunda Câmara de


Direito Civil) – grifos acrescidos.

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. AÇÃO DE


REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA. DEFINIDA A GUARDA
COMPARTILHADA POR SER A REGRA ATUAL. NÃO
COMPROVADA A INAPTIDÃO DO GENITOR. SENTENÇA
MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. 1. A redação atual
do artigo 1.584, § 2º Código Civil (introduzido pela Lei
13.058/14) dispõe que a guarda compartilhada é a regra e
há ser aplicada, mesmo em caso de dissenso entre o
casal, somente não se aplicando na hipótese de inaptidão
por um dos genitores ao exercício do poder familiar ou
quando algum dos pais expressamente declarar o
desinteresse em exercer a guarda. 2. A chamada guarda
compartilhada não consiste em transformar o filho em
objeto, que fica à disposição de cada genitor por um
determinado período, mas uma forma harmônica ajustada
pelos genitores, que permita à criança desfrutar tanto da
companhia paterna como da materna, num regime de
visitação bastante amplo e flexível, mas sem que ele
perca seus referenciais de moradia. 3. Nos termos do
voto do relator, recurso conhecido e desprovido. (TJ-PA
- APL: 00359433320138140301 BELÉM, Relator:
LEONARDO DE NORONHA TAVARES, Data de
Julgamento: 26/06/2017, 1ª TURMA DE DIREITO
PRIVADO, Data de Publicação: 30/06/2017) – grifos
acrescidos.

Conforme disposições acima, o entendimento dos tribunais


reforça as disposições legais já mencionadas no sentido de que a guarda
compartilhada é a regra, de forma que melhor preserva os interesses da menor.

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O requerido destaca que não quer ser aquele pai que vê o


filho apenas de 15 em 15 dias. Ser pai vai além disso. Ser pai é estar presente na vida
do filho independente dos dias em que houver autorização para que o genitor pegue
a criança e leve para a sua casa.

Os tribunais vêm entendendo que o direito de visitas não deve


ser limitado a apenas uma vez por semana ou de 15 em 15 dias, senão vejamos:

DIREITO CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. APELAÇÃO CÍVEL.


GUARDA COMPARTILHADA. DIREITO DE VISITA UMA
VEZ POR SEMANA. APELO PROVIDO. 1) A guarda
compartilhada consiste na responsabilização conjunta e
o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não
vivam sob o mesmo teto, razão pela qual não há motivos
para que se estabeleça ao pai o direito de visita somente
uma vez na semana; 2) Apelo provido para estabelecer o
exercício do direito de visitas ao pai aos finais de semana
alternados, com pernoite; 3) Recurso provido. (TJ-AP -
APL: 00053244820168030002 AP, Relator: Juíza
Convocada STELLA SIMONNE RAMOS, Data de
Julgamento: 24/08/2017, Tribunal) – grifos acrescidos.

APELAÇÃO. GUARDA COMPARTILHADA. Sentença de


procedência. Estabelecida a residência da menor no lar
materno e deferida a guarda compartilhada, com
ampliação do regime de visitas do genitor.
Inconformismo da requerida. Alegado fator prejudicial ao
desempenho escolar da criança a mudança abrupta na
rotina, considerando a distância entre a cidade do pai e a
escola. Afastamento. Cidades próximas. Não
demonstrado motivo justo para o impedimento da

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ampliação das visitas. Pequeno ajuste no regime


anteriormente fixado, com ampliação do direito de visitas
do genitor. Convivência equilibrada entre a infante e o
genitor deve ser estimulada. Princípio do melhor
interesse do menor. Sentença mantida. RECURSO NÃO
PROVIDO. (TJ-SP - AC: 10058423720158260577 SP
1005842-37.2015.8.26.0577, Relator: Silvia Maria Facchina
Esposito Martinez, Data de Julgamento: 08/10/2019, 10ª
Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
14/10/2019) – grifos acrescidos.

Nos termos da jurisprudência pode o genitor ter seu direito de


visitas ampliados se isso não prejudicar o melhor interesse da filha menor. No caso
destes autos, não há nada que possa impedir que o Requerido passe mais tempo com
sua filha. Esse convívio por um período maior é primordial para a criação de laços
afetivos na relação de pai e filha.

Dessa forma, requer que, além dos dias estabelecidos para


que o Requerido possa levar sua filha para sua casa (finais de semana alternados),
que possa ter o direito de visitar a filha na casa da Requerida ou que possa pegá-lo
mais vezes durante o mês.

Assim, para atender os melhores interesses da menor,


requerido não se opõe que a guarda da filha seja COMPARTILHADA, fixando-se,
todavia, como sua residência a morada materna, mas ficando resguardados o direito
de visita/convivência da parte requerida de forma livre, bem como, os direitos previstos
em lei.

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DA REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS

Os artigos 1.589 do Código Civil e 19 do Estatuto da Criança


e do Adolescente versam que é direito da criança e do adolescente ser criado e
educado com a sua família, sendo assegurada a convivência familiar, e que aquele
que não detém a guarda, poderá visita-los e tê-los em sua companhia, senão vejamos:

Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os


filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia,
segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado
pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e
educação. (grifo nosso).

Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e


educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em
família substituta, assegurada a convivência familiar e
comunitária, em ambiente que garanta seu
desenvolvimento integral. (Redação dada pela Lei nº
13.257, de 2016). (grifo nosso).

Demonstra-se Excelência de que toda criança necessita de


apoio familiar, desta forma, a presença de ambos os pais e imprescindível para que
esta cresça mental e emocionalmente perfeita.

Desta forma é direito de ambos os pais o convívio com a


criança, o direito de prestar visita é um direito fundamental da família brasileira em
razão da necessidade de um bom convívio familiar visto que o vínculo afetivo
permanece e encontra proteção jurídica contra potenciais agressões.

A doutrinadora Maria Berenice Dias, Manual de Direito da


Família, 2011, pág.447 esclarece que: A visitação não é somente um direito

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assegurado ao pai e a mãe, é direito do próprio filho de com eles conviver, o que
reforça os vínculos paterno e materno-filial. (...) Consagrado o princípio da proteção
integral, em vez de regulamentar as visitas, é necessário estabelecer formas de
convivência, pois, não há proteção possível com a exclusão do outro genitor.

Diante do conteúdo explicitado acima, requer que ao PAI fica


reservado o seguinte regime de convivência com o filho:

a) O PAI poderá ter o filho em sua companhia em finais de semana alternados,


retirando-o na residência materna às 18h00 da sexta-feira e devolvendo-o no
domingo, até às 18h00 no mesmo local da retirada, o próximo final de semana caberá
à MÃE, partindo-se daí a alternância que se reiniciará, a cada semestre, com
aquele(a) com o qual o filho não desfrutou o período final de férias.

b) O menor permanecerá, nos feriados prolongados, conforme cronograma nacional


e de acordo com o recesso escolar, com quem couber o respectivo final de semana
mais próximo, de acordo com o ajustado no item “a” acima mencionado, sendo certo
que se a estadia em tal feriado couber ao PAI, ele permanecerá com o filho desde o
dia útil imediatamente anterior ao início do feriado/final de semana, até o último dia do
feriado/final de semana mantidos os critérios de entrega e retirada previstos no item
“a”.

c) Na impossibilidade de comemorar o aniversário do filho, de forma conjunta, o PAI


terá direito a pernoitar com o menor no dia anterior ao natalício nos anos pares e no
dia do aniversário nos anos ímpares, mantidos os mesmos critérios de retirada e
entrega previstos no item “a”. Essa disposição prevalecerá sobre qualquer outra
estipulação de convívio aqui constante;

d) O menor passará em companhia do PAI o dia do aniversário deste e o final de


semana em que se comemora o “dia dos pais”, aplicando-se o mesmo no que se refere
ao aniversário da mãe e ao final de semana do “dia das mães”. As disposições
concernentes aos aniversários do pai/mãe e finais de semana englobados pela
comemoração dos dias de sua homenagem, prevalecerão sobre qualquer outra
estipulação aqui constante, sem compensação;

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e) O menor sempre iniciará as férias de janeiro com aquele a quem couber com ele
desfrutar a festa de Réveillon. Nos anos pares como o presente ano, caberá à MÃE
desfrutar o Réveillon em companhia do filho, período que, para fins deste, se inicia em
26 de dezembro e termina em 31 de dezembro. O PAI ficará com o menor nos anos
ímpares, para tanto tomado por base o dia 26 de dezembro, retirando-o na residência
materna às 10h00 do início do período que tenha direito;

f) FÉRIAS DE JANEIRO E JULHO

1) JANEIRO - O menor ficará com aquele a quem couber o Réveillon (cf alínea “f”
acima) durante a primeira quinzena de janeiro (1 a 15), cabendo àquele preterido da
sua companhia no Ano Novo, a segunda quinzena (16 a 31). Se a última quinzena
couber ao PAI, ela o retirará às 10h00 do dia 16 de janeiro, na residência materna,
devolvendo  o no dia 31 do mês, no mesmo local que o retirou até às 21h00;

2) JULHO – O menor desfrutará, de maneira alternada a cada ano, uma quinzena


com o PAI e outra com a MÃE. Nos anos pares, a primeira quinzena caberá à MÃE,
invertendo-se tal disposição nos anos ímpares, mantidos os mesmos critérios de
retirada e de entrega acordados no item “1.1” acima;

g) NATAL – Nos anos pares o menor passará a véspera de natal com a PAI, que o
retirará até às 10h00 da manhã do dia 24 de dezembro da residência materna e o
devolverá até às 10h00 do dia 25 de dezembro no mesmo local da retirada. Nos anos
ímpares o menor passará a véspera do natal (dia 24 de dezembro) com a MÃE,
devendo o PAI retirá-lo da residência materna até às 10h00 do dia 25 de dezembro, e
devolvê-lo no mesmo local até às 10h00 do dia 26 de dezembro.

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DOS ALIMENTOS

Segundo o ordenamento jurídico brasileiro no que tange aos


alimentos é imperioso salientar os diplomas 1.694 a 1.696 do CC/02, estes tratam da
maneira pela qual é prestada à concessão de alimentos, as condições para tal
prestação e para quem pode ser pleiteada a concessão de alimentos e ainda a
obrigação recíproca entre os pais e filhos no que toca a prestação de alimentos.

Neste sentido o artigo 1.694 do CC/02, in verbis:

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou


companheiros pedir uns aos outros alimentos de que
necessitem para viver de modo compatível com a sua
condição social, inclusive para atender às necessidades
de sua educação.

§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das


necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa
obrigada.

§ 2º os alimentos serão apenas os indispensáveis à


subsistência, quando a situação de necessidade resultar
de culpa de quem os pleiteia. (grifo nosso).

O que foi acima denotado pelo diploma, se aplica de pronto


ao caso em tela, visto que, a pensão alimentícia deve ser mensurada pelo juízo a
partir do critério ou do princípio da proporcionalidade, ou seja, analisando as reais
necessidades do reclamante e visualizando os recursos da pessoa obrigada.

Conforme depoimento da requerente em (fls. 14-15), o


requerido possui outra filha de outro relacionamento, onde atualmente contribui
estando com vínculo empregatício no importe de 28% (vinte e oito por cento) de seus

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rendimentos líquidos, incluindo férias, 13º salário, horas extras, verbas rescisórias,
exceto FGTS e eventual multa sobre o incidente. E em caso de trabalho sem vinculo
empregatício no importe de 40% do salário mínimo vigente em todo dia 10, conforme
pode ser comprovado com documento em anexo( certidão de nascimento e termo de
audiência).

O requerido pretende entra com uma ação revisional referente


ao termo de acordo citado acima, pois encontra-se desempregado no momento
vivendo de “bicos”.

Nesta senda, considerando que o valor da pensão deve


atender ao trinômio possibilidade, necessidade e razoabilidade para que não seja
muito oneroso para o alimentante, nem tampouco insuficiente para garantir o mínimo
indispensável ao alimentado, requer que seja fixado o pagamento no importe de 14%
(quatorze por cento) de seus rendimentos líquidos, incluindo férias, 13º salário, horas
extras, verbas rescisórias, exceto FGTS e eventual multa sobre o incidente. E em caso
de trabalho sem vínculo empregatício no importe de 20% (vinte por cento) do salário
mínimo vigente a título de alimentos definitivos, sendo pago na conta especificada
pela genitora.

Há de se considerar, ainda, que o dever de sustento dos filhos


é de ambos os genitores, ou seja, o valor ofertado pelo requerido somado à parte que
a genitora deve também contribuir é suficiente para resguardar os interesses da filha
menor.

Além do mais, o fato de arcar com um valor mensal a título de


alimentos não significa que o requerido está abrindo mão de ajudar a filha em demais
despesas como roupas, tratamento de saúde, etc., o que se pretende é que tenha um
valor mensal fixado a título de alimentos, como forma de cumprir sua obrigação legal
de sustento da filha.

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DA TUTELA DE URGÊNCIA

DO DIREITO DE VISITAS

Até que se finde o processo, requer seja determinado por


Vossa Excelência o direito de visitas do Requerido a sua filha menor, uma vez que, c
a Requerente está dificultando o direito do genitor de estar com sua filha.

Dessa forma, ao aguardar o provimento jurisdicional final, o


que pode demorar em razão da morosidade da justiça, o Requerido será prejudicado
e privado de conviver com sua filha, o que vai contra o objetivo da lei ao regulamentar
os direitos e obrigações dos genitores para com os filhos.

