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O IMPACTO DOS CUSTOS PARA AS EMPRESAS

A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DE CUSTOS PARA


A SOBREVIVÊNCIA DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Amanda Rodrigues de Almeida¹


Larissa Magri Rodrigues Costa¹
Welton Aparecido dos Santos¹
Tutora: Tainá Carisa Santos Lopes Marques²

1. INTRODUÇÃO

Com o decorrer dos anos, evoluiu a tecnologia, os estudos, a maneira de analisar certos
dados. E pode-se dizer que a globalização tem crescido com uma velocidade incrível. E todos esses
avanços influenciam atualmente nas empresas tantos grandes como pequenas, e para se manterem
ativas é necessário, sempre estar analisando os lucros, a concorrência, a qualidade do produto, ter
um diferencial, um bom marketing.
Além de todos esses fatores, tem um ponto extremamente importante que é uma boa
análise de custos. Por isso, as empresas se esforçam em melhorar seus processos de produção tendo
um melhor desempenho com menor custo possível, para isso é necessário um sistema eficaz de
analise, sabendo distribuir bem os custos. E sempre que for notado algum desperdício ou perda, o
mais rápido possível deve ser feito os ajustes necessários. Assim sendo, esta pesquisa tem como
objetivo demonstrar a necessidade, de tantos empresas de pequeno porte como médio, de ter um
bom gerenciamento de custos.
Quanto aos métodos este artigo é considerado de cunho bibliográfico pois foi
fundamentado em referenciais teóricos que contribuiu para o desenvolvimento da temática e
apresentará uma pesquisa em uma empresa no ramo do varejo, Sindilojas de Santa Rosa-RS, no
qual foi enviado aos filiados alguns questionários com o objetivo de saber qual é o entendimento
deles referente a conceitos de custos.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1 Amanda Rodrigues de Almeida


1 Larissa Magri Rodrigues Costa
1 Welton Aparecido dos Santos
2Tutora: Tainá Carisa Santos Lopes Marques
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Administração (FLC9439ADG) – Prática do Módulo IV -
20/09/2021
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Gestão de Custo
Conceito
Atualmente, as micro e pequenas empresas tem a necessidade de boas estratégias para se
manter no mercado. E a gestão de custos é uma ferramenta útil, pois auxilia nas tomadas de
decisões, principalmente em ambientes competitivos. A contabilidade de custo, segundo Perez,
Oliveira e Costa (1999) tem como funções básicas: a sistematização e a análise dos gastos, a
classificação e a contabilização dos custos e a geração de relatórios e informações sobre os custos
de produção.
A contabilidade para negócios pequenos não são complexas comparada as grandes
empresas, porém, é necessário compreender como a estrutura da empresa realiza os gastos e o que
está sendo revertido em lucro. Assim, de acordo com Kassai (1997), as micro e pequenas empresas
têm desempenhado um papel importante no cenário econômico mundial. Para o sucesso do
empreendimento os gestores tem que oferecer melhores produtos e preços no mercado, a fim de
alcançar esses objetivos haverá a necessidade de pesquisar o mercado, as concorrências, o que os
consumidores procuram, planejar e vários outros.
O objetivo de um microempresário é ter lucros e não prejuízos, para isso tem que ter
controle sobre suas mercadorias, como o custo dos produtos. De acordo com Neves e Viceconti,
(2010, p.16) “custo é gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou
serviços; são todos os gastos relativos à atividade de produção”. Nesse sentindo, problemas serão
solucionados no processo produtivo, e os gestores tomarão boas decisões em benefício da
microempresa.

Classificação dos custos


Custos Diretos – Segundo Crepaldi, (2010, p.39) “são os custos que podemos apropriar
diretamente aos produtos e variam com a quantidade produzida. Sem ele o produto não existiria”.
Custos Indiretos – “São os que não podemos identificar diretamente com os produtos e
necessitamos de rateios para fazer a apropriação. É todo custo que não está vinculado diretamente
ao produto, mas ao processo produtivo”, afirma Crepaldi, (2010, p.92).
Diante disso, é necessário o analise tanto dos custos diretos e indiretos de cada produto
para que a empresa possa estabelecer um preço lucrativo em cima dos gastos da produção de cada
item. Cabe destacar, que segundo Martins (2003, p.33) os custos variáveis são aqueles valores que
se alteram de acordo com o volume produzido e os custos fixos permanecem os mesmos
independente do volume de produção.
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Sistemas de custeio
Sistema de custos é o conjunto de meios e métodos que a empresa utiliza para obter
informações gerenciais sobre os gastos, conforme Martins (2001). Há várias abordagens de sistema
de custeio e a melhor escolha deve ser adotada pela organização que devem basear-se em seu
sistema de produção e escolher o método de custeio a ser utilizado. Os métodos mais conhecidos e
utilizados são: custeio por absorção; custeio variável (também chamado de custeio direto); e o
custeio baseado em atividades, também representado pela sigla ABC. Estes sistemas apresentam
características particulares, cada um com suas vantagens e desvantagens, além disso tem que
atender a legislação fiscal.

Formação de preço
O processo de formação de preço é a análise realizada pelo microempresário ao definir
qual o valor que será cobrado por cada produto ou serviço. Para Santos (2000, p. 106) o problema
da formação dos preços está ligado às condições de mercado, às exigências governamentais, aos
custos, ao nível de atividade e à remuneração do capital investido. Nesse sentido, nota-se a
importância de uma gestão de qualidade em vista de que uma empresa seja de grande ou pequeno
porte consiga se manter no mercado, pois o objetivo é obter lucros sobre o capital investido. Porém
quanto maior o preço, menor o número de produtos a seres absorvidos e quanto menor o preço mais
haverá demanda. Assim o empreendedor terá que encontrar estratégias para que seus produtos
sejam vendidos e sua empresa obtenha lucros.

Micro e pequenas empresas


No Brasil atualmente as organizações de pequeno porte representam uma parcela bastante
representativa do conjunto de empresas. As micro e pequenas empresas contribuem para o bem-
estar econômico do pais, as MPEs são segundo Koteski (2004, p. 16), “um dos principais pilares
de sustentação da economia brasileira, quer pela sua enorme capacidade geradora de empregos,
quer pelo infindável número de estabelecimentos desconcentrados geograficamente”.
Nesse sentido, as MPEs tem um papel importante na economia da nação, pois são essas
pequenas organizações que poderão torna-se futura grandes empresa, porém para isso, haverá a
necessidade de uma bom planejamento, contabilidade gerencial e entre outros, a fim de auxiliar nas
tomadas de decisões e, as pequenas organizações se mantenham no mercado por um longo período
de tempo porque, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2003), a cada
100 empresas abertas no Brasil, 48 fecham antes de três anos de atuação no mercado. Então sem o
controle adequado, não se consegue compreender estratégias comerciais, programas de produção,
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sistemas de estoque de materiais e produtos acabados sem dispor de informações relevantes


necessárias para subsidiá-las. Dentro da contabilidade, nota-se a importância da contabilidade de
custos, que segundo Leone (1997, p.34):

É o ramo da função financeira que acumula, organiza, analisa e interpreta os custos dos
produtos, dos inventários, dos serviços, dos componentes de organização, dos planos
operacionais e das atividades de distribuição para determinar o lucro, para controlar as
operações e para auxiliar a administração no processo de tomada de decisão.

Gráfico 1 – Evolução dos custos e despesas e receita total das micro e pequenas empresas do comércio e
serviços, em números-índices – 1998-2001

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa Anual de Comércio 1998-2001 e Pesquisa
Anual de Serviços 1998-2001.

Portanto, observa-se o gráfico acima que tem como objetivo mostrar a evolução dos
custos, das despesas e da receita total das micro e pequenas empresas entre os de 1998-2001,
vejamos que no ano de 1999 os custos e despesas ultrapassaram a receita, e já no ano de 2001 as
receitas, ou seja, o lucro foram maiores que os gastos. Assim, cabe notar que houve um progresso
na gestão de controle nos negócios de pequeno porte.

3. METODOLOGIA

A metodologia utilizada nesta pesquisa é de cunho bibliográfico pois foi fundamentado


em referenciais teóricos, na qual apresenta uma pesquisa explicativa e quantitativa em uma empresa
no ramo do varejo, Sindilojas de Santa Rosa-RS. Foi enviado aos filiados alguns questionários com
10 perguntas específicas com o objetivo de saber qual é o entendimento deles referente a conceitos
de custos.
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Assim sendo, Cristiano e seus colegas de pesquisa contataram a empresa Sindilojas, que
deu autorização para iniciar a consulta por meio de questionário junto aos seus associados. Eles
solicitaram uma lista dos filiados do Sindilojas, enviaram alguns por e-mails e fizeram visitas
pessoalmente também, e assim obtiveram setenta questionários respondidos.
O questionário tinha três opções de repostas, entre alternativas a, b e c. Na tabela a seguir
é possível notar as alternativas e a que está destacada de amarelo é a resposta correta sobre o
conceito questionado. Esses dados não se referem a todo o ramo de varejo, pois em uma empresa
com mais de três mil associados, apenas setentas enviaram o questionário, ou seja apenas 2% dos
filiados do Sindilojas.

Tabela 1: Resultado dos questionários

Fonte :ARENHARDT, Cristiano et al. Gerenciamento de Custos: um estudo de caso em empresas do ramo do
varejo. Revista Fema: Gestão & Controladoria, Santa Rosa, v. 4, p. 78, julho/dezembro 2014.

Após analisar a primeira questão, pode-se obsevar que nesta empresa apenas 42,86% sabem
o conceito correto de como os gastos são tratados. E que uma grande porcentagem (opção A – 38,10%,
opção B – 19,05%) escolheram a resposta errada.
Analisando a segunda questão, a grande maioria, 71,21%, acertou a reposta. Porém, tem
alguns filiados que não sabem o conceito correto de custos fixos.
Já analisando a sexta questão, pode-se ver que uma pequena quantidade, 22,22%, sabe o
conceito correto de custeio direto na empresa. E isso pode causar uma grande problema para empresa,
se os seus próprios funcionários não sabem o conceito correto.
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Assim sendo, através desta pesquisa é possível notar que uma grande quantidade de
associados não sabem os conceitos corretos, mas mesmo assim a empresa continua em
funcionamento. Entretetanto, se esses filiados dominassem os conceitos de uma maneira correta, com
certeza a empresa teria um melhor rendimento e até geraria mais lucro.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Perante um mercado globalizado e competitivo, as empresas trabalham com margens de


lucro reduzidas com objetivo de sobreviver no mercado e ainda crescer e aumentar seu rendimento.
Para isso, é necessário ter um amplo conhecimento sobre os conceitos de custos. Ademais, é
essencial conhecer o custo real de seus produtos e serviços, assim será possível trabalhar com um
preço justo e ainda ter lucros, não esquecendo que deve estar de acordo com os padrões de mercado,
para tornar o produto competitivo frente à concorrência.
As empresas que não conseguem calcular da maneira correta e eficiente seus custos, estão
sujeitas a desaparecer do mercado e ter sua vida no mercado frustada. Esta pesquisa mostrou que
um grande grupo dos empresários pesquisados do ramo varejista não possui o conhecimento
necessário sobre os conceitos de custo, despesa, gasto e desperdício. Isso não quer dizer que
trabalham de forma errada, entretanto se tivessem competência suficiente de forma mais objetiva,
os resultados financeiros seriam mais surpreendentes e satisfatórios.
Essa falta de conhecimento é originada na escassez de informação da parte dos
empresários do ramo que possui relação com às variáveis apresentadas neste estudo. Assim sendo,
é indispensável os pesquisadores buscarem o conhecimento através de assessorias, cursos de
qualificações, cursos técnicos ou até mesmo um curso de graduação.

REFERÊNCIAS

ARENHARDT, Cristiano et al. Gerenciamento de Custos: um estudo de caso em empresas do ramo


do varejo. Revista Fema: Gestão & Controladoria, Santa Rosa, v. 4, p. 68-84, julho/dezembro 2014.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso Básico de contabilidade de Custos. 5. Ed. São Paulo: Atlas,
2010.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). As micro e pequenas


empresas comerciais e de serviços no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2003.

KASSAI, Silvia. As Empresas de Pequeno Porte e a Contabilidade. Caderno de Estudos. São


Paulo, FIPECAFI, v.9, n.15, p.60-74, janeiro / junho 1997.
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KOTESKI, M. A. As micro e pequenas empresas no contexto econômico brasileiro. Revista FAE


BUSINESS, Blumenau, n. 8, p. 16-18, maio 2004.

LEONE, G. S. G. Curso de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 1997.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 8 Ed. São Paulo: Atlas, 2001.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9 Ed. São Paulo: Atlas, 2003.

NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo V. E. Contabilidade de custos um enfoque direto e


objetivo. 9. Ed. São Paulo: Frase, 2010.

PEREZ, José Hernandez Jr; OLIVEIRA; Luís Martins, COSTA, Rogério Guedes.Gestão
estratégica de custos. São Paulo: Atlas, 1999.

SANTOS, J.J. Formação de preços e do lucro. 3 Ed. São Paulo: Atlas, 1991.

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