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CONCEITOS BÁSICOS DE ECONOMIA E FINANÇAS

INDICADORES ECONÔMICOS

Para medirmos o pulso de uma economia, utiliza-se comumente uma série de


indicadores que nos ajudam a compreender e avaliar as condições econômicas vigentes. Esses
indicadores são calculados tanto por órgãos governamentais (institutos de estatística e bancos
centrais, entre outros) como por entidades privadas (por exemplo, instituições educacionais e
empresas participantes do mercado financeiro).

 Produto Interno Bruto – PIB

O produto interno bruto representa a soma de todos os bens e serviços finais


produzidos numa determinada região, durante um período determinado. O PIB é um dos
indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de quantificar a atividade
econômica de uma região. Dizemos que esses bens e serviços são “finais” para eliminar os
valores dos bens intermediários utilizados no seu processo de produção.
Uma das maneiras de se calcular o PIB de uma economia é pela chamada ótica da
despesa. Para uma economia aberta (isto é, que importa e exporta bens), o PIB é dado pela
seguinte identidade macroeconômica:
Y = C + I + G + (X - M)
Nessa identidade:

 Y - É o produto da economia (ou seja, o próprio PIB);


 C - É o consumo das famílias;
 I - É o investimento;
 G - É a despesa do governo;
 X - São as exportações (bens produzidos no país e que devem, portanto, ser
considerados no cálculo do PIB);
 M - São as importações (bens produzidos no exterior e que não devem, portanto, ser
considerados no cálculo do PIB).
Outra maneira de se calcular o PIB é pela ótica da renda. Pode-se entender o PIB
como sendo a soma de toda a remuneração paga aos fatores de produção envolvidos no
processo de gerar o produto de uma economia. Assim, por essa ótica, o PIB é composto por
todos os salários, aluguéis, juros, lucros e dividendos recebidos por empresas e indivíduos em
uma economia durante um período de tempo.

 Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é divulgado pelo Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um órgão governamental. Como o nome indica,
busca medir a variação de preços de forma bastante ampla, contemplando os gastos de
famílias cujo rendimento mensal seja de 1 a 40 salários mínimos e residentes em áreas
urbanas.
Quando se fala na meta de inflação (determinada pelo Conselho Monetário Nacional),
é justamente o IPCA o indicador de inflação utilizado para determinar o sucesso ou não da
política monetária do Banco Central do Brasil (BACEN).
O IPCA mede os preços de mais de 400 mercadorias no varejo. 

 Índice Geral de Preços do Mercado - IGP-M

O outro indicador de inflação amplamente utilizado no mercado é o Índice Geral de


Preços do Mercado (IGP-M), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da
Fundação Getúlio Vargas (FGV). Esse índice é, na verdade, uma média ponderada de outros
três índices (todos calculados pela FGV):

I. Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA, com peso de 60%);


II. Índice de Preços ao Consumidor (IPC, com peso de 30%);
III. Índice Nacional de Custo da Construção (INCC, com peso de 10%).

Por sua composição, esse indicador engloba diferentes etapas do processo produtivo,
sendo bastante utilizado como indexador de contratos (por exemplo, de aluguel de imóveis) e
muito influenciado pelo aumento nos preços dos produtos no atacado.
Enquanto o IGP-M calcula a variação de preço em todas as etapas de um produto – da
fabricação à venda –, o IPCA registra apenas os preços finais.

 Índice mercado ANBIMA – IMA - Geral

O Índice de Mercado ANBIMA, conhecido como IMA, é referência para os


investimentos em renda fixa. É uma das formas de os investidores acompanharem o
desempenho das aplicações e também avaliarem, de forma comparativa, as opções de
produtos disponíveis no mercado.
O IMA é formado por uma carteira de títulos públicos semelhante à que compõe a
dívida pública interna brasileira. Isso significa que o indicador apresenta os mesmos papéis,
na mesma proporção, da dívida. Ele é chamado de IMA-Geral.
Para retratar essa variedade de títulos existentes, são calculados diferentes
indicadores. Eles reúnem ativos de características semelhantes e são chamados de subíndices.

Ele é composto por outros índices:

 IMA-B - Composta apenas por NTN-B, que são Títulos Públicos que remuneram o
investidor com uma taxa de juros prefixada mais a variação do IPCA no período;
 IMA-B 5 - Índice que considera somente NTN-Bs com vencimento de até cinco anos;
 IMA-B 5+ - Índice que considera somente NTN-Bs com vencimentos a partir de
cinco anos;
 IMA-C - Composta apenas por NTN-Cs, Títulos Públicos que remuneram o
investidor com uma taxa de juros prefixada mais a variação do IGP-M no período;
 IRF-M - Composta por títulos prefixados (LTN e NTN-F), títulos públicos que
remuneram o investidor em uma taxa de juros fixa pré-definida no momento da
compra do título;
 IMA-S - Composta apenas por LFT, que são Títulos Públicos que remuneram o
investidor a uma taxa de juros equivalente à taxa Selic do período.
 Taxa de Câmbio

A taxa de câmbio é uma relação entre moedas de dois países que resulta no preço de
uma delas medido em relação à outra. 
É comum no mercado utilizar a nomenclatura XYZ/ABC para indicar o par de
moedas observado, onde ABC é conhecida como “moeda de base” e XYZ é a “moeda de
contagem”.
No Brasil, a taxa de câmbio mais observada é a BRL/USD, ou seja, a taxa de câmbio
entre o dólar norte-americano e o real brasileiro. Essa taxa indica a quantidade de reais
necessária para comprar um dólar. Assim, por exemplo, se BRL/USD = 3,00, isso significa
que são necessárias três unidades de real (a moeda de contagem) para se obter uma unidade
de dólar (a moeda de base). Em outras palavras, cada dólar vale três reais, neste exemplo.

 Taxa de câmbio spot - Taxa para compra e venda imediata de dólares (“dólar
pronto”);
 Taxa PTAX - Média das cotações do dólar no mercado, calculada pelo Bacen,
informadas pelos dealers de dólar durante 4 janelas do dia. Essa taxa é utilizada como
referência para diversos contratos no mercado financeiro, incluindo derivativos.

No mercado de câmbio brasileiro, a cotação do dólar norte-americano tende


historicamente a apresentar alta volatilidade.

 Taxa de Juros

Os agentes econômicos estão sempre atentos ao custo do dinheiro. Quando empresas e


indivíduos pensam em seguir em frente com seus planos de investimento, é o custo do
dinheiro o primeiro indicador a ser observado.

 Custo do dinheiro baixo - Investimentos ativos (por exemplo, construção de novas


fábricas, compra de imóveis e expansão de negócios);
 Custo do dinheiro alto - Empresas e indivíduos se retrairão e deixarão os planos para
uma data futura.

Esse custo do dinheiro tem um nome: taxa de juros.


No Brasil, há duas taxas de juros bastante conhecidas.

 Taxa Selic Over x Selic Meta - Sistema Especial de Liquidação e Custódia

Selic Over - é a taxa de juros diária cobrada nas transações interbancárias que são
realizadas sob o lastro de títulos públicos. A taxa Selic Over é calculada a partir da média
ponderada das operações realizadas no sistema Selic.
Selic Meta - é definida pelo Copom, com base na Meta de Inflação. É a Selic
Meta que regula a taxa Selic over assim como todas as outras taxas do Brasil.

 CDI - Certificado de Depósito Interfinanceiro - Taxa DI – Cetip Over – B3

CDI são os títulos de emissão das instituições financeiras que lastreiam as operações
do mercado interbancário. Suas características são idênticas às de um CDB (título privado de
renda fixa para a captação de recursos de investidores PF ou PJ, por parte dos bancos), mas
sua negociação é restrita ao mercado interbancário.
Portanto, sua função é transferir recursos de uma instituição financeira para outra. Em
outras palavras, para que o sistema seja mais fluido, o banco que tem dinheiro sobrando
empresta para o que não tem.
A média ponderada das operações de CDI registrados na B3 representa o custo do
dinheiro no mercado interbancário, por isso, representa a taxa de juros do mercado, conhecida
como DI, cujo nome completo é Taxa DI — Cetip Over (extragrupo).
A Taxa DI, mais conhecida como CDI, é uma sigla para Depósito Interbancário e é
uma taxa base para que os bancos realizem empréstimos entre si. Essa taxa é calculada,
registrada e liquidada pelos sistemas da B3.
É uma das principais taxas de referência do mercado brasileiro. Por exemplo, cerca de
92% do estoque de debêntures no Brasil têm remuneração referenciada na taxa DI, e muitos
Certificados de Depósito Bancário (CDB) pagam juros atrelados a essa taxa.
Diferença entre Taxa CDI, Taxa Selic e PTAX:

A Taxa Selic Over surge a partir dos empréstimos interbancários lastreados em títulos
públicos com compromisso de recompra e duração de 1 dia. Enquanto a Taxa CDI é
originada a partir de operações lastreadas em títulos privados, como CDB, LCI, LC também
com compromisso de recompra e duração de 1 dia. Já a PTAX tem como origem a média das
cotações do dólar no mercado.

 Taxa Referencial (TR) - BACEN

Calculada pelo BACEN com base na média das taxas de juros negociadas no mercado
secundário com Letras do Tesouro Nacional (LTN).
A TR é primordialmente utilizada no cálculo do saldo devedor de financiamentos
imobiliários, na remuneração da poupança e na remuneração das contas vinculadas do Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
A TR, deriva da TBF (Taxa Básica Financeira) que, por sua vez, será composta das
107 taxas de juros das Letras do Tesouro Nacional (LTN) praticadas nas operações
definitivas no âmbito do mercado secundário e registradas no Sistema Especial de Liquidação
e de Custódia (Selic).
A TBF de um mês será uma média ponderada entre as taxas médias das LTNs com
vencimentos imediatamente anterior e imediatamente posterior ao prazo de um mês, seguida
da aplicação, ao valor resultante, de um fator multiplicativo fixado em 0,93 (noventa e três
centésimos). Com base na TBF, o Banco Central aplica um fator redutor e chega na TR,
conforme a seguir:

TR= [ R ]
(1+TBF )
−1

Onde:

TBF – Taxa Básica Financeira


R – Índice redutor
 Política Fiscal

A Política Fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o Governo arrecada


receitas e realiza despesas de modo a cumprir três funções: a estabilização macroeconômica,
a redistribuição da renda e a alocação de recursos. A função estabilizadora consiste na
promoção do crescimento econômico sustentado, com baixo desemprego e estabilidade de
preços.
A função redistributiva visa assegurar a distribuição equitativa da renda. Por fim, a
função alocativa consiste no fornecimento eficiente de bens e serviços públicos,
compensando as falhas de mercado. Os resultados da política fiscal podem ser avaliados sob
diferentes ângulos, que podem focar na mensuração da qualidade do gasto público bem como
identificar os impactos da política fiscal no bem-estar dos cidadãos.
Para tanto, podem ser utilizados diversos indicadores para análise fiscal, em particular
os de fluxos (resultados primário e nominal) e estoques (dívidas líquida e bruta). Resultado
fiscal primário é a diferença entre as receitas primárias e as despesas primárias durante um
determinado período. O resultado fiscal nominal, por sua vez, é o resultado primário
acrescido do pagamento líquido de juros.
Assim, fala-se que o governo obtém superávit fiscal quando as receitas excedem as
despesas em dado período. Por outro lado, há déficit quando as receitas são menores do que
as despesas. O Tesouro Nacional é responsável por gerir essas receitas e despesas.
As receitas do Governo advêm majoritariamente de impostos, arrecadados pela
Receita Federal. Se lembrarmos que começamos esse módulo falando do PIB, vamos lembrar
que na equação do PIB temos a letra G, que representa os gastos do governo. Se não
houvesse corrupção, os gastos do governo teriam uma grande força no crescimento do PIB.
Quando o governo resolve gastar com a transposição do Rio São Francisco através da Política
Fiscal, ele gera emprego e renda – consequentemente, aumentando a arrecadação com
imposto.

 Política Cambial
A política cambial é conduzida pelo Banco Central com o objetivo de controlar a
relação de preço da nossa moeda com moedas estrangeiras. Isso é importante por muitos
fatores. Entre eles, está o controle da inflação e da dívida pública federal no mercado externo.

INDICADORES FINANCEIROS

 Taxa de Juros Nominal

A taxa de juros que é usualmente apresentada em um investimento ou em uma


operação de empréstimo é uma taxa de juros nominal. Essa taxa é utilizada para calcular a
remuneração, em moeda corrente, que é devida sobre o montante da operação.
Por exemplo, suponha que um empréstimo de R$ 10.000,00 é feito pelo prazo de um
ano, a uma taxa de juros de 9% ao ano. Ao final do período da operação, a quantia de R$
900,00 (ou seja, 9% x R$ 10.000,00) é devida a quem concedeu o empréstimo, em adição ao
montante original de R$ 10.000,00.
Mas se houver inflação nesse período, o valor de R$ 900,00 ao final do período não
terá o mesmo poder de compra de um valor idêntico no início do período. A taxa de 9%,
portanto, é uma taxa de juros nominal.

Taxa nominal - A taxa de juros nominal é a taxa que obrigatoriamente deve ser
indicada em todos os contratos de crédito ou nas aplicações.

 Taxa de Juros Real

Taxa de juros real é o indicador que representa o verdadeiro ganho em um


investimento, pois subtrai do rendimento os impactos da inflação. A taxa de juros real mede a
rentabilidade de seus investimentos, já descontando a inflação. Por isso ela é real: pois reflete
o quanto de dinheiro você realmente ganhou com uma determinada operação.
Quando queremos extrair daquela taxa de juros nominal o efeito da inflação, basta
utilizar a seguinte formula:

(1+Taxa de Juros Nominal)


Juros Real= −1
(1+Taxa de Inflação)

Utilizando o exemplo anterior e assumindo uma taxa de inflação de 5% para esse


mesmo período de um ano, encontramos uma taxa de juros descontada da inflação igual a?
(1+ 9 %)
Juros Real= −1=3,81 %
(1+5 %)

Importante: as fórmulas apresentadas mostram que a relação entre a taxa de juros


nominal e a taxa de juros real tem a ver com a taxa de inflação, da seguinte forma
simplificada:

Taxa de juros real = taxa de juros nominal – taxa de inflação

É interessante notar alguns pontos adicionais sobre a taxa de juros real e sua relação
com a taxa de juros nominal:

1. Se a taxa de inflação for maior do que a taxa de juros nominal durante o período de
um investimento, a taxa de juros real ficará abaixo de zero;
2. Se a taxa de inflação for negativa, isto é, se houver deflação, a taxa de juros real será
superior à taxa de juros nominal.

Em tese, a política monetária deveria ajustar as taxas de juros nominais de uma


economia conforme se perceba maior ou menor risco de inflação, o que deveria manter a taxa
de juros real relativamente estável ao longo do tempo. Entretanto, esse fenômeno não é
necessariamente verificado na prática, e a taxa de juros real pode apresentar flutuações
significativas ao longo dos anos.

 Capitalização Simples
Quando empregamos um regime de capitalização simples no cálculo da remuneração
devida em um título, o valor de referência para o cálculo dos juros é sempre o montante
inicial, isto é, o valor presente do título. Essa base de cálculo não muda ao longo do período
do investimento, mesmo se estivermos tratando de múltiplos períodos.
Por exemplo, imagine um investimento de R$ 10.000,00, aplicado por seis meses, e
que deve ser remunerado a uma taxa de juros simples de 1% ao mês. Para se encontrar o
valor dos juros que serão pagos ao final dos seis meses de investimento, basta se multiplicar o
número de períodos pela taxa de juros ao período e pelo montante inicial.
Assim, os juros devidos na data de vencimento da operação serão iguais a 1% × 6 ×
R$ 10.000,00 = R$ 600,00.
Como regra geral, no regime de capitalização simples, os juros são calculados pela
fórmula:
J=vp x r x n
Onde:
J = Juros;
vp = Valor presente (montante inicial);
r = Taxa de juros por período;
n = Número de períodos.

