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Prefeitura Municipal da Estância Turística de Salto

Paço Municipal - Avenida Tranquillo Giannini, nº 861,


Distrito Industrial Santos Dumont, Salto/SP, CEP: 13.329-600
Telefone: (11) 4602-8500

Laerte Sonsin Junior


Prefeito Municipal

Anna Christina Carvalho Macedo de Noronha Fávaro


Secretária Municipal de Educação

Cristiane Maria Rezende de Matos Silva


Coordenadora de Projetos Pedagógicos

Carla Glvão
Professora Formadora da área de Avaliação

Márcia Regina de Almeida Dias


Professora formadora da área de Educação Infantil

Thaís Guimarães dos Santos Marques


Professora Formadora da área de Educação Infantil

Departamento Pedagógico
Salto – 2023/2024

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Sumário
Introdução ............................................................................................................................................ 4
A concepção de Infância ....................................................................................................................... 5
O papel do professor de Educação Infantil ........................................................................................... 7
Atribuições do professor de acordo com o Regimento Escolar ........................................................... 9
Direitos de aprendizagem na Educação Infantil ................................................................................. 12
Metodologia da Rede Municipal......................................................................................................... 13
Conhecendo a importância da emoção na aprendizagem ................................................................. 16
Acolhimento nos 1º dias de aula ........................................................................................................ 18
Currículo Brincante ............................................................................................................................. 20
Metas a serem atingidas no Maternal III, Infantil II e III ..................................................................... 30
Orientações Maternal III ........................................................................................................................ 35
Desenvolvimento das crianças de 3 anos ........................................................................................... 36
Organização didática na Educação Infantil I – Maternal III ................................................................ 38
A organização do espaço e do tempo na Educação Infantil I – Maternal III ...................................... 39
Atividades permanentes na Educação Infantil I – Maternal III........................................................... 40
Algumas observações importantes na Educação Infantil I – Maternal III .......................................... 43
Orientações pedagógicas e metodológicas para atingir os objetivos de aprendizagem no Maternal III
............................................................................................................................................................ 47
Orientações Infantil II e III ...................................................................................................................... 56
Desenvolvimento das crianças de 4 e 5 anos ..................................................................................... 57
Orientações pedagógicas e metodológicas para atingir os objetivos de aprendizagem do infantil II e III
............................................................................................................................................................ 60
Organização e didática que contempla o Infantil II e III ..................................................................... 66
Sugestão de ambientes e momentos para compor a rotina na escola .............................................. 67
Trabalho com o nome das crianças .................................................................................................... 71
Hora da história .................................................................................................................................. 73
Escrita.................................................................................................................................................. 75
Brincadeiras com palavras .................................................................................................................. 78
Listas, músicas, nomes, combinados da turma, rotinas e brincadeiras com escrita .......................... 82
Para pensar e contextualizar a ação pedagógica do professor do Infantil II e III em sala de aula: .... 82
Matemática na Educação Infantil ....................................................................................................... 85
Avaliação ............................................................................................................................................. 93
Links interessantes que você pode entrar para pesquisar sobre a Educação Infantil I, II e III ........... 95
Referências Bibliográficas ................................................................................................................... 96
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Introdução

Esse documento foi elaborado com o objetivo de ser um guia para todos os professores que
atuam na Educação Infantil.
Ele estabelece uma visão comum com metas e objetivos educacionais do trabalho pedagógico
com as crianças de 3 a 5 anos que devem ser seguidas para criar uma base sólida para o
processo educativo.
O documento deverá ser um norteador para evitar discrepâncias pois, mesmo em contextos
escolares diferentes, atenderá as necessidades das crianças no processo ensino-
aprendizagem além, de consolidar uma identidade educacional em rede.

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A concepção de Infância

A visão de infância na sociedade passou por muitas transformações ao longo do tempo e as


conquistas que temos hoje em nossas instituições municipais foram adquiridas através de um
processo longo e difícil. Durante esse processo surgiu uma nova concepção de infância,
totalmente diferente da visão tradicionalista na qual a criança era vista como um ser sem
importância, um adulto em miniatura. Hoje essa mesma criança é vista como um ser ativo, que
possui uma identidade única, histórica e cultural. A criança hoje é considerada um ser
completo que cresce e se desenvolve continuamente. Essas mudanças na concepção de
infância aconteceram na medida em que a sociedade também foi se transformando e hoje a
criança tem um papel próprio sendo necessário ter um olhar mais aguçado para ela,
preservando e entendendo suas necessidades. Compreendendo sobretudo que ela aprende
de forma integrada, a brincadeira, o faz de conta e a imaginação se caracterizam como pontos
cruciais da especificidade da infância sendo essa compreensão essencial para a garantia dos
seis direitos de aprendizagem dispostos na BNCC. A ideia de infância e de criança na qual a
Rede Municipal se pauta está diretamente ligada ao que preceitua as Diretrizes Curriculares
Nacionais para Educação Básica:

“A criança, centro do planejamento curricular, é sujeito


histórico e de direitos que se desenvolve nas
interações, relações e práticas cotidianas a ela
disponibilizadas e por ela estabelecidas com adultos e
crianças de diferentes idades nos grupos e contextos
culturais nos quais se insere. Nessas condições ela faz
amizades, brinca com água ou terra, faz de conta,
deseja, aprende, observa, conversa, experimenta,
questiona, constrói sentidos sobre o mundo e suas
identidades pessoal e coletiva, produzindo cultura”.
(DCN, pág. 86, 2013).

A criança assim compreendida deve ser respeitada no que ela é hoje. E é esta maneira de
concebê-la que determina o entendimento de seus desejos, interesses e necessidades e
consequentemente leva-nos a repensar as práticas desenvolvidas na Educação Infantil. Uma
jornada educativa intencionalmente pensada para ela, organiza vivências que a ajuda a
reelaborar sentidos sobre si e o mundo. Finalizamos a síntese desta ideia de concepção de
criança e de infância citando novamente as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação

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Básica em relação ao modo de olhar as singularidades da infância e as práticas da Educação
Infantil no que diz respeito a criança quando esta diz que:
“A participação em diversas experiências através da organização de um cotidiano agradável, estimulante e
desafiador sem ameaçar sua autoestima nem promover competitividade, ampliando as possibilidades infantis de
cuidar e ser cuidada, de se expressar, comunicar e criar, de organizar pensamentos e ideias, de conviver, brincar
e trabalhar em grupo, de ter iniciativa e buscar soluções para os problemas e conflitos que se apresentam às
mais diferentes idades e lhes possibilitem apropriar-se de diferentes linguagens e saberes que circulam em nossa
sociedade”. (DCN, pág. 88, 2013).

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O papel do professor de Educação Infantil

❖ Aceita e acolhe a criança como prioridade de seu trabalho.

❖ Reconhece, desenvolve e valoriza o brincar como o fio condutor da proposta pedagógica.

❖ Utiliza o planejamento como instrumento facilitador e norteador de toda a ação pedagógica.

❖ Sabe que a rotina é um elemento estrutural importante para dar segurança à criança e ao
ato de cuidar e educar.

❖ Conhece as legislações vigentes e os documentos oficiais que regem sua prática


profissional.

❖ Não deixa as crianças sozinhas, nem mesmo em curtos períodos de tempo.

❖ Tem uma postura afetiva com todas as crianças.

❖ Mostra objetividade e intencionalidade em todas as ações.

❖ Demonstra compreensão com o momento do sono infantil, sem estresse e respeitando as


vontades das crianças.

❖ Observa com atenção todos os objetos a que a criança tem acesso, preocupando-se com
tamanho, higiene, qualidade e segurança.

❖ Admite e reconhece a adaptação/acolhimento como um momento único e especial para a


criança, a família e a si mesmo.

❖ Conhece o desenvolvimento infantil e respeita a individualidade da criança.

❖ Considera em seu planejamento as crianças público alvo da educação especial,


respeitando seu desenvolvimento e particularidade.

❖ Percebe a avaliação como uma oportunidade de crescimento profissional e como um novo


direcionamento de seu trabalho, tendo um olhar sensível e atento para a criança.

❖ Registra sua prática profissional como forma de acompanhar e documentar ações


educativas (relatórios, fotos, filmagens etc.).

❖ Organiza e reorganiza o espaço garantindo a interação e uma aprendizagem significativa e


desafiante para as crianças, baseando-se nos conhecimentos já adquiridos pelos pequenos
de modo a favorecer avanços.
Intensificando e consolidando posturas no Infantil II e III
❖ Senta ao lado das crianças e faz junto, é modelo de comportamento, sempre
verbalizando claramente a ação positiva e deixando de lado o NÃO como forma de
aprendizagem. EX: - A professora vai sentar aqui pra montar junto com vocês porque é tão

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gostoso trabalhar junto em equipe. Professora novamente - Ahhh vou sentar direitinho na
cadeira pro meu corpo ficar forte e saudável.
❖ Faz intervalos com as crianças procurando a regulação, ou seja, percebe que entre as
atividades as crianças precisam ter um tempo para retomar a atenção e concentração, usando
outra estratégia fora de sala de aula, em ambientes livres, arejados e em contato com a
natureza, sendo possível retomar a atividade que estava desenvolvendo num outro momento
ou logo após sem problema algum.
❖ Na questão da Leitura e Escrita na Educação Infantil se faz necessário uma postura
dinâmica e comprometida, entendendo que é necessário fazer vivências semanais
(BRINCAR) utilizando a escrita como função social e utilizar sondagens semanais ou
quinzenais para fazer intervenções afim de que a criança reflita e avance na sua fase de
escrita. EX: escrita da criança = OA para BOLA. A professora faz uma interferência.
Professora: - Vamos ler juntos novamente? E verbaliza OA da maneira que a criança
escreveu. E indaga a criança, o que será que está faltando para ficar BOLA? O nome da
LARISSA ajuda a escrever BOLA, vamos pegar a plaquinha do nome dela. E assim a
professora ajuda a criança a reconhecer e sair da fase onde está estimulando pesquisa e
procura para melhor escrever.

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Atribuições do professor de acordo com o Regimento Escolar

Do Corpo Docente

Art. 16 – Integram o corpo docente das Unidades Escolares todos os Professores em


exercício nas mesmas.

Art. 17 – Os docentes têm as seguintes atribuições/competências:

I. Participar da elaboração do Projeto Político Pedagógico e ministrar os dias letivos e


horas aula estabelecidos cumprindo o Calendário Escolar além, de participar integralmente
dos períodos dedicados ao planejamento, a avaliação e ao desenvolvimento profissional,
incluídas as horas de trabalho individual (HTIP) e coletivo (HTCP) bem como execução das
atividades escolares;

II. Comparecer ao local de trabalho com assiduidade e pontualidade, executando suas


tarefas com eficiência, zelo e presteza, registrando devidamente sua frequência de acordo
com as especificidades exigidas pela Prefeitura Municipal;

III. Considerar os princípios psicopedagógicos, a realidade socioeconômica da clientela


escolar e as diretrizes da política educacional na escolha e utilização de materiais,
procedimentos didáticos e instrumentos de avaliação do processo de ensino-aprendizagem;

IV. Elaborar Plano de Ação Individualizado, com estratégias para os alunos que não
atingiram as habilidades mínimas esperadas para o ano e para os EPAEEs;

V. Executar e manter atualizados todos os registros escolares e os relativos às suas


atividades específicas e fornecer informações conforme as normas estabelecidas;

VI. Respeitar o aluno como sujeito do processo educativo e comprometer-se com a eficácia
de seu aprendizado, valorizando a experiência extraescolar dos alunos, respeitando os
saberes dos educandos;

VII. Observar todas as normas e procedimentos de sua função, conforme legislação em


vigor;

VIII. Dominar as áreas específicas do conhecimento, proporcionando aos alunos,


oportunidades de construírem o seu conhecimento, a partir da sua interação com seus pares,
com os profissionais da escola e com o ambiente que os rodeia, garantindo o desenvolvimento
das competências e habilidades cognitivas, sociais e afetivas;

IX. Proporcionar condições para o desenvolvimento de habilidades, atitudes e valores do


educando;

X. Preparar aulas, efetuar registros burocráticos e pedagógicos, fornecendo dados e


apresentando relatórios de suas atividades de acordo com as diretrizes pedagógicas da SEME
além de utilizar metodologias de ensino que possibilitem abordagens contextualizadas,
desafiadoras e transdisciplinares;

XI. Preencher corretamente e manter atualizada, toda a documentação escolar sob sua
responsabilidade, seguindo todas as orientações emanadas pela SEME;

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XII. Manter o Diário de Classe à disposição e em local determinado pela Equipe Gestora;

XIII. Participar de todos os momentos das HTCPs, HTIPs, Reuniões de Pais, Conselhos de
Ensino/Aprendizagem, Conselho de Escola e APM e demais atividades que fortaleçam a
parceria família-escola-comunidade, além das ações de formação continuada que visem o seu
aperfeiçoamento profissional e melhoria da qualidade do ensino;

XIV. Considerar os resultados obtidos nos processos internos e externos de avaliação com
vistas à consecução das metas coletivamente estabelecidas;

XV. Assegurar que todos os educandos sejam atendidos em suas necessidades globais,
auxiliando-os nas atividades, buscando o desenvolvimento da autonomia;

XVI. Elaborar e aplicar diversos mecanismos de avaliação para verificação dos resultados
alcançados, por meio dos instrumentos que compõem o sistema de avaliação do município,
assegurando o acompanhamento contínuo e individual de cada aluno e implementando as
intervenções pedagógicas necessárias;

XVII. Organizar e utilizar adequadamente os ambientes de aprendizagem, os equipamentos,


materiais pedagógicos e os recursos tecnológicos disponíveis;

XVIII. Planejar situações de aprendizagem desafiadoras, considerando o nível de


conhecimento real dos alunos;

XIX. Observar constantemente o educando, procurando identificar as necessidades e


carências de ordem social, psicológica, material ou de saúde que possam interferir no seu
desenvolvimento, indicando seu encaminhamento aos serviços especializados;

XX. Incentivar o engajamento dos alunos e da escola em projetos ou ações de relevância


social;

XXI. Planejar e elaborar atividades durante o período de HTIP;

XXII. Ter eficiente gestão da sala de aula, criando ambientes propícios para aprendizagem e
relações interpessoais;

XXIII. Participar de atividades cívicas, culturais e educacionais promovidas pela Unidade


Escolar;

XXIV. Zelar pelo bom nome da Unidade Escolar dentro e fora dela;

XXV. Acolher, respeitar, planejar, aplicar, acompanhar e avaliar atividades diferenciadas para
os Estudantes Público Alvo da Educação Especial – EPAEEs;

XXVI. Cumprir seu horário de trabalho, bem como todas as convocações para atividades
constantes no Calendário Escolar, comunicando à Direção da escola, com antecedência,
qualquer ausência;

XXVII. Apresentar-se para o trabalho com trajes adequados, que permitam o pleno
desenvolvimento de suas funções;

XXVIII. Utilizar vocabulário adequado no trato e atitudes respeitosas para com a


comunidade escolar, funcionários e alunos;
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XXIX. Ter postura ética, não se envolvendo em situações que promovam qualquer tipo de
intriga no ambiente escolar;

XXX. Informar a Equipe Gestora quanto a situação de ausências prolongadas dos alunos;

XXXI. Solicitar sempre que necessário o encaminhamento dos alunos para os serviços
especializados disponíveis;

XXXII. Usar a tecnologia como mecanismo para promover a aprendizagem;

XXXIII. Propiciar ações de protagonismo do aluno, estimular a educação


empreendedora e zelar para que a sala de aula seja um espaço de oportunidade para todos;

XXXIV. Ter assegurada a oportunidade de frequentar cursos de formação, atualização e


aperfeiçoamento profissional.

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Direitos de aprendizagem na Educação Infantil

• Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando


diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à
cultura e às diferenças entre as pessoas.
• Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes
parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais,
seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais,
corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
• Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da
escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida
cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes,
desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se
posicionando.
• Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções,
transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora
dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a
escrita, a ciência e a tecnologia.
• Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções,
sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de
diferentes linguagens.
• Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem
positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados,
interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto
familiar e comunitário.

Professor, pensar e conscientizar-se que para atuar e trabalhar na Educação Infantil estes
direitos devem estar fixados num lugar visível no seu cotidiano, pois ele faz parte de um
aprendizado VIVO = VIVÊNCIAS e não caracterizado por atividades estereotipadas e sem
significado, usando folhinhas fora do contexto, e sim fazer uso da concepção trabalhada em
nossa REDE MUNICIPAL (Concepção de Aprendizagem SOCIOINTERACIONISTA).

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Metodologia da Rede Municipal

SOCIOINTERACIONISTA

Nesta concepção a criança não é um ser passivo que apenas vê e ouve


a realidade e a registra. Esta, por sua vez, não é estática, não é algo
pronto e acabado, é construída no encontro entre sujeitos humanos e
o mundo em que vive. Portanto, é feita na interação (ação entre) que
é mediada pela linguagem. A concepção sociointeracionista vê na
linguagem a pedra angular do desenvolvimento humano, já que é ela
a responsável pela ligação entre o mundo sociocultural e os processos
mentais dos indivíduos.

Na Rede Municipal a Educação Infantil segue como linha mestra os projetos de trabalho
baseados em Fernando Hernández e Montserrat Ventura. Através desta concepção, a
metodologia prima por uma postura pedagógica em que as práticas planejadas pelos adultos
consideram as vivências das crianças tornando o processo educativo mais dinâmico,
respondendo assim a alguns dos desafios propostos ao desdobramento didático para as
crianças pequenas como o direito de se expressar, de participar da tomada de decisões no
decorrer dos encaminhamentos, o direito de explorar o mundo e o conhecimento, entre outros
direitos. Exatamente por isso os projetos em sua essência precisam dialogar com a realidade
das crianças partindo do conhecimento que elas têm sobre o tema e daquilo que elas desejam
conhecer sobre esse mesmo assunto. Segundo Hernández (1998, p.13): “todas as coisas
podem ser ensinadas por meio de projetos, basta que se tenha uma dúvida inicial e que se
comece a pesquisar e buscar evidências sobre o assunto”. Daí a necessidade de se registrar
com as crianças:
O que sabemos sobre o tema? O que queremos saber? Como vamos compartilhar o que
aprendemos? Ou seja: Qual será nosso produto final?
Seguir esse passo a passo é um processo importante na construção do projeto, pois trata da
etapa do levantamento das dúvidas, através e após essa etapa o professor poderá delinear
os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento e os campos de experiência que serão
contemplados e dará início para que, junto com os alunos, busque as respostas a estas
perguntas. Vale ressaltar que um projeto dificilmente dará conta de abranger todos os campos
de experiências previstos na BNCC e tampouco conseguirá contemplar todos os objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento nele definidos. Assim é preciso ter claro em mente que as
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crianças para terem seus direitos de aprendizagem garantidos precisam ter outros momentos
de vivências e de experiências propiciados pelo professor, como atividades em grupos, jogos
e brincadeiras de faz de conta, experiências com terra, água, manipulação de tintas, massas
de modelar, atividades individuais, sequências didáticas que favoreçam a tomada de decisão,
seminários e várias outras atividades que independem das elencadas no projeto. Cabe ao
professor preparar e reconhecer em seu plano de ensino quais procedimentos são os mais
adequados para esta ou aquela situação de aprendizagem.
Em um trabalho por Projetos é importante frisar que:
1. Os projetos configuram-se como uma concepção de trabalho que visa organizar a turma
em torno de metas previamente definidas por crianças e professores.
2. O envolvimento e a participação das crianças em todas as etapas do processo são inerentes
a esse tipo de concepção.
3. Há que se considerar de fundamental importância, nesse processo, o papel do professor
que, tendo clareza dos seus objetivos, torna-se o mediador intencional da turma na
apropriação do conhecimento fornecendo os elementos necessários para que seja possível a
ambos compartilhar prazerosamente do trabalho pedagógico.
4. Os projetos surgem na teia das relações que se estabelecem entre as crianças, delas com
o professor e de ambos com o conhecimento na sala de aula.
5. O “para quê” das atividades desenvolvidas fica muito evidenciado, na medida em que existe
uma motivação efetiva e afetiva com o que está sendo realizado, origina-se daí o sentido real
do trabalho para as crianças.
6. Em decorrência dessa ligação afetiva com o novo conhecimento, a criança mostra-se
disposta a explorar todas as possíveis relações e interconexões desse com a sua experiência
prévia, composta pelos conhecimentos prévios da cultura, somados às suas experiências de
vida. É o que torna significativas essas aprendizagens.
No trabalho com projetos cabe:
Ao professor:
➢ Priorizar os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento a
serem trabalhados com o grupo.
➢ Analisar os possíveis caminhos que levam a prática do projeto.
➢ Problematizar as questões e contribuir para organizar o trabalho, buscando a
participação de todas as crianças nas definições de responsabilidades, tomadas de decisão e
sobretudo, no desenvolvimento de todas as etapas.

