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Secretaria de Educação de Minas Gerais

Laboratório de
Aprendizagens
Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI)

2024
Governador do Estado de Minas Gerais
Romeu Zema Neto

Vice-governador do Estado de Minas Gerais


Mateus Simões de Almeida

Secretária de Estado de Educação


Igor de Alvarenga Oliveira Icassatti Rojas

Secretária Adjunta
Geniana Guimarães Faria

Subsecretaria de Desenvolvimento da Educação Básica


Kellen Silva Senra

Superintendência de Políticas Pedagógicas


Graziela Santos Trindade

Coordenação Geral do Ensino Médio Integral e da Educação Profissional


Andréa Botelho de Abreu

Coordenadora do Ensino Médio em Tempo Integral


Cláudia Maria Silva Lobo

Equipe Técnica-Pedagógica

Coordenação
Cláudia Maria Silva Lobo

Consultoras:
Carolina Costa Cavalcanti
Adriessa Santos

Apoio
Instituto Sonho Grande

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APRESENTAÇÃO

Professor e professora, este material tem o objetivo de apresentar o


componente Laboratório de Aprendizagens como parte do currículo do Ensino
Médio em Tempo Integral de Minas Gerais, embasando-o como um pilar
imprescindível na formação integral dos estudantes.
Além disso, elencamos 12 sugestões de projetos que foram divididos nos
eixos Arte, Cultura e Lazer, considerando os três anos escolares do ensino médio
(1o, 2o e 3o ano), ou seja, temos: 4 projetos sobre Arte; 4 projetos sobre Cultura e 4
projetos sobre Lazer. A proposta é de um projeto por bimestre, que você pode
adaptar de acordo com as necessidades e potencialidades da sua turma.
Todas as propostas focam na participação ativa dos estudantes por meio da
aprendizagem baseada em projetos e trazem Minas Gerais como pilar estruturante!
Isso mesmo, exploramos as possibilidades de fomentar a sensibilidade,
investigação e cocriação de projetos com foco no Estado, que é um celeiro de
manifestações da arte, cultura e lazer do país.
Esperamos que essa seja mais uma oportunidade de contribuir para a
formação de jovens autônomos, solidários e competentes, que sejam protagonistas
de seus projetos de vida, amparados por uma visão crítico-reflexiva de mundo, de
sociedade, de educação, de arte, de cultura e de tecnologia.
Acreditamos que educar para a sensibilidade define a proposta da Arte,
Cultura e Lazer como um componente curricular para a formação integral. Isso
significa perceber os jovens de forma abrangente e mobilizar suas capacidades para
que possam se envolver plenamente na sua cultura, conhecendo, apreciando,
criando e refletindo sobre a produção humana de seu tempo e de tempos passados.
Significa dar sentido àquilo que já apreciam e oportunizar novas experiências de
Arte para a ampliação do repertório e construção de novos saberes que reverberam
diretamente nas suas vidas, seja através da Arte, da Cultura ou pelo Lazer.

IMPORTANTE: Este material apresenta um constructo teórico para embasar as


escolhas deste projeto e, por isso, a leitura atenta é imprescindível. No entanto, os
tópicos apresentados podem ser lidos de maneira individual, ou seja, não são
sequenciais. Por isso, caso você queira conhecer os projetos, bem como entender
as justificativas das escolhas ou orientações, pode acessar diretamente o tópico

2
que apresenta essas informações.
SUMÁRIO

1. Educação Integral ………………………………………………………………….. 03

2. Ensino Médio para a formação integral ………………….……………………… 06

3. Competências para o século 21 ..………………………………………………… 07

4. O papel da Arte, da Cultura e do Lazer na formação integral do sujeito …….. 10

5. Aprendizagem significativa ……………………………………………………….. 14

6. Aprendizagem baseada em projetos: metodologia do Design Thinking……… 17

7. Avaliação na aprendizagem por projetos ………………………………………. 21

8. O Design Thinking nos projetos de Arte, Cultura e Lazer …………………… 23

9. Justificativa das escolhas dos temas para o componente curricular Arte,


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Cultura e Lazer do EMTI e as competências BNCC…………………………....

