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Planos de aula / História / 8º ano / O mundo contemporâneo: o Antigo Regime em crise

História das palavras: o Iluminismo e seus conceitos


Por: Gabriel Amato Bruno De Lima / 22 de Março de 2019

Código: HIS8_01UND01

Sobre o Plano

Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola

Professor: Gabriel Lima

Mentor: Bianca Silva

Especialista: Sherol dos Santos

Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso

Ano: 8º ano do Ensino Fundamental

Unidade temática: O mundo contemporâneo : o Antigo Regime em crise

Objeto (s) de conhecimento: A questão do Iluminismo e da ilustração.

Habilidade(s) da BNCC: (EF08HI01) Identificar os principais aspectos conceituais do Iluminismo e do liberalismo e discutir a relação entre eles e a organização do mundo contemporâneo.

Palavras-Chave: Iluminismo; liberalismo; história dos conceitos.

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Plano de aula

História das palavras: o Iluminismo e seus conceitos

Materiais complementares

Documento
Trechos de definições do dicionário Houaiss para os conceitos centrais do Iluminismo e do liberalismo
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/cR3ejdm9XYNKcnkWuuyr4CttNNzYgthMEDASq8wEKueBwVNVKqR6B7TunsR7/his8-01und01--trechos-de-definicoes-do-dicionario-houaiss-para-os-conceitos-
centrais-do-iluminismo-e-do-liberalismo.pdf

Documento
Trecho do livro Dois tratados sobre o governo civil, de John Locke (1689-1690)
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/RXbSfJQrx3bnX5ctzVMX6J7bknRsGYzT6PATpJw4q8ptvfJ4y4wNz2khY9mu/his8-01und01--trecho-do-livro-dois-tratados-sobre-o-governo-civil-de-john-locke-
1689-1690.pdf

Documento
Trecho do texto “Resposta à pergunta: o que é Esclarecimento?, de Immanuel Kant (1783)
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/vPwGZ6RnuzgajrDmMFpYryweqvFyQjwbp6xea9w6tvnDtgstv3hVBT2y6V4W/his8-01und01--trecho-do-texto-resposta-a-pergunta-o-que-e-esclarecimento--de-
immanuel-kant-1783.pdf

Documento
Trecho do livro A riqueza das nações, de Adam Smith (1776)
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/4fneAu4YwU5K6TGJCAZC5W5MpYwskBGQauJNTPGDac72wvVGuufMhPkNMjMV/his8-01und01--trecho-do-livro-a-riqueza-das-nacoes-de-adam-smith-1776.pdf

Documento
Resolução da atividade
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/D8XRujqWqmfxJGTEbqJuSBpkfFyy4QbnDuAKMAP3gJSQ5QvkNEqSynrQNgtQ/his8-01und01-resolucao-da-atividade.pdf

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Plano de aula

História das palavras: o Iluminismo e seus conceitos

Slide 1 Sobre este plano


Este slide em específico não deve ser apresentado
para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da
aula para que você, professor, possa se planejar.
Este plano está previsto para ser realizado em uma
aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que
fazem parte do trabalho com a habilidade
EF08HI01 de História, que consta na BNCC. Como a
habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo
o ano, você observará que ela não será
contemplada em sua totalidade aqui e que as
propostas podem ter continuidade em aulas
subsequentes.
Materiais necessários:
– cópias impressas dos textos e/ou data-show
e/ou dicionários de língua portuguesa;
– folhas A4 em branco e/ou quadro com giz/pincel.
Material complementar :
Trechos de definições do dicionário Houaiss para
os conceitos centrais do Iluminismo e do
liberalismo:
https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/cR3ejdm9XYNKcnkWuuyr4CttNNzYgthMEDASq8wEKueBwVNVKqR6B7TunsR7/his8-
01und01--trechos-de-definicoes-do-dicionario-
houaiss-para-os-conceitos-centrais-do-
iluminismo-e-do-liberalismo.pdf
As definições das palavras retiradas do dicionário
Houaiss de língua portuguesa possuem a
indicação das datas em que elas apareceram pela
primeira vez em português, dimensão que será
explorada durante a aula.
Trecho do livro Dois tratados sobre o governo civil,
de John Locke (1689):
https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/RXbSfJQrx3bnX5ctzVMX6J7bknRsGYzT6PATpJw4q8ptvfJ4y4wNz2khY9mu/his8-
01und01--trecho-do-livro-dois-tratados-sobre-
o-governo-civil-de-john-locke-1689-1690.pdf
John Locke (1632-1704) foi um filósofo inglês,
teórico do Estado liberal e um crítico do direito
divino dos reis, por isso conhecido como o “pai do
liberalismo”. Em Dois tratados sobre o governo
civil, publicado em 1689, Locke defende que a
função central do Estado é garantir o direito à
propriedade privada dos membros da sociedade
política, que se juntam por meio de um contrato
social. Além de seus trabalhos na área de filosofia
política, Locke também foi um teórico do
empirismo.
Trecho do texto “Resposta à pergunta: o que é
Esclarecimento?”, de Immanuel Kant (1783): Associação Nova Escola © - Todos os direitos reservados.
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Esclarecimento?”, de Immanuel Kant (1783):


