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A partir da década de 1980, uma nova ordem mundial emergiu alterando as

estruturas dos mercados financeiros e promovendo o aparecimento de grandes


corporações transnacionais. Com a globalização, vários países desenvolvidos
e aqueles em desenvolvimento, inclusive o Brasil, bem como suas respectivas
culturas foram atingidos, gerando crises financeiras e políticas com a
reorganização de seus mercados internos. Como efeito dessa nova ordem, nos
últimos anos, mercados altamente competitivos vêm surgindo. A crescente
concorrência, combinada com elevadas taxas de juros reais, tem obrigado as
empresas brasileiras a cortar custos, para obter preços menores aos seus
produtos. Ainda assim, as margens de rentabilidade têm sofrido expressivas
quedas.
Tornasse um círculo vicioso, pois a redução da renda per capita disponível,
provocou a contração persistente e geral dos mercados e a inadimplência dos
compradores, minando a capacidade de crescimento dos setores mais
dinâmicos e organizados da economia brasileira. Tais fatores representam as
várias facetas da extrema hostilidade do ambiente de negócios brasileiro,
sobretudo para as pequenas e médias empresas. Essas são consideradas
típicas na economia brasileira. Contudo, há um outro fator ainda mais pesado
que, combinado com os anteriores, faz do Brasil um dos países com o maior
índice de mortalidade empresarial: a carga tributária. Os tributos têm sua
origem na Antiguidade e servem para regular e possibilitar a vida em
sociedade, mediante a contribuição individual de cada pessoa em favor de toda
a comunidade. Em nosso País, além de comporem uma malha intrincada e
superposta de obrigações, os tributos constituem uma tarefa complexa e
onerosa e apresentam um perfil de carga pesadíssima sobre as atividades
produtivas das empresas que crescem a cada ano. O impacto de grande parte
dos tributos que compõem o sistema tributário brasileiro faz com que haja
maior ônus financeiro nas transações, dependendo da forma de procedimento
adotada em cada situação, aliada à utilização, de tributos como instrumento de
política de desenvolvimento econômico, com a prática de incentivos fiscais. As
constantes alterações das normas tributárias criam um campo altamente
instável, no qual as poucas empresas melhor preparadas têm maiores
possibilidades de gerar lucros que as restantes. Por essas razões, o elevado
montante de tributos pagos pelas empresas jurídicas requer um adequado e
constante gerenciamento dos gastos ao longo de todo o ano- calendário.
O gerenciamento estratégico das obrigações tributárias torna-se um item
fundamental para a sobrevivência das empresas, independente do seu porte ou
setor. O elevado custo tributário existente no Brasil, se não equacionado, pode
provocar a extinção do empreendimento. Esse gerenciamento estratégico
também é conhecido como planejamento tributário. Os aspectos positivos
alcançados através do eficiente e eficaz gerenciamento das obrigações
tributárias, contribuem significativamente na gestão do capital de giro e até
desafogar o caixa da empresa. Tudo isso, sendo revertido em favor da
empresa, principalmente na qualidade do produto ou na prestação do serviço,
resulta em dois aspectos fundamentais: fim do desperdício tributário e maior
competitividade da companhia.
O que é planejamento tributário?
Planejamento tributário é a gestão do pagamento de tributos de uma empresa
e também o estudo de maneiras de reduzir legalmente a carga tributária que
incide sobre ela. Assim como um administrador faz a gestão do estoque, das
vendas, dos recursos humanos e demais áreas, o cumprimento das suas
obrigações fiscais também deve ser gerido de maneira organizada.
