Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Z
Rua Tereza Cristina, 194 – Centro, Imperatriz – Maranhão
Fone: (99)91211186–(99)96316807–(99)30720496–(99)91364881–84031666
DECRETO NO 3.276 – 6/12/1999 – DECRETO LEI 105/69
www.fundacaomariadapaz.com.br
- C E S F R I -
Administraçã
o Escolar
Fundação MARIA DA PA
Z
Rua Tereza Cristina, 194 – Centro, Imperatriz – Maranhão
Fone: (99)91211186–(99)96316807–(99)30720496–(99)91364881–84031666
DECRETO NO 3.276 – 6/12/1999 – DECRETO LEI 105/69
www.fundacaomariadapaz.com.br
- C E S F R I -
Disciplina: Período:
ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR
EMENTA
O PAPEL DA ESCOLA; Escola de Sucesso; FUNÇÃO DA ESCOLA; GESTÃO ESCOLAR;
GESTÃO PARTICIPATIVA; Papel do Gestor; Soluções para a efetiva implantação gestão
participativa nas escolas; Postura tradicional dificulta gestão democrática; Acreditar no trabalho uns
dos outros; Elevar a auto estima do profissional; Alunos são ouvidos
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ARAUJO, J. As intencionalidades como diretrizes da prática pedagógicas. Em Pedagogia Universitária
São Paulo: Papirus, 2002.
DALMÁS, A. Planejamento participativo na escola. Elaboração, acompanhamento e avaliação.
Petrópolis: Vozes, 1994.
LUCK, H. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 2.ed. Rio de Janeiro: DP&A , 1998.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 2.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1975.
LUDKE, M: ANDRÉ, M. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo:
Pedagógica, 1986.
MARQUES, J. C. Proposta básica para gestão 81 – 84. Porto Alegre, Educação e Realidade 6 (1): 109
– 20 jan. / abr, 1981.
MARTINS, J. P. Administração escolar: uma abordagem crítica do processo administrativo em
educação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
OBJETIVO
Analisar as políticas educacionais e a gestão escolar, reconhecendo seus princípios básicos, elementos
constitutivos, desafios, dilemas, funções e paradigmas, no contexto de escola e sala de aula.
Possibilitar ainda a aquisição de referenciais teóricos e práticos indispensáveis ao exercício de gestor
escolar no sentido de construir um referencial para uma escola cidadã.
Fundação MARIA DA PA
Z
Rua Tereza Cristina, 194 – Centro, Imperatriz – Maranhão
Fone: (99)91211186–(99)96316807–(99)30720496–(99)91364881–84031666
DECRETO NO 3.276 – 6/12/1999 – DECRETO LEI 105/69
www.fundacaomariadapaz.com.br
- C E S F R I -
SUMÁRIO
1. O PAPEL DA ESCOLA....................................................................................
2. FUNÇÃO DA ESCOLA....................................................................................
3. GESTÃO ESCOLAR........................................................................................
4. GESTÃO PARTICIPATIVA............................................................................
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................
Fundação MARIA DA PA
Z
Rua Tereza Cristina, 194 – Centro, Imperatriz – Maranhão
Fone: (99)91211186–(99)96316807–(99)30720496–(99)91364881–84031666
DECRETO NO 3.276 – 6/12/1999 – DECRETO LEI 105/69
www.fundacaomariadapaz.com.br
- C E S F R I -
1. O PAPEL DA ESCOLA
1.1 Escola de Sucesso
Para que a Escola seja de "Sucesso", primeiro terá de ser uma Escola que ministre
um ensino de "Qualidade". No entanto, o termo "Qualidade" pode representar uma situação de
grande complexidade, variando de acordo com os interesses em causa, podendo adquirir um
sentido não muito preciso evidenciando situações mais ou menos descritivas, mais ou menos
normativas, ou evocando, simplesmente, uma característica ou um atributo. Recorrendo a
alguns manuais sobre a matéria, podemos constatar que a palavra "Qualidade" poderá ser
definida como "grau mais ou menos elevado, de uma escala de valores", ou ainda "atributo,
caráter, propriedade".
