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10 dicas para ajudar a

reduzir a carga tributária da


sua empresa

Talvez você não saiba, mas existem medidas legais que podem ser
adotadas para reduzir o impacto da carga tributária sobre uma atividade.
Contudo, apesar de algumas parecerem bem simples de serem executadas,
é essencial que você aja com atenção e conte com uma assessoria
tributária para não incorrer em erros.
Quando a redução é feita de forma correta, sem riscos fiscais, o negócio
mantém mais saldo positivo em seu fluxo de caixa, tem mais dinheiro para
cumprir com suas obrigações e gera sobras para investir e para ser mais
competitivo.

Neste texto, falaremos das medidas que podem ser tomadas para uma
redução segura e mostraremos o quanto elas podem contribuir, caso sejam
aplicadas com eficiência. Confira!

1. Organize a empresa
Para economizar com impostos, a primeira coisa que você precisa fazer é
organizar a sua empresa. É essencial ter os documentos em mãos e um
controle total sobre a realidade financeira do empreendimento. Dessa
forma, é mais fácil pensar em estratégias que visem à redução da carga
tributária.

Para isso, busque a ajuda de bons administradores e contadores. Juntos, é


possível estabelecer ótimas estratégias para otimizar as ações da sua
empresa e basear as tomadas de decisões em dados confiáveis e exatos.
Para isso, os profissionais podem estabelecer controles, como:

 fluxo de caixa padrão e projetado e método de manutenção e análise;


 indicadores financeiros necessários e periodicidade de avaliação de
cada um deles;
 relatórios personalizados de dados contábeis e/ou financeiros.

2. Descubra o melhor
enquadramento jurídico
No Brasil, é possível enquadrar uma empresa no Simples Nacional, no
Lucro Real ou no Lucro Presumido. A decisão é feita todo ano e é a partir
dela que são definidos quais impostos devem ser recolhidos e como os
procedimentos ocorrerão.

Então, para fazer a escolha, é essencial que você conheça a realidade do


seu negócio e conte com uma boa assessoria tributária. O auxílio de
profissionais qualificados é essencial, uma vez que eles conhecem a
legislação a fundo e entendem quais são:

 as brechas;
 as formas de pagamento;
 as hipóteses de isenção e de compensação etc.
É importante ter em mente que o regime mais simples nem sempre é o
mais vantajoso ou o mais econômico. Dependendo da sua atividade, um
regime mais complexo pode trazer certos benefícios e gerar economia.

Por exemplo, enquanto o Lucro Real exige mais declarações ao longo do


ano, tributa somente o lucro da empresa nos seus maiores impostos e não
seu faturamento total. Então, caso o lucro das atividades seja baixo, pode
ser a escolha mais econômica de regime de tributação.

Já o Lucro Presumido também tem o sistema de tributação sobre o lucro


para seus impostos mais pesados, porém aplica as alíquotas sobre
percentuais específicos da presunção de lucro.

Dessa forma, não sendo possível optar pelo Simples Nacional, o Presumido
é uma boa escolha se o negócio tiver margens acima das faixas de
presunção, pois acaba tendo apenas parte do lucro tributado.

Não decida sem pesquisar e sem fazer contas específicas. É preciso realizar
uma análise completa do seu negócio.
3. Fique atento aos benefícios
fiscais
Outra questão importante e que contribui consideravelmente para a
redução do impacto da carga tributária são os benefícios fiscais. Neles, em
troca de ações da empresa, investimentos em áreas específicas ou entradas
em programas do governo, a organização tem redução ou isenção de
imposto de renda e Contribuição Social.

Analise as legislações federal, estadual e municipal e descubra se existe


algo específico para a sua atividade. Tome cuidado quanto à possibilidade
de adesão ao programa, pois eles sempre são direcionados a empresas
enquadradas em regimes específicos de tributação.

Esses benefícios, além de gerarem economia, costumam incentivar ações


voltadas à cultura, à educação ou à responsabilização e conscientização
social, o que contribui para a imagem da sua empresa perante a sociedade
e gera credibilidade para o seu negócio.

