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O PAPEL TRANSFORMADOR DA GESTÃO DE CUSTOS NO

DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL

Autor1, Genilson Cordeiro Teixeira

Autor2, Jose Mario Junior

Autor3, Pedro Bitencourt

Docente , Me. Antônio Dos Santos

RESUMO: A gestão de custos desempenha um papel fundamental no desenvolvimento


empresarial, influenciando a saúde financeira e o crescimento sustentável das
organizações. Este artigo tem como objetivo destacar o papel transformador da gestão
de custos, abordando sua relevância, impacto e benefícios para as empresas. Uma gestão
eficiente de custos permite às empresas administrar seus gastos de forma estratégica,
identificando oportunidades de redução de custos, otimizando a alocação de recursos e
melhorando a eficiência operacional. Além disso, fornece informações essenciais para a
definição de preços de venda adequados, garantindo a lucratividade e a competitividade
no mercado. A gestão de custos vai além do simples controle de despesas, englobando
uma visão ampla da cadeia de valor da empresa. Envolve a identificação de custos
diretos e indiretos, análise do custo-benefício de cada atividade e busca por alternativas
que promovam eficiência e produtividade. Neste estudo, serão apresentados os
fundamentos da gestão de custos, suas ferramentas e técnicas, bem como os desafios
associados à sua implementação. Serão discutidas estratégias para a redução de custos, a
importância do monitoramento contínuo dos indicadores financeiros e o uso de
informações confiáveis para a tomada de decisões. Compreender o papel transformador
da gestão de custos capacita as empresas a enfrentarem os desafios do mercado de
forma assertiva, impulsionando sua competitividade, aumentando a rentabilidade e
promovendo um crescimento sustentável.

Palavras-chave: Contabilidade. Gestão de Custos. Desenvolvimento Empresarial.


1. INTRODUÇÃO

A gestão de custos desempenha um papel essencial no desenvolvimento


empresarial, sendo um fator determinante para a saúde financeira e o crescimento
sustentável das organizações. A habilidade de administrar eficientemente os gastos e
otimizar os recursos disponíveis é fundamental para a obtenção de resultados favoráveis
e a consecução dos objetivos estratégicos.

Este artigo tem como objetivo explorar o papel transformador da gestão de


custos no desenvolvimento empresarial, destacando sua relevância e impacto nas
operações e tomadas de decisão das empresas. Serão abordados os diferentes aspectos
envolvidos nesse processo, desde a identificação e classificação dos custos até a análise
e monitoramento dos indicadores financeiros.

Ao adotar uma abordagem estratégica e integrada, a gestão de custos possibilita


às empresas obter um maior controle sobre suas despesas, identificar oportunidades de
redução de custos, otimizar a alocação de recursos e melhorar a eficiência operacional.
Além disso, ela fornece informações essenciais para a definição do preço de venda
adequado, garantindo a lucratividade e a competitividade no mercado.

Com uma gestão de custos eficiente, as empresas podem tomar decisões


embasadas em dados concretos, avaliando o impacto financeiro de cada escolha e
direcionando seus investimentos de forma estratégica. Isso contribui para uma melhor
alocação de recursos, evitando desperdícios e maximizando os resultados alcançados.

É importante ressaltar que a gestão de custos não se limita apenas ao controle de


despesas, mas também engloba uma visão ampla e integrada de toda a cadeia de valor
da empresa. Ela envolve a identificação de custos diretos e indiretos, a análise do custo-
benefício de cada atividade e a busca por alternativas que possam promover a eficiência
e a produtividade.

Ao compreender o papel transformador da gestão de custos no desenvolvimento


empresarial, as organizações estarão capacitadas a enfrentar os desafios do mercado de
forma mais assertiva, impulsionando sua competitividade, aumentando sua rentabilidade
e promovendo um crescimento sustentável.
2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Principais Conceitos e Definições da Contabilidade de Custo

Desde os primórdios da sociedade, o ser humano tem buscado constantemente


maneiras de melhorar sua vida e facilitar suas atividades, incluindo a produção, as
relações interpessoais e o controle do patrimônio. A contabilidade surgiu nesse contexto,
quando se tornou necessário calcular a quantidade e o valor dos bens e propriedades.
Durante a era mercantilista, a contabilidade financeira ganhou destaque, porém, a
contabilidade de custos emergiu apenas com a chegada da Revolução Industrial, quando
as empresas sentiram a necessidade de controlar sua produção.

Até a revolução industrial, a contabilidade financeira, também conhecida como


contabilidade geral, predominava. Desenvolvida na Era Mercantilista, essa forma de
contabilidade estava bem estruturada para atender às empresas comerciais. Para calcular
o resultado de cada período e elaborar o balanço final, bastava levantar os estoques em
termos físicos, uma vez que a mensuração em valores monetários era extremamente
simples (Martins, 2008).

No entanto, com o avanço da indústria, a contabilidade de custos foi criada para


atender à necessidade de avaliar os estoques. Inicialmente, sua aplicação era mais
comum no segmento comercial, utilizada para apuração do resultado do exercício.
Conforme a indústria se desenvolveu, surgiu a demanda pelo cálculo de custos para a
formação de estoques (Martins, 2008).

Ao longo do tempo, a contabilidade de custos evoluiu até se tornar parte


integrante da ciência contábil. Esse ramo dedica-se ao estudo racional dos gastos
realizados para obter um bem de venda ou consumo, seja um produto, mercadoria ou
serviço. A contabilidade de custos envolve o cálculo, a interpretação e o controle dos
custos dos bens fabricados, comercializados ou serviços prestados pela empresa
(Padoveze, 2005).

A contabilidade de custos desempenha um papel essencial na gestão empresarial.


Ela se assemelha a um centro processador de informações, no qual os dados são
recebidos, acumulados de forma organizada, analisados e interpretados, transformando-
se em informações de custos para diversos níveis gerenciais. É uma ferramenta de
controle e decisão gerencial poderosa, tendo evoluído de uma mera auxiliar na avaliação
de estoques e lucros globais para uma importante arma de controle e tomada de decisões
(Martins, 2008).

Embora a contabilidade de custos já tenha desenvolvido técnicas e métodos


específicos, ainda não explorou todo o seu potencial. Gradualmente, novos sistemas,
como o Activity-Based Costing (ABC) e o custeio-alvo, têm sido criados para permitir
um melhor gerenciamento dos custos. Essas abordagens visam aprimorar o controle e a
eficiência na gestão dos recursos empresariais (Martins, 2008).

A gestão de custos, dentro da contabilidade de custos, possui objetivos


principais. Isso inclui a apuração do custo dos produtos e dos departamentos, o
cumprimento de exigências contábeis e fiscais, o controle dos custos de produção, a
melhoria dos processos e a eliminação de desperdícios, além de auxiliar na tomada de
decisões gerenciais e otimizar os resultados financeiros (Perez e Oliveira e Costa, 2011).

No contexto da contabilidade de custos, é essencial compreender a classificação


dos gastos, pois eles constituem a base para a mensuração e controle dos custos
empresariais. Os gastos referem-se a ocorrências em que a empresa despende recursos
ou assume obrigações perante terceiros, a fim de adquirir bens ou serviços necessários
para suas operações diárias (Martins, 2008).

Um dos conceitos-chave é o desembolso, que representa o pagamento resultante


da aquisição de um bem ou serviço. Por exemplo, quando uma empresa compra uma
máquina, o gasto ocorre no momento da aquisição, e o desembolso ocorre quando o
pagamento é efetuado, como acordado (Martins, 2008).

Outro conceito importante é o de despesa, que se refere às saídas de dinheiro da


empresa. Enquanto as despesas representam os gastos relacionados ao consumo de bens
ou serviços necessários para a obtenção de receitas, as receitas ou lucros se referem ao
dinheiro que entra na empresa (Martins, 2008).

O custo, por sua vez, é o gasto relativo a um bem ou serviço utilizado na


produção de outros bens ou serviços. Segundo Neves e Visconti (2003), todos os gastos
relacionados à atividade de produção da empresa são considerados custos até o
momento em que o produto está pronto para venda. A partir desse momento, esses
gastos são classificados como despesas.
Os custos podem ser classificados em variáveis e fixos. Os custos variáveis são
aqueles que variam de acordo com o volume de produção. Eles aumentam à medida que
a produção aumenta e diminuem quando a produção é reduzida. Um exemplo de custo
variável é a matéria-prima consumida (Neves e Visconti, 2003).

Por outro lado, os custos fixos permanecem constantes independentemente do


volume de produção. Eles existem mesmo que a empresa não produza nada, como no
caso do aluguel de um espaço físico. Os custos fixos não oscilam no curto prazo com
base no volume de produção (Horngren, Datar e Foster, 2010).

Outra forma de classificar os custos é em diretos e indiretos. Os custos diretos


são aqueles que podem ser identificados e diretamente atribuídos a cada tipo de produto,
linha de produto, centro de custo ou departamento. São custos que podem ser
apropriados diretamente aos produtos, desde que haja uma medida de consumo clara
(Martins, 2008).

Por sua vez, os custos indiretos não podem ser apropriados diretamente a cada
tipo de bem ou função de custo no momento de sua ocorrência. Eles são apropriados aos
portadores finais por meio do uso de critérios pré-determinados, como mão de obra
indireta alocada com base nas horas/homem da mão de obra direta ou gastos com
energia baseados em horas/máquinas utilizadas. A alocação de custos indiretos é
frequentemente estimada e, às vezes, arbitrária, uma vez que não oferece uma medida
objetiva (Martins, 2008).

A correta classificação dos gastos em desembolsos, despesas, custos variáveis,


custos fixos, custos diretos e custos indiretos é fundamental para a elaboração de
relatórios financeiros precisos e para a análise de custos nas empresas. Essa
classificação proporciona informações valiosas para a tomada de decisões gerenciais, o
controle de gastos e a análise de rentabilidade.

2.2. Analise de Custos

2.2.1 Analise CLV


A análise custo volume lucro é um dos instrumentos/ferramentas mais
eficientes na análise e gestão de custos. Esta análise visa demonstrar, de forma
gráfica ou matemática, as interações existentes entre as vendas, o volume de
produção dentro da empresa e o lucro almejado por ela.
A realização da análise envolve o desenvolvimento de diversos indicadores, os
quais abrangem os conceitos de margem de contribuição, ponto de equilíbrio,
margem de segurança, alavancagem operacional e ponto de fechamento. O
conhecimento desses indicadores é de fundamental importância para os gestores de
custos.

Após tudo isso, se encontra um balanço que irá conduzir a tomada de


decisão da empresa, visando principalmente o aumento da rentabilidade da
organização.

O principal objetivo da análise CVL é auxiliar ou guiar a tomada de


decisões dentro da organização. Pode-se aplicar tal processo decisório em diversas
frentes contábeis da empresa ao mostrar algumas interrelações que existem.
Relaciona-se vendas, custos fixos e variáveis, nível de atividade envolvido e lucro
almejado.
A análise CVL pode ser realizada em diversos tipos de negócios. Isso se deve ao
fato de que essa metodologia ajuda a empresa a definir com clareza quais produtos e
serviços devem ser oferecidos. Além disso, ajuda a definir qual preço deve ser
adotado e quais estratégias de venda podem ser empregadas de maneira rápida e
precisa.

Dentro de um negócio, é indispensável que se tenha uma noção do


comportamento dos custos. Nesse sentido, a falta de uma análise eficiente pode
fazer com que se perca tempo e lucratividade por conta de uma má gestão do
volume de trabalho e dos custos da operação.
Além disso, quando se tomam os dados reais de empresas, é possível notar que há
uma grande utilização de ferramentas de CVL, principalmente no âmbito das
indústrias.
Tal fato pôde ser evidenciado com uma pesquisa, realizada em 2012, por pós-
graduandos da UFMG. Os resultados mostraram que, das 138 indústrias analisadas,
92% declararam utilizar ao menos uma ferramenta de custo-volume-lucro.
2.2.2 Ponto de Equilíbrio

O ponto de equilíbrio contábil é quando a receita total de uma empresa se


iguala ao total de seus custos e despesas financeiras. Um faturamento inferior a esse
valor indica que a empresa teve prejuízo e não terá todos os recursos financeiros em
caixa para pagar as suas contas mensais, fazendo com que ela opere no famoso
vermelho. Essa é uma variável importante que todo gestor precisa conhecer, pois ela
indica o número de vendas mínimas necessárias a cada mês. 

Logo, o indicador pode ser utilizado para determinar as metas da organização


conforme a sua capacidade produtiva. O ponto de equilíbrio contábil é um cálculo
usado para que as empresas possam ter um indicativo de quanto é necessário ter em
número de transações ou capital financeiro para conseguir arcar com todas as
despesas e custos do negócio sem ter prejuízo. Em resumo, representa um valor de
referência para que as empresas não entrem no vermelho.
Ou seja, o ponto de equilíbrio contábil não é uma meta da empresa, mas sim um
valor de base para que a empresa consiga avaliar se a operação está sustentável para
o alcance do seu real objetivo: o lucro.

Para o caso de pequenas empresas ou organizações que estão começando no


mercado, o ponto de equilíbrio contábil pode ser utilizado para ter uma projeção de
quando a companhia começará a gerar lucro diante de suas operações. A grande
vantagem no uso é que se trata de um cálculo simples, como veremos mais à frente.

De maneira bem resumida, a importância do ponto de equilíbrio contábil está


no fato de ele relevar se a empresa está gerando lucro ou prejuízo, uma informação
decisiva para entender se a empresa está caminhando da melhor forma possível.

Assim, através de um cálculo rápido, os gestores conseguem ter um valor de


referência para compreender como está o cenário econômico da empresa e cruzar
com outros dados para avaliar o que pode estar gerando prejuízo ou lucro.

A fórmula pode ser usada para conseguir chegar no número de quanto uma
empresa precisa vender de seus produtos ou serviços para não ter prejuízos.

Outro ponto importante é que o cálculo ajuda a mostrar ao empreendedor se


há necessidade de redução de custos em determinadas áreas e processos, ou, ainda, se
é necessário aplicar investimento em determinado setor para resolver possíveis
gargalos na produtividade.
De modo geral, o ponto de equilíbrio contábil também ajuda a revelar o nível de
risco da empresa. Quanto menor o ponto de equilíbrio, menos arriscado o negócio. 

Esse tipo de estimativa pode ajudar a entender se a empresa conseguirá se


manter competitiva no mercado e ter lucratividade. Além de ser importante para
gestores e empreendedores, o ponto de equilíbrio contábil também é um valor
importante para os investidores. Através dessa referência, os investidores podem
levar em consideração se vale a pena aplicar capital financeiro na empresa ou não.

2.2.3 Margem de segurança

De forma simplificada a margem de contribuição nada mais é do que a


quantia de dinheiro que sobra da receita (após retirar os gastos variáveis e despesas
variáveis). Ou seja, designa a diferença entre as vendas e os respectivos custos e
despesas do produto ou serviço vendido. Ela representa o percentual que o valor das
vendas contribui para o pagamento das despesas fixas e também o quanto representa
na geração de lucro.

Calcular a margem de contribuição é fundamental para identificar qual a


parte dos recursos gerados são necessários para pagar as despesas e ainda ter dinheiro
em caixa. É como nas contas pessoais, contamos o quanto recebemos pelo nosso
trabalho, e fatiamos entre as despesas variáveis daquele mês e contamos com uma
margem para futuros imprevistos para capitalizar nossos recursos.

A principal questão que envolve esse cálculo e a previsão dele é a geração de


insights para utilização dos recursos de forma apropriada. Além disso, ele também
mostra quais os serviços (ou produtos) que geram maior margem no negócio. Esse
relatório apresenta a viabilidade dos projetos e faz o gestor pensar no futuro com
maior precisão.

O conceito da margem de contribuição é exatamente saber qual o valor sobra


para a empresa poder pagar as contas e ainda ter lucro. Para calcular é importante
lembrar que não se utilizam os custos fixos da empresa, isso por que as despesas
variáveis é que são diretamente relacionadas ao volume de vendas.
Ou seja, Margem de Contribuição = Valor das Vendas – (Custos Variáveis +
Despesas Variáveis).

Calcular a margem de contribuição evita com que a empresa continue


vendendo serviços sem gerar retorno financeiro significativo para o negócio, isso
mostra que aqueles produtos devem passar por uma readequação de preços.

Para calcular a margem de contribuição a conta é simples: Diminuir o valor


das vendas dos custos variáveis e despesas variáveis. Vale lembrar que os custos
variáveis são os gastos com o serviço final, e as despesas variáveis são os gastos
ligados a administração da companhia, como materiais de escritório, comissão de
vendas, etc.

Essa conta gera a informação sobre o lucro e o valor mínimo que se pode
vender um produto ou serviço. É importante sempre compartilhar esses números com
os colaboradores da empresa, isso faz com que todos tenham a mesma informação e
possibilitem novas negociações e também evitem prejuízos.

O cálculo deve ser feito com frequência, pois as mudanças variáveis alteram a
receita final todos os meses. O objetivo é sempre a busca de uma boa margem de
contribuição, quanto mais próxima de 100%, melhor será o índice.

2.3. Gestão Estratégica de Custos

2.3.1. Tomada de Decisão

Tomada de decisão é um processo que consiste em optar por uma alternativa


dentre todas as que estão disponíveis no momento. No mundo empresarial ou
corporativo, a tomada de decisão tem relação com a escolha de um caminho que ofereça
os melhores resultados, em conformidade com a estratégia e objetivos do negócio. Por
isso precisa ser feito com informações confiáveis.

Algumas espécies de tomadas de decisões são:

Intuitiva; é aquela que acontece com base no pressentimento de quem toma a


decisão. Nas empresas, porém, seguir essa intuição não é a melhor forma e caminho,
pois escolhas pouco planejadas podem afetar os resultados do negócio
Com base em valores; esse tipo de tomada de decisão se apoia nos valores
pessoais que o decisor desenvolveu ao longo da vida, com base na família, amigos e
experiencia. Diferente da intuição, que pode mudar a cada momento, na decisão com
base nos valores leva em conta as próprias crenças pessoais, que costumam ser mais
solidas. Porém é preciso cuidado ao tomar decisões no meio empresarial dessa maneira,
pois os valores pessoais do colaborador podem se chocar com os interesses do negócio.

Racional; a tomada de decisão racional é aquela que boa parte das pessoas quer
aplicar, pois permite trazer melhores resultados, pelo menos contexto corporativo. Nela,
utiliza-se a lógica para chegar até a melhor alternativa

Colaborativa; é feita de maneira colaborativa, levando em conta diferentes


pontos de vista e incluindo participação de todas as equipes, não somente das
lideranças. É uma alternativa interessante, pois permite considerar diferentes opiniões.
Embora a decisão final costume ser dos gestores, a tomada de decisão colaborativa
mostra que o processo não precisa ser sempre individual.

Especializada; nesse tipo de tomada de decisão, a ideia é levar em conta a


opinião de um profissional especializado no assunto sobre o qual se deseja decidir. Às
vezes, a intuição, os valores, a racionalidade e a opinião do grupo não são suficientes
para que se faça uma escolha. Nesses casos a empresa pode recorrer a um especialista,
que pode apontar, do ponto de vista técnico, qual é o melhor caminho a seguir.

Levando em conta também as qualitativas de melhoria e as fundamentais que


têm grandes papéis antes da tomada de decisão. Sendo assim:

As fundamentais são; revelância onde a informação financeira deve ser relevante


e capaz de fazer diferença na tomada de decisão. E a também representação fidedigna
sendo uma informação completa tendo o necessário, neutra onde não há tendenciosidade
na seleção e apresentação de informações, e livre de erros.

Já as de melhorias são elas; comparabilidade, onde permite ao usuário identificar


e compreender similaridades e diferenças entre dois itens. Capacidade de vericação
onde diferentes pessoas conseguem chegar a um consenso sobre tal informação.
Tempestividade, as informações devem ser disponibilizadas a tempo de poder
influenciar na tomada de decisão. Finalizando com compreensibilidade, onde as
informações precisam ser claras e concisas.
2.3.2. Fixação do Preço de Venda com Base em Custos

A fixação no preço de venda com base nos custos existe um método chamado
markup. O markup é um índice multiplicador aplicado sobre o custo de um produto e
serviço para formação do preço de venda. Ou seja, trata-se do valor cobrado ao longo do
custo total da entrega de um produto ou serviço para obter o lucro desejado.

Ele consiste em somar uma margem de lucro ao custo unitário do produto ou


serviço para obter o preço de venda. Para que o cálculo markup necessário que sejam
incluídos impostos, taxas, despesas administrativas, despesas financeiras e o percentual
de lucro desejado.

Para cria o preço de venda por Markup é composto pelas despesas fixas,
despesas variáveis e pela margem de lucro estimada. Ele será multiplicado pelo preço de
custo para a definição do preço de venda. O markup é um índice multiplicador que
cobre todos os custos e garante a lucratividade que se espera (definida no orçamento
empresarial). Em resumo ele garante, o preço final do produto que cobrira todas as
margens de custo fixos e variáveis, e também cada produto terá uma margem de lucro
adequada

Em passo a passo deverá ser feito:

Em primeiro lugar devem identificar os percentuais das despesas fixas (DF),


despesas variáveis (DV) e o lucro presumido (LP). Estes percentuais são aplicados na
fórmula

100 / [100 - (DV + DF + LP)]

Com o resultado obteremos o índice multiplicador, onde será multiplicado pelo


preço de custo ou custo da mercadoria vendida (CMV) do produto. Com isso,
encontraremos o preço de venda dessa mercadoria para que possa valer a pena a sua
comercialização.

Não deixando de falar da margem de contribuição, representa o quanto o lucro


da venda do produto contribuirá para a empresa cobrir todos os seus custos e despesas
fixas (custo de estrutura) e ainda gerar lucro. Portanto você pode calcular quantidade
mínima de produtos que precisará vender.

A precificação (valor a ser cobrado do produto) tem tudo a ver com a margem de
contribuição. Porque o ganho bruto pode ser aderido como meta no momento da
definição do preço de venda dos produtos e serviços. Se a margem não é reconhecida
pela empresa, ela pode estar vendendo bastante e mesmo assim estar no prejuízo.

Como citado nos parágrafos anteriores, existem as despesas fixas e variáveis. As


despesas fixas são aquelas que não possuem nenhuma relação com custo do produto (na
produção ou compra de mercadorias). Independente das vendas mensais ou custos de
produção as despesas sendo elas fixas permanecerão as mesmas. Exemplos disso são;
aluguel, taxas bancárias, seguros.

Já as despesas variáveis de uma corporação são relativas à produção. Justamente


porque o valor gasto com elas é instável e variável e seu valor total muda conforme as
vendas, produção ou outras atividades. Exemplos delas sendo; fretes, combustíveis de
veículos, embalagens, comissões, energia elétrica, entre outros.

2.3.3. A Influência da Gestão Adequada de Custos no Desenvolvimento


Empresarial

A gestão de custos feita de maneira correta e eficiente contribui para a saúde


financeira de empresa. Todo gestor precisa estar inteirado sobre o tema para administrar
os gastos e manter uma boa lucratividade para o negócio. Parece uma atividade obvia e
inerente a um negócio, no entanto, uma gestão de custos eficiente tem vários objetivos
além de definir um preço final para seus produtos ou serviços. A gestão de custos serve
para direcionar o planejamento estratégico de um negócio. Isso porque cabe a essa
atividade a responsabilidade de contabilizar todos os custos da corporação. A partir
disso, e possível ter em mãos as informações necessárias para otimizar o
desenvolvimento de produtos ou serviços e exercer um melhor controle financeiro. Esse
fator é decisivo em situações que exigem tomada de decisão.

Em uma entrevista de pesquisa sobre o assunto tratado, o presidente e diretor da


empresa Tia Sônia Alimentos Naturais diz: "Talvez seja uma das coisas mais
importantes da empresa, se não a mais, ela está comparada a ideia, tão importante
quanto a sua ideia sobre o que você quer construir, ele é essencial para sobrevivência de
longo prazo da empresa’’. Portanto podemos ver que a influência está totalmente
atrelada, a criação e sobrevivência da empresa, e seu grau de importância é extremo em
questão de aumentar os lucros e a longevidade da vida empresarial.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A tomada de decisão é um processo crítico no contexto empresarial, pois


influencia diretamente os resultados e a direção estratégica de um negócio. Ao longo
deste artigo, exploramos diferentes abordagens para a tomada de decisão, destacando a
importância de utilizar informações confiáveis e considerar os objetivos e estratégias da
empresa.

Embora a intuição seja uma ferramenta valiosa em certos contextos, sua


aplicação indiscriminada no ambiente corporativo pode levar a escolhas pouco
planejadas e impactar negativamente os resultados. Por outro lado, a tomada de decisão
baseada em valores pessoais traz consigo uma sólida base de crenças, mas é necessário
cautela para garantir que os interesses do negócio sejam preservados.

A abordagem racional para a tomada de decisão, fundamentada na lógica e


análise de dados, é amplamente desejada pelas empresas, pois visa a alcançar os
melhores resultados. No entanto, é importante lembrar que a racionalidade também deve
levar em consideração os aspectos qualitativos e subjetivos das decisões, além dos
aspectos puramente financeiros.

A tomada de decisão colaborativa ganha destaque como uma alternativa


interessante, permitindo a inclusão de diferentes perspectivas e contribuições de todas as
equipes envolvidas. Embora a decisão final possa recair sobre os gestores, a colaboração
possibilita uma análise mais abrangente e uma compreensão mais completa das
implicações de cada escolha.

Em situações em que as abordagens anteriores podem não ser suficientes, a


tomada de decisão especializada desempenha um papel importante. Consultar
especialistas qualificados e experientes em determinadas áreas pode fornecer insights
valiosos e embasar decisões técnicas e complexas.
No que diz respeito à fixação do preço de venda com base nos custos, o método
do markup oferece uma estrutura para determinar o preço de venda que cubra todos os
custos e despesas, ao mesmo tempo em que proporciona a margem de lucro desejada.
Ao considerar despesas fixas, despesas variáveis e margem de lucro, as empresas podem
estabelecer preços competitivos e alcançar uma lucratividade adequada.

A gestão adequada de custos revela-se como um fator determinante para o


desenvolvimento empresarial. Além de contribuir para a saúde financeira da empresa,
ela desempenha um papel estratégico na definição de metas e no controle financeiro.
Uma gestão eficiente de custos permite uma alocação mais precisa de recursos,
identificação de áreas de desperdício e ineficiência, e facilita a tomada de decisões
informadas e embasadas em dados.

Em suma, a tomada de decisão eficaz, a fixação de preços com base nos custos e
a gestão adequada de custos são elementos essenciais para o desenvolvimento
empresarial. Esses conceitos estão intrinsecamente ligados, pois a qualidade das
decisões tomadas, a precificação adequada e a gestão eficiente dos recursos financeiros
são fundamentais para o sucesso e crescimento sustentável das empresas.

Ao adotar abordagens sólidas, utilizar informações confiáveis e incorporar esses


princípios em suas práticas de gestão, os gestores estarão mais bem preparados para
enfrentar os desafios do mercado atual e garantir uma vantagem competitiva duradoura.
REFERÊNCIAS

BACIC, M. J. Gestão de custos: uma abordagem sob o enfoque do processo competitivo


da estratégia empresarial. Curitiba: 2008. BLOIS, H. D. et al. Custos – enfoques
sistêmicos – 2010.

HORNGREN, C.T., DATAR, S. M., FOSTER, G. Contabilidade de Custos – Volume 2.


São Paulo: Prentice Hall, 2007.

MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2008.

NEVES, S. das. VICECONTI, P.E.V. Contabilidade de Custos: um enfoque direto e


objetivo. 7 ed. São Paulo: Frase, 2003.

PADOVEZE, C. L. Controladoria Avançada. São Paulo: Thompson, 2005.

PEREZ JUNIOR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. de; COSTA, R. G. Gestão estratégica de


custos. São Paulo: Atlas, 2011.

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