Podemos dividir o planejamento tributário em três categorias: operacional,
estratégico e tático. Para saber quando adotar como estratégia cada um deles
e executar com eficiência, é necessário conhecer profundamente todos os
setores da empresa, de modo que se defina os objetivos e as formas que serão
utilizadas para atingi-lo. Lembrando que o planejamento tributário é uma forma
lícita de se reduzir o pagamento de tributos por meio das atividades que a
empresa desempenha no que diz respeito ao recolhimento dessas obrigações.
Os tipos de planejamento tributário
Operacional
É aquele que utiliza procedimentos prescritos por lei dentro de um negócio,
visando o cumprimento das obrigações fiscais. Esse modelo de
desenvolvimento atende às normas vigentes, incluindo tarefas, como a correta
escrituração e o pagamento dos tributos dentro do prazo nas rotinas de
trabalho. A redução dos tributos se gera através da antecipação de seu
pagamento.
O planejamento tributário operacional é elaborado para períodos de 3 a 6
meses. Nele são demonstrados todos os meios que serão articulados, de
maneira a conseguir atingir os objetivos estabelecidos. Esses planos de ação
precisam ser desenvolvidos dentro do período projetado.
Nesse tipo de planejamento, são especificadas as responsabilidades de cada
pessoa envolvida, assim como as atividades, tarefas e recursos que serão
utilizados, criando condições para o alcance dos objetivos.
Dessa forma, precisa conter todos os meios necessários para sua
implementação, a metodologia que será utilizada, os objetivos esperados e os
responsáveis pela realização.
Estratégico
No planejamento estratégico são definidos os propósitos pensando nos
benefícios a longo prazo para a empresa. Tem por objetivo a projeção do futuro
do negócio, e contribui para a definição da visão, missão, e valores da
organização.
Este tipo de planejamento normalmente é elaborado para o período de 5 a 10
anos, por isso não é muito detalhado e precisa de revisões constantes para
que não se torne obsoleto. Deve considerar fatores internos e externos à
empresa para sua elaboração, pensando na melhor alocação dos recursos de
forma que resultem em benefícios para o negócio. Como são decisões que
implicam em mudanças nas características da empresa, costuma ser feito
pelos proprietários, presidentes e diretoria.
Durante o planejamento estratégico é decidido o tipo de regime tributário que
será mais adequado para o enquadramento da empresa. Para isso é
necessário que se avalie algumas questões como a localização, estrutura de
capital, o ramo do negócio.
Então, deve-se considerar durante a realização do planejamento estratégico
questões fundamentais sobre a visão (quem é e o que faz), a missão (em que
lugar se encontra e onde quer chegar) e os valores (o que valoriza) da
empresa, e assim conseguir adotar métodos estratégicos para implementar as
mudanças objetivadas.
Tático
O planejamento tributário tático tem foco no médio prazo. São elaborados para
1 a 3 anos, em média. Mantém a visão global da organização utilizada no
planejamento estratégico. A diferença é que é voltado diretamente para as
áreas e departamentos da empresa. Ou seja, o planejamento estratégico
elabora as decisões e projeções para a empresa como um todo, e o tático
traduz esses planos e os concretizam em cada setor. Assim, cada
departamento procura lançar objetivos de modo que garantam o alcance das
metas propostas pelo planejamento estratégico.
Vale salientar que é o planejamento tático quem faz a ligação entre
o Planejamento Estratégico e o Planejamento Operacional. Portanto, é durante
o planejamento tático que se abordam questões de como as ações serão
