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Que tal na aula de hoje falarmos sobre o Sistema de Tributação no Brasil, ele é extenso e
possuí inúmeras situações em que é preciso ter cautela, só para vcs terem noção, existe o
Código tributário Brasileiro, uma área legislativa voltada a tributação em nosso país. Mas
calma, não entrem em pânico, aqui no nosso curso é importante ficarmos atentos as formas
existentes no país, até porq são encontradas em todos os tipos de empresa que existem por
aqui... Só relembrando, já falei para vcs sobre MEI, Micro Empresa, Pequena Empresa, Média
Empresa, Eireli (Empresa limitada ou Ilimitada), S.A... pois bem, todas concepções de
instituição recolhem impostos e o repassam ao governo, mas como isso ocorre, porq e como
deve ser feito é o que veremos na aula de hoje.
Outro imposto que vale a pena falar, só para exemplificar para vcs sobre a complexidade do
Sistema Tributário no Brasil, é o imposto municipal, o ISS (Imposto Sobre Serviços). Imaginem
só o Brasil possui cerca de + 5600 municípios aproximadamente e cada um possui sua
legislação específica sobre o tributo.
Há ainda o IPI (Imposto sobre o produto industrializado) ou seja, tudo que consumimos tem
em sua totalidade uma porcentagem referente ao imposto... Um exemplo para vcs em
complemento a aula sobre Nota Fiscal é que podemos ver na nota o valor referente ao
imposto pago sobre aquele produto.
Existem três tipos principais de tributos no Brasil, cada um destinado para diferentes áreas de
utilização. São eles
Impostos: o imposto poderá ser utilizado em qualquer área, desde que haja legislação
instituindo isso. Como exemplo, temos o ICMS (Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços) e o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotores).
O imposto é o principal financiador dos serviços públicos.
Contribuições sociais: as contribuições possuem sua destinação definida na legislação,
não podendo ser utilizada livremente. É uma das principais fontes de renda do Estado.
O PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social) são exemplos de contribuição.
Taxas: as taxas também compõem grande parte da arrecadação do Estado, visto que elas
são pagas quando o contribuinte utiliza algum serviço público. Sua destinação assim
como a contribuição também é pré-fixada. Exemplos de taxas são as que são pagas na
emissão de documentos e taxas de registro em juntas comerciais.
Dito isso, as empresas ainda precisam definir a forma de tributação de sua receita (seus
ganhos, todas as transações que ocorreram na empresa em determinado período) e tudo isso
com base em três tipos de regimes de tributação, são eles o Simples Nacional, Lucro
Presumido e Lucro Real.
Esses regimes são diferentes na forma e no cálculo, sendo o recolhimento dos tributos feito
através do cumprimento de exigências para enquadramento, então tem regime que não se
adéqua a uma Micro Empresa, somente a empresas de médio e grande porte, por exemplo.
VANTAGENS
As empresas que escolhem esse regime tributário contam com uma cobrança simplificada de
dos impostos, feitos por uma guia única mensal — o Documento de Arrecadação do Simples
Nacional (DAS).
Outra vantagem é que esse regime traz tabelas de alíquotas reduzidas de impostos, que são
calculadas de acordo com o faturamento do negócio. Antes da criação do Simples Nacional, as
micro e pequenos empresas pagavam porcentagens maiores de tributos ao ter que optar pelo
Lucro Presumido ou Real.
Como calcular:
Todo o cálculo é baseado nas tabelas de faturamento disponibilizadas pela Receita Federal –
que classificam as empresas de acordo com a atividade desenvolvida e com sua faixa de
faturamento.
Portanto, o primeiro passo é verificar em qual anexo está inserida a empresa e
posteriormente qual faixa do anexo. Então para isso, é preciso saber o quanto ela faturou nos
últimos 12 meses. Até aqui foi simples, certo?
No entanto, para saber o valor exato a ser pago em determinado mês, é necessário calcular a
alíquota efetiva, conforme a seguinte fórmula:
[(RBA12 x ALIQ) – PD] / RBA12
Sendo assim:
RBA12: receita bruta acumulada dos 12 meses anteriores
ALIQ: alíquota indicada no anexo correspondente
PD: parcela a deduzir indicada no anexo correspondente
Então como é possível ver, a receita bruta acumulada dos 12 meses anteriores é multiplicada
pela alíquota e subtraída da parcela a deduzir. Portanto, o resultado é dividido pela receita
bruta acumulada dos 12 meses anteriores.
Exemplos de cálculo
Anexo I – Comércio
Então para isso, imagine uma loja de roupas (inserida no Anexo I – Comércio), cujo
faturamento em janeiro de 2020 tenha sido de R$ 50.000,00 e que a receita bruta acumulada
nos 12 meses anteriores (RBA12) tenha sido de R$ 320.000,00.
Sendo assim a alíquota que a empresa pagará sobre o faturamento de janeiro de 2019 será
calculada seguindo a fórmula anterior:
[(R$ 320.000,00 x 7,30%) – 5.940,00] / R$ 320.000,00 = 5,444%
Nesse exemplo, a alíquota efetiva é de 5,444%, conforme o Anexo I, para empresas que
faturam anualmente entre R$ 180.000,01 e R$ 360.000,00.
Assim, o valor do Simples Nacional que a empresa terá que pagar em fevereiro será o
faturamento mensal multiplicado pela alíquota efetiva. Conforme:
R$ 50.000,00 X 5,444% = R$ 2.722,00
Então, no caso de empresas que ainda não têm 12 meses de funcionamento, o cálculo deve ser
feito considerando os valores proporcionais ao período em que ela está em atividade.
Lucro Presumido: Regime indicado para empresas que faturem até R$ 78 milhões ao ano
e que não se enquadrem nas atividades do Simples Nacional. A forma de tributação não
é unificada e sua principal característica é o cálculo do IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa
Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) com base em um lucro
estimado. Além disso, o regime de apuração do PIS e da COFINS deve se dar pela
sistemática da cumulatividade, sem possibilidade de apuração de créditos.
Presunções do lucro
Toda a sistemática para calcular o Lucro Presumido está baseada na presunção do lucro – que
varia de acordo com as atividades desenvolvidas pela empresa e o seu faturamento nos
períodos anteriores. Veja a seguir como é feita essa presunção:
Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ)
Em se tratando de IRPJ, os percentuais sobre as receitas auferidas variarão conforme o tipo de
atividade desenvolvida pela empresa. Portanto, confira a tabela a seguir e veja qual deve ser a
presunção de lucro aplicada às receitas de sua:
Tipo de Atividade Percentual Sobre Rec
Revenda a varejo de combustíveis e gás natural. 1,6%
Lucro Real: no Lucro Real, enquadram-se somente empresas com atividades específicas.
A tributação do IRPJ e da CSLL aqui é fixa, com base no lucro efetivo, possibilitando-se a
dedução de despesas operacionais. PIS e COFINS são calculados pelo regime da não-
cumulatividade, permitindo-se a apuração de créditos. Quem possui faturamento acima
de R$ 78 milhões anuais também é obrigado a se enquadrar nesse regime.
Prazo e forma de pagamento
A apuração do Lucro Real pode acontecer de forma trimestral ou anual:
Lucro Real Trimestral
As empresas que se enquadram no Lucro Real trimestral devem fazer a apuração das bases de
cálculo do IRPJ e da CSLL com base nas operações realizadas nos seguintes períodos:
Durante o período de 1º de janeiro a 31 de março
1º de abril a 30 de junho
Entre 1º de julho a 30 de setembro
1º de outubro a 31 de dezembro
Lucro Real Anual
Já as empresas que optam pela apuração anual do Lucro Real realizam esse cálculo apenas
uma vez por ano – na data de 31 de dezembro. O IRPJ e a CSLL, pagos mensalmente, são
considerados como antecipações dos valores apurados no balanço anual. Se houver saldo
positivo ou negativo ao final do ano, ele deve ser pago ou compensado.
Como calcular o Lucro Real?
Imposto de Renda
O Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) é um dos tributos que mais recebe a
influência sobre a decisão pelo Lucro Real. Nesse regime, o valor apurado com uma alíquota de
15% sobre o lucro líquido do período.
Fórmula:
IR = Lucro Real x 15%
Imposto de Renda Adicional
Além da aplicação dessa alíquota de 15%, ainda existe a situação em que deve ser pago um
valor adicional – que é uma alíquota de 10% sobre o lucro que exceder R$20.000,00 por mês.
Fórmula:
IR Adicional = (Lucro Real Mensal – 20.000) x 10%
CSLL
A Contribuição Social sobre Lucro Líquido é outro tributo que deve ser pago sobre o
desempenho da empresa no período. Ele é calculado aplicando uma alíquota de 9% sobre o
lucro real.
Fórmula:
CSLL = Lucro Real Mensal x 9%
PIS / COFINS
No Lucro Real o PIS (Programa de Integração Social) e a COFINS (Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social) não são cumulativos, portanto seguem as seguintes
alíquotas:
PIS não-cumulativo: alíquota de 1,65% aplicada sobre a receita bruta mensal
COFINS não-cumulativo: alíquota de 7,6% aplicada sobre a receita bruta mensal
Fórmula:
PIS e COFINS = (Faturamento – Custos dedutíveis) x 9,25%
ISS / ICMS
O ISS (Imposto sobre Serviços) é um tributo de competência municipal que incide sobre o
faturamento bruto das empresas prestadoras de serviço. Sendo assim, as empresas que optam
pelo Lucro Real devem fazer uma consulta no município para descobrir a alíquota a ser
utilizada – que varia de 2% a 5%.
Já o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é de competência estadual e
deve ser pago pelas demais empresas sobre as operações de circulação de mercadoria e
serviços específicos. As particularidades do ICMS devem ser consultados na legislação do
estado em que a empresa está localizada.
Aprenda mais em: ISS x ICMS – Quais impostos incidem sobre software
Fórmula:
ISS = Faturamento x Alíquota
ICMS = (Faturamento – Créditos Compras) x Alíquota
Para compreender como calcular o Lucro Real, vamos utilizar como exemplo uma empresa
prestadora de serviços que teve uma receita bruta trimestral de R$500.000,00 e um lucro
trimestral apurado em R$300.000,00.
IRPJ
Para calcular o Imposto de Renda devido por essa empresa, vamos multiplicar o seu lucro
líquido pela alíquota (15%):
R$300.000,00 * 15% = R$45.000,00
Porém, essa empresa teve um lucro trimestral que ultrapassou em R$60.000,00 a média de
R$20.000,00 por mês, portanto será necessário recolher um adicional:
Base de calculo: R$300.000,00 – R$ 60.000,00 = R$240.000,00
IR adicional: R$240.000,00 * 10% = R$24.000,00
No total, essa empresa deve recolher R$69.000,00 de IRPJ.
CSLL
Para calcular a CSLL basta aplicar a sua alíquota sobre o lucro:
R$300.000,00 * 9% = R$27.000,00
PIS e COFINS
Para calcular o PIS e a COFINS é possível somar as suas alíquotas para facilitar o cálculo: 1,65%
+ 7,6% = 9,25%
Então, vamos aplicar essa alíquota sobre a receita obtida:
R$500.000,00 * 9,25% = R$46.250,00
Entretanto, é importante considerar que é possível deduzir diversos custos – como compras de
matéria-prima, serviços de terceiros destinados à produção, entre outras. Supondo que essas
despesas somaram R$150.000,00, o cálculo seria:
R$150.000,00 * 9,25% = R$13.875,00
Por fim, no total, o valor devido de PIS e COFINS seria R$32.375,00
ISS
Desta maneira se essa empresa foi até a prefeitura do seu município e descobriu que a
alíquota de ISS sobre o faturamento dos seus serviços é de 4%, pode ser feito o cálculo da
seguinte forma:
R$500.000,00 * 4% = R$20.000,00
Como fazer a opção pelo Lucro Real?
Primeiramente, as empresas que desejam fazer a opção pelo Lucro Real devem apenas realizar
o pagamento da primeira quota do imposto devido referente ao período de apuração do ano-
calendário – mediante o recolhimento com a DARF (Lei 9.430/1996, artigo 26, § 1°).
Após feita a opção, esse será o regime adotado durante o restante do ano-calendário – pois a
legislação não permite que sejam feitas mudanças na forma de tributação ao longo do ano-
calendário (art.13, Lei 9.718/98).
Além disso, é importante observar todos os casos que obrigam uma empresa a optar pelo
Lucro Real – como ter uma receita total superior a R$ 78 milhões no período anterior.