Regra geral, á "Qualidade" de uma Escola estão subjacentes determinados critérios
de valor, mais ou menos precisos, relativos a outras Escolas, apelando-se de Escola "Boa",
"Medíocre" ou "Excelente".
A "Qualidade" de uma Escola raramente é definida de uma forma explícita,
referindo de forma clara os critérios que fundamentam os juízos de valor. Muitas vezes,
"Qualidade de Escola" serve para justificar a igualdade de oportunidades, a avaliação dos
alunos, a formação de professores, a distribuição de recursos, etc.
O conceito de "Qualidade" varia também com os interesses, o grau de envolvimento
e as características culturais dos membros da Comunidade Educativa e social. Enquanto que
para uns a "Qualidade" de uma Escola se identifica pelo clima de disciplina, ordem e
concentração no trabalho escolar; para outros, revela-se antes na variedade das oportunidades
culturais e de desenvolvimento que a Escola oferece, incluindo trabalho escolar acadêmico.
Escolas de Sucesso, Escolas Eficazes ou Escolas de Qualidade são aquelas que
promovem maior desenvolvimento naqueles a quem se destinam - "as crianças e os jovens".
São eles que justificam a existência das escolas e todo o investimento em saber, em energia e
entusiasmo, em recursos, nomeadamente financeiros. O desenvolvimento educativo dos
jovens, observa-se e mede-se pelos resultados cognitivos, acadêmicos, mas não se podem
Fundação MARIA DA PA
Z
Rua Tereza Cristina, 194 – Centro, Imperatriz – Maranhão
Fone: (99)91211186–(99)96316807–(99)30720496–(99)91364881–84031666
DECRETO NO 3.276 – 6/12/1999 – DECRETO LEI 105/69
www.fundacaomariadapaz.com.br
- C E S F R I -
2. FUNÇÃO DA ESCOLA
A Escola é uma organização específica de educação formal, visando proporcionar de
uma forma sistemática e seqüencial a instrução, transmitindo e produzindo conhecimentos e
técnicas, a socialização, transmitindo e construindo normas, valores, crenças, hábitos e
atitudes, e a estimulação, promovendo o desenvolvimento integral dos alunos. Genericamente
são estas as funções do sistema educativo e aquilo que a sociedade espera da Escola.
Há diferenças entre "Funções" e "Finalidades". Enquanto que as "Finalidades" da
Escola se traduzem através dos efeitos intencionalmente pretendidos e desejados, as "Funções"
reportam-se aos efeitos intencionais e não intencionais da atividade educativa. Como
"Finalidades" a escola persegue:
a) Finalidade Cultural - transmitindo todo o patrimônio de conhecimentos, técnicas e
crenças;
b) Finalidade Socializadora - integrando os indivíduos na comunidade, através da
transmissão de construção de normas e valores;
c) Finalidade Produtiva - proporcionando ao sistema econômico e demais sistemas
sociais o pessoal qualificado de que necessitam;
d) Finalidade Personalizada - ao promover o desenvolvimento integral da pessoa;
e) Finalidade Igualizadora - procurando corrigir as desigualdades sociais.
Como "Funções" a escola, para além das referenciadas às finalidades, pode
assegurar:
a) Função de Custódia - guardando os filhos enquanto os pais trabalham;
b) Função Seletiva - selecionar para legitimar diferentes oportunidades pessoais e
sociais;
Fundação MARIA DA PA
Z
Rua Tereza Cristina, 194 – Centro, Imperatriz – Maranhão
Fone: (99)91211186–(99)96316807–(99)30720496–(99)91364881–84031666
DECRETO NO 3.276 – 6/12/1999 – DECRETO LEI 105/69
www.fundacaomariadapaz.com.br
- C E S F R I -
3. GESTÃO ESCOLAR
A gestão escolar é o conjunto de medidas tomadas para que a escola cumpra sua
função. E por que tornar a gestão participativa, incluindo os pais e responsáveis? Porque os
pais são os principais interessados na formação de seus filhos. Todos sabemos, porém, que o
Brasil tem leis demais e justiça de menos. As leis são, muitas vezes, ignoradas e deturpadas.