https://nova-escola-
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01und01--trecho-do-texto-resposta-a-
pergunta-o-que-e-esclarecimento--de-
immanuel-kant-1783.pdf
Immanuel Kant (1724-1804) nasceu na Prússia
Oriental e foi um dos maiores filósofos do século
XVIII. Publicou Crítica da razão pura (1781) e Crítica
da razão prática (1788), além de tratados nas áreas
de estética e filosofia moral. Ao ser questionado por
um jornalista sobre o que era o esclarecimento, ele
sistematizou a teoria do conhecimento
característica do iluminismo. Defendeu o
racionalismo e a liberdade de questionamento, em
contraponto à autoridade do conhecimento típica
do Antigo Regime e da teoria escolástica.
Trecho do livro A riqueza das nações: uma
investigação sobre a natureza e a causa da riqueza
das nações, por Adam Smith (1776): https://nova-
escola-
producao.s3.amazonaws.com/4fneAu4YwU5K6TGJCAZC5W5MpYwskBGQauJNTPGDac72wvVGuufMhPkNMjMV/his8-
01und01--trecho-do-livro-a-riqueza-das-
nacoes-de-adam-smith-1776.pdf
Adam Smith (1723-1790) foi um economista e
filósofo escocês. No chamado “século das luzes”,
foi um dos principais autores a criticar os
privilégios de nascimento e as políticas econômicas
intervencionistas do mercantilismo,
característicos da sociedade de Antigo Regime. Em
A Riqueza das nações (1776), Smith desenvolveu a
noção de “mão invisível” para explicar a auto-
regulação dos mercados por meio da lei de oferta e
demanda. Seu pensamento foi fundamental para o
liberalismo econômico, tendo sido retomado pelo
neoliberalismo a partir da década de 1970.
Para que os alunos aprendam a interpretar fontes
históricas, é muito importante que não fornecer a
eles as Informações básicas sobre as fontes
históricas antes da leitura de cada uma delas. Não
comece a aula com uma exposição sobre o contexto
histórico desses documentos, pois isso os
impediria de construir o contexto com base nas
fontes, que é o objetivo central da aula de História.
Para você saber mais:
KOSELLECK, Reinhart. Uma história dos conceitos:
problemas teóricos e práticos. Estudos Históricos,
Rio de Janeiro, vol. 5, nº 10, 1992, p. 134-146.
Disponível em:
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/1945/1084
Acesso em: 18 de novembro de 2018.
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História das palavras: o Iluminismo e seus conceitos

Acesso em: 18 de novembro de 2018.


Immanuel Kant, Guia do estudante. Disponível em:
https://guiadoestudante.abril.com.br/especiais/immanuel-
kant/ Acesso em: 18 de novembro de 2018.
Immanuel Kant, The School of Life (vídeo).
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=nsgAsw4XGvU Acesso em: 18 de novembro de
2018.
John Locke, Guia do estudante. Disponível em:
https://guiadoestudante.abril.com.br/especiais/john-
locke/) Acesso em: 18 de novembro de 2018.
John Locke, The School of Life (vídeo). Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?
v=bZiWZJgJT7I Acesso em: 18 de novembro de
2018.
Adam Smith, The School of Life (vídeo). Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?
v=ejJRhn53X2M Acesso em: 18 de novembro de
2018.
HERBJORNSRUD, Dag. Os africanos que
propuseram ideias iluministas antes de Locke e
Kant. Folha de S. Paulo, 24/12/2017. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/12/1945398-
os-africanos-que-propuseram-ideias-do-
iluminismo-antes-de-locke-e-kant.shtml Acesso
em: 18 de novembro de 2018.
Representações de árvore de estrutura de dados,
Wikipédia. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rvore_(estrutura_de_dados)#/media/File:Tree_structure_representation.svg
Acesso em: 18 de novembro de 2018.

