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Lucro real e compensação de prejuízos

APRESENTAÇÃO

No atual contexto, em que as empresas estão sendo influenciadas diretamente com as mudanças
macroambientais, é de suma importância o conhecimento dos tributos para uma boa administraç
ão empresarial. Nesse sentido, para as empresas do lucro real, é fundamental se atentar à legislaç
ão e sua aplicabilidade, de forma que seja realizado um bom planejamento e gestão dos tributos
e, consequentemente, se organize os pagamentos dos encargos tributários da maneira mais viáve
l para a empresa.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará o regime de tributação lucro real com base de c
álculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Sobre o Lucro Líquido (C
SLL), bem como seus conceitos, critérios de incidência, fato gerador e alíquotas. Além disso, vo
cê verá os critérios de adição, exclusão e compensação de prejuízos fiscais das empresas enquad
radas no lucro real.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Conceituar os tributos apurados no regime de tributação do lucro real.


• Definir o regime de tributação do lucro real.
• Reconhecer as regras de compensação de prejuízos fiscais.

DESAFIO

Na rotina de uma empresa, é muito importante que o analista tributário acompanhe seus resultad
os, de forma que esteja ciente sobre o desempenho empresarial. Com esses resultados, é possível
conhecer melhor o negócio, bem como colaborar com uma melhor gestão e planejamento dos tri
butos.
Quais são os valores dos tributos IRPJ e CSLL para os anos de 2018 e 2019? Qual será o valor d
esses tributos para 2020, caso o lucro seja de R$ 240.000,00?

INFOGRÁFICO

As mudanças macroambientais, assim como as econômicas e fiscais, exigem que as empresas es


tejam atentas a todas as legislações, especialmente em relação à tributação empresarial. É funda
mental que as empresas conheçam os regimes de tributação que elas podem seguir e qual é o ma
is vantajoso para o seu caso. Nesse contexto, para uma boa gestão e planejamento tributário, é d
e suma importância que as empresas conheçam as regras de apuração do IRPJ e CSLL.

No Infográfico a seguir, você verá alguns detalhes sobre a apuração do IRPJ e CSLL das empres
as tributadas pelo regime do lucro real, como a formação da base de cálculo e os fatos geradores
desses tributos.
CONTEÚDO DO LIVRO

O regime de tributação lucro real é conhecido como o mais complexo entre os regimes tributário
s, que são: simples nacional, lucro presumido, lucro real e, em raros casos, lucro arbitrado. Assi
m, o conhecimento sobre a forma de tributação das empresas enquadradas no lucro real é impres
cindível para o analista tributário, pois ele aplicará as legislações de forma mais adequada e vant
ajosa para a empresa, dadas as características específicas. Com isso, a gestão tributária contribui
com a administração empresarial, pois realizará planejamentos tributários que beneficiam a emp
resa a manter seus fluxos de caixa e a pagarem a menor tributação, dentro do permitido em lei.

No capítulo Lucro real e compensação de prejuízos, da obra Tópicos especiais da contabilidade


fiscal e tributária, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá o regime de tri
butação lucro real, com base de cálculo do Imposto sobre a Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Cont
ribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), seus conceitos, critérios de incidência, fato gerad
or, alíquotas e compensação de prejuízos fiscais.

Boa leitura.
TÓPICOS
ESPECIAIS DA
CONTABILIDADE
FISCAL E
TRIBUTÁRIA

Verônica Rosa Tempesta


Lucro real e
compensação
de prejuízos
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:


>> Conceituar os tributos apurados no regime de tributação do lucro real.
>> Definir o regime tributação do lucro real.
>> Reconhecer as regras de compensação de prejuízos fiscais.

Introdução
Uma boa gestão administrativa depende de todos os setores das empresas,
principalmente do setor tributário, que acaba impactando nos resultados da
empresa e na tomada de decisões. Assim, é de suma importância conhecer a
legislação tributária e sua aplicação, de forma que as empresas estejam sempre
atentas às mudanças tributárias para manter a competitividade diante das
mudanças econômicas.
Neste capítulo, você vai estudar sobre o regime de tributação lucro real
com a base de cálculo do imposto sobre a renda das pessoas jurídicas (IRPJ)
e da contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL). O lucro real é o regime
de apuração aplicável obrigatoriamente às empresas com faturamento supe-
rior a R$ 78 milhões, e é opcional para determinadas empresas com fatura-
2 Lucro real e compensação de prejuízos

mento inferior ao limite de R$ 78 milhões. Você também estudará o conceito,


os critérios de incidência, o fato gerador e as alíquotas, os critérios de adição,
de exclusão de despesas e de receitas à base de cálculo e, por fim, a compensação
de prejuízos fiscais das empresas enquadradas no lucro real.

