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MMª JUIÍZA DA VARA DE INFÂNCIA E JUVENTUDE DA

COMARCA DE CAPELINHA-MG

FRANCILEIA LOPES TRIERWEILER, brasileira, solteira, assistente


social, portadora do CPF nº 000.000.000-00 e inscrito no RG MG 000.000-00,
residente e domiciliada á Rua das Flores, nº 578, Bairro Centro, Município de
Capelinha MG, CEP: 39680-000, neste ato representada por seus advogados
AKILLYS HALBY MONTEIRO FERNANDES, OAB MG 000.000, JHENIFFER
VITÓRIA PEREIRA DA SILVA, OAB MG 000.000, KASSIA CORDEIRO
RODRIGUES, OAB MG 000,000, LAVINIA MIRANDA LIMA, OAB MG 000.000,
VALÉRIA XAVIER FERNANDES, OAB MG 000.000, ROSÂNGELA ALVES
SANTIAGO. OAB MG 000.000, com escritório situado á Rua Governador Valadares,
nº 00, Bairro Centro, Município de Capelinha – MG, CEP: 39680-000, vem
respeitosamente á Presença de Vossa Excelência, propor da melhor forma em
Direito admitida, nos termos do Estatuto da Criança e Adolescente, nos artigos 39 e
166, REQUERER:

PEDIDO DE ADOÇÃO
Das crianças JAQUELINE ARAÚJO FERNANDES, brasileira,
estudante, com nove anos de idade, nascida no dia 14/03/2014 e MATEUS
HENRIQUE ARAÚJO FERNANDES, brasileiro, estudante, com 06 anos de idade,
nascido no dia 17/08/2017, filhos de HELENA APARECIDA ARAÚJO e EZEQUIEL
PEREIRA FERNANDES, na forma e para efeitos do que dispõe da Lei 8.069/90, de
acordo com as razões de fato e de direito a seguir:

I- DOS FATOS

A Requerente FRANCILEIA LOPES TRIERWEILER, de acordo


com o Cadastro Nacional de Adoção, nº 123456789 da Comarca de Capelinha/MG,
teve conhecimento através da Casa Mamãe Dolores que as crianças estavam
disponíveis para adoção desde 18/10/2022. Devido ao interesse da Requerente em
adotar os irmãos, fez algumas visitas ao Lar para conhecer as crianças abrigadas.

JAQUELINE ARAÚJO FERNANDES E MATEUS HENRIQUE


ARAÚJO FERNANDES, foram destituídos do seu lar de origem pois estavam em
situação de abandono pelos pais, onde os mesmos são alcoólatras e, impediam as
crianças de comparecer á escola.

ABEAS CORPUS Nº 648.097 - MG (2021/0058062-0) RELATOR :


MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA IMPETRANTE : HUGO DAMASCENO TELES
E OUTROS ADVOGADOS : JOSÉ ROBERTO MOREIRA FILHO - MG067321 HUGO
DAMASCENO TELES - DF017727 FELIPE SILVA FERNANDES DE LIMA - RJ127031
SILVANA DO MONTE MOREIRA - RJ001611B ROSANA RIBEIRO DA SILVA - SP145660
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS PACIENTE : V
Y B DA F - MENOR IMPÚBERE INTERES. : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE
MINAS GERAIS EMENTA INFÂNCIA E JUVENTUDE. HABEAS CORPUS. PROTEÇÃO
INTEGRAL. MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. GUARDA
PROVISÓRIA. SITUAÇÃO DE FATO. CONSOLIDAÇÃO. RISCO À INTEGRIDADE FÍSICA
E PSICOLÓGICA DA CRIANÇA. INEXISTÊNCIA. NOVA ALTERAÇÃO PROVISÓRIA.
ILEGALIDADE.
1. No exame de demandas envolvendo interesses de crianças e de
adolescentes deve ser eleita solução da qual resulte maior conformação aos princípios
norteadores do Direito da Infância e da Adolescência, notadamente a proteção integral e,
sobretudo, o melhor interesse dos infantes, derivados da prioridade absoluta apregoada pelo
artigo 227, caput, da Constituição Federal: 2. "Salvo no caso de evidente risco físico ou
psíquico ao menor, não se pode conceber que o acolhimento institucional ou acolhimento
familiar temporário, em detrimento da manutenção da criança no lar que tem como seu,
traduza-se como o melhor interesse do infante. (...) Ressalvada a existência de situações de
evidente risco para os menores, nos processos em que haja disputa pela custódia física de
uma criança, devem ser evitadas determinações judiciais de alterações de guarda e,
consequentemente, de residência das crianças ou adolescentes, para preservá-las dos
fluxos e refluxos processuais. (...)" (AgRg na MC 18.329/SC, Rel. p/ Acórdão Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 20/09/2011, DJe 28/11/2011).