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Slide 2 Objetivo
Tempo sugerido : 2 minutos.
Orientações: Projete, leia ou escreva na quadro o
objetivo desta aula para os estudantes.

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Slide 3 Contexto

Tempo sugerido: 10 minutos.


Orientações: Peça aos estudantes que se organizem
em pequenos grupos e distribua as definições
dicionarizadas das palavras “iluminismo”,
“liberalismo”, “neoliberalismo”, “razão”,
“progresso” e “liberdade” para eles. Uma seleção
de trechos das definições, retirados do dicionário
Houaiss, está disponível no link: https://nova-
escola-
producao.s3.amazonaws.com/cR3ejdm9XYNKcnkWuuyr4CttNNzYgthMEDASq8wEKueBwVNVKqR6B7TunsR7/his8-
01und01--trechos-de-definicoes-do-dicionario-
houaiss-para-os-conceitos-centrais-do-
iluminismo-e-do-liberalismo.pdf
Ao lerem individualmente as definições e depois
compartilharem seus entendimentos com os
colegas, espera-se que os estudantes possam
identificar os significados de palavras centrais para
a filosofia iluminista, bem como sua presença no
mundo contemporâneo. Atue como um mediador
da discussão, circulando pelos grupos, e estimule
que os alunos estabeleçam relações entre o que o
dicionário diz e o uso cotidiano das palavras, no
tempo presente, com perguntas como: você já
ouviu ou usou esta palavra? Em qual situação? Peça
também aos estudantes que empreguem a palavra
em uma frase.
É importante chamar a atenção dos estudantes
para a data que aparece nas definições, pedindo a
eles que levantem hipóteses sobre o seu significado
– trata-se do momento em que elas aparecem em
português pela primeira vez, porém provoque o
questionamento dos estudantes para que eles
cheguem a esta conclusão ao invés de apenas
informá-los sobre isso. Outra questão fundamental
é mediar o uso das definições do dicionário, pois
elas possuem algumas particularidades
(abreviações como ECON para “economia” ou POL
para política, que indicam os contextos em que a
palavra tem aquele significado; a classe gramatical
das palavras, como “s.m.” para “substantivo
masculino” e “s.f.” para “substantivo feminino”).
Uma possibilidade alternativa é trazer dicionários
de língua portuguesa diversos, disponíveis na
biblioteca da escola, para a sala de aula e distribuir
para os estudantes, pois assim eles podem ter
contato direto com a experiência de procurar as
definições por conta própria. Neste caso, atente
para os formatos dos dicionários (alguns não
trazem as datas em que as palavras apareceram em Associação Nova Escola © - Todos os direitos reservados.
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História das palavras: o Iluminismo e seus conceitos

trazem as datas em que as palavras apareceram em


português pela primeira vez, outros são mais
completos e trazem definições em contextos que
extrapolam aqueles explorados nesta aula).
Para você saber mais : A história dos conceitos é a
perspectiva historiográfica que orienta a aula.
Sobre ela, consulte o artigo: KOSELLECK, Reinhart.
Uma história dos conceitos: problemas teóricos e
práticos. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 5,
nº 10, 1992, p. 134-146. Disponível em:
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/1945/1084
Acesso em 4 de novembro de 2018. Observe a
diferenciação que o autor faz entre a sincronia e
diacronia dos conceitos, pois tê-la em mente pode
ajudar na mediação das comparações
passado/presente feitas pelos estudantes ao longo
da aula.

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Slide 4 Problematização

Tempo sugerido : 20 minutos.