Opção de tributação pelo lucro real


O imposto sobre a renda e os proventos de qualquer natureza, de competência
da União conforme o art. 153 da Constituição Federal de 1988, incide sobre
a renda e os proventos auferidos por pessoas físicas e pessoas jurídicas.
No que se refere ao imposto devido pelas pessoas jurídicas, a apuração
pode ser realizada, dependendo de características da empresa, por meio do
Simples Nacional, do lucro presumido, do lucro real e, em raros casos, por
meio do lucro arbitrado.
O IRPJ é um imposto direto, de competência da União, que apresenta
natureza fiscal, ou seja, o imposto existe somente para fins arrecadató-
rios, sem intervenção de domínio econômico (REZENDE; PEREIRA; ALENCAR,
2010). O fato gerador do IRPJ é a aquisição da disponibilidade econômica ou
jurídica de renda, assim entendida como o produto do capital, do trabalho
ou da combinação de ambos, ou de proventos de qualquer natureza, assim
entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de
renda, conforme o art. 43 da Lei n°. 5.172 (BRASIL, 1966).
São obrigadas à apuração do imposto de renda no regime do lucro real as
pessoas jurídicas listadas no art. 257 do Decreto n°. 9.580, de 22 de novembro
de 2018, que regulamenta a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a
administração do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza.
Trata-se de uma lista extensa de empresas obrigadas a seguir o regime
de tributação lucro real, entre as quais destacam-se as pessoas jurídicas
cuja receita total no ano-calendário anterior foi superior ao limite de R$ 78
milhões ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior
a 12, e as pessoas jurídicas cujas atividades sejam de bancos comerciais,
bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, agências de fomento,
caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento,
sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores
mobiliários e câmbio, sociedades de crédito ao microempreendedor e à
empresa de pequeno porte, distribuidoras de títulos e valores mobiliários,
empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, entre outros.
Considerando que a legislação tributária brasileira tem um histórico bastante
Lucro real e compensação de prejuízos 3

dinâmico, recomenda-se sempre a consulta ao art. 257 antes mencionado,


para verificação da obrigatoriedade do lucro real.
Para as pessoas jurídicas não obrigadas ao lucro real, é possível optar pelo
lucro presumido ou pelo Simples Nacional, caso a pessoa jurídica satisfaça
os critérios estabelecidos pela legislação aplicável ao regime.
A confirmação do sistema de tributação ocorre mediante o recolhimento
da primeira guia de IRPJ e CSLL devido do ano, exceto para o Simples Nacional,
que depende de opção formalizada eletronicamente junto à Receita Federal.
A forma de tributação lucro real vale para todo o ano-calendário, e essa
identificação é feita pelo código do documento de arrecadação de receitas
federais (DARF), conforme definido pela Receita Federal do Brasil. Os códigos
DARF referentes ao lucro real são apresentados no Quadro 1.

Quadro 1. Códigos DARF do IRPJ e da CSLL

Código Regime de tributação

5993 IRPJ — pessoa jurídica não obrigada ao lucro real — estimativa


mensal

3373 IRPJ — pessoa jurídica não obrigada ao lucro real — balanço


trimestral

0220 IRPJ — pessoa jurídica obrigada ao lucro real — entidade não


financeira — balanço trimestral

2362 IRPJ — pessoa jurídica obrigada ao lucro real — entidade não


financeira — estimativa mensal

1599 IRPJ — pessoa jurídica obrigada ao lucro real — entidade financeira


— balanço trimestral

2319 IRPJ — pessoa jurídica obrigada ao lucro real — entidade financeira


— estimativa mensal

6012 CSLL — demais pessoas jurídicas que apuram o IRPJ com base em
lucro real — balanço trimestral

2484 CSLL — demais pessoas jurídicas que apuram o IRPJ com base em
lucro real — estimativa mensal

2030 CSLL — entidades financeiras — balanço trimestral

2469 CSLL — entidades financeiras — estimativa mensal

Fonte: Adaptado de Brasil (2020).


4 Lucro real e compensação de prejuízos

A tributação pelo regime lucro real tem como ponto de partida a tributação
do lucro da empresa, obtido por meio da demonstração do resultado do
exercício (DRE). Contudo, há situações específicas na legislação do imposto
de renda que fazem o lucro contábil ser apenas o ponto de partida para a
apuração do lucro real (OLIVEIRA et al., 2005).
De acordo com o art. 258 do Decreto n°. 9.580/2018 (Regulamento do IRPJ),
lucro real é o lucro líquido apurado na escrituração contábil elaborada de
acordo com a lei comercial e as práticas contábeis adotadas no Brasil, ajustado
pelas adições, exclusões ou compensações de prejuízos fiscais prescritas ou
autorizadas pela legislação tributária/fiscal.
A existência de adições e exclusões ao lucro contábil decorre do fato de
que há determinadas despesas que o Regulamento do IRPJ não admite como
dedutível (p. ex., gratificações ou participações no resultado, atribuídas aos
dirigentes ou aos administradores da pessoa jurídica, art. 315), e há despesas
para as quais o momento no qual a dedutibilidade ou a tributação ocorrem
é diferente do momento em que a despesa ou a receita correspondente são
reconhecidas na contabilidade (p. ex., provisões para contingências, que só se
tornam dedutíveis quando se tornam obrigações efetivas, líquidas e certas).

A opção formalizada quanto à forma de tributação da empresa é


irretratável por todo o ano-calendário, como determina o parágrafo
único do art. 3° da Lei n°. 9.430 (BRASIL, 1996).

O pagamento do imposto devido pelo lucro real pode ser feito de duas
maneiras, descritas a seguir.

1. Em períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março,


30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário.
2. Em período de apuração anual, em 31 de dezembro de cada ano-calen-
dário. Nesse caso, a empresa é obrigada a realizar pagamentos mensais
por meio de estimativas com base em percentuais de sua receita bruta
(ver art. 220 do Regulamento do IRPJ). A empresa poderá suspender ou
reduzir o pagamento do imposto sobre a renda devido em cada mês,
caso se verifique, por meio de balanços ou balancetes mensais, que o
valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional,
calculado com base no lucro real do período em curso.
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Cálculo do imposto sobre a renda das pessoas


jurídicas devido

Para o cálculo do IRPJ das entidades enquadradas na tributação lucro real,


calcula-se uma alíquota de 15% sobre o lucro real da entidade. Caso o lucro
real exceda o limite de R$ 20 mil mensais, R$ 60 mil trimestrais e R$ 240 mil
anuais, deve-se calcular um imposto adicional de 10% que incide sobre o
lucro real excedente aos limites antes citados. A seguir, no Quadro 2, são
apresentados dois exemplos de tributação do IRPJ com pagamentos mensal,
trimestral e anual.

