Você está na página 1de 7

REGIMES DE TRIBUTAÇÃO

Apuração e contabilização
Bárbara Rocha Silva
Camila Zacouteguy
Martielle Trindade dos Santos
Vanessa Pereira Ferreira
Tutor externo: Jaqueline Cunda de Freitas

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo explicar os diferentes tipos de regimes de tributação e suas
particularidades, afim de diferenciar a apuração do lucro da Pessoa Jurídica e identificar os
pontos relevantes relacionados a cada tipo de apuração do lucro. Daremos ênfase ao Simples
Nacional, sua aplicação, enquadramento e impostos.

Palavras-chave: tributação; apuração; lucro; Simples Nacional.

1. INTRODUÇÃO

O regime tributário é o conjunto de normas e leis que define a forma de tributação das
empresas, determinando como será realizada a cobrança de impostos conforme o volume de
arrecadação.
A definição do regime a ser usado varia de acordo com o tipo de negócio e faturamento.
Em resumo, quando falamos em enquadramento tributário estamos nos referindo ao
conjunto de leis que definirão quanto e quais tributos uma empresa pagará ao governo. Ou seja,
trata-se do quanto esse negócio deverá se desfazer em prol dos cofres públicos.
Sendo assim, não restam dúvidas de que uma escolha acertada previne problemas e evita
que a empresa pague mais do que efetivamente precisaria pagar e, dessa forma, produz uma
economia que pode ser revertida para outras áreas do negócio.
Em outras palavras, escolher o regime de tributação corretamente permite que a empresa
economize com tributos e consiga manter-se produtiva, enquanto uma escolha malfeita pode
comprometer seu lucro e prejudicar sua saúde financeira.

Bárbara Rocha Silva


Camila Zacouteguy
Martielle Trindade dos Santos
Vanessa Pereira Ferreira
Tutor externo: Jaqueline Cunda de Freitas
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Ciências Contábeis (CTB0311) – Prática do Módulo V -
28/06/2018
2

É importante lembrar que, para que essa decisão seja segura e produtiva, é preciso
conhecer bem as finanças e o histórico da empresa, uma vez que o regime ideal varia conforme
as necessidades e o perfil de cada negócio.
Uma vez escolhido, o contribuinte só poderá alterar o regime com o fim do exercício
fiscal, isto é, no próximo ano.

2. LUCRO REAL
A apuração dos impostos pelas empresas que optam por este regime é baseada no
faturamento mensal ou trimestral da empresa e o cálculo dos impostos incide sobre o lucro
efetivo da mesma. A apuração dos resultados se baseia no cálculo das receitas subtraindo as
despesas e custos.
Para alguns tipos de empresas a opção por este regime se torna obrigatória em razão da
atividade exercida, negócios como: bancos comerciais, sociedades de créditos, corretoras de
Títulos, factoring, investimentos e financiamentos. Incluindo também aquelas empresas cujo
Faturamento Bruto Anual seja superior a R$ 78 milhões.
Diferente do SIMPLES, este regime não tem a proposta de simplificar a apuração dos
tributos e as declarações. As alíquotas dos impostos não possuem seus valores reduzidos, sendo
alíquotas diferenciadas para cada operação com guias para recolhimento dos impostos
individualizadas.
Ao escolher este regime, o empresário deve estar atento para o cumprimento
das obrigações acessórias e deve preocupar-se em manter todos os lançamentos financeiros de
receitas e despesas contábeis em dia e comprovados.
Esse fato se dá pelo motivo da Receita Federal exigir que, neste regime, o Lucro apurado
seja declarado por meio das obrigações acessórias como o Sped Contábil, LALUR, Inventário,
Demonstrativo de Resultados (DRE), Relatório de Lançamentos no Caixa, ECF, entre outras
declarações

3. LUCRO PRESUMIDO
Neste regime, visando simplificar o cálculo dos impostos, é utilizado um valor de “Lucro
Presumido”.
De forma mais clara, a Receita Federal presume qual será o Lucro da empresa baseado na
atividade exercida, gerando um valor médio de lucro e alíquota que estas empresas teriam que
pagar. Uma vez que a legislação estabelece as alíquotas a serem usadas para os cálculos baseadas
no faturamento da empresa e por atividade exercida.
3

Este regime é indicado para a empresa cujo faturamento anual seja menor que R$ 78
milhões e maior que R$ 4 milhões.
Diferente de outros tipos de regimes tributários, como o Lucro Real, as empresas que
atuam no mercado financeiro (corretoras, bancos, factoring, entre outras) não podem se
enquadrar nesse regime.
A opção por este regime pode ser realizada no ano da constituição da empresa, desde que o
valor da receita bruta não ultrapasse o limite anual.
Como o Lucro Real, a empresa que opta por este regime tem que pagar várias guias
específicas e diversas declarações acessórias, mesmo assim, é o regime tributário com mais
empresas enquadradas no Brasil, perdendo somente para o Simples Nacional, pois ele acaba
gerando menos impostos e obrigações acessórias que o Lucro Real

