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APOSTILA

SOBRE
NOÇÕES BÁSICAS DE LICITAÇÃO

Secretaria da Administração – SAEB


Coordenação Central de Licitação – CCL
Coordenação de Normatização e Orientação – CNO
Coordenação de Atualização e Aperfeiçoamento em Licitação – CAAL

2020
1. OBJETIVO DO CURSO

Disseminar entre os servidores públicos noções de licitação, quais sejam: conceito, aplicações, procedimentos,
modalidades e tipos, além das atribuições e responsabilidades dos atores envolvidos e conhecimentos básicos
relacionados às Leis aplicadas ao tema.

2. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

• Constituição Federal de 1988;


• Lei de Responsabilidade Fiscal;
• Lei Federal nº 10.520/2002;
• Lei Federal nº 8.666/1993;
• Lei Complementar Federal nº 123/2006;
• Decreto Federal nº 10.024/2019
• Lei Estadual nº 9.433/2005;
• Lei Estadual nº 11.619/2009;
• Decreto Estadual nº 15.839/2015;
• Decreto Estadual nº 18.489/2018;
• Decreto Estadual nº 19.896/2020;
• Decreto Estadual nº 19.898/2020.

3. LICITAÇÃO

3.1. Conceito

Licitação é o procedimento administrativo composto de atos sequenciais, ordenados e interdependentes, mediante os


quais a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse, devendo ser
conduzida em estrita conformidade com a lei, com os princípios constitucionais e aqueles que lhes são correlatos.
Conforme dispõe o inciso XXI, do art. 37, da Constituição Federal de 1988, a licitação é obrigatória para todas as
entidades públicas, autárquicas, fundacionais e igualmente, para as paraestatais, sendo dispensada apenas nos casos
previstos em lei.

O princípio de licitar está intimamente ligado aos princípios da indisponibilidade e supremacia do interesse público que
são princípios norteadores da atividade estatal. O fato de ter sido alçado ao status de princípio constitucional é de
extrema importância para a análise do procedimento licitatório dentro do ordenamento jurídico.

4. PRINCÍPIOS QUE NORTEIAM O PROCESSO LICITATÓRIO

O art. 3º da Lei 9.433/2005 (Lei de Licitações e Contratos do Estado da Bahia) ressalta que, a licitação destina-se a
garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a
Administração, com a observância dos princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
igualdade, da publicidade, da eficiência, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos. Vejamos cada um deles.

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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

4.1. Legalidade

Na licitação desenvolvem-se atividades vinculadas, submetidas estritamente aos limites previstos na lei. A lei
descreve de forma meticulosa os atos a serem praticados, reduzindo o poder decisório do administrador ao mínimo.

Segundo o princípio da legalidade, a Administração Pública só pode fazer o que a lei permite, diferente do que
acontece no âmbito das relações privadas nas quais há a prevalência da autonomia da vontade, facultando-se, aos
particulares, a liberdade para fazer tudo o que a lei não proíbe. Essas prescrições decorrem não só da Lei, mas
também do Edital.

4.2. Impessoalidade Igualdade/Isonomia

É a espinha dorsal da licitação. A observância do princípio da igualdade leva à impessoalidade. Proíbe-se a


discriminação de qualquer interessado, devendo sua escolha ser impessoal, pois todos são iguais. O Administrador
Público deve agir em defesa dos interesses públicos da coletividade e nunca em seu interesse pessoal ou de apenas
alguns a quem pretenda favorecer, devendo zelar para que todos os participantes da licitação concorram em
igualdade de condições.

4.3. Moralidade

O Princípio da Moralidade constitui pressuposto básico para a validade dos atos administrativos. Trata-se de uma
moral jurídica, não de uma moral comum. Ao legal, deve ser agregado o honesto e o conveniente aos interesses
sociais e coletivos.

4.4. Publicidade

A licitação não é sigilosa, sendo públicos e acessíveis todos os atos de seu procedimento. A ampla publicidade da
licitação, objetiva permitir o conhecimento dos atos praticados, dando abertura para questionamento dos seus
diversos aspectos. Ela se inicia com a notícia de sua abertura, com a publicação do edital, até a publicação do
resultado, incluindo-se, ainda, o exame da documentação e das propostas pelos interessados, e o fornecimento de
certidões de quaisquer peças, pareceres ou decisões com elas relacionadas.

A publicidade deve ser feita na Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração Pública, sendo para a
União, o Diário Oficial da União (DOU) e, para os Estados, DF e para os Municípios, o que for definido nas respectivas
leis. No caso da Bahia: Diário Oficial do Estado (DOE) e na internet através do site: www.comprasnet.ba.gov.br e jornal
de grande circulação quando for o caso.

4.5. Eficiência

Foi inserido através da Emenda Constitucional nº 19/1998 e consiste no resultado positivo das licitações.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS

4.6 Igualdade/Isonomia

Deriva da CF, art. 37, XXI. A administração deve zelar para que haja igualdade de condições entre todos os
concorrentes; Condição indispensável da existência de competição.

4.7 Ampla competitividade

Visa promover a participação, dando condições ao maior número de licitantes possível.

4.8 Vinculação ao InstrumentoConvocatório

Princípio básico de toda licitação, segundo o qual o edital deve ser elaborado de acordo com o objeto a ser licitado,
ficando o Administrador e os licitantes vinculados aos critérios nele estabelecidos, quanto ao procedimento, às
propostas, à documentação, ao julgamento e ao contrato. De acordo com o art. 90, da Lei nº 9.433/2005, a
Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. Dessa
forma, pode-se dizer que o edital é a lei interna dalicitação.

4.9 Julgamento Objetivo

O julgamento objetivo decorre da observância do princípio da legalidade. Deve o julgamento ficar adstrito às normas
fixadas no edital (arts. 91 a 97 da Lei de Licitações), possibilitando a aferição pelos licitantes e pelos órgãos
competentes para o controle administrativo.
Em respeito a este princípio, é proibido o agente público avaliar as propostas, segundo critérios subjetivos não
estabelecidos no instrumento convocatório, desconsiderando-se qualquer oferta de vantagem não prevista no edital,
sendo vedada, ainda, a aceitação de propostas que apresentem preços irrisórios, incompatíveis com os praticados no
mercado.

4.10 Adjudicação compulsória aovencedor

Princípio imprescindível e indispensável no procedimento licitatório, este princípio assevera que, vencida a licitação,
nasce para o vencedor o direito subjetivo à adjudicação, isto é, a atribuição de seu objeto a quem venceu, não sendo
possível atribuir a outrem o objeto da licitação. Este princípio veda também que seja aberto outro processo licitatório
com o mesmo objeto, enquanto válida a adjudicação anterior. Entretanto, o direito do vencedor limita-se à adjudicação
e não ao contrato imediato uma vez que a Administração Pública pode, de forma lícita, revogar ou anular o
procedimento, ou ainda adiar o contrato, desde que ocorram motivos para tal. O que não é permitido é a contratação
de outrem enquanto válida a adjudicação.

4.11 ProbidadeAdministrativa

Merece especial destaque o princípio da Probidade Administrativa, que é um dever geral de todo administrador
público. A conduta dos licitantes e dos agentes públicos tem de ser, além de lícita, compatível com a moral, a ética, os
bons costumes e as regras da boa administração.

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4.12 Razoabilidade

Consiste em agir com bom senso, prudência, moderação, tomar atitudes adequadas e coerentes, levando-se em conta
a relação de proporcionalidade entre os meios empregados e a finalidade a ser alcançada, bem como, as
circunstâncias que envolvem a pratica do ato.

PRINCÍPIOS CORRELATOS

Pode-se arrolar entre os princípios correlatos, o que assegura a participação da sociedade na fiscalização das
licitações. A Lei de Licitações assegura a qualquer cidadão amplo direito ao acompanhamento, vigilância e
participação do procedimento licitatório, bem como à representação contra eventuais irregularidades que chegarem
ao seu conhecimento, desde quando não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos. (Art. 5º
da Lei 9.433/2005)

5. FASES DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

O processo licitatório possui duas fases distintas: a Interna e a Externa.

5.1 Fase Interna

A Fase Interna é a preparatória do procedimento licitatório, na qual se desenvolvem os atos iniciais, como a definição
do objeto, os preparatórios da convocação, as regras do desenvolvimento do certame e da futura contratação.

Esta fase é procedida internamente pela Administração Pública sem a participação efetiva de licitantes interessados.
Portanto, durante a Fase Interna da licitação, a Administração terá a oportunidade de corrigir as falhas porventura
verificadas no procedimento, sem precisar anular atos praticados. Exemplo: inobservância de dispositivos legais,
estabelecimento de condições restritivas, ausência de informações necessárias, entre outrasfaltas.

A Fase Interna do procedimento relativo às licitações públicas observará à seguinte sequência de atos preparatórios:

• Solicitação expressa do setor requisitante interessado, com indicação de sua necessidade;


• Elaboração do termo de referência, ou projeto básico, obrigatório em caso de obras e serviços;
• Definição da modalidade e do tipo de licitação a serem adotados;
• Estimativa do valor da contratação, mediante comprovada pesquisa de mercado, ou preços fixados pela
Administração;
• Indicação de recursos orçamentários para fazer face à despesa;
• Verificação da adequação orçamentária e financeira, em conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal -
LRF, quando for o caso;
• Aprovação da autoridade competente para início do processo licitatório, devidamente motivada e analisada
sob a ótica da oportunidade, conveniência e relevância para o interesse público;
• Portaria de designação da Comissão ou Pregoeiro/Equipe de Apoio;
• Publicação do Processo Licitatório.

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5.1.1 Construção da Fase Interna do Processo Licitatório

Segundo o artigo 30 da Lei 9.433/05, nenhuma compra poderá ser efetuada sem a adequada caracterização de seu
objeto e a indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade
de quem lhe tiver dado causa. Para proceder a uma compra inicia-se sempre com a requisição do setor interessado,
devendo o pedido conter a descrição do objeto de maneira clara e precisa, a fim de assegurar o princípio da isonomia
do processo licitatório. Deverão constar da abertura do processo, os seguintes documentos:

a) Solicitação/Requisição do Objeto

É sempre a partir da necessidade, manifestada e justificada pelo agente público, através da solicitação/requisição do
objeto, que a Administração inicia o processo com vistas à futura contratação. O atendimento do referido requisito se
faz pela resposta às seguintes perguntas:

Por que precisa?Qual o consumo previsto? Qual quantidade precisa? Como vai executar?

b) Descrição do Objeto

O sucesso do processo licitatório está na capacidade de definir claramente e de forma precisa o objeto a ser
adquirido, não se admitindo a restrição injustificada que possa vir a afetar o princípio basilar da licitação. Deve-se
buscar preservar a isonomia dos licitantes; dirigindo a licitação para a qualidade, não aceitando qualquer produto.
Lançar mão de boas práticas trará rotinas que simplificam processos, como amostras, padronização e especificação.
Lembrando sempre que todos os atos devem ser motivados, demonstrando a legalidade e regularidade dos atos
praticados.

Para definir o objeto da licitação, o administrador deve estar atento às peculiaridades do objeto e às diferentes
exigências da Lei de Licitações e Contratos Administrativos, na contratação de obras, serviços oucompras.

No caso de execução de obras e prestação de serviços, as licitações somente poderão ser realizadas quando
houver projeto básico devidamente autorizado pela autoridade competente e disponível para os interessados em
participar do processo licitatório.

c) Avaliação do custo pela Administração diante de Orçamento Detalhado

Valor estimado da contratação, calculado pela média aritmética dos valores apontados nas cotações de preço do
mercado, realizadas junto, a pelo menos, 03 (três) empresas ou preços publicados pela Administração.

As cotações devem ser solicitadas com base no termo de referência, ou seja, nas mesmas condições descritas para a
contratação, e as empresas pesquisadas deverão encaminhar suas cotações com clara indicação da empresa
proponente e assinatura do responsável. Estas propostas deverão ser juntadas aoprocesso.

d) Ordenador de Despesas

Tem como propósito assegurar à autoridade competente que as despesas geradas têm correspondente previsão
orçamentária e financeira, e que, não virão a comprometer o equilíbrio fiscal do Estado.

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Com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, outras exigências foram impostas ao gestor público para
promover licitações públicas, em especial quando a despesa se referir à criação, expansão ou aperfeiçoamento de
ação governamental que acarrete aumento da despesa. Nesse caso, é condição necessária para a efetivação do
procedimento licitatório a existência de estimativa de impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva
entrar em vigor a despesa e nos dois subsequentes (compra, serviço e obra: inciso I, art. 73; obra e serviço: inciso VI,
art. 11, da Lei 9.433/05, incisos I e II, §§ 1º, 2º e 4º, art. 16, da Lei de Responsabilidade Fiscal) e da declaração do
ordenador de despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e
compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.

e) Autorização para a Abertura do Procedimento Licitatório

Uma vez atendidas às condições anteriormente expostas, é que a contratação poderá ser implementada, sendo
necessário, contudo, que a autoridade competente autorize a deflagração do certame para que dê início ao processo
de construção do ato convocatório/edital de licitações.

Vale observar que, o autorizo da autoridade competente estará, contudo, respaldado na declaração do ordenador de
despesas, responsável por manter o equilíbrio das finanças do Estado. Confirmando esta exigência, apontamos os
arts. 15 e 16, da Lei de Responsabilidade Fiscal, que definem, com precisão, as condições para a geração de despesas
pela Administração Pública.

f) Parecer da Assessoria Jurídica referente ao procedimento

O parecer jurídico, emitido pela Assessoria Jurídica, referente ao procedimento, tem como propósito assegurar que o
edital e seus anexos estejam aptos para serem publicados.

g) Designação da Comissão de Licitação ou Pregoeiro e Equipe deApoio

Ato de designação da comissão de licitação ou do pregoeiro e da respectiva equipe de apoio (art. 72, §§ 3º e 5º -
prazo de 02 anos; art. 74, inciso III; pregão: art. 111, da Lei Estadual nº 9.433/05 e art. 4, I, dos Decretos Estaduais nº
19.896/2020 e 19.898/2020).

h) Lançamentos nos Sistemas

O processo licitatório será lançado no SIMPAS (módulo licitação) e, caso seja utilizada a modalidade pregão eletrônico,
a licitação também será lançada no sistema eletrônico adotado peloEstado.

Após a verificação da regularidade do processo pela Assessoria Jurídica e os devidos lançamentos nos sistemas
mencionados, deverão ser preenchidos os campos necessários da minuta doedital.

i) Aviso de Publicação da licitação na imprensa oficial

Este ato, praticado pela comissão de licitação ou pregoeiro, determinará o início da fase externa do processo
licitatório. O aviso será emitido após receber a informação da Assessoria Jurídica de que o edital e a minuta do
contrato foram concebidos na forma da lei, estando, portanto, aptos para serem publicados.

O prazo legal para a publicidade da licitação deverá estar de acordo com a modalidade de licitação aplicada ao
processo licitatório, devendo, na contagem do prazo, ser excluído o dia do início e incluído o dia do final, conforme

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previsão do art. 210 da Lei nº. 9.433/2005.

Modalidade Tipo Prazo Mínimo


Menor Preço 05 dias úteis
Convite Técnica ou Técnica e Preço 10 dias úteis
Menor Preço 15 dias
Tomada de Preços Técnica ou Técnica e Preço 30 dias
Menor Preço 30 dias
Concorrência Técnica ou Técnica e Preço 45 dias
Pregão Menor Preço ou Maior Desconto 08 dias úteis

Os meios de divulgação estão estabelecidos nos arts. 54 e 118 da Lei n° 9.433/2005 e no art. 12,I, dos Decretos
Estaduais 19.896/2020 e 19.898/2020.

Para publicação dos avisos na modalidade pregão, observar o seguinte:

• Quando o valor estimado da contratação superar o limite máximo fixado para a modalidade tomada de preços
deverá ser publicado no Diário Oficial do Estado, no Comprasnet.ba e em jornal de grande circulação no Estado.

• Quando o valor estimado da contratação não superar esse limite deverá ser publicado no Diário Oficial do
Estado e no Comprasnet.ba.

O aviso da licitação deverá conter a indicação do local onde os interessados poderão ler e obter a íntegra do edital
publicado, bem como todas as informações acerca do procedimento licitatório.