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➢ Intervir adequadamente, tendo em vista seus objetivos como mediador entre a criança
e o conhecimento.

Às crianças:

➢ Opinar e decidir sobre o que querem saber sobre o tema, como e para que irão
desenvolvê-lo.
➢ Propor, discutir e decidir com o professor as atividades e a forma de desenvolvê-las.
➢ Organizar, conjuntamente com o professor, o tempo e o espaço para o desenvolvimento
das atividades do projeto.
➢ Envolver-se na execução de todas as atividades do projeto.

Após esse planejamento, o professor irá trabalhar as ações propostas e as formas para a sua
realização. Em seguida, o projeto será desenvolvido com as crianças.

CRIANÇA não precisa de supervisão, precisa de ACOMPANHAMENTO e


ESCUTA.

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Conhecendo a importância da emoção na aprendizagem

87% DO DIA
USAMOS O
SISTEMA
LÍMBICO

EMOÇÃO

O sistema límbico é uma rede neuronal que permeia a emoção e motivação, ao mesmo
tempo que desempenha um papel na aprendizagem e na memória. A extensa rede
neuronal é vital para inúmeras funções psicológicas básicas e desempenha um papel
inestimável no processamento e resposta a estímulos ambientais.
Você sabia que 87% do dia e das nossas escolhas estão ligadas ao sistema límbico?
Aprendem mais através do vínculo, afeto, sensações e emoções, os professores da
educação infantil têm que fazer uso desta informação e conhecimento para promover o
processo de ensino - aprendizagem.

A Influência das Emoções


As emoções são uma parte fundamental da experiência humana e têm uma forte influência
na maneira como pensamos e agimos. Elas são geradas por uma complexa interação de
vários sistemas cerebrais sendo essenciais para a nossa sobrevivência e bem-estar. As

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emoções ajudam-nos a avaliar as situações, a tomar decisões rápidas e a orientar as
nossas respostas. Estudos demonstram que nossas emoções impactam de forma
significativa os processos cognitivos, incluindo atenção, memória, tomada de
decisão, entre outros. Além disso, padrões de atividade cerebral associados a emoções
específicas foram identificados, fornecendo uma compreensão mais profunda de como
sentimentos de felicidade, tristeza, raiva e medo emergem no cérebro. Compreender a
influência das emoções no cérebro é crucial para nosso autoconhecimento, bem-estar e
saúde mental. A regulação emocional, que é a capacidade de gerir e responder às nossas
emoções de uma maneira adequada, é uma habilidade vital que pode ser fortalecida com
a compreensão das bases neurais das emoções. O sistema límbico desempenha um papel
fundamental nessa regulação de emoções e comportamentos. Formado por várias
estruturas cerebrais, incluindo a amígdala, este sistema é responsável pela experiência e
expressão de emoções, consolidação da memória e a manutenção da homeostasia basal
do corpo (A homeostase é a capacidade dos organismos de manterem seu meio interno
em certa estabilidade).

Processos de Aprendizagem – Como o Cérebro Aprende:


A aprendizagem pode ser entendida como uma mudança relativamente permanente no
comportamento ou no potencial comportamental, que ocorre como resultado da
experiência. No nível neuronal, a aprendizagem é representada por alterações nas
sinapses, as conexões entre os neurônios. Este processo inicia-se com a aquisição de
novas informações, seguida pela consolidação, que é o processo de estabilizar uma
memória após a sua aquisição inicial. Posteriormente, a memória formada é armazenada
e, quando necessário, pode ser recuperada.

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Acolhimento nos 1º dias de aula

Primeiramente é importante distinguir o que é adaptação e acolhimento:


Adaptação: movimento de aceitar a rotina, fazendo ajustes e acomodação, cada criança tem
tempos diferentes de se adaptar ao ambiente escolar.
Acolhimento: oferecer e obter refúgio, proteção ou conforto físico, fazer a criança se sentir
bem; é mais integral e afetivo; sugere empatia, envolvimento, sentir-se amado e protegido.
As crianças precisam confiar nas pessoas e, esse aprendizado se dá durante toda a vida, mas
é durante a infância que essas bases são construídas. Confiar no professor é uma ação
compreendida durante o momento de acolhimento.

“Não basta liderar a turma, é preciso conquistar a confiança dela”.

Quando o professor se apresenta para a turma, ele está passando diferentes leituras para
cada uma das crianças, pois cada uma já traz consigo sua história e tem um modo de enxergar
o mundo.
Acolher é um processo que leva tempo, pois é preciso escutar, buscar compreender o outro
para que esse processo aconteça da melhor maneira possível.
O acolhimento nos primeiros dias de aula na educação infantil desempenha um papel
fundamental no desenvolvimento das crianças e no estabelecimento de uma base sólida para
o seu processo educativo. A importância do acolhimento pode ser vista em diversos aspectos:
Segurança emocional: O ambiente escolar é muitas vezes a primeira experiência
significativa de separação das crianças de seus pais ou cuidadores. Um acolhimento caloroso
e receptivo ajuda as crianças a se sentirem seguras, confortáveis e confiantes em sua nova
escola, o que é essencial para seu bem-estar emocional.
Construção de vínculos: O acolhimento promove a criação de vínculos entre as crianças e
os adultos que as cuidam e ensinam. Esses vínculos são cruciais para o desenvolvimento
emocional e social das crianças, pois lhes dão a oportunidade de aprender a confiar em outros
adultos além de seus pais.
Adaptação gradual: A transição da vida familiar para a escolar pode ser desafiadora para as
crianças. O acolhimento nos primeiros dias de aula ajuda a suavizar essa transição, permitindo
que as crianças se adaptem gradualmente ao ambiente escolar, às regras e à rotina.
Estímulo ao aprendizado: Quando as crianças se sentem bem acolhidas e seguras, estão
mais propensas a se envolver ativamente nas atividades de aprendizado. Um ambiente
acolhedor e positivo pode estimular a curiosidade e a vontade de aprender.
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Desenvolvimento social e emocional: A educação infantil não se trata apenas de adquirir
conhecimento acadêmico, mas também de desenvolver habilidades sociais e emocionais. O
acolhimento ajuda as crianças a desenvolverem empatia, habilidades de comunicação,
resolução de conflitos e autocontrole.
Inclusão e diversidade: Um ambiente de acolhimento valoriza a diversidade e a inclusão.
Isso ajuda as crianças a aprenderem desde cedo a respeitar e valorizar as diferenças entre si
e os outros, promovendo uma sociedade mais inclusiva no futuro.
Participação dos pais: O acolhimento também envolve os pais e responsáveis,
proporcionando-lhes informações sobre a escola, seu funcionamento e a importância da
educação infantil. Isso facilita a parceria entre família e escola, o que é crucial para o sucesso
educacional das crianças.
É difícil padronizar um processo, mas algumas dicas podem ajudar:
✓ Estar de coração aberto para receber a criança;
✓ Ouvir usando os ouvidos, os olhos e a intuição.
✓ Se fazer conhecer, contar fatos que “humanize” o professor.
✓ A conversa nesse momento não precisa ser somente sobre regras.
✓ Criar contextos em percursos e brincadeiras para observar a turma.
✓ Acolher o choro, pois ele é uma forma de expressão e linguagem.
✓ Colo e acalanto são fundamentais.
✓ Explorar o ambiente.
✓ Deixar a criança ficar com o objeto transicional (naninha, chupeta, pelúcia, entre
outros).
✓ Falar a verdade é sempre importante.
✓ Ficar atento aos sentimentos das crianças, pois muitas vezes elas têm medo de ficar
para sempre na escola, quer ficar com a mãe, entre outros.

Acolher é o ano todo


Pois, depois de alguns dias bem, ela “retrocede”, pois, as novidades acabam e as regras
começam.

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Currículo Brincante

O currículo brincante é uma maneira que encontramos de sugerir brincadeiras que podem ser
realizadas durante todo o ano, garantindo assim, não somente o livre brincar, mas também o
brincar com intencionalidade.
Abaixo uma série de brincadeiras que podem ser realizadas com as crianças fazendo as
adaptações necessárias para cada turma:
1. TRENZINHO
Material: Nenhum. Objetivos: Desenvolver a percepção de como o corpo se movimenta em
determinado espaço e a interação com os colegas. Desenvolvimento: As crianças andam
em duplas, trios ou grupos maiores, uma atrás da outra, com as mãos no ombro do colega
da frente. O trem faz ziguezague pela sala. Para variar, sugira que elas andem de costas,
até encostar-se a outro trenzinho.
2. TERRENO MINADO
Material: Folhas de jornal ou giz. Objetivos: Estimular a coordenação sensório-motora, a
atenção, a disciplina e a estruturação espacial. Desenvolvimento: Colar folhas de jornal no
chão da sala ou desenhar quadrados com o giz. As crianças, seguindo o educador, devem
saltitar entre os quadrados. A um sinal do educador, todos devem parar. Os que estiverem
pisando nos quadrados saem da brincadeira. Como são pequenos, podem brincar sem
sair, começando de novo. Sugestão: Esta atividade pode ser realizada ao som de música
animada.
3. ATRAVESSAR O RIO
Material: Duas cordas. Objetivos: Desenvolver a praxia ampla. Desenvolvimento: Colocar
as cordas paralelas no chão, quase juntas. Contar uma pequena história de uma criança
que quer atravessar o “rio”, mas ele é fundo. Então, ela tem que pular por cima e convidar
as outras crianças para também “atravessar o rio”. Aos poucos, o educador deve afastar
as cordas para aumentar a largura do rio.
4. FALSA AMARELINHA
Material: Cinco bambolês Objetivos: Desenvolver a coordenação motora, o equilíbrio, a
percepção de como o corpo se movimenta em determinado espaço. Desenvolvimento:
Colocar os bambolês no chão como se fosse uma fila. Solicitar que as crianças pulem
dentro de cada bambolê com os dois pés juntos
5. MÃOZINHA ALEGRE
Material: Nenhum. Objetivos: Desenvolver a coordenação motora fina e o conhecimento
do próprio corpo. Desenvolvimento: Deixar as crianças à vontade na sala. Conversar sobre
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as mãos e solicitar que as crianças façam movimentos como: jogar beijos, dar adeus,
movimentar os pulsos como um limpador de para-brisas; girar os pulsos, abrir e fechar as
mãos, agarrar partes do próprio corpo (braço, dedos, coxa, joelho...), agarrar objetos,
separar e aproximar os dedos, como um leque; girar o polegar, girar cada um dos dedos
separadamente; fazer movimentos de pinça, fazer pequenas bolinhas de papel crepom etc.
6. DENTRO, FORA!
Material: Giz. Objetivos: Desenvolver as habilidades de autodomínio, rapidez de reação e
automatização de movimentos. Desenvolvimento: Traça-se no chão um círculo bem
grande, dispondo as crianças ao redor dele. O educador fala “DENTRO” ou “FORA” e todas
as crianças devem obedecer ao comando, pulando com os dois pés juntos. De vez em
quando, o educador repete duas ou três vezes a mesma ordem. As crianças que erram
saem provisoriamente da brincadeira.
7. SEMÁFORO Material: Uma tira de tecido verde e uma tira de tecido vermelho. Objetivos:
Desenvolver a atenção, a concentração e o reflexo rápido. Conhecer o semáforo e seu
funcionamento. Desenvolvimento: Os participantes deverão estar um ao lado do outro,
atrás de uma linha traçada no chão. O educador deverá ficar com as fitas coloridas na mão
(pode ser crepom), a certa distância dos participantes. Quando o educador levantar a tira
verde, todos deverão andar, quando levantar a tira vermelha, ficarão parados. O
participante que errar deve voltar ao início da brincadeira, atrás da linha traçada no chão.
8. CORRIDA DO LIVRO
Material: Giz e livros. Objetivos: Desenvolver a coordenação motora ampla, o equilíbrio e
a orientação espacial. Desenvolvimento: Marcar com giz as linhas de partida e de chegada.
As crianças devem ficar atrás da linha de partida, uma ao lado da outra, com um livro em
cima da cabeça. Ao sinal do educador, as crianças devem caminhar rapidamente sem
deixar o livro cair. Vence quem chegar primeiro, sem derrubar o livro. Sugestão: pode ser
um rolinho de papel higiênico vazio e começar a brincadeira equilibrando nas mãos.
9. APANHADOR DE BATATAS
Material: Jornal e revistas, dois cestos (ou caixas) de boca larga. Objetivos: Desenvolver a
coordenação motora e a discriminação visual. Desenvolvimento: Distribuir folhas de jornal
e revistas com as crianças e solicitar que elas amassem e façam bolinhas (serão as
batatas). Colocar as “batatas” em vários lugares da sala. Dividir as crianças em duas
equipes e colocar dois cestos de cores diferentes em um dos lados da sala, explicando que
cada equipe tem um cesto. Solicitar que as equipes encontrem as “batatas” e

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coloquem no cesto. Vence a equipe que apanhar o maior número de “batatas”.
Observação: pode ser feito com bolinhas plásticas.
10. SEGUINDO A LINHA
Material: Fita adesiva. Objetivos: Desenvolver a coordenação motora ampla, a orientação
espacial e a discriminação visual. Desenvolvimento: Fixar no chão da sala ou do pátio
pedaços de fita adesiva em linha reta ou formando figuras geométricas (quadrado,
triângulo, retângulo). Solicitar que as crianças andem seguindo o contorno das figuras.
Alternar comandos de andar, correr, engatinhar etc.
11. DONA JOANA
Material: Nenhum Objetivos: Desenvolver a coordenação psicomotora e a imitação dos
movimentos. Desenvolvimento: Todos se colocam em semicírculo. O educador começa a
brincadeira dizendo: “Conhecem a Dona Joana? É uma senhora (curiosa, gulosa, nervosa,
que gosta de dançar, pular, brincar etc.). Enumera uma característica de cada vez e a
dramatiza, devendo ser imitado pelas crianças. A brincadeira termina no momento em que
se diz “Dona Joana termina o dia exausta e senta para beber água e descansar”.
12. SERRA, SERRA, SERRADOR
Material: Nenhum. Objetivos: Desenvolver o equilíbrio, o senso rítmico e a interação.
Estimular o contato corporal. Desenvolvimento: Colocar as crianças sentadas, uma de
frente para a outra, com os pés unidos e as mãos dadas. Cantar, cadenciadamente, a
canção infantil “Serra, serra, serrador, serra o papo do vovô, que ele é muito falador...”.
Enquanto cantam, as crianças devem balançar o corpo para frente e para trás.
13. COLOQUE O CHAPÉU
Material: Chapéus feitos de jornal em número igual à metade da quantidade de crianças
participantes. Objetivos: Desenvolver o sentido de orientação e a coordenação sensório-
motora. Desenvolvimento: As crianças estarão dispostas em duas fileiras, frente a frente.
Uma fileira fica sentada e a outra em pé. As crianças em pé seguram um chapéu. Ao sinal
do educador, as crianças que estão com o chapéu, procuram, de olhos fechados, colocá-
lo na cabeça do colega à sua frente. A criança que fica sentada poderá orientar o colega
através de palmas. Nas primeiras vezes, só tentar colocar o chapéu e equilibrá-lo na
cabeça do colega.
14. IMITANDO GESTOS
Material: Nenhum Objetivos: Desenvolver a atenção, a memória, a criatividade, a
imaginação e a percepção visual. Desenvolvimento: Deixar as crianças à vontade na sala
ou no pátio. O educador deverá mostrar vários movimentos e posições por meio de gestos.

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Exemplo: Colocar a mão direita na cabeça e a esquerda na cintura. Em seguida, pedirá às
crianças que o imitem. O educador deve ficar em um ponto da sala onde possa ser visto
por todos.
15. ESTICA E ENCOLHE
Material: Aparelho de som/CD Objetivos: Desenvolver a percepção da própria imagem e
das partes do corpo, a criatividade e noções de ritmo. Desenvolvimento: Ao som de música,
incentive a criança a fazer movimentos de extensão e flexão de mãos, braços, pernas e do
corpo inteiro. Mostre que a mão contraída fica igual a uma bolinha, que o pescoço esticado
lembra o da girafa... Alterne música lenta e agitada e indique como ficam os movimentos
nessas marcações.
16. SEU LOBO
Material: Nenhum. Objetivos: Favorecer o conhecimento do próprio corpo, a imitação e a
interação. Desenvolvimento: Formar uma grande roda com as crianças. No meio do círculo
fica uma criança, que será o Lobo. As crianças da roda cantam duas vezes: “Vamos
passear no bosque enquanto Seu Lobo não vem”. Perguntam: “Está pronto, Seu Lobo?”,
ao que o Lobo responde: “Não, estou tomando banho”. As crianças, então, repetem o
refrão, sempre alternando com uma nova pergunta, que o Lobo deve responder
acompanhada de gestos: “Estou me enxugando, estou vestindo a calça, estou vestindo a
camisa, estou calçando as meias, estou calçando os sapatos, estou colocando os óculos”
etc. Ao último “Está pronto, Seu Lobo?”, ele responde: “Vou buscar a bengala”. É o sinal
para que todas as crianças saiam correndo e o Lobo corra atrás. A criança que for pega
será o próximo lobo.
17. MAMÃE, POSSO IR?
Material: Nenhum. Objetivos: Desenvolver a praxia ampla e fina e adquirir noções de
espaço. Desenvolvimento: As crianças ficam ao longo de uma linha traçada no chão. Uma
é destacada do grupo, colocando-se distante (será a “Mãe”). Inicia o jogo travando-se o
seguinte diálogo: TODOS: _ Mamãe, posso ir? MÃE: _ Sim! TODOS: _ Quantos passos?
MÃE: _ Dois para frente como sapinho ou _ Três para frente como formiguinha ou um para
trás como um gigante... Quem errar a ordem dada volta à linha de partida. O jogo
prossegue com a repetição do diálogo até que alguém alcance a Mãe.
18. CADÊ O GRILO?
Material: Nenhum Objetivos: Desenvolver a coordenação motora e a interação.
Desenvolvimento: O educador pede às crianças que formem uma fila e pergunta: “Cadê o
Grilo?”. O primeiro da fila responde: “Tá lá atrás”. O educador corre para pegar o que está

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atrás na fila, mas este procura não ser pego, colocando-se na frente da fila. A brincadeira
recomeça.
19.TOCA DO COELHO
Material: Giz. Objetivos: Trabalhar o movimento e a expressão corporal, promover
momentos de vivência lúdica e socialização. Desenvolvimento: Traçar riscos de giz no
chão da sala ou do pátio. O número de círculos deve ser igual ao número de crianças.
Cada criança se posiciona dentro de uma “toca”. Juntas, todas cantam o versinho: “Coelho
sai da toca, um, dois, três”. No fim da frase, todos saem de seu círculo e procuram um
novo o mais rápido que conseguirem. Com crianças maiores, a brincadeira acontece com
um círculo a menos que o número de participantes. Elas tiram na sorte quem será a
“raposa”, ou seja, o pegador. O restante da turma deve trocar de “toca” enquanto a “raposa”
tenta capturar o “coelho” que fica sem “toca”.
20. BRINCANDO DE EQUILIBRAR
Material: Folhas de jornal e bolinhas de plástico pequenas. Objetivos: Trabalhar o equilíbrio
estático e dinâmico, o controle do tônico e a interação grupal. Desenvolvimento: Dividir as
crianças em grupos de quatro. Cada quarteto recebe uma folha de jornal e no meio dele é
colocada uma bolinha de plástico. A um sinal do educador, as crianças devem andar em
diferentes posições sem esbarrar umas nas outras e sem deixar cair a bolinha. O quarteto
que ficar mais tempo equilibrando a bolinha vence o desafio.
21. A CASA DO ZÉ
Material: Nenhum. Objetivos: Trabalhar o esquema corporal, a orientação espacial, a
expressão corporal, o ritmo e a memorização. Desenvolvimento: O educador solicita que
as crianças andem livremente pela sala ou pátio. Depois, recita: Para entrar na casa do
Zé... Tem que bater o pé! _ Para entrar na casa do Zé... Tem que bater palmas e o pé! _
Para entrar na casa do Zé... Tem que gargalhar, bater palmas e o pé! As crianças devem
obedecer às ordens. O educador pode criar novos movimentos de acordo com a faixa etária
das crianças.
22. PASSEANDO NO ZOOLÓGICO
Material: Nenhum. Objetivos: Desenvolver a coordenação dinâmica global, o equilíbrio e a
expressão corporal. Desenvolvimento: No pátio, desenvolva uma atividade em que as
crianças entrem em um mundo de fantasia, como se estivessem em um zoológico. Diga
nomes de animais para as crianças imitarem corporalmente, de acordo com o que se
lembram deles. Explique a elas que só devem utilizar o corpo como forma de expressão,
sem emitir sons. Animais sugeridos: sapo, jacaré, macaco, cobra, pássaro etc.

