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Faculdade de ciências jurídicas e sociais

Autoridade Reguladora da Concorrência

02/02/2022
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Nome: Márcia Garcia Gunza
Nº33442
Curso: Direito
Disciplina: Direito da Regulação Pública da Economia
Turno: Manhã
Ano:4º

Docente
__________

2
ÍNDICE
Introdução........................................................................................................................ 4

Conceito e Natureza…………. …………………………………………………………5

Âmbito de Actuação e Objectivos………………………………………………………6

Regime Jurídico e Atribuições………………………………………………………….6

Poderes e Deves…………………………………………………………………………7

Estrutura Orgânica………………………………………………………………………8

Conclsão ………………………………………………………………………………9

Bibliografia…………………………………………………………………………….10

3
INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por escopo uma análise mitigada da Autoridade


Reguladora da Concorrência enquanto ente que tem como missão assegurar a aplicação
correcta da política da concorrência em Angola. A escolha do tema de pesquisa se deu
em razão da relevância do assunto relatado, posto que apesar de amplamente discutido e
analisado em outros trabalho, sempre se faz conveniente examiná-lo. O estudo, aqui
apresentado, traz a conceitualização de Autoridade Reguladora da Concorrência, seu
Âmbito de Actuação, Objectivos, Regime Jurídico, Atribuições, bem como outros
assuntos que serão desenvolvidos ao longo do trabalho.

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CONCEITO E NATUREZA

Concorrência é a rivalidade que ocorre entre dois ou mais produtores, empresas,


entre outros, que desejam vender seus artigos de mesma classe. A concorrência é
definida pela lei 5\18 de 10 de Maio como a existência de empresas, independentes
entre si, que exerçam a mesma actividade e compitam umas com as outras, em
igualdade de circunstância, para atrair clientela. Cada empresa está interessada em fazer
o possível para ser o preferido pelo consumidor, que, por sua vez, deseja ter suas
necessidades supridas. Para a evitar a arbitrariedade e a utilização de meios ilícitos por
parte das empresas com o intuito de atrair mais clientela foi necessário criar uma
Autoridade Reguladora da Concorrência em Angola. A Constituição da República de
Angola, aprovada em 2010 consagrou a sã concorrência como um dos principios
fundamentais da organização económica financeira e fiscal do Estado. Em 2018 foram
aprovados o Regulamento da Lei da Concorrência e o Estatuto Orgânico da Autoridade
Reguladora da Concorrência1 (ARC). Neste ano foi alcançado um marco histórico na
economia nacional tendo sido introduzido pela vez no ordenamento jurídico angolano,
um sistema de defesa da concorrência visando propiciar a inserção das micro, pequena e
médias empresas na plataforma comercial do país e fomenta a competitividade entre os
agentes. A ARC é a entidade responsável pela detenção, investigação e punição das
práticas lesivas da concorrência também designadas de práticas restritivas da
concorrência, no sentido de preservar os princípios da economia de mercado, da livre
iniciativa e da sã concorrência, nos termos da lei n5\18, de 10 de Maio, Lei da
Concorrêcia, constituem práticas lesivas a concorrência independente de culpa, o abuso
de posição dominante, o abuso de dependência económica e acordos colectivos
proibidos entre empresas verticais e horizontais. Diante de tais práticas restritivas da
concorrência, a ARC pode, por via de investigação oficiosa ou em consequência de uma
denuncia, realisar diligências preliminares para apurar se existem indícios de práticas
restritivas ou não. Caso se confirmem fortes indícios de prática restritivas, a ARC
procede a abertura de inquerito, comunicando as partes visadas enquanto promove
diligências de investigação que culminam com a apresentação do relatório final e, caso
existam evidências de ilicitude, dá-se início à instrução do processo sancionatório. Por
outro lado, caos não se confirme a existência de indícios de ilicitude, é arquivado o
processo, após comunicação ao denunciante.

A ARC é um órgão de Direito Público enquadrado nos institutos públicos do


sector económico ou produtivo, oficialmente instituída a 21 de Dezembro de 2018, a
quem compete garantir a observância e o respeito pelas regras da concorrência nos
sectores público, privado, corporativo e associativo, com vista ao funcionamento
eficiente e equilibrado dos mercados, afectação óptima dos recursos e a proteção dos
interesses dos consumidores nos termos combinados do nº1 do artigo 1º do Decreto

1
Também designada de ARC, designação que de agora em diante usaremos ao longo do trabalho.

5
Presidencial nº 313/18 de 21 de Dezembro2 e do artigo 4º da leinº5/18 de 10 de Maio. A
ARC é uma pessoa colectiva de direito público, dotada de personalidade e capacidade
jurídica, autonomia administrativa, financeira, patrimonial e regulamentar e está sujeita
a superintendência do Presidente da República, enquanto Titular do Poder Executivo,
através do Departamento Ministerial responsável Pelas Finanças Públicas Art. 1º, nº 2 e
Art.3º do Decreto Presidencial nº 313/18 de 21 de Dezembro.

ÂMBITO DE ACTUACÇÃO E OBEJECTIVOS

A actuação da ARC abrange todas actividades económicas, temporárias ou


permanentes, exercidas no território angolano ou que nele produzam ou possam
produzir efeitos, que sejam praticados por empresas privadas ou públicas, entidades em
unidades económicas, cooperativas ou associações profissionais nos termos do Artigo 2º
e 4º da lei 5/18 de 10 de Maio.

A ARC tem como objectivo assegurar a aplicação da política da concorrência


em conformidade com os imperativos decorrentes da Constituição da República de
Angola (CRA), em absoluto respeito pelo princípio da economia de mercado e da sã
concorrência, tendo em vista o incremento da cultura da concorrência na economia
angolana, o funcionamento eficiente dos mercados e o prosseguimento do maior
beneficio para os consumidores.

REGIME JURÍDICO E ATRIBUIÇÕES

A ARC rege-se pelas disposições da lei nº5/18 de 10 de Maio (Lei da


concorrência) e suas normas regulamentares, pelo Decreto Presidencial nº313/18 de 21
Dezembro* (Estatuto Orgânico da Autoridade Reguladora da Concorrência), pelas
regras de organização e funcionamento dos institutos públicos e demais legislações
aplicáveis.

As atribuições da ARC estão plasmadas no art.6º do Decreto Presidencial


nº313/18 de 21 Dezembro, das quais citaremos algumas: Velar pelo cumprimento das
leis, regulamentos e decisões destinados a promover a defesa da concorrência; Definir,
coordenar e executar a gestão das políticas de regulação de mercados e de concorrência,
de forma a promover a eficiência, o bem-estar do consumidor e o desenvolvimento

2
Alterado pelo artigo 1 º Decreto Presidencial n 110\19 de 16 de Abril, que afastou das competências da
ARC a supervisão da formação de preços nos sectores públicos, privados, associativo e coorporativo.

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económico;Fomentar a adopção de práticas que promovam a concorrência e a
generalização de uma cultura de concorrência junto dos agentes económicos e do
público em geral;

PODERES E DEVERES

Para o cumprimento das suas atribuições a ARC dispõe de poderes de


regulamentação, supervisão e sancionatórios. No âmbito do seu poder de
regulamentação a ARC deve, entre outras, tomar as seguintes acções: aperfeiçoamento
das regras práticas da concorrência, emissão de instruções e directivas de defesa e
promoção de defesa e promoção da concorrência, bem como melhorar a legislação que
regula a concorrência; No âmbito do seu pode de supervisão a ARC pode: identificar e
investigar práticas que possam violar as normas da concorrência, decidir sobre actos de
concentração de empresas, realizar investigações, inspecções, inquéritos, e auditorias
em matéria de concorrência; No âmbito do seu pode sancionatório, a ARC pode: aplicar
medidas de correcção e sanção pela violação das normas da concorrência, cobrar e
aplicar as multas resultantes da violação das normas da concorrência, bem como instruir
todos os processos relativos à aplicação de medidas correctivas, multas e outras sanções,
nos termos do artigo 7º do Decreto Presidencial nº 313/18 de 21 de Dezembro.

Quantos aos seus deveres, a ARC deve observar princípios claros, definidos em
termos a regulamentar visando salvaguardar os direitos das empresas à manutenção do
ambiente de confiança e à responsabilidade (nos termos dos art 8º,9º,10º,11º,12ºe 13º do
Decreto Presidencial nº 313/18 de 21 de Dezembro), designadamente no que concerne:

a) Ao dever de fundamentação: a ARC deve fundamentar as suas decisões


indicando a base jurídico-legal, a apreciação dos factos juridicamente
relevantes, para a demonstração da existência da infração, a punibilidade
ou não punibilidade do visado pelo processo, bem como a determinação
da sanção aplicável e a medida da multa;
b) Ao dever de informação: no exercício do seu dever de informação a ARC
deve publicar no portal da ARC, na área de acesso público, a informação
que considere pertinente, qualificada e relevante, no domínio da
concorrência especialmente as decisões, em formato não confidencial,
dos actos de concentração e investigação sobre práticas restritivas, bem

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como estudos económicos, memorandos e dissertações que tenham por
objecto matérias de mercado e concorrência;
c) Dever de cooperação: os órgãos da administração pública central e local,
directa e indirecta, devem cooperar com a ARC para prossecução das
atribuições acometidas no Decreto Presidencial nº 313/18 de 21 de
Dezembro.
d) Dever de reserva: os membros do Conselho de Administração não
podem fazer declarações ou comentários sobre processos em curso, ou
questões concretas relativas a entidades que tenham intervenção nestes
processos, salvo para a defesa da honra, ou para a realização de outro
interesse legítimo.
e) A política de diálogo, instrução e responsabilidade;
f) As garantias de proteção do segredo de negócio e a responsabilização dos
agentes que o violem.

ESTRUTURA ORGÂNICA

Nos termos do artigo 14º e seguintes do Decreto Presidencial nº 313/18 de 21 de


Dezembro ARC é constituída por órgãos e serviços, nomeadamente:

-Conselho de Administração: é um órgão colegial ao qual compete deliberar


sobre a definição e implementação da actividade reguladora da ARC no âmbito das
matérias ligadas a concorrência e a gestão administrativa, financeira e patrimonial3.
Conselho Fiscal: é o órgão de controle e fiscalização interna ao qual cabe analisar e
emitir parecer de índole económico-financeira e patrimonial sobre a actividade da ARC.
Serviços executivos, compostos pelos seguintes departamentos: Departamento de
Controle de Concentração, Departamento de Investigação de Condutas, Departamento
de Estudos e Acompanhamento de Mercado, Departamento Jurídico e do Contencioso.-
Serviços de Apoio Agrupados, compostos pelos seguintes departamentos: Departamento
de Apoio ao Conselho de Administração, Departamento de Recursos Humanos e das
Tecnologias de Informação. Os Serviço Executivos de Apoio da são dirigidos por
chefes de departamento. A estrutura dos serviços locais da ARC compreende
Departamentos Provinciais estruturados internamente por duas secções.

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O artigo 15º do Decreto Presidencial 313/18 que define o conselho de Administração foi alterado pelo
artigo 5º do Decreto Presidencial 110/19.

8
CONCLUSÃO

Com a elaboração deste trabalho, podemos concluir que a ARC é uma pessoa
colectiva de direito público, dotada de personalidade e capacidade jurídica, autonomia
administrativa, financeira, patrimonial e regulamentar e está sujeita a superintendência
do Presidente da República, enquanto Titular do Poder Executivo, através do
Departamento Ministerial responsável Pelas Finanças Públicas, a quem compete
garantir a observância e o respeito pelas regras da concorrência nos sectores público,
privado, corporativo e associativo, com vista ao funcionamento eficiente e equilibrado
dos mercados, afectação óptima dos recursos e a proteção dos interesses dos
consumidores. A ARC tem um Estatuto Orgânico próprio, regulado no Decreto
Presidencial 313/18 de 21 de Dezembro, onde estão definidos a sua Natureza, Âmbito
de Actuação, competência, Regime Jurídico, Atribuições, Poderes e Deves, Estrutura
Orgânica.

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BIBLIOGRAFIA

Decreto Presidencial n 110\19 de 16 de Abril, Decreto que Altera o Estatuto Orgânico


da Autoridade Reguladora da Concorrência

Lei 5\18 de 10 de Maio, Lei da Concorrência

Decreto presidencial 313\18 de 21 de Dezembro, Estatuto Orgânico da Autoridade


Reguladora da Concorrência

Decreto presidencial n 240\18 de 12 de Outubro, Regulamento da Lei da Concorrência

www.arc.minif.gov.ao

Constituição da República de Angola

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