Novamente: por quê? Porque a “lei” que mais prevalece é a dos privilégios.
Ao invés de a escola estar voltada para o aluno e aberta para a comunidade, quem se
apropria dela é o corpo docente, liderado por uma direção geralmente autoritária. Então, o foco
se perde e o que prevalece são objetivos e práticas que não contribuem para a formação do
aluno. Isto começa no topo da pirâmide, com secretários e assessores da educação que
raramente têm alguma experiência em sala de aula e muito menos na rede pública.
O problema seria menor se essas autoridades se dispusessem a sair de seus gabinetes
e visitar as salas de aula ou, ao menos, receber e ouvir a opinião dos pais. Mas a prática, no
Brasil inteiro, é exatamente ao contrário: secretários, assessores e delegados de ensino
costumam limitar-se a atender ordens superiores, já que seus cargos são de confiança dos
governantes. Além disso, seus próprios filhos estudam na rede particular, portanto, para eles a
escola pública é uma ilustre desconhecida.
Alguns Estados mantêm ouvidorias, chamadas “surdorias” pelos pais, pois o ouvidor
é sempre um funcionário da própria Secretaria da Educação, portanto, impossibilitado de
exercer o cargo com a isenção devida, ferindo o conceito básico de ouvidoria, que é investigar
Fundação MARIA DA PA
Z
Rua Tereza Cristina, 194 – Centro, Imperatriz – Maranhão
Fone: (99)91211186–(99)96316807–(99)30720496–(99)91364881–84031666
DECRETO NO 3.276 – 6/12/1999 – DECRETO LEI 105/69
www.fundacaomariadapaz.com.br
- C E S F R I -
carências e denúncias de abusos nos serviços públicos. Esses órgãos não se dão ao trabalho de
checar as denúncias e permanecem na espera de relatórios de supervisores, que geralmente
apresentam apenas o testemunho do corpo docente, sem registrar o depoimento do aluno e da
família.
Mas por que iniciar um artigo sobre gestão escolar falando de autoritarismo e
denúncia? Porque esse é o dia-a-dia da rede pública de ensino, onde há autoritarismo demais e
denúncias de menos. O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei Federal 8069/90),
que todos os educadores deveriam conhecer, não é lido dentro das escolas e muito menos
implementado. Uma pesquisa feita recentemente revela que entre mais de 30 educadores da
rede pública e particular em sete Estados, todos disseram saber da existência do ECA, mas
apenas cinco responderam que o leram na íntegra. O estatuto determina, por exemplo, que o
acesso do aluno à sala de aula não pode ser impedido em nenhuma hipótese, inclusive na falta
de uniforme. No entanto, este é um dos motivos mais freqüentes que mantêm estudantes fora
da escola.
Outro problema identificado é a “lei dos privilégios” na área educacional. Ela se
manifesta em dois aspectos: o primeiro é o DIREITO À FALTA do professor, que causa o
fenômeno mais típico da rede pública de ensino – a falta de aula, denominada aula vaga,
responsável por reduzir de 20% a 30% a carga horária do ano letivo. A situação é tão grave
que a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, por exemplo, achou por bem proibir que
se mencione a expressão “aula vaga”.
O DIREITO À ESTABILIDADE do funcionalismo é o segundo grande diferencial
da escola pública, responsável pela manutenção na rede de profissionais incompetentes,
relapsos, omissos e até cruéis. A professora Glória Reis relata a fala de uma colega que havia
sido convidada a trabalhar em um banco: “Não vou sair da escola, pois aqui eu posso até matar
uma criança, que nada me acontece.” Outro grave problema é a manutenção na rede de
profissionais “readaptados”, muitos em recuperação psiquiátrica, que deveriam estar
aposentados por invalidez ou colocados em gabinetes, nunca em contato com crianças e
Fundação MARIA DA PA
Z
Rua Tereza Cristina, 194 – Centro, Imperatriz – Maranhão
Fone: (99)91211186–(99)96316807–(99)30720496–(99)91364881–84031666
DECRETO NO 3.276 – 6/12/1999 – DECRETO LEI 105/69
www.fundacaomariadapaz.com.br
- C E S F R I -
adolescentes. Sempre que se toca neste assunto, levanta-se o brado da corporação, revelando
que a manutenção dos privilégios é mais importante do que a integridade dos alunos.