Após a publicação do aviso da licitação na imprensa oficial, o edital de licitações não poderá ser alterado sem que
sejam novamente divulgadas essas alterações, devendo ser aberto novo prazo para realização do ato licitatório
quando essas modificações implicarem em alteração das propostas.

5.2 Fase Externa

A Fase Externa se inicia com a publicação do aviso, contendo o edital resumido ou a entrega e afixação do convite, ou,
ainda, a publicação deste, no momento em que o mercado e a sociedade passam a ter ciência do interesse da
Administração Pública em licitar determinado objeto. Para a instrução processual da fase externa, devem ser juntados
aos autos, oportunamente, os documentos previstos no art. 74 da Lei 9.433/05.

Prevê o artigo 54 da Lei 9.433/05, que os avisos contendo os resumos dos editais de licitação deverão ser
publicados, no mínimo, por 01 (uma) vez no Diário Oficial do Estado e uma ou mais vezes em jornal diário de grande
circulação no Estado e, sempre que possível, devem ser disponibilizados nos meios eletrônicos de comunicação. Cada
modalidade com os seus seguintes prazos mínimos de antecedência, até o recebimento das propostas ou realização
do evento.

Em resumo, a Fase Externa de todas as modalidades de licitação, compreende os seguintes passos, segundo a Lei
Estadual 9.433/05 (arts. 78, 91 a97):

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• Fase Convocatória: divulgação, distribuição e esclarecimentos/impugnação doedital/convite.
• Fase Classificatória: julgamento das propostas – com base em critérios objetivos depreço.
• Fase Habilitatória: julgamento dos documentos de habilitação - Lei 9.433/2005, arts. 98 a 102.
• Fase Recursal: recebimento, análise edecisão.
• Fases Homologatória e Adjudicatória (no pregão é o contrário!): ratificação atospraticados.

6. MODALIDADES DE LICITAÇÃO

A Lei nº 9.433/2005 estabelece no art. 50, 06 (seis) modalidades licitatórias: concorrência, tomada de preços,
convite, pregão, concurso e leilão. Neste elenco, a Lei Estadual acrescentou o Pregãoao seu rol, como a sexta
modalidade de licitação, introduzida, na esfera federal, pela Lei 10.520/2002.

Vale ressaltar que a licitação na modalidade Pregão, em sua forma eletrônica, foi regulamentada na esfera federal
através do Decreto nº 10.024/2019 e na esfera estadual através do Decreto nº 19.896/2020. Já a licitação na
modalidade pregão, em sessão pública presencial, foi regulamentada na esfera estadual através do Decreto nº
19.898/2020.

6.1 Convite

É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e
convidados em número mínimo de 03 (três), pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do
instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade.

O Convite será empregado para as contratações de pequeno vulto e foi definido pelo § 3º do art. 50 da Lei nº
9.433/05.

Será obrigatória a afixação do instrumento convocatório do convite, por cópia, em local apropriado para
conhecimento de todos e sua publicação na imprensa oficial.

Vale ressaltar que, havendo na praça mais de 03 (três) possíveis interessados, a cada novo convite realizado para
objeto idêntico ou assemelhado é obrigatória a convocação de, no mínimo, um novo interessado, enquanto existirem
cadastrados não-convidados nas últimas licitações, como dispõe o § 8º do art. 50 da Lei Estadual de Licitações.

O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou realização do evento será de 05 (cinco) dias úteis quando a
licitação for do tipo “menor preço” e 10 (dez) dias úteis para licitações do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”.

Limite de valores definidos pelo Decreto Estadual nº 18.489/2018:

• Compras e serviços até R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis milreais);


• Obras e serviços de engenharia até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta milreais).

6.2 Tomada de Preços

É a modalidade de licitação entre interessados cadastrados ou não, desde que comprovem perante a comissão, na
data e hora da abertura da licitação, que atendem a todas as condições exigidas no edital para habilitação, observada
a necessária qualificação e permitida à exigência de documentação comprobatória da capacidade técnica e
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operacional específica do licitante. A acepção desta modalidade foi prevista pelo § 2º da Lei Baiana deLicitações.

O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou realização do evento será de 15 (quinze) dias corridos, para
licitação do tipo "menor preço" e de 30 (trinta) dias corridos, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou
"técnica e preço".

Limite de valores definidos pelo Decreto Estadual nº 18.489/2018:

• Compras e serviços até R$ 1.430.000,00 (um milhão e quatrocentos e trinta milreais);


• Obras e serviços de engenharia até R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos milreais).

6.3 Concorrência

É a modalidade de licitação que se faz pelo chamamento universal de quaisquer interessados que comprovem possuir
os requisitos mínimos de qualificação exigidos no Edital para a execução de seu objeto. É utilizada para contratações
de grande vulto e de maior complexidade técnica.

Adota-se a Concorrência para compra de bens imóveis, para concessões de direito real de uso e para os registros de
preços (conforme previsão dos arts. 33, no § 2º e 53 da Lei nº 9.433/05), devendo também ser utilizada para a
alienação de bens móveis ou imóveis, quando a Administração não optar pelo leilão público, sendo que, para a
alienação de bens imóveis dependerá da autorização prévia da Assembléia Legislativa, exceto quando a aquisição haja
derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento (vide inc. I do art. 34 do mesmo diploma
supramencionado).

O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou realização do evento será de 30 (trinta) dias para licitação do
tipo "menor preço" e 45 (quarenta e cinco) dias, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de
empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço".

Limite de valores definidos pelo Decreto Estadual nº 18.489/2018:

• Compras e serviços acima de R$ 1.430.000,00 (um milhão e quatrocentos e trinta milreais);


• Obras e serviços de engenharia acima de R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos milreais).

6.4 Concurso

É a modalidade de licitação que se faz pela convocação de quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico,
científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios
constantes de regulamento próprio, ressalvados os casos de inexigibilidade.

A Lei Baiana de Licitações define esta modalidade licitatória no § 5º do art. 50, estabelecendo ainda no § 7º do art. 72
que no Concurso, o julgamento é realizado por comissão especial, composta por pessoas de reputação ilibada e
reconhecido conhecimento acerca da matéria em questão, servidores públicos ou não. O prazo mínimo até o
recebimento das propostas ou realização do evento será de 45 (quarenta e cinco) dias.

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6.5 Leilão

É a modalidade de licitação utilizada para a venda de bens móveis ou de produtos legalmente apreendidos ou
penhorados, ou para alienação de bens imóveis, nos termos da Lei nº 9.433/05, a quem oferecer o maior lance, igual
ou superior ao valor da avaliação, efetuado em sessão presencial ou eletrônica, conforme conceitua o § 6º do art. 50
da referida Lei.

O Leilão poderá ser realizado por leiloeiro oficial ou servidor designado pela Administração (vide art. 52 da Lei nº
9.433/05 acerca do processamento do Leilão). O prazo mínimo até o recebimento das propostas será de 15 (quinze)
dias.

6.6 Pregão

É a modalidade de licitação para aquisição de bens e contratação deserviços comuns, incluídos os serviços comuns de
engenharia, qualquer que seja o valor estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio
de propostas escritas e lances verbais em uma única sessão pública (Pregão Presencial) ou por meio de utilização de
recursos de tecnologia da informação (Pregão Eletrônico).

A licitação na modalidade pregão não se aplica às contratações de obras de engenharia, bem como às locações
imobiliárias e alienações em geral.

O prazo fixado, para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a 08
(oito) dias úteis.

7. TIPOS DE LICITAÇÃO

O art. 57 da Lei nº 9.433/05, define os tipos de licitação que se referem aos critérios de julgamento das propostas
apresentadas pelos licitantes. O rol enunciado pela referida norma é taxativo, não se admitindo que o instrumento
convocatório estabeleça critérios diferentes. O edital deve instituir de forma objetiva qual o tipo de licitação que será
utilizado. São eles:

Menor Preço – Este é o tipo de licitação, cujo critério de seleção da proposta mais vantajosa para a
Administração, determina que, será vencedor o licitante, o que apresentar a proposta de acordo com as
especificações do Edital ou Convite e ofertar o menor preço. Entre os licitantes considerados qualificados, a
classificação se dará pela ordem crescente dos preçospropostos.

Maior Desconto - Na modalidade pregão, os decretos nºs 19.896/2020 e 19.898/2020 possibilitam a


utilização do critério por "maior desconto", conforme art. 7º, §1º. Nesse tipo de licitação, a Administração estipula um
preço base para o bem ou serviço a ser contratado, sagrando-se vencedor o licitante que oferecer o maior desconto
sobre esse preço base, diminuindo o valor a ser pago.

Melhor Técnica – Licitação que se destina a selecionar a proposta melhor qualificada para a execução de
uma técnica, ou a obter a melhor qualidade técnica e adequação das soluções propostas para atingir determinado fim,
e que alcance a maior valorização das propostas técnicas e valorização mínima para as propostas de preço,
permitindo a negociação das condiçõespropostas.

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Técnica e Preço – Visa à seleção da proposta que alcance a maior média ponderada das valorizações das
propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos pelo atoconvocatório.

Serão utilizados os tipos Melhor Técnica e Técnica e Preço para serviços de natureza predominantemente intelectual,
em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento, engenharia consultiva em
geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos.

Como prevê as alíneas “a” e “b”, § 2º, do art. 58 da Lei nº 9.433/05, excepcionalmente, o tipo de licitação Melhor
Técnica e Técnica e Preço poderão ser adotados, mediante autorização expressa e motivada da autoridade
competente da Administração para fornecimento de bens, execução de obras ou prestação de serviços de grande
vulto e alta complexidade tecnológica de domínio restrito ou para a adoção de soluções alternativas e variações de
execução por livre escolha dos licitantes.

Maior Lance ou Oferta – Entende-se como licitação de maior lance ou oferta a que objetiva a alienação de
bens ou concessão de direito real de uso. A alienação de bens, móveis ou imóveis, será executada através de
concorrência pública ou leilão, enquanto a concessão de direito real de uso será, obrigatoriamente, processada
através da modalidade concorrência, ambos através da utilização do tipo maior lance ou oferta.

8. RESPONSÁVEIS PELA CONDUÇÃO DA LICITAÇÃO

São responsáveis pela condução da Licitação:

Comissão de Licitação – A Administração deve criar uma comissão, permanente ou especial, com a função
de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de
licitantes. Compete à comissão permanente de licitação acompanhar todas as etapas do procedimento licitatório,
sempre em ato público previamente designado, do qual será lavrada ata circunstanciada da sessão. Conforme
disposto nos §§ 3º e 5º, do art. 72, da Lei nº 9.433/05, as comissões de licitação, permanentes ou especiais, serão
compostas por, no mínimo, 03 (três) membros, sendo pelo menos dois deles servidores qualificados, pertencentes
ao quadro permanente do órgão da Administração responsável pela licitação, não podendo a investidura dos membros
das comissões permanentes exceder a 02 (dois) anos, vedada a recondução da totalidade dos seus membros para a
mesma comissão no período subsequente. No caso de convite, a comissão de licitação poderá, excepcionalmente, nas
pequenas unidades administrativas e em caso de exiguidade do pessoal disponível, ser substituída por servidor
formalmente designado pela autoridadecompetente.

Pregoeiro(s) e Equipe de Apoio –Compete à autoridade superior do órgão, ou da entidade promotora da


licitação, designar o pregoeiro e os componentes da equipe de apoio para a condução do certame, de acordo com o
art. 4º, I dos Decretos Estaduais 19.896/2020 e 19.898/2020. O servidor ou empregado do órgão ou da entidade
promotora da licitação, que vier a ser designado como pregoeiro, deverá ter realizado capacitação específica para.
exercício de tal atribuição. No que tange à equipe de apoio, esta deverá ser integrada, em sua maioria, por servidores
ocupantes de cargo efetivo ou de emprego da Administração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente
do órgão ou da entidade promotora da licitação, competindo-lhe auxiliar o pregoeiro nas etapas do processo
licitatório. A designação para atuação como pregoeiro e/ou integrante da equipe de apoio não excederá a 02 (dois)
anos, permitidas reconduções, se demonstrada a participação em curso de capacitação, treinamento ou reciclagem
realizado pela SAEB/CCL. Os atos de designação, de revogação da designação ou de recondução deverão ser
publicados no Diário Oficial do Estado - D.O.E.

2ª Edição – Outubro/2020 12

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