Orientações: Sem desfazer os grupos, escolha três
estudantes para lerem os três textos abaixo em voz
alta para a turma. Dependendo da estrutura da
escola, é possível imprimir os trechos das fontes e
entregar para os estudantes ou projetar os textos
com um data-show para a leitura.
Trecho do livro Dois tratados sobre o governo civil,
de John Locke (1689):
https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/RXbSfJQrx3bnX5ctzVMX6J7bknRsGYzT6PATpJw4q8ptvfJ4y4wNz2khY9mu/his8-
01und01--trecho-do-livro-dois-tratados-sobre-
o-governo-civil-de-john-locke-1689-1690.pdf
Trecho do texto “Resposta à pergunta: o que é
Esclarecimento?, de Immanuel Kant (1783):
https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/vPwGZ6RnuzgajrDmMFpYryweqvFyQjwbp6xea9w6tvnDtgstv3hVBT2y6V4W/his8-
01und01--trecho-do-texto-resposta-a-
pergunta-o-que-e-esclarecimento--de-
immanuel-kant-1783.pdf
Trecho do livro A riqueza das nações, de Adam
Smith (1776):
https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/4fneAu4YwU5K6TGJCAZC5W5MpYwskBGQauJNTPGDac72wvVGuufMhPkNMjMV/his8-
01und01--trecho-do-livro-a-riqueza-das-
nacoes-de-adam-smith-1776.pdf
Na leitura, os estudantes irão trabalhar com o
argumento de que as palavras e os conceitos
mudam ao longo do tempo e a História usa a
ferramenta da contextualização para explicar essas
mudanças. Por isso, comece pedindo aos
estudantes que identifiquem as informações sobre
as fontes (autor, obra, data de publicação). Na
interpretação das fontes pelos estudantes, medeie
a identificação dos significados que os conceitos
trabalhados na primeira parte ganham em tempo e
espaço específicos (Europa dos sécs. XVII-XVIII)
nos textos filosóficos. Nem sempre as palavras
aparecem explicitamente, mas as ideias discutidas
anteriormente estão presentes nos trechos.
Estimule o contraste entre esses significados e o
que foi discutido anteriormente, com perguntas
como: qual é o tipo de “liberdade” defendida por
Locke? E por Kant? E por Smith? O que a “razão”
permite, segundo Kant? Por que Locke é
considerado um dos principais autores do
“liberalismo”? Qual o sentido do “progresso”
proposto por Kant? Quais as vantagens do “livre
comércio” na visão de Smith e por que ele levaria Associação Nova Escola © - Todos os direitos reservados.
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comércio” na visão de Smith e por que ele levaria


ao “progresso”?
Para você saber mais : Para entender melhor os
sentidos da filosofia iluminista, leia os seguintes
perfis de John Locke e Immanuel Kant:
Locke, John. Guia do Estudante. Disponível em:
https://guiadoestudante.abril.com.br/especiais/john-
locke/ Acesso em: 18 de novembro de 2018.
Kant, Immanuel. Guia do Estudante. Disponível
em:
https://guiadoestudante.abril.com.br/especiais/immanuel-
kant/ Acesso em: 18 de novembro de 2018.
Assista também os vídeos do canal The School of
Life sobre os três filósofos. O canal é de uma
organização global focada na produção de
conteúdo nas áreas de Filosofia, Cultura,
Psicologia etc. Os vídeos estão originalmente em
inglês, mas é possível ativar as legendas em
português. Eles estão disponíveis nos links:
Locke, The School of Life. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=bZiWZJgJT7I
Acesso em: 18 de novembro de 2018
Kant, The School of Life. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?
v=nsgAsw4XGvU Acesso em: 18 de novembro de
2018
Smith, The School of Life. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=ejJRhn53X2M
Acesso em: 18 de novembro de 2018.
Por fim, um debate interessante para contrapor o
Iluminismo na Europa dos séculos XVII e XVIII é
proposto pelo historiador das ideias Dag
Herbjornsrud no texto “Os africanos que
propuseram ideias iluministas antes de Locke e
Kant”. Folha Uol. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/12/1945398-
os-africanos-que-propuseram-ideias-do-
iluminismo-antes-de-locke-e-kant.shtml Acesso
em: 18 de novembro de 2018.

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Slide 5 Sistematização

Tempo sugerido : 18 minutos.


