Você está na página 1de 9

UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS

Escola de Direito
Programa de Práticas Sociojurídicas - PRASJUR

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL


DA COMARCA DE SÃO LEOPOLDO/RS

Processo nº

ADRIANA FLORKOVSKI, brasileira, técnica em metalúrgica, convive em união


estável, inscrita no CPF nº 007.209.040-56, portadora do RG nº 1088627862,
residente e domiciliada na Rua Coronel Bordini, nº 1151, bl. 23, ap. 103, Bairro Santo
André, em São Leopoldo/RS, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, por
intermédio dos patronos do Programa de Práticas Sociojurídicas da Universidade do
Vale do Rio dos Sinos – PRASJUR UNISINOS, com endereço na Avenida Unisinos, nº
950, Bairro Cristo Rei, em São Leopoldo/RS, contato (51) 3590-8425, com fulcro no
art. 335 e 336 do Código de Processo Civil, apresentar

CONTESTAÇÃO NA AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO C/C ALIMENTOS


PROVISÓRIOS, PARTILHA DE BENS E GUARDA DA MENOR, proposta por

EDIO DINIS DE ARAÚJO, brasileiro, convivendo em união estável, auxiliar de


estoque, inscrito no CPF nº 560.279.740-87, portador do RG nº 7035549422, residente
e domiciliado na Rua Luís Pasteur, nº 129, Bairro Rio Branco, em São Leopoldo/RS,
com base nos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I. DO BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA (Carol)

A parte ré não possui recursos suficientes para arcar com as custas,


despesas e honorários advocatícios, sendo pesso hipossuficiente e quaisquer gastos
geraria prejuízo à sua subsistência e de sua família.

Por tais razões, requer-se a concessão do benefício da gratuidade de


justiça, nos termos do art. 5º, inc. LXXIV, da Constituição Federal e arts. 98 e 99 do
Código de Processo Civil.
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Escola de Direito
Programa de Práticas Sociojurídicas - PRASJUR

II. DA SÍNTESE FÁTICA (Júlia)

O autor e a parte ré viveram em união estável de março de 2007 até


recentemente, quando concordaram em se separar. Da união, tiveram uma filha em
comum, Rafaela Florkovski de Araújo, que atualmente possui 13 (treze) anos de idade.
Em razão da separação do casal, nasceu a necessidade de regularizar a
situação da filha e dos bens de propriedade do ex-casal, motivo que ensejou na
necessidade de ajuizamento da presente ação.
Desta forma, passa-se à análise das questões advindas da separação dos
genitores, quais sejam dissolução da união estável, fixação de alimentos, partilha de
bens e regularização da guarda da menor.

III. DO DIREITO

a) DA GUARDA ALTERNADA (Carol)

Preliminarmente, importante frisar que o art. 227 da Constituição Federal é


explícito em assegurar às crianças e aos adolescentes:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à


criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão.         (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65,
de 2010)

Ainda, o art. 7º do Estatuto da Criança e do Adolescente assegura direitos


essenciais para o pleno desenvolvimento do infante com harmonia e com condições
dignas para o crescimento. Nesse sentido, garantindo os direitos e o princípio do
melhor interesse da criança, o Código Civil imcumbiu deveres aos pais, em seu art.
1.634:

Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua


situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste
em, quanto aos filhos: (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
I - dirigir-lhes a criação e a educação; (Redação dada pela Lei nº
13.058, de 2014)
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art.
1.584; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) [...] (Grifo nosso).
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Escola de Direito
Programa de Práticas Sociojurídicas - PRASJUR

Nota-se que é dever dos pais exercer o poder familiar e garantir aos filhos
uma criação com base nos direitos assegurados, assim como é amparado o dever de
exercerem a guarda unilateral ou compartilhada. Nessa seara, o art. 1.583, § 2º, do
Código Civil dispõe que:

§ 2 o Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos


deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai,
sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos
filhos. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)

Ora, Vossa Excelência, restou comprovado através do laudo pericial


acostados aos autos que ambas as partes respeitam o desejo da infante em relação à
moradia que possui preferência e que até o momento encontra-se intercalado entre o
lar materno e paterno.
Frisa-se ainda que o autor e a ré têm mantido uma boa relação, com
capacidade de acordos e diálogos e, conforme as palavras do próprio autor, a filha
está lidando bem com a separação das partes e a situação não está lhe causando
nenhum tipo de sofrimento, sendo, inclusive, confirmado pela infante, Rafaela, em sua
entrevista.
A parte ré desde o início da separação colaborou para assegurar a boa
convivência e o desejo da menor, visto que deixou o imóvel para a parte autora
continuar residindo e não obrigou-a a acompanhá-la, bem como exerce,
conjuntamente com o genitor, o poder familiar de forma harmônica e tranquila.
Ainda, ambos possuem emprego fixo e residência, logo, possuem
capacidades financeiras de exercer boas condições econômicas e sociais para
desempenhar uma guarda alternada, mantendo-se a prevalência da vontade da
infante, como já está sendo feito e que, até o momento, tem sido favorável ao pleno
desenvolvimento da filha.
Em relação ao lar, sabe-se que qualquer mudança é algo novo e requer
adaptações, o que não tem sido um obstáculo para a ré, pois está empenhando-se ao
máximo para tornar o novo lar agradável para viver com sua filha. Ademais, apesar de
o autor utilizar-se do novo relacionamento da ré como fundamento para desqualificá-la
como genitora e requerer a guarda compartilhada, não merece prosperar, pois a ré
sempre foi uma excelente mãe, dedicando-se ao máximo para propiciar um futuro
estável e de qualidade para sua filha.
Não obstante, importante explicitar que a infante já encontra-se diante de
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Escola de Direito
Programa de Práticas Sociojurídicas - PRASJUR

uma guarda alternada, uma vez que desde a separação dos genitores tem escolhido
os dias em que se sente confortável em estar no lar paterno e no lar materno.
A rotina da infante tem sido organizada e ambas as partes têm respeitado
o equilíbrio, a saúde mental, a educação e todos os aspectos necessários para cultivar
a estabilidade da menor. Ademais, a parte ré e a parte autora têm preservado a saúde
da criança, visto que está comparecendo em todas as consultas médicas e, inclusive,
com auxílio de nutricionista e psicóloga, o que denota preocupação e despesas de
ambas as partes com as necessidades da filha.
Por tais razões, a melhor opção para assegurar que o interesse da menor
prevaleça, é a guarda alternada, que apesar de não ter previsão no Código Civil, é a
forma aplicada nos casos em que os genitores compartilham seus tempos com a
criança e responsabilizam-se de dar todo o suporte ao infante.
No que concerne a aplicação da guarda alternada, colaciona-se
entendimento jurisprudencial do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, in verbis:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. ALTERAÇÃO DE


CLAUSULA DE VISITA. PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA
CRIANÇA. GUARDA ALTERNADA. Embora a doutrina e a
jurisprudência tenham alguma resistência em deferir pedido de
guarda alternada, alegando que o modelo acarreta instabilidade ao
equilíbrio psicológico da criança, no caso, essa modalidade de
guarda é que que vem atendendo ao melhor interesse do menor,
como insiste a embargante, estando adaptado e tranquilo nesta
rotina. Mantida a sentença. EMBARGOS ACOLHIDOS. (Embargos
de Declaração Nº 70077311645, Sétima Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Liselena Schifino Robles Ribeiro, Julgado em
25/04/2018). (TJ-RS - ED: 70077311645 RS, Relator: Liselena
Schifino Robles Ribeiro, Data de Julgamento: 25/04/2018, Sétima
Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia
27/04/2018). (Grifo nosso).

AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO. GUARDA ALTERNADA.


ALIMENTO IN NATURA. MANUTENÇÃO DO ACORDO EM RAZÃO
DA PECULIAR SITUAÇÃO VIVENCIADA PELOS AUTORES. 1. Não
é a convivência dos pais que deve orientar a definição da guarda,
mas o interesse do filho. 2. A chamada guarda compartilhada não
consiste em transformar o filho em objeto, que fica à disposição de
cada genitor ou guardião por um determinado período, mas uma
forma harmônica ajustada, que permita à criança desfrutar tanto da
companhia paterna como também da genitora, sem que ela perca
seus referenciais de moradia. 3. Tendo em mira que os autores,
mediante consenso, estabeleceram verdadeira guarda alternada
do filho, desde a separação fática, pela qual o infante permanece
uma semana na companhia de cada um, estando todos já
adaptados com essa rotina estabelecida, não há razão para
intervir no ajuste, especialmente por não haver qualquer
indicativo de prejuízo à criança. 4. Apesar de não ser
recomendável a fixação de alimentos in natura, em razão dos
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Escola de Direito
Programa de Práticas Sociojurídicas - PRASJUR

conflitos que podem surgir entre os genitores, ficando comprovada a


boa relação mantida entre o ex-casal, não há justificativa para alterar
a divisão das despesas com o filho por eles estabelecida, sendo que,
em caso de eventual descumprimento da obrigação assumida por
qualquer deles, poderá a questão ser revista em ação revisional de
alimentos, para que o filho menor não venha a ser prejudicado.
Recurso desprovido. (TJRS – AC 70085017549 RS, Relator: Sérgio
Fernando de Vasconcellos Chaves, Data de Julgamento: 25/08/2021,
Sétima Câmara Cível, Data de Publicação: 31/08/2021). (Grifo
nosso).

Percebe-se que é entendimento do Tribunal de Justiça do Rio Grande do


Sul que, apesar da resistência dos tribunais em aplicar a guarda alternada, se
analisado o caso concreto e restar comprovado que o menor já está adaptado a rotina
e que ambas as partes possuem divisão de despesas, não há motivo para alterar para
a compartilhada.
Dessa forma, considerando que as partes estão respeitando o desejo da
filha de escolher os dias em que deseja estar no lar materno e paterno – já estando
adaptada, uma vez que está sendo feito dessa forma há meses - e que eventual
compartilhamento da guarda entre as partes certamente irá prejudicar o desempenho
da menor, requer-se a regularização da guarda da infante para a modalidade
alternada, expedindo-se o respectivo termo.

b) DOS BENS E DA PARTILHA (Jéssica)

Iniciar aqui.

c) DA FIXAÇÃO DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS (Júlia)

Conforme se verifica da análise aos autos, é possível identificar que fora


elaborado estudo social com ambos os genitores e a filha menor, Rafaela.
No estudo social, realizado em janeiro do presente ano, ambos os
genitores expressaram que a prioridade seria respeitar o desejo da infante,
independente de com quem a menor manifeste interesse em morar.
Para fins de melhor elucidação, transcreve-se trecho do estudo social
elaborado, que se lê:

Até o momento, a favorecida tem intercalado entre o lar


paterno e materno, o que não tem sido problema para as
partes, as quais tem conduzido a situação de maneira saudável,
com boa capacidade de diálogo. Por esta razão, gostariam de
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Escola de Direito
Programa de Práticas Sociojurídicas - PRASJUR

exercer a guarda compartilhada da filha, isentando-se


mutuamente do pagamento de pensão alimentícia. (Grifou-se).

Assim, em que pese tenha o autor pleiteado, em sua petição inicial, pela
fixação de alimentos provisórios no patamar de 30% do salário da genitora, é cediço
que o mesmo expressou desejo, em sede de estudo social, que os genitores se
isentassem da obrigação de pagamento de pensão alimentícia, vez que dividiriam a
guarda e os cuidados à menor entre si.
Importa repisar que, ainda que tenham expressado desejo de que fosse
fixada a guarda compartilhada, evidente que os genitores incorreram em erro, por
desconhecerem termos jurídicos, eis que a partir de suas entrevistas é possível
identificar que desejam, na verdade, a guarda alternada, com a alternância de lares,
ou guarda compartilhada com alternância de residências, convivendo a menor com
ambos os genitores em períodos alternados, como já fazem atualmente.
Em razão da alternância de lares pretendidas, evidente que descabe a
fixação de alimentos, pois o cuidado e os gastos com a menor serão divididos entre os
genitores, onde ambos fornecerão residência, além do custeio de despesas da filha,
quando esta estiver em período de convivência com a filha.
Ou seja, neste sentido, não existiria uma residência fixa com regularização
de visitas, mas sim duas residências, de forma que a filha possa residir tanto com o
pai, quanto com a mãe, em períodos que desejar, conforme desejo da menor.
Outrossim, menciona-se que, além de custear as despesas da filha quando
esta encontra-se em sua residência, mediante a alternância estabelecida, a genitora
ainda precisa arcar com despesas próprias advindas da separação, como pagamento
de aluguel, eis que deixou o imóvel familiar quando da separação, o que, por si só,
consome grande parte de seus proventos financeiros mensais.
Ressalta-se que a menor se encontra atualmente com 13 (treze) anos, de
forma que tem plena consciência e vontade própria suficiente para escolher os
períodos que quer ficar na residência do pai ou da mãe, como já vem fazendo sem
problema para as partes, vez que os próprios genitores afirmaram que a adoção de tal
modalidade tem sido exercida de maneira saudável, respeitando a vontade da filha.
Ainda, é importante pontuar que ambos os genitores residem na cidade de
São Leopoldo, mesma cidade em que está localizada a escola a qual a menor
frequenta, de modo que a alternância de lares não significa prejuízo à filha ou à sua
rotina.
Levando-se em consideração que a filha já está acostumada e adaptada à
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Escola de Direito
Programa de Práticas Sociojurídicas - PRASJUR

rotina de alternância de residências, que já vem sido exercida há meses, não há


motivo para alterar o regime de guarda, tampouco para fixar alimentos, eis que os
genitores dividem entre si os gastos com a filha no período que esta encontra-se sob
sua responsabilidade.
Neste sentido, coleciona-se jurisprudência atual, cujo entendimento deve
ser adotado no caso em tela:

AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO. GUARDA ALTERNADA.


ALIMENTOS IN NATURE. MANUTENÇÃO DO ACORDO EM RAZÃO
DA PECULIAR SITUAÇÃO VIVENCIADA PELOS AUTORES. 1. Não
é a conveniência dos pais que deve orientar a definição da guarda,
mas o interesse do filho. 2. A chamada guarda compartilhada não
consiste em transformar o filho em objeto, que fica à disposição de
cada genitor ou guardião por um determinado período, mas uma
forma harmônica ajustada, que permita à criança desfrutar tanto da
companhia paterna como também da genitora, sem que ela perca
suas referencias de moradia. 3. Tendo em mira que os autores,
mediante consenso, estabeleceram verdadeira guarda alternada
do filho, desde a separação fática, pela qual o infante permanece
uma semana na companhia de casa um, estando todos já
adaptados com essa rotina estabelecida, não há razão para
intervir no ajuste, especialmente por não haver qualquer
indicativo de prejuízo à criança. 4 Apesar de não ser
recomendável a fixação de alimentos in natura, em razão dos
conflitos que podem surgir entre os genitores, ficando
comprovada a boa relação mantida entre o ex-casal, não há
justificativa para alterar a divisão das despesas com o filho por
eles estabelecida, sendo que, em caso de eventual
descumprimento da obrigação assumida por qualquer um deles,
poderá a questão ser revista em ação revisional de alimentos,
para que o filho menor não venha a ser prejudicado. Recurso
desprovido. (TJ-RS, Apelação Cível nº 0015307-52.2021.8.21.7000,
Sétima Câmara Cível, Relator Sérgio Fernando de Vasconcellos
Chaves, Julgado em 25 de Agosto de 2021).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. AÇÃO DE DIVÓRCIO


