Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) foi pensado, por volta de 1918, por
Wilhelm Von Siemens, um empresário alemão, que propôs a substituição do imposto
sobre as Vendas/negócios, em vigor na altura na Alemanha, por um imposto com as
características do IVA. Para além deste alemão, também nos Estados Unidos, por volta
de 1921, Thomas S. Adams, entendia que o IVA era uma melhor versão do imposto
sobre o rendimento das empresas.
Até por volta de 1965 o IVA não era um sucesso, uma vez que a maior parte dos países
da OCDE tinham o imposto sobre as vendas. Cerca de 20 anos depois, cerca de ¼ dos
países do mundo (principalmente localizados na Europa e na América do Sul) tinham
IVA, sendo que a propagação do IVA foi em grande parte impulsionada pelo facto de o
IVA ser uma condição sine qua non para adesão à União Europeia (EU). Como
exemplos, temos o facto de em Portugal este imposto ter sido criado pelo Decreto-Lei
n.º 394-B/84, de 26 de Dezembro, e em Espanha ter sido implementado em Agosto de
1985. Os dois países aderiram à EU em 1986. Relativamente a África, os países com o
IVA mais antigos são a Costa do Marfim que o tem desde o ano da sua independência
(1960), o Senegal (1980) e Marrocos (1982).Quanto aos países com fortes ligações à
Angola, nomeadamente aqueles que falam português, Cabo Verde tem desde 2004,
apesar de aprovado em 2003, pela Lei 21/VI/2003 e Moçambique desde 1988, aprovado
pela Lei n.º. 3/9, de 8 de Janeiro. São Tomé terá a partir de 1 de Janeiro de
2019. Relativamente a América do Sul, o Chile tem o IVA há mais tempo, uma vez que
o implementou em 1973.
Foi no âmbito das medidas de curto e médio prazo da reforma que se efectuou a revisão
e republicação do Regulamento do Imposto de Consumo pelo Decreto Legislativo
Presidencial nº 3-A/14 de 21 de Outubro. Com este Diploma, aprimoraram-se alguns
aspectos em relação ao regime iniciado na década de 80, clarificando-se a figura de
sujeito passivo, as obrigações de liquidação e pagamento, bem como a correcta
identificação do titular do encargo do imposto por via do mecanismo da repercussão.
Ademais das melhorias efectuadas, vários estudos e o contexto actual que Angola vive,
revelaram a necessidade de se alterar o paradigma existente no domínio da tributação da
despesa, mediante a introdução do IVA no sistema fiscal, em substituição do imposto de
consumo.
O IVA EM ANGOLA
A reforma tributária em curso no País está, desde logo, harmonizada com a Constituição
da República de Angola, a qual estabelece a concepção de um sistema tributário assente
nos princípios da:
Legalidade;
Igualdade;
Suficiência;
Capacidade contributiva;
Justa repartição da riqueza e do rendimento nacional;
Princípios da transparência e da eficiência fiscal.
Foi no âmbito das medidas de curto e médio prazo da reforma que se efectuou a revisão
e republicação do Regulamento do Imposto de Consumo pelo Decreto Legislativo
Presidencial nº 3-A/14 de 21 de Outubro. Com este Diploma, aprimoraram-se alguns
aspectos em relação ao regime iniciado na década de 80, clarificando-se a figura de
sujeito passivo, as obrigações de liquidação e pagamento, bem como a correcta
identificação do titular do encargo do imposto por via do mecanismo da repercussão.
Ademais das melhorias efectuadas, vários estudos e o contexto actual que Angola vive,
revelaram a necessidade de se alterar o paradigma existente no domínio da tributação da
despesa, mediante a introdução do IVA no sistema fiscal, em substituição do imposto de
consumo.
A implementação deste novo imposto, para além de ser um forte instrumento para a
arrecadação de receitas, funcionará como um importante elemento para a atracção ou
retenção do investimento nacional e estrangeiro nos diversos sectores da economia, em
virtude de ser mais favorável que o actual imposto de consumo.
Indirecto;
Da missão de 2016, cujo mote foi “um IVA para Angola – porquê, qual e como”,
resultaram as seguintes recomendações:
Oferecer reembolsos aos exportadores ao final de cada período do imposto e aos demais
contribuintes com créditos líquidos de imposto, após tentarem compensá-los com
débitos referentes aos três meses subsequentes à formação do crédito líquido;
Ter como limiar uma facturação anual igual ou superior ao montante em Kwanzas
equivalente a duzentos e cinquenta mil Dólares Americanos (US$ 250.000), um dos
mais altos do mundo, mas que facilitaria a administração do imposto no início da sua
vigência e seria compatível com o que dispõe a Lei n.º 30/11, de 13 de Setembro das
Micro, Pequenas e Médias Empresas[2];
Criar uma conta alimentada com parcela da receita bruta do IVA a ser usada
exclusivamente para reembolsos de créditos líquidos do imposto;
Usar a previsão da receita líquida do IVA e não a previsão de receita bruta, aquando da
elaboração do orçamento anual;
Implementar o IVA por etapas, começando com um limiar muito alto e um pequeno
número de contribuintes e ampliando a incidência em duas etapas adicionais;
Em 2017, foi aprovado pelo Decreto Presidencial n.º 258/17 de 27 de Outubro, o “Plano
Intercalar contendo as Medidas de Política e Acções para Melhorar a Situação
Económica Actual para o período de Outubro 2017 a Março 2018”, que visou permitir a
conclusão do ciclo de estabilização macroeconómica, lançar as bases para o
desenvolvimento, promover a confiança, o crescimento económico e a inclusão social,
com vista a retomar o caminho de prosperidade e da inclusão, que foi interrompido com
a crise de 2014.
[1] Na altura o sistema fiscal era obsoleto pois provinha essencialmente do período
colonial, com inúmeros diplomas avulsos e desconexos, o que contribuía para a
ineficácia do sistema fiscal.
[3] Em vistas técnicas a países como Cabo Verde, Moçambique, África do Sul, Uganda,
Portugal e Uruguai.