Orientações: Para que os alunos possam
expressar-se acerca dos conhecimentos
desenvolvidos, proponha uma atividade final,
dividida em duas etapas:
Designe um conceito e distribuia uma folha A4
para cada grupo. Peça aos estudantes que escrevam
a palavra central e reelaborem a definição do
dicionário, relacionando-a com ao menos um dos
três textos filosóficos interpretados e localizando
no tempo os sentidos das definições.
Na medida em que os grupos forem concluindo a
produção dos verbetes, auxilie a turma na
construção coletiva de uma árvore de palavras na
qual os conceitos e suas definições reelaboradas
sejam organizadas pelos estudantes segundo um
critério temporal (a partir de séculos em que
surgiram, por exemplo). Peça que um membro de
cada grupo leia a definição produzida e justifique
sua posição na árvore de palavras para que todos
retomem os conceitos e os localizem no tempo,
diferenciando seus usos em contextos diversos. De
maneira alternativa, os estudantes podem
construir a árvore de palavras diretamente no
quadro com os recursos adequados (pincel,
apagador).
Segue um modelo de resolução para servir de
referência neste momento da aula: https://nova-
escola-
producao.s3.amazonaws.com/D8XRujqWqmfxJGTEbqJuSBpkfFyy4QbnDuAKMAP3gJSQ5QvkNEqSynrQNgtQ/his8-
01und01-resolucao-da-atividade.pdf
Lembre-se que ele não deve ser mostrado aos
estudantes, pois eles irão fazer suas próprias
reelaborações a partir das discussões
proporcionadas pela aula.
Para você saber mais : Uma “árvore de palavras”
pode ser representada de diferentes formas, de
maneira parecida com uma árvore de estrutura de
dados na Ciência da computação. É possível acessar
alguns modelos no link:
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rvore_(estrutura_de_dados)#/media/File:Tree_structure_representation.svg

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Trechos de definições do dicionário Houaiss para palavras
relacionadas ao Iluminismo e do liberalismo

iluminismo s.m. (1836) ​1 movimento intelectual do sXVIII, caracterizado pela


centralidade da ciência e da racionalidade crítica no questionamento filosófico, o que
implica recusa a todas as formas de dogmatismo, esp. o das doutrinas políticas e
religiosas tradicionais; Filosofia das Luzes, Ilustração, Esclarecimento, Século das Luzes.

liberalismo s.m. (1858) ​1 ECON FIL POL doutrina baseada na defesa da liberdade
individual, nos campos econômico, político, religioso e intelectual, contra as ​ingerências
e atitudes ​coercitivas do poder estatal [...] ​econômico ECON aplicação das doutrinas do
liberalismo à economia, que se exprime pela defesa de mercados competitivos, em
obediência ao princípio de que a lei da oferta e da procura é a única que deve influir na
produção, no consumo e no mecanismo dos preços. [...]

liberdade s.f. (1338) ​1 grau de independência legítimo que um cidadão, um povo ou


uma nação elege como valor supremo, como ideal ​2 ​p​.e​ xt​. conjunto de direitos
reconhecidos ao indivíduo, isoladamente ou em grupo, em face da autoridade política e
perante o Estado; poder que tem o cidadão de exercer a sua vontade dentro dos limites
que lhe faculta a lei <​l​. ​religiosa​> <​l​. ​de pensamento​> [...] 7 ​p​.e​ xt​. possibilidade que tem o
indivíduo de exprimir-se de acordo com sua vontade, sua consciência, sua natureza [...]

neoliberalismo s.m. (1970) [...] ECON POL ​2 ​doutrina, desenvolvida a partir da década
de 1970, que defende a absoluta liberdade de mercado e uma restrição à intervenção
estatal sobre a economia, só devendo esta ocorrer em setores imprescindíveis e ainda
assim num grau mínimo [...]

progresso s.m. (1674) ​1 ação ou resultado de progredir ​2 movimento para a frente;


avanço <​após um dia de marcha, verificamos que o p. havia sido pequeno​> [...] ​4 mudança
de estado (de algo) que o move para um patamar superior; crescimento,
desenvolvimento, aumento [...]

razão s.f. (sXIII) ​1 faculdade de raciocinar, apreender, compreender, ponderar, julgar; a


inteligência <​o homem tem o uso da r​.> [...] ​8 FIL faculdade intelectual e linguística que
distingue o ser humano dos outros animais ​9 FIL faculdade humana da linguagem e do
pensamento, voltada para a apreensão ​cognitiva da realidade, em contraste com a
função desempenhada pelos sentidos na captação de percepções imediatas e não
refletidas do mundo externo [...]

HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro de Salles. ​Dicionário Houaiss da língua


portuguesa​. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
Trecho do livro D
​ ois tratados sobre o governo civil​, de John Locke (1689)​:

“Se o homem no estado de natureza é livre como se disse, se é senhor absoluto da sua
própria pessoa e suas próprias posses, igual ao mais ​eminente dos homens e a ninguém
submetido, por que haveria ele de se desfazer dessa liberdade? Por que haveria de renunciar
a esse império e submeter-se ao domínio e ao controle de qualquer outro poder? A resposta
evidente é a de que, embora tivesse tal direito no estado de natureza, o exercício do mesmo
é muito incerto e está constantemente exposto à ​violação por parte dos outros [...]. Tais
circunstâncias o fazem querer ​abdicar dessa condição, a qual, ​conquanto livre, é repleta
temores e perigos constantes. E não é sem razão que ele procura e ​almeja unir-se em
sociedade com outros que já se encontram reunidos ou projetam unir-se, para a ​mútua
conservação de suas vidas, liberdades e bens, aos quais atribuo o termo genérico de
propriedade​. O ​fim maior e principal para os homens unirem-se em sociedades políticas e
submeterem-se a um governo é, portanto, a ​conservação de sua propriedade​.”

LOCKE, John. ​Dois tratados sobre o governo civil​. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 494-495.

Glossário
eminente: mais importante que os outros. conquanto: embora, contudo.
violação: fazer algo sem pedir autorização. almeja: quer, deseja.
abdicar: desistir, renunciar. mútua: correspondente, recíproco.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-

Trecho do livro D
​ ois tratados sobre o governo civil​, de John Locke (1689)​:

“Se o homem no estado de natureza é livre como se disse, se é senhor absoluto da sua
própria pessoa e suas próprias posses, igual ao mais ​eminente dos homens e a ninguém
submetido, por que haveria ele de se desfazer dessa liberdade? Por que haveria de renunciar
a esse império e submeter-se ao domínio e ao controle de qualquer outro poder? A resposta
evidente é a de que, embora tivesse tal direito no estado de natureza, o exercício do mesmo
é muito incerto e está constantemente exposto à ​violação por parte dos outros [...]. Tais
circunstâncias o fazem querer ​abdicar dessa condição, a qual, ​conquanto livre, é repleta
temores e perigos constantes. E não é sem razão que ele procura e ​almeja unir-se em
sociedade com outros que já se encontram reunidos ou projetam unir-se, para a ​mútua
conservação de suas vidas, liberdades e bens, aos quais atribuo o termo genérico de
propriedade​. O ​fim maior e principal para os homens unirem-se em sociedades políticas e
submeterem-se a um governo é, portanto, a ​conservação de sua propriedade​.”

LOCKE, John. ​Dois tratados sobre o governo civil​. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 494-495.

Glossário
eminente: mais importante que os outros.
violação: fazer algo sem pedir autorização. conquanto: embora, contudo.
abdicar: desistir, renunciar. almeja: quer, deseja.
mútua: correspondente, recíproco.
Trecho do texto “Resposta à pergunta: o que é Esclarecimento?, de
Immanuel Kant (1783)

“Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A


menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro
indivíduo. [...] Para este esclarecimento, porém, nada mais se exige senão liberdade. E a
mais inofensiva entre tudo aquilo que se possa chamar liberdade, a saber: a de fazer um
uso público de sua razão em todas as questões. Ouço, agora, porém, exclamar de todos
os lados: ​não raciocineis​! O oficial diz: não raciocineis, mas exercitai-vos! O financista
exclama: não raciocineis, mas pagai! O sacerdote proclama: não raciocineis, mas crede!
(Um único senhor no mundo diz: ​raciocinai​, tanto quanto quiserdes, e sobre o que
quiserdes, mas ​obedecei​!). Eis aqui por toda a parte a limitação da liberdade. Que
limitação, porém, impede o esclarecimento? Qual não o impede, e até mesmo favorece?
Respondo: o uso público de sua razão deve ser sempre livre e só ele pode realizar o
esclarecimento entre os homens. O uso privado da razão pode, porém, muitas vezes, ser
muito estreitamente limitado, sem contudo por isso impedir notavelmente o progresso
do esclarecimento.”

KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: O que é “Esclarecimento”?. In: ​Textos seletos​.


Petrópolis: Vozes, 1974 [1783].

