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UM ESTUDO SOBRE A POSSIBILIDADE DE ELIMINAÇÃO

E IMPACTO DOS REGIMES DE TRIBUTAÇÃO


SIMPLIFICADA EXISTENTES NOS CÓDIGOS DO IRPC,
IRPS E IVA EM FACE DA CRIAÇÃO DO ISPC

Elaborou: Nelson Levim Bruing Maximiano,


Técnico Superior Tributário, Divisão de Estudos

Maputo, Julho de 2011

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Índice

i. INTRODUÇÃO......................................................................................................................3

I. ENQUADRAMENTO TEÓRICO.........................................................................................3

I.I DEFINIÇÕES....................................................................................................................3
I.II. SIMPLIFICAÇÃO DOS REGIMES DE TRIBUTAÇÃO PELA DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA
COLECTÁVEL...........................................................................................................................4
I.II.I. O caso do IRPC.........................................................................................................4
I.II.II. O caso do IRPS........................................................................................................5
I.II.III. O caso do IVA........................................................................................................5

I.III. BASE LEGAL PARA A MUDANÇA DOS CÓDIGOS ATRAVÉS DA ELIMINAÇÃO DOS REGIMES
DE TRIBUTAÇÃO SIMPLIFICADA..............................................................................................5
I.III.I. No caso do IRPC/IRPS............................................................................................6
I.III.II. No caso do IVA......................................................................................................7

I.IV. A JUSTIFICATIVA ECONÓMICA PARA A ELIMINAÇÃO DOS REGIMES DE TRIBUTAÇÃO


SIMPLIFICADA.........................................................................................................................7
I.IV.I. Vantagens da eliminação do regime de tributação simplificada (RTS)..................7
I.IV.II. Elementos Macroeconómicos que suportam a necessidade de eliminação do
R.T.S..................................................................................................................................9
I.IV.III. Impacto fiscal da eliminação dos regimes de tributação simplificada existentes
no IRPS, IRPC e IVA.......................................................................................................10

II. ASPECTOS ESPECÍFICOS SOBRE TRIBUTAÇÃO EM REGIME DE TRIBUTAÇÃO


SIMPLIFICADA; ESTUDO DE CASO COM CONTRIBUINTES NO REGIME DE
TRIBUTAÇÃO SIMPLIFICADA: A QUESTÃO DO IVA NÃO DEDUTÍVEL..................17
II.I. ESTUDO DE CASO COM CONTRIBUINTES NO REGIME DE TRIBUTAÇÃO
SIMPLIFICADA: A QUESTÃO DO IVA NÃO DEDUTÍVEL.....................................18

III. CONCLUSÕES..................................................................................................................21

IV. BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................22

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i. INTRODUÇÃO

O objectivo deste estudo é verificar se devemos ou não eliminar o regime de tributação


simplificada (RTS) nos impostos directos (IRPS, IRPC) e Imposto sobre o Valor
Acrescentado (IVA) garantindo impacto positivo nas receitas fiscais e possível redução de
custos administrativos.

O regime de tributação simplificada regente no CIRPS, CIRPC e CIVA é igual e equivalente


entre estes códigos podendo a escolha de regime ser revertida para regime normal no caso do
IVA. A mudança para o regime simplificado vigente no ISPC seria benéfica para a economia,
sobretudo no aumento de receitas e diminuição de tempo de espera, pagamento e reembolso
do IRPC, IRPS e IVA, bem como na reduçao dos custos com formulários, custos de colecta e
entrega da matéria colectável a CUT (Conta Única do Tesouro).

O capítulo 1 aborda a incidência e regime de tributação em vigor para os impostos de IRPS,


IRPC, IVA e ISPC. Neste capítulo se aborda a simplificação dos regimes de tributação pela
determinação da matéria colectável para os impostos de IRPS, IRPC, IVA e ISPC. Uma das
questões que é respondida neste capítulo é qual é a base legal para a mudança dos códigos
através da eliminação dos regimes de tributação simplificada. Na última parte deste capitulo
se aborda a justificativa económica para a eliminação dos regimes de tributação simplificada.

São abordados vários cenários para verificar o impacto fiscal da eliminação do regime de
tributação simplificada. A conclusão final a que se chega é que assumindo diferentes cenários
numa abordagem estática, ou seja não usando nenhuns modelos paramétricos, que impactos
teria a eliminação do RTS para a Receita Fiscal e para a receita do ISPC. Usou-se também
dados sobre o número de sujeitos passivos existentes em cada um dos regimes com o
objectivo de verificar se as tendências são similares. Os resultados mostram que as tendências
são similares.

O capítulo 2 aborda aspectos específicos sobre tributação, os quais provêm do facto de o


sujeito passivo estar assente no regime de tributação simplificado. Os resultados obtidos neste
capítulo que se prende essencialmente com este estudo de caso mostram que: i. Deve-se
mudar eliminar o RTS; ii. A eliminação do RTS deve ser gradual garantindo que se
mantenham alguns sectores de actividades, que são a maior fonte de captação de receitas
totais do RTS principalmente a nível das DAFs isoladas, como sectores onde se continua a
cobrar o RTS.

I. ENQUADRAMENTO TEÓRICO

I.I Definições

IRPS
O Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRPS) é um imposto directo que
incide sobre o valor global anual dos rendimentos, mesmo quando provenientes de actos
ilícitos. Os rendimentos referem-se as seguintes categorias: i. rendimentos do trabalho
dependente; ii. rendimentos empresariais e profissionais; iii. rendimentos de capitais e das
mais valias; iv. rendimentos prediais; e v. outros rendimentos.

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IRPC
O imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas (IRPC), é um imposto directo que
incide sobre os rendimentos obtidos, mesmo quando provenientes de actos ilícitos, no período
de tributação, pelos respectivos sujeitos passivos, nos termos deste Código. Os sujeitos
passivos do IRPC são: a. sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, as
cooperativas, as empresas públicas e as demais pessoas colectivas de direito público ou
privado com sede ou direcção efectiva em território moçambicano; b. entidades desprovidas
de personalidade jurídica, com sede ou direcção efectiva em território moçambicano, cujos
rendimentos não sejam tributáveis em Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares
(IRPS) ou em Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRPC) directamente na
titularidade de pessoas singulares ou colectivas; c. entidades, com ou sem personalidade
jurídica, que não tenham sede nem direcção efectiva em território moçambicano, nas
condições estabelecidas nos artigos 4 e 5 do CIRPC; Código, cujos rendimentos nele obtidos
não estejam sujeitos a IRPS.

IVA
Segundo Fumo e Magane (2002: 3-9) o IVA é um modelo simples de tributação do consumo.
Do ponto de vista de incidência objectiva do imposto sobre o valor acrescentado (IVA),
importa acrescentar que este abrange como operações tributáveis as transmissões de bens, as
prestações de serviços e as importações de bens. Tanto as transmissões de bens e as
prestações de serviços devem preencher requisitos básicos. Estes requisitos são: a.
territorialidade; princípio da contra-partida de valores; e existência de um sujeito passivo.

ISPC
O imposto simplificado para pequenos contribuintes (ISPC) substitui o IVA, o IRPC e o
IRPS por um imposto sobre o volume de negócios com uma taxa de 3% ou um montante fixo
de 75 mil, reduzida a metade no primeiro ano de aplicação. Todo o sujeito passivo que no
exercício anterior possua um volume de negócios pequeno e que não ultrapasse Mt 2,5
milhões pode optar por pagar este imposto.

O ISPC tem como objectivo principal facilitar o cumprimento de obrigações fiscais por parte
dos contribuintes de pequena dimensão económica. Este constitui um mecanismo que
contribui para o aumento de agentes económicos que formalizam a sua actividade económica.

I.II. SIMPLIFICAÇÃO DOS REGIMES DE TRIBUTAÇÃO PELA DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA


COLECTÁVEL

I.II.I. O caso do IRPC


O apuramento do rendimento colectável resulta da aplicação dos seguintes coeficientes:
0,20 ao valor das vendas de mercadorias e de produtos;
0,20 ao valor das vendas e prestação de serviços de alojamento, restauração e bebidas;
0,30 para os restantes proveitos.

Cessa a aplicação do regime simplificado quando o limite total anual de negócios de


2 500 000,00 MT for ultrapassado, caso em que a tributação pelo regime de contabilidade
organizada se faz a partir do exercício seguinte ao da verificação desse facto. Ou seja, ficam
excluídos do regime simplificado: Os sujeitos passivos cujo volume de negócios ultrapasse o
limite máximo de 2 500 000,00 MT;

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I.II.II. O caso do IRPS
Segundo o IRPS devem ser cumpridos os seguintes dispositivos legais relativos ao
apuramento da matéria colectável:

O apuramento do rendimento colectável resulta da aplicação dos seguintes coeficientes:


a) 0,20 ao valor das vendas de mercadorias e de produtos;
b) 0,20 ao valor das vendas e prestação de serviços de alojamento, restauração e
bebidas;
c) 0,30 para os restantes proveitos

Cessa a aplicação do regime simplificado quando o limite total anual de negócios de


2 500 000,00 MT for ultrapassado, caso em que a tributação pelo regime de contabilidade
organizada se faz a partir do exercício seguinte ao da verificação desse facto.
Os valores de base necessários para o apuramento do rendimento colectável são passíveis de
correção pela Admnistração Tributária.

I.II.III. O caso do IVA


Segundo o IVA devem ser cumpridos os seguintes dispositivos legais:

Ficam sujeitos ao regime de tributação simplificada, previsto nesta subsecção, os


contribuintes com volume anual de negócios superior a 750 000,00 MT e inferior a
2 500 000,00 MT que não possuindo, nem sendo obrigados a possuir, contabilidade
regularmente organizada para efeitos de tributação sobre o rendimento, não efectuem
operações de importação, exportação ou actividades conexas.

Os contribuintes referidos no número anterior apuram o imposto devido ao Estado através da


aplicação de percentagem de 5% ao valor das vendas realizadas ou serviços realizados, com
excepção das vendas de bens de investimento corpóreos que tenham sido utilizados na
actividade por eles exercida. Designado por mais valias e menos valias fiscais.

O volume anual de negócios a que se refere é o valor definitivamente tomado em conta para
efeitos de tributação em imposto sobre o rendimento.

No caso dos contribuintes que iniciem a sua actividade, o volume de negócios é estabelecido
de acordo com a previsão efectuada pelo contribuinte na declaração de início de actividade e
confirmada pela Direcção-Geral de Impostos.

I.III. BASE LEGAL PARA A MUDANÇA DOS CÓDIGOS ATRAVÉS DA ELIMINAÇÃO DOS
REGIMES DE TRIBUTAÇÃO SIMPLIFICADA

A eliminação dos regimes simplificados em qualquer um dos códigos requer não a


emigração, pois esta pressupõe a possibilidade de requisição pelo contribuinte para regressar
ao regime de tributação anterior, quer seja isenção, regime normal ou mesmo regime de
tributação simplificada. Desta forma a categoria emigrados deixa de existir quando os
sujeitos passivos provêm do regime de tributação simplificada.

Os contribuintes que já se encontravam a pagar o regime de tributação simplificada e caso a


adopção/escolha deste regime seja suspensa, podem depois ser transferidos para o ISPC.
Outra hipótese é estes contribuintes poderem renuciar passando a adoptar outro regime.

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O presente estudo avança outros cenários legais possíveis:

 O ISPC não possui uma base legal suficientemente forte para justificar o argumento
do estudo de aprimoramento de negócios, segundo o qual a criação do ISPC por si só
justifica de todo a eliminação bem sucedida do RTS existentes nos códigos do IRPS,
IRPC e IVA. O referido estudo aponta como pontos fracos do ISPC os seguintes:
“obrigações declarativas e registo de operações pesadas para os contribuintes que
pretende aplicar-se.” Sugere-se a eliminação das obrigaçoes declarativas, mantendo a
necessidade de registo de operações o que vai permitir que a Administração Tributária
faça visitas e verifique tais operações.
 Como resultado do ponto acima citado, pode-se concluir que deve haver um comando
claro incluso no ISPC antes da eliminação dos RTS existentes nos códigos de IRPC,
IRPS e IVA que indique a obrigação de passar para o ISPC em qualquer altura do ano
em que o RTS seja eliminado. No entanto, resultados da pesquisa mostram que este
comando serve apenas para aqueles sujeitos passivos cuja matéria colectável está
muito abaixo dos 2.500.000,00 MT, devendo os contribuintes com matéria colectável
perto do limite máximo optar entre o regime normal no imposto vigente a pagar e
transição para o ISPC.
 Em Direito Comparado a tendência na região é eliminar o RTS e criar um novo
imposto. Para o caso de Moçambique o processo pode ser gradual através da revisão
do ISPC.
 O registo acumulado de contribuintes no ISPC é significativo, no entanto as receitas
provenientes do ISPC tem um peso muito pequeno face à receita tributária.
 A flexibilidade do ISPC em relação a obrigação de contabilidade organizada ou
escrituração simplificada não é suficiente para atrair o grosso número de contribuintes
que se integram no regime de tributação simplificada no IVA, bem como alguns que
estejam no IRPS e que desejem transitar para o ISPC. O problema aqui está na
necessidade de ter o IVA liquidado para obtenção do IVA deduzido. A opção desses
potenciais contribuintes é passar para o regime normal de tributação ou não pagar
imposto, caso não seja abrangido por redução ou isenção.
 O RTS não permite capturar o elevado número de sujeitos passivos colectivos que
preferem fugir ao fisco e manter contabilidade não organizada ou mesmo que não
tenham escrituração simplificada, com o objectivo de aumentar os lucros, dividendos
e reduzir os custos no longo prazo, aumentando as economias de escala. A solução
seria fortificar a base legal que suporta o papel subadjacente do ISPC na substituiução
dos regimes de tributação simplificada existentes no IRPS, IRPC e IVA.

I.III.I. No caso do IRPC/IRPS


Transitam do RTS para o ISPC os sujeitos passivos que à data se encontrem enquadrados na
Segunda Categoria, e que por via da determinação do rendimento colectável apresentem, no
exercício anterior ao da aplicação do regime, um volume total anual de negócios não superior
a 2.500.000,00 MT.

Excepção deve ser feita para os casos de sujeitos passivos que precisem possuir contabilidade
organizada e que pela simplificação da avaliação do seu exercício ou actividade económica
venham a requerer passar para o regime normal, ou os sujeitos passivos que optem pelo
ISPC.