Por todos esses motivos, uma escola voltada para o aluno exige a participação dos
pais e a única forma eficaz é tornar realmente democrática a eleição dos Conselhos de Escola.
Mas essa participação costuma ser vetada já na falta de convocação para a eleição. Existem
várias formas de praticar o boicote: encaminhar a convocação aos pais com menos de uma
semana de antecedência; enviá-la através de tirinhas de papel de 5 cm ou então, simplesmente,
não entregá-la, mentindo depois a respeito. Todos esses casos foram testemunhados pelos pais
e responsáveis dos alunos.
Os diretores têm medo de perder as rédeas da gestão da escola e sua autoridade
sobre alunos e professores. Assim, em muitas instituições se faz uma campanha “interna” e
ilegal, ou seja, os representantes dos pais (geralmente os mais manipuláveis) são escolhidos “a
dedo” pelos diretores conforme sua conveniência ou pelo valor de sua contribuição monetária
para a Associação de Pais e Mestres. Sabemos, por experiência própria, que os pais que se
dispõem a “doar valores significativos” para a escola são mais bem-vindos. Mais uma vez,
impera a “lei dos privilégios”. Quando a direção não consegue eleger os responsáveis que “lhe
convém”, são usados “truques” para impedir a participação às reuniões, como enviar a
convocação sem descrever a pauta ou encaminhá-la somente a alguns.
No entanto, é comum a escola convocar todos os pais para prestar serviços gratuitos,
como fazer faxina, costurar cortinas, arrumar a fiação, arrecadar fundos. Mas a sua
colaboração deve e pode ir muito além. Aliás, hoje a maioria das escolas do País recebe fundos
suficientes para sua conservação e essas verbas precisam ser fiscalizadas, bem como as
reformas ganhas em licitações, que as empresas costumam subempreitar, dividindo o “bolo” e
adquirindo materiais de péssima qualidade. Tendo o apoio dos pais, os próprios diretores terão
mais coragem de coibir abusos que já receberam o aval de seus superiores.
O aspecto da gestão escolar em que os pais costumam ser mais excluídos é a
proposta educacional da escola, embora o artigo 53, parágrafo único, do ECA lhes garanta o
Fundação MARIA DA PA
Z
Rua Tereza Cristina, 194 – Centro, Imperatriz – Maranhão
Fone: (99)91211186–(99)96316807–(99)30720496–(99)91364881–84031666
DECRETO NO 3.276 – 6/12/1999 – DECRETO LEI 105/69
www.fundacaomariadapaz.com.br
- C E S F R I -
direito de participar. Professores e diretores acreditam que os pais não estão à altura da
discussão, quando não é necessário ser um profissional para perceber as enormes falhas do
ensino, comprovadas por estatísticas oficiais.
Na verdade, a esmagadora maioria das escolas públicas não tem proposta
educacional devido à grande rotatividade de diretores e professores. Alguns educadores-
empreendedores implantam projetos próprios em suas salas de aula e tentam abri-los para os
demais, mas esbarram na indiferença, no ciúme dos colegas ou na falta de apoio da direção,
que poderia favorecer um trabalho interdisciplinar e estruturar um projeto pedagógico para
toda a instituição.
Infelizmente, o corporativismo da classe costuma funcionar somente a favor de seus próprios
interesses e, mesmo assim, os profissionais queixam-se constantemente de serem
desvalorizados ou explorados. O que os pais esperam, na verdade, não é abnegação nem
sacrifício, mas empenho, seriedade, profissionalismo e principalmente resultados.
Algumas escolas conseguem elaborar um projeto pedagógico próprio, que fica em
vigor, geralmente, enquanto durar a mesma direção que o implantou. Alguma semelhança com
a administração pública deste País, em nível municipal, estadual ou federal?
