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Contabilidade nos Negócios Empresariais

(Planejamento Orçamentário)

Lucas Gabriel Teixeira Gomes


Marcelo de Jesus Pessoa
Mona Izi Araujo Cunha

Tutor (a): Amanda Cristina Souza de Deus

1. INTRODUÇÃO

Uma elaboração orçamentária planejada é de suma importância para a saúde financeira de


uma dada empresa, é neste momento que os administradores conseguem enxergar o “norte” que as
empresas estão tomando, podendo assim melhorar o desempenho dos seus indicadores financeiros
com base na análise dos custos de períodos anteriores de forma setorizada.
Para cada setor da empresa é determinado um valor orçamentário específico, tendo como
setor principal o orçamento de vendas, pois é através dele que será arremetida a estimativa de receitas
anuais, posteriormente serão criados os próximos orçamentos, tais como: o custo de produção,
despesas administrativas, entre outros.
A elaboração orçamentária por si só não é garantia de sucesso, ainda assim é uma ferramenta
muito útil usada no processo de tomadas de decisões. Ela permite visualizar de forma ampla as ações
e os acontecimentos ocorridos dentro de uma empresa, com isso o administrador será capaz de tomar
medidas corretivas, assim como analisar possíveis formas de melhoria organizacional para garantir
o diferencial e tornar a empresa competitiva e saudável no mercado.
Normalmente a elaboração orçamentária é mais utilizada por grandes empresas, porém
algumas micro e pequenas empresas também utilizam. É fundamental que a micro e pequena
empresa tenha um controle de sua estimativa de vendas e gastos por período, só assim será possível
identificar os possíveis problemas logo no início e assim evitar uma possível falência. Diante disso
surge a importância da elaboração do planejamento orçamentário periódico com o intuito de trazer
maior estabilidade e direcionamento para o microempreendedor.
Este trabalho tem como foco principal compreender a importância da elaboração
orçamentária de forma planejada para o microempreendedor e para as pequenas empresas.

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (FLC8811ADG) – Prática do Módulo I – 15/07/2022
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A definição de micro e pequenas empresas (MPE) podem ser feita de duas formas: pelo
número de pessoas ocupantes na empresa ou pela receita bruta anual. A tabela abaixo descreve os
critérios de classificação por porte da empresa considerando o número de pessoas ocupantes.
Porte Serviços e comércios Indústria
Microempresa Até 09 pessoas ocupadas Até 19 pessoas ocupadas
Pequena empresa De 10 a 49 pessoas De 20 a 99 pessoas ocupadas
ocupadas
Média empresa De 50 a 99 pessoas ocupadas De 100 a 499 pessoas ocupadas

Grande empresa Acima de 100 pessoas Pessoas ocupadas grande empresa acima
de 100 pessoas acima de 500 pessoas

Fonte: SEBRAE, 2018, p 23.

A Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte foi instituída em 2006 para
regulamentar o disposto na Constituição Brasileira, que prevê o tratamento diferenciado e favorecido
à microempresa e à empresa de pequeno porte. Por meio da Lei Geral, foi instituído o regime
tributário específico para os pequenos negócios, com redução da carga de impostos e simplificação
dos processos de cálculo e recolhimento, que é o Simples Nacional.
Na tabela abaixo podemos ver como a Lei Geral uniformizou o conceito de micro e pequena
empresa enquadrando-as com base em sua receita bruta anual.
PORTE DEFINIÇÃO RECEITA BRUTA ANUAL
Microempresa Sociedade empresária, Igual ou inferior a R$ 360.000,00
sociedade simples, empresa
individual de responsabilidade
limitada e o empresário,
devidamente registrados nos
órgãos competentes, que aufira
em cada ano calendário.
Empresa de pequeno A empresa de pequeno porte Superior a R$360.000,00 e igual ou inferior
porte não perderá o seu a R$ 4.800.000,00
enquadramento se obter
adicionais de receitas de
exportação, até o limite de
R$4.800.000,00.
Microempreendedor É a pessoa que trabalha por Igual ou inferior a R$ 81.000
individual conta própria e se legaliza
como pequeno empresário
optante pelo Simples Nacional.
O microempreendedor pode
possuir um único empregado e
não pode ser sócio ou titular de
outra empresa.
Fonte: SEBRAE, 2014, p 26.
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O planejamento orçamentário pode ser considerado uma ferramenta de extrema importância


para empresas, independente do ramo ou enquadramento. O planejamento auxiliará principalmente
quando for necessário definir, balancear e priorizar as estratégias, nas tomadas de decisão.
Planejar é estabelecer com antecedência as ações a serem executadas, estimar os recursos a
serem empregados e definir as correspondentes atribuições de responsabilidades em relação
a um período futuro, determinando, para que sejam alcançados satisfatoriamente os
objetivos por ventura fixados para uma empresa e suas diversas unidades. (SANVICENTE;
SANTOS, 2013, p.14).

Do mesmo modo Hoji (2010, p. 415) destaca que “O planejamento consiste em estabelecer
com antecedência as ações a serem executadas dentro de cenários e condições pré-estabelecidas
estimando os recursos a serem utilizados.”.
No contexto orçamentário mesmo que superficial, “o planejamento” torna-se indispensável,
pelo fato de descrever onde serão arrecadados e aplicados determinados recursos futuros, deste modo
prevendo algumas situações, assim sendo possível ajustá-las com antecedência, colaborando para
que a empresa possa atingir com êxito seus objetivos. Esta concepção de elabora um planejamento
deve ser utilizada por qualquer que seja o porte da empresa, até mesmo as micro e pequenas
empresas.
De acordo com Miedzinski (2015) independente do fato de trazer ou não garantias, esta
ferramenta traz mais segurança e confiabilidade, tanto para a empresa, os próprios gestores, quanto
para quem pretende investir, afinal, esta ferramenta demonstra algumas situações relacionadas à
rentabilidade da empresa. Assim esta linha de raciocínio cabe às micro e pequenas empresas, pois
um dos fatores que pode atrapalhar o desempenho dos pequenos negócios é a falta de planejamento.
Para Hoji (2010, p.418) “O planejamento orçamentário visa o conhecimento antecipado de
resultados e serve de guia para ações a serem executadas pelas unidades da empresa, definindo as
responsabilidades pela gestão de recursos e geração dos resultados”.
Sendo assim, com o planejamento orçamentário é possível ter uma visão macro de como a
empresa irá se comportar durante o período orçado, mesmo que com algumas oscilações, como taxas
de juros ou inflações, ou até mesmo uma queda nas vendas, no entanto é possível ter uma previsão
e um controle dos resultados econômicos. Mesmo que as receitas possam vir a diminuir ainda assim
é possível reduzir os gastos e manter o equilíbrio da empresa, até que seja aplicada alguma medida
corretiva quanto aos problemas que estão impossibilitando o desenvolvimento da empresa.
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3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Diante do exposto concluímos que é de suma importância que as empresas utilizem como
ferramenta para as tomadas de decisão o planejamento orçamentário. Pois ela possibilita o controle
de todas as atividades desenvolvidas dentro da organização, como controlar seus gastos, administrar
melhor suas despesas, custos e com isso se preparar para enfrentar o mercado altamente competitivo.
Também observamos que com um bom planejamento orçamentário, é possível seguir os melhores
caminhos a serem percorridos pelas empresas e assim colaborar para a redução das altas taxas de
mortalidade de empresas.
De acordo com a pesquisa Sobrevivência de Empresas SEBRAE (2020), realizada com base
em dados da Receita Federal e com levantamento de campo, a taxa de mortalidade das
microempresas após cinco anos é de 21,6% e as de pequeno porte, de 17%.
Enfim, podemos concluir que esta pesquisa nos proporcionou compreender quão é a
importância do planejamento orçamentário de uma empresa, independente do seu porte, além disso,
nos deu uma maior percepção a partir da demonstração dos conceitos de planejamento orçamentário
direcionado a micro e pequenas empresas a fim de colaborar no processo decisório.

4. REFERÊNCIAS

HOJI, Masakazu. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada,


estratégias financeiras, orçamento empresarial. 8. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MIEDZINSKI, João Cirilo. Planejamento empresarial: observado a teoria e construindo a


prática. São Paulo: Atlas, 2015.

PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do trabalho científico:


Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2. Ed. Rio Grande do Sul 2013.
Disponível em: Acesso em: 07 de abril de 2018.

SANVICENTE Antonio Zoratto; SANTOS, Celso Costa. Orçamento na administração de


empresas: planejamento e controle. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013.

SEBRAE; As diferenças entre microempresa, pequena empresa e MEI 2018 Disponível em:
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-asdiferencas-entre-microempresa-
pequena-empresa-emei,03f5438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD.

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