4. LUCRO ARBITRADO
De forma bastante simplificada, podemos definir que o Lucro Arbitrado é utilizado quando
não é possível determinar o desempenho financeiro da empresa, por razões diversas, que vão de
fatalidades a fraudes.
Nos casos em que há prejuízo à apuração do Imposto de Renda devido, cabe à autoridade
tributária, na maioria das situações, ou ao próprio contribuinte se valer do arbitramento.
Para as empresas, o Lucro Arbitrado só pode ser aplicado em algumas das hipóteses
previstas na legislação federal. Trata-se de casos bastantes específicos, desde que conhecida a
sua receita bruta, além de ocasiões excepcionais. Havendo o extravio, perda ou impossibilidade
de uso e livros fiscais e outros documentos contáveis para a apuração do Imposto de Renda, há
uma brecha legal para que as empresas adotem o Lucro Arbitrado para cálculo do tributo.
Por outro lado, por iniciativa da autoridade tributária, isso acontece quando a empresa
deixa de cumprir as obrigações acessórias existentes para a determinação do Lucro Real ou
Lucro Presumido.
São exemplos de situações que levam ao arbitramento do lucro pelo Fisco:
• A opção indevida do contribuinte pela tributação com base no Lucro Presumido;
• A ausência de escrituração fiscal por contribuinte obrigado à tributação com base no
Lucro Real;
• Deixar de elaborar demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal
• Deixar de apresentar um livro contábil, quando exigido, como Livro Diário e Livro
Razão
• Indícios de fraude, vícios ou erros que tornem a informação contábil imprestável para
a apuração do imposto devido.
4

5. MEI
A partir do ano de 2008 foi introduzida na Lei Complementar Federal, que regulamenta as
empresas do Simples Nacional, a figura do microempreendedor individual. A Lei Complementar
Federal nº 128/2008 introduziu o MEI no cenário tributário nacional.
O limite anual da receita bruta auferida permitida é de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).
Quando o início das atividades ocorrer durante a vigência do ano-calendário, então deve ser
considerado o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês. Os dez enquadramentos por
homologação ocorrem no momento em que o MEI ultrapassar o limite anual de receita de R$
60.000,00 (sessenta mil reais).
O MEI não necessita apurar a base de cálculo para fins de recolhimento dos tributos. Os
valores a serem recolhidos são fixos, conforme estabelece a Lei Complementar Federal:
• R$ 45,65 (quarenta e cinco reais e sessenta e cinco centavos), a título da
contribuição;
• R$ 1,00 (um real), a título do imposto, caso seja contribuinte do ICMS;
• R$ 5,00 (cinco reais), a título do imposto, caso seja contribuinte do ISS.

6. SIMPLES NACIONAL
Antes do Simples, empresas de portes menores pagavam impostos federais, estaduais e
municipais por meio de guias e datas separadas. As alíquotas eram também menos favoráveis,
por vezes proporcionais às aplicadas a grandes empresas. Com a inclusão do Simples Nacional,
alguns procedimentos entraram na vida do pequeno empresário. O regime deu fôlego a milhões
de empreendedores de diversos setores. Desde 2007, mais segmentos foram incorporados à lista
de empresas autorizadas a aderir ao regime simplificado de tributação.
Este regime é indicado para microempresas ou empresas de pequeno porte. A sua proposta
é simplificar a burocracia para estas organizações, de forma a reduzir a carga tributária e unificar
os impostos em uma única guia a pagar (DAS), tanto Municipais, quanto Estaduais e Federais.
O valor do faturamento para enquadramento no Simples Nacional até 31.12.2017 era de R$
3.600.000,00 anual. Em 2018, o limite da receita bruta passou para R$ 4.800.000,00 por ano.
A opção pelo Regime para empresas que já estão em atividade somente poderá ser
realizada até o último dia útil do mês de janeiro. Para empresas que iniciaram sua atividade em
outro mês diferente de janeiro, poderão aderir em qualquer mês, desde que não ultrapasse 180
dias da liberação do cadastro de CNPJ.
5

Para optar pelo Simples Nacional, as microempresas e empresas de pequeno porte devem
estar isentas de débitos da Dívida Ativa da União ou do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS).

6.1 MICRO EMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE


Para fins de aplicação das normas estabelecidas pela Lei Complementar no 123/2006,
devemos dividir as empresas nas categorias de Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte
(EPP). A aplicação de ME e EPP será de acordo com o faturamento auferido no ano-calendário
imediatamente anterior. Será considerado:
• ME – Microempresa aquela que tenha auferido no ano imediatamente anterior receita
bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais).
• EPP – Empresa de Pequeno Porte aquela que tenha auferido no ano imediatamente
anterior receita buta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e inferior
a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).
Quando a empresa pleitear a inscrição no Simples Nacional no mesmo ano em que iniciar
suas atividades, deve considerar o faturamento bruto proporcional à quantidade de meses
restantes naquele ano. Dessa forma será considerada a proporção mensal para fins de definição
da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte: ME – R$ 30.000,00 (trinta mil reais mensais).
EPP – R$ 300.000,00 (trezentos mil reais mensais).
No momento em que a Pessoa Jurídica solicita a inscrição como optante do Simples
Nacional, deve estar ciente de sua projeção de receita para o período. Mas nem sempre isso é
possível. Quando ocorrer o excesso de receita no ano calendário em que foi feita a opção pelo
Simples Nacional, a empresa deverá atentar aos seguintes fatores:
• A ME, que exceder a receita bruta no ano em exercício, será enquadrada como EPP no
ano seguinte.
• A EPP, que exceder a receita bruta em 20% no ano em exercício, será desenquadrada no
mês seguinte.
• A EPP, que exceder a receita bruta em menos de 20% no ano em exercício, será
desenquadrada a partir do ano seguinte.
• A EPP, que exceder a receita bruta em 20% no ano de início das atividades, será
desenquadrada retroativamente ao início das atividades

6.2 DAS
DAS significa Documento de Arrecadação do Simples Nacional. É um elemento incluído
no ecossistema das pequenas empresas a partir da criação do Simples. O DAS unifica o
6

recolhimento de impostos para as empresas optantes por esse regime de tributação, repassando
cada um deles automaticamente para as contas do estado, do município e da União. Para os
micro e pequenos empreendedores, essa facilidade representa ganho de tempo e uma dificuldade
a menos na gestão empresarial.

6.2 IMPOSTOS ARRECADADOS NA DAS


O regime Simples Nacional destaca-se pelo recolhimento tributário unificado dos seguintes
impostos:
• Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)
• Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
• Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)
• Contribuição para o PIS/Pasep
• Contribuição Patronal Previdenciária (CPP)
• Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
• Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações
de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação
(ICMS)

6.3 BASE DE CALCULO E ALÍQUOTAS


As alíquotas aplicáveis ao Simples Nacional estão definidas nos anexos da Lei
Complementar nº 123/2006. Cada um dos seis anexos existentes é específico para determinados
ramos de atividade. Os ramos de atividade estão direcionados para cada anexo da Lei
Complementar, conforme disposto nos artigos 18 e 18-A dessa LC.
Para que seja possível identificar a alíquota aplicável a sua atividade, a empresa optante
pelo Simples Nacional deve identificar nos artigos 18 e 18-A da Lei Complementar, para qual
anexo está direcionada sua atividade. Para fins de determinação da base de cálculo, a Pessoa
Jurídica deve utilizar a soma da receita bruta auferida nos últimos doze meses. E no caso de não
existir histórico, devido ao início de atividade, a receita bruta deverá ser proporcionalizada ao
número de meses de atividade no período.
O recolhimento do ISS e do ICMS pode ser determinado pelos estados, municípios e
Distrito Federal, mediante a instituição de valor fixo.
7

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não existe uma fórmula mágica de tributação a ser usada para todas as empresas, pois
mesmo estando em um mesmo negócio, podem existir muitas particularidades entre elas.
Para evitar escolhas erradas, é aconselhável que se faça um planejamento tributário
juntamente com o Contador, definindo um regime que tenha a menor carga tributária, mas que
não fraude ou possa sonegar o fisco.
A escolha por um regime, ou pela mudança do regime atual, deve ser estudada com
cautela, pois a forma de tributação escolhida tem impacto direto na apuração dos impostos e nas
declarações acessórias a serem enviadas. Isso também influencia os processos empresariais e até
mesmo exige um maior controle fiscal, podendo gerar maiores custos para cumprir com as novas
declarações.
Portanto, para fazer uma boa escolha é muito importante saber diferenciar os tipos de
regimes tributários, isso será fundamental para gerar menos impactos financeiros para a empresa
e obedecer aos critérios estabelecidos pelo fisco.

8. REFERÊNCIAS

ZIESE, Ilário. Contabilidade e Planejamento Tributário. Editora Indaial Uniasselvi; 2015.

NUNES, Renato. Tributação e Contabilidade. Editora Almedina; ed 1; 2013.

https://news.contabilivre.com.br/regime-tributario/

http://blog.santoangelo.com.br/escolha-melhor-opcao-para-sua-pj-mei-vs-simples-nacional/

https://conta.mobi/blog/lucro-lucro-presumido-lucro-real-lucro-operacional/

Você também pode gostar