10. Orientação para a escolha dos projetos ………………………………………… 28

11. Projetos: Arte ………………. ……………………………………………………… 28

12. Projetos: Cultura …………………………………………………………………… 37

13. Projetos: Lazer ………………..……………………………………………………. 47

14. Considerações finais ………………………………………………………………. 57

15. Referências …………………………………………………………………………. 57

1. Educação Integral

A Educação Integral entende que a educação deve assegurar o


desenvolvimento de todos e todas nas suas diferentes dimensões: intelectual, física,
emocional, social e cultural. Para isso, é necessária a colaboração e participação
efetiva de todos os envolvidos, ou seja, deve ser compartilhada pelas crianças,
jovens, famílias, educadores, gestores e comunidades locais.
Trata-se de uma proposta que se fundamenta na formação de indivíduos
críticos, autônomos e conscientes de si mesmos e do mundo ao seu redor. Além

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disso, é inclusiva ao reconhecer a singularidade de cada um e fomenta a equidade
ao valorizar o direito universal de aprendizagem e acesso a oportunidades
educacionais diferenciadas e diversificadas, por meio da interação com várias
formas de linguagem, recursos, ambientes, conhecimentos e agentes. Por isso, a
Educação Integral é uma proposta contemporânea, pois está alinhada às demandas
do século 21.

PARA SABER MAIS


Assista o vídeo da explicação sobre o conceito de Educação Integral nas palavras
de Miguel Arroyo, professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal de
Minas Gerais.

A educação integral pensa os processos educativos para além dos muros das escolas.

Para a Escola da Escolha, proposta pelo Instituto de Corresponsabilidade


pela Educação (2023), a Educação Integral deve oferecer não apenas uma
formação acadêmica de qualidade, mas representar um currículo orientado pelo
desenvolvimento de competências pessoais e sociais, associado às cognitivas.
Além disso, deve ampliar as referências sobre valores e ideais do educando e o
apoiar nos desafios do mundo. Para isso, o estudante e a construção do seu projeto
de vida representam o centro do processo, a fim de que seus sonhos e desejos
conduzam as suas escolhas e atribuam sentido e significado à vivência escolar e o
permita projetar uma visão de si próprio no futuro.
A Escola da Escolha atua com currículo integrado pelos componentes da
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e uma Parte de Formação Diversificada,
oportunizando experiências contextualizadas ao estudante, considerando suas
necessidades e interesses. Para isso, esse modelo é configurado por dois pilares:
um Modelo Pedagógico e um Modelo de Gestão (Figura 1), que são
materializados por meio de um conjunto de inovações em conteúdo, método e
gestão que pode ser representado pelas Metodologias de Êxito, Práticas
Educativas, Espaços Educativos e pelos elementos da Gestão do Ensino e da
Aprendizagem.

4
Fonte: Modelo da Escola da Escolha. Retirado de Cad. 4. Concepção do Modelo
Pedagógico (Pág. 59).
Disponível em:
https://aegmedia.com.br/wp-content/uploads/2021/10/Cad-4-Concepcao-do-Modelo-Pedagogico.pdf.

PARA SABER MAIS


Conheça mais sobre a Escola da Escolha.

A Escola da Escolha acredita que a Educação Integral, pautada nesse


modelo, oportunizará que o estudante, ao final da educação básica, tenha
constituído e consolidado uma forte base de conhecimentos e de valores; não seja
indiferente aos problemas reais existentes e se apresente como parte da sua

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solução; agregue um conjunto amplo de competências que o permita seguir
aprendendo nas dimensões pessoal, social e produtiva, executando o seu Projeto
de Vida, enfrentando os desafios do mundo contemporâneo.