Para o IRPC/IRPS, mesmo em regime simplificado o período de tributação corresponde ao


presente ano civil. O período de tributação no ISPC também não excede o ano civil e
corresponde a cada exercício fiscal no qual este imposto é devido. De acordo com o artigo 4
da Lei n.º 5/2009 de 12 de Janeiro, sempre que o volume de negócios ultrapasse 2.500.000,00
MT, o sujeito passivo passa para o regime normal de tributação em sede de IRPC/IRPS.
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Outra questão passa pela mudança do apuramento do rendimento colectável pela aplicação de
diferentes coeficientes. Para o caso do ISPC a base tributável é o volume de negócios
realizado em cada trimestre do ano civil. Sendo que o apuramento do rendimento colectável
baseia-se na íntegra no artigo 8 da Lei n.º 5/2009 de 12 de Janeiro. Na prática, e reflectido
nos baixos níveis de receita tributária correspondente ao ISPC, são poucos os sujeitos
passivos que pagam a taxa anual de 75.000,00MT. Na realidade maior parte dos sujeitos
passivos que estão no ISPC pagam a taxa alternativa de 3% sobre o volume de negócios,
admitindo pois que na previsão do volume de negócios não atinja o volume máximo de
2.500.000,00 MT, caso a actividade seja iniciada no inicio do ano fiscal/civil ou o volume de
negócios obtido, declarado ou calculado quer pelo sujeito passivo ou pelas autoridades
tributárias. Como resultado disto todas as pessoas colectivas que cujo rendimento colectável
em regime de RTS é declarado a base percentual do valor das vendas ou restantes
proveitos, tem ganhos extraordinários.

I.III.II. No caso do IVA


Transitam do RTS para o ISPC os contribuintes que à data da transferência possuam um
volume total anual de negócios superior a 750.000,00 MT não superior a 2.500.000,00 MT.

Para o caso do IVA o período de tributação pode ser convertido para o presente ano civil. O
IVA pago a estes contribuintes não pode ser deduzido, constituindo isto um impedimento
principalmente para contribuintes na fasquia superior, na qual possam estar contribuintes que
exerçam actividades de comércio a retalho ou a grosso bem como prestação de serviços. Caso
não haja necessidade de dedução do IVA, então a transição desses sujeitos passivos é feita
para o Imposto Simplificado ao Pequeno Contribuinte (ISPC).

I.IV.A JUSTIFICATIVA ECONÓMICA PARA A ELIMINAÇÃO DOS REGIMES DE


TRIBUTAÇÃO SIMPLIFICADA
A matéria referente as vantagens da eliminação do regime de tributação simplificado (RTS) e
fundamentada pela consulta às seguintes fontes: i. Simplificação do Sistema Fiscal Português;
ii. CIRPS, CIRPC, CIVA e CISPC; iii. e outros.

I.IV.I. Vantagens da eliminação do regime de tributação simplificada (RTS)

 Permite a simplificação de processos e procedimentos, os quais levam a redução de


custos. Os custos administrativos baixam, permitindo uma melhor alocação de
recursos consignados a admnistração tributária Moçambicana com autonomia
financeira consagrada. (Vide Estudo sobre o Imposto de Reconstrução Nacional, 2010).

 Permite verificar novas alternativas de imposto a acomodar os sujeitos passivos e


contribuintes que até a data da eliminação estejam integrados no regime de tributação
simplificada, ou seja cria duas alternativas mais sustentáveis para sujeitos com
passivos com actividade económica ligada a alguns sectores de actividade tais como
que se mantenham no RTS ou os que passem para o regime normal de tributação ou
para o ISPC. (Vide Tabela i).

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Tabela i: Número Total de Contribuintes e Total de Contribuintes por Regime de Tributação
IMPOSTO 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Acumulado

Total 8,909 23,492 46,323 65,279 85,230 91,647 80,626 401,506


Total (Regime Geral de Tributacao)-Normal 6,554 15,063 25,877 36,514 48,004 52,394 47,531 231,937
Total (Regime Geral de Tributacao)-Isencão 23 94 185 212 276 215 144 1,149
Total RTS*/IVA; IRPS; IRPC/* 2,332 8,334 20,260 28,550 36,946 39,035 32,948 168,405

% de Contribuintes Sobre o Total 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Acumulado

Total (Regime Geral de Tributacao)-Normal 0.736 0.641 0.559 0.559 0.563 0.572 0.590 0.578
Total (Regime Geral de Tributacao)-Isencão 0.003 0.004 0.004 0.003 0.003 0.002 0.002 0.003
Total RTS*/IVA; IRPS; IRPC/* 0.262 0.355 0.437 0.437 0.433 0.426 0.409 0.419
Global 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00

Fonte: Cálculos do Autor com base em dados do GPECI e DGI. Números expressos em meticais e percentagem.

 Diminue o número de sujeitos passivos com preferência pela fuga ao fisco pelo
aumento da flexibilidade do Direito Tributário. Como consequência, aumenta a
receita fiscal e tende a diminuir a carga fiscal principalmente sobre as empresas
(sector privado).
 O RTS não permite capturar o elevado número de sujeitos passivos colectivos que
preferem fugir ao fisco e manter contabilidade não organizada ou mesmo que não
tenham escrituração simplificada, com o objectivo de aumentar os lucros, dividendos
e reduzir os custos no longo prazo, aumentando as economias de escala. A solução
seria criar um novo imposto que ajudasse a complementar o papel subdjacente do
ISPC na substituiução dos regimes de tributação simplificada existentes no IRPS,
IRPC e IVA. Que a eliminação dos regimes simplificados implica a criação de um
novo imposto, a chamar imposto para as pequenas e médias empresas, ou a transição
desses sujeitos passivos para o Imposto Simplificado ao Pequeno Contribuinte
(ISPC). Aumenta o número de sujeitos passivos ao longo do tempo, permitindo
fortalecer e alargar a base tributária que apesar de estar a melhorar continua limitada.
Isto justifica-se pelos actuais níveis de fuga ao fisco que não diminuiram com a
Introdução do Regime de Tributação Simplificada existente nos Códigos do
IRPC, IRPS e IVA, em 2004. (Vide Tabela i que mostra o aumento do número total
de contribuintes até Setembro de 2010).
 Aumenta os impactos positivos das reformas recentes e previstas visando alargar a
base tributária e melhorar a administração tributária. (Reformas são a revisão dos
Códigos em 2007 e introdução do ISPC em Junho de 2009, que pautaram por
resultados mais eficientes sob aumento do rácio fiscal e também mais eficazes sob
aumento do número de contribuintes - via ISPC).
 Diminui a inflação importada pela redução do volume de importação (produtos
importados) que não sofre dedução do IVA dado o regime adoptado, e aumenta a
previsibilidade das taxas de câmbio, permitindo uma maior estabilidade da economia.
[De acordo com Carsane (2010) a Inflação no periodo 1994-2004 foi determinada
conjuntamente por factores internos e externos. Entre os fatores internos
determinantes da inflação destacam-se as dificuldades de controle monetário,
depreciação do metical em relação ao rand e ao dólar norte-americano e oscilações
na produção agrícola nacional provocadas por alterações nas condições climáticas
do país. Também foi encontrada evidência da existência de fatores determinísticos
sazonais e um nível de persistência na inflação moçambicana. Nos fatores externos
destacam-se principalmente a exportação da inflação sul-africana para
Moçambique, a evolução do rand no mercado cambial sul-africano e a evolução do
preço do petróleo no mercado internacional.]

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 Aumenta as receitas fiscais, podendo promover o desenvolvimento de sectores vitais
para o crescimento da economia, tais como: eletrodomésticos, comércio de produtos
de primeira necessidade, sectores vitais da indústria, etc. (Através da redistribuição
de recursos). Da mesma forma, reduz os custos de matérias-primas cuja origem seja
importação.

I.IV.II. Elementos Macroeconómicos que suportam a necessidade de


eliminação do R.T.S.
Dentro dos planos regionais existe uma directiva da SADC segundo a qual deverá haver uma
convergência de indicadores Macroeconómicos, dentre os quais a redução significativa da
taxa de inflação para 5% até 2012. Importa realçar que este objectivo torna-se impraticável
pela ocorrência da recente crise financeira intternacional e redução da oferta de produtos
alimentares.

Os novos resultados indicam que ao contrário das previsões a taxa de inflação situa-se acima
de 1 dígito. A inflação importada é ainda elevada e as taxas de câmbio estão desajustadas.
Havendo também uma necessidade de não introduzir novos impostos marcando passo para a
não procura de novas fontes de tributação.

Tabela 1: Principais indicadores


Indicadores 2008 2012 2018

Taxa de Inflação anual 1 Dígito 5% 3%


Défice/PIB < 5% 3% 3 – 1%
Dívida/PIB 60% 60% 60%
Conta corrente/PIB 9% 9% 3%
Fonte: Resumo Comparativo dos Sistemas Fiscais dos Países da SADC, Divisão de Estudos, GPECI, 2009

No entanto, a transferência do RTS para o ISPC deve estar condicionada a necessidade de


manter o aumento da taxa de crescimento da receita fiscal, com o objectivo de fazer face ao
défice comercial.

A Tabela 2 mostra os principais indicadores macro-económicos e demográficos, segundo esta


tabela a taxa de crescimento do PIB per capita cresce a um rítimo assinalável, grande parte
do PIB provêm do volume de mercadorias transacionadas. Desta forma a não possibilidade de
dedução do IVA pelo comprador leva a aumento da pressão sobre a inflação importada.

Tabela 2: Indicadores Macro-económicos


Indicadores / Países Pop. Total Δ% Inflação (% anual) Vol. das merc. PIB pp. (2005)
PIB 2006 Transac. ( % do
Em milhões Δ% PIB)
Angola 17,02 2,80 23,4 14.7 85 2,335
Botswana 1,88 1,2 3,8 5.1 80 12,387
Lesotho 2,01 0,5 4,9 4.2 159 3,335
Malawi 13,92 2,5 4,7 18.0 58 667
Madagáscar 19,67 2,6 6,5 11.3 52 923
Maurícias 1,26 0,7 4,7 4.1 98 12,715
Moçambique 21,37 1,9 7 6.0 76 1,242
Namíbia 2,07 1,3 5,9 9.1 94 7,586
RDC 62,4 2,9 6,5 13.1 62 714
RSA 47,59 0,4 4,8 6.8 58 11,110
Swazilândia 47,59 0,4 4,8 6.8 58 4,824
Seychelles 0,09 0,5 6,3 2.2 156 -
Tanzania 40,43 2,4 7,1 4.2 45 744
Zâmbia 11,92 1,9 6 12.6 78 1,023
Zimbábwe 13,4 1,3 - .. - 2,038

Fonte: World Economic Outlook, Abril 2009 FMI.

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I.IV.III. Impacto fiscal da eliminação dos regimes de tributação simplificada
existentes no IRPS, IRPC e IVA.

I.V.III.I.Quanto de receitas provenientes do regime de tributação simplificada (RTS) está na


receita aduaneira? Nada. Mas a receita aduaneira mostra um grande potencial não explorado
para o aumento da receita total a níveis iguais ou comparáveis as metas indicativas da região.
O ponto está em garantir um aumento das receitas do IRPS, IRPC, IVA e ISPC na região.
(Vide Tabela 3). Da mesma forma, o aumento de receitas aduaneiras pode reverter o impacto
negativo da eliminação do RTS permitindo uma eliminação gradual e sustentável do RTS,
com aumento do rácio fiscal.

No entanto, há um decréscimo do peso das receitas aduaneiras sobre as receitas de


rendimento, sendo que o IVA sofre menos influência das receitas aduaneiras. O peso das
receitas aduaneiras é maior no IRPS e IRPC. Dado que as receitas dos impostos de
rendimento tem estado a crescer aumenta o potencial de melhoria da capacidade de colecta
simplificada de impostos pela base de unicidade.

Para determinar o impacto fiscal sobre a receita fiscal e sobre a receita do ISPC foram usados
os seguintes cenários:

 Cenário 1: Receita Estimada de ISPC com base nas receitas do IVA;


 Cenário 2: Receita Estimada de ISPC com base nas receitas do IRPC;
 Cenário 3: Receita Estimada de ISPC com base nas receitas do IRPS;
 Cenário 4: Receita Estimada de ISPC: Estratégia ponderada com base nas receitas do
IVA, IRPC, IRPS;
 Cenário 5: Receita Estimada de ISPC com base na Receita do RTS (Total);
 Cenário 6: Receita Estimada de ISPC com base em estimativas provenientes da
transição do RTS com base em cálculos da matéria colectável;
 Cenário 7: Receita Estimada de ISPC: Estratégia ponderada com base nas receitas do
RTS e dos coefecientes de determinação da matéria colectável;

Tabela 3: Evolução do peso da Receita do IRPS, IRPC e IVA sobre a Receita Total
  2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Receita IVA/Receita Total 0.37 0.36 0.34 0.35 0.33 0.33 0.36
Receita IRPS/Receita Total 0.12 0.15 0.15 0.14 0.13 0.15 0.15
Receita IRPC/Receita Total 0.05 0.06 0.08 0.10 0.14 0.15 0.13
Fonte: Cálculos do Autor com base em dados do GPECI e DGI e dados existentes na Conta Geral do Estado.

Tabela 4: Evolução do peso da Receita do IRPS, IRPC e Diferencial com Rec. Do IVA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Tx de Cescimento
Peso das Receitas de Rendimento 0.164 0.213 0.222 0.239 0.268 0.298 0.287 75.19%
Diferencial (Receitas de IVA - Receitas de Rendimento) 0.206 0.147 0.123 0.116 0.061 0.033 0.069 -66.45%
Fonte: Cálculos do Autor com base em dados do GPECI e DGI e dados existentes na Conta Geral do Estado

De acordo com as Tabelas 3 e Tabela 4, as receitas provenientes dos impostos de rendimento


(IRPS e IRPC) e o IVA tem impactos diferentes sobre a receita total. Apesar do crescimento
indicativo do peso das receitas de rendimento o peso das receitas do IVA continua maior
sendo que a taxa de crescimento do diferencial entre estas receitas (em -66,45%) mostra uma
tendência para diminuição da inflação importada via IVA.

10 | P á g i n a
A conjugação dos dois parágrafos antecedentes mostra que:

i. não é o IVA a maior fonte de inflação importada, muito por força da possibilidade
de o comprador liquidar o IVA no acto da venda e poder obter IVA dedutível, nos casos em
que esteja abrangido no regime normal de tributação simplificada.
ii. o diferencial do peso das receitas baixou muito por causa do elevado crescimento
das receitas do IRPS. O que significa que atrair mais importadores que pagam IVA no
exterior e preferem a fuga ao fisco permite reduzir a inflação importada pela recuperação do
IVA e aumento da sustentabilidade do crescimento das receitas fiscais. (Vide Tabelas 3 e 4).
iii. o regime de tributação simplificada deverá ser a maior fonte de incremento
da inflação importada a par com a receita aduaneira. Tendo ambas comportamentos
diferentes.
iv. a eliminação do regime de tributação simplificada não é estritamente e apenas
um exercício macro-económico de redução da inflação importada mas sim um fenómeno
fiscal na medida em que permite o aumento das receitas fiscais no longo prazo. Isto
confirma-se pelo crescimento da receita fiscal de 5% no período de 2007-2009.

I.IV.III.II. O que prova a importância económica da eliminação dos regimes de tributação


simplificada existentes nos códigos de rendimento e IVA? Importa realçar primeiro que tem
havido um grande esforço por parte do Governo de Moçambique (GoM) no sentido de
aumentar a estabilidade dos indicadores macro-económicos face a uma crise financeira
internacional cujos efeitos perdurarão por muitos anos.

Eliminar os regimes de tributação simplificada, permite harmonizar uma base de tributação


única que incide sobre aqueles que estão abaixo ou nos parâmetros de um dado indicador de
matéria colectável, seja esta o volume de negócios, o rendimento colectável ou o lucro
tributável.

O rácio das exportações líquidas sobre o PIB tem um valor negativo, nunca abaixo de -0.25
nem acima de -0.10. O peso da receita aduaneira sobre o PIB está a decrescer a uma taxa de -
80.12%, no entanto o seu peso sobre a receita total apresenta uma taxa de crescimento final
com valores elevados. No entanto uma análise temporal decomposta, mostra que as taxas de
crescimento para os períodos 2003-2006 e 2007-2009 apresentam valores negativos.
Isto mostra que se por um lado a inflação está a aumentar, apesar dos esforços para manter a
sua estabilidade e reduzir a taxa média de crescimento dos preços, por outro, a causa não é
especificamente o défice fiscal mas sim a inflação importada. Conter os determinantes da
inflação importada significa ter dois instrumentos importantes para o sucesso da política
fiscal e gestão da dívida pública que são: i. uma política fiscal mais sustentável, através do
aumento da receita fiscal e redução da dívida tributária; ii. uma maior capacidade de gestão
da política monetária, aumento do stock de divisas e pagamento da dívida externa.

O ponto crucial desta análise da importância da eliminação dos regimes de tributação


simplificada (RTS) está nas alterações consecutivas que houve no código dos benefícios
fiscais, bem como nos códigos de IRPC, IRPS e IVA. Principalmente no que se refere as
escalas de pagamento e referidas taxas bem como a redução do número de excepções ao
pagamento do Imposto no regime simplificado. Esta alteração nestes códigos mostra-se de
grande importância pois dinamiza a predisposição para pagar mais a partir do regime de
tributação simplificada, dado que a penalização pela passagem deste (após
apresentação/verificação das operações registadas no sentido de determinar se este sujeito
passivo está ou não dentro dos parâmetros do ISPC, caso o mesmo tenha transitado dos RTS
a eliminar ou já esteja enquadrado no ISPC) para o regime normal de tributação seja IRPS,
IRPC ou IVA é elevada.

11 | P á g i n a
De acordo com a Tabela 5, quando ocorre a alteração dos códigos de rendimento e IVA a
nível da matéria colectável, em 2007, aumenta drasticamente o peso das receitas fronteiriças
com base principalmente no aumento de receitas provenientes de importações. Isto pode-se
ver pela evolução da taxa de crescimento do peso das receitas aduaneiras nas receitas de
IRPS, IRPC, IVA e Receita Total proveniente de RTS. Note-se que para a Receita Total
proveniente de RTS os dados existem a partir de 2004. De um modo geral a taxa de
crescimento do peso da receita aduaneira sobre as receitas de rendimento e IVA é negativa de
2003 a 2006. No entanto a taxa de crescimento de 2003 a 2009 mostra valores de crescimento
bastante elevados que reporta níveis de obtenção da receita aduaneira muito elevados a partir
de 2007. Facto interessante e que mostra a importância e impacto das reformas fiscais na
receita total de RTS, é o facto de a taxa de crescimento do peso da receita aduaneira na
receita total de RTS ser negativa desde 2004 até 2009. A taxa de crescimento deste indicador
baixa bastante desde 2007 até 2009. O que mostra um aumento substancial das receitas totais
de RTS a nível absoluto, mas também um aumento do peso das receitas totais de RTS na
receita total.

Tabela 5: Evolução da Taxa de crescimento do peso da Receita Aduaneira na Receita Total


T.C. 2003-2009 T.C. 2003-2006 T.C. 2007-2009
Receita Aduaneira */fronteirica/*/Receita Total 5585.46 -18.77 -21.86
Receita Aduaneira */fronteirica/*/Receita do IVA 5805.26 -15.16 -28.08
Receita Aduaneira */fronteirica/*/Receita IRPS 4268.50 -32.72 -35.82
Receita Aduaneira */fronteirica/*/Receita IRPC 1845.47 -61.35 -17.33
Receita Aduaneira */fronteirica/*/Receita RTS Total -81.38 47.87 7.90

Fonte: Cálculos do Autor com base em dados do GPECI e DGI. Note-se que para a Receita Total proveniente de RTS os dados existem a
partir de 2004.Valores Percentuais.

I.IV.III.III. Evolução da carteira de impostos gerais e regimes de tributação no período 2004


até 2009.
O regime normal de tributação por total segundo os impostos (IRPC, IRPS e IVA) apresenta
valores de receita colectada mais elevados. Na realidade determina o comportamento da
receita total proveniente de impostos de rendimento e IVA. A Tabela 6 prova que os cálculos
estão correctos e que o peso da receita total anual por regime de tributação aumenta bastante
para o Regime de Tributação Simplificada, sendo que o seu peso global é de 0.75. (Vide
Figura 1 e Tabela 6).

Verificando a evolução das receitas totais anuais por regime de tributação conclui-se que: as
receitas totais anuais por regime de tributação têm uma tendência crescente para os impostos
de rendimento (IRPC e IRPS). Em relação ao IVA as receitas do regime normal de tributação
apresentam-se voláteis e pouco consistentes, o que está relacionado com os valores mais
elevados que estas representam, mas fundamentalmente com a questão dos reembolsos a qual
só pode ser reverificada no ano seguinte através de auditorias internas efectuadas pela DGI
(Direcção Geral de Impostos). Quanto ao RTS: as entidades com Regime Simplificado de
Determinação do Lucro Tributável apresentam-se importantes apenas para o IRPS, isto pode
também estar relacionado com a tributação de dividendos. (Vide Figuras 2, 3 e 4).1

Por último, a Figura 5 mostra a evolução das Receitas em Regime de Tributaçao Simplificada
por tipo de Imposto. Na verdade esta clarifica toda problemática que se levanta antes e depois
deste subcapítulo, na verdade as receitas totais provenientes do regime de tributação
simplificada (IVA) são bastante inferiores, pouco significativas e apresentam uma progressão
menor em comparação com cada uma das receitas totais provenientes do regime de tributação
1
Para o IRPC a amostra é de 1.576 sujeitos passivos e para o IRPS a amostra é de 27.052 sujeitos passivos, isto em relação ao Regime
Simplificado de Determinação do Lucro Tributável
12 | P á g i n a
simplificada (IRPC ou IRPS), sendo que as provenientes do IRPS são mais estáveis, com
taxas de crescimento mais elevadas e permitem perceber onde está o risco de impacto
negativo do RTS-IRPC nas receitas totais do RTS.

Figura 1: Receita Total Anual por Regime de Tributação

Fonte: Cálculos do Autor com base em dados da DGI-DTIC (2004-2010). Números expressos em meticais.

Tabela 6: Evolução do peso da Receita Total Anual por Regime de Tributação


2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 TC (2004-2010) Somatorio
Total 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 0.00 7.00
Normal 0.99 0.97 1.16 0.61 0.86 0.81 0.85 -14.00 6.25
Isencao 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 889.04 0.01
RTS 0.01 0.03 -0.16 0.39 0.14 0.19 0.15 1106.12 0.75
Fonte: Cálculos do Autor com base em dados da DGI-DTIC (2004-2010).

Figura 2: Evolução das Receitas Totais Anuais por Regime de Tributação (IVA)

Fonte: Cálculos do Autor com base em dados da DGI-DTIC (2004-2010). Números expressos em meticais.

Figura 3: Evolução das Receitas Totais Anuais por Regime de Tributação (IRPC)

13 | P á g i n a
Fonte: Cálculos do Autor com base em dados da DGI-DTIC (2004-2010). Números expressos em meticais.

Figura 4: Evolução das Receitas Totais Anuais por Regime de Tributação (IRPS)

Fonte: Cálculos do Autor com base em dados da DGI-DTIC (2004-2010). Números expressos em meticais.

Figura 5: Evolução das Receitas em Regime de Tributaçao Simplificada por tipo de Imposto

Fonte: Cálculos do Autor com base em dados da DGI-DTIC (2004-2010). Números expressos em meticais.

I.V.III.IIII. Simulação sobre o impacto na receita fiscal da transição de todos os


contribuintes do R.T.S para o ISPC.

14 | P á g i n a
As Tabelas e Figuras abaixo ilustradas, alinhadas e enumeradas mostram que é impossivel
prever de forma acertada quais teriam sido as estimativas da receita do ISPC caso este tivesse
sido introduzido quer seja em 1999 ou mesmo em 2004. Durante os exercícios de simulação
de estimação da receita tornou-se claro que as estimativas basedas em impostos ou
combinação de impostos se revelaram muito fracas e descabidas de senso. No entanto, é
importante verificar que grande contribuição para o incremento do ISPC com base na
eliminação do regime simplificado de tributação vem da transmissão de receitas provenientes
do IVA. Mostra-se claramente que iniciando a série com valores globais sem discriminação
de introdução do RTS, este torna-se um instrumento fraco para estimar as receitas após a
revisão do código dos benefícios fiscais e dos códigos de: CIRPS, CIRPC e CIVA.

A Tabela 7 mostra nitidamente taxas de crescimento reveladoras do grande potencial que


pode ter a nível da receita do ISPC a transmissão de receitas decorrentes de sujeitos passivos
outrora regidos pelos regimes de tributação simplificada existentes no IRPS, IRPC e IVA.

A Tabela 8 mostra resultados fiscais que não são positivos em termos de impacto fiscal
líquido da transição do RTS para o ISPC. É necessário no entanto considerar que esta é uma
simulação estática e não paramétrica do impacto sobre a receita fiscal global anual da
transmissão de receitas. Importa realçar alguns aspectos não levados em conta: i. a receita de
ISPC levada em conta não inclui outros sujeitos passivos que já possam estar afectos ao
ISPC; ii. taxas bastante mais baixas cobradas sobre a matéria colectável e a simplificação de
processos vão atrair mais rapidamente outros sujeitos passivos para o ISPC; iii. o reajuste
para o ISPC pode no longo prazo direccionar outros contribuintes transitados do RTS para o
ISPC a escolherem o regime normal de tributação, principalmente aqueles com uma grande
carteira de clientes que necessitem liquidar o IVA.

Fazendo a combinação dos resultados deste capítulo com o anterior podemos concluir que o
impacto fiscal da eliminação do Regime de Tributação Simplificada existente no IRPC, IRPS
e IVA em face do ISPC, terá certamente um impacto bastante positivo sobre as actuais
previsões de receita total do ISPC bem como um efeito positivo sobre as receitas totais
provenientes do regime normal de tributação pelo facto de muitos contribuintes preferirem
passar para o regime normal de tributação. A experiêcia de campo de alguns gestores da
Autoridade Tributária ou agentes tributários mostra que apesar de ser difícil identificar ou
verificar/provar na prática que muitos contribuintes usam mais do que um regime de
tributação estes fazem-no com o claro objectivo de permitir que os seus clientes deduzam o
IVA de quem efectuaram a transacção no sentido de poderem ter o seu IVA liquidado. Os
exemplos existentes nas DAF´s – 1º e 2º bairro fiscais e DAF – Matola, mostram claramente
que vários postos de cobrança depende apenas e exclusivamente das receitas provenientes do
Regime de Tributacão Simplificada, sendo que muitos dos contribuintes que pagam RTS
também pagam ISPC.

Um cenário negro mostra um impacto fiscal líquido negativo com a eliminação do Regime de
Tributação Simplificada.

Da mesma forma, o regime simplificado de tributação abre espaço para falsas declarações
sobre a renda mensal bruta bem como sobre o seu lucro tributável (deduzido de descontos
sobre dividendos), assim a matéria colectável que tem de pagar é na verdade baixa, o que não
acontece no caso do regime normal de tributação para o IRPS.

Portanto, incluindo estes factores paramétricos o estudo sugere um impacto final líquido
positivo na receita total. Esta conclusão é de todo discutível e permite que se possa
discriminar por sectores importantes de actividade económica aqueles que serão abrangidos
15 | P á g i n a
pelo projecto de eliminação do RTS a ser elaborado e submetido a Conselho de Ministros.
Desta forma, como medida inicial sugere-se a eliminação do regime de tributação
simplificada existente no IRPC, IRPS e IVA em face do ISPC. No entanto, um passo em
frente seria começar a pensar nos sectores que seriam abrangidos pela eliminação do RTS nos
códigos do IRPC, IRPS e IVA e monitorar o processo num estudo piloto.

Figura 6: Evolução da Receita Estimada de ISPC e tributação do ISPC pela substituição do RTS

Fonte: Estimativas de Receita com base em Cálculos do Autor usando dados da DGI-DTIC (2004-2010). Números expressos em meticais.

Figura 7: Evolução da Receita Estimada de ISPC com base na Receita Total do RTS

Fonte: Estimativas de Receita com base em Cálculos do Autor usando dados da DGI-DTIC (2004-2010). Números expressos em meticais.

Figura 8: Evolução da Receita Estimada de ISPC com base em estimativas de transição do RTS

Fonte: Estimativas de Receita com base em Cálculos do Autor usando dados da DGI-DTIC (2004-2010). Números expressos em meticais.

Figura 9: Receita Estimada de ISPC com base em partes da matéria colectável (IRPC, IRPS, IVA)

16 | P á g i n a
Fonte: Estimativas de Receita com base em Cálculos do Autor usando dados da DGI-DTIC (2004-2010). Números expressos em meticais.

Tabela 7: Potencial Evolução do peso do ISPC na Receita Total (assumindo que se elimina o RTS)
Taxa de
  2004 2005 2006 2007 2008 2009 Crescimento
ISPC (Cenário 5: RTS Total) - Como % da Receita Total 0.49 1.79 9.31 18118.01 13688.98 18037.32 3702224.04
ISPC (Cenário 7: Matéria Colectável + Valor das Vendas) -
Como % da Receita Total 0.20 0.21 0.24 0.29 0.31 0.30 48.83
ISPC (Cenário 4-Cenário Actual: Estimativas com base no
Rendimento e IVA) - Como % da Receita Total 0.03 0.03 0.03 0.03 0.03 0.04 10.91
Fonte: Estimativas de Receita com base em Cálculos do Autor usando dados da DGI-DTIC (2004-2010).

Tabela 8: Potencial Evolução da Receita Total Estimada assumindo transição do RTS para o ISPC
2004 2005 2006 2007 2008 2009
Receita Total 15942497.00 19818079.00 26463606.00 34473.63 39190.03 47599.70
Receita Total Estimada (Cenario 4) 8683562.15 -15116030.62 -218971813.48 -624558135.29 -536430928.87 -858521771.75
Receita Total Estimada (Cenario 5) 15942497.00 19818079.00 26463606.00 34473.63 39190.03 47599.70
Receita Total Estimada (Cenario 6) 8361893.84 -14884490.07 -213928584.20 -609569012.36 -523556960.54 -837917748.96
Receita Total Estimada (Cenario 7) 11340597.32 -11541238.58 -213578649.77 -624549428.60 -536419942.35 -858509389.73
Fonte: Estimativas de Receita com base em Cálculos do Autor usando dados da DGI-DTIC (2004-2010). Números expressos em meticais.

II. ASPECTOS ESPECÍFICOS SOBRE TRIBUTAÇÃO EM REGIME DE


TRIBUTAÇÃO SIMPLIFICADA; ESTUDO DE CASO COM CONTRIBUINTES NO
REGIME DE TRIBUTAÇÃO SIMPLIFICADA: A QUESTÃO DO IVA NÃO
DEDUTÍVEL.

O objectivo deste capítulo é olhar para aqueles aspectos particulares mas que podem servir de
base para suportar a tese e percepção que existe a nível técnico e operacional de que há uma
grande insatisfação por parte dos contribuintes em relação a qualidade dos serviços prestados
pela Autoridade Tributária bem como das dificuldades inseridas nos métodos e processos
exigidos pelos seus produtos tributários que são os impostos e suas diferentes modalidades
neste caso regimes de tributação. Cada regime de tributação, sujeita a categorização no caso
do IRPS, apresenta diferentes taxas para situações diferentes de transacção ou
comercialização.

Para o pilar particular do Regime de Tributação Simplificada (R.T.S.) existente nos códigos
do IRPC, IRPS e IVA em face do ISPC, regem pequenas particularidades mais viradas para o
17 | P á g i n a
IVA, seguindo as projecções anteriores segundo as quais as receitas de RTS-IRPS
apresentam valores estáveis e consistentes. Maior parte das especificidades estão de facto
relacionadas com a tributação em IVA pela latente possibilidade de emigração do regime
normal para o regime de tributação simplificada (R.T.S.) ou vice-versa.

Uma entrevista no CPI mostrou claramente que as ligações entre as pequenas empresas, o
sistema tributário, o nível de investimentos e o acesso a oportunidades de negócio são ainda
embrionários, frágeis e bastante dependentes da actividade empresarial das grandes empresas.
Mantendo enfoque no IVA, as grandes empresas são uma amostra fora de observação. Desta
forma, estas não fornecem informações fiáveis sobre o nível de capitalização, a margem de
lucro tributável ou se quisermos lucro tributável, nem mesmo sobre impostos pagos sobre a
receita realizada. Isto torna as pequenas e médias empresas extremamente dependentes dos
seus fornecedores ou clientes. Este pressuposto e poesteriormente abordado neste texto.
Outro argumento mostra que: muitas destas empresas não têm necessidade de pagar
impostos para manter a sua actividade económica, mesmo que incipiente ou ilícita e não
necessariamente ilegal. Quando pagam impostos estas empresas preferem o regime normal
de tributação pela necessidade de liquidar o IVA. Porquê liquidar? Porque este é deduzido
do IVA de quem compram ou com quem transacionam mercadorias, bens e serviços.

Que dificuldades enfrentam os sujeitos passivos por estarem no regime simplificado de


tributação? Estes reportam poucas dificuldades por estarem no RTS. No entanto, mostram
vontade de continuar neste regime. Por outro lado existe sempre uma dúvida em relação ao
atendimento, a qualidade do atendimento e aos valores a pagar feitas as declarações fiscais.
No entanto, os agentes alfandegários referem que as pessoas têm muitas dificuldades em
perceberem as coisas e que confundem o estar no RTS no CIRPS ou CIRPC com pagar IVA
no regime simplificado, bem como pequenos atrasos que levam a multas e também a
interupção de actividade económica ou de pagamento de impostos.

II.I. ESTUDO DE CASO COM CONTRIBUINTES NO REGIME DE TRIBUTAÇÃO


SIMPLIFICADA: A QUESTÃO DO IVA NÃO DEDUTÍVEL.

Na parte final desta pesquisa foi efectuado um estudo de caso com a realização de entrevistas
a alguns contribuintes através de um inquérito as Pequenas e Médias Empresas. Este
Inquérito foi realizado com a ajuda do IPEME, inicialmente aos próprios Micro-empresários
agrupados no Parque Industrial da Matola e posteriormente na Direcção das Áreas Fiscais da
Matola. O segundo inquérito compreensivo foi realizado na DAF da Matola bem como no
Segundo Bairro Fiscal.

Em Fevereiro de 2011 os técnicos Nelson L.B. Maximiano (AT) e Sónia Mbanze (IPEME)
fizeram uma visita de trabalho às pequenas e médias empresas instaladas no Parque Industrial
da Matola, trata-se de sete (07) empresas no regime de RTS das quais apenas cinco (05)
foram sujeitas ao questionário cujos resultados serão reportados nos produtos VII e VIII da
meta IV do cronograma de execução do Termo de Referência para o Estudo do Impacto do
Regime de Tributação Simplificada.

Os resultados do primeiro inquérito são:

18 | P á g i n a
i. Um número significativo de Pequenas e Médias Empresas sente
dificuldades no decurso das suas actividades pelo facto de estar no regime
de tributação simplificada. No entanto, grande parte destes continua no
RTS pagando o IRPC, o IVA e respectivas taxas.

ii. Um dos grandes problemas está na perda de lucros; que provém da escolha
pelo regime de tributação simplificada. Não da perda de clientes. Há
problemas com o pagamento de multas pelo atraso ou pagamento
incompleto de impostos.

iii. A maior parte dos contribuintes no regime simplificado (RTS) nunca


pagou no regime normal. Maior parte dos clientes destes contribuintes está
no sector informal.

iv. Clientes de uma dada área fiscal pagam na respectiva Direcção de


Finanças.

v. Não resultam muitas facilidades de um contribuinte estar no regime de


tributação simplificada. No entanto, o facto de pagar de três em três meses,
poder reclamar os valores fixados e negociar modalidades de pagamento a
título excepcional, incorrendo no pagamento de multas, possibilita pagar a
percentagem relativa ao referido mês ou trimestre, sendo que em caso de
não haverem vendas ou estas revelarem lucro nulo a actividade económica
não fica em perigo por causa do não pagamento de impostos.

vi. Os contribuintes com níveis muito aquém do limite máximo de


2.500.000,00 MT não veêm obstáculos em transitar para o ISPC. Da
mesma forma, não teriam nehuns benefícios de emigrar para o regime
normal no imposto vigente a pagar. No entanto, estes teriam de fazer
algumas contas, revelando alguns o medo de se sentirem estrangulados.

vii. Os contribuintes com níveis muito aquém do limite máximo de


2.500.000,00 MT sentem que a carga fiscal é elevada aqui em
Moçambique em relação aos restantes países da região. Desta forma o
imposto que pagam é um bocado pesado sobre os seus lucros.

viii. Há falta de formação e informação sendo que ambas tem um valor


acrescentado marginal bastante elevado para os pequenos e médios
empresários.

ix. Para quem vai pagar o imposto existe sempre a percepção de que vão
cobrar muitos documentos bem como outras exigências para pagar
impostos, tais como: i. impostos em ordem; ii. documentos válidos; iii.
preenchimento correcto dos documentos; etc.

x. Quem tem um valor da matéria colectável perto do limite máximo de


2.500.000,00 MT não sente muito o peso do imposto que paga sobre o
lucro que tem. Normalmente não faz falsas declarações pois o seu
objectivo é aumentar a receita, bem como passar para o regime normal de
tributação.

19 | P á g i n a
xi. Grande parte dos sujeitos passivos no regime normal de tributação
simplificada têm uma elevada dependência em relação aos contabilistas ou
guarda-livros por si contratados e gostariam de ter maior controle da
situação ou mesmo poderem ser estes próprios a fazer o controle das
contas.

xii. Tendência a fuga ao fisco mesmo quando não precisa pagar. Esta é a
percepção e experiência dos agentes aduaneiros.

xiii. Quem paga impostos no RTS revela que ser Licenciado na sua actividade,
permite ter acesso a trabalhos que não poderia fazer se não pagasse
impostos.

xiv. Maior parte destes contribuintes prefere pagar um imposto único. Sugestão
foi feita segundo a qual se poderia, a posteriori, criar um imposto único
para as pequenas e médias empresas. Isto simplificava e desburocratizava.

xv. A maior parte das pequenas e médias empresas que está no regime normal
já esteve no RTS. Estas apresentam matéria colectável acima, no entanto,
ainda perto do limite máximo de 2.500.000,00 MT. Estes naturalmente
mudam ou por força de terem excedido o limite máximo de 2.500.000 MT,
ou pelo facto de terem sido aconselhados a fazerem-no quer pelos seus
clientes, contabilistas ou outros pequenos e médios empresários.

Os resultados do segundo inquérito são:


xvi. Trata-se de uma amostra aleatória simples e pouco significante mas importante
no que toca a continuidade de estudo de caso. Este segundo estudo de caso foi
realizado na DAF-2º Bairro Fiscal.

xvii. 37% da Amostra de 8 pequenas e médios empresários afectos ao 2º Bairro


Fiscal pagam IRPS, sendo que todos estão no regime de tributação
simpificada.

xviii. 37% da Amostra de 8 pequenas e médios empresários afectos ao 2º Bairro


Fiscal pagam IRPC, sendo que 2/3 destes estão no regime Regime de
Tributação Simplificada.

xix. 26% da Amostra de 8 pequenos e médios empresários afectos ao 2º Bairro


Fiscal pagam apenas IVA pagando apenas impostos desde os anos 2004-2010.

xx. Grande parte dos contribuintes estão afectos ao RTS. São cerca de 87,5% dos
conttribuintes inquiridos que escolheram o RTS pagando impostos sobre o
rendimento.

xxi. Pela cojugação dos dois inquéritos pode-se notar que: a. os contribuintes
fazem confusão ao estarem inclusos no RTS com a necessidade de pagar IVA
no RTS, o que não corresponde a verdade.

xxii. A proprensão a mudar do RTS para o regime normal é baixa. No entanto, esta
tende a ocorrer mais no IRPC e da mesma forma este contribuinte pode voltar
ao RTS.

20 | P á g i n a
xxiii. Grande parte dos contribuintes em sede de IRPC tem problema de multas.
Maior parte destes com dificuldade de pagar as multas (pagas em prestações);

xxiv. Em geral não há dificuldades em receber reembolsos. Os contribuintes


mostram-se satisfeitos e confiantes apesar de alguns atrasos ao nível do IRPS.

xxv. A maior parte dos contribuintes no regime simplificado (RTS) nunca pagou no
regime normal. Maior parte dos clientes destes contribuintes está no sector
informal.

III. CONCLUSÕES

O regime de tributação simplificada (RTS) não abrange a tributação das mais valias. Todos
os códigos de impostos sobre o rendimento e IVA (imposto sobre o valor acrescentado) são
abrangidos pelos regimes de tributação simplificada. A conclusão do estudo é condicionada
pela percentagem de sujeitos passivos com tendência a passar para o regime normal de
tributação, contra a larga proporção de sujeitos passivos que necessariamente deverão
transitar para o Imposto Simplificado aos Pequenos Contribuintes, ou excepcionalmente por
interesse de expansão fiscal permanecer no regime de tributação simplificada RTS.

A importância do estudo revistiu-se em mostrar que: i. O impacto fiscal líquido será negativo
se o regime de tributação simplificada for eliminado na totalidade, podendo reverter o quadro
de aumento de receitas, motivação e suporte de receitas a nível das direcções das áreas fiscais
e postos de cobrança que estejam mais isolados ou (principalmente) nas zonas rurais.

O projecto de eliminação do RTS é simples mas deve ser discrecionário. Ou seja, deverá
haver uma separação que segue as seguintes modalidades:

i. a. Eliminar o RTS por sectores de actividade, devendo ser abrangidos aqueles


que tem maior peso no aumento da inflação importada, principal determinante
da inflação.
ii.

i. Criar modalidades que permitam quer a transição do regime de tributação


simplificada (RTS) para o ISPC, bem como a opção pelo regime normal.
ii. Opção por rever o ISPC no sentido de reduzir a preferência por não pagar
imposto pela necessidade de reduzir os custos para estas empresas e seus
clientes, quer estes sejam ou não contribuintes.
iii. Atrair mais contribuintes para pagar o RTS nos sectores onde é preponderante
que continue a haver pagamento do RTS por forma a garantir uma
aproximação ao rácio fiscal sobre o PIB predominante na região.

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IV. BIBLIOGRAFIA

Carsane, Faizal Ramonje, 2005, “Os determinantes da inflação em Moçambique: um estudo


econométrico (1994-2004)”, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de
Ciências Económicas, Programa de Pós-Graduação em Economia, Porto Alegre.

Ferreira, Lurdes da Silva; et al., 2006,"Manual do IVA", Centro de Formação da DGCI, 2ª


Edição, Lisboa.

Graça Fumo e Idália Mangane, 2004, “Código do IVA Comentado”, Moçambique Editora,
Maputo.

Mota, Lemos Pereira Cardoso, 2000, “Teoria e técnica dos impostos”, Editora Rei dos Livros,
23ª Edição, Lisboa.

Resumo Comparativo dos Sistemas Fiscais dos Países da SADC, 2009, Divisão de Estudos,
GPECI, AT, Maputo.

Silva, Carlos e Gomes, Elisabete, 2007, “I.V.A. & R.I.T.I. - Manual Prático”, 3ª Edição.

Tributação Directa

1. Lei n.º 33/2007, de 31 de Dezembro (BR n.º 52, 1ª Série, 3º Suplemento), Aprova
o Código do Imposto sobre Pessoas Singulares – IRPS;
2. Lei n.º 34/2007, de 31 de Dezembro (BR n.º 52, 1ª Série, 4º Suplemento), Aprova
o Código do Imposto sobre Pessoas Colectivas – IRPC;
3. Decreto n.º 8/2008, de 16 de Abril (BR n.º 16, 1ª Série) – Aprova o Regulamento
do Código do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares;
4. Decreto n.º 9/2008, de 16 de Abril (BR n.º 16, 1ª Série) – Cria o Imposto
Simplificado para Pequenos Contribuintes, abreviadamente designado ISPC;
5. Lei n.º 5/2009 de 12 de Janeiro (BR n.º 1, 1ª Série, 3º Suplemento) – Cria o
Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes, abreviadamente designado
ISPC;
6. Decreto n.º 14/2009, de 14 de Abril (BR n.º 14, 1ª Série, 4º) – Aprova o
Regulamento do Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes;
7. Lei n.º 20/2009, de 10 de Setembro (BR n.º 36, Iª Série, Suplemento), Altera os
artigos 18,20,21,22,23,26,28,36 e 40; elimina a alínea h) do artigo 68 e introduz os
artigos 36-A e 41-A, no CIRPC aprovado pela Lei n.º 34/2007, de 31 de
Dezembro;
8. Decreto n.º 68/2009, de 11 de Dezembro (BR n.º 49, Iª Série, 2º Suplemento) –
Altera o artigo 5 do Regulamento do Código do IRPC, aprovado pelo Decreto n.º
9/2008, de 16 de Abril;

Tributação Indirecta

9. Lei n.º 32/2007, de 31 de Dezembro (BR n.º 52, 1ª Série, 3º Suplemento), Aprova o
Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado – IVA;

10. Decreto n.º 7/2008, de 16 de Abril (BR n.º 16, Iª Série, Suplemento) – Aprova o
Regulamento do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado – IVA;

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