Quadro 2. Exemplo de tributação IRPJ — mensal, trimestral e anual

Tipo de Valor IRPJ a


Empresa Período Cálculo
tributação tributável recolher

Janeiro R$ R$ 20.000,00 R$
de 2019 20.000,00 × 15% 3.000,00

Fevereiro R$ R$ 25.000,00 × R$
Lucro de 2019 25.000,00 15% + 4.250,00
Empresa
tributável R$ 5.000,00 ×
A
mensal 10%
Excedente:
(R$ 25.000,00 –
R$ 20.000,00 =
R$ 5.000,00)

Janeiro, R$ R$ 60.000,00 R$
fevereiro 60.000,00 × 15% 9.000,00
e março
de 2019

Lucro Abril, R$ R$ 74.000,00 R$


Empresa
tributável maio e 74.000,00 × 15 + 12.500,00
B
trimestral junho de R$ 14.000,00 ×
2019 10%
Excedente:
(R$ 74.000,00 –
R$ 60.000,00 =
R$ 14.000,00)

(Continua)
6 Lucro real e compensação de prejuízos

(Continuação)

Tipo de Valor IRPJ a


Empresa Período Cálculo
tributação tributável recolher

Ano 2018 R$ R$ 230.000,00 R$


230.000,00 × 15% 34.500,00

Ano 2019 R$ R$ 250.000,00 R$


250.000,00 × 15 + 38.500,00
Lucro
Empresa R$ 10.000,00 ×
tributável
C 10%
anual
Excedente:
(R$ 250.000,00

R$ 240.000,00 =
R$ 10.000,00)

Quanto aos registros contábeis, no caso do IRPJ a pagar da empresa A,


no período de janeiro de 2019, de forma simplificada, ocorre a contabilização
a seguir.

D/C Conta debitada/creditada Valor

D Provisão para IRPJ (resultado) R$ 3.000,00

C IRPJ a recolher (passivo) R$ 3.000,00

Ressalta-se que a incidência do IRPJ ocorre somente se houver lucro


real no período de cálculo, mas é possível que exista lucro real mesmo em
períodos em que a empresa apura prejuízo contábil. Isso ocorre em função
das adições e das exclusões previstas na legislação do imposto de renda.
Por isso, é importante que o analista tributário esteja atento às peculiari-
dades da empresa para escolher a melhor forma de tributação, dadas as
possibilidades de pagamento dos impostos.
Lucro real e compensação de prejuízos 7

Visto que o IRPJ é calculado posteriormente ao Livro de Apuração do


Lucro Real (Lalur), verifica-se que a CSLL adota o mesmo procedimento para
a apuração da base de cálculo do imposto que o IRPJ, no art. 3° da Instrução
Normativa (IN) SRF n°. 1.700/2017 (BRASIL, 2017).

Contribuição social sobre lucro líquido


A CSLL é uma contribuição social de competência da União que possui função
fiscal — isto é, a contribuição social existe somente para fins arrecadatórios,
sem intervenção de domínio econômico. Já o fato gerador é a obtenção de
lucro no período (REZENDE; PEREIRA; ALENCAR, 2010). A CSLL será apurada
mediante aplicação da alíquota de 9% sobre o resultado positivo (lucro líquido
ajustado pelas adições, exclusões e compensações, da mesma forma que é
apurada a base de cálculo do IRPJ).
No Quadro 3, são apresentados exemplos de cálculos de três empresas
com tributação do CSLL mensal, trimestral e anual.

Quadro 3. Exemplo de tributação CSLL — mensal, trimestral e anual

Tipo de Valor CSLL a


Empresa Período Cálculo
tributação tributável recolher

Janeiro de R$ R$ 20.000,00 R$
Lucro 2019 20.000,00 × 9% 1.800,00
Empresa
tributável
A
mensal Fevereiro R$ R$ 25.000,00 R$
de 2019 25.000,00 × 9% 2.250,00

Janeiro, R$ R$ 60.000,00 R$
fevereiro 60.000,00 × 9% 5.400,00
e março
Lucro
Empresa de 2019
tributável
B
trimestral
Abril, maio R$ R$ 74.000,00 R$
e junho de 74.000,00 × 9% 6.660,00
2019

Ano 2018 R$ R$ R$
230.000,00 230.000,00 20.700,00
Lucro × 9%
Empresa
tributável
C
anual Ano 2019 R$ R$ R$
250.000,00 250.000,00 22.500,00
× 9%
8 Lucro real e compensação de prejuízos

O registro contábil da CSLL a pagar da empresa A em janeiro de 2019,


de modo simplificado, ocorre da maneira a seguir.

D/C Conta debitada/creditada Valor

D Provisão para CSLL (resultado) R$ 1.800,00

C CSLL a recolher (passivo) R$ 1.800,00

Adições e exclusões aplicáveis ao IRPJ


e à CSLL
Por meio do Lalur, livro entregue por meio da Escrituração Contábil Fiscal (ECF)
todos os anos, as empresas enquadradas na tributação lucro real detalham
os ajustes realizados ao lucro contábil, com o intuito de apurar o lucro de
acordo com a legislação tributária, para que possam encontrar o lucro real
que será a base de cálculo para a tributação do IRPJ e CSLL. Dessa forma,
no Lalur, realizam-se as adições, as exclusões ou as compensações prescritas
ou autorizadas pela legislação tributária, por meio do Art. 6° do Decreto-Lei
n°. 1.598 (BRASIL, 1977).
A Figura 1 mostra as adições ao lucro líquido do período de apuração para
o lucro real, conforme o art. 260 do Decreto n°. 9.580/2018.

Custos
Despesas Valores registrados em despesa, mas que a legislação fiscal
Encargos não aceita como dedução do lucro. Assim se retirar a despesa
Perdas do resultado contábil, o resultado aumenta, por isso chama-se
Provisões de adição ao lucro líquida (PÊGAS, 2017).
Participações

Valores não registrados em receita, mas que a legislação fiscal


Resultados
exige seu reconhecimento para fins fiscais. Assim, como não
Rendimentos
está compondo o resultado da empresa, se incluir representa
Receitas uma adição (PÊGAS, 2017).

Figura 1. Adições ao lucro líquido.


Lucro real e compensação de prejuízos 9

Nas adições, estão incluídas as seguintes despesas, conforme o prescrito


no art. 260 do Decreto n°. 9.580/2018 (BRASIL, 2018, documento on-line):

I —ressalvadas as disposições especiais deste Regulamento, as quantias retiradas


dos lucros ou de fundos ainda não tributados para aumento do capital, para distri-
buição de interesses ou destinadas a reservas, quaisquer que sejam as designações
que tiverem, inclusive lucros suspensos e lucros acumulados;
II — os pagamentos efetuados à sociedade simples quando esta for controlada,
direta ou indiretamente:
a) por pessoas físicas que sejam diretores, gerentes, controladores da pessoa
jurídica que pagar ou creditar os rendimentos; e
b) por cônjuge ou parente de primeiro grau de diretores, gerentes, controladores
da pessoa jurídica que pagar ou creditar os rendimentos;
III — as perdas incorridas em operações iniciadas e encerradas no mesmo dia
(day-trade), realizadas em mercado de renda fixa ou variável;
IV — as despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores;
V — as contribuições não compulsórias, exceto aquelas destinadas a custear seguros
e planos de saúde, e benefícios complementares assemelhados aos da previdência
social, instituídos em favor dos empregados e dos dirigentes da pessoa jurídica;
VI — as doações;
VII — as despesas com brindes;
VIII — o valor da CSLL, registrado como custo ou despesa operacional;
IX — as perdas apuradas nas operações realizadas nos mercados de renda variável
e de swap que excederem os ganhos auferidos nas mesmas operações;
X — o valor correspondente ao reconhecimento da realização das receitas ori-
ginárias de planos de benefícios administrados por entidades fechadas de pre-
vidência complementar (pessoa jurídica patrocinadora), que foram registradas
contabilmente pelo regime de competência, na forma estabelecida pela CVM ou
por outro órgão regulador;
XI — os resultados negativos das operações realizadas com os seus associados, na
hipótese de sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação
específica que não tenham por objeto a compra e o fornecimento de bens aos
consumidores;
XII — o valor correspondente à depreciação ou à amortização constante da escritu-
ração comercial, a partir do período de apuração em que o total da depreciação ou
da amortização acumulada, incluídas a contábil e a acelerada incentivada, atingir
o custo de aquisição do bem; e
XIII — o saldo da depreciação e da amortização acelerada incentivada existente na
parte “B” do Lalur, na hipótese de alienação ou de baixa a qualquer título do bem.

Além das adições listadas, há diversas situações específicas para as quais a


legislação tributária prevê a adição de determinadas despesas ou de receitas
não reconhecidas pela contabilidade na apuração do lucro real. Um exemplo
está nas regras de preços de transferência, previstas no art. 238 e seguintes
10 Lucro real e compensação de prejuízos

do Regulamento do IRPJ. Em resumo, essas regras preveem receitas e custos


praticados com pessoas vinculadas ao contribuinte, e que não observam
preços de mercado e resultam em adições na apuração do lucro real. Assim,
as regras de adições à apuração do lucro real são bastante extensas, sendo
recomendável o seu estudo considerando as particularidades da empresa.
Considerando, ainda, que a legislação tributária brasileira tem um histórico
bastante dinâmico, recomenda-se sempre a consulta ao Regulamento do IRPJ
para verificar as adições exigidas.
Em relação às exclusões e às compensações das entidades tributadas
pelo lucro real, verificam-se as exclusões ao lucro líquido, de acordo com o
art. 261 do Decreto n°. 9.580/2018 (Figura 2).

Os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação tributária e que não tenham sido
computados na apuração do lucro líquido do exercício;

Valores registrados em receita, mas a legislação fiscal não exige


Resultados sua tributação, por isso é permitido a retirada dessas receitas e
Rendimentos não entra na base de cálculo dos tributos sobre o lucro. Assim, se
Receitas retirar a receita do resultado contábil, o resultado diminui, por isso
chama-se de exclusão ao lucro líquido (PÊGAS, 2017).

Figura 2. Exclusões ao lucro líquido.

O art. 261 do Decreto n°. 9.580/2018 apresenta algumas exclusões autori-


zadas pela legislação do imposto de renda (BRASIL, 2018, documento on-line):

I — os rendimentos e os ganhos de capital nas transferências de imóveis desa-


propriados para fins de reforma agrária, quando auferidos pelo desapropriado;
II — os dividendos anuais mínimos distribuídos pelo FND;
III — os juros reais produzidos por Notas do Tesouro Nacional, emitidas para troca
compulsória no âmbito do PND, controlados na parte “B” do Lalur, os quais deverão
ser computados na determinação do lucro real no período do seu recebimento;
IV — a parcela das perdas adicionadas conforme o disposto no inciso IX do pará-
grafo único do art. 260, a qual poderá, nos períodos de apuração subsequentes,
ser excluída do lucro real até o limite correspondente à diferença positiva entre
os ganhos e as perdas decorrentes das operações realizadas nos mercados de
renda variável e operações de swap;
V — as reversões dos saldos das provisões não dedutíveis;
Lucro real e compensação de prejuízos 11

VI — o valor correspondente às receitas originárias de planos de benefícios admi-


nistrados por entidades fechadas de previdência complementar (pessoa jurídica
patrocinadora), registradas contabilmente pelo regime de competência, na forma
estabelecida pela CVM ou por outro órgão regulador, para reconhecimento na
data de sua realização;
VII — a compensação fiscal efetuada pelas emissoras de rádio e televisão e pelas
empresas concessionárias de serviços públicos de telecomunicações obrigadas ao
tráfego gratuito de sinais de televisão e rádio, pela cedência do horário gratuito,
na forma estabelecida na legislação específica;
VIII — as receitas decorrentes de valores em espécie pagos ou creditados pe-
los Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, relativos ao ICMS e ao ISS,
no âmbito de programas de concessão de crédito destinados ao estímulo à solici-
tação de documento fiscal na aquisição de mercadorias e serviços;
IX — a parcela equivalente à redução do valor das multas, dos juros e do encargo
legal;
X — o valor das quotas de fundo que tenha por único objetivo a cobertura suple-
mentar dos riscos do seguro rural nas modalidades agrícola, pecuária, agrícola e
florestal, as quais sejam adquiridas por seguradoras, resseguradoras e empresas
agroindustriais; e
XI — o crédito presumido de IPI de que trata o Inovar-Auto.

Da mesma forma que ocorre com as adições ao lucro, as regras de exclu-


sões à apuração do lucro real são bastante amplas, sendo recomendável o
seu estudo detalhado considerando as particularidades da empresa para a
qual o analista tributário realiza a apuração do lucro real.
Assim, a fórmula para encontrar o lucro fiscal é:

(=) Resultado contábil antes do IRPJ e da CSLL


(+) Adições
(–) Exclusões
(=) Lucro ajustado
(–) Compensações de prejuízos fiscais
(=) LUCRO REAL

Após os ajustes das adições e das exclusões, temos dois resultados dife-
rentes determinados pela legislação do imposto de renda: o lucro contábil
e o lucro real (calculado no Lalur) das entidades (Quadro 4).
12 Lucro real e compensação de prejuízos

Quadro 4. Lucro contábil versus lucro fiscal

Lucro contábil Lucro fiscal

(=) Receita bruta (=) Receita bruta

(−) Deduções (−) Deduções

(=) Receita líquida (=) Receita líquida

(−) Custos (−) Custos

(=) Lucro bruto (=) Lucro bruto

(−) Despesas gerais (−) Despesas gerais

(+) Receitas diversas (+) Receitas diversas

(=) Resultado antes do IRPJ e da CSLL (=) Resultado antes do IRPJ e da CSLL

(+) Adições
(−) Exclusões

(=) Lucro real

(−) Compensações de prejuízos fiscais

(=) LUCRO CONTÁBIL (=) LUCRO REAL após compensação

(−) IRPJ e CSLL (−) IRPJ e CSLL

(=) Resultado líquido (=) Resultado líquido

Ressalta-se que, se o lucro real for negativo (prejuízo), finaliza-se a apu-


ração, sem compensações e sem tributos a pagar nesse período. Por outro
lado, se o lucro real for positivo, a empresa deve verificar se há prejuízos
fiscais de períodos anteriores para compensar (PÊGAS, 2017). Ou seja, além
das adições e das exclusões para o cálculo do lucro real, há a possibilidade
de compensação de prejuízos fiscais, limitado a 30% do lucro real apurado.
Lucro real e compensação de prejuízos 13

Compensação de prejuízos fiscais


Após as adições e as exclusões, há duas possibilidades de resultado: lucro
ou prejuízo. Se a empresa obtiver prejuízo, ela não tem obrigação de pagar o
tributo, mas se a empresa obtiver lucro, ela tem a possibilidade de compensar
os prejuízos fiscais antes de calcular os tributos devidos. Assim, se a empresa
obtiver prejuízo fiscal em determinado período, esse prejuízo poderá ser
compensado nos períodos futuros.
Em regras gerais, a compensação de prejuízo pode ser feita com valores
de até 30% do lucro ajustado (lucro antes da compensação de prejuízos
fiscais) (art. 580 do Decreto n°. 9.580/2018). Ressalta-se que, atualmente,
os prejuízos fiscais não têm prazo de expiração, ou seja, podem ser compensa-
dos em períodos futuros (PÊGAS, 2017). Contudo, a compensação de prejuízos
fiscais está condicionada à manutenção dos livros e dos documentos que são
obrigados pela legislação fiscal, de acordo com o parágrafo único do art. 15
da Lei n°. 9.065 (BRASIL, 1995).

A empresa Y apresentou prejuízo fiscal no primeiro trimestre do ano


de R$ 300 mil. No segundo trimestre, apresentou lucro de R$ 600 mil,
adições de R$ 50 mil e exclusões de R$ 30 mil, conforme demonstrado a seguir.

(=) Resultado antes do IRPJ e da CSLL (=) R$ 300.000,00

(+) Adições (+) R$ 50.000,00

(−) Exclusões (−) R$ 30.000,00

(=) Lucro ajustado (=) R$ 320.000,00

Dado o prejuízo fiscal de R$ 300 mil no primeiro trimestre, a empresa Y


poderá fazer a compensação do prejuízo fiscal de 30% do lucro ajustado no
segundo trimestre:

R$ 320.000,00 × 30% = R$ 96.000,00

O resultado é apresentado a seguir.


14 Lucro real e compensação de prejuízos

(=) Resultado antes do IRPJ e da CSLL (=) R$ 300.000,00

(+) Adições (+) R$ 50.000,00

(−) Exclusões (−) R$ 30.000,00

(=) Lucro ajustado (=) R$ 320.000,00

(−) Compensações de prejuízos fiscais (30%) (−) R$ 96.000,00

(=) LUCRO REAL (=) R$ 224.000,00

Assim, como foram compensados R$ 96.000,00 no segundo trimestre,


o restante do prejuízo fiscal poderá ser compensado nos períodos futuros
(R$ 300.000,00 – R$ 96.000,00 = R$ 204.000,00) até que todo o prejuízo seja
compensado.

Uma importante ressalva aplica-se aos prejuízos fiscais decorrentes da


alienação de bens e direitos do ativo imobilizado, investimento e intangível,
mesmo que esteja no ativo circulante. A legislação do imposto de renda
trata o resultado negativo da alienação desses bens como resultados não
operacionais. De acordo com o art. 43 da Lei n°. 12.973 de 13 de maio de 2014,
esses prejuízos somente podem ser compensados em períodos posteriores
com lucros da mesma natureza, ou seja, lucros não operacionais (BRASIL,
2014). Essa regra não se aplica, contudo, em relação às perdas provenientes
de baixa de bens ou direitos em decorrência de terem se tornado imprestáveis
ou obsoletos ou terem caído em desuso, ainda que posteriormente sejam
alienados como sucata.
No período de apuração de ocorrência, os resultados não operacionais,
positivos ou negativos, integram o lucro real. A separação em prejuízos não
operacionais e em prejuízos das demais atividades somente é exigida se, no
período, forem verificados, cumulativamente, resultados não operacionais
negativos e lucro real negativo (prejuízo fiscal), conforme o parágrafo 5° do
art. 205 da IN RFB n°. 1.700 de 14 de março de 2017.
Entretanto, se a empresa obtiver prejuízo fiscal nas vendas de bens dos
ativos imobilizado, investimento e intangível e obtiver prejuízo fiscal em suas
operações como um todo (incluindo os resultados das operações), a regra exige
que sejam separados os prejuízos fiscais não operacionais e compensados
somente com lucros nas atividades não operacionais (PÊGAS, 2017). A mesma
Lucro real e compensação de prejuízos 15

situação deve ser aplicada aos prejuízos fiscais operacionais, que podem ser
compensados somente com lucros operacionais.
Conforme o Regulamento do IRPJ (Decreto n°. 9.580/2018), se o prejuízo
fiscal for maior que o resultado não operacional negativo, todo o resultado
não operacional negativo é considerado prejuízo fiscal não operacional e
a parcela excedente é considerada prejuízo fiscal das demais atividades.
Se todo o resultado não operacional negativo for maior ou igual ao prejuízo
fiscal, todo o prejuízo fiscal é considerado não operacional.
Vale ressaltar que a regra de separação entre prejuízos operacionais e
prejuízos não operacionais deve ser feita somente na base de cálculo do IRPJ,
ou seja, mesmo que seja realizada a segregação operacional e não operacional
para o IRPJ, não há essa necessidade para a CSLL, segundo o art. 43 da Lei
n°. 12.973 (BRASIL, 2014).

Ano 1

Se uma empresa obtiver lucro operacional suficiente para compen-


sação do prejuízo não operacional, salvo a regra de 30%, não é necessária a
segregação:

(=) Lucro operacional R$ 50.000,00

(−) Prejuízo não operacional R$ 10.000,00

(=) Resultado antes do IRPJ e da CSLL R$ 40.000,00

Ano 2

Se a empresa obtiver lucro operacional menor que o prejuízo não operacional,


esse prejuízo deverá ser compensado futuramente, mas somente com lucro
não operacional:

(=) Lucro operacional R$ 50.000,00

(−) Prejuízo não operacional R$ 60.000,00

(=) Resultado antes do IRPJ e da CSLL (R$ 10.000,00)


16 Lucro real e compensação de prejuízos

Ano 3 — possibilidade A

A compensação do prejuízo não operacional do Ano 2 só será possível se no Ano


3 a empresa obtiver lucro não operacional para compensação:

(=) Lucro operacional R$ 60.000,00

(=) Lucro não operacional R$ 40.000,00

(−) Prejuízo não operacional R$ 10.000,00

(=) Resultado antes do IRPJ e da CSLL R$ 90.000,00

Ano 3 — possibilidade B

Se a empresa não obtiver lucro não operacional, o prejuízo não operacional do


Ano 2 não poderá ser compensado (Quadro 10).

(=) Lucro operacional R$ 60.000,00

(=) Resultado antes do IRPJ e da CSLL R$ 60.000,00

Ano 3 – possibilidade C

A compensação do prejuízo não operacional do Ano 2 só será compensada no


Ano 3, mas somente 30% do valor do lucro:

(=) Lucro operacional R$ 60.000,00

(=) Lucro não operacional R$ 20.000,00

(−) Prejuízo não operacional (R$ 80.000,00 × 30% = R$ 24.000,00) R$ 10.000,00

(=) Resultado antes do IRPJ e da CSLL R$ 70.000,00

As mesmas regras seguem para o lucro operacional.


Lucro real e compensação de prejuízos 17

É importante ressaltar que nem todas as empresas podem fazer as com-


pensações de prejuízos fiscais. Conforme previsão dos arts. 584 a 586 do
Decreto n°. 9.580/2018:

„„ a pessoa jurídica não poderá compensar os seus próprios prejuízos


fiscais se, entre a data da apuração e da compensação, houver ocorrido,
cumulativamente, modificação do seu controle societário e do ramo
de atividade;
„„ a pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não
poderá compensar prejuízos fiscais da sucedida;
„„ o prejuízo fiscal apurado por sociedade em conta de participação so-
mente poderá ser compensado com o lucro real decorrente da mesma
sociedade.

Referências
BRASIL. Decreto n°. 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a tributação,
a fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e Proventos
de Qualquer Natureza. Brasília: Presidência da República, 2018. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9580.htm. Acesso em:
25 ago. 2020.
BRASIL. Decreto-lei n°. 1.598, de 26 de dezembro de 1977. Altera a legislação do imposto
sobre a renda. Brasília: Presidência da República, 1977. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del1598.htm. Acesso em: 25 ago. 2020.
BRASIL. Lei n°. 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional
e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios.
Brasília: Presidência da República, 1966. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l5172compilado.htm. Acesso em: 25 ago. 2020.
BRASIL. Lei n°. 9.065, de 20 junho de 1995. Dá nova redação a dispositivos da Lei
n°. 8.981, de 20 de janeiro de 1995, que altera a legislação tributária federal, e dá outras
providências. Brasília: Presidência da República, 1995. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9065.htm. Acesso em: 25 ago. 2020.
BRASIL. Lei n°. 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Dispõe sobre a legislação tributária
federal, as contribuições para a seguridade social, o processo administrativo de
consulta e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 1996. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9430.htm. Acesso em: 25 ago. 2020.
BRASIL. Lei n°. 12.973, de 13 de maio de 2014. Altera a legislação tributária federal
relativa ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ, à Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido - CSLL, à Contribuição para o PIS/Pasep e à Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social - Cofins; revoga o Regime Tributário de Transição
- RTT, instituído pela Lei n°. 11.941, de 27 de maio de 2009; dispõe sobre a tributação da
pessoa jurídica domiciliada no Brasil, com relação ao acréscimo patrimonial decorrente
de participação em lucros auferidos no exterior por controladas e coligadas; altera o
Decreto-Lei n°. 1.598, de 26 de dezembro de 1977 e as Leis n°s. 9.430, de 27 de dezem-
bro de 1996, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 4.506,
18 Lucro real e compensação de prejuízos

de 30 de novembro de 1964, 7.689, de 15 de dezembro de 1988, 9.718, de 27 de novembro


de 1998, 10.865, de 30 de abril de 2004, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de
29 de dezembro de 2003, 12.865, de 9 de outubro de 2013, 9.532, de 10 de dezembro de
1997, 9.656, de 3 de junho de 1998, 9.826, de 23 de agosto de 1999, 10.485, de 3 de julho
de 2002, 10.893, de 13 de julho de 2004, 11.312, de 27 de junho de 2006, 11.941, de 27
de maio de 2009, 12.249, de 11 de junho de 2010, 12.431, de 24 de junho de 2011, 12.716,
de 21 de setembro de 2012, e 12.844, de 19 de julho de 2013; e dá outras providências.
Brasília: Presidência da República, 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12973.htm. Acesso em: 25 ago. 2020.
BRASIL. Ministério da Fazenda. Receita Federal do Brasil. Consulta Receitas. Brasília:
Receita Federal do Brasil, 2020. Disponível em: http://www31.receita.fazenda.gov.br/
consultareceita/listareceitas.asp. Acesso em: 25 ago. 2020.
BRASIL. Ministério da Fazenda. Receita Federal do Brasil. Instrução normativa SRF
n°. 1.700, de 14 de março de 2017. Dispõe sobre a determinação e o pagamento do
imposto sobre a renda e da contribuição social sobre o lucro líquido das pessoas
jurídicas e disciplina o tratamento tributário da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins no que se refere às alterações introduzidas pela Lei n°. 12.973, de 13 de maio
de 2014. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.act
ion?visao=anotado&idAto=81268. Acesso em: 25 ago. 2020.
OLIVEIRA, L. M. et al. Manual de contabilidade tributária. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
452 p.
PÊGAS, P. H. Manual de contabilidade tributária. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2017. 575 p.
REZENDE, A. J.; PEREIRA, C. A.; ALENCAR, R. C. Contabilidade tributária: entendendo
a lógica dos tributos e seus reflexos sobre os resultados das empresas. São Paulo:
Atlas. 2010. 264 p.

Leituras recomendadas
ANDRADE FILHO, E. O. Imposto de renda das empresas. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2018. 752 p.
CHAVES, F. C. Planejamento tributário na prática: gestão tributária aplicada. 4. ed. São
Paulo: Atlas, 2017. 304 p.

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publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas
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integralidade das informações referidas em tais links.
DICA DO PROFESSOR

A contabilidade tributária é um ramo repleto de particularidades, pois contém diversas legislaçõ


es fiscais que devem ser seguidas pela empresa. Assim, em relação às empresas tributadas pelo l
ucro real, uma das preocupações do analista tributário é a compensação de prejuízos fiscais, que
podem ser prejuízos operacionais e não operacionais. Esses prejuízos têm normas específicas e,
por isso, a empresa deve estar ciente que suas compensações estão sendo realizadas da forma ad
equada.

Na Dica do Professor, você conhecerá a compensação dos prejuízos fiscais, quando a empresa a
presenta prejuízos fiscais operacionais e não operacionais.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.

EXERCÍCIOS

1) Fabiana, dona da empresa Cia Laranja, optante pela tributação lucro real, obteve luc
ro real de R$ 850.000,00 no ano. Preocupada com os valores dos tributos devidos, ela
quer saber:

Qual é o valor de IRPJ e CSLL a pagar?

R$ 127.000,00 e R$ 76.500,00.
A)
R$ 188.500,00 e R$ 137.500,00.
B)
R$ 188.500,00 e R$ 76.500,00.
C)
R$ 76.500,00 e R$ 188.500,00.
D)
R$ 127.000,00 e R$ 137.500,00.
E)

2) A empresa Cia Rosa apresentou lucro operacional de R$ 20.000,00, prejuízo operacio


nal de R$ 500,00 e prejuízo não operacional de R$ 600,00.

Qual é a base de cálculo do IRPJ após compensar os prejuízos fiscais?

R$ 19.500,00.
A)
R$ 19.400,00.
B)
R$ 20.000,00.
C)
R$ 18.900,00.
D)
R$ 19.550,00.
E)

3) No ano de 2016, a empresa Cia Verde, optante pelo lucro real, obteve prejuízo não op
eracional de R$ 1.200,00 e prejuízo operacional de R$ 2.000,00, prejuízos não compen
sados no ano de 2016. Na apuração de 2017, a empresa Cia Verde obteve lucro opera
cional de R$ 4.000,00 e lucro não operacional também de R$ 4.000,00. Qual é a base d
o IRPJ?

R$ 6.000,00.
A)
R$ 6.800,00.
B)
R$ 4.800,00.
C)
R$ 8.000,00.
D)
R$ 5.600,00.
E)

4) As empresas optantes pelo lucro real precisam realizar as escriturações contábeis co


m muito rigor às normas fiscais, de forma que os seus tributos sejam apurados adequ
adamente. Qual é a base de cálculo para tributação do IRPJ e da CSLL para as empr
esas optantes pelo lucro real?
A base de tributação das empresas do lucro real é a apuração do lucro contábil autorizada p
A)
ela legislação.

A base de tributação das empresas do lucro real é a apuração da receita bruta autorizada pe
B)
la legislação.

A base de tributação das empresas do lucro real é o lucro líquido ajustado pelas exclusões
C)
e compensações autorizadas pela legislação.

A base de tributação das empresas do lucro real é o lucro líquido ajustado pelas adições, ex
D)
clusões e compensações autorizadas pela legislação.

A base de tributação das empresas do lucro real é o lucro líquido autorizado pela legislaçã
E)
o.

5) Mário, dono da empresa Cia Azul, optante pelo lucro real de forma trimestral, aprese
ntou prejuízo de R$ 10.000,00 no primeiro trimestre e lucro real de R$ 100.000,00 no
segundo trimestre. Qual é o valor devido de IRPJ e CSLL no primeiro trimestre e no
segundo trimestre?

Primeiro trimestre: IRPJ R$ 1.500,00 e CSLL R$ 900,00.


A)
Segundo trimestre: IRPJ R$ 15.000,00 e CSLL R$ 9.000,00.

Primeiro trimestre: IRPJ R$ 0 e CSLL R$ 0.


B)
Segundo trimestre: IRPJ R$ 16.500,00 e CSLL R$ 8.100,00.

Primeiro trimestre: IRPJ R$ 0 e CSLL R$ 0.


C)
Segundo trimestre: IRPJ R$ 19.000,00 e CSLL R$ 9.000,00.

Primeiro trimestre: IRPJ R$ 1.500,00 e CSLL R$ 900,00.


D)
Segundo trimestre: IRPJ R$ 19.000,00 e CSLL R$ 9.000,00.

Primeiro trimestre: IRPJ R$ 0 e CSLL R$ 0.


E)
Segundo trimestre: IRPJ R$ 13.500,00 e CSLL R$ 8.100,00.
NA PRÁTICA

No planejamento tributário, é muito importante o acompanhamento e registro dos prejuízos fisca


is, pois a partir desses registros contábeis é possível a compensação de prejuízos fiscais. Assim,
com os registros contábeis, conforme a legislação permite, o analista pode compensar os prejuíz
os fiscais operacionais e não operacionais.

Neste Na Prática, você verá um caso que mostra a importância do especialista tributário para um
a boa gestão empresarial.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

SAIBA +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professo
r:

Atualização do manual de contabilidade tributária - capítulo Tributação sobre o lucro no


Brasil

Neste link, o professor Paulo Henrique Pêgas faz uma atualização do capítulo 20 do livro Manua
l de contabilidade tributária do ano 2017, onde você verá a tributação sobre o lucro no Brasil e a
a atualização da tabela da distribuição das empresas, conforme a forma de tributação sobre o luc
ro.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.

Capítulo X - Compensação de prejuízos 2019

Com perguntas e respostas da Receita Federal, você poderá adquirir mais conhecimento sobre c
ompensação de prejuízos fiscais.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.

Capítulo VI - IRPJ - lucro real 2019

Aqui, você verá perguntas e respostas da Receita Federal e poderá aprofundar mais sobre o lucro
real.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.

Benefícios do regime tributário lucro real aplicado nas empresas que atuam na atividade r
ural com cultivo de soja e algodão no Brasil

Neste artigo, você aprenderá mais sobre a compensação de prejuízos fiscais, bem como as vanta
gens do regime lucro real.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.

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