Já para se conhecer o valor futuro (VF) da aplicação, ou seja, o valor a ser pago no
vencimento da operação, incluindo o montante inicial e os juros, utiliza-se a fórmula:

VF=vp x (1+r x n)

E se já conhecermos o valor futuro de uma aplicação e quisermos obter o seu valor


presente em um regime de capitalização simples, basta fazer a conta inversa:

VF
VP=
1+r x n

No regime de capitalização simples, não existe a capitalização dos juros, e assim os


juros de um período não geram juros nos períodos seguintes.
 Capitalização Composta

Nesse regime, o montante inicial cresce de maneira geométrica ao longo do tempo, e o


valor principal acrescido de juros em um dado período serve como base de cálculo para os
juros do período subsequente.
Utilizando um exemplo similar ao anterior, imagine que o investimento de R$
10.000,00, aplicado por seis meses, deva ser remunerado a uma taxa de juros composta de
1% ao mês. No primeiro mês, o montante inicial de R$ 10.000,00 se transforma em R$
10.100,00, pela adição dos juros de R$ 100,00 (1% × R$ 10.000,00) ao montante inicial.
Mas no segundo mês, os juros a serem adicionados não serão de R$ 100,00 – e aqui
reside a diferença entre os regimes de capitalização simples e composta. Partindo do novo
montante de R$ 10.100,00 e acrescendo mais 1% em juros, teremos o valor de R$ 10.201,00,
diferente do valor de R$ 10.200,00 que teríamos obtido sob o regime de capitalização
simples. Utilizando juros compostos e prosseguindo com esses cálculos, teremos um valor de
juros mais alto do que ao utilizarmos juros simples.
Para se calcular os juros com capitalização composta, empregamos a fórmula:

J=VP x [ (1+ r ) ¿¿ n−1]¿

Com essa fórmula, encontramos que os juros provenientes do investimento do


exemplo anterior serão de R$ 10.000,00 × ¿= R$ 615,20. Como esperado, esse valor é mais
alto do que os R$ 600,00 obtidos no regime de capitalização simples.
Já o valor futuro do investimento é calculado pela fórmula:

n
VF=vp x [ ( 1+r ) −1]

 Taxa de Juros Equivalente e Taxa de Juros Proporcional

No mundo das aplicações financeiras de renda fixa, bem como dos empréstimos e
financiamentos, é comum existir diferença de unidades de tempo entre a taxa de juros
informada para a operação (mensal ou anual, por exemplo) e a periodicidade dos pagamentos
desses juros (mensal, trimestral ou semestral, entre outras possibilidades).
Isso faz bastante sentido, pois é importante termos taxas de juros que possam ser
comparadas em uma mesma base (tipicamente anual), independentemente da frequência de
pagamentos dos juros da operação.
Por questão de nomenclatura, quando estamos trabalhando em um regime de
capitalização simples, falamos em taxas de juros proporcionais ao analisar diferentes
períodos. Quando se aplica o regime de capitalização composta, podemos calcular taxas de
juros equivalentes para períodos distintos.
Além disso, os cálculos de taxas de juros proporcionais e equivalentes oferecem
resultados distintos, cada qual refletindo as características do regime de capitalização
adotado.

 Taxa de Juros Equivalentes

No regime de capitalização composta, os juros obtidos em um período são acrescidos


ao valor da operação, o que gera nova base de cálculo para os juros compostos a cada
período. Podemos encontrar taxas de juros equivalentes para diferentes períodos, mas para
tanto não podemos utilizar as quatro operações matemáticas fundamentais.
Isso se dá justamente por conta da capitalização dos juros, ou seja, da sua adição ao
valor principal para fins de cálculo dos juros devidos ao longo da vida da operação.

Para calcular taxas equivalentes, precisamos empregar a fórmula:

n2
r 2=(1+r 1 )n −1
1

Onde:
r 2 = Taxa de juros que se busca obter;
r 1 = Taxa de juros conhecida;
n2 = Período relativo à taxa que se busca obter;
n1 = Período relativo à taxa de juros conhecida.

 Juros Proporcional
Quando utilizamos o regime de capitalização simples, podemos encontrar taxas de
juros proporcionais entre diferentes períodos de tempo – de trimestral para anual, de
semestral para mensal, e assim por diante – meramente multiplicando ou dividindo as taxas
pelo número de períodos apropriado
Nos principais mercados financeiros mundiais, o regime de capitalização composta é
amplamente utilizado. No Brasil, é muito comum que títulos de crédito privado tenham sua
remuneração atrelada à taxa DI. Essa taxa é dada em termos anuais, mas a capitalização dos
juros ocorre a cada dia útil, com base em um ano com 252 dias úteis.

Fluxo de Pagamentos

 Valor Presente (VP) - É o valor investido em uma aplicação na data atual. Ou o valor
de um montante no futuro, descontado por alguma taxa de juros (trazido a valor
presente).;
 Valor Futuro (FV) - É o valor atual do investimento, acrescentado dos juros de
determinado período (descontando os pagamentos no meio desse período, se houver);
 Taxa de Desconto - É a taxa utilizada para determinar o valor do dinheiro na data de
hoje que será recebido somente em algum momento do futuro;
 Cupom Zero - Tipo de título que não paga nenhum juro durante o seu prazo de
duração. O rendimento total, acrescido do valor principal que foi investido, será pago
no vencimento do título;
 Taxa Interna de Retorno (TIR) - É a taxa que visa determinar a rentabilidade de um
investimento. Um investimento é atrativo quando sua TIR é superior à taxa do Custo
de Oportunidade;
 Custo de Oportunidade - É o quanto o investidor deixa de ganhar por optar por um
outro investimento. Ao escolher por outra opção, está deixando de ganhar uma taxa na
primeira opção que o mesmo possuía.

 Custo Médio Ponderado de Capital - WACC

O custo médio ponderado de capital (WAAC) é a taxa que se espera que uma empresa
pague em média a todos os seus detentores de títulos para financiar seus ativos. 
Uma empresa capta recursos financeiros basicamente por meio de dois mecanismos:
emissão de dívida (capital de terceiros) ou emissão de ações (capital próprio). Os acionistas,
em princípio, correm os maiores riscos dentro da empresa porque os detentores dos títulos e
contratos de dívida possuem preferência no recebimento de seus créditos contra a empresa.
Dessa forma, pode-se esperar que a rentabilidade exigida pelo acionista seja maior do
que a rentabilidade paga aos outros credores. No entanto, por outro lado, quanto mais dívida
emitida, mais arriscada fica a empresa, pois a dívida cria a obrigação forte de pagamento de
juros e principal, o que pode levar a empresa à falência caso esses compromissos não sejam
honrados.

 Alavancagem Financeira

A empresa que não possui capital de terceiros, apenas capital próprio, é uma empresa
que possui um alto WACC. Isso se deve ao fato de o custo do capital próprio ser mais alto do
que o custo do capital de terceiros. Para poder crescer mais rápido do que a geração de capital
que o negócio proporciona e baixar o WACC, a empresa começa a contrair dívidas.
Isso significa que a empresa está alavancando os recursos próprios com o uso de
recursos de terceiros. O endividamento possibilita mais crescimento e menor WACC, porém
aumenta o risco de inadimplência e, por consequência, de falência da empresa. Quanto mais
alavancada, mais arriscada fica a empresa.

CT
Alavancagem=
CP
Resumo:

Capital de Terceiros  Divida (Debêntures)

 (+) Risco para a empresa;


 (-) Risco para o investidor;
 (-) Retorno para o investidor.

Conclusão: Captar por aqui é mais barato.

Capital Próprio  (Ações)

 (-) Risco para a empresa;


 (+) Risco para o investidor;
 (+) Retorno para o investidor.

Conclusão: Captar por aqui é mais caro.

Alavancagem Risco WACC


Alavancagem Risco WACC

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