CONSENSUAL. FILHO MENOR. APRESENTAÇÃO DE ACORDO.
GUARDA COMPARTILHADA E ALIMENTOS. HOMOLOGAÇÃO.
OPOSIÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. GUARDA ALTERNADA X
ALTERNÂNCIA DE RESIDÊNCIAS. DIFERENCIAÇÃO. FIXAÇÃO DE
ALIMENTOS DESNECESSIDADE. PRESERVAÇÃO DO MELHOR
INTERESSE DO INFANTE. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 1.
Nos termos da norma inserta no artigo 227, da Constituição da
República, sempre que se tratar de interesse relativo à criança e
adolescente, o magistrado deve se ater ao interesse do menor,
considerando, para tanto, primordialmente, seu bem-estar. 2. A
guarda compartilhada não se confunde com a guarda alternada, na
medida em que, na primeira, os genitores se responsabilizam
conjuntamente pela prole, compartilhando todos os atributos inerentes
ao poder familiar, dividindo-os de forma equilibrada com vistas a
garantir os interesses do menor e o tempo de convívio (art. 1.583,
§1º, do CC/02), enquanto, na segunda, há alternância entre os
genitores no exercício exclusivo das responsabilidades parentais, ou
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Escola de Direito
Programa de Práticas Sociojurídicas - PRASJUR

seja, trata-se de hipótese em que se verifica sucessivas guardas


unilaterais, exercidas pelo genitor que estiver com o filho naquele
período. 3. No caso, o pedido formulado pelos agravantes não se
confunde com a guarda alternada, pois o que pretendem é apenas
a alternância de residência do menor, o que se apresenta
possível diante das peculiaridades do caso concreto, em
especial o fato de os genitores residirem muito próximo e
manterem bom relacionamento. 4. Considerando o exercício
compartilhado da guarda e admitida a alternância de residência
do menor, bem como o fato de que cada genitor que se encontra
na sua companhia arca com todas as suas despesas, não se faz
necessário, por ora, impor a qualquer deles, a obrigação de
pagar alimentos, porquanto vem sendo atendido em todas as
suas necessidades. 5. Em que pese a possibilidade de intervenção
estatal com vistas a preservar e resguardar o melhor interesse da
criança, em casos como o presente, diante da autocomposição, não
se justifica a invasão do núcleo familiar para imiscuir no modelo de
convivência entre os pais e filho, bem como para impor obrigação
alimentar. (TJ-MG, Agravo de Instrumento nº1233341-
47.2021.8.13.0000, 19ª Câmara Cível, Relator Bitencourt Marcondes,
Julgado em 18 de Novembro de 2021). (Grifou-se).

Desta forma, levando-se em consideração que o que se propõe é a


alternância de residências, onde cada genitor que se encontra na companhia do
menor arcará com suas despesas, e observando que os próprios genitores expressam
desejo de isenção mútua de obrigação alimentar, ante a divisão de deveres e custos
da menor, mostra-se desnecessária a fixação de alimentos à menor.
Portanto, requer-se seja dispensada a responsabilidade de pagamento de
obrigação alimentar à menor.

IV. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO (Carol)

Conforme dispõe o art. 319, inc. VII, do Código de Processo Civil, vem a
parte ré informar que possui interesse na audiência de conciliação ou mediação.

V. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, a parte ré requer:

a) a concessão do benefício da gratuidade de justiça, nos termos do


art. 5º, inc. LXXIV, da Constituição Federal e arts. 98 e 99 do Código de
Processo Civil;

b) audiência de conciliação ou mediação, conforme dispõe o art. 319,


UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Escola de Direito
Programa de Práticas Sociojurídicas - PRASJUR

inc. VII, do Código de Processo Civil;

c) seja deferida a guarda alternada, uma vez que está sendo aplicado
desde a separação do ex-casal e deve prevalecer o melhor interesse da
criança e a melhor situação que garanta um desenvolvimento saudável e
harmônico;

d) seja determinada a desnecessidade mútua de fixação de alimentos,


ante a alternância de residências e a divisão de custos da menor já
estipulado pelos genitores;

e) colocar pedido da partilha aqui;

Nestes termos, pede-se deferimento.

São Leopoldo/RS, 08 de março de 2022.

CAROLINA GARCIA, JÚLIA EDUARDA E JÉSSICA DAITX


Acadêmicas da Prática Jurídica I (PRASJUR)

Você também pode gostar