executadas e as estratégias que serão necessárias em cada setor para atingir
os objetivos gerais da empresa.
Após conhecermos os tipos de planejamento tributário, vimos que seu principal
objetivo é diminuir as despesas da empresa. Isso quer dizer reduzir o número
de tributos pagos e os valores que incidem sobre o negócio, o que é chamado
de elisão fiscal. Afinal, você sabe bem que, para ter um produto ou serviço
competitivo, chegar a um preço de venda mais baixo é fundamental, e um dos
fatores que atrapalham isso são os altos impostos.
Para aliviar a carga tributária da empresa, é possível ir por três caminhos:
1. Evitar a incidência do imposto
Adotar procedimentos que impedem a ocorrência do fato gerador do tributo.
Um exemplo é aproveitar uma regra de isenção de impostos do seu município,
caso ela exista, adequando-se às exigências. Outro exemplo é medido como
abrir mão do pró-labore, para não pagar imposto de renda e INSS sobre ele,
ficando apenas com a retirada dos lucros.
2. Reduzir os valores totais a serem recolhidos
Após uma análise criteriosa das regras de cada imposto pago, planejam-se
medidas para reduzir as taxas. Por exemplo, reduzindo a contribuição para o
Seguro de Acidentes de Trabalho (SAT) ao diminuir o Fator Acidentário de
Prevenção (FAP), ou aproveitando políticas de incentivo que possibilitem a
redução das alíquotas.
3. Retardar o pagamento
Há ações que permitem postergar o pagamento dos tributos sem a incidência
de multas. Essa tática pode ser útil para quando você está com pouco capital
de giro e precisa de alguns dias a mais para ter fôlego no caixa.
Se você acha que, no planejamento tributário, a economia é a principal
premissa, não poderia estar mais errado. Antes dela, vem a legalidade. Seja
eliminando o fato gerador, reduzindo as alíquotas ou retardando o pagamento
sem multa, tudo isso deve ser feito de acordo com a lei.
Todo mundo quer diminuir o impacto tributário sobre a sua empresa, mas isso
não é desculpa para descumprir a legislação. Portanto, nem pense em ações
fraudulentas ou gambiarras legais.
O problema é que, às vezes, a linha que separa a elisão da evasão fiscal é
tênue. Para não correr riscos desnecessários, aposte em uma equipe de
contabilidade competente, de confiança e, acima de tudo, ética e responsável.
Como vimos, planejamento tributário são medidas aplicadas com o objetivo de
reduzir, adiar ou até mesmo eliminar os tributos. Ao optar pela forma menos
onerosa de cumprimento das metas fiscais, obtém-se a geração de lucro para a
empresa.
Dessa maneira, um planejamento eficaz proporciona a diminuição ou
supressão da carga fiscal, o adiamento do pagamento dos tributos através do
planejamento de datas que se adequem ao caixa da empresa e a redução da
base de tributação. Essa estratégia de análise e gestão de tributos deve ser
utilizada por todo tipo de empresa, sendo elas:
MEI: O MEI é o tipo de empresa ideal para quem trabalha por conta própria e
precisa de CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) para emitir notas
fiscais pelo produto ou serviço oferecido. 
Em muitas formas, esse pode ser o “melhor” tipo de empresa para abrir por ser
fácil, rápido e sem burocracias, mas há também muitas limitações, como o fato
de não poder empregar mais de um funcionário, não poder ter uma renda bruta
anual maior que R$81 mil e não poder ser sócio em outras empresas.
No entanto, para empresas que atendem a esses requisitos e cujas atividades
são permitidas no MEI (confira aqui a Tabela de Atividades Permitidas), ser um
Microempreendedor Individual tem muitas vantagens, principalmente na hora
do pagamento dos tributos, que é feito em uma única guia e tem valores
menores que as outras opções.