Acerca do direito à visitação, assim dispõe a doutrina de Maria


Berenice Dias[1]:

A visitação não é somente um direito assegurado ao pai ou à


mãe, é direito do próprio filho de com eles conviver, o que
reforça os vínculos paterno e materno-filial. (...)
Consagrado o princípio proteção integral, em vez de
regulamentar as visitas, é necessário estabelecer formas de
convivência, pois não há proteção possível com a exclusão
do outro genitor. (grifos acrescidos)

Pelas disposições supra, no momento em que o genitor, ora


requerido, é privado de poder visitar sua filha e de com ela estar, o mais prejudicado
é a menor, que está tendo ferido seu direito de convivência com seu genitor, direito
este que, por mais que a criança possua poucos idade, é de suma importância para a
criação de laços afetivos entre pai e filha.

Passagem Rosângela Donata de Oliveira nº 10, Jd. Aliança, Osasco/SP CEP 06236-110
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Vale mencionar ainda que o art. 1.589 do Código Civil dispõe


que o pai ou a mãe que não esteja com a guarda dos filhos poderá visita-los e tê-los
em sua companhia, bem como fiscalizar sua manutenção e educação, ou seja,
considerando que a guarda de fato encontra-se com a Requerente, possui o
Requerido o direito de estar com sua filha conforme Vossa Excelência determinar.

Acerca da tutela de urgência pleiteada, o art. 300, do CPC,


dispõe que, “a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo”, bem como quando não houver perigo de irreversibilidade da decisão
(art. 300, § 3º, CPC).

No caso destes autos a probabilidade do direito do requerido


vem demonstrada pela certidão de nascimento em anexo que comprova que a menor
Heloysa Cordeiro Bispo é sua filha, de modo que este fato, por si só, garante o direito
de visitação e convívio com a menor, vez que não há nenhuma justificativa plausível
para que a Requerente possa impedir ou dificultar o exercício desse direito.

Quanto ao perigo de dano este ocorre dia após dia, pois a


cada dia que o genitor é privado de estar com sua filha os laços de afinidade vão
diminuindo. Não pode o Requerido aguardar o julgamento da presente ação para só
então poder exercer seu direito previsto em lei, pois a depender da demora do
julgamento sua filha pode nem o reconhecer mais, passando a estranhar sua
companhia, o que irá dificultar na convivência entre pai e filha.

Por todo o exposto, requer seja deferido liminarmente o direito


de visitação do genitor, em finais de semana alternados, podendo o requerido pegar
sua filha para com ele passar o final de semana e, ainda, que possa visita-lo na casa
da genitora em outros dias da semana, ainda que por poucos minutos, pois o convívio
de pai e filha é muito importante para o bom desenvolvimento da menor.

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DOS PEDIDOS

Posto isso, requer que Vossa Excelência se digne a:

a) A concessão da GRATUIDADE JUDICIÁRIA, nos termos


do art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil,
especialmente no tocante aos emolumentos devidos a
notários ou registradores em decorrência da prática de
registro, averbação ou qualquer outro ato notarial
necessário à efetivação de decisão judicial ou à
continuidade do processo judicial, por ser o requerido
hipossuficiente economicamente, na forma da lei;

b) seja julgado procedente o pedido para decretar o


DIVÓRCIO do casal, nos termos acima expostos em
contestação;

c) seja fixada a pensão no importe de 14% (quatorze por


cento) de seus rendimentos líquidos, incluindo férias, 13º
salário, horas extras, verbas rescisórias, exceto FGTS e
eventual multa sobre o incidente. E em caso de trabalho
sem vínculo empregatício no importe de 20% (vinte por
cento) do salário mínimo vigente a título de alimentos
definitivos;

d) O deferimento da tutela de urgência em caráter liminar


para: Deferir o direito de visitas do genitor em finais de

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semanas alternados, podendo levar a filha para sua


residência para passar o final de semana, bem como
garantir o direito de visitar a menor na casa da genitora,
devendo ser determinado que esta não dificulte nem
impeça o exercício desse direito pelo genitor, sob pena

e) Requer, ainda, provar o alegado por todos os meios de


prova em direito admitidos, notadamente documental,
testemunhal, pericial e depoimento pessoal das partes.

f) A total procedência da presente contestação, para que


seja deferido todos os pedidos formulados;

Termos em que, pede e espera o justo deferimento.

Justiça!!!

Osasco, dia 14 de junho de 2022.

ALDO FERREIRA XAVIER

OAB/SP. Nº 341.948

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