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Trecho do texto “Resposta à pergunta: o que é Esclarecimento?, de


Immanuel Kant (1783)

“Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A


menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro
indivíduo. [...] Para este esclarecimento, porém, nada mais se exige senão liberdade. E a
mais inofensiva entre tudo aquilo que se possa chamar liberdade, a saber: a de fazer um
uso público de sua razão em todas as questões. Ouço, agora, porém, exclamar de todos
os lados: ​não raciocineis​! O oficial diz: não raciocineis, mas exercitai-vos! O financista
exclama: não raciocineis, mas pagai! O sacerdote proclama: não raciocineis, mas crede!
(Um único senhor no mundo diz: ​raciocinai​, tanto quanto quiserdes, e sobre o que
quiserdes, mas ​obedecei​!). Eis aqui por toda a parte a limitação da liberdade. Que
limitação, porém, impede o esclarecimento? Qual não o impede, e até mesmo favorece?
Respondo: o uso público de sua razão deve ser sempre livre e só ele pode realizar o
esclarecimento entre os homens. O uso privado da razão pode, porém, muitas vezes, ser
muito estreitamente limitado, sem contudo por isso impedir notavelmente o progresso
do esclarecimento.”

KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: O que é “Esclarecimento”?. In: ​Textos seletos​.


Petrópolis: Vozes, 1974 [1783].
Trecho do livro A
​ riqueza das nações​, de Adam Smith (1776)​:

“Um ​monopólio garantido a um indivíduo ou a uma companhia de comércio tem o mesmo


efeito que um segredo no comércio ou nas manufaturas. Os monopolistas, mantendo o
mercado constantemente desprovido, nunca fornecendo a ​demanda efetiva, vendem suas
mercadorias muito acima do preço natural [....]. O preço do monopólio, numa dada ocasião, é o
mais alto que pode ser atingido. O preço natural, ou o preço da livre competição, ao contrário, é
o mais baixo que pode ser tomado, não em qualquer ocasião, é verdade, mas para qualquer
intervalo de tempo considerável. Um é, em qualquer ocasião, o mais alto que pode ser
espremido dos compradores ou, supõe-se, que ​consentirão a dar; o outro é o mais baixo que os
vendedores podem comumente tolerar e, ao mesmo tempo, continuar seu negócio. Os
privilégios exclusivos das corporações, estatutos de aprendizado e todas aquelas leis que
restringem, em empregos particulares, a competição a um número menor que de outro modo
poderia ocorrer, têm a mesma tendência, se bem que em menor grau.”

SMITH, Adam. ​A riqueza das nações​: uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das
nações. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017, p. 160-161.

Glossário
monopólio: exclusividade, domínio. espremido: conseguido.
demanda: procura. consentirão: concordarão, aceitarão.

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Trecho do livro A
​ riqueza das nações​, de Adam Smith (1776)​:

“Um ​monopólio garantido a um indivíduo ou a uma companhia de comércio tem o mesmo


efeito que um segredo no comércio ou nas manufaturas. Os monopolistas, mantendo o
mercado constantemente desprovido, nunca fornecendo a ​demanda efetiva, vendem suas
mercadorias muito acima do preço natural [....]. O preço do monopólio, numa dada ocasião, é o
mais alto que pode ser atingido. O preço natural, ou o preço da livre competição, ao contrário, é
o mais baixo que pode ser tomado, não em qualquer ocasião, é verdade, mas para qualquer
intervalo de tempo considerável. Um é, em qualquer ocasião, o mais alto que pode ser
espremido dos compradores ou, supõe-se, que ​consentirão a dar; o outro é o mais baixo que os
vendedores podem comumente tolerar e, ao mesmo tempo, continuar seu negócio. Os
privilégios exclusivos das corporações, estatutos de aprendizado e todas aquelas leis que
restringem, em empregos particulares, a competição a um número menor que de outro modo
poderia ocorrer, têm a mesma tendência, se bem que em menor grau.”

SMITH, Adam. ​A riqueza das nações​: uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das
nações. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017, p. 160-161.

Glossário
monopólio: exclusividade, domínio. espremido: conseguido.
demanda: procura. consentirão: concordarão, aceitarão.
Modelo de resolução da atividade – Árvore de palavras

iluminismo s.m. (1836) ​1.​ corrente de pensamento da Europa, nos séculos XVII e
XVIII, baseada nas ideias de razão, progresso e liberdade. ​2.​ entre os seus
principais filósofos estão o escocês Adam Smith, o inglês John Locke e o
prussiano Immanuel Kant. ​3.​ as ideias iluministas ajudaram a formar o mundo
contemporâneo.

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