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PARTE ESPECIAL
O IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS SINGULARES
Nota prévia
LISTA DE ABREVIATURAS
Esquematicamente:
7. (-) Abatimentos
9. (x)Taxa (s)
1
Deve referir-se que não existem no mundo actual impostos sobre o rendimento que se conformem totalmente a
este modelo conceptual.
2
Disponível em info.portaldasfinancas.gov.pt/.../GPFRelatorioGlobal_VFinal.pdf
3
Utilizando o Relatório citado. Para um conhecimento mais desenvolvido desta temática consultar o Relatório .
A abordagem feita ao IRS neste curso terá em conta essa disciplina, com as
alterações que lhe foram agora introduzidas pela Lei do Orçamento para
2016, a Lei n.º 7- A/2016, de 30 de Março.
I. A incidência do imposto
1. Incidência pessoal
A ideia é a de que se uma pessoa muda a sua residência para outro Estado,
durante a período do imposto (o ano) passe a ser qualificado como residente
4
Trata-se de um conjunto de países referidos na Portaria n.º 292/2011, de 8 de Novembro: 1) Andorra; 2) Anguilha;
3) Antígua e Barbuda; 4) Antilhas Holandesas; 5) Aruba; 6) Ascensão; 7) Bahamas; 8) Bahrain; 9) Barbados; 10)
Belize; 11) Ilhas Bermudas; 12) Bolívia; 13) Brunei; 14) Ilhas do Canal (Alderney, Guernesey, Jersey, Great Stark,
Herm, Little Sark, Brechou, Jethou e Lihou); 15) Ilhas Cayman; 16) Ilhas Cocos o Keeling; 17) (Revogado.); 18) Ilhas
Cook; 19) Costa Rica; 20) Djibouti; 21) Dominica; 22) Emiratos Árabes Unidos; 23) Ilhas Falkland ou Malvinas; 24)
Ilhas Fiji; 25) Gâmbia; 26) Grenada; 27) Gibraltar; 28) Ilha de Guam; 29) Guiana; 30) Honduras; 31) Hong Kong; 32)
Jamaica; 33) Jordânia; 34) Ilhas de Queshm; 35) Ilha de Kiribati; 36) Koweit; 37) Labuán; 38) Líbano; 39) Libéria; 40)
Liechtenstein; 41) (Revogado.) 42) Ilhas Maldivas; 43) Ilha de Man; 44) Ilhas Marianas do Norte; 45) Ilhas Marshall;
46) Maurícias; 47) Mónaco; 48) Monserrate; 49) Nauru; 50) Ilhas Natal; 51) Ilha de Niue; 52) Ilha Norfolk; 53)
Sultanato de Oman; 54) Ilhas do Pacífico não compreendidas nos restantes números; 55) Ilhas Palau; 56) Panamá;
57) Ilha de Pitcairn; 58) Polinésia Francesa; 59) Porto Rico; 60) Quatar; 61) Ilhas Salomão; 62) Samoa Americana;
63) Samoa Ocidental; 64) Ilha de Santa Helena; 65) Santa Lúcia; 66) São Cristóvão e Nevis; 67) São Marino; 68)
Ilha de São Pedro e Miguelon; 69) São Vicente e Grenadinas; 70) Seychelles; 71) Suazilândia; 72) Ilhas Svalbard
(arquipélago Spitsbergen e ilha Bjornoya); 73) Ilha de Tokelau; 74) Tonga; 75) Trinidad e Tobago; 76) Ilha Tristão da
Cunha; 77) Ilhas Turks e Caicos; 78) Ilha Tuvalu; 79) Uruguai; 80) República de Vanuatu; 81) Ilhas Virgens
Britânicas; 82) Ilhas Virgens dos Estados Unidos. Entretanto, e a propósito dos Panama papers, a comunicação
social noticiou que Portugal tinha indicado às autoridades europeias uma lista de 85 países ou territórios,
5
Segundo o n.º 7 do artigo 16.º “ em preju o do per odo definido no n mero anterior a condição de residente a
prevista subsiste apenas enquanto se mantiver a deslocação da resid ncia fiscal do sujeito passivo para pa s
territ rio ou região sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável constante de lista aprovada por portaria do
membro do overno responsável pela área das finanças deixando de se aplicar no ano em que este se torne
residente fiscal em pa s territ rio ou região distinto daqueles.
Dependentes são:
Não residentes são todos aqueles que não preencham os requisitos que a lei
consagra para a qualificação como residentes.
Como já antes se referiu e analisou, os não residentes devem imposto em
Portugal pelos rendimentos considerados nele obtidos. É a relevância do
princípio da territorialidade.
Os não residentes apenas podem ser tributados pelos rendimentos, sujeitos
em alguma das 6 categorias consagradas no CIRS, desde que os mesmos se
considerem obtidos em Portugal,
Sendo para tal utilizados elementos ou factores de conexão a saber (artigo
18.º -. Consideram-se obtidos em território português):
Uma referencia, posto que breve, para o regime especial dos residentes não
habituais em Portugal que consta do rtigo . - - egime opcional para
2. Incidência real
6
Gerência, administração, direcção, conselho fiscal, conselho geral ou qualquer outro órgão previsto no pacto social
ou estatutos, com funções deliberativas, executivas ou de fiscalização.
7
Devidos a quem, no seu trabalho, tenha que movimentar numerário, na parte em que exceder 5% da remuneração
mensal fixa.
8
Não obstante a exemplificação apresentada, integram o conceito algumas outras situações que, embora
verificáveis com certa frequência e entendidas como relevantes na matéria, não serão, todavia, abordadas neste
curso por razões de tempo. É, entre outros, o caso das importâncias dispendidas pelas entidades patronais,
obrigatória ou facultativamente, em seguros de vida, contribuições para fundos de pensões, em fundos de
poupança-reforma ou quaisquer regimes complementares de segurança social em benefício dos trabalhadores
(artigo. 2º, n.º 3, al. b), 3) e dos ganhos resultantes de acordos de opções sobre acções, ou outros valores
mobiliários, celebrados com a entidade patronal, relativamente à subscrição, à venda ou à renúncia onerosa e à
recompra pela entidade patronal, na parte em que revistam carácter remuneratório.
9
Em condições legalmente definidas – artigo 2º, n.º 3, al. b), 5.
10
Ou qualquer membro do seu agregado familiar ou pessoa por si indicada.
11
De acordo com o Orçamento de Estado para 2013, presume-se que a viatura foi adquirida pelo trabalhador ou
membro de órgão social, quando seja registada no seu nome, no de qualquer pessoa que integre o seu agregado
familiar ou no de outrem por si indicada, no prazo de dois anos a contar do exercício em que a viatura deixou de
originar encargos para a entidade patronal.
12
A matéria, constante do artigo 2.º números 4 a 8, não será abordada, em detalhe, no âmbito deste curso .
13
Na categoria B, compreendem-se, desde 2001 , os rendimentos
empresariais e profissionais, incluindo os rendimentos de natureza comercial,
industrial, agrícola silvícola e pecuária e as prestações de serviços, com
referência também às de carácter científico, artístico ou técnico14.
14
E ainda os rendimentos imputados por entidades sujeitas ao regime da transparência fiscal e heranças indivisas,
que sendo matéria conexa com a disciplina do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas, não será
abordada neste curso.
15
Que define o contrato de prestação de serviços como aquele em que uma das partes se obriga a proporcionar à
outra certo resultado do seu trabalho intelectual ou manual, com ou sem retribuição, correspondendo a uma forma
de trabalho autónoma, não vinculado a qualquer poder de direcção ou de fiscalização e no qual o risco corre por
conta de quem o exerce),
Nem sempre resulta fácil estabelecer a fronteira entre cada um dos tipos de
rendimento. Veja-se o caso de uma exploração vinícola, onde o vinho não é
vendido a granel, mas já engarrafado – deve ser qualificada como agrícola ou
já industrial e comercial? A lei fornece a este respeito alguns critérios para os
quais se remete, para maior desenvolvimento, sendo certo que a unificação
que hoje tem a categoria B resolveu uma boa parte das dificuldades. Por
outro lado, e de acordo com um “princípio da atracção” são ainda englobados
nesta categoria aqueles outros rendimentos que, mesmo que individualmente
qualificados se poderiam incluir noutras categorias, são todavia obtidos no
âmbito do exercício de actividades profissionais, comerciais, industriais ou
agrícolas.
16
Os ganhos que não estavam sujeitos ao imposto de mais-valias só ficam sujeitos a IRS se a aquisição dos bens
ou direitos de que provêm foram adquiridos após 01/01/1989, data da (entrada em vigor do IRS.
Sem entrar em detalhes, por não ser objectivo deste curso, as mais valias na
transmissão de imóveis são dadas pela diferença entre o valor de realização
(comummente valor de venda) e o valor de aquisição, devidamente corrigida
pelos coeficientes de desvalorização monetária.
17
Deduzido da amortização de eventual empréstimo contraído para aquisição do imóvel, se caso disso.
18
O Espaço Económico Europeu (EEE) nasceu de uma série de acordos entre a Comunidade Económica Europeia
(CEE) e os estados-membros da Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), excepto a Suíça (devido ao
resultado negativo no referendo provido não pôde fazer parte), no sentido da criação de uma zona de comércio livre
para os 380 milhões de consumidores dos países das duas organizações europeias. São Países do Espaço
Económico Europeu: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha,
Estónia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Letónia, Liechtenstein, Lituânia,
Luxemburgo, Malta, Noruega, Polónia, Reino Unido, República Checa, Roménia, Suécia e Suíça.
Barcos de recreio de valor igual ou superior a Valor da embarcação no ano de registo com o
€ 25.000,00 abatimento de 20% por cada um dos anos
19 Não deve esquecer-se que certas indemnizações são tributadas no âmbito da categoria A (designadamente
quaisquer indemnizações resultantes da constituição, extinção ou modificação de relação jurídica que origine
rendimentos do trabalho dependente, incluindo as que respeitem ao incumprimento das condições contratuais ou
sejam devidas pela mudança de local de trabalho; outras integram a categoria B (as indemnizações recebidas no
âmbito do exercício de uma actividade profissional) e que outras se encontram fora da incidência, como veremos –
artigo. 12.º, n.º 1.
seguintes.
Aeronaves de turismo Valor da aeronave no ano de registo com o
abatimento de 20% por cada um dos anos
seguintes.
Suprimentos e empréstimos feitos no ano, de 50% do valor anual dos rendimentos.
valor igual ou superior a € 50.000,00
No contrato de renda perpétua, verifica-se que uma pessoa aliena (de forma
gratuita ou onerosa), a favor de outra, certa quantia em dinheiro ou outra
coisa móvel ou imóvel ou ainda um direito, com a obrigação para esta de
pagar como renda, e sem limite de tempo, determinada soma em dinheiro ou
outra coisa fungível. No caso de o período ser a vida do alienante ou de
terceiro estamos perante o contrato de renda vitalícia.
20
Artigo 2.º do Código do IRS “Consideram-se rendimentos do trabalho dependente todas as remunerações pagas
ou postas à disposição do seu titular, …” .
21
A exigibilidade no IVA consta do artigo 8.º do respectivo Código, que a estabelece no momento em que a factura
ou documento equivalente, sempre obrigatória nos termos do artigo 29.º e 36.º do mesmo Código, sejam emitidos
no prazo legal de 5 dias úteis após a transmissão dos bens ou a prestação dos serviços (ou quando esse prazo se
esgote se não foi cumprido).
22
Cf. Sérgio Vasques, disponível em
ttp://www.sergiovasques.com/xms/files/Capacidade_Contributiva_Rendimento.pdf
exige que se suportem despesas como será o caso dos ganhos de jogo,
onde obviamente o custo associado é ínfimo ou inexistente.
Quanto às deduções subjectivas, considerando como tais aquelas que
tenham a ver com o rendimento disponível, ou seja que excluam da base de
tributação as despesas necessárias à sobrevivência e manutenção das suas
necessidades vitais. É o caso das despesas de saúde, de educação, de
habitação, que ao cabo e ao resto são necessárias para a qualificação do
imposto como pessoal. A generalidade destas é concedida pelo legislador
sob a forma de deduções à colecta (antes apareciam como abatimentos ao
rendimento, no artigo 56.º hoje revogado), não havendo nenhuma que opere
por dedução ao rendimento.
23 O artigo 27.º permite para as denominadas profissões de desgaste rápido, a dedução ao rendimento, e até à sua
concorrência, das importâncias despendidas na constituição de seguros de doença, de acidentes pessoais e de
seguros de vida que garantam exclusivamente os riscos de morte, invalidez ou reforma por velhice, neste último
caso desde que o benefício seja garantido após os 55 anos de idade, desde que os mesmos não garantam o
pagamento e este se não verifique, nomeadamente, por resgate ou adiantamento, de qualquer capital em dívida
durante os primeiros cinco anos, com o limite de cinco vezes o valor do IAS.
24
A redacção até 31.12.2014 era a seguinte:72% de 12 vezes o Indexante de Apoios Sociais, o que em 2013
equivale a € 4.104 - (0,72 x 12 x 475)24, até à sua concorrência – al. a).
25
Há também a especificidade de os rendimentos obtidos por sócios de sociedades transparentes a que se aplicam
as regras de determinação da matérias colectável do Código do IRC, serem imputados, já líquidos, na Categoria B
(artigo 29º e 31º, nº 2), situação que não abordaremos com detalhe uma vez que a abordagem do IRC não é feita
neste curso.
26
Nos termos do artigo. 28º n.º 6, cessa obrigatoriamente a aplicação do regime simplificado quando este limite for
ultrapassado durante dois períodos consecutivos ou se num só período for ultrapassado em montante superior a
25% (ou seja, quando o montante anual ilíquido de rendimentos ultrapasse € 187.500).
27
Ao montante obtido por aplicação dos coeficientes referidos, deverão ser adicionados, se caso disso, os rendi-
mentos decorrentes de prestações de serviços efectuadas pelo sócio a uma sociedade abrangida pelo regime da
transparência fiscal.
28
- rquitectos engenheiros e t cnicos similares
1001 Arquitectos;
1002 Desenhadores;
1003 Engenheiros;
ngenheiros t cnicos
e logos
op grafos.
2019 Cantores;
2012 Escultores;
sicos
2014 Pintores;
2015 Outros artistas.
- rtistas tauromáquicos
3010 Toureiros;
ctuários
4011 Auditores;
4012 Consultores fiscais;
4013 Contabilistas;
4014 Economistas;
cnicos oficiais de contas
cnicos similares.
5010 Enfermeiros;
5012 Fisioterapeutas;
5013 Nutricionistas;
5014 Parteiras;
5015 Terapeutas da fala;
*5016 . Terapeutas ocupacionais.
utros t cnicos param dicos.
6 - Juristas e solicitadores:
6010 Advogados;
6011 Jurisconsultos;
6012 Solicitadores.
- dicos e dentistas
7010 Dentistas;
dicos analistas;
dicos cirurgi es
dicos de bordo em navios
dicos de cl nica geral
dicos dentistas
dicos estomatologistas
dicos fisiatras
dicos gastroenterologistas
dicos oftalmologistas
7 dicos ortopedistas
dicos otorrinolaringologistas
dicos pediatras
dicos radiologistas
dicos de outras especialidades.
- u micos
1110 Analistas.
12 - Sacerdotes:
1210 Sacerdotes de qualquer religião.
- eterinários
eterinários.
29
Para os sujeitos passivos enquadrados no Regime Simplificado, a opção pela contabilidade organizada deve ser
formalizada na declaração de início de actividade ou até ao fim do mês de Março do ano em que pretendem a sua
utilização, mediante a apresentação de declaração de alterações. A aplicação do regime simplificado cessa apenas
quando o montante a que se refere o n.o 2 seja ultrapassado em dois períodos de tributação consecutivos ou,
quando o seja num único exercício, em montante superior a 25 , caso em que a tributação pelo regime de
contabilidade organizada se faz a partir do período de tributação seguinte ao da verificação de qualquer desses
factos.
Assim, nos termos do n.º 1 do artigo 53º, conclui-se que a dedução é igual ao
valor do rendimento para todos os rendimentos da categoria H cujo valor não
exceda (euro) 4 104. Se, porém, esses rendimentos ultrapassarem aquele
valor, beneficiarão de uma dedução específica igual àquele montante (€ 4.104),
nos termos do n.º 2 do artigo 53º.
30
a) Alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis e afetação de quaisquer bens do património particular
a atividade empresarial e profissional exercida em nome individual pelo seu proprietário;
d) Cessão onerosa de posiç es contratuais ou outros direitos inerentes a contratos relativos a bens imóveis;
As sociedades civis não constituídas sob forma comercial são reguladas nos
termos do Código Civil, sendo apenas permitida a sua constituição em
determinadas situações especiais, como é o caso dos advogados.
31
De facto essas entidades estão inequivocamente enquadradas pela incidência subjectiva do IRC, sendo a
respectiva matéria colectável determinada nos termos do Código do IRC, e estão vinculadas a todas as demais
obrigações tributárias – declarativas, contabilísticas e outras obrigações acessórias – como qualquer sujeito passivo
do IRC outro sujeito passivo de IRC.
32
Esta evasão fiscal resulta da utilização por essas sociedades de expedientes para evitar a tributação dos sócios,
como eram ou são a sistemática não distribuição de dividendos ou a constituição de reservas.
No que respeita aos três tipos de sociedade referidos, a imputação aos sócios
terá por objecto a matéria colectável determinada na sociedade, sendo os
eventuais prejuízos reportados na esfera das sociedades. Já quanto aos ACE e
AEIE, a imputação aos sócios não se limita aos lucros, abrangendo também os
prejuízos do exercício
33
Grupo familiar é o constituído por pessoas unidas por vínculo conjugal ou de adopção e bem assim de
parentesco ou afinidade na linha recta ou colateral até ao 4º grau, inclusive.
34
Lei n.º 4/73, de 4 de Junho e do DL n.º 430/73, de 25 de Agosto.
35
Regulamento n.º 2137/87, de 25 de Julho de 1985 do Conselho das Comunidades Europeias.
De realçar ainda que devem ser integrados no rendimento pessoal dos sócios
que sejam pessoas singulares residentes em território português (e
detenham, directa ou indirectamente, pelo menos, 25% ou 10% das partes
de capital, dos direitos de voto ou dos direitos sobre os rendimentos ou
elementos patrimoniais dessas entidades), os lucros obtidos por sociedades
residentes em países com regime fiscal privilegiado, nomeadamente paraísos
fiscais, determinando o n.º 4 do artigo 20º CIRS que os valores a imputar
sejam considerados rendimento líquido da Categoria B ou da Categoria E,
consoante as partes de capital ou direitos estejam ou não afectos a uma
actividade empresarial e profissional.
Passamos assim da fase analítica para uma fase sintética de aglutinação dos
vários rendimentos auferidos, aglutinação que mais não é do que o somatório
dos rendimentos líquidos de cada uma das categorias. Nisto consiste o
englobamento.
Saliente-se, também, a este respeito que, nos termos do artigo 22º n.º 5,
quando o sujeito passivo exerça a opção pelo englobamento fica, por esse
facto, obrigado a englobar a totalidade dos rendimentos compreendidos no
n.º 6 do artigo 71.º, no n.º 7 do artigo 72.º e no n.º 7 do artigo 81º.
36
O Código do IRS não contém explicitamente normas de isenção, as quais constam essencialmente do Estatuto
dos Benefícios Fiscais (EBF). Podem ser referidos neste contexto o artigo 37º relativo à Isenção do pessoal das
missões diplomáticas e consulares e das organizações estrangeiras ou internacionais; o artigo 38º relativo à isenção
de pessoal em missões de salvaguarda de paz; o artigo 39º para Acordos e relações de cooperação; o artigo 40º
para Empreiteiros e arrematantes de obras e trabalhos das infra-estruturas comuns da NATO e o artigo 33º n.º 8 e
n.º 9 relativo às Remunerações de tripulantes de navios – Zonas Francas da Madeira e Ilha de Santa Maria
37
Isentam-se os rendimentos das várias categorias desde que comprovadamente tenham sido sujeitos a tributação
no Estado da fonte.
38
No caso de se tratar da determinação do rendimento colectável com base na contabilidade - categoria B nos
termos descritos -, o artigo 23.º n.º 4 manda aplicar as regras próprias aplicáveis nesse domínio (SNC – Sistema de
Normalização Contabilístico).
uso de viatura automóvel pela entidade patronal, aquisição dessa viatura, etc.
-.
Artigo 56.º-A
ujeitos passivos com defici ncia
1 - s rendimentos brutos de cada uma das categorias e auferidos por
sujeitos passivos com defici ncia são considerados para efeitos de
apenas por 90 %.
2 - em preju o do disposto no n mero anterior a parte do rendimento
exclu da de tributação não pode exceder por categoria de rendimentos
(euro) 2 500.
4. As taxas
Sendo certo que tanto umas como outras são aplicáveis na determinação da
colecta final deste imposto, podemos dizer que as taxas progressivas e
pessoais são taxas gerais enquanto as proporcionais e reais são taxas
especiais.
As taxas gerais para o ano de 2016, segundo o artigo 68.º do CIRS são as
seguintes:
39
O IRS começou por ter uma tabela com 5 escalões, entre 01.01.1989 e 31.12.1990. Em 1991 houve redução
para 4 escalões, modelo que se manteve até 1998. A Lei do Orçamento para 1999 criou um novo escalão, voltando-
se assim aos 5 escalões. No Orçamento de Estado para 2001 foi introduzido um novo escalão, pelo que a tabela
passou a comportar 6 escalões, até que o Orçamento para 2006 adicionou novo escalão ficando a tabela de taxas
com 7 escalões. Em chegou aos 8 escalões.
Para 2013 foi introduzida uma significativa redução do número de escalões das taxas gerais do IRS (de 8 para 5),
com o aumento das taxas marginais de cada escalão e alterações dos intervalos de cada escalão. A taxa mínima
aplicável passou de 11,5 % para 14,5 % e a taxa máxima de 46,5 % para 48%.
40
No anterior Imposto Complementar – Secção A, havia 11 escalões de rendimento, desdobrados por 2 tabelas
distintas (uma para contribuintes casados e outra para contribuintes não casados).
Uma, igual ao limite do maior dos escalões que nele couber, à qual se
aplica a taxa da coluna (B) correspondente a esse escalão;
Outra, igual ao excedente, a que se aplica a taxa da coluna (A)
respeitante ao escalão imediatamente superior41
Já desde 2012 e também para 2015 está em vigor uma taxa adicional de
solidariedade (artigo 68.º -A do CIRS). Para 2016, quando o rendimento
colectável superior a 80 000 € as taxas adicionais de solidariedade serão
as seguintes:
- Rendimento superior a 80 000€ e inferior a 250 000€ - 2,5%;
- Superior a 250 000€ – 5%
41
Exemplo: Contribuinte solteiro com rendimento colectável de € 45.000, em 2 013. A colecta será:
€ 40.000 x 30,30 = € 12.120 ; (€ 45.000 - € 40 000) x 45 = € 2 250; Colecta total = € 12 120 + € 2 250 = € 14 330
42
O rendimento colectável era fraccionado em duas partes, sendo as taxas aplicáveis as que
correspondam ao respectivo quociente, ou seja a metade do rendimento conjunto (artigo 69.º do CIRS).
Assim encontradas as taxas aplicáveis, apurava-se o IRS correspondente ao rendimento dado pelo
quociente (metade do global) e o valor encontrado era, depois, multiplicado por dois para apurar a
colecta.
dependente e de pensões.
Designam-se por taxas liberatórias aquelas cuja aplicação libera o titular dos
rendimentos da obrigação do englobamento dos rendimentos a elas sujeitos.
Ou seja, os rendimentos sobre que incidem as taxas liberatórias têm um
tratamento fiscal autónomo, sendo essas taxas, de valor proporcional,
aplicadas ao rendimento previamente ao pagamento do mesmo (com
retenção na fonte).
28%
Sobre o saldo positivo entre as mais-valias e menos-valias resultantes
de valores mobiliários e instrumentos financeiros derivados, salvo se for
exercida opção pelo englobamento;
Os rendimentos de capitais, tal como são definidos no artigo 5º, quando
não sujeitos a retenção na fonte, nos termos do artigo anterior;
Os rendimentos prediais.
25%
Os rendimentos auferidos por não residentes em território português
que sejam imputáveis a estabelecimento estável aí situado; e
20%
- As pens es de alimentos, quando enquadráveis no artigo 83.º-A
- Os rendimentos líquidos das categorias A e auferidos em
atividades de elevado valor acrescentado, com carácter científico,
artístico ou técnico, a definir em portaria do membro do Governo
responsável pela área das finanças, por residentes não habituais
em território português
10%
Sobre o valor das gratificações não atribuídas pela entidade patronal;
Para o respectivo cálculo é utilizada uma fórmula matemática que por poder
significar alguma dificuldade fez com que a própria Administração Fiscal
efectue ela própria e comunique aos obrigados o valor de cada pagamento.
C x (RLB: RLT) – R
em que:
5. As deduções à colecta
lares, etc.
g) exigência de factura;
43
Com a transposição da Directiva Comunitária 2003/48/CE118, de 3 de Junho, relativa à tributação dos
rendimentos da poupança sob a forma de juros, passou a ser possível também deduzir à colecta a retenção na fonte
que tenha sido efectuada nos termos do art. 11º daquela Directiva, dedução que confere ainda direito a reembolso.
As deduções referidas no art. 78º são efectuadas pela ordem nele indicada.
De salientar que as deduções à colecta previstas no n.º 1 do art. 78º apenas se aplicam aos sujeitos passivos
residentes em território nacional
não pode exceder, por agregado familiar, que opte pela tributação conjunta,os
limites seguintes:
€ 1 000 + [(€ 2 500 - € 1 000) x [€80 000 - Rendimento Coletável]] /€ 80 000 - € 7 035c)
Nos agregados com três ou mais dependentes a seu cargo, os limites previstos
no número anterior são majorados em 5 por cada dependente ou afilhado
civil que não seja sujeito passivo do IRS.
a) (euro) 125 por cada dependente que não ultrapasse três anos de
idade até 31 de dezembro do ano a que respeita o imposto;
Despesas de saúde
Temos, de seguida, a Dedução de encargos com imóveis (artigo 78.º -E), que
está estabelecida de forma permitir que seja dedutível um montante
correspondente a 15 % do valor suportado por qualquer membro do agregado
€ 502 + [(€ 800 - € 502) x [€30 000 - Rendimento Coletável]]/€ 30 000 - € 7 035
ctura
Dedução para E
alíneas seguintes:
Dedução por i
coleta devida pelos sujeitos passivos são deduzidas 20 das import ncias
comprovadamente suportadas e não reembolsadas respeitantes a encargos
com pens es de alimentos a que o sujeito esteja obrigado por sentença judicial
ou por acordo homologado nos termos da lei civil, salvo nos casos em que o
seu beneficiário faça parte do mesmo agregado familiar para efeitos fiscais ou
relativamente ao qual estejam previstas outras deduç es à coleta ao abrigo do
artigo 78.º
Dedução por E
São dedutíveis à coleta por cada sujeito passivo com deficiência uma
import ncia correspondente a quatro vezes o valor do IAS e por cada
dependente com deficiência, bem como, por cada ascendente com deficiência
que esteja nas condiç es da alínea e) do n.º 1 do artigo 79.º, uma import ncia
igual a 1,5 vezes o valor do IAS.
que exista interc mbio de informaç es em matéria fiscal, pode o sujeito passivo
comunicá-las através do Portal das Finanças, inserindo os dados essenciais da
fatura ou documento equivalente que as suporte.
6. A liquidação do imposto
Como quer que seja, e como se estabelece no artigo 75.º do Código do IRS, é à
Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) que compete a liquidação, a efectuar
através dos respectivos serviços centrais. E para isso vai ter como suporte a
declaração Modelo 3 entregue pelo sujeito passivo e os valores dela
constantes, os quais se presumem correctos, não obstante a AT os poder
alterar se se justificar esse procedimento (erros evidenciados nas declarações
ou divergências em factos relevantes para a liquidação).
Na ausência de Declaração Modelo 3 apresentada pelo sujeito passivo, a
liquidação oficiosa feita pela AT terá por base os elementos de que esta
disponha.
A declaração anual de rendimentos é pois a peça fundamental no processo de
determinação do rendimento colectável. Por isso se estabelece no artigo 66.º do
CIRS, em reforço das garantias do sujeito passivo que a AT deva notificar o
sujeito passivo quando altere os rendimentos declarados pelo sujeito passivo ou
proceda à respectiva fixação da decisão, com indicação dos respectivos
fundamentos, explicitando obrigatoriamente as razões de facto e de direito que
motivam a decisão.
Locais de entrega: