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A IMPORTÂNCIA E O IMPACTO DOS CUSTOS PARA A SAÚDE DA EMPRESA

Cristiane Caetano Eduardo


Tutor (a): Gleika de Sena Feitosa Guimarães

1. INTRODUÇÃO
No presente estudo, diversas mudanças e pensamentos sobre o custo e sua
importância para a saúde da empresa serão abordados. Não há como manter uma
empresa sem organizar os seus custos; para que uma empresa possa ter sucesso, ela
precisa não apenas saber quais são seus custos, mas traçar a melhor estratégia para
gerenciá-los. Ter esses valores do negócio sob controle garante a saúde organizacional
de qualquer empreendimento e, quando realizado incorretamente, interfere
negativamente nos resultados, gerando redução de produtividade e, consequentemente,
arrecadação.
Os profissionais responsáveis pelo gerenciamento de custos de uma organização
devem possuir diversas habilidades, tendo a modernização dos seus conhecimentos
como uma necessidade. Entre suas responsabilidades estão: organizar e coletar,
registrar, resumir e interpretar dados e fenômenos que afetam as situações patrimoniais,
financeiras e econômicas de qualquer entidade, onde pode-se planejar e ter o controle de
ganhos, custos, e gastos com as despesas.
Pretende-se abordar a importância da gestão de custos para uma empresa,
considerando o custo como sendo um conjunto de valores fixos e variáveis, e pensando
também tamanho do patrimônio da empresa. Esse processo, apesar de aparentar
beneficiar unicamente o setor financeiro, é amplo e não só contribui para a redução de
gastos, como também estabelece diretrizes que permitem aumento da produtividade e
melhores condições para a satisfação do cliente que essa empresa atende.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Conforme esclarecem os autores CALLADO; MIRANDA; CALLADO (2003),
um sistema de custos, para que seja eficiente, deve ser organizado e apropriado aos
objetivos da empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte. As informações
coletadas na gestão de custos da empresa servem como base para a tomada de decisões
da administração quanto ao modo de alocação de recursos disponíveis. Devido a isso, os
relatórios produzidos na gestão dos custos devem ter como objetivos: determinar os
custos de produção, já que estes devem ser um critério na fixação de preços para venda;
analisar o quão rentável estão sendo os produtos e atividades da empresa; avaliar os
estoques; comparar os custos com os da concorrência; e, assim, empregar meios pelos
quais a organização possa ter resultados melhores.
Acerca desse assunto, em 1999, o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas) elaborou uma pesquisa intitulada "Fatores Condicionantes
e Taxa de Mortalidade de Empresas", buscando identificar as razões pelas quais as
pequenas empresas em todo o Brasil encerram suas atividades com pouco tempo de
atuação no mercado. Dentre os principais motivos relacionados, estavam: a má gestão
do capital de giro; deficiências quanto aos registros financeiros e contábeis; e
incompetência por parte dos gestores. Sendo assim, fica evidente a importância que o
bom gerenciamento dos custos do empreendimento é um fator essencial para a saúde e
longa vida da empresa.
Nesse sentido, é importante compreender que a ausência de controle de
contabilidade em uma empresa não é apenas um problema da área contábil, mas sim
uma deficiência na administração da empresa como um todo. Isso porque, sem este
gerenciamento, não há como compreender como a empresa está funcionando, para onde
ela está indo e como se deve trabalhar para alcançar seus objetivos. Além disso, a má
gestão dos custos acarreta diversos prejuízos em variados setores, como iniciar
treinamentos que não agregam contribuição para o resultado operacional, adotar
políticas comerciais agressivas para produtos que não possuem alta rentabilidade,
desperdiçando esforços e capital.
Diante disso, SILVA (1999), corrobora que na atualidade, a concorrência no
mercado empresarial está cada vez maior, exigindo das empresas mais flexibilidade,
tanto na redução dos preços dos produtos vendidos, quanto nas suas estratégias para
ganhar mercado dentre seus concorrentes. Nesse sentido, o controle de custos dentro de
uma empresa é fundamental para mantê-la competitiva, pois faz-se necessário, cada vez
mais, maximizar os lucros, aumentar a produtividade e reduzir custos.
Neste viés, SILVA (2003) apresenta a concepção de Gestão Estratégica de
Custos, que consiste em:
[...] um novo conceito que se fundamenta nas premissas da globalização dos
mercados, implicando um contexto de reestruturação e flexibilização dos
processos produtivos, de transnacionalização das empresas e do acirramento
da concorrência, de funções mais proativas das empresas na participação do
desenvolvimento econômico e social, entre outros conceitos implícitos que
caracterizam suas mudanças conceituais, definindo o seu papel dinamizador
no crescimento econômico (SILVA, 2003)

A Gestão Estratégica de Custos tem como foco custear toda a cadeia de valor
para que, assim, seja possível compreender onde estão as oportunidades de redução dos
custos e os possíveis ganhos de competitividade. Dentro de uma empresa a otimização
dos recursos é um desafio que pode maximizar os lucros, aumentar a produtividade e
torná-la mais competitiva no mercado. Sendo assim, é imprescindível que os
profissionais responsáveis pelo gerenciamento financeiro da empresa sejam capacitados
para realizar a gestão estratégica, com enfoque direcionado para toda a cadeia produtiva,
vislumbrando modos de otimizar os processos e recursos.
Ademais, ainda sobre ser competitivo dentro do mercado, é importante
compreender que o estabelecimento de preços de vendas é uma das decisões mais
importantes da empresa. A resposta à simples questão “Por quanto devem ser vendidas
as mercadorias/produtos/serviços?”, pode representar o sucesso, a rentabilidade, a
competitividade ou não da empresa, e, consequentemente, sua existência ou não.
(SILVA; JESUS; PINHEIRO, 2013).
Desse modo, sendo um aspecto que pode afetar toda uma cadeia produtiva,
incluindo fornecedores, fabricantes, distribuidores e comerciantes, é fundamental ter
conhecimento para elaborar preços de venda.
Na gestão de custos, existem algumas definições importantes para o cálculo de
indicadores e realização da análise contábil. Dentre esses conceitos, estão o de custo
fixo e custo variável. Os custos fixos (CF) são todos aqueles que não sofrem variação
em curtos períodos, independente da atividade e quantidade de produções e vendas da
empresa; pode ser entendido como as despesas de funcionamento da empresa, que
ocorrem todo mês, com ou sem atividade, como aluguel, pró-labore, depreciação de
benfeitorias, entre outros. Já os custos variáveis são aqueles que sofrem oscilações de
acordo com a movimentação da empresa, são pensados de acordo com o que é
produzido ou vendido; são exemplos de custos variáveis as embalagens dos produtos,
bonificações, brindes, custo da mercadoria, mão de obra etc.
Além disso, há um indicador em contabilidade empresarial muito utilizado na
gestão de custos, o Ponto de Equilíbrio.
Segundo Perez Jr., Oliveira e Costa (2011) “a expressão ponto de equilíbrio,
tradução do termo em inglês break-even point, refere-se ao nível de venda em
que não há lucro nem prejuízo, ou seja, no qual os gastos totais (custos totais
+ despesas totais) são iguais às receitas totais”. Ou seja, com este número
sendo calculado, pode-se ter noção da quantidade de produtos que necessita
ser vendida para que não haja prejuízo, e a partir de qual valor a empresa
começa a ter lucro. Sendo assim, o Ponto de Equilíbrio é relevante, já que
possibilita um planejamento do volume de vendas que a empresa terá de fazer
para cobrir os custos totais de sua produção, mantendo as despesas e custos
equilibrados.

Nesse sentido, o Ponto de Equilíbrio é atingido quando o faturamento da


empresa se iguala a soma de todas as despesas fixas e variáveis geradas em sua
atividade. A partir deste ponto, todos os produtos ou serviços ofertados contribuirão
diretamente para o lucro da organização. No gráfico abaixo, é possível visualizar essa
dinâmica: da organização. No gráfico abaixo, é possível visualizar essa dinâmica:

Fonte: O que é ponto de equilíbrio


É possível, após a pesquisa bibliográfica realizada, compreender a importância e
impacto que os custos de uma empresa possuem. É imprescindível que haja uma boa
gestão da contabilidade para que a empresa continue saudável; sem o conhecimento dos
números, dos custos, despesas e os diversos indicadores, não há como administrar o
empreendimento e torná-lo rentável e competitivo. A competitividade, nos dias de hoje,
tem se tornado cada vez maior; em um mundo globalizado, a quantidade de empresas
que surgem todos os dias é muito grande, quem está no mercado precisa trabalhar para
se manter nele e crescer, e a gestão financeira da empresa é essencial neste processo.

3. METODOLOGIA
No primeiro momento utilizou-se a pesquisa bibliográfica para se ter maior
conhecimento do tema abordado. Segundo Silva (2009), “a pesquisa bibliográfica é
elaborada a partir de material já publicado, composto principalmente por livros, artigos
de periódicos e, atualmente, com material disponível na internet.”
Para avaliar as medidas que estão sendo tomadas para a saúde da empresa, com
o intuito de verificar se a empresa realiza controle dos custos, utilizou-se a pesquisa
exploratória. De acordo com Silva (2009), “envolve o levantamento bibliográfico,
entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado e
análise de exemplos que estimulem a compreensão.”

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dessa forma, em face à tudo que foi apresentado, fica evidente que um dos
principais papeis da gestão dos custos na saúde das empresas é justamente auxiliar no
aumento da lucratividade. A matemática é simples: entendendo o quanto a empresa está
investindo fica mais fácil descobrir quanto cobrar. Mas, não é só isso.
Ao investir aquém do necessário. Talvez os seus custos sejam destinados a
finalidade errada e por isso não sobra verba para melhorar a qualidade do produto que e
entregue ao seu consumidor final. Também é o melhor método para entender quais são
os serviços/ produtos que trazem o melhor custo-benefício. Assim sendo, fica mais fácil
investir naquilo que realmente compensa e diminuir os gastos com aquilo que não traz
tano resultado.
Manter uma organização lucrativa requer monitoramento constante da saúde do
negócio. Como a lucratividade é o objetivo de qualquer empresa privada, é importante
monitorar as métricas financeiras. Se não o fizer, comprometerá toda a operação. Mais
cedo ou mais tarde, as consequências da má gestão batem à porta. Se isso acontecer, a
empresa pode falir e muitos empregos podem ser perdidos. Isso não deveria acontecer.
A gestão de custos identifica, coleta, mensura e classifica valores atrelados à
atividade comercial ou produtiva de uma empresa, permitindo aos gestores realizar o
custeio e formação de preços, planejamento de vendas, controle e tomada de decisões.
Quando não se tem uma gestão de custos bem elaborada, fica difícil saber como
anda a saúde da empresa, ou seja deve se ter um gerenciamento saudável:
Assim, os custos devem ser apurados de tal maneira que possa garantir o
equilíbrio financeiro das contas da empresa. O impacto da falta de gerenciamento dos
custos na economia das empresas pode ser desastroso e trazer prejuízos em curto ou
longo prazo, fazendo com que a empresa perca dinheiro ao invés de ganhar.
Uma empresa pode passar por dificuldades financeiras devido a uma variedade
de circunstâncias. Existem fatores externos, principalmente provenientes de processos
macroeconômicos. No entanto, também existem equivalentes internos para a gestão
financeira de uma organização. Por isso, é importante conhecer os indicadores de
desempenho relacionados às finanças da empresa. Isso evita problemas como falta de
capital de giro e fluxo de caixa desigual. Porém, administrar bem essas variáveis pode
proporcionar uma boa imagem da empresa perante o público e atrair mais clientes e
investidores.
REFERÊNCIAS

BORNIA, Antonio Cezar. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas


modernas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
BRUNT, Peter B. Como Reduzir Custos: controlando gastos, eliminando desperdícios,
trabalhando com eficiência. Tradução Sara Gedanke. São Paulo: Nobel, 1992.
CALLADO, Aldo Leonardo Cunha; MIRANDA, Luiz Carlos; CALLADO, Antônio
André Cunha. Fatores associados à gestão de custos: um estudo nas micro e pequenas
empresas do setor de confecções. Production, v. 13, p. 64-75, 2003.
DA SILVA, Christian Luiz. Gestão estratégica de custos: o custo meta na cadeia de
valor. Revista da FAE, v. 2, n. 2, 1999.
DA SILVA, Irene Caires; DE JESUS, Tamires Fernanda Costa; PINHEIRO, Tiago. A
importância da gestão de custos na elaboração do preço de venda. 2013.
Indicadores de Desempenho: Ponto de Equilíbrio. Disponível em: Indicador de Ponto de
Equilíbrio – Conceitos e Dicas (treasy.com.br)>. Acesso em 03 de novembro de 2022.
LUNA, Denise. Vale Negocia com Fornecedores Visando Redução de Custos. Portal
Exame. Disponível em: <http://portalexame.abril.com.br>. Acesso em: 06 junho. 2023.
PEREZ JÚNIOR, José Hernandez; OLIVEIRA, Luís Martins de; COSTA, Rogério
Guedes. Gestão estratégica de custos: textos e testes com as respostas. 7. ed. São Paulo:
Atlas, 2011.
SEBRAE. Pesquisa: Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas. Brasília:
Ed.SEBRAE, 1999.
SILVA, Edna Lúcia da. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. UFSC.
Disponível em: <http://projetos.inf.ufsc.br>. acesso em: 06 junho. 2023.

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