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23. MARIA FUMAÇA
Material: Nenhum Objetivos: Desenvolver a coordenação motora ampla e práticas de
respiração. Desenvolvimento: As crianças formam uma fila indiana, representando um
trem. Andam conforme os comandos do educador e fazem ruídos de trem, começando
lentamente (trem saindo da estação) e, progressivamente, indo mais rápido, correndo,
fazendo curvas etc. Ao chegar à estação, alguns passageiros saltam, outros embarcam e
o trem volta a iniciar a marcha, a correr etc. O educador deve orientar as crianças a
inspirarem e expirarem profundamente durante a atividade.
24. CARACOL
Material: Giz ou tinta. Objetivos: Desenvolver a praxia ampla e o equilíbrio.
Desenvolvimento: Desenhar no chão da sala ou pátio um grande caracol. Formar fila com
as crianças. Cada uma delas deve andar em cima do caracol, no sentido ida e volta. O
educador deve orientar a criança para andar em ritmos diferentes (lento/rápido).
25. MARCHA SOLDADO
Material: Jornais e fita adesiva. Objetivos: Desenvolver a coordenação motora, a memória
musical e o ritmo. Desenvolvimento: Faça chapéus com folhas de jornal e entregue às
crianças. Saia em desfile pela sala ou pátio, cantando e marchando em ritmo lento ou
acelerado, cantando “Marcha soldado, cabeça de papel...”.
26. BATATA QUENTE
Material: Bola de meia ou de plástico Objetivos: Desenvolver a coordenação visomotora e
a atenção. Desenvolvimento: Formar um círculo com as crianças. O educador deve ficar
no centro com uma bola das mãos e iniciar a atividade dizendo bem alto: “Batata quente!”
e jogando a bola para uma criança. A criança que receber a bola deve jogá-la
imediatamente para outro participante, até que todos tenham a oportunidade de pegar e
lançar a “batata”. Reinicia-se o jogo com outro participante no meio do círculo.
27. MORTO, VIVO
Material: Nenhum Objetivos: Desenvolver a coordenação motora, o equilíbrio e a
observação. Desenvolvimento: Coloque as crianças no pátio. Explique as regras do jogo:
Quando ouvirem a palavra MORTO devem agachar e quando ouvirem a palavra VIVO
devem ficar em pé. Elogie o desempenho das crianças. Sugestão: acrescentar pipoca e
panela de pressão.
28. DANÇA DAS CADEIRAS
Material: cadeiras, músicas. Objetivos: Desenvolver a coordenação motora ampla, a
orientação espacial, a discriminação auditiva e a atenção. Desenvolvimento: Colocar, lado

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a lado, tantas cadeiras quantos forem os participantes, menos uma, formando duas
colunas de cadeiras, uma de costas para a outra. Os participantes ficam enfileirados, em
volta das cadeiras. O educador coloca uma música e todos andam ao redor das cadeiras
e bem perto delas. De repente, o educador para a música e cada participante deve sentar
na cadeira mais próxima. Aquele que ficar em pé será eliminado. Retira-se uma cadeira a
cada rodada e o jogo recomeça. Vence o participante que conseguir sentar até a última
rodada, quando restar apenas uma cadeira. Adaptação: sentar onde está o seu nome,
fazer a posição com o corpo igual a imagem que está colada na cadeira.
29. ESTÁTUA
Material: Nenhum. Objetivos: Contribuir para a qualidade das experiências motoras e
posturais da criança. Desenvolvimento: Ao som de música animada, dançar com as
crianças fazendo vários movimentos. Ao sinal de “Estátua!”, as crianças devem ficar
paradas, promovendo a manutenção do tônus muscular durante algum tempo. Recomeçar
a brincadeira.
30. BOLA DE JORNAL
Material: Jornais e fita adesiva. Objetivos: Movimentar o corpo e interagir de maneira lúdica
com o educador e os colegas Desenvolvimento: Com a ajuda das crianças, amasse folhas
de jornal e faça uma bola, passando fita adesiva. Brinque livremente com a bola e sugira
os seguintes movimentos: Lançar, bater palmas e pegar, jogar ao chão e pegar, lançar o
mais longe possível, equilibrar a bola em diferentes partes do corpo, lançar para o colega
devolver com as mãos, lançar para o colega devolver com os pés.
31. A SOPA ESTÁ PRONTA
Material: Um gorro de cozinheiro Objetivos: Desenvolver a coordenação motora ampla, a
atenção e a linguagem oral. Desenvolvimento: Colocar as crianças em círculo. Uma criança
é sorteada para ser o cozinheiro. Recebe o gorro e caminha em volta do grupo escolhendo
crianças para representarem vários ingredientes: macarrão, arroz, temperos, água etc. O
“cozinheiro” vai para o centro da roda e começa a chamar os “ingredientes”, que devem
pular rapidamente para o centro. A criança que não for rápido para a “panela” sai
temporariamente da brincadeira. Quando todas as crianças forem chamadas, o
“cozinheiro” deve gritar: “A sopa está pronta!”. A brincadeira recomeça com a escolha de
outra criança para ser o “cozinheiro”.
32.CARREGAR E DESCARREGAR
Material: Baldinhos, areia (ou água). Objetivos: Desenvolver o controle psicomotor e
estimular o jogo simbólico. Desenvolvimento: Entregar um baldinho a cada criança.

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Solicitar que elas carreguem os baldinhos com areia (usando as próprias mãos ou
pazinhas) e transportem o material para um ponto demarcado. Também podem ser
transportados água, bolinhas de papel, brinquedos etc.
33. A DANÇA DO BALÃO
Material: Balões resistentes (inflados) e música. Objetivos: Desenvolver a coordenação de
movimentos, estimular a interação e a cooperação. Desenvolvimento: As crianças formam
duplas. Cada dupla é separada por um balão. A música começa e as crianças deverão
dançar sem que o balão caia ou estoure.
34. PASSANDO A BOLA
Material: Bola de plástico. Objetivos: Desenvolver a coordenação motora ampla e a
orientação espacial. Desenvolvimento: Formar uma fila. Sugerir que as crianças passem a
bola do primeiro ao último participante (por cima da cabeça, por entre as pernas, pelo lado
etc.)
35. ARRANJE UM PAR
Material: Nenhum Objetivos: Desenvolver a coordenação motora ampla e a atenção.
Desenvolvimento: Formar pares, de mãos dadas, com exceção de uma criança, que fica
sozinha. Correr aos pares e, a um sinal combinado (palmas, apito), largar as mãos e
procurar outro par. A criança sozinha deve aproveitar para arranjar um par. Recomeçar a
brincadeira.
36. ABRIR E FECHAR
Material: Nenhum. Objetivos: Desenvolver a coordenação psicomotora através da imitação
de gestos e movimentos e noções de opostos. Desenvolvimento: As crianças formam uma
roda, com o educador no centro. O educador propõe que as crianças tentem descobrir o
que podem abrir e fechar em seus corpos (olhos, boca, mãos, dedos, pernas, braços). O
educador realiza o gesto e solicita que as crianças o imitem, alternando a velocidade dos
movimentos.
37. PRESO AO BALÃO
Material: Balões inflados, barbante, música. Objetivos: Desenvolver a coordenação
psicomotora, estimular a socialização e o respeito ao próximo. Desenvolvimento: Cada
criança leva um balão inflado amarrado ao tornozelo por um barbante. Ao compasso da
música, todos dançam aos pares, sem tocar nos balões dos outros pares, evitando que
eles pisem nos seus.
38. BANHO SEM ÁGUA

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Material: Folhas de papel. Objetivos: Familiarizar-se com a imagem do próprio corpo,
adquirir noções de higiene, desenvolver a motricidade fina. Desenvolvimento: Entregar
uma folha de papel às crianças e solicitar que elas a amassem, formando uma bola. Fazer
de conta que a bola é um sabonete e dramatizar um banho, lavando todo o corpo: cabeça,
pescoço, ombro, embaixo dos braços, peito, bar - riga, umbigo, costas, nádegas, pernas,
pés. Tirar todo o “sabonete” do corpo. Abrir o “sabonete” fazendo com que vire uma toalha.
Secar todas as partes do corpo. Pendurar a “toalha” e pentear os cabelos.
39. CORRIDA DE OBSTÁCULOS
Material: Colchonetes, mesas, bancos, cordas, túneis, rampas etc. Objetivos: Desenvolver
a coordenação motora, noções de espaço, lateralidade, equilíbrio, deslocamento, esquema
corporal, ritmo e atenção. Desenvolvimento: Espalhe pelo ambiente alguns obstáculos.
Proponha às crianças diferentes movimentos: rolar nos colchonetes com braços e pernas
esticadas, para frente e para trás; engatinhar embaixo das mesas ou de uma corda
amarrada a baixa altura, andar de frente e de costas em cima dos bancos, saltarpara frente
e para trás, percorrer o túnel etc.
40. BOLHAS DE SABÃO
Misture duas colheres de sopa de detergente em um copo de água. Mexa bem e com um
canudinho assopre. Quanto mais devagar a criança assoprar, maior ficará a bolha.
41.CORRE-COTIA
Os participantes devem sentar em uma roda e um participante fica de pé, com um lenço
na mão. Enquanto todos cantam a canção: Corre cutia na casa da tia? O participante dá
voltas por trás dos que estão sentados. No fim da música, ele coloca o lencinho atrás de
alguém, que deve sair correndo atrás do primeiro. Ou o pegador pega o fugitivo ou o fugitivo
se senta no lugar dele, o que vai transformar o pegador no próximo a dar voltas com o
lencinho.
42. ARRANCA RABO
O grupo é dividido em dois, os integrantes de um dos times penduram um pedaço de fita
na parte de trás da calça ou bermuda, eles serão fugitivos. Ao sinal do mestre, os fugitivos
correm tentando impedir que as crianças do time adversário peguem suas fitas, quando
todos os rabos forem arrancados, as equipes trocam os papéis, quem era pegador vira
fugitivo.
43. COBRINHA
Dois participantes seguram nas extremidades da corda e começam a fazer movimentos
com ela. Enquanto isso, os demais participantes deverão ultrapassar a corda sem tocar

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nela. Se não conseguir, é eliminado. Quando todos já tiverem passado, deverão passar
para o outro lado. E por aí vai até chegarmos a um campeão.

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Metas a serem atingidas no Maternal III, Infantil II e III

Maternal III:
Pensando num melhor desenvolvimento do trabalho com as crianças, algumas metas
foram estabelecidas para serem alcançadas ao final do ano letivo. Para o maternal III serão
descritas de acordo com cada campo de experiência. Ao final do ano as crianças deverão:
“O eu, o outro e o nós”
• Ter desenvolvido a autonomia e a socialização.
“Traços, sons, cores e formas”
• Ter explorado diferentes materiais, reconhecendo neles as cores primárias e
secundárias, as formas geométricas (quadrado, círculo, triângulo e retângulo), além
de conseguir esboçar o desenho de uma figura humana (de acordo com a sua faixa
etária).
“Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”
• Ter explorado ativamente o ambiente e ter desenvolvido noções temporais (como
antes, depois, hoje, ontem, etc), noções de quantidades e grandezas (como:
muito/pouco, cheio/vazio, leve/pesado, etc.)
“Corpo, gestos e movimentos”
• Ter desenvolvido habilidades motoras amplas (como correr, pular, rolar, etc.) e finas
(como segurar num lápis – pinça), além de conhecer as partes do corpo e ter noções
espaciais (como: orientação, direção, proximidade, lateralidade, etc.).
“Escuta, fala, pensamento e imaginação”
• Ter aprendido a se comunicar de maneira clara os seus desejos e sentimentos e
também a identificar seu nome e algumas letras (como as dos amigos, por exemplo).

Infantil II:
“O eu, o outro e o nós”
• Autonomia para pequenas demandas – cuidar da mochila, pedir para ir ao
banheiro etc;
• Autoconhecimento – seus próprios gostos;
• Construção de relações afetivas e vínculos com os amigos do grupo e
professora;
• Respeito mútuo – iniciar o saber esperar e ouvir o outro;

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• Conhecer tradições culturais;
• Interagir com seus pares e adultos – sabendo expor pequenas ideias;
• Senso de autocuidado – iniciar o cuidado com sua própria higiene – limpar nariz,
lavar as mãos etc.
• Construir modo próprio de agir e pensar;
“Traços, sons, cores e formas”
• Fase do desenho – aproximar-se da fase pré esquemática;
• Iniciar contato com várias linguagens artísticas e culturais;
• Iniciar suas autorias no trabalho com sons, traços, gestos, danças e músicas;
• Ter tido contato com diversos materiais de manipulação;
• Iniciar o senso estético e crítico;
• Ter alguma noção da realidade que a cerca;
• Exercitar a sensibilidade e a criatividade;
• Ter expressão pessoal;
• Conhecer repertórios artísticos;
• Participar de brincadeiras com o próprio corpo;
• Conhecer produções artísticas;
• Manifestar desejo e habilidade por algumas destas áreas: pintura, modelagem,
colagem, fotografia, música, teatro e dança.

“Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”


• Ter noções básicas de localização – rua, bairro, cidade;
• Ter noções básicas de tempo – dia, noite, ontem, hoje e amanhã;
• Iniciar conhecimentos e pesquisas sobre seu próprio corpo, fenômenos
atmosféricos, animais, plantas, transformações da natureza;
• Ter noções de parentesco e noção sociais entre as pessoas que conhece;
• Iniciar conhecimentos matemáticos contagem, ordenação, relações entre
quantidades, dimensões, medidas, comparação de pesos e de comprimentos,
avaliação de distâncias, reconhecimento de formas geométricas, conhecimento
de numerais;
• Realizar quantificação em situações de brincadeiras, em jogos e no faz de conta
entre 10 e 15;
• Realizar contagem oral acompanhando o calendário até 30/31;

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• Ter noções de longe, perto, frente, atrás;
• Ter participação na resolução das situações- problemas;

“Corpo, gestos e movimentos”


• Possuir noções do seu corpo no espaço explorado;
• Apresentar movimentos impulsivos ou intencionais e coordenados ou espontâneos;
• Brincar e produzir conhecimentos sobre si e sobre o outro;
• Expressar-se no entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem;
• Conhecer e reconhecer as sensações e funções de seu corpo;
• Identificar suas potencialidades e seus limites;
• Representar o cotidiano e o mundo da fantasia;

“Escuta, fala, pensamento e imaginação”


• Utilizar a linguagem oral e escrita para expressar-se;
• Realizar escrita espontânea;
• Escrever seu nome com autonomia sem o apoio;
• Sabe escolher e folhear livros reconhecendo escritas;
• Recontar histórias curtas;
• Fase da escrita – aproximando -se da escrita silábica com valor;
• Conhecer o alfabeto e sua função social;

Infantil III:
“O eu, o outro e o nós”
• Autonomia com os afazeres, materiais escolares e situações de pesquisas;
• Autoconhecimento – seus próprios gostos;
• Construção de relações afetivas e vínculos com os amigos do grupo e professora e
demais funcionários da escola;
• Respeito mútuo – saber escutar e participar cordialmente de decisões;
• Conhecer tradições culturais e saber argumentar sobre elas;
• Interagir com seus pares e adultos sempre apresentando suas ideias e argumentos;
• Ter consolidado o senso de autocuidado;
• Construir modo próprio de agir e pensar;

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“Traços, sons, cores e formas”
• Fase do desenho – aproximar-se da fase esquemática;
• Ter contato com várias linguagens artísticas e culturais e identificar algumas;
• Ter suas autorias no trabalho com sons, traços, gestos, danças e músicas;
• Conhecer e saber usar diversos materiais de manipulação;
• Ter seu senso estético e crítico diante as atividades;
• Ter noção da realidade que a cerca;
• Exercitar a sensibilidade e a criatividade colocando-a em prática;
• Ter expressão pessoal;
• Conhecer repertórios artísticos e saber argumentar sobre eles;
• Participar de brincadeiras com o próprio corpo;
• Conhecer produções artísticas, sempre querendo ampliar, apresentando
curiosidade;
• Manifestar desejo e habilidade por algumas destas áreas: pintura, modelagem,
colagem, fotografia, música, teatro e dança.

“Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”


• Ter noções básicas de localização – rua, bairro, cidade;
• Ter noções básicas de tempo – dia, noite, ontem, hoje e amanhã;
• Ter conhecimentos e pesquisas sobre seu próprio corpo, fenômenos atmosféricos,
animais, plantas, transformações da natureza;
• Ter noções de parentesco e noção sociais entre as pessoas que conhece;
• Ter noção sobre conhecimentos matemáticos contagem, ordenação, relações entre
quantidades, dimensões, medidas, comparação de pesos e de comprimentos,
avaliação de distâncias, reconhecimento de formas geométricas, conhecimento de
numerais;
• Realizar quantificação em situações de brincadeiras, em jogos e no faz de conta
entre 10 e 20;
• Realizar contagem oral entre 30 e 50;
• Ter noções de longe, perto, frente, atrás;
• Ter participação na resolução das situações- problemas de maneira ativa;

“Corpo, gestos e movimentos”

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• Possuir noções do seu corpo no espaço explorado;
• Apresentar movimentos impulsivos ou intencionais e coordenados ou espontâneos;
• Brincar e produzir conhecimentos sobre si e sobre o outro;
• Expressar-se no entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem;
• Conhecer e reconhecer as sensações e funções de seu corpo;
• Identificar suas potencialidades e seus limites;
• Representar o cotidiano e o mundo da fantasia;

“Escuta, fala, pensamento e imaginação”


• Utilizar com clareza a linguagem oral e escrita para expressar-se;
• Realizar escrita espontânea em diversos momentos, inclusive como função social;
• Escrever seu nome e sobrenome com autonomia sem o apoio;
• Sabe escolher e folhear livros reconhecendo escritas e gêneros textuais;
• Reconta histórias;
• Fase da escrita – silábica com valor;
• Conhecer o alfabeto e sua função social;
• Utilizar cartazes e outros suportes para realizar escritas;

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Orientações

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Desenvolvimento das crianças de 3 anos

O desenvolvimento de uma criança de 3 anos é uma fase crucial e emocionante, marcada por
um rápido crescimento em várias áreas do desenvolvimento. Aqui estão algumas das
principais áreas de desenvolvimento em crianças de 3 anos:
Desenvolvimento Cognitivo:
Pensamento simbólico: A criança começa a desenvolver a capacidade de representar objetos
e situações mentalmente, o que permite a brincadeira imaginativa.
Linguagem: O vocabulário e a capacidade de expressão melhoram consideravelmente. A
criança pode formar frases mais complexas e compreender instruções simples.
Resolução de problemas: Elas começam a mostrar habilidades básicas de resolução de
problemas e podem começar a classificar objetos com base em características simples, como
forma ou cor.
Curiosidade: A criança mostra interesse em explorar o ambiente e fazer perguntas constantes
para aprender sobre o mundo ao seu redor.
Desenvolvimento Emocional e Afetivo:
Autonomia: Aos 3 anos, as crianças estão começando a buscar mais independência. Elas
podem querer fazer tarefas simples sozinhas, como se vestir, escovar os dentes e comer.
Identidade: A criança está desenvolvendo sua própria identidade e autoconceito. Elas podem
começar a expressar preferências e mostrar autoestima.
Expressão emocional: As emoções tornam-se mais complexas e variadas. Elas podem
expressar alegria, tristeza, raiva e medo de forma mais articulada, embora ainda precisem de
ajuda para entender e lidar com essas emoções.
Desenvolvimento Social:

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Interação com pares: As crianças de 3 anos começam a brincar com outras crianças e a
interagir mais socialmente. A brincadeira paralela (brincar ao lado de outras crianças, mas não
necessariamente juntas) é comum nesta idade.
Compreensão de regras sociais simples: Elas começam a entender regras sociais básicas,
como compartilhar e esperar sua vez, embora possam ter dificuldade em aplicá-las
consistentemente.
Vínculos afetivos: As crianças nessa idade continuam a desenvolver laços emocionais com
seus cuidadores e membros da família, que são fundamentais para seu bem-estar emocional.
Desenvolvimento físico:
Crescimento: As crianças de 3 anos geralmente continuam a crescer, ganhando altura e peso.
Coordenação motora: A coordenação motora fina (movimentos precisos, como agarrar objetos
pequenos) e a coordenação motora grossa (movimentos grandes, como pular, correr e subir)
continuam a se desenvolver.

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Organização didática na Educação Infantil I – Maternal III

A organização do trabalho pedagógico na Educação Infantil deve ser orientada pelo princípio
básico de procurar proporcionar, à criança, o desenvolvimento da autonomia, isto é, a
capacidade de construir as suas próprias regras e meios de ação, que sejam flexíveis e
possam ser negociadas com outras pessoas, sejam eles adultos ou crianças.

Para se organizar o cotidiano das crianças da Educação Infantil se faz necessário antes de
tudo, conhecer o grupo de crianças com os quais se irá trabalhar e consequentemente partir
para o estabelecimento de uma sequência de atividades diárias conforme as necessidades
delas.

O Referencial Curricular Nacional para a Educação (RCNEI) traz orientações sobre como
organizar o trabalho didático com a criança de 0 a 5 anos de idade, para o estabelecimento
da rotina e, explica que:

A rotina representa, também, a estrutura sobre a qual será organizado o


tempo didático, ou seja, o tempo de trabalho educativo realizado com as
crianças. A rotina deve envolver os cuidados, as brincadeiras e as situações
de aprendizagens orientadas. A apresentação de novos conteúdos às
crianças requer sempre as mais diferentes estruturas didáticas, desde
contar uma nova história, propor uma técnica diferente de desenho até
situações mais elaboradas, como, por exemplo, o desenvolvimento de um
projeto, que requer um planejamento cuidadoso com um encadeamento de
ações que visam a desenvolver aprendizagens específicas. Estas estruturas
didáticas contêm múltiplas estratégias que são organizadas em função das
intenções educativas expressas no projeto educativo, constituindo-se em
um instrumento para o planejamento do professor. Podem ser agrupadas
em três grandes modalidades de organização do tempo. São elas:
atividades permanentes, sequência de atividades e projetos de trabalho.
(BRASIL, 1989, p. 54-55, v.1).

Portanto, uma proposta pedagógica para o trabalho com as crianças envolveria a organização
de diferentes atividades com variados materiais e em espaços físicos determinados para cada
grupo de crianças. Com o ambiente organizado a criança procura explorar e descobrir aquilo
que é familiar e o que é novo desconhecido, a criança age num clima de maior estabilidade e
segurança.

38
A organização do espaço e do tempo na Educação Infantil I – Maternal III

O espaço da creche deve transmitir segurança e ao mesmo tempo ser acolhedor e capaz de
desenvolver a autonomia da criança.
Todo espaço deve: ensinar, estimular, intrigar, desafiar e encantar.
Nossas creches tem diferentes espaços: algumas com salas amplas, outras menores,
espaços abertos, outras sem muito espaço, mas, o que acontece em todas é o
compartilhamento de espaços, isto é, as vivências e experiências propostas para as crianças
podem e devem acontecer em TODOS os espaços.
Nas creches, o professor não vai conseguir ter uma sala somente dele onde irá receber as
crianças e organizar sua rotina, por isso, o professor precisa compreender que a criança não
precisa necessariamente de uma mesa com uma cadeirinha para realizar suas atividades, pois
elas estão baseadas nas brincadeiras e interações.
Nesse sentido, o planejamento do professor deve levar em consideração essa organização
para que o trabalho aconteça da melhor maneira possível.
O tempo na creche também deve ser muito bem organizado pois possui uma rotina
diferenciada devido à alimentação, horário de sono e outras particularidades.
Sendo assim, todo o tempo do professor na creche deve estar pautado no cuidar e no educar.
Trocas, acompanhamento no horário da alimentação, idas ao banheiro também fazem parte
da rotina do professor da creche, que pode fazer desses momentos oportunidades de
aprendizagem.

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Atividades permanentes na Educação Infantil I – Maternal III

Atividades permanentes são atividades que devem acontecem com uma frequência constante,
e tem o objetivo de se familiarizar com determinados assuntos e criar hábitos.

Atividades permanentes (que devem acontecer diariamente).


Música de acolhimento:
É importante que a música de acolhida tenha um caráter expressivo de alegria para que as
crianças percebam que irão se divertir enquanto aprendem. A música deve ser cantada com
entusiasmo e acompanhada de grandes sorrisos.
Sugestões de músicas para acolhida:
Olá, como vai? – Marcelo Ressalva
Eu chego na minha escola – Suerlene Santos
Bom dia amiguinho, como vai? – Cancioneiro
popular
Olá! Olá! - Danilo Benício
Lé com lé – Danilo Benício
Boas vindas – Shaun Bencks

Roda da conversa:
É utilizada para a organização do trabalho pedagógico e o desenvolvimento das crianças.
Devem ser organizadas pelo professor após a chegada das crianças, mas podem ocorrer mais
de uma vez no dia, se for necessário. Em um grande círculo todos se sentam inclusive o
professor. É importante que o espaço forneça a possibilidade de visualização uns dos outros.
No início, será muito difícil organizar a roda, pois alguns não sentam, todos querem falar ao
mesmo tempo, não conseguem respeitar a fala do outro. Mas, aos poucos, com a frequência
dessa roda, as crianças vão aprendendo a participar ativamente nessa proposta.

Chamadinha:
É a partir dela que o aluno começa a identificar seu nome e de seus colegas, bem como as
letras encontradas em cada nome. Além disso, a “Chamadinha” estimula a construção de
sentido de grupo, transmite a noção de que todas as crianças são valorizadas e que todos se
preocupam uns com os outros quando alguém falta.

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Quantidades de alunos presentes e ausentes:
É na educação infantil que a criança aprende e desenvolve inúmeras habilidades, que serão
essenciais para o seu desenvolvimento. E o conhecimento dos números e da linguagem
matemática será essencial para toda a sua vida. Afinal, a educação infantil precisa ser
estruturante. É nela que a criança desenvolve habilidades cognitivas que possibilitará que lá
chegue às abstratas. Por isso é importante contar as crianças, quem faltou, quem veio,
quantos são ao todo, etc.

Calendário:
As crianças ainda estão em processo de construção da noção de tempo, por isso é comum
ouvir delas “amanhã eu fui”. Nesse sentido, é importante trabalhar o calendário
dizendo/mostrando o dia (número), o dia da semana, como está o tempo naquele dia, quantos
dias ficarão em casa quando for final de semana ou feriado...essas simples ações contribuem
para que a criança desenvolva esse objetivo de aprendizagem.

Leitura pelo professor:


Primeiramente vamos distinguir o que é ler do que é contar. Ler envolve apresentar a obra
segundo as palavras do autor. Já contar história é improvisar, acrescentar elementos à
narrativa, “brincar” com a história. Ambas propostas devem acontecer com as turmas de
maternal III, porém, a leitura deve ser diária e deve ser apresentado os mais diversos gêneros
textuais, falando quem é o autor, ilustrador e qual é o gênero que vai ser lido, porque escolheu
essa leitura, etc. Já a contação de história deve ser um momento mais lúdico onde podem ser
usados outros materiais para tornar a contação de história mais divertida.

Atividades permanentes (que devem acontecer algumas vezes durante a semana):


Atividades com o nome:
As crianças do maternal III estão entrando em contato com o mundo letrado diariamente e,
identificar seu nome é uma conquista muito grande para ela. No início ela irá identificar através
da foto colada ao lado do crachá, depois a partir da primeira letra do nome (então todos os
nomes com a mesma inicial será o dela), depois talvez a letra final, para depois identificá-la
totalmente. Então, trabalhar brincadeiras para que elas consigam passar por esse processo é
fundamental. Vale lembrar que essas brincadeiras podem se repetir durante o ano. Elas não
precisarão grafar o nome, apenas identificar. Pode ser que algumas, no final do ano até

41
consigam grafar com a ajuda do crachá, porém, não será necessário ensinar/treinar essa
grafia. É importante que no primeiro semestre essas brincadeiras aconteçam pelo menos 3
vezes na semana e depois, quando já estiverem consolidando esse objetivo de aprendizagem
pode diminuir para 02 vezes ou 01 vez, porém aumentando os desafios.

Brincadeira dirigida:
Durante a semana, planeje pelo menos 01 brincadeira dirigida para fazer com as crianças,
sempre com uma intencionalidade pedagógica. Essa brincadeira, com certeza, irá envolver
diversos campos de experiências e desenvolver vários objetivos de aprendizagem. Escolha
um objetivo de aprendizagem para observar e ser seu foco e quando repetir a brincadeira,
poderá ter seu olhar para outro objetivo.

Músicas infantis:
A música deve estar presente no cotidiano da creche pois ela auxilia no desenvolvimento
integral das crianças. Elas também gostam muito de cantar, principalmente se envolver
movimentos e expressões. Por isso, além de cantar músicas do cancioneiro popular, folclórico,
escolha uma música diferente por semana para a presentar às crianças, assim, o repertório
delas estará sempre ampliando.

Atividades com recortes:


A prática do recorte na turma do Maternal III irá desenvolver a motricidade, a noção de espaço,
lateralidade, direção e equilíbrio. Para que essas habilidades sejam desenvolvidas, pelo
menos 1 vez na semana o professor deverá pensar uma alguma prática que irá contribuir para
isso. Vale ressaltar que a tesoura é um recurso que deverá ser usado pelas crianças nessa
faixa etária, porém, antes dela a criança deverá folhear, rasgar, picar massinha, picar folhas
de árvores, manusear pinças/prendedores para melhorar o tônus muscular das mãos para que
possa fazer uso da tesoura. Também, devem fazer movimentos de abre e fecha com os dedos
que serão utilizados para no uso da tesoura. No papel também há de ser livre primeiro e, cada
professor deve avaliar sua turma para ver os desafios que serão acrescentados nesse tipo de
atividade.

Avaliação do dia:
Antes de entregar as crianças para as A.D.I.s, fazer uma retomada do que foi realizado durante
o período para que as crianças lembrem e possam compartilhar depois com a família.
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Algumas observações importantes na Educação Infantil I – Maternal III:

Uso da TV: a TV é uma ferramenta que deve ser usada com intencionalidade e com um
planejamento prévio. Nela você pode colocar pequenos vídeos com contação de histórias,
músicas para as crianças se movimentarem, músicas tranquilas para relaxamento...NÃO deve
ser usada para passar o tempo.

Avaliação de Rede: entendemos que a avaliação na Educação Infantil deve ocorrer através
da documentação pedagógica (que vamos estudar e aprofundar mais agora em 2024), porém,
para termos um panorama geral de como está o desenvolvimento das crianças enquanto rede,
os dados referentes a esse ponto deverão ser obtidos através das questões que estão no
SIAED. Por isso, faz-se necessário cuidado e atenção ao preencher o SIAED para que os
dados sejam os mais próximos do real.

Projeto de sala: o projeto de sala para as turmas do Maternal III deve ser pensado a partir da
metade do mês de março, assim, professores e crianças já estão mais conectados e também
já pode ser observado algo que possa ser do interesse da criança. Vale ressaltar que o projeto
deve partir de alguma curiosidade da criança e não deve servir apenas como tema para o
professor desenvolver seus conteúdos e ser copiado de projetos prontos na internet, como
por exemplo:
◆ Projeto cores.

◆Projeto formas geométricas.

◆Projeto Quem sou eu.

◆Projeto o corpo e os sentidos.


◆ Projeto Borboleta.
Lembrando que os projetos nas turmas do Maternal III não duram muito tempo, pois o
interesse e curiosidade costumam não durar o ano todo, por isso, vamos pensar em pequenos
projetos durante o ano.

Planejamento:
O planejamento não deve ser um documento “para inglês ver” ou ficar guardado na gaveta. É
a partir dele que todo o trabalho do professor será pautado, por isso ele deve estar sempre
em mão para revisto sempre que for necessário.
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Segundo PINHO, planejar as experiências das crianças é fundamental para que as intenções
educativas sejam revertidas em aprendizagem e desenvolvimento. O planejamento nada mais
é do que projetar o que está por vir. No ato de planejar, o professor toma decisões
considerando suas concepções: quem é a criança, como ela aprende, quais competências e
habilidades importantes em cada faixa etária, qual é o papel do professor, qual é o material
mais adequado para determinada situação, quanto tempo é necessário para cada experiência,
como a organização do espaço pode favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem de cada
um e do grupo como um todo.
Também se faz necessário pensar no tempo, espaços, materiais, agrupamentos. É criar
contextos de aprendizagem nos quais elas aprendam sobre si mesmas e sobre o mundo, indo
além daquilo que seu cotidiano, naturalmente, poderia lhes oferecer. Quanto mais clareza o
professor tem de suas intenções educativas, mais tranquilidade e flexibilidade terá para fazer
mudanças no momento da experiência.
Nesse sentido, o planejamento do Maternal III deverá ser organizado por semestre e, durante
o mesmo, ser reorganizado quando necessário.

Semanário:
O semanário também é um documento do professor e para o professor. Nele é previsto o que
e como serão organizadas as atividades para promover as aprendizagens das crianças. Ele
colabora com a preparação dos recursos necessários e também, ajuda a visualizar as
possibilidades e intencionalidades do professor em cada atividade proposta.
Ele é uma ferramenta para o professor refletir sobre sua prática diária. Não é uma tarefa fácil,
exige organização, dedicação, estudo, registro e troca com a coordenadora. O semanário deve
ser planejado sempre com antecedência e, caso necessite, as mudanças podem ser
registradas nele próprio. Ele deverá ser entregue para a coordenadora sempre na quarta-
feira anterior à semana planejada para que ela possa ler e dar uma devolutiva, uma orientação
ou contribuição para o trabalho do professor. Nele deve constar o objetivo de
aprendizagem/expectativa de aprendizagem e a atividade que será realizada. A matriz
curricular deve ser respeitada, mesmo que atividade aconteça em curtos momentos.

Pauta de observação:
A pauta de observação é um instrumento que auxilia coletar dados para apreciar, analisar e
orientar nossa prática. Ela auxiliará na construção de uma documentação pedagógica. Ela não
dever ser encarada como mais um documento a ser preenchido e sim, um documento auxiliar

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e replanejar algumas ações durante o processo de descobertas das crianças. Ela deve ser
escrita 1 vez na semana sobre uma atividade que achou interessante observar. Nesse sentido,
ao final de um mês, teremos 4 pautas e se, observamos umas 3 ou 4 crianças por atividade,
termos observações de toda a turma individualmente. Na pauta deve conter o relato de sua
observação, mas também, falas das crianças.
A pauta não é um relatório, ela só deve conter:
A atividade.
O campo de experiência.
A expectativa/objetivo de aprendizagem.
A (s) pergunta(s).
E as respostas (após a observação)
Abaixo um exemplo:
Atividade: Escultura com massinha
Campo de experiência: traços, sons, cores e formas
Objetivo de aprendizagem/expectativa: EI.3TSCF.10 Conhecer-se por meio de processo
criativo singular a fim de desenvolver, com apoio das proposições e das intervenções
docentes, seus próprios projetos de criação sensível em diferentes linguagens.
Pergunta (s): Ao explorar os alimentos nos diferentes contextos, qual chamou mais a atenção
do aluno? Conseguiu perceber quais características?
Resposta (s): anotar após a observação
Avaliação: Avaliar é uma ação pertinente aos fazeres pedagógicos, que inclui duas tarefas:
• acompanhar o desenvolvimento das crianças.
• acompanhar o trabalho pedagógico realizado.
A BNCC ressalta a importância de observar e registrar a trajetória de aprendizagem e
desenvolvimento de cada criança e do grupo enquanto participam das experiências propostas.
Os registros podem incluir materiais produzidos pelos professores e pelas crianças (relatórios,
desenhos, fotos e textos) e ajudam a mostrar às famílias a história das experiências vividas
pelas crianças ao mesmo tempo em que permitem às crianças revisitar essas experiências.

Documentação Pedagógica: a documentação pedagógica vai muito além de simples


relatórios, fotos e um produto final. É necessário um olhar atento e uma escuta sensível. Ela
é um conceito, um instrumento de reflexão, planejamento e comunicação. “Um modo de fazer,
refletir, projetar, narrar o cotidiano pedagógico” (Fochi, 2019 – pag. 13).

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Ainda estamos engatinhando nesse processo, mas é um recurso que começaremos a fazer
uso junto com um estudo sobre a mesma.

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Orientações pedagógicas e metodológicas para atingir os objetivos de
aprendizagem no Maternal III:

Campo de experiência “O eu, o outro e nós”


Nesse campo, encontramos esses
objetivos de aprendizagem:
• (EI02EO01) Demonstrar
atitudes de cuidado e
solidariedade na interação
com crianças e adultos.
• (EI02EO02) Demonstrar
imagem positiva de si e
confiança em sua capacidade para enfrentar dificuldades e desafios.
• (EI02EO03) Compartilhar os objetos e os espaços com crianças da mesma faixa etária
e adultos.
• (EI02EO04) Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e
fazendo-se compreender.
• (EI02EO05) Perceber que as pessoas têm características físicas diferentes,
respeitando essas diferenças.
• (EI02EO06) Respeitar regras básicas de convívio social nas interações e brincadeiras.
• (EI02EO07) Resolver conflitos nas interações e brincadeiras, com a orientação de um
adulto.
Dentro desses objetivos encontramos alguns objetos de conhecimento como:
• Relações interpessoais/socialização/interação.
• Autonomia.
• Cooperação.
• Comunicação verbal e não verbal.
• Características físicas.
• Regras de convívio social.
Para atender esses objetivos de aprendizagem, sugerimos algumas propostas que levem em
conta:
• A integração e brincadeiras com outras crianças de mesmas ou diferentes faixas etárias
e até mesmo com adultos. (Ex.: jogos e brincadeiras em grupo, organizar uma atividade

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em que outras turmas possam participar – no pátio, por exemplo, cantar uma música,
ouvir uma história etc.).
• Rodas da conversa que possam falar sobre suas experiências (Ex.: usar um objeto de
referência para que a criança entenda que é sua vez de falar, em alguns dias trazer um
tema para a conversa e em outro deixar que falem o que quiserem, uma novidade, uma
curiosidade, um fato, etc.).
• Brincadeiras onde exijam algumas regras bem simples (Ex.: é importante começar com
uma regra, por exemplo, não pode pisar fora da linha, precisa pegar somente a cor
amarela, levar algo de um lugar para o outro, e, aos poucos ir acrescentando outras
regras).
• Brincadeiras livres, com materiais não estruturados e de faz de conta, para que possam
assumir diferentes papéis e desenvolvam sua autonomia e tomada de decisões (Ex.:
explorar muito os cantinhos).
• Momentos que possam demonstrar atitudes de cuidado com o outro e também consigo
mesmo (Ex.: cantinho da higiene, histórias que demonstram carinho e afeto, ter uma
mascote da sala, pedir para a crianças demonstrar carinho por alguém que está
chorando ou que se machucou, etc.).
• A valorização do próprio nome (Ex.: cantar músicas que falem o nome da criança,
confecção e utilização do crachá em diferentes atividades, etc.).
• Brincadeiras cooperativas, onde todas as crianças precisam participar coletivamente
para que dê certo. (Ex.: dança da cadeira sem que ninguém saia, acertar a bola no
buraco de um tecido, história da serpente, etc.).

Campo de experiência “Corpo, gestos e movimentos”


Nesse campo encontramos os seguintes objetivos de
aprendizagem:
• (EI02CG01) Apropriar-se de gestos e
movimentos de sua cultura no cuidado de si e nos
jogos e brincadeiras.
• (EI02CG02) Deslocar seu corpo no espaço,
orientando-se por noções como em frente, atrás, no
alto, embaixo, dentro, fora etc., ao se envolver em brincadeiras e atividades de
diferentes naturezas.

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• (EI02CG03) Explorar formas de deslocamento no espaço (pular, saltar, dançar),
combinando movimentos e seguindo orientações.
• (EI02CG04) Demonstrar progressiva independência no cuidado do seu corpo.
• (EI02CG05) Desenvolver progressivamente as habilidades manuais, adquirindo
controle para desenhar, pintar, rasgar, folhear, entre outros.
Dentro desses objetivos, encontramos alguns objetos de conhecimento como:
• Jogos e brincadeiras da sua cultura.
• Coordenação motora ampla e fina.
• Noções espaciais. (Ex.: dentro/fora, longe/perto, em cima/em baixo, etc.).
• Movimentos corporais.
• Identificação e nomeação de partes do corpo.
• Órgãos dos sentidos.
• Expressões corporais.
• Higiene pessoal e autocuidado.
• Alimentação e saúde.
E, para atender esses objetivos de aprendizagem, sugerimos algumas propostas que
levem e conta:
• A oportunidade de conhecer a diversidade cultural por meio de músicas, danças e
brincadeiras (Ex.: ampliar o repertório buscando músicas e brincadeiras de
qualidade como Palavra Cantada, Estevão Marques, Shaun Bancks, Candinópolis,
Formiga Balão, Bandinha encantar, entre outros).
• Propostas com circuitos, desafios, obstáculos, deslocamento nos espaços, seguir
orientações verbais e visuais simples para explorarem os espaços (Ex.: usar os
próprios matérias e espaços disponíveis na unidade, variando conforme a
intencionalidade – passar por baixo da cadeira, andar em cima do banco, pular,
andar em cima da linha, passar o bambolê, brincadeiras como o mestre mandou,
caixa dos movimentos, ginástica, relaxamento, etc.).
• Exploração de materiais estruturados e não estruturados (pensar também na
estética, isto é, a organização do material par que chame a atenção das crianças e
possam proporcionar muita investigação).
• Propostas que envolvam habilidades manuais, manipulando massinha, argila, papel
alumínio, lã, canudos, argolas, transvazar água com diferentes suportes etc. (Não

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esqueçam que a primeira exploração sempre deve ser livre, para conhecerem os
materiais).
• Vivências e brincadeiras na qual as crianças sejam encorajadas para assumir
pequenas responsabilidades, cooperação.
• Desenvolver os hábitos de higiene.

Campo de experiência “Traços, sons, cores e formas”

Nesse campo de experiência encontramos os


seguintes objetivos de aprendizagem:
• (EI02TS01) Criar sons com materiais, objetos
e instrumentos musicais, para acompanhar
diversos ritmos de música.
• (EI02TS02) Utilizar materiais variados com
possibilidades de manipulação (argila, massa de
modelar), explorando cores, texturas, superfícies, planos, formas e volumes ao criar
objetos tridimensionais.
• (EI02TS02.1) Identificar e nomear as cores primárias (azul, vermelho e amarelo) e
secundárias (verde, laranja e roxo/violeta) em situações de vivências diversas como
em brincadeiras, experimentação, manipulação, etc.
• (EI02TS03) Utilizar diferentes fontes sonoras disponíveis no ambiente em
brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias.
• (EI02TS03.1) Utilizar a linguagem gráfica do desenho para expressar noção de
esquema corporal (corpo humano).
• (EI02TS03.2) Identificar e nomear as figuras planas (círculo, quadrado, retângulo e
triângulo) relacionando-as a objetos familiares de seu cotidiano através da
observação, comparação e exploração em situações de brincadeiras, etc.
Dentro desses objetivos de aprendizagem, encontramos os seguintes objetos de
conhecimento:
• Expressão musical.
• Produção de músicas com diferentes objetos.
• Texturas (Ex.: áspero, liso, macio, etc.).
• Cores primárias e secundárias.
• Propriedades dos objetos.
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• Apreciação artística.
• Percepção de diferentes sons.
• Cantigas populares.
• Obras de artes e seus autores.
• Formas geométricas planas (quadrado, triângulo, círculo e quadrado).
• Esquema corporal.

E, para atender esses objetivos de aprendizagem, sugerimos algumas propostas que


levem e conta:
• Exploração de brincadeiras com instrumentos musicais e brinquedos sonoros. (Ex.:
ouvir sons da natureza, animais, ruídos sonoros.
• Conhecimento de outros estilos musicais e de diferentes culturas. (Ex.: músicas de
acalanto, folclóricas, eruditas, clássicas, instrumentais, clássicos da música
brasileira, etc).
• Explorar sons produzidos por instrumentos confeccionados por eles ou pelo
professor, pelo próprio corpo e por diferentes objetos. (Ex.: chocalhos, molhos de
chaves, guizos, apitos, reco-reco, etc).
• Manipulação de diferentes materiais e o uso deles em diferentes suportes. (Ex.:
desenhos, pinturas com tintas industrializadas, com tintas naturais, sementes,
elementos naturais, melecas,etc.).
• Práticas de manifestações artísticas. (Ex.: criação espontânea de manifestações
artísticas explorando não só tinta, mas, argila, papel alumínio, gelatinas, gelos,
barros, areia, palitos, etc.).
• Apreciação de diferentes obras de artes e de diferentes autores, culturas e suas
próprias produções.
• Identificação de formas geométricas no ambiente do cotidiano (Ex.: brincar com as
formas no pátio, criação de obras com as formas, desenhos com interferências
tendo as formas como referência, histórias com as formas, etc.).

Campo de experiência “Escuta, fala pensamento e imaginação”


Nesse campo de experiência encontramos os seguintes objetivos de aprendizagem:
• (EI02EF01) Dialogar com crianças e adultos, expressando seus desejos, necessidades,

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sentimentos e opiniões.
• (EI02EF02) Identificar e criar diferentes
sons e reconhecer rimas e aliterações em
cantigas de roda e textos poéticos.
• (EI02EF03) Demonstrar interesse e
atenção ao ouvir a leitura de histórias e outros
textos, diferenciando escrita de ilustrações, e
acompanhando, com orientação do adulto-
leitor, a direção da leitura (de cima para baixo, da esquerda para a direita).
• (EI02EF04) Formular e responder perguntas sobre fatos da história narrada,
identificando cenários, personagens e principais acontecimentos.
• (EI02EF05) Relatar experiências e fatos acontecidos, histórias ouvidas, filmes ou peças
teatrais assistidos etc.
• (EI02EF06) Criar e contar histórias oralmente, com base em imagens ou temas
sugeridos.
• (EI02EF07) Manusear diferentes portadores textuais, demonstrando reconhecer seus
usos sociais.
• (EI02EF08) Manipular textos e participar de situações de escuta para ampliar seu
contato com diferentes gêneros textuais (parlendas, histórias de aventura, tirinhas,
cartazes de sala, cardápios, notícias etc.).
• (EI02EF09) Manusear diferentes instrumentos e suportes de escrita para desenhar,
traçar letras e outros sinais gráficos.
• (EI02EF09.1) Reconhecer seu próprio nome em situações diversas de função social
significativa como em listas, crachás, bilhetes, materiais escolares e outros portadores,
através de brincadeiras, músicas, jogos, faz de conta e outras possibilidades lúdicas.
Dentro desses objetivos de aprendizagem, encontramos os seguintes objetos de
conhecimento:
• Linguagem oral.
• Expressões verbais e não verbais.
• Identificação do nome.
• Diversidade de gêneros textuais.
• Literatura infantil.
• Linguagem escrita espontânea.

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• Criação e contação de histórias.
• Função social da escrita.
E, para atender esses objetivos de aprendizagem, sugerimos algumas propostas que levem e
conta:
• A expressão oral da criança (Ex.: roda da conversa, momentos de conversas informais
entre as crianças, transmissão de recados para outras pessoas que trabalham na
unidade, etc.).
• Situações de leitura na qual a criança leia sem saber ler. (Ex.: roda da leitura, cantinho
da leitura, sacolinha da leitura, momentos em que o professor realize leitura
acompanhando com o dedo, entre outras).
• Brincadeiras na qual possam identificar seu nome (Ex.: dança da cadeira com nome,
pescaria do nome, cantigas que envolvam o nome e que tenham que identificar quando
o nome é falado, comparação entre os nomes, bingos, etc.).
• Momentos em que a criança possa ouvir diferentes tipos de textos.
• A participação de atividades onde o professor é o escriba. (Ex.: confecção de cartazes
com os nomes, regras, textos de memória, listas, etc.).
• Vivências e experiências que possam usar a escrita espontânea em brincadeiras de
faz-de-conta (Ex.: brincar de médico e escrever a receita, ou anotar pedidos numa
pizzaria de faz-de-conta – observação: não irá sair escritas convencionais e muitas
vezes nem letras, mas estão entendendo o uso social da escrita.)
• Momentos em que a criança poderá ouvir histórias, criar a sua própria história, explorar
assuntos relativos à história, etc.

Campo de experiência “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”


Nesse campo de experiência encontramos
os seguintes objetivos de aprendizagem:
• (EI02ET01) Explorar e descrever
semelhanças e diferenças entre as
características e propriedades dos objetos
(textura, massa, tamanho).
• (EI02ET02) Observar, relatar e
descrever incidentes do cotidiano e fenômenos naturais (luz solar, vento, chuva etc.).
• (EI02ET03) Compartilhar com outras crianças, situações de cuidado de plantas e
animais nos espaços da instituição e fora dela.
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• (EI02ET04) Identificar relações espaciais (dentro e fora, em cima, embaixo, acima,
abaixo, entre e do lado) e temporais (antes, durante e depois).
• (EI02ET05) Classificar objetos, considerando determinado atributo (tamanho, peso,
cor, forma etc.).
• (EI02ET06) Utilizar conceitos básicos de tempo (agora, antes, durante, depois, ontem,
hoje, amanhã, lento, rápido, depressa, devagar).
• (EI02ET07) Contar oralmente objetos, pessoas, livros etc., em contextos diversos.
• (EI02ET07.1) Consolidar a contagem oral de objetos, pessoas, livros em contextos
diversos, com autonomia até o dez (10).
• (EI02ET08) Registrar com números a quantidade de crianças (meninas e meninos,
presentes e ausentes) e a quantidade de objetos da mesma natureza (bonecas, bolas,
livros etc.).
• (EI02ET08.1) Quantificar objetos da mesma natureza (bonecas, bolas, livros,
brinquedos, pessoas, etc.) até o cinco (05) através de situações de brincadeiras, em
jogos, no faz de conta, etc.
Dentro desses objetivos de aprendizagem, encontramos os seguintes objetos de
conhecimento:
• Características físicas, propriedades e classificação dos objetos (cor, forma, tamanho,
etc.).
• Noções de texturas (áspero, macio e liso), noções de peso (leve e pesado), noções de
consistência (duro e mole), noções de volume (cheio e vazio), noções espaciais
(dentro/fora, em cima/embaixo, perto/longe, etc.).
• Noções de tempo (dia e noite, hoje e amanhã, agora, antes, depois, etc.), fenômenos
da natureza (sol, chuva, luz, sombra, vento, preservação do meio ambiente).
• Seres vivos (flora, fauna e sua preservação).
• Contagem e quantificação.
• Resoluções de problemas do dia-a-dia.
• Escrita espontânea de números.
E, para atender esses objetivos de aprendizagem, sugerimos algumas propostas que levem e
conta:
• Participação em brincadeiras que possam explorar materiais estruturados e não
estruturados, elementos da natureza e para que possam perceber suas características
e compará-las. (Ex.: caixa surpresa, separar objetos de acordo com suas

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características, desenhar ou pintar em diferentes suportes de texturas – lixa, camurça,
laminado, microondulado, papelão, etc.).
• A observação de fenômenos naturais, experiências. (Ex.: sentir o vento, roda da
conversa sobre o que fazemos durante o dia e a noite, experiências com água,
brincadeiras com lanternas, sentir a chuva, brincadeira de boia e afunda, receitas
culinárias, imitação dos animais, etc.).
• Situações que possam compreender a importância dos seres vivos e os cuidados que
temos que ter com o meio ambiente. (Ex.: ter contato com pequenos animais e insetos,
organizar uma mini horta, vídeos e roda da conversa sobre o tema meio ambiente,
experiências com flores, brincadeiras com elementos da natureza, etc.).
• Exploração dos diferentes espaços da escola desafiando seu deslocamento. (Ex.:
brincadeiras de deslocamento com comandos falados pelo professor, estafetas,
músicas com movimentos, andar em ritmos diferentes, etc.).
• Situações de contagem no cotidiano, relações de quantidades, contato com diferentes
suportes onde encontram números. (Ex.: calendários, gráficos, contagem de alunos
para determinada situação, pesquisas, cantigas e parlendas que envolvam a contagem,
agrupamentos, entre outras).
• Momentos em que possam classificar objetos pelas suas características (Ex.:
atividades em que a criança possa separar, organizar, classificar seguindo alguns
critérios, brincadeiras com as formas geométricas, jogo de memória, pareamento,
construção com blocos, blocos lógicos, etc.).

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56
Desenvolvimento das crianças de 4 e 5 anos

Rebecca – Infantil III

O comportamento infantil entre 4 e 5 anos de idade é cheio de novidades, cenas de comédia,


um pouco de drama e muita, mas muita descoberta. Principalmente durante esses dois anos,
os pais começam a perceber que seus filhos já não são mais aqueles bebezinhos inofensivos
e indefesos. Agora, são crianças em formação de personalidade, preferências e jeitos de
pensar.

O comportamento infantil aos 4 anos


Durante esta idade, as crianças atingem a fase da afirmação. São momentos em que a criança
vai desafiar todos os limites das mais diferentes formas. O importante é verbalizar, conversar
com a criança, expor os fatos, porém, deixando claro que sua palavra tem um peso de
responsabilidade sobre ele. Energia que não acaba mais. Aos quatro anos, as crianças são
cheias de energia. Elas conseguem realizar múltiplas tarefas ao mesmo tempo, e isso abre
novas perspectivas para elas, que vão começar a esbanjar energia para fazer coisas
simultâneas, como correr e falar. Não se assuste com essa energia toda. Isso não é um traço
significativo de problemas, como hiperatividade. Tudo isso é normal da idade, sendo resultado
de um contínuo desafio que elas fazem às suas capacidades. Ao atingir os quatro anos de
idade, as crianças começam a falar muito. Algumas já iniciam este processo antes mesmo dos
quatro anos, mas a maioria “solta a língua” com essa idade. Neste momento eles entram na
fase da esponja, ou seja, vão absorver expressões e vocábulos do dia a dia. Além do aumento
da quantidade de falas, começam a surgir as famosas questões, a fase dos porquês. Isso
ocorre, pois, a criança começa a ampliar a sua percepção e curiosidade sobre o mundo e o
funcionamento das coisas ao seu redor.
O comportamento infantil aos 5 anos

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Aos cinco anos, as crianças iniciam um fechamento de um ciclo de desenvolvimento, neste
caso, o desenvolvimento neuropsicomotor. A partir deste momento, elas ganham ainda mais
controle sobre seus corpos, algo que começam a notar e desafiar aos quatro anos de idade.
A partir dos cinco anos é independente para uma série de tarefas, tais como: se trocar sozinho;
comer sem a ajuda de ninguém (a não ser para cortar alimentos mais duros); se equilibrar
melhor (diminuem aquelas quedas inocentes de criança); pintar com mais prática e
respeitando os contornos. Aos cinco anos, as crianças compreendem quase 10 mil palavras e
entram na fase da alfabetização. É comum que elas tentem sair lendo e identificando letras,
mesmo que ainda não estejam na fase de realmente ler tudo ao redor. Com tanto vocabulário,
a criança de cinco anos já entende qual é o efeito de algumas delas. Ela vai pensar um
pouquinho mais antes de falar, porém, ainda vai carregar a inocência e a falta de malícia.
Noções de tempo começam a surgir.
Se antes os pequenos falavam coisas como “amanhã eu fui na escola com meus amigos”,
agora as coisas começam a ficar mais claras. As crianças começam a ter mais noção de
tempo, inclusive passam a entender mais sobre os conceitos de “manhã, tarde e noite” e
“ontem, hoje e amanhã”. Elas começam a entender de uma forma simplificada, mas um tanto
quanto eficaz, como funciona a passagem do tempo. A mesma coisa funciona com a questão
espacial, ou seja, fatores que englobam direcionamentos como atrás, na frente, em cima e
embaixo. É como se elas desenvolvessem uma visão mais tridimensional e, com isso,
começam a compreender melhor como funcionam as direções no nosso mundo.
Informações corretas
Com essa idade, as crianças já têm bagagem para se orientarem em casos extremos, como
se perder no shopping. Elas já são capazes de gravar informações como nome completo,
endereço, idade e data de nascimento. Além do desenvolvimento envolvendo as informações,
elas se tornam mais proativas e eficazes na execução de algumas demandas, com isso, é
possível contar com a ajuda delas para algumas tarefas domésticas e até para atender o
telefone e transmitir algum recado. É claro que isso muda um pouco de criança para criança,
porém, no geral, elas já se tornam bem mais participativas, inclusive querem contribuir para a
organização da casa e na realização de tarefas.
Imaginação e criatividade
Ainda que as crianças tenham uma imaginação muito fértil (é de se espantar), com essa idade
elas já sabe distinguir bem o que é realidade e o que é fruto da imaginação. Sendo assim, elas
se tornam bem mais difíceis de serem enganadas, portanto, esqueça aquelas desculpas
esfarrapadas ou as histórias fantasiosas para justificar alguma coisa. Agora, o melhor é ser

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sincero(a) e conversar com elas sobre emoções, tristezas e frustrações. Além do sentimento
de posse, as crianças de cinco anos começam a apresentar sentimentos e sensações bem
interessantes e inerentes de nosso crescimento e amadurecimento, tais como: Identificar e
compreender (mesmo que internamente) o que é ciúmes; necessidade de se exibir para os
demais; medo de coisas reais, como ladrões, escuro e a morte; frustrações são sentidas e
externadas.

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Orientações pedagógicas e metodológicas para atingir os objetivos de
aprendizagem do infantil II e III

O EU, O OUTRO E O NÓS


(EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes
sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
(EI03EO02) Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades,
reconhecendo suas conquistas e limitações.
(EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e
cooperação.
(EI03EO04) Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.
(EI03EO05) Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as
características dos outros (crianças e adultos) com os quais convive.
(EI03EO06) Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida.
(EI03EO07) Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas
interações com crianças e adultos.
Dentro desses objetivos encontramos alguns objetos de conhecimento como:
• Interação com os pares;
• Autonomia;
• Socialização;
• Autocuidado;
• Diversidades culturais;
• Identidade;

CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS


(EI03CG01) Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações
e emoções, tanto nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro (faz de
conta), música.
(EI03CG02) Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos,
escuta e reconto de histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.
(EI03CG03) Criar movimentos, gestos, olhares e mímicas em brincadeiras, jogos e atividades
artísticas como dança, teatro (faz de conta) e música.

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(EI03CG04) Adotar hábitos de autocuidado relacionados a higiene, alimentação, conforto e
aparência.
(EI03CG05) Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus
interesses e necessidades em situações diversas.
Dentro desses objetivos encontramos alguns objetos de conhecimento como:
• Consciência corporal;
• Exploração e vivência de mundo;
• Brincar em vários contextos;
• Música;
• Dança;
• Teatro;
• Potencialidades e limites de si próprio;
• Movimentos: rastejar, engatinhar, escorregar, caminhar, saltar, equilibrar etc;

TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS


(EI03TS01) Utilizar sons produzidos por materiais, objetos e instrumentos musicais durante
brincadeiras de faz de conta, encenações, criações musicais, festas.
(EI03TS02) Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e
escultura, criando produções bidimensionais e tridimensionais.
(EI03TS02.1) Identificar, utilizar, manipular, nomear e produzir diversidade de cores, em
especial as primárias e secundárias em situações de brincadeiras, jogos, desenho, pintura,
experiências, vivências, entre outras possibilidades.
(EI03TS03) Reconhecer as qualidades do som (intensidade, duração, altura e timbre),
utilizando-as em suas produções sonoras e ao ouvir músicas e sons.
(EI03TS03.1) Utilizar a linguagem gráfica do desenho para expressar noção de esquema
corporal (corpo humano).
(EI03TS03.2) Identificar e nomear as figuras planas (círculo, quadrado, retângulo, triângulo) e
espaciais (cone, cilindro, esfera e blocos retangulares) relacionando-as a objetos familiares de
seu cotidiano através da observação, comparação, exploração e manipulação das
propriedades geométricas em situações de brincadeiras, etc.
Dentro desses objetivos encontramos alguns objetos de conhecimento como:
• Manifestações artísticas, culturais e científicas;
• Experiências com vivências artísticas como: pintura, modelagem, colagem,
fotografia e etc;
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• Manipulação de diversos materiais;
• Sons, traços, gestos, danças, mímicas, encenações, canções, desenhos, modelagens
etc;
• Senso estético e crítico;
• Produções de própria autoria;
• Sensibilidade;
• Criatividade;
• Ampliação de repertório;

ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO


(EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da
linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de
expressão.
(EI03EF01.1) Reconhecer e escrever seu próprio nome em situações diversas de função
social significativa como em listas, crachás, bilhetes, atividades, materiais escolares e outros
portadores de contexto relevante.
(EI03EF02) Inventar brincadeiras cantadas, poemas e canções, criando rimas, aliterações e
ritmos.
(EI03EF03) Escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas e ilustrações e
tentando identificar palavras conhecidas.
(EI03EF04) Recontar histórias ouvidas e planejar coletivamente roteiros de vídeos e de
encenações, definindo os contextos, os personagens, a estrutura da história.
(EI03EF05) Recontar histórias ouvidas para produção de reconto escrito, tendo o professor
como escriba.
(EI03EF06) Produzir suas próprias histórias orais e escritas (escrita espontânea), em
situações com função social significativa.
(EI03EF07) Levantar hipóteses sobre gêneros textuais veiculados em portadores conhecidos,
recorrendo a estratégias de observação gráfica e/ou de leitura.
(EI03EF08) Selecionar livros e textos de gêneros conhecidos para a leitura de um adulto e/ou
para sua própria leitura (partindo de seu repertório sobre esses textos, como a recuperação
pela memória, pela leitura das ilustrações etc.)
(EI03EF09) Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de
palavras e textos, por meio de escrita espontânea.

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(EI03EF09.1) Realizar registros de palavras e textos, por meio de escrita espontânea
aproximando-se da escrita silábica com valor, através de brincadeiras, no faz de conta e em
outras situações de vivência, experimentação, entre outras possibilidades lúdicas.

Dentro desses objetivos encontramos alguns objetos de conhecimento como:


• Linguagem oral;
• Linguagem escrita;
• Ampliação de vocabulário;
• Gêneros textuais;
• Portadores de textos;
• Hipóteses de escrita;
• Manipulação de livros;
• Alfabeto;

ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES


(EI03ET01) Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas
propriedades.
(EI03ET01.1) Estabelecer relações de semelhanças e diferenças entre os objetos observando
suas propriedades utilizando corretamente o vocabulário matemático: igual, diferente, maior,
menor, mais grosso, mais fino, juntar, separar, dividir, etc. em situações de brincadeiras, jogos,
faz de conta, entre outras possibilidades.
(EI03ET01.2) Localizar pessoas e objetos no espaço em relação a sua própria posição
utilizando vocabulário matemático: em cima, embaixo, antes, depois, entre, acima, abaixo, à
direita, a esquerda através de brincadeiras, jogos, faz de conta, entre outras possibilidades.
(EI03ET01.3) Comunicar ideias matemáticas, hipóteses, processos utilizados e resultados
encontrados em situações-problemas relativas a quantidades, espaço físico e medida,
utilizando a linguagem oral e a linguagem matemática através de vivências, experiências
práticas, registros numéricos e/ou desenhos.
(EI03ET02) Observar e descrever mudanças em diferentes materiais, resultantes de ações
sobre eles, em experimentos envolvendo fenômenos naturais e artificiais.
(EI03ET02.1) Participar de experimentações como: fabricação de brinquedos, receitas de
culinária, plantio de sementes, para que possa investigar, explorar, levantar hipóteses, buscar
respostas, etc.
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(EI03ET03) Identificar e selecionar fontes de informações, para responder a questões sobre a
natureza, seus fenômenos, sua conservação.
(EI03ET03.1) Desenvolver atitudes de respeito pelo meio ambiente e por todos os seres vivos.
(EI03ET03.2) Perceber a importância da fauna e da flora, estabelecendo relações entre o
habitat e as formas de vida que ali existem, valorizando sua importância para a preservação
das espécies e a qualidade da vida humana.
(EI03ET04) Registrar observações, manipulações e medidas, usando múltiplas linguagens
(desenho, registro por números ou escrita espontânea), em diferentes suportes.
(EI03ET04.1) Utilizar instrumentos de medidas padronizados e os não-padronizados em
situações de registro de observações, medidas e manipulações diversas.
(EI03ET05) Classificar objetos e figuras de acordo com suas semelhanças e diferenças.
(EI03ET06) Relatar fatos importantes sobre seu nascimento e desenvolvimento, a história dos
seus familiares e da sua comunidade.
(EI03ET06.1) Conhecer e relatar a história de Salto com ênfase nos aspectos culturais como:
culinária (empada frita, coxinha de jaca, etc.), pontos turísticos, festas típicas como: carnaval
(bonecões da barra), festa italiana, festa nipo, cultura afro, festa do Salto, entre outras.
(EI03ET07) Relacionar números às suas respectivas quantidades e identificar o antes, o
depois e o entre em uma sequência.
(EI03ET07.1) Relacionar os números às suas respectivas quantidades através da contagem
oral e do escrito através de situações de jogos, brincadeiras, faz de conta, etc.
(EI03ET07.2) Quantificar objetos da mesma natureza (bonecas, bolas, livros, brinquedos,
pessoas, etc.) entre 10 e 15 através de situações de brincadeiras, em jogos, no faz de conta,
etc.; e realiza a contagem oral acompanhando o calendário (até 30 ou 31).
(EI03ET07.3) Explicitar noções de tempo: ontem, hoje, amanhã, através do uso do calendário,
datas de nascimento, elaboração de convites, bilhetes, jogos, entre outras possibilidades, etc.
(EI03ET07.4) Identificar o antes, o depois, o entre o acima, o abaixo, à direita e a esquerda
em uma sequência através de situações de jogos, brincadeiras, cantigas, com registro em
desenhos, fotos, etc.; considerando as vivências das crianças.
(EI03ET07.5) Registrar com números (grafia) em situações cotidianas como marcação em
calendário, data de aniversário, quantidade de crianças da turma, quantidade de crianças
ausentes, marcação de pontos em jogos e brincadeiras, quantidade de objetos e outros
elementos em situações da vivência cotidiana das crianças.
(EI03ET08) Expressar medidas (peso, altura etc.), construindo gráficos básicos.

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(EI03ET08.1) Utilizar instrumentos padronizados e não-padronizados para expressar medidas
como peso, altura, etc.

Dentro desses objetivos encontramos alguns objetos de conhecimento como:


➢ Espaços – rua, bairro, cidade etc;
➢ Tempos – dia, noite, hoje, ontem, amanhã;
➢ Mundo físico – seu próprio corpo, fenômenos atmosféricos, animais, plantas,
transformações da natureza;
➢ Conhecimentos matemáticos – contagem, ordenação, relações entre quantidades,
dimensões, medidas, comparação de pesos e de comprimentos, avaliação de distância,
reconhecimento de formas geométricas, numerais;

65
Organização e didática que contempla o Infantil II e III

➢ A rotina na Educação Infantil e seus Espaços;


A rotina escolar na Educação Infantil é fundamental para termos um ambiente tranquilo, pois
a repetição das atividades proporciona segurança e estabilidade aos pequenos. Isso porque
a repetição, ou seja, saber o que vai acontecer no dia ajuda a diminuir a ansiedade dos alunos.
Estabelecer uma rotina não quer dizer “engessar” o ensino, mas organizar o tempo e o espaço.
Assim, é possível aproveitar os benefícios da organização e da repetição de eventos, que
promovem um clima tranquilizador entre as crianças. Portanto, é interessante que os
professores criem hábitos e rituais para que os pequenos se acostumem com o ambiente, e
também reconheçam suas responsabilidades.
A ROTINA:
PROMOVE A SENSAÇÃO DE SEGURANÇA: Os pequenos rituais diários ajudam a criança a
marcar o espaço-tempo. Para que se sinta segura, ela aprecia esses pequenos gestos que se
repetem diariamente, ou todas as semanas, e que lhe proporcionam uma certa constância.
FACILITA AS TRANSIÇÕES: Na escola, os dias são pontuados por atividades que se
repetem, como horário de chegada e saída, recreio ou hora da brincadeira. Esses pequenos
hábitos impedem a criança de se desestabilizar diante de um momento de transição que
poderia provocar sentimentos desagradáveis
CONSTRÓI AUTONOMIA E COMPETÊNCIA: Por meio da construção participativa de uma
rotina, a criança desenvolve sua autonomia, podendo escolher as atividades ou mesmo a
ordem das atividades que realizará, estabelecendo a necessidade da memória para o
cumprimento de sua rotina.
ESTABELECE RITUAIS AO LONGO DO TEMPO:
Seria errado pensar que, à medida que a criança cresce e se torna mais independente, a sua
necessidade por uma rotina estabelecida diminui. Pelo contrário, o ideal é desenvolver cada

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vez mais, e gradativamente, rituais com os alunos. Assim, com o tempo, a atividade deixa de
ser apenas uma obrigação e se torna parte essencial da rotina.
CRIA O SENSO DE COLETIVIDADE: A rotina na educação requer a participação de todos os
elementos da comunidade escolar para que se efetive neste ambiente. Dessa forma, ajuda a
criar um senso de coletividade entre os alunos. Rotina e flexibilidade podem caminhar juntas.

Sugestão de ambientes e momentos para compor a rotina na escola

PARQUE - estimula a saúde física e psicológica auxilia na resolução de problemas; ajuda a


desenvolver habilidades; dá mais autonomia e liberdade para os pequenos; ajuda no
desenvolvimento motor.
TANQUE DE AREIA - é um espaço de relaxamento, que contribui também no processo de
adaptação das crianças de 2 e 3 anos. Para os alunos mais velhos é ainda um espaço onde
podem, de forma prazerosa, criar jogos simbólicos, inventar brincadeiras e exercitar a
concentração.
PROJETO DA SALA - O trabalho por projetos na educação infantil tem o intuito de dar um
sentido criativo à aprendizagem, por meio do despertar da curiosidade, evitando uma
sequência de repetições de informação ou treino corriqueiro.
MATERIAL SESI - O material didático é um produto pedagógico que ajuda o aluno a entender
melhor o conteúdo que está sendo estudado e funciona também como um guia para o
professor.
SALA DE LEITURA - É uma maneira da criança expandir seu repertório imaginativo,
encontrando nos livros verdadeiros amigos. Incentivar a leitura na infância, portanto, tem o
grande poder de mudar vidas e apresentar o mundo, criando uma realidade em que os livros
se tornam mais do que aliados da educação em si.
LANCHE - A sala de aula ou algum outro espaço planejado para o lanche (que pode ganhar
forma de piquenique) transforma-se em um ambiente em que cores, cheiros e sabores
comandam a atividade.
MÚSICA - Além de trazer melhorias para a saúde mental e a coordenação motora, o aumento
da sensibilidade proporcionado pela música também contribui para melhorar as capacidades
de concentração e memorização. Assim, a criança tem maior capacidade de registrar e
identificar os diferentes sons à sua volta.
HISTÓRIA - A contação de histórias na educação infantil desperta a curiosidade, estimula a
imaginação, desenvolve a autonomia e o pensamento, proporciona vivenciar diversas

67
emoções como medo e angústias, ajudando a criança a resolver seus conflitos emocionais
próprios, aliviando sobrecargas emocionais.

ARTE - O professor de Arte é responsável pelo sucesso do processo que ajudará o aluno a
melhorar e desenvolver sua sensibilidade, assim como os saberes teóricos e práticos.
EDUCAÇÃO FÍSICA - Educação Física, principalmente na idade escolar, ajuda no
desenvolvimento de habilidades motoras e no reflexo. Além disso, também melhora a
coordenação e na postura corporal, trazendo benefícios para a saúde.
PLAY TABLE - A Playmove, EdTech brasileira que tem como propósito transformar o ensino
em um processo mais divertido, interativo e estimulante,
RODA DA CONVERSA (ATIVIDADE PERMANENTE) - As rodas de conversa são atividades
de linguagem realizadas de modo permanente na Educação Infantil, com o intuito de
desenvolver a oralidade, a expressão e a interação da criança.
ATIVIDADES DE REGISTRO - é o método mais simples e eficaz para acompanhar e avaliar
o desenvolvimento das crianças. Para realizá-lo, o professor deve observar seus alunos, como
se comportam, aprendem, reagem a novas situações e interagem com as outras pessoas.
BRINCAR - brincar que a criança forma conceitos, seleciona ideias, percepções e se socializa
cada vez mais. O brincar é uma atividade que auxilia na formação, socialização,
desenvolvendo habilidades psicomotoras, sociais, físicas, afetivas, cognitivas e emocionais.
FAZ DE CONTA - promove para a criança um momento único de desenvolvimento, no qual
ela exercita em sua imaginação, a capacidade de planejar, de imaginar situações lúdicas, os
seus conteúdos e as regras existentes em cada situação.
LIÇÃO DE CASA - A tarefa de casa primeiramente é uma oportunidade de fortalecer um elo
entre a família e a escola. É um recurso essencial para promover autonomia, desenvolvimento
do pensamento crítico e responsabilidade. Apesar do elo família-escola é essencial que a
tarefa de casa favoreça a independência da criança, mesmo em companhia de um adulto.
Sugerimos que a tarefa de casa do infantil II, III esteja entrelaçada com o projeto de classe do
professor e/ou com o tema do arranjo do livro do Sesi, assim será algo significativo. As tarefas
tem que fazer parte da experiência da criança, do que eles estão vivenciando em sala de aula.
A tarefa deve ir para casa 1 vez por semana, exemplo: na segunda-feira a criança leva a tarefa
pra casa e tem até quinta-feira para devolver. Aconselhamos que nos finais de semana, a
criança fique livre. Os pais podem e devem ajudar os filhos no que diz respeito à leitura do
enunciado, orientar as pesquisas, sugerir ideias, mas nunca assumir a responsabilidade das
mesmas, fazendo-as no lugar dos filhos. Assim a finalidade da tarefa atingirá seu objetivo

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como ferramenta de promoção da autonomia. É essencial também após a devolução da tarefa
que você professora retomar com o grupo a atividade.

AVALIAÇÃO DO DIA (ATIVIDADE PERMANENTE) - se faz necessária para que os


professores possam refletir e obter informações capazes de favorecer o desenvolvimento das
crianças e ampliação de seus conhecimentos, como também questionar e transformar suas
ações pedagógicas com o objetivo de melhorar o ensino/aprendizagem.
CHAMADINHA (ATIVIDADE PERMANENTE) – A chamada na Educação Infantil é muito
Importante para um trabalho de alfabetização e identidade da criança e dos seus colegas,
torna-se um momento lúdico em que o professor tem como objetivo a aprendizagem, seja ela
de maneira lúdica ou colocada em forma de rotina.
CALENDÁRIO (ATIVIDADE PERMANENTE) - Como trabalhar com calendário na sala de
aula? Uma sugestão é fixar na sala de aula o calendário do mês, para acompanhar com os
alunos o transcorrer do tempo. Se preferir você poderá utilizar um calendário que tenha todos
os meses do ano. Estabeleça uma rotina, todos os dias, inicie a aula dialogando com a turma:
qual dia do mês é hoje? Qual o objetivo de trabalhar o calendário? Reconhecer e relacionar
períodos do dia, dias da semana e meses do ano, utilizando calendário. Produzir a escrita de
uma data, apresentando o dia, o mês e o ano, e indicar o dia da semana de uma data,
consultando calendários.
LEITURA FEITA PELO PROFESSOR (ATIVIDADE PERMANENTE) - Sempre que o
professor lê para a turma, revela as múltiplas possibilidades que os textos oferecem. Essa é
uma das quatro situações didáticas básicas no processo de alfabetização. "As crianças
conhecem narrativas, lugares, personagens e autores e têm a oportunidade de se encantar
com a leitura. O desejo de aprender a ler para decifrar os livros preferidos com autonomia e
descobrir novas histórias aumenta de intensidade"

USO DA TESOURA - Muito além do que a coordenação motora fina, o uso da tesoura
possibilita o desenvolvimento das habilidades de: percepção visual, orientação espacial,
coordenação óculo manual, tonicidade muscular, melhora da escrita e consciência corporal

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além da própria concentração. O uso da tesoura significa um desafio para a criança, uma vez
que ela deve praticar movimentos com as mãos que antes não eram tão frequentes. A

aquisição de novas habilidades faz parte da série de aprendizados e descobertas que os


pequenos devem experimentar ao longo de seu desenvolvimento cognitivo e psicomotor.
A tesoura deverá ser usada pelo menos 2x na semana e precisa ser incorporada como um
instrumento de uso necessário e de fácil acesso, para que as crianças não criem na
imaginação um instrumento de desejo e instigante para fazer uso de maneira indevida.

70
Trabalho com o nome das crianças

Quando a criança entra no mundo das letras, uma das mais importantes conquistas é aprender
a escrever o seu próprio nome. “Nosso nome é nossa identidade. Ao escrever o nome próprio
a criança pensa e aprende muito sobre como a escrita funciona. Quando a criança vê sentido
na palavra escrita, demonstra interesse em aprendê-la. E a palavra mais próxima da criança,
que é parte da sua pessoa, é o seu próprio nome”. Desde pequenas, as crianças têm contato
com a escrita, por exemplo, observando os adultos escrevendo, as placas de trânsito, os
folhetos de supermercado, o cardápio do restaurante, as caixas de brinquedos, as regras das
brincadeiras, os livros de histórias e etc. A partir deste contato com a escrita a criança passa
a ter curiosidade sobre o mundo letrado e uma forma de iniciar este contato é o trabalho com
o nome próprio, que é muito significativo para as crianças, pois percebem que algo é só seu,
que sua identidade é única. Percebem que na escola o seu nome é representado para
identificar os seus pertences, como mochila, lancheira, materiais e etc. E aquele conjunto de
letras faz sentido quando precisam escrevê-lo. O papel do professor é ampliar, de maneira
significativa a inserção das crianças no “mundo” da escrita. E começar pelo nome da criança
faz todo sentido, pois é uma palavra estável, sempre está escrita do mesmo jeito e fica fácil
localizá-lo entre os nomes dos outros amigos, percebendo a diferença das grafias das letras
e dos sons. A escrita do nome próprio é uma das mais importantes conquistas da criança, que
entra no mundo das letras. Para ela, o conjunto de letras que compõem seu nome o representa
e proporciona a percepção de si como um ser social. A partir da escrita de seu nome a criança,
com as intervenções do professor, passa a escrever outras palavras, testa ideias, pensa e
aprende. Aos poucos, se apropriando do sistema de escrita. A escrita do próprio nome é uma
boa situação para trabalharmos com modelo”, diz Ana Teberosky em seu livro Psicopedagogia
da Linguagem Escrita3. Segundo ela, o nome próprio informa a criança sobre as letras, sua
quantidade, variedade, posição e ordem. Além disso, serve de ponto de referência para
confrontar as ideias das crianças com a realidade convencional da escrita. Temos boas razões
para defender este trabalho como base de apoio para a aprendizagem da leitura e da escrita:
Tanto do ponto de vista linguístico como gráfico, o nome próprio de cada criança é um modelo
estável. Nome próprio se refere a um único objeto, com o que se elimina, para a criança, a
ambiguidade na interpretação. Nome próprio tem valor de verdade porque se refere a uma
existência, a um saber compartilhado pelo emissor e pelo receptor (identidade). Do ponto de
vista da função, fica claro que marcar, identificar objetos ou indivíduos faz parte dos

71
intercâmbios sociais da nossa cultura. O nome próprio de uma criança é seu marco de
identificação e, por isso, é tão valorizado por ela. É por esse motivo que este trabalho gera
uma relação de identidade da criança com a escrita. O objetivo maior do trabalho com a escrita
do nome é fazer com que cada um se reconheça como um sujeito importante que possui um
nome que é só seu, além de propiciar um início de alfabetização, afinal de contas estão
aprendendo as letras de seu nome e estabelecendo relações com letras de outros nomes ou
palavras do dia a dia.

O CRACHÁ NÃO DEVE TER SÍMBOLOS OU CORES, FAZER UM CRACHÁ ASSIM É


PRIMEIRA FORMA DE INTERVENÇÃO. A CRIANÇA PRECISA PRESTAR A ATENÇÃO
NO SOM, NA LETRA E NAS REGULARIDADES.

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Hora da história

Denise Guilherme, formadora de professores, explica que ler uma história para os alunos é
uma forma de apresentar a obra conforme sua linguagem original, nas palavras do autor. Já
contar histórias envolve a improvisação, a interação com a turma e a possibilidade de
agregar outros elementos ao enredo. MUITO A CARINHA DA EDUCAÇÃO INFANTIL: Que
história escolher? Essa é a dúvida de muitos professores quando se deparam com o desafio
de ler uma história para sua turma. “Desafio” porque, para muitos, essa atividade de ler para
os alunos nem sempre sai como o esperado: eles não prestam atenção, conversam durante
a leitura, brincam, parecem desinteressados. Resultado: a cada parágrafo lido, é necessário
interromper a leitura para chamar a atenção de um aluno, pedir para que outro sente de volta
em seu lugar, etc. Em primeiro lugar, é forçoso considerar que “ouvir alguém lendo em voz
alta” é algo que se aprende, e a escola é um espaço privilegiado para essa aprendizagem.
Nem sempre as famílias têm condições ou mesmo tempo para ler para as crianças. Assim, é
preciso considerar que essa atividade pode ser novidade para muitas delas, o que requer certo
tempo para que elas construam os comportamentos de ouvinte e também de leitor. Caso seja
sempre os mesmos alunos que se dispersam com mais facilidade, faça um planejamento
especial para eles, que podem sentar do seu lado, ajudar você a virar as páginas do livro, ficar
encarregados de descobrir uma passagem especial da trama, entre outras atividades.

Contação de Histórias:
Um dos primeiros caminhos para transmitir conhecimento às crianças e estimular a
imaginação delas é a contação de histórias. Essa é uma prática interessante de ser usada nas
escolas, principalmente na educação infantil, já que incentiva a criatividade e possibilita
diversas formas de expressão e de interação entre os pequenos. Em sala de aula, é possível
mudar o espaço, contar histórias em círculos e criar um ambiente agradável para os alunos
ficarem confortáveis e atentos ao que é dito. Contar histórias para as crianças também auxilia
no desenvolvimento da escrita, da oralidade e da percepção de símbolos.

Sentimentos x emoções: As crianças podem associar as histórias que leem ou escutam com
situações que elas vivem, o que ajuda no desenvolvimento de formas de lidar com
dificuldades, sentimentos e emoções. Além disso, é um estímulo à memória, já que relembram
experiências que viveram ou que escutaram seus parentes contarem, por exemplo. Com essa

73
prática, as crianças encontram, no momento de leitura, um caminho para criar relações entre
memórias e afetos. Para todas as idades, a leitura enriquece o conhecimento; mas
principalmente durante a educação infantil, uma fase de muitos aprendizados,
desenvolvimento de habilidades, ampliação de vocabulário e estímulos da imaginação.
Quando uma história é contada, a mente começa a imaginar o enredo dela, assim como
acontece com a leitura. Então, desde cedo é importante adotar essa prática para que as
crianças aprendam a ter gosto pela leitura, que incentiva e desenvolve a curiosidade.

Ambiente/seleção de histórias/ tópicos/objetos de apoio: Escolha um espaço físico


adequado; opte por ambientes aconchegantes e tranquilos, como a própria sala de aula. Se
decidir fazer a contação em lugares externos, certifique-se de que não há muito trânsito de
pessoas ou outros elementos que possam causar distração; Uso de lençol, tendas é muito
recomendável; selecione histórias com sentido; tenha sempre em mente quem são os seus
ouvintes na hora de escolher as histórias que vai contar. Considere a faixa etária e os
interesses. Uma dica legal é começar a construir um banco de histórias, mantendo-as em uma
pasta ou livro, para que tenha em mãos várias opções disponíveis para escolher de acordo
com o seu público; memorize os tópicos mais importantes da história; para prender a atenção
da garotada, é essencial que as histórias sejam narradas com fluidez e espontaneidade. Por
isso, não se preocupe em decorá-la por completo. Memorize apenas aquelas partes que
considera importantes e deixe o improviso tomar conta do resto. Para criar imagens na mente
dos pequenos, reforce aquelas palavras interessantes com sua voz e gestos; separe alguns
objetos de apoio; os recursos cenográficos contam muito na contação de histórias, pois
estimulam a fantasia e ajudam a dar vazão aos sentimentos das crianças. Assim, separe
objetos e acessórios diversos e, de preferência, bem coloridos. Livros infantis, fantoches (ou
dedoches) e mesmo materiais de uso cotidiano são excelentes alternativas; use e abuse das
expressões corporais; O corpo e a voz são as ferramentas básicas do contador de histórias.
As expressões faciais e as diferentes vozes dos personagens são os elementos que darão
forma à narrativa, fazendo com que ela adquira sentido para as crianças. Vale lembrar que
para ser um bom narrador, é preciso ser antes um bom leitor. De resto, a prática leva à
perfeição!

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Escrita

“Por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há
uma criança que pensa”. Emília Ferreiro

Proporcionando diversas experiências com a língua, as crianças começam a construir


hipóteses sobre o funcionamento da linguagem, tendo a oportunidade de confrontá-las e
reconstruí-las, num processo constante de aprendizagem. Essas vivências irão garantir que
conhecimentos básicos e necessários sobre a língua sejam adquiridos, os quais se fazem
necessários para que outras aprendizagens mais formais do processo de alfabetização
aconteçam. Uma simples brincadeira de fazer a lista de compras do supermercado, escrever
um bilhete, fazer um cartão ou escrever uma história, ainda que de modo não convencional,
ou seja, com a criança brincando de “escrever do seu jeito”, constituem-se em excelentes
oportunidades para a construção de hipóteses sobre a escrita. Esses são alguns dos fatores
determinantes para que o processo de alfabetização aconteça com sucesso e, por isso, vale
a pena investir desde cedo na educação dos pequenos. Para que a atividade de escrita seja
prazerosa, ela precisa ter significado. Isso implica na proposta de situações em que escrever
se faça necessário, ou seja, é preciso contextualizar a criança no propósito dessa dinâmica.
Deve-se considerar também que quanto mais conhecimentos ela possuir sobre o sistema
alfabético, mais fácil e natural será esse processo. Por exemplo: quando ocorre o
entendimento dos pedaços sonoros das palavras e também nas sílabas, temos uma criança
num estágio bem mais avançado de domínio do código escrito. Isso torna o processo de
aprendizagem de como escrever mais tranquilo. Entretanto, todas as interações anteriores
com a língua são importantes para que a redação seja vista como forma de comunicação, de
registro e de expressão de ideias. O domínio da língua garante a inclusão dessa criança no
mundo letrado e, ao perceber isso, ela encontra maior motivação para aprender a escrever
cada vez com mais competência e autonomia. Dessa forma, ela aprende a escrever, mas,
também, entende a importância da escrita, identificando qual é o propósito de se dedicar a
esse elemento novo em sua vida. A forma mais fácil das crianças compreenderem a natureza
da escrita é através das produções espontâneas. Separe diversos objetos, pode até deixar
que as crianças os escolha (frutas, brinquedos…). Mostre o objeto, peça para que a criança
fale o nome dele e na sequência escreve-o de forma espontânea na folha, quadro ou o que
desejar. É importante deixar a criança livre para escrever, escolher as letras e a ordem de
cada uma. A atividade de escrita espontânea não pode ser dirigida, copiada ou ditada. A
criança tem que usar os conhecimentos prévios. Por exemplo: ela pode fazer bolinhas ao invés
de letras, ou usar as letras do nome. Normalmente, para palavras que consideram grandes e
isso terá relação direta com o tamanho do objeto, ela usará muitas letras e para coisas
pequenas, usará poucas letras. Crianças que já compreendem a relação entre grafema e
fonema (o som e o desenho das letras) podem usar apenas vogais ou consoantes. Na escrita
espontânea não há exigências, ela é uma forma da criança expressar como ela está
compreendendo a escrita. Não dê a palavras para a criança copiar ou soletre as letras. Para
finalizar, incentive a criança ilustrar o que escreveu. A escrita das crianças se constrói em três
grandes períodos, sendo que cada um deles comporta subdivisões: Nível pré-silábico, Nível
silábico e Nível silábico alfabético e alfabético.
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Nível pré-silábico - Neste nível, a criança busca uma diferenciação entre as escritas, sem
preocupação com suas propriedades sonoras. Usa critérios quantitativos (varia a quantidade
de "letras" de uma escrita para outra para obter escritas diferentes) e usa critérios qualitativos
(varia o repertório das letras ou a posição das mesmas sem alterar a quantidade).

Nível silábico - À medida que a criança vai se desenvolvendo e tendo maior contato com a
palavra escrita, através da observação de como o adulto lê e escreve, ela entra em conflito
com a hipótese anterior (relação do tamanho da palavra com o objeto), conseguindo perceber
que a palavra escrita está relacionada com os aspectos sonoros da fala. Começa a separar
oralmente as palavras e procura uma correspondência na grafia. A cada sílaba ela atribui uma
letra. Pode servir qualquer letra ou existir uma associação do som à letra convencional.
A escrita silábica é uma grande conquista da criança e não é transmitida pelo adulto. Nasce
da busca de explicações sobre o sistema de representação. A hipótese anterior não explica
mais a realidade, então a criança busca novas maneiras de explicá-las: a escrita representa o
desenho sonoro do objeto.
Subdivisão: silábico com valor e silábico sem valor

Passagem do nível silábico para o alfabético - A criança vai progressivamente modificando


as suas hipóteses até chegar à escrita alfabética, atribuindo a cada fonema uma letra. Ela
ainda não domina as exceções. Nessa caminhada, existe uma passagem em que ela tem
consciência de que sua escrita necessita ser alterada, ocorrendo-lhe a necessidade de
escrever mais letras do que no nível silábico. Continua escrevendo silabicamente,
acrescentando mais letras no final, aleatoriamente. Algumas crianças parecem regredir ao
pré-silábico porque, percebendo que sua escrita não é satisfatória, uma vez que tem menos
letras do que é previsto, voltam a escrever com muitas letras. No nível silábico a criança
estabelece que as partes sonoras semelhantes entre as palavras se exprimem por letras
semelhantes. Ela começa a escrever alfabeticamente algumas sílabas; para outras,
permanece silábica. A criança abandona a ideia de que a cada sílaba oral corresponde uma
letra, porque constata que é impossível ler o que se escreve silabicamente e ela ainda não
consegue ler o que os alfabéticos escrevem.
Nível alfabético - Neste nível a criança estabelece correspondência entre fonema e grafema.
Ela compreende que a sílaba pode ter uma, duas ou três letras. A princípio, tem dificuldade
na separação das palavras quando escreve um texto. A partir desses pressupostos temos a
alfabetização como um processo vivo e dinâmico de participação e criação da própria criança.

Ela parte da experiência significativa que se transformará em expressão pessoal. A criança


aprenderá a ler e a escrever de maneira natural e criativa. Então, o ato de escrever se
transforma numa aventura que vale a pena ser vivida.

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Abaixo um quadro-resumo dos níveis:

NÍVEL DE PALAVRAS:
ESCRITA CARACTERIZAÇÃO Apontador, caneta,lápis e Giz

Predomínio de rabiscos e pseudo-letras. Desenvolvem


procedimentos para diferenciar escritas.

A R M S MO H A O R U I L N M
A criança escreve ocupando toda a largura da folha ou A M T O X A M H N TS K H U I M H O T I P E
do espaço destinado à escrita. RTCL PM NBO
A T R O C D G P E S IP U T D F F
Pré-silábico

A criança utiliza somente uma letra para repre- sentar a A L F


palavra. C

ALNIAL
A mesma série de letras numa mesma ordem serve
para diferenciar nomes. NIALNIA
LNI
Algumas letras aparecem na mesma ordem e lugar, SAMTAMT
outras letras de forma diferente. Varia a quantidade de
letras para cada palavra. AMTSASAT

Quantidade constante para todas as escritas. Porém, HRUM ASGK ONBJ


usa-se o recurso da diferenciação qualitativa: as letras
mudam ou muda a ordem das letras. CFTV
RAMQNAB
Expressam máxima diferenciação controlada para EAMFGEPF
diferenciar uma escrita de outra. AOSDL

A criança escreve uma letra para representar a sílaba


sem valor

ROMT
Silábico

sem se preocupar com o valor sonoro correspondente.


É comum, nessa fase, a criança começar a realizar ATMOBUDAQA
correspondências sonoras, ainda que escrevendo uma AS-PER-HI
letra para cada sílaba. HI
A criança escreve uma letra para cada sílaba,
AOAO-APTDCNT–AEALP–AIS
utilizando letras que correspondem ao som da
Silábico com valor

sílaba; às vezes, ela usa só vogais e, outras IS – G S


vezes, consoantes e vogais.
Quantidade mínima de letras: momento de conflito
cognitivo relacionado à quantidade mí- nima de letras APOTD
(BIS/ISIS), a contradição entre a interpretação silábica GS-IZ
e as escritas alfabéticas que têm sempre mais letras.
APOTADOKNTA
A criança, ora escreve uma letra para represen- tar a
sílaba, ora escreve a sílaba completa. Difi- culdade é L A P S GS
mais visível nas sílabas complexas.
A criança já compreende o sistema de escrita faltando
Alfabético

apenas apropriar-se das convenções or- tográficas; APÃTADOR CANETA LAPIZ GIS
principalmente nas sílabas complexas.

A criança já compreende o sistema de escrita e


APONTADOR CANETA LÁPIS
escreve convencionalmente, preocupando-se com a
GIZ
norma ortográfica.

77
Brincadeiras com palavras

ALFABETO MÓVEL - é um recurso muito utilizado no processo de ECRITA e pode ser feito
com elementos encontrados na natureza (como folhas de árvores ou conchinhas do mar) ou
outros materiais, como papelão, pregadores de varal ou E.V.A. As peças também podem
conter letras repetidas, serem distribuídas em um tabuleiro ou superfície plana e usadas para
caça-palavras.

BANDEJA SENSORIAL - As brincadeiras sensoriais são ótimas para crianças menores, que
estão explorando e reconhecendo o mundo das letras. Para essa brincadeira, você vai precisar
de uma bandeja, folha de papel, um pincel e arroz colorido (mistura de sementes,

areia ou outro material semelhante). Cubra a bandeja com esses grãos e escreva letras no
papel para que a criança possa copiá-las movendo o pincel entre os grãos, desenvolvendo a
coordenação motora. Uma variação possível é esconder um papel dentro da bandeja, com
letras ou palavras escritas, e cobri-las com as sementes para que sejam desvendadas com o
pincel.

78
AMARELINHA - A ideia é a mesma da brincadeira tradicional: jogar a pedrinha e atravessar
aos saltos, entre uma e duas pernas, as casas riscadas de giz (ou feitas de folhas de papel,
dispostas no chão), pulando aquela que estiver marcada pela pedra. A diferença é que os
números são substituídos por letras do alfabeto ou por sílabas prontas.

MODELAGEM DE LETRAS - A coordenação motora, a forma e a prática das letras também


podem ser trabalhadas com brincadeiras que envolvem materiais modeláveis, como
massinha, palitos de sorvete e lã. Experimente escrever em um papel letras em caixa alta e
deixe com que as crianças cubram as letras com um desses materiais.

BOLICHE DE LETRAS - Uma atividade para aproveitar latinhas usadas, garrafas pet, rolos
de papel toalha ou qualquer material que possa ser utilizado como pinos de boliche –
distribuídos lado a lado ou em triângulo, como no jogo tradicional. Você pode colar moldes de
vogais e consoantes em cada um dos pinos e pedir para que as crianças joguem uma bola
para acertar alguma das letras. O objetivo é identificar as letras do pino derrubado, e dizer
uma palavra que inicie com o fonema correspondente.

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CAIXA DE FORMAR PALAVRAS - Para as professoras que gostam do processo de
montagem de jogos e brinquedos, aqui vai uma dica para reaproveitar materiais e explorar
mais um alfabeto móvel.

TWISTER DA LEITURA - O Twister é um jogo bastante popular entre crianças e adultos. Ele
tem a capacidade de mesclar a coordenação das partes do corpo, e pode ser adaptado para
várias finalidades, entre elas, o aprendizado do alfabeto ou a junção de sílabas. Você pode
tanto reciclar um jogo que já tenha em casa ou construí-lo.
A cada jogo, é possível ir desenhando letras diferentes na roleta e no tapete. Assim, ao atender
aos comandos da roleta, posicionando a mão ou o pé nos círculos indicados, a criança ainda
tem o desafio de imaginar palavras com aquela vogal ou consoante. As charadas podem ser
elaboradas conforme a idade dos participantes, mas o objetivo continua sendo o mesmo:
vence quem tem a melhor estratégia de se posicionar no tapete e fica mais tempo no enrosco.

80
PROFESSOR ESCRIBA - Levar o aluno a compreender, construir e refletir sobre o que foi
escrito, incentivando-o a ter gosto pela leitura e escrita, mostrando a importância e a
necessidade da escrita, estabelecendo relações entre o que foi lido e o que é reescrito é de
suma importância. Ler e escrever na educação infantil é possível. Vivemos num mundo
grafocêntrico (que está centrado na imagem gráfica ou escrita tende para privilegiar a imagem
ou a escrita em detrimento do som). As palavras estão espalhadas por parte. Todas as
crianças têm direito de ser cidadã da cultura escrita. A participação efetiva do educador na
aprendizagem é fundamental, entretanto, o professor da educação infantil precisa de um novo
olhar para a capacidade e habilidade que cada criança tem durante esse processo, algumas
práticas são essenciais tais como: pode oferecer livros, muitos livros para que eles olhem as
imagens, figuras e façam a leituras dos rótulos e símbolos. Melo (2014) comenta que, “Como
cópia significativa, a criança demonstra muito prazer em copiar seu próprio nome do crachá,
o texto coletivo do quadro que teve o professor como escriba, a receita do bolo feito na cozinha
da escola por toda a turma[...]” (REIS, 2018, p. 95), as crianças ainda pequenas são capazes
de aprender a partir das experiências que vivem no contexto social e o professor, é o
responsável em valorizar essas experiências. Além disso, Melo (2014) expõe que a criança
precisa possuir a motivação necessária “para assimilar e acomodar as informações,
relacionando-as as já existentes, construindo assim, novas aprendizagens”. Ainda continua o
autor, “[...] O trabalho com a leitura e a escrita não tem que assumir uma postura de
escolarização precoce, mediante a qual, na maior parte da rotina diária, as crianças ficam
sentadas, respondendo a exercícios motores de traçado de letras e números e de cópia
mecânica de textos”. (2014, p. 154). O questionamento de Melo é pertinente pois, as crianças
CAPÍTULO 10 141 aprendem de distintas maneiras e o educador precisa compreender que a
“escolarização precoce” precisa ser evitada.

81
Listas, músicas, nomes, combinados da turma, rotinas e brincadeiras
com escrita

Para pensar e contextualizar a ação pedagógica do professor do Infantil II


e III em sala de aula:

• A professora deve saber quais são os conhecimentos prévios das crianças sobre o
assunto.
• Valorizar a importância destes conhecimentos (explicitados ou não/ currículo
oculto).
• Aproveitar o interesse da turma.
• Reconhece que as crianças são capazes de saber mais sobre o assunto.
• Planeja situações em que a escrita possa ser vivenciada num contexto convidativo
a querer saber mais sobre a representação de ideias por meio da palavra.

82
• Oportuniza o contato com outro portador de texto (mapa-cartografia) ampliando
conhecimentos em outras linguagens.
• Valoriza os saberes da comunidade e aproveita para fazer da escola um ambiente
educativo para todos.
Ler não é decifrar, escrever não é copiar. A escrita da criança não resulta de simples
cópia de um modelo externo, mas é um processo de construção pessoal. Um dos
maiores danos que se pode causar uma criança é levá-la a perder a confiança na sua
própria capacidade de pensar.

Autonomia e cantinhos - “A tarefa do professor é preparar motivações para atividades


culturais num ambiente previamente organizado, e depois abster-se de interferir.” Maria
Montessori.

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Muitos mundos numa única sala
Poderosa ferramenta de trabalho com as crianças pequenas, a organização de cantos de
atividades diversificadas ainda não é uma prática usual no Brasil, apesar de antiga em outros
países. As instituições que experimentam a proposta obtêm resultados significativos. Os
cantos de atividades diversificadas são uma modalidade de organização do espaço e do
trabalho que oferece várias possibilidades de atividades ao mesmo tempo, de modo que as
crianças possam escolher onde estar e o que fazer. Tais momentos são diários e acontecem
por um período delimitado, entre 40 e 60 minutos. Esses cantos consideram a necessidade
de acesso, por exemplo, a brinquedos e atividades de expressão plástica, sendo seguidos
e/ou precedidos de outras formas de organização do tempo didático, incluindo atividades tais
como roda de história, leitura, lanche, parque e também projetos e sequências que possuem
objetivos específicos de aprendizagem.

LDB
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

84
Matemática na Educação Infantil

Trabalhando com coleções na educação infantil


Qual a importância de colecionar na infância? Primeiro, é gostoso colecionar. A maioria de
nós tem boas lembranças das coleções da infância, não tem? Como as garrafinhas de
refrigerantes, os álbuns de figurinhas, papéis de carta, carrinhos etc. Pode ser um bom
momento de interação entre pais e filho e entre amigos. Além disso, o colecionar acaba sendo
uma boa oportunidade para desenvolver algumas habilidades, como aprender a esperar (claro
que você pode comprar uma coleção toda num só dia, mas não tem graça…), cuidar da
coleção, aprender a negociar de forma justa quando vai fazer um troca, algumas habilidades
específicas podem ser desenvolvidas, no caso das figurinhas em álbuns, por exemplo, uma
criança mais nova tem que aprender a colar de forma correta e cuidadosa, pode começar a
se familiarizar com números grandes etc. São muitos os benefícios de colecionar. Qualquer
coleção seja do que for requer atenção, organização, constância e muito interesse. As
crianças podem aprender muitos valores com suas coleções, como a responsabilidade por
serem elas mesmas as encarregadas em criar, manter e cuidar da sua coleção. Isso também
promove sua autonomia e lhes capacita para começar a tomar decisões por si mesmas.
Existem coleções que não necessitam nenhum investimento de dinheiro, mas na maioria das
coleções tem que se gastar alguma coisa. As coleções promovem o caráter sociável das
crianças para se relacionarem com outras crianças que têm seus mesmos interesses e
acabam praticando a cooperação para trocar objetos que estão faltando ou sobrando em suas
coleções.
As crianças colecionadoras - Fazer uma coleção é uma lição que a criança poderá utilizar
na vida adulta. Não é tão importante o que colecionam, mas o encanto que colocam enquanto
montam a coleção. As crianças podem colecionar todo tipo de coisas: figurinhas, carrinhos em
miniatura, pedras, conchinhas do mar, folhas das árvores, bolinhas de gude, adesivos,insetos,
pequenos bonecos e até mesmo selos. Mas, todas as coleções servem para uma mesma
coisa: promover nas crianças a capacidade de se encantar com algo. Deste ponto de vista é
muito importante que a gente anime as crianças a colecionar o que mais goste desde
pequenos. É a partir dos 4 ou 5 anos quando começam nas primeiras grandes coleções na
vida delas. Nessa idade a criança já é capaz de ter um pensamento organizado, de fazer
pequenas operações matemáticas para saber o estado da sua coleção ou de reconhecer
palavras suficientes como para colher informações sobre seus objetos colecionáveis. Ao
começarmos o trabalho com coleção de tampinhas, iniciamos um processo por meio da
85
observação da criança em várias dimensões de sua aprendizagem: seu compartilhamento de
pontos de vistas entre os colegas, saberes sendo construídos, descontruídos e (re)construídos
em torno do assunto: surgem perguntas sobre o que é uma coleção, sobre de onde vinham
todas as tampas. As coleções complementam nossos estudos na área de matemática, pois
além de lúdicas e prazerosas, são uma forma inusitada de trabalhar com os números e as
operações por meio de objetos que as crianças gostam.É
uma atividade desafiadora e divertida e faz com que a criança reflita e construa seu
conhecimento por meio desta vivência, trabalhando o raciocínio lógico. Colecionar também
possibilita que todos interajam uns com os outros, discutindo e negociando melhores jeitos de
fazer crescer sua coletânea de objetos, além, é claro, de possibilitar com que a criançada
entenda que uma coleção possui em si elementos sociais e culturais (coleciona-se para
guardar, para preservar a memória, para divertir-se, para mostrar aos outros, para socializar-
se etc.)

Resolução de problemas na educação infantil - o que é um problema?


Um problema matemático é toda situação requerendo a descoberta de informações
matemáticas desconhecidas para a pessoa que tenta resolvê-lo, e/ou a invenção de uma
demonstração de um resultado matemático dado.

86
Trabalhar a resolução de problemas na Educação Infantil é um dos primeiros passos no
desenvolvimento das habilidades socioemocionais. Desde a infância até a vida adulta, nos
deparamos todos os dias com questões — de simples a complexas — que precisam ser
resolvidas, ajustadas ou melhoradas. Para isso, usamos nossa capacidade de argumentação,
investigação e inteligência emocional. Ao desenvolver essas competências desde cedo, nos
tornamos mais preparados para lidar com adversidades e buscar soluções de forma criativa
usando melhor a comunicação verbal e não verbal. Na escola, as estratégias pedagógicas
devem ser direcionadas para esse caminho. Para colocá-lo em prática, os jogos e
brincadeiras, que aparentemente têm finalidade apenas de divertir e entreter, são ferramentas
relevantes no aperfeiçoamento dessas competências. Afinal, ensinam e são fundamentais na
construção de um ser humano capaz de resolver seus problemas com autonomia e, claro, de
se superar. Por que a resolução de problemas na Educação Infantil é tão importante? A
resolução de problemas acontece a todo momento, seja na divisão do lanche no intervalo das
aulas, ao resolver uma conta de matemática, ou ainda, ao montar um quebra-cabeça. Esse
processo é extremamente importante para que a criança desenvolva habilidades
socioemocionais previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como:

87
Protagonismo
Determinação
Investigação
Flexibilidade
Autonomia
Desenvolvimento cognitivo
Integração com os colegas

Um dos maiores motivos para o estudo da matemática na escola é desenvolver a habilidade


de resolver problemas. Essa habilidade é importante não apenas para aprendizagem
matemática da criança, mas também para o desenvolvimento de suas potencialidades em
termos de inteligência e cognição. Por isso, acreditamos que a solução de problemas deva
estar presente no ensino de matemática, em todas as séries escolares, não só pela sua
importância como forma de desenvolver várias habilidades, mas especialmente por possibilitar
ao aluno a alegria de vencer obstáculos criados por sua própria curiosidade, vivenciando,
assim, o que fazer matemática.

Planejando o trabalho com Resolução de Problemas


Situações que envolvam: tomada de decisão; linguagem simples, à medida que a criança
ganha confiança em suas formas de pensar e busca estratégias mais precisas para comunicar
seus pensamentos; as maneiras de propor e de resolver problemas; envolver situações que
envolvam números, contagens e noções das operações quanto entre as situações não
numéricas; O desenvolvimento da compreensão e do uso das diferentes linguagens – ora,
gestual, pictórica e textual; investir no trabalho coletivo, em grupos, duplas e até individual;
Como observar, interferir e registrar?
Observar: as ações das crianças conduzem as discussões e as respostas a fim de propiciar
a participação da maioria da sala; Interferir: para que as crianças avancem e superem
obstáculos, podendo expressar-se em diferentes situações, resolvendo, questionando e
justificando o seu processo de resolução de um problema; Registrar: validar os registros e os
comentários feitos pelas crianças, fornecendo e orientando e realizando as interferências com
pertinentes;
Ao organizar a sala - Em grupos, duplas, trios e em alguns momentos individualmente;

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Com as crianças que querem falar o tempo todo - Elaborar combinados nas quais fiquem
claro que: nas conversas devemos falar um de cada vez, temos que ouvir o amigo, podemos
perguntar o que não entendemos ou que queremos saber;
Com as crianças que não gostam de se expor - Criar momento para que a criança possa
colocar seu pensamento;
Registrar o caminhar do ensino e da aprendizagem - Olhar observador do professor.
Refletir sobre o que foi bom, o que não foi. o que precisa ser repetido? O assunto trouxe o
envolvimento da sala? Todas as crianças participaram?
Propostas de Resolução de Problemas
• Adivinhas;
• Simulando a realidade;
• Problemas a partir de uma figura;
• Situações propostas a partir do cotidiano;
• Problemas a partir de jogos;
• Problemas a partir de materiais didáticos;
• Problemas para serem resolvidos com material manipulável;
• Problemas a partir de um material;
• Problemas a partir de um cenário;

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Brincar - vamos brincar?
Brincar é uma interação espontânea e autêntica, livre de julgamentos. Há muitos estudos que
mostram que se não brincarmos podemos ter menos competências emocionais e sociais, bem
como criativas”, afirma. O neurocientista Sidarta Ribeiro, do Instituto do Cérebro, completa:
“Os mamíferos inteligentes aprendem brincando.

Referencias para estudo e conhecimento:

90
Renata Meirelles

Brincar dirigido
O brincar dirigido consiste num brincar orientado, onde a atividade lúdica é direcionada para
fins de aprendizagem e a criança vive experiências em níveis diferentes de complexidade,
envolvendo suas capacidades cognitivas.
Faz de conta
O conceito de ludicidade compreende os jogos e brincadeiras, mas não se restringe a elas.
Atividades lúdicas são aquelas que permitem que as crianças aprendam e desenvolvam suas
capacidades por meio de brincadeiras, do uso da sua imaginação e da fantasia, próprias do
mundo infantil.
Brincar Livre
Brincar livre é aquele não direcionado pelos adultos, que acontece de maneira espontânea,
quando as próprias crianças decidem do que e como irão brincar. É no livre brincar que as
crianças se expressam e se relacionam com o mundo a sua volta, criando a si mesmas e
novos mundos possíveis.

91
Uso da TV + Momento cultural
A televisão é um recurso usado para momentos específicos e planejados dentro do semanário
do professor. O momento cultural, que significa proporcionar momentos para conhecer a
cultura do nosso país ou do mundo, é muito favorecida através do uso de uma tela, pois
através dela temos acesso a muito conteúdo fora de nosso contexto e com isso ampliamos o
repertório das crianças. O professor tem um papel muito significativo nesta ampliação cultural
de seus alunos e também um compromisso assumido para o conhecimento e aprofundamento
de novos horizontes. Instigar a curiosidade e a pesquisa desde cedo nos pequenos é de suma
importância e papel do professor.

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Avaliação

Avaliar é uma ação pertinente aos fazeres pedagógicos, que inclui duas tarefas:
• acompanhar o desenvolvimento das crianças;
• acompanhar o trabalho pedagógico realizado;
A BNCC ressalta a importância de observar e registrar a trajetória de aprendizagem e
desenvolvimento de cada criança e do grupo enquanto participam das experiências propostas.
Os registros podem incluir materiais produzidos pelos professores e pelas crianças (relatórios,
desenhos, fotos e textos) e ajudam a mostrar às famílias a história das experiências vividas
pelas crianças ao mesmo tempo em que permitem às crianças revisitar essas experiências. A

Documentação pedagógica: a documentação pedagógica vai muito além de simples


relatórios, fotos e um produto final. É necessário um olhar atento e uma escuta sensível. Ela
é um conceito, um instrumento de reflexão, planejamento e comunicação. “Um modo de fazer,
refletir, projetar, narrar o cotidiano pedagógico” (Fochi, 2019 – pag.13). Ainda estamos
engatinhando nesse processo, mas é um recurso que começaremos a fazer uso junto com um
estudo sobre a mesma.
A pauta de observação muito auxilia na observação para avaliar o aprendizado e avanço
da criança nos seus diversos conteúdos e nas
tarefas do dia a dia. Importante pensar na etapa de
desenvolvimento que a criança está e sempre
comparar seus avanços diante do estágio que cada
uma está. Ex: João não amarrava o tênis sozinho e
a partir de agosto começou a fazer com autonomia
– este avanço foi no processo individual dele e
então não podemos comparar com os avanços de
outras crianças.

A avaliação da evolução da escrita da criança


merece um olhar e acompanhamento mais
cuidadoso. Será necessário criar uma estratégia semanal ou quinzenal para as crianças
utilizarem da escrita, ou seja, escreverem sem interferência de um adulto, para que o professor
possa sondar que nível a criança se encontra. Um caderno de desenho ou uma pasta com um

93
saquinho para cada aluno será necessário para melhor visualizar e acompanhar as evoluções
da escrita. Fazendo esta prática quando a criança vai realizar a sondagem externa bimestral
da SEME, ela a realiza com naturalidade por já ser uma prática existente na escola.
Sondagem externa – SEME – Sondagem Diagnóstica – Inicial – Ocorrerá no inicio do ano
letivo após o período inicial de Acolhimento.
Sondagem Semestral - Este instrumento acontecerá a todo final de semestre, sendo igual
para toda REDE e baseado no conteúdo trabalhado do SESI.
Nada impede que o professor faça seus relatórios e observações a partir do que trabalhou
com seus alunos baseado no seu planejamento como um todo. Importante lembrar do Projeto
de Sala que aborda e permite muitos conhecimentos adquiridos durante o desenvolver do
Tema escolhido.
Plano de Ação – O que é? Para que serve? O plano de ação é um instrumento elaborado e
de uso individual para o professor e sua turma de alunos. Nele consta a visão geral dos
avanços e das necessidades maiores que a turma precisa avançar. Ele serve para nortear os
próximos passos do professor nas suas ações e aprofundamento dos conteúdos que estão
em defasagem. Ex: Eu, professora percebo e me certifico através da sondagem e observações
que meus alunos, que ainda não avançaram da hipótese de escrita pré-silábica. Então eu
enquanto mediadora do conhecimento vou fazer um plano de ação com atividades, propostas,
vivências e boas perguntas, pensando no avanço dos alunos sobre a hipótese de escrita.

94
Links interessantes que você pode entrar para pesquisar sobre a
Educação Infantil I, II e III

https://territoriodobrincar.com.br/
http://aliancapelainfancia.org.br/
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