3. No caso concreto, a situação de fato retratada nos autos impõe


reconhecer que o convívio entre a criança e seus guardiões, por largo espaço de tempo ?
mais de seis (6) anos, mercê de evidente ineficiência do sistema protetivo estatal ? e sob a
forma de relação familiar sedimentou o liame afetivo, conquanto inicialmente estabelecido
sob condição de precariedade, porém agora consolidado como vínculo parental, com
especial proteção do Estado à luz do que dispõe o artigo 226 da Lei Fundamental.

4. Ordem concedida.

ACÓRDÃO

A Quarta Turma, por unanimidade, concedeu a ordem de Habeas Corpus,


nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Marco Buzzi (Presidente), Luis
Felipe Salomão, Raul Araújo e Maria Isabel Gallotti votaram com o Sr. Ministro Relator.
Dr(a). HUGO DAMASCENO TELES (Sou o próprio impetrante e, na condição de advogado,
atuo em nome próprio), pela parte IMPETRANTE: HUGO DAMASCENO TELES Dr(a).
HUGO DAMASCENO TELES (Sou o próprio impetrante e, na condição de advogado, atuo
em nome próprio), pela parte PACIENTE: V Y B DA F Dr(a). JOSÉ ROBERTO MOREIRA
FILHO, pela parte PACIENTE: V Y B DA F. Brasília-DF, 15 de junho de 2021 (Data do
Julgamento) Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA Relator.

Destarte que, os adotados são irmãos e a adoção dupla seria


preferencial, uma vez que, além de já terem passado por pelo transtorno de serem
retirados do seu lar de origem, separá-los aumentaria os traumas que eles já
sofreram.

A Requerente, que há 12 anos trabalha voluntariamente em um


projeto que acolhe crianças em situação de vulnerabilidade, manifestou interesse em
adotar os irmãos, uma vez que, com o passar das visitas e com o surgimento de
afeto entre eles um vínculo foi criado.

II- DA ADOÇÃO

Sobre adoção, o Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 39 dispõe


que “adoção é medida excepcional e irrevogável, á qual se deve recorrer apenas
quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família
natural ou extensa”. Desta forma, fica comprovado que as crianças em tela, com as
circunstâncias fáticas apresentadas não estavam sob nenhum cuidado da família
natural ou extensa e muito menos que as tentativas de reinserção na família
biológica tenham sido bem-sucedidas, restando apenas as crianças a opção de
serem inclusas no Cadastro Nacional de Adoção, para que fossem adotadas,
evitando que as mesmas passem sua infância em um obrigo sendo impossibilitas de
conviverem em um lar onde possam receber todos os cuidados devidos a uma
criança.

Sabe-se que na atualidade, uma criança maior de oito anos, tem sua perspectiva
de ser adotada por uma família bruscamente reduzido a cada ano que passa, e
quando uma criança de nove anos tem a possibilidade de ter um lar com amor e
afeto, deve se assegurar que a mesma seja concretizada.

Observa-se que o artigo 166 do ECA prevê:


Se os pais forem falecidos, tiverem sidos
destituídos ou suspensos do poder familiar, ou
houverem aderido expressamente ao pedido de
colocação em família substituta, este poderá ser
formulado diretamente em cartório, em petição
assinada pelos próprios requerentes, dispensada a
assistência de advogados.

A adoção dos irmãos pela Requerente FRANCILEIA LOPES TRIERWEILER é a


única oportunidade que eles tenham um lar com amor, respeito, carinho e todas as
possibilidades de um desenvolvimento saudável e respeito a sua dignidade e
integridade.

De acordo com os estudos sociais realizados pela Assistência Social da


Comarca de Capelinha- MG e pelo vínculo afetivo criado pela Requerente e
Adotados, constatou-se que o melhor a se fazer pelas crianças é conceder a Adoção
á Requerente, pois a mesma apresenta as qualificações necessárias para que haja
a adoção.

III- DOS PEDIDOS

Diante do exposto e frente á Legislação pertinente, REQUER á


Vossa Excelência:

a) Seja deferido o pedido de ADOÇÃO PLENA dos menores, obrigando a


Requerente, pela assistência moral educacional, material e emocional do
mesmo, nos termos do artigo 4º e parágrafo da Lei 8.069/90, como se filho
legítimo fosse e passará a ser;
b) Requerem também a notificação do digno representante do Ministério Público,
para manifestação acerca do pedido em questão;

c) Requer, no caso de sentença favorável, a expedição do competente mandado


judicial determinando o cancelamento da inscrição do Registro Civil atual,
lavrando-se novo registro constando o nome e a filiação da Adotante,
conforme os ditames do artigo 47 da Lei 8069/90.

d) Requer a concessão dos benefícios da justiça gratuita, por ser a autora pobre
em sentido legal, conforme os preceitos do artigo 5º, LXXIV da Constituição
Federal e artigo 98 do Código de Processo Civil e declaração de
hipossuficiência.

e) Atribui-se á causa o valor de R$ 1320,00 (um mil trezentos e vinte reais).

Nesses termos, pede deferimento.

Capelinha, 21 de novembro de 2023.

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