E falando na BNCC…

Os fundamentos da BNCC se pautam em um compromisso com a Educação Integral a


partir da compreensão das singularidades e diversidades dos sujeitos. A proposta é
promover uma educação voltada para o desenvolvimento pleno do estudante em suas
diferentes dimensões formativas. Assim, a visão plural e multidimensional da criança e do
adolescente, proposta na BNCC, leva o ideal de formação integral para perto das escolas
brasileiras, considerando que a Educação Básica deve estimular o desenvolvimento do
estudante na sua totalidade e potencialidade.

2. Ensino Médio para a formação integral

O Programa de Fomento à Implementação de Escolas em Tempo Integral,


(atualmente regido pela Portaria nº 2.116, de 2 de dezembro de 2019) tem o objetivo
geral de apoiar a ampliação da oferta de educação em tempo integral no ensino
médio e trabalha com foco no desenvolvimento da excelência acadêmica, práticas
efetivas de aprendizagem, formação para a vida, fortalecer e consolidar valores e a
capacidade de fazer escolhas, bem como o desenvolvimento de competências
para o século 21, onde se propõe com o desenvolvimento da capacidade de
enfrentamento dos desafios da contemporaneidade.
A jornada integral, além de manter os estudantes por mais tempo dentro da
escola, oferece um espaço de reflexão, protagonismo e uma formação que
contribua, de modo sistemático, com a transição para a vida adulta e o ingresso no
mundo do trabalho, já que atua em todas dimensões da formação humana.
Os pressupostos das escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI) vão
ao encontro dos fundamentos pedagógicos da BNCC (Brasil, 2018), que se pautam
em um compromisso com a Educação Integral a partir da compreensão das
singularidades e diversidades de todos e todas. A proposta objetiva promover uma
educação voltada para o desenvolvimento pleno do estudante, na sua totalidade e
potencialidade, em suas diferentes dimensões formativas, que além dos aspectos
cognitivos e intelectuais, também abrangem as dimensões físicas, afetivas e
socioemocionais, sociais e culturais. Isso implica que, para além do enfoque

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tradicionalmente dado ao desenvolvimento intelectual no modelo educacional, o
ensino deve também abordar a complexidade das dimensões humanas.
A integração dessas diversas dimensões no desenvolvimento integral dos
estudantes proporciona não apenas uma compreensão mais profunda do corpo e do
autoconhecimento, mas também a capacidade de analisar criticamente o mundo,
questões sociais e o papel individual na sociedade. Isso promove o exercício da
cidadania, incluindo o desenvolvimento do pensamento analítico-crítico, permitindo
que os estudantes atuem de maneira consciente e responsável em todos os
contextos sociais e culturais.
Nesse sentido, a inclusão das artes, cultura e lazer no currículo escolar
desempenham um papel fundamental na promoção do desenvolvimento dos
estudantes, uma vez que esses elementos contribuem significativamente para a
formação integral, incentivando o autoconhecimento, o respeito à diversidade e a
valorização da cultura local. É possível contextualizar a história dos diferentes
povos, explorar suas tradições e costumes, demonstrando aos estudantes a riqueza
de uma região marcada pela diversidade. Ao terem contato com esses elementos
na escola, os estudantes aprendem a respeitar e valorizar as diferenças culturais,
contribuindo para a formação de cidadãos conscientes.

PARA SABER MAIS


Matéria publicada pela página Agência Minas diz que Educação em Tempo Integral
será ampliada para mais 238 escolas da rede estadual de Minas Gerais. Cerca de
R$ 200 milhões serão investidos na expansão da Educação em Tempo Integral,
entre recursos do Estado e do Ministério da Educação

3. Competências para o século 21

Como preparar as crianças e jovens de hoje para o futuro?


Foi pensando nessa questão que um comitê do National Research Council
(2012), formado por educadores, psicólogos e economistas, pesquisou sobre o que
se espera que os estudantes alcancem nos seus ciclos escolares, nos seus futuros
trabalhos e em outros aspectos da vida. A pesquisa resultou no livro digital
"Educação para a Vida e para o Trabalho: Desenvolvendo Transferência de
Conhecimento e Habilidades do Século 21” com uma lista das competências do

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século 21, a fim de orientar o desenho de políticas públicas para o desenvolvimento
de tais competências.
O estudo mostrou que o aprendizado deve estar centrado na capacidade de
aplicar o que se aprendeu em situações novas, chamado pelos pesquisadores de
transferência de conhecimento, e para isso é necessário que a aprendizagem
seja profunda. Isso significa que não basta o estudante aprender os conteúdos
curriculares, ele precisa utilizar o que aprendeu em sua vida. Essa habilidade de
transferir o que se sabe, seja em circunstâncias da vida real, seja dividindo
conhecimento com outras pessoas, ajuda os estudantes a desenvolverem as
competências para o século 21.
Quando os alunos compreendem os porquês e os para quês da
aprendizagem, a transferência é favorecida. Para isso, é preciso tempo e
investigação.
Mehta e Fine (2019), que investigam o aprendizado profundo nas escolas de
ensino médio, o definem como a interseção do domínio (desenvolvimento de
habilidades e conhecimentos), identidade (conectando o eu de cada um dos alunos
ao que eles estão aprendendo e fazendo) e criatividade (promovendo o aprendizado
através da produção de algo). Os autores afirmam que essas experiências são mais
eficazes no desenvolvimento de habilidades como colaboração e pensamento crítico
e a principal barreira para esses processos são as avaliações, ou melhor, a forma
como as atuais avaliações são elaboradas e aplicadas.
As avaliações para um aprendizado mais profundo não devem ser
padronizadas. Devem levar em consideração os ambientes em que os estudantes
estão aprendendo por meio da experiência e da investigação. Isso significa que o
processo de aprendizado é tão importante quanto o resultado. Em ambientes de
aprendizado com discussões mais abertas, os resultados das experiências não são
definidos desde o início – as avaliações precisarão levar em conta o fato de que os
resultados podem não ser previsíveis ou universais para cada experiência de
aprendizagem.

PARA SABER MAIS


Para acessar o livro digital "Educação para a Vida e para o Trabalho:
Desenvolvendo Transferência de Conhecimento e Habilidades do Século 21“
(disponível em inglês) acesse aqui.

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Entre as competências do século 21 apresentadas na pesquisa, destacamos
aqui as mais citadas: pensamento crítico, habilidades de comunicação, criatividade,
solução de problemas, perseverança, colaboração, literacia da informação,
habilidades tecnológicas e alfabetização digital, alfabetização midiática, consciência
global, autodireção, habilidades sociais, habilidades literárias, alfabetização cívica,
responsabilidade social, habilidades de inovação, habilidades de pensamento.
Essas competências estão divididas em três grandes domínios (National
Research Council, 2012):
● cognitivo - envolve estratégias e processos de aprendizado,
criatividade, memória e pensamento crítico; é o que está relacionado à
aprendizagem mais comumente conhecida por educadores.
● intrapessoal - tem relação com a capacidade de lidar com emoções e
moldar comportamentos para atingir objetivos; requer competências
como autodidatismo, perseverança e flexibilidade.
● interpessoal - envolve a habilidade de expressar ideias,
comunicar-se, interpretar, responder aos estímulos de outras pessoas,
ter empatia.