4. Reduza o pró-labore
Talvez você não saiba, mas sobre o pró-labore incide Imposto de Renda. No
entanto, sobre a divisão anual de lucros, não. Sobre o pró-labore também
incide contribuição previdenciária, que aumenta conforme o valor dessa
retirada.
Apesar de ser necessário pagá-la, não é obrigatório que o empresário se
enquadre nas maiores faixas de contribuição. Portanto, pode manter a
retirada em valor mais baixo para também reduzir a contribuição.

Converse com o seu contador e pense em uma estratégia para reduzir o


pró-labore e aumentar a divisão de lucros. Isso ajuda você a economizar e é
totalmente lícito. Lembre-se de conversar também com os seus sócios e
organizar essa ação de uma forma que seja vantajosa e igual para todos.
5. Subdivida a empresa, se for o
caso
Em algumas situações a subdivisão pode ser uma forma de reduzir o
impacto dos impostos. No caso de a empresa realizar mais de uma
atividade, ao adotar essa medida, você consegue enquadrar cada atividade
no melhor regime tributário e obter uma economia global, ainda que, para
alguma das atividades, haja majoração dos tributos.

De outra forma, mesmo com uma atividade, a subdivisão pode cortar a


carga tributária por reduzir a base de cálculo de cada parte da empresa e,
assim, gerar incidências alíquotas mais baixas.

Por exemplo, se uma empresa do Simples fatura R$ 300 mil (R$ 25 mil por
mês) por ano no comércio, enquadrada no Anexo I, fica sujeita à alíquota de
7,3% de impostos ao mês, com dedução de R$ 5.940,00. O resultado é o
seguinte, de acordo com a nova fórmula de cálculo do regime:

 faturamento mensal e receita acumulada nos últimos 12 meses


respectivamente: R$ 25 mil e R$ 300 mil;
 faixa de tributação do Anexo I e dedução para o cálculo
respectivamente: 2ª faixa (7,3%) e R$ 5.940,00;
 R$ 300 mil ÷ 11,2% = R$ 41.095,89;
 R$ 41.095,89 – R$ 5.940 = R$ 35.155,89;
 R$ 35.155,89 ÷ R$ 300 mil = 11,71%;
 11,71% é a alíquota efetiva;
 R$ 25 mil x 11,71% = R$ 2.927,50 é o imposto do mês.
Agora, dividindo a empresa em duas teríamos o seguinte resultado:

 dois faturamentos de R$ 150 mil ao ano (R$ 12,5 mil ao mês);


 ambos na primeira faixa do Anexo: 4% de tributação sem valor de
dedução;
 R$ 12,5 mil x 4% = R$ 500 em cada imposto. No mês, um total de R$ 1
mil no total para o negócio subdividido.
É preciso analisar o caso concreto e conhecer a realidade financeira da
empresa, antes de decidir. Contudo, essa medida deve ser considerada.
Como outro exemplo, também podemos citar uma empresa que vende
carros e oferece serviço de manutenção automotiva. Para a prestação de
serviço, a opção pelo Lucro Real ou presumido é mais adequada.

Por outro lado, para a venda, o Simples oferece mais vantagens. Ou seja, a
subdivisão pode também ser feita utilizando regimes diferentes para cada
empreendimento.

6. Faça um planejamento tributário


Essa medida é essencial para que você economize com segurança. Ao
conhecer todos os tributos que incidem sobre a atividade e ter um controle
intenso sobre o fluxo de caixa e o balanço financeiro da empresa, é possível
pensar em estratégias lícitas para a redução dos impostos.

Entre essas estratégias, podemos citar a compensação de créditos


tributários, a adoção de ações que impeçam a prática dos fatos geradores
dos impostos e muito mais. O planejamento tributário deve ser feito com
tempo e com o apoio de profissionais que tenham conhecimento profundo
sobre a legislação em vigor e sobre as particularidades da sua empresa.

Por meio dele, além de conseguir economizar, você consegue reduzir o


número de erros procedimentais, evitar o pagamento de multas e, até
mesmo, diminuir o risco de ações judiciais ou de processos administrativos.

No planejamento tributário, uma das melhores práticas é simular contas


tributárias em outros enquadramentos, como fizemos no exemplo acima,
explorando todas as possibilidades.

Para isso, os valores reais dos últimos meses de despesas e receitas da


empresa têm de ser utilizados, para resultados confiáveis, além de
projeções coerentes para pelo menos os três meses seguintes.

Após essa visualização e as comparações que a ação possibilita, se torna


muito mais fácil e claro observar qual é o regime mais adequado ou, no
mínimo, como modificar processos para economizar dentro do mesmo
enquadramento.
7. Não misture contas pessoais e
contas da empresa
Ao misturar as suas despesas com as despesas da empresa, você pode
prejudicar a gestão e fazer com que a tributação fique maior. Com isso,
além de pagar mais impostos e de ter prejuízos com a sua retirada mensal
e com o seu lucro anual, você ainda pode responder processos
administrativos e pagar multas por imprecisão nos cálculos ou
apresentação equivocada de relatórios.
Fique atento a essa situação, pois se trata de um erro bastante comum. E o
pior: na maior parte das vezes, por distração.

Em questões administrativas e gerenciais, o maior prejudicado por esse


tipo de erro é o fluxo de caixa. Por entradas e saídas erradas, o controle
passa a ter defasagem permanente e perde sua objetividade. Então, se for
utilizado por um gestor para análise ou tomada de decisão, certamente
conduzirá o profissional ao erro por não ser exato e confiável.

Pessoas física e jurídica devem ter contas bancárias separadas. E os


produtos oferecidos pelos bancos, como cartões de créditos, não podem
ser utilizados de maneira cruzada, como um parcelamento no cartão
pessoal para a compra de computadores que serão ativos da empresa.

8. Terceirize atividades não


essenciais
A terceirização de atividades não essenciais da empresa ajuda, e muito,
com a redução da carga tributária. Isso porque, quanto mais funcionários
você tem, mais impostos você precisa pagar e mais obrigações passam a
existir.
Então, pense em como organizar o trabalho sem prejudicar o serviço e o
atendimento aos clientes para, então, definir quais áreas podem ser
terceirizadas. Além de economizar, você ainda terá a possibilidade de
contar com equipes qualificadas e profissionais atualizados, com foco
específico na área de atuação.
Por exemplo, em vez de arcar com toda a estrutura para montar um
departamento financeiro e contábil, a empresa pode terceirizar a
contabilidade e, mesmo assim, contar com peritos nas áreas por meio de
assessoria especializada.

Isso economiza em questões como:

 contratação de ferramentas tecnológicas;


 compra de ativos, como computadores e móveis;
 pagamentos de altos salários para funcionários exclusivos;
 direitos trabalhistas diversos, como férias, 13º salário e Fundo de
Garantia.
O mesmo pode ser projetado para outras áreas, como limpeza e
conservação e marketing.

9. Entenda a Reforma Trabalhista


As mudanças feitas nas leis trabalhistas e correlatas, aprovadas pela
Reforma Trabalhista de 2017, também podem servir para as empresas
reduzirem a carga tributária e até mesmo outras cargas de custos.

Por exemplo, passou a ser legal o contrato de trabalho que remunera o


funcionário por produtividade. Logo, isso pode ser interessante aos
empregadores em contratações para cargos específicos, que se mostram
normalmente onerosas, podendo ser extraído o melhor retorno sobre
investimento em salários e direitos pagos.

Outra possibilidade é a demissão consensual, que pode ser utilizada para


desligar funcionários que desejam sair da empresa, mas não querem pedir
demissão para não perderem muitos direitos rescisórios. Neste caso, a
despesa da empresa ao fazer a demissão cai em cerca de 50% na
comparação com a rescisão padrão sem justa causa.

Além dessas possibilidades, a reforma também prevê novas e mais duras


penalidades às empresas, o que precisa ser observado. Desde a sua
aprovação, empregadores que não assinam a carteira de trabalho de seus
empregados ficam sujeitos a multas de R$ 3 mil por ocorrência ou R$
800,00, no caso de empresas de porte micro. Portanto, é preciso também
ter cuidado com processo internos para evitar as penalizações.
10. Conte com uma boa assessoria
contábil
Como você viu ao longo do texto, várias ações podem contribuir para que
você economize com impostos. Porém, erros podem conduzir a uma
sonegação fiscal, o que com certeza você não quer.

Então, antes de aplicar essas estratégias, procure profissionais


especializados em contabilidade e apresente a situação da sua empresa
para eles. Isso fará com que você aja com segurança e tenha tranquilidade.
Reduzir a carga tributária é uma necessidade, mas isso deve ser feito da
forma certa, porque só assim é possível otimizar os lucros.

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