EIRELI:
A EIRELI, ou Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, é uma
modalidade relativamente nova no Brasil e significa que é uma empresa cuja
forma é de sociedade, mas não há necessidade de sócios (diferentemente de
uma sociedade padrão) e um único empreendedor pode ser 100% responsável
pelo negócio e tomar todas as decisões em qualquer aspecto.
No entanto, para abrir uma EIRELI é necessário investir um capital social
relativamente alto, equivalente a, pelo menos, 100 salários mínimos vigentes.
Pode até parecer um ponto negativo, mas, graças a isso, o patrimônio do
empreendedor pessoa física é separado da pessoa jurídica.

Empresário Individual:
Assim como a EIRELI, uma Empresa Individual não necessita de sócios.
Inclusive, quem abre esse tipo de empresa não é sócio dela e, sim, único
proprietário, e, por isso, o nome do negócio precisa ser o mesmo do seu dono
(exceto pelo nome fantasia). 
Por causa disso, o empreendedor de uma EI não pode separar seus bens
pessoais da empresa, o que significa que seus patrimônios podem ser tomados
em caso de dívidas empresariais.

Sociedade Empresária Limitada:


A Sociedade empresária Limitada (LTDA) é o tipo societário mais comum e
adotado pela maioria dos empreendedores que possuem sócios. 
Isso se deve a dois motivos: o fato de poder incluir outros sócios através de um
Contrato Social e ter toda a responsabilidade limitada ao capital social da
empresa (daí a origem do nome “Limitada”, ou “Ltda.”), ou seja, bens pessoais
dos sócios não são tomados em casos de dívidas empresariais.
O outro motivo da popularidade da Sociedade Limitada é que, com o Contrato
Social, os sócios têm poder de tomar todo e qualquer tipo de decisão que
forma uma empresa, como a responsabilidade de cada um deles dentro dela,
as cotas que cada um possui e ainda podem “entrar e sair à vontade”, contanto
que o Contrato Social seja alterado.

Sociedade Simples:
A sociedade simples é o tipo de empresa é recomendado para
exercer atividades intelectuais, como médicos, dentistas, advogados,
arquitetos, contadores etc., pois além de ser uma empresa de prestação de
serviços, é geralmente composta por dois ou mais sócios do mesmo ramo cuja
finalidade é a mesma para seu negócio.
Dentro da Sociedade Simples, existem ainda duas modalidades: a Sociedade
Simples Limitada e a Sociedade Simples Pura:
Simples Pura não conta com separação dos bens pessoais dos sócios com o
patrimônio da empresa (assim como o Empresário Individual); 
Simples Limitada conta com essa separação e não permite que o patrimônio
pessoal dos sócios seja tomado (como uma Sociedade Empresária Ltda.).

Sociedade Anônima:
A Sociedade Anônima (também conhecida como S.A) é um tipo societário um
pouco diferente das outras sociedades, pois, ao invés de cotas, os sócios
dividem o capital em ações e, por isso, são chamados de acionistas. 
Por causa dessa característica, os acionistas tem liberdade de comprar e
vender as ações – algo normalmente visto em grandes corporações.
Além disso, as S.A são divididas em duas modalidades, capital aberto e capital
fechado:
  o capital aberto vende suas ações na bolsa de valores;
  o capital fechado não vende ações para o público geral e, sim, para
outros sócios já envolvidos ou então para “convidados”.

Sociedade Limitada Unipessoal:


A Sociedade Limitada Unipessoal é parecida, em alguns pontos, com uma
Ltda. “normal”, pois também protege o patrimônio pessoal do
empreendedor/sócio, porém não há necessidade de outros sócios ou de um
investimento alto para o capital social (como uma EIRELI). 
Ou seja, a SLU une o melhor de ambos tipos de empresa e, por isso, pode ser
uma opção excelente e muito prática para quem pretende empreender sozinho.

Abaixo podemos ver quais são os tipos de regimes tributários e seu objetivo.
Após definir o tipo da empresa, você saberá qual regime tributário se aplicará
melhor ao seu negócio. Mas lembre-se: é muito importante ter um
contador acompanhando todo esse processo para que você opte pelo melhor
enquadramento.
A importância da orientação do contador deve-se ao fato que o regime
tributário é um dos grandes fatores que definem o valor dos tributos a serem
pagos por uma empresa. Se você optar pelo regime “errado” – ou, no caso, por
um que não seja vantajoso –, você poderá acabar pagando outros tipos de
impostos que poderiam ter sido evitados com o tipo de regime certo.
Entre todos os tipos de empresa para abrir que mostramos por aqui, existem
três opções de regimes de tributação que você pode escolher. São elas:
1. Simples Nacional
Esse é o regime tributário mais usado pelas pequenas empresas. O motivo
disso é simplesmente porque o Simples Nacional permite que o empreendedor
tenha mais facilidade na hora de pagar os impostos e evita ter que lidar com
toda aquela burocracia, pois é tudo feito de forma unificada com uma única
guia mensal, o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional).
As empresas que podem se enquadrar no Simples Nacional são os MEIs, as
MEs e as EPPs, sendo que o limite de faturamento bruto anual é de R$4,8
milhões (o mesmo que das EPPs). Se o valor ultrapassar esse limite, a
empresa passa a se enquadrar no Lucro Presumido.
Dependendo do tipo societário, do porte e do faturamento bruto anual da
empresa, os impostos devidos no Simples Nacional podem incluir:
 PIS (Programa de Integração Social);
 COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social);
 IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados);
 ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços);
 CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido);
 ISS (Imposto sobre Serviços);
 IR (Imposto de Renda);
 INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) patronal (opcional).

2. Lucro Presumido
Assim como o próprio nome sugere, o Lucro Presumido é a tributação onde,
para calcular o valor de todos os tributos que deverão ser pagos, a Receita
Federal presume o lucro que uma empresa teve dentro de seu faturamento
bruto anual total. No entanto, o valor inteiro desse faturamento não pode
ultrapassar R$78 milhões.
Ou seja, as empresas enquadradas no Lucro Presumido terão seus impostos –
que incluem o IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e o CSLL
(Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) – calculados pela Receita Federal e
o valor que você terá que pagar será baseado no lucro de sua empresa.
3. Lucro Real
Para as empresas que faturam anualmente mais que R$78 milhões (e, por
isso, não se enquadram no Lucro Presumido), o regime de tributação do Lucro
Real é a opção. Com ele, no entanto, o valor dos tributos que devem ser pagos
será calculado com base não no lucro, mas no faturamento total da empresa,
ou seja, baseado no lucro líquido.
Existem também certas empresas que, dependendo da atividade, deverão
obrigatoriamente ser enquadradas no Lucro Real, como: 
 empresas que tenham algum tipo de isenção fiscal; 
 empresas que recebem seu capital de fora do Brasil;
 e todos os tipos de empresas dos setores financeiro e de agronegócio.
Baseado em informações como tipo societário, porte, regime tributário e
faturamento, ficou claro ao empreendedor o quão importante é saber quais são
os tipos de empresa para abrir e qual deles se aplica ao seu negócio. 
Alguns passos são imprescindíveis para um bom planejamento. Vejamos:

• Levantamento de Dados

Otimizar uma atividade empresarial sempre requer alguns cuidados e para um


planejamento tributário isso não é diferente. É necessário definir todas as
etapas, as variáveis no que concerne às atividades econômicas e tributárias da
empresa. Assim, outros pontos merecem atenção especial. São eles:

• Previsão de Faturamento (Ou seja, a receita bruta)

A previsão do faturamento de uma empresa é um passo fundamental para o


planejamento tributário. É a partir da projeção do faturamento por um
determinado período se possibilita o enquadramento no regime de tributação
adequado. Isso inclui observar a distribuição geográfica da receita, receita
total e local em que os serviços foram prestados.

• Previsão de despesas operacionais

Sob o olhar da contabilidade, despesas operacionais são todos os gastos com


atividades da administração de uma empresa e com a venda de seus produtos
e serviços. Os gestores necessitam fazer a diferença entre as despesas
operacionais e os outros gastos, como os custos de produção.

Assim, o planejamento tributário é elaborado baseando-se, também, na


previsão de despesas operacionais, fazendo-se uma estimativa dos gastos
futuros a partir das informações obtidas no exercício contábil — período de um
ano, em que se faz a apuração do resultado — anterior.

Uma boa gestão permite conhecer a realidade contábil de uma empresa e criar
uma previsão de orçamento para o próximo exercício.

• Margem de Lucro

Ter noção do quanto a empresa pretende lucrar também é imprescindível para


que o planejamento possa simular e fazer comparações, entre os benefícios e
desvantagens dos regimes tributários vigentes no país.
• Valor da despesa com empregados

O valor gasto com funcionários é também visto como despesa contábil. Com
informações precisas sobre esses gastos, é possível elaborar um planejamento
para projetar as despesas dos próximos meses.

• Simulação de cenários

Uma excelente maneira de verificar qual o regime mais benéfico para a


empresa é a análise e simulação de cenários, para que para que sejam
avaliadas as vantagens e desvantagens ao optar por uma das tributações.

A análise e simulação de cenários permite ao administrador buscar as


alternativas de cargas tributárias menos onerosas para empresa, reduzindo os
custos. Além disso, é preciso avaliar os impactos nos resultados financeiros
pela opção de determinado modelo de regime de tributação, permitindo o
estabelecimento de estratégias de redução de encargos fiscais para um
período futuro.

Para fazer uma simulação de cenários, pode-se utilizar situações como um


cenário otimista, onde o ambiente projetado é favorável para a empresa, um
cenário pessimista, onde toda projeção idealizada é negativa para a
organização e um cenário realista, idealizado de uma forma crítica, moderada.

Na elaboração dessa análise deve-se considerar alguns pontos que trazem:

# impactos nas receitas

(como a utilização de novos recursos repercutem nos hábitos de compra do


consumidor);

# impactos nas receitas e nas despesas

(de que forma a contratação de novos vendedores pode interferir nos


resultados);

# impactos na lucratividade
(corte ou contratação de pessoal); impactos no caixa (como a alteração de
prazos de pagamento ou recebimento pode gerar benefícios).

Para colocar a mão na massa

Com todos os principais dados em mãos, mais os principais tipos de


planejamento tributário a curto, médio e longo prazo para o negócio, é hora de
cruzar as informações com os tipos de regimentos tributários.

Assim, com a ajuda de um responsável contábil, você deve fazer projeções e


avaliar em qual das categorias o seu negócio se enquadra. Com isso, saberá
exatamente quais são os impostos que incidem sobre o seu negócio. Também
poderá se programar para fazer os pagamentos, evitar atrasos, não prejudicar
o seu fluxo de caixa e gerar economia.

Os tipos de portes de empresa


Esse é outro ponto muito importante para saber que tipo de empresa abrir, pois
escolher o porte errado – ou então não “atualizar” o porte caso sua empresa
cresça e seu rendimento bruto anual aumente – pode resultar em dor de cabeça.

A principal característica que faz um porte ser diferente do outro está


relacionada a exatamente isso: o faturamento bruto anual da empresa. Então,
por exemplo, você pode começar o negócio como MEI, mas se cresce e,
consequentemente, ganha mais dinheiro a ponto de passar o limite do
faturamento de R$81 mil por ano, será necessário mudar o porte para ME.

Para entender melhor como funciona, os tipos de pequenas empresas para abrir
e os respectivos faturamentos brutos anuais permitidos para cada uma delas são:

 MEI: Como mencionamos acima, o rendimento bruto anual do MEI não


pode ultrapassar R$81 mil (ou, no máximo, até 20% desse valor). Outra
característica dessa empresa é de não poder contratar mais de um único
funcionário;
 ME (Microempresa): O rendimento bruto anual de uma ME tem um limite
de R$360 mil. Em relação à contratação de funcionários, é permitido 9
empregados para empresas dos segmentos de comércio e de serviços, e
até 19 empregados para indústrias;
 EPP (Empresa de Pequeno Porte): Para uma EPP, o faturamento bruto
anual pode variar de R$360 mil até R$4,8 milhões. E para contratação dos
funcionários, nos segmentos de comércio e serviço, é permitido de 10 a
49 empregados; para indústrias, é de 20 a 99 empregados.

Há também quem tenha dúvida sobre que tipo de empresa abrir que não seja de
porte pequeno. Para essas opções, existem as empresas de médio a grande
porte, mas elas não contam com um faturamento bruto anual específico. A única
diferença, nestes casos, é em relação à contratação de funcionários.

Por exemplo, empresas de médio porte de comércio e de serviço podem


contratar de 50 a 99 empregados, e já do segmento de indústria é permitido de
100 a 499 empregados. Já a empresa de grande porte pode contratar a partir de
100 em serviço e comércio, e mais de 500 funcionários em indústrias.

Os tipos de regimes tributários


Após definir o tipo societário e o porte, você saberá qual regime tributário se
aplicará melhor ao seu negócio. Mas lembre-se: é muito importante ter um
contador acompanhando todo esse processo para que você opte pelo melhor
enquadramento.

A importância da orientação do contador deve-se ao fato que o regime tributário


é um dos grandes fatores que definem o valor dos tributos a serem pagos por
uma empresa. Se você optar pelo regime “errado” – ou, no caso, por um que não
seja vantajoso –, você poderá acabar pagando outros tipos de impostos que
poderiam ter sido evitados com o tipo de regime certo.

Entre todos os tipos de empresa para abrir que mostramos por aqui, existem três
opções de regimes de tributação que você pode escolher. São elas:

1. Simples Nacional

Esse é o regime tributário mais usado pelas pequenas empresas. O motivo disso
é simplesmente porque o Simples Nacional permite que o empreendedor tenha
mais facilidade na hora de pagar os impostos e evita ter que lidar com toda
aquela burocracia, pois é tudo feito de forma unificada com uma única guia
mensal, o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional).
As empresas que podem se enquadrar no Simples Nacional são os MEIs, as MEs
e as EPPs, sendo que o limite de faturamento bruto anual é de R$4,8 milhões (o
mesmo que das EPPs). Se o valor ultrapassar esse limite, a empresa passa a se
enquadrar no Lucro Presumido.

Dependendo do tipo societário, do porte e do faturamento bruto anual da


empresa, os impostos devidos no Simples Nacional podem incluir:

 PIS (Programa de Integração Social);


 COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social);
 IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados);
 ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços);
 CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido);
 ISS (Imposto sobre Serviços);
 IR (Imposto de Renda);
 INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) patronal (opcional).

2. Lucro Presumido

Assim como o próprio nome sugere, o Lucro Presumido é a tributação onde, para
calcular o valor de todos os tributos que deverão ser pagos, a Receita Federal
presume o lucro que uma empresa teve dentro de seu faturamento bruto anual
total. No entanto, o valor inteiro desse faturamento não pode ultrapassar R$78
milhões.

Ou seja, as empresas enquadradas no Lucro Presumido terão seus impostos –


que incluem o IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e o CSLL
(Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) – calculados pela Receita Federal e o
valor que você terá que pagar será baseado no lucro de sua empresa.

3. Lucro Real

Para as empresas que faturam anualmente mais que R$78 milhões (e, por isso,
não se enquadram no Lucro Presumido), o regime de tributação do Lucro Real é
a opção. Com ele, no entanto, o valor dos tributos que devem ser pagos será
calculado com base não no lucro, mas no faturamento total da empresa, ou seja,
baseado no lucro líquido.
Existem também certas empresas que, dependendo da atividade, deverão
obrigatoriamente ser enquadradas no Lucro Real, como: 

 empresas que tenham algum tipo de isenção fiscal; 


 empresas que recebem seu capital de fora do Brasil;
 e todos os tipos de empresas dos setores financeiro e de agronegócio.

Baseado em informações como tipo societário, porte, regime tributário e


faturamento, ficou claro ao empreendedor o quão importante é saber quais são
os tipos de empresa para abrir e qual deles se aplica ao seu negócio. 

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