Para a aprendizagem profunda e o desenvolvimento das competências do


século 21 é importante:
1. Elaborar objetivos de aprendizagem claros e estruturar um modelo de
como se espera que a aprendizagem se desenvolva, juntamente às
avaliações que monitorem o processo e não o fim.
2. Encorajar uma postura questionadora e proporcionar momentos em
que os estudantes possam expor o que sabem.
3. Incentivar os estudantes a participarem de desafios; nesse processo,
seja um facilitador, dê feedback e os faça compreender seus próprios
processos de aprendizagem.
4. Ensinar dando exemplos, citando casos; use, por exemplo, modelos
de passo a passo explicando cada etapa.
5. Primar pela motivação dos alunos, escolhendo temas que se
conectem com seus interesses; incentive-os a resolver problemas,
prestando atenção na evolução de seus conhecimentos, muito mais
que em suas notas.

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6. Utilizar modelagem para desenvolver habilidades nos estudantes, ou
seja, ter comportamentos que espera que eles desenvolvam.
7. Ensinar e estimular as competências de resolução de problemas e
metacognitivas no âmbito de uma disciplina ou área temática
específica e não como um curso autônomo.

4. O papel da Arte, da Cultura e do Lazer na formação


integral do sujeito

A inserção da Arte, Cultura e Lazer no currículo, por meio do Laboratório de


Aprendizagens de forma intencional, pode desempenhar um papel vital na formação
integral dos estudantes.
Por que intencional? Primeiro, porque é preciso reconhecer o valor dessas
aprendizagens para que práticas efetivas sejam (re)pensadas nas aulas e segundo,
porque é urgente que expectativas ultrapassadas sobre os objetivos das aulas de
Artes, por exemplo, sejam ressignificadas. Pouco tempo de aula e espaços de
aprendizagem inadequados demonstram que a devida atenção não é dada ao
ensino desse componente curricular.
Para Zagonel (2008), a Arte abrange o estudo das diversas linguagens
artísticas, como a música, as artes visuais composta pela fotografia, o audiovisual, o
desenho, a escultura, a pintura, a gravura e as artes cênicas, formada pela
linguagem do teatro e da dança, que por razões variáveis são ensinadas,
concomitantemente, de modo misto e separado nas escolas brasileiras, sem
observar uma concordância conjuntural.
Se hoje o ensino de Arte é obrigatório no currículo, isso se deve à luta de
arte-educadores e intelectuais da área para que ela conquistasse espaço dentro dos
pilares do ensino básico brasileiro pela Lei nº 9.394 - Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Brasileira de 1996.
A Arte pode fortalecer a identidade dos estudantes ao valorizar e promover o
entendimento das culturas às quais pertencem. Pode expandir a visão de mundo ao
apresentar a produção artística de diferentes épocas e lugares, além de oportunizar
um espaço de expressão e participação como criadores de cultura.

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Conhecer diferentes processos artísticos e, consequentemente, diferentes
processos de criação, afeta positivamente o processo de aprendizagem, tornando
os estudantes mais conscientes das diferentes formas de inteligência, além de
respeitar e valorizar as diferenças individuais. Essa abordagem cria oportunidades
para discussões enriquecedoras que permitem aos estudantes se perceberem como
participantes ativos de sua própria aprendizagem.
Uma forma de valorizar a potência da Arte e da Cultura na formação integral
do estudante é tornando-as mais relevantes para a realidade de todos e todas. Isso
envolve abordar temas atuais, estabelecer conexões históricas com o presente e
propor atividades e projetos que tenham significado com ênfase na cultura popular,
preferencialmente às culturas locais.
Todos e todas têm o direito de conhecer os artistas consagrados na Arte, mas
não podemos ignorar a realidade social de cada estudante, escola e comunidade.
Nossa cultura e produção artística, tanto a acadêmica quanto a popular, são
extremamente ricas e precisamos incluí-las no currículo escolar. Visitar
comunidades, conhecer grupos culturais tradicionais, apreciar formas de expressão
e valorizar os conhecimentos trazidos pelos estudantes são tão importantes quanto
visitar o estudo da história da Arte.
Ao valorizar o conhecimento das comunidades, fortalecemos a autoestima
dos jovens, tornamos a aprendizagem mais significativa e reconhecemos a cultura
popular como igualmente valiosa e digna, contribuindo para a formação cidadã, o
respeito à diversidade e a valorização da pluralidade cultural.
E o lazer? Vivenciar o lazer é debruçar-se em possibilidades de inserção do
sujeito no meio social. Em tempos cada vez mais individualistas, marcada por
inovações tecnológicas que interferem diretamente nos nossos hábitos de vida e
que tomam a maior parte dos momentos livres ou muitas vezes compreendidos
como o consumo de atividades recreativas e excludentes para uma parcela da
população.
O lazer precisa ser entendido como um tempo privilegiado para a vivência de
valores que contribuam para mudanças de ordem moral e cultural, necessárias para
ressignificar a estrutura social. Para Bramante (1998), o papel do lazer é
potencialmente significativo, já que pode ser realizado no tempo livre, em que as
pessoas podem se expressar, divertir-se, sentir prazer, descansar, fomentar sua

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criatividade e isso pode agregar sujeitos com desejos e necessidades semelhantes,
num mesmo ambiente.
Ao considerarmos Arte, Cultura e Lazer, entendemos que esses pilares estão
em consonância com as 10 competências gerais da BNCC e os seus objetivos
(Marini, 2018):
1. Conhecimento — valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente
construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para
entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para
a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
Objetivo: Entender e explicar a realidade, colaborar com a sociedade
e continuar a aprender.
2. Pensamento Científico, Crítico e Criativo — exercitar a curiosidade
intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a
investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a
criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses,
formular e resolver problemas e criar soluções com base nos
conhecimentos das diferentes áreas. Objetivo: Investigar causas,
elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar
soluções.
3. Repertório Cultural — Valorizar e fruir as diversas manifestações
artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de
práticas diversificadas da produção artístico-cultural. Objetivo: Fruir e
participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Comunicação — utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou
visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital
–, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e
científica, para se expressar e partilhar informações, experiências,
ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que
levem ao entendimento mútuo. Objetivo: Expressar-se e partilhar
informações, sentimentos, ideias, experiências e produzir sentidos que
levem ao entendimento mútuo.
5. Cultura Digital — compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de
informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e
ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se

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comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria
na vida pessoal e coletiva. Objetivo: Comunicar-se, acessar e
produzir informações e conhecimento, resolver problemas e exercer
protagonismo de autoria.
6. Trabalho e Projeto de Vida — valorizar a diversidade de saberes e
vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências
que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do
trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu
projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade. Objetivo: Entender o mundo do trabalho e fazer
escolhas alinhadas à cidadania e ao seu projeto de vida com
liberdade, autonomia, criticidade e responsabilidade.
7. Argumentação — argumentar com base em fatos, dados e
informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias,
pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os
direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo
responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento
ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
Objetivo: Formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e
decisões comuns com base em direitos humanos, consciência
socioambiental, consumo responsável e ética.
8. Autoconhecimento e Autocuidado — conhecer-se, apreciar-se e
cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na
diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros,
com autocrítica e capacidade para lidar com elas. Objetivo: Cuidar da
saúde física e emocional, reconhecendo suas emoções e a dos outros,
com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Empatia e Cooperação — exercitar a empatia, o diálogo, a resolução
de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o
respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e
valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus
saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza. Objetivo: Fazer-se respeitar e promover o respeito

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ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da
diversidade, sem preconceito de qualquer natureza.
10. Responsabilidade e Cidadania — agir pessoal e coletivamente com
autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos,
inclusivos, sustentáveis e solidários. Objetivo: Tomar decisões com
princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e
democráticos.

Educar para a sensibilidade define a proposta do Laboratório de aprendizagens como um


componente curricular para a formação integral. Isso significa perceber os jovens de
forma abrangente e mobilizar suas capacidades para que possam se envolver
plenamente na sua cultura, conhecendo, apreciando, criando e refletindo sