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Advertência

As hipóteses de resposta que são apresentadas seguidamente servem de apoio às aulas práticas de
Direito Fiscal, tendo por base a bibliografia de referência, pelo que traduzem as opiniões
expressas nessa bibliografia e, como tal, não têm pretensão de originalidade científica. São
disponibilizadas às/aos estudantes com fins exclusivamente pedagógicos e não dispensam a
frequência das aulas nem a consulta da bibliografia.
Aulas práticas de Direito Fiscal – 2021/22

IMPOSTOS ADUANEIROS:

Defina, com apelo à legislação fiscal aplicável, os seguintes conceitos:

1. Território aduaneiro;

Critérios de correção:
§ Noção do conceito (território onde atua uma autoridade aduaneira);
§ Referência ao artigo 4.º CAU.

Resolução:
O território aduaneiro é o território onde atua uma autoridade aduaneira. Encontra-se
definido no artigo 4.º CAU, coincidindo largamente com os territórios dos EM, mas há regiões
que, pese embora integrem os territórios nacionais, não se incluem no território aduaneiro (ex.: as
Ilhas Faroé e a Gronelândia integram o território da Dinamarca, mas não integram o território
aduaneiro) e, por outro lado, há regiões que integram o território aduaneiro, ainda que não
correspondam ao território de nenhum EM (ex.: Mónaco).
As mercadorias exportadas e importadas dentro deste território ficam isentas do
pagamento de direitos aduaneiros.

Território aduaneiro da UE

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2. Classificação pautal das mercadorias;

Critérios de correção:
§ Pauta Aduaneira Comum (artigo 56.º CAU);
§ A fixação dos direitos autónomos e convencionais aplicáveis às importações e
exportações é feita de acordo com a classificação dos vários tipos de mercadorias nos
códigos numéricos (códigos pautais) da NC.

Resolução:
A Pauta Aduaneira Comum encontra-se consagrada no artigo 56.º CAU, assegurando,
dentro da UE, um tratamento unificado das trocas com países terceiros, já que as trocas entre EM
não são sujeitas a impostos aduaneiros. É constituída pela Nomenclatura Combinada (NC) e pelos
demais elementos elencados no artigo 56.º, n.º 2 CAU.
A fixação dos direitos autónomos e convencionais aplicáveis às importações e
exportações é feita de acordo com a classificação dos vários tipos de mercadorias nos códigos
numéricos (códigos pautais) da NC, que inclui 8 dígitos, encontrando-se prevista no Regulamento
2658/87. A TARIC (Pauta Integrada das Comunidades Europeias) proporciona um quadro
completo e atualizado do tratamento aplicável à importação e exportação das mercadorias em
resultado de acordos bilaterais, da concessão unilateral de benefícios (taxas preferenciais) e da
adoção de medidas pautais (ex.: direitos anti-dumping); não tem em si mesma força jurídica.
Simplificadamente, a classificação pautal é uma lista dos produtos importados de Estados
terceiros e que ficam sujeitos a direitos aduaneiros. Nessa lista, estão também previstas as taxas
aplicáveis.

Exemplo retirado da NC, Regulamento 2658/87, na versão atual

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3. Operador económico autorizado;

Critérios de correção:
§ Sujeito passivo do imposto;
§ Artigo 9.º, n.º 1 CAU: dever de registo dos operadores económicos;
§ Conceito de operador económico autorizado (artigos 38.º e 39.º CAU), objetivo
subjacente a esta figura e vantagens.

Resolução:
O contribuinte ou sujeito passivo é o operador económico. Nos termos do artigo 9.º, n.º 1
CAU, os operadores económicos estabelecidos no território aduaneiro da UE devem registar-se
junto das autoridades aduaneiras responsáveis pelo lugar onde estão estabelecidos.
A fim de garantir um comércio célere e desburocratizado, o artigo 38.º CAU prevê a
figura do operador económico autorizado. Se este operador cumprir os requisitos do artigo 39.º
CAU, beneficia de um tratamento mais favorável do que os outros operadores económicos quanto
aos controlos aduaneiros, nomeadamente menos controlos físicos e documentais (artigo 38.º, n.º
6 CAU).

4. Entreposto aduaneiro;

Critérios de correção:
§ Regime de armazenamento para as mercadorias não-UE (artigo 240.º CAU).

Resolução:
O regime de entreposto aduaneiro encontra-se consagrado no artigo 240.º CAU. Permite
que as mercadorias não-UE sejam armazenadas em instalações ou quaisquer outros locais
autorizados, ficando tais locais sujeitos a fiscalização aduaneira. As mercadorias ficam em regime
de suspensão de impostos, mas, quando as mercadorias saírem do entreposto, ficam sujeitas ao
imposto devido. Este regime permite agilizar os períodos em que as mercadorias estão em trânsito,
possibilita a gestão de stocks pelas empresas e permite o adiamento da cobrança do imposto. Nos
termos do artigo 240.º, n.º 2 CAU, os entrepostos aduaneiros podem ser utilizados por qualquer
pessoa para o entreposto aduaneiro (é um entreposto aduaneiro público) ou para armazenamento
de mercadorias pelo titular de uma autorização de entreposto aduaneiro (entreposto aduaneiro
privado). Quer dizer, são públicos quando podem ser utilizados por qualquer pessoa ou entidade
que necessite de armazenagem de bens; são privados quando se destinam ao uso exclusivo de
mercadorias do depositário. É possível retirar temporariamente mercadorias do entreposto

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aduaneiro, desde que tal seja autorizado antecipadamente pelas autoridades aduaneiras, exceto em
casos de força maior (artigo 240.º, n.º 3 CAU).

5. Regime de suspensão.
Questão resolvida no documento dos IEC(s)

Bibliografia:
TEIXEIRA, GLÓRIA – Glossário Fiscal, Almedina, 2021.
TEIXEIRA, GLÓRIA – Manual de Direito Fiscal, 6.ª ed. Almedina, 2022.

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