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COMO CRIAR UM EDITAL LICITATÓRIO

O edital de licitação é o documento mais importante das compras e contratações pelo poder
público. Ele regulamenta como será a licitação, quem poderá participar, qual é o objeto a ser
adquirido e serve como guia durante todo o processo.
Um edital bem feito ajuda a diminuir o risco de impugnações e as chances dos licitantes terem
muitas dúvidas, o que vai ocasionar em retrabalho.
Por isso, hoje o Portal de Compras Públicas trouxe um texto pra te contar mais sobre os editais,
para que servem, o que não pode faltar em um e muito mais! Boa leitura!
No Portal de Compras Públicas, acompanhamos o comprador em todas
as etapas da licitação!
O que é um edital de licitação?
O edital de licitação é um documento emitido pelos órgãos públicos sempre que eles vão fazer
uma licitação.

Trata-se de um documento em que o poder público consigna as condições e exigências


licitatórias para a contratação de fornecimento de produtos ou para a contratação de serviços.
Ele define claramente o objeto a ser licitado, a experiência e abrangência necessárias por parte do
fornecedor do produto ou serviço a ser adquirido.
Qualquer modificação no edital exige a divulgação pela mesma forma que se deu o texto original,
reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido.
A única exceção para essa regra é quando, inquestionavelmente, a alteração não afeta a
formulação das propostas.

Qual a finalidade do edital de licitação?


O edital de licitação é o ato escrito em que são apresentadas as determinações para as compras
públicas e demais comunicados de ordem oficial.

Por isso, a sua principal finalidade é informar os interessados em vender para o governo quais
são as demandas da instituição e quais os requisitos para participar do processo licitatório.
Além disso, serve como uma forma de registro, que pode ser auditado através dos mecanismos
de transparência.
Trata-se do documento mais importante.

Quais informações o edital deve ter?


A Nova Lei de Licitações (Lei no 14.133/21) versa sobre quais informações os editais devem
conter no Art. 25. Confira:
Art. 25. O edital deverá conter o objeto da licitação e as regras relativas à convocação, ao
julgamento, à habilitação, aos recursos e às penalidades da licitação, à fiscalização e à gestão do
contrato, à entrega do objeto e às condições de pagamento.
Ou seja, o edital das licitações deve conter:
•O objeto da licitação;
•As regras relativas à convocação;
•As regras relativas ao julgamento;
•As regras relativas à habilitação;
•As regras relativas aos recursos;
•As regras relativas às penalidades da licitação;
•As regras relativas à fiscalização e à gestão do contrato;
•As regras relativas à entrega do objeto;
•As regras relativas à entrega do objeto e às condições de pagamento.

Além disso, o edital também pode possuir outros anexos, como:


•Termos de Referência;
•Projeto Básico ou Projeto Executivo;
•Minuta de Contrato;
•Modelo de Declarações e Documentos Complementares;
•Local de Entrega do Produto;
•Local da execução do serviço.
 
Como fazer um edital de licitação: Passo a Passo
Agora que você já sabe o que é o edital e para que serve, está na hora de ver um passo a passo
de como fazer um edital de licitação. Confira:
1- Faça uma apuração das informações
Apurar todas as informações é a primeira e também a última coisa que você precisa fazer antes
de liberar o documento para o público.
Então, antes de construir a estrutura do documento, é necessário que você apure quais serão os
dados que não podem faltar no documento para evitar que os interessados em participar do
processo seletivo não tenham dúvidas.
Da mesma forma, ao final da elaboração do edital, é preciso apurar todas as informações para ter
certeza de que não há nenhum tipo de erro no documento, como datas erradas, por exemplo.
2- Construa uma estrutura
Uma vez que você apurou todas as informações e sabe tudo que o edital deve conter, é hora de
pensar na estrutura do documento.
Se você já viu um edital, com certeza já percebeu que eles geralmente são divididos em tópicos
para tornar a leitura mais fluida e esclarecedora.
Além disso, ele é uma forma de fazer com que os leitores encontrem as informações de forma
mais ágil, já que as mais importantes sempre estão destacadas de alguma forma.
O importante é que você siga uma linha de raciocínio que te ajuda a elencar as informações por
relevância. Uma dica é, se preferir, reunir os tópicos primeiro e depois desenvolver cada um deles
separadamente.
3- Coloque todas as regras de participação
Como vimos nos tópicos anteriores, o edital também serve para gerir todo o processo licitatório.
Por isso, deve ter regras claras para todos os interessados.
Essa é a parte mais importante do documento. Por isso, sempre se lembre de inserir as regras de
participação, as sanções em caso de inadimplemento e as regras de conduta.
4- Não se esqueça das garantias
Além das regras do processo seletivo, você não pode se esquecer de colocar as garantias
necessárias, se for o caso do edital que você está elaborando.
As garantias são uma forma de garantir que o edital vai ser cumprido da maneira prevista mesmo
se imprevistos acontecerem.
5- Tente escrever na visão do leitor
Quando você estiver escrevendo um edital de licitação, tente fazê-lo sempre levando em
consideração a visão do leitor.
Ou seja, é necessário que você se coloque no lugar de quem está lendo para saber se tudo aquilo
que está sendo dito no texto está claro e se há espaço para dúvidas ou não.
Por isso, sempre se pergunte e se questione sobre o tipo de dúvida que pode surgir ao ler o edital
do concurso. Algo que parece óbvio para você, muitas vezes pode não ser para o leitor, então
explique.
6- Siga os princípios que regem as licitações
Por fim, a dica mais importante que o Portal de Compras Públicas pode te dar é que você sempre
siga os princípios que regem as licitações, em especial os da celeridade, da economicidade e da
conformidade.

Garantias que devem estar previstas no edital


Como vimos no tópico anterior, uma das informações mais importantes de alguns editais são as
garantias.
A Nova Lei de Licitações fala sobre isso no seu Art. 96. Confira:
Art. 96. A critério da autoridade competente, em cada caso, poderá ser exigida, mediante
previsão no edital, prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e
fornecimentos.
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia: I -
caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública emitidos sob a forma escritural,
mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo
Banco Central do Brasil, e avaliados por seus valores econômicos, conforme definido pelo
Ministério da Economia; II - seguro-garantia; III - fiança bancária emitida por banco ou
instituição financeira devidamente autorizada a operar no País pelo Banco Central do
Brasil.

Ou seja, em licitações onde as garantias contratuais sejam necessárias, os licitantes têm o direito
de escolher uma entre 3 formas: caução em dinheiro , fiança bancária ou seguro garantia.
Nessas horas, é preciso que você também fique atento ao que diz o Art. 98 da Nova Lei de
Licitações. Confira:
Art. 98. Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos, a garantia poderá ser de até
5% (cinco por cento) do valor inicial do contrato, autorizada a majoração desse percentual
para até 10% (dez por cento), desde que justificada mediante análise da complexidade
técnica e dos riscos envolvidos.
No momento em que você está escrevendo o edital, é importante que todas essas informações
fiquem bem claras no documento, pois o fornecedor pode optar por um dos três tipos de garantia
disponíveis. 
Veja a seguir quais são as diferenças entre cada uma dessas modalidades de garantia:
Caução
As cauções em dinheiro são um depósito de um percentual do valor da obra ou compra na conta
do governo para garantir que a empresa vai cumprir o que foi demandado pelo governo
contratualmente.
Esse valor varia de 5% a 10% do valor inicial da obra e, dependendo do tamanho da demanda,
pagar esse valor pode ser simplesmente impossível para diversas empresas sem que o fluxo de
caixa seja afetado.
Fiança Bancária
A fiança bancária, por outro lado, é um contrato através do qual um banco vai exercer o papel de
fiador da obra, ou seja, ele vai assumir a responsabilidade em caso de não cumprimento do
contrato assinado com o governo.
Trata-se de uma opção bem mais em conta do que a caução em dinheiro, entretanto, ela é
bastante burocrática e exige um bom histórico no banco por parte dos interessados em vender
para o poder público.
Seguro Garantia
Por fim, o seguro garantia é uma modalidade de garantir que dá proteção a execuções fiscais e
outros casos de ações judiciais que ponham em risco o patrimônio ou o fluxo financeiro de uma
empresa.
Ele cobre os possíveis prejuízos na execução de um contrato até o limite máximo expresso na
apólice. A seguradora, nesses casos, atua como garantidora das empresas contratadas pelo
poder público caso elas não cumpram com suas obrigações contratuais.
Caso a empresa vencedora da licitação, por qualquer motivo, quebre o contrato, o poder público
fica assegurado quanto a prejuízos. 

Benefícios do Seguro Garantia


Confira a seguir os benefícios de escolher o seguro garantia:
Sem custos para entidade pública
A entidade pública se protege contra eventuais gastos que possam acontecer quando exige um
seguro garantia por parte dos interessados.
Se um dos vencedores não cumprir o contrato, a entidade vai ser obrigada a contratar os serviços
do segundo colocado, que podem ser mais caros do que os primeiros colocados.

Ou seja, no fim das contas, o seguro garantia age como um mecanismo de economicidade, já
que, nesses casos, a seguradora paga a diferença entre o preço ofertado pelo ganhador original
do certame e do novo, evitando que o poder público gaste mais do que o que foi definido no
processo licitatório.
Processos agilizados
Além de evitar custos desnecessários para o governo, outro benefício do seguro garantia é que
ele é muito mais veloz do que as outras formas de garantias descritas na Nova Lei de Licitações.
A caução é mais onerosa e pode até demorar mais tempo para ser calculada. Já a fiança bancária
pode levar dias até ser autorizada pelos bancos.
Já o seguro garantia tem um processo muito mais veloz, que não depende de tantos documentos
e pode ser acionado em poucas horas.
Fácil para o licitante
Por fim, a principal vantagem do seguro garantia é que ele é mais fácil para o licitante. Todo o
processo é rápido e pode ser feito totalmente online, não demorando mais do que 15 minutos.
Além disso, as apólices são aprovadas em poucas horas, o que garante ainda mais velocidade
para o processo licitatório.
No Portal de Compras Públicas, acompanhamos você em todas as
etapas da licitação!
Conclusão
Como vimos, o edital de licitação é o documento mais importante de todo o processo licitatório,
pois nele constam todas as informações importantes para a realização do certame.
Portanto, sempre que for elaborar um edital, preze pelos princípios que regem as licitações e não
se esqueça de apurar todas as informações antes e depois da elaboração do documento.
Além disso, seja claro em todas as regras e tente sempre escrever na visão do leitor, se
colocando em seu lugar. É uma forma de evitar dúvidas e retrabalho.
Por fim, no caso de licitações que necessitam de garantia, não se esquece de explicitar aos
licitantes quais são as suas opções.

E aí? Gostou do texto de hoje? Então leia mais no blog do Portal de Compras Públicas!

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