Resumindo, existem dois aspectos principais da gestão escolar que necessitam da
participação dos pais e responsáveis, a fim de permitir a continuidade dos bons projetos e a
denúncia de abusos e desmandos:
1. O aspecto administrativo, que abrange a conferência e o uso adequado das verbas
e materiais recebidos pela escola; o controle das atividades desenvolvidas fora da sala de aula,
como a entrada e saída dos alunos, o recreio, a questão da merenda, a limpeza e manutenção de
cozinha, banheiros; problemas graves devido à falta de reformas, etc.
2. O aspecto pedagógico, que abrange a elaboração de uma proposta educacional
conforme os anseios da comunidade local, a dificuldade de aprendizagem dos alunos, a aula
vaga, a mudança de professor no meio do ano letivo ou a falta de um educador durante um
longo período de tempo, o fechamento da biblioteca ou da sala de informática por falta de
Fundação MARIA DA PA
Z
Rua Tereza Cristina, 194 – Centro, Imperatriz – Maranhão
Fone: (99)91211186–(99)96316807–(99)30720496–(99)91364881–84031666
DECRETO NO 3.276 – 6/12/1999 – DECRETO LEI 105/69
www.fundacaomariadapaz.com.br
- C E S F R I -
4. GESTÃO PARTICIPATIVA
Segundo Marques (1981), a participação de todos nos diferentes níveis de decisão e
nas sucessivas fases de atividades é essencial para assegurar o eficiente desempenho da
organização. A flexibilidade de pessoas e da própria organização permite uma abordagem
aberta, facilitando a aceitação da realidade e permitindo constantes reformulações que levam
ao crescimento pessoal e grupal. A dignidade do grupo, e de cada um, se faz pelo respeito
mútuo.
Na sociedade, observa-se o desenvolvimento da consciência de que o autoritarismo,
à centralização, a fragmentação estão ultrapassados, por conduzirem ao imobilismo, a
desresponsabilização por atos e seus resultados e, em última instância, pelo fracasso de
instituições. A escola encontra-se, hoje, no centro de atenções, isto porque se reconhece que a
educação, na sociedade globalizada, constitui grande valor estratégico para o desenvolvimento
da humanidade.
As mudanças fazem com que o gestor assuma um papel importante nesse processo,
visando à organização da escola, com recursos para a promoção de experiências de formação
de seus alunos, tornando-os cidadãos participativos na sociedade. O gestor não decide de
forma arbitrária pela escola em que atua, mas convida a comunidade para a elaboração do
projeto político-pedagógico, momento em que se discute, no coletivo, o dia-a-dia da escola em
todos os sentidos que lhe sejam inerentes. Procura criar momentos de conscientização da
Fundação MARIA DA PA
Z
Rua Tereza Cristina, 194 – Centro, Imperatriz – Maranhão
Fone: (99)91211186–(99)96316807–(99)30720496–(99)91364881–84031666
DECRETO NO 3.276 – 6/12/1999 – DECRETO LEI 105/69
www.fundacaomariadapaz.com.br
- C E S F R I -
comunidade escolar, como um todo, para o fato de que os problemas enfrentados no cotidiano
escolar não estão dissociados da realidade social em que a escola está Inserida. Inclusive, pode
fazer um trabalho com os professores no sentido de que revejam sua postura e atualizem-se
para melhor exercerem sua função de agentes educativos e de transformação neste contexto.
Em decorrência da situação exposta muda a fundamentação teórico-metodológica
necessária para a orientação e compreensão do trabalho da direção da escola, que passa a ser
entendido como um processo de equipe, associado a uma ampla demanda social por
participação.
Além de procurar a participação dos professores na divisão de tarefas e
responsabilidades, assim como na elaboração do processo de decisão, o gestor deve coordenar
a animação e a circulação da informação, assim como o treinamento em exercício dos
professores.
A gestão participativa caracteriza-se por uma força de atuação consciente, pela qual
os membros da escola reconhecem e assumem seu poder de influenciar na determinação da
dinâmica dessa unidade escola, de sua cultura e de seus resultados.
O que é Gestão Participativa?
amigo secreto, manhãs ou tardes de formação, atividades coletivas, sempre com vistas a criar e
a desenvolver um clima integrador e dialógico.
O processo participativo visa envolver todas as pessoas da instituição escolar na
busca comum e na responsabilidade pelo todo da instituição.
A ação grupal reflete constantemente uma metodologia participativa, em que todos
têm condições de se envolver ativamente no trabalho, com reflexos nos resultados alcançados
pelo grupo. (DALMÁS, 1994, p.58).
Sabe-se que o grupo de professores pode transformar ou manter a dinâmica de uma
instituição. A força transformadora de uma escola está em seu corpo docente e isto tudo
dependerá do rumo e do auxílio do gestor.
4.2 Soluções para a efetiva implantação da gestão participativa nas escolas
1. Para que a comunidade se sinta bem-vinda na gestão escolar, o Ministério da
Educação precisa fazer um pronunciamento nacional no começo de cada ano letivo, falando
sobre a importância da participação dos pais e responsáveis nos Conselhos de Escola. Por sua
vez, os governos estaduais e municipais precisam fazer campanhas de divulgação das eleições
dos Conselhos de Escola, estipulando uma única data para todas as escolas da mesma cidade
ou rede e distribuindo folhetos explicativos. Cada governo poderia usar uma pequena parte de
suas verbas publicitárias a fim de promover a gestão participativa na escola.
2. É absolutamente necessário criar ouvidorias estaduais e municipais,
independentes e desvinculadas da rede de ensino, para que a comunidade possa denunciar
abusos e irregularidades.
3. A escola precisa elaborar e publicar sua proposta educacional e incluir no
calendário escolar as reuniões de Conselho de Escola, para que os pais e responsáveis possam
efetivamente participar.
A soma dessas ações poderá permitir um controle social efetivo da educação como
serviço público, hoje tratado como um mero favor. No mais, entendemos que a avaliação
pedagógica é fundamental e neste aspecto são bem-vindos os diversos instrumentos em vigor:
Fundação MARIA DA PA
Z
Rua Tereza Cristina, 194 – Centro, Imperatriz – Maranhão
Fone: (99)91211186–(99)96316807–(99)30720496–(99)91364881–84031666
DECRETO NO 3.276 – 6/12/1999 – DECRETO LEI 105/69
www.fundacaomariadapaz.com.br
- C E S F R I -
Prova Brasil, Pisa, Saeb, Saresp, etc. Mas de que adianta o diagnóstico sem buscar soluções
efetivas? O único que é sistematicamente responsabilizado pelo fracasso escolar é o aluno,
quando seu desempenho deveria servir para avaliar a qualidade das escolas e o trabalho do
professor.
A escola, como toda instituição pública, precisa estar sujeita a mecanismos de
controle e correção pelas autoridades e ser fiscalizada pela própria sociedade. Essa,
infelizmente, ainda não se conscientizou do quanto é prejudicada por um sistema de ensino
excludente e incompetente. Aliás, o verdadeiro papel da escola vai muito além de alfabetizar e
transmitir conhecimentos; é formar seres humanos para um mundo mais justo e solidário. Para
isso, precisa dar o exemplo, pautando-se na justiça e na solidariedade humana.
O modelo de administração hierarquizado, ideal burocrático para o alcance da
eficiência nos processos e eficácia no produto, herança da expansão industrial e da
especialização do trabalho, já não encontra aplicação nas organizações de hoje. A centralização
de poder cede lugar às negociações horizontais entre pessoas ou grupos. A dicotomia da
decisão e da ação, representada por relações de subordinação, tem sido substituída por
movimentos participativos, nos quais equipes se reúnem em torno de projetos coletivos. A
competição gerada pelo primado dos interesses individuais é indesejada nos grupos
colaborativos. A alienação e a falta de motivação com relação aos objetivos da organização
diminuem quando os elementos da equipe se tornam cooperativos e responsáveis por suas
propostas.
Entretanto, apesar das expectativas de concretização da vida democrática, a prática
administrativa freqüentemente encontrada na escola pública fundamenta-se numa concepção
educacional que deriva do paradigma racional positivista. O clima de controle e autoritarismo,
as relações de poder verticalizadas e a centralização nas decisões contribuem para a
dissociação do pensar e fazer docente. Há uma predominância da fragmentação do trabalho
docente, do individualismo, do isolamento dos professores e do caráter mecanicista do fazer
Fundação MARIA DA PA
Z
Rua Tereza Cristina, 194 – Centro, Imperatriz – Maranhão
Fone: (99)91211186–(99)96316807–(99)30720496–(99)91364881–84031666
DECRETO NO 3.276 – 6/12/1999 – DECRETO LEI 105/69
www.fundacaomariadapaz.com.br
- C E S F R I -
e das idéias dos componentes do grupo. Na verdade, a liderança se estabelece ao fazer que a
ação educativa tenha um significado para cada um e para todos. O líder cria nos liderados a
sensação de um espaço próprio, onde eles podem desenvolver a sua criatividade, realizando-se
na sua ação. A liderança pode surgir em qualquer lugar na equipe escolar, pois, nas culturas
colaborativas, todos podem ser líderes.
O gestor pode tornar o processo de mudança significativo para sua equipe e
assegurar a participação das pessoas, proporcionando um ambiente em que a criatividade possa
florescer. Na realidade, a criatividade das pessoas na organização de trabalho precisa ser
aproveitada e transformada numa força positiva, isto é, num estímulo ao desenvolvimento de
um trabalho colaborativo. As estruturas criadas a partir desse ambiente favorável emergem
espontaneamente.
Como o poder se incorpora à todas as estruturas sociais, o surgimento de novas
estruturas sempre muda as relações de poder, pois o processo de surgimento espontâneo nas
comunidades é também um processo de fortalecimento coletivo. Os líderes que facilitam o
surgimento da novidade usam o próprio poder para dar poder aos outros. O resultado disso
pode ser uma organização em que tanto o poder quanto o potencial de liderança se acham
amplamente distribuídos. Isso não significa que vários indivíduos assumam simultaneamente a
liderança, mas que diversos líderes vão se apresentar no momento em que forem necessários
para facilitar os vários estágios do surgimento da novidade,
As culturas colaborativas favorecem ambientes de trabalho mais satisfatórios e
produtivos, bem como a melhoria de bons resultados dos alunos. Nesses ambientes a mudança
e o aperfeiçoamento são facilitados. Os elementos da equipe reagem de maneira crítica às
intervenções externas, pois as relações de dependência com as reformas impostas são
enfraquecidas. As mudanças decorrentes das escolhas do grupo são mais significativas para os
mesmos e favorecem a auto-organização.
No lugar de instruções impostas, a oferta de princípios orientadores, por parte da
gestão, acarreta mudanças significativas nas relações de poder. As relações de domínio e
Fundação MARIA DA PA
Z
Rua Tereza Cristina, 194 – Centro, Imperatriz – Maranhão
Fone: (99)91211186–(99)96316807–(99)30720496–(99)91364881–84031666
DECRETO NO 3.276 – 6/12/1999 – DECRETO LEI 105/69
www.fundacaomariadapaz.com.br
- C E S F R I -
controle mudam para relações de cooperação e parceria. Essa é uma conseqüência fundamental
da nova compreensão da vida. Nos últimos anos, os biólogos e ecologistas têm trocado a
metáfora da hierarquia pela da rede e compreenderam que as parcerias, ou seja, a tendência dos
organismos de associarem-se, estabelecerem vínculos, cooperarem uns com os outros são
sinais característicos da vida (Capra, 2002).
O ato de dar vida às organizações humanas pelo fortalecimento de sua própria
estrutura aumenta-lhes a flexibilidade, a criatividade e o potencial de aprendizado como
também aumenta a dignidade e a humanidade dos indivíduos que compõem a organização, que
vão tomando contato com essas qualidades por si mesmos. Em outras palavras, a valorização
da vida e da auto-organização fortalece e capacita o indivíduo. Cria ambientes sadios de
trabalho, sob os pontos de vista mental e emocional, em que as pessoas se sentem apoiadas na
busca de realização dos seus próprios objetivos e não têm de sacrificar a própria integridade a
fim de atender às exigências da organização.
Na articulação dos aspectos administrativos e pedagógicos, a preocupação com o
trabalho em equipe, a integração e a rede de comunicação dentro do âmbito escolar
representam a adoção de um estilo de gestão que também incorpora a tecnologia de informação
e comunicação como auxílio ao trabalho.
Comumente, os gestores não percebem a potencialidade da TIC – Tecnologia da
Informação e Comunicação - nem avaliam o uso que podem fazer dela, para dar suporte ao seu
trabalho de integração dos esforços e das ações da escola. Lentamente, como todas as pessoas
que têm acesso aos recursos da tecnologia, os gestores estão adquirindo habilidades no
manuseio das ferramentas computacionais e diariamente estão fazendo novas aprendizagens e
ganhando novas habilidades para o domínio do mundo tecnológico.
Porém esse conhecimento não está ocorrendo simplesmente como um acréscimo de
competências, pois não se trata de uma somatória de habilidades. As mudanças não se
resumem a quantidade, mas apontam para um diferencial qualitativo, ou seja, a tecnologia,
Fundação MARIA DA PA
Z
Rua Tereza Cristina, 194 – Centro, Imperatriz – Maranhão
Fone: (99)91211186–(99)96316807–(99)30720496–(99)91364881–84031666
DECRETO NO 3.276 – 6/12/1999 – DECRETO LEI 105/69
www.fundacaomariadapaz.com.br
- C E S F R I -
além de dar suporte às tarefas burocráticas, está criando oportunidades e situações totalmente
novas. Isto quer dizer que, além de eletrônica, a revolução é da comunicação.
Para acompanhar essas profundas transformações a escola deve passar por mudanças
organizacionais, para incorporar novas formas de trabalhar o conhecimento. Inserida num
espaço social onde cresce a necessidade de interação e participação dos sujeitos para
enfrentarem seus desafios, a agência educativa pode facilitar a conectividade, com adoção da
TIC.
A questão não se reduz a assimilar a tecnologia como ferramenta de ensino e
aprendizagem, de pesquisa, de automação de rotinas ou como provedora de informações
gerenciais. Trata-se de dar suporte e ampliar os canais de comunicação, quer seja internamente,
porque a descentralização do poder deve promover a integração da equipe escolar, quer seja
externamente, porque a escola precisa compartilhar informações, estabelecer contatos de todas
as espécies, além de ativar uma rede comunicativa que facilite a interação entre pais, alunos,
professores, etc. Enfim, a comunicação ampliada pela tecnologia tem a capacidade de expandir
e desenvolver as redes informais.
A tecnologia pode invadir todos os espaços escolares para subsidiar o trabalho de
gestão escolar numa cultura educativa que privilegie o diálogo e mobilize a participação dos
sujeitos no projeto pedagógico coletivo. Ambientes virtuais podem ser implementados para
funcionarem como locais de interação. A fim de concretizar essas ações, os recursos físicos,
isto é, os computadores, propriamente falando, podem estar distribuídos em muitos ambientes
da escola, ligados em rede, tais como diretoria, sala dos professores, secretaria, sala de
coordenação, biblioteca, etc. Quando todos estão conectados surgem novas oportunidades de
interação. As distâncias ficam anuladas e a sincronia dos tempos não é tão necessária.
acompanhamento do trabalho dos professores em sala de aula ainda não é consistente, pois
temos turmas superlotadas, o que dificulta o processo. O apoio é dado por meio de material
didático, técnicas de ensino. Etc.
Nas reuniões, tentamos melhorar o relacionamento e a comunicação escolar, em
especial durante as reuniões para planejamento no início do ano letivo e reuniões pedagógicas
periódicas; entretanto, muitos ainda mantêm uma postura tradicional, não aceitando a relação
aberta e democrática.
orientado para trabalhar com alunos com dificuldades de aprendizagem. A escola mantém um
clima afetivo e de respeito, com todos zelando pela verdade e transparência. Quando
necessário, o profissional é chamado individualmente e assuntos complexos são discutidos em
momentos pedagógicos. Eleva-se a auto-estima do profissional, destacando seu trabalho e
compromisso nas avaliações de desempenho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS