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Escola de Direito
Programa de Práticas Sociojurídicas - PRASJUR
Processo nº
III. DO DIREITO
Nota-se que é dever dos pais exercer o poder familiar e garantir aos filhos
uma criação com base nos direitos assegurados, assim como é amparado o dever de
exercerem a guarda unilateral ou compartilhada. Nessa seara, o art. 1.583, § 2º, do
Código Civil dispõe que:
uma guarda alternada, uma vez que desde a separação dos genitores tem escolhido
os dias em que se sente confortável em estar no lar paterno e no lar materno.
A rotina da infante tem sido organizada e ambas as partes têm respeitado
o equilíbrio, a saúde mental, a educação e todos os aspectos necessários para cultivar
a estabilidade da menor. Ademais, a parte ré e a parte autora têm preservado a saúde
da criança, visto que está comparecendo em todas as consultas médicas e, inclusive,
com auxílio de nutricionista e psicóloga, o que denota preocupação e despesas de
ambas as partes com as necessidades da filha.
Por tais razões, a melhor opção para assegurar que o interesse da menor
prevaleça, é a guarda alternada, que apesar de não ter previsão no Código Civil, é a
forma aplicada nos casos em que os genitores compartilham seus tempos com a
criança e responsabilizam-se de dar todo o suporte ao infante.
No que concerne a aplicação da guarda alternada, colaciona-se
entendimento jurisprudencial do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, in verbis:
Iniciar aqui.
Assim, em que pese tenha o autor pleiteado, em sua petição inicial, pela
fixação de alimentos provisórios no patamar de 30% do salário da genitora, é cediço
que o mesmo expressou desejo, em sede de estudo social, que os genitores se
isentassem da obrigação de pagamento de pensão alimentícia, vez que dividiriam a
guarda e os cuidados à menor entre si.
Importa repisar que, ainda que tenham expressado desejo de que fosse
fixada a guarda compartilhada, evidente que os genitores incorreram em erro, por
desconhecerem termos jurídicos, eis que a partir de suas entrevistas é possível
identificar que desejam, na verdade, a guarda alternada, com a alternância de lares,
ou guarda compartilhada com alternância de residências, convivendo a menor com
ambos os genitores em períodos alternados, como já fazem atualmente.
Em razão da alternância de lares pretendidas, evidente que descabe a
fixação de alimentos, pois o cuidado e os gastos com a menor serão divididos entre os
genitores, onde ambos fornecerão residência, além do custeio de despesas da filha,
quando esta estiver em período de convivência com a filha.
Ou seja, neste sentido, não existiria uma residência fixa com regularização
de visitas, mas sim duas residências, de forma que a filha possa residir tanto com o
pai, quanto com a mãe, em períodos que desejar, conforme desejo da menor.
Outrossim, menciona-se que, além de custear as despesas da filha quando
esta encontra-se em sua residência, mediante a alternância estabelecida, a genitora
ainda precisa arcar com despesas próprias advindas da separação, como pagamento
de aluguel, eis que deixou o imóvel familiar quando da separação, o que, por si só,
consome grande parte de seus proventos financeiros mensais.
Ressalta-se que a menor se encontra atualmente com 13 (treze) anos, de
forma que tem plena consciência e vontade própria suficiente para escolher os
períodos que quer ficar na residência do pai ou da mãe, como já vem fazendo sem
problema para as partes, vez que os próprios genitores afirmaram que a adoção de tal
modalidade tem sido exercida de maneira saudável, respeitando a vontade da filha.
Ainda, é importante pontuar que ambos os genitores residem na cidade de
São Leopoldo, mesma cidade em que está localizada a escola a qual a menor
frequenta, de modo que a alternância de lares não significa prejuízo à filha ou à sua
rotina.
Levando-se em consideração que a filha já está acostumada e adaptada à
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
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Conforme dispõe o art. 319, inc. VII, do Código de Processo Civil, vem a
parte ré informar que possui interesse na audiência de conciliação ou mediação.
V. DOS PEDIDOS
c) seja deferida a guarda alternada, uma vez que está sendo aplicado
desde a separação do ex-casal e deve prevalecer o melhor interesse da
criança e a melhor situação que garanta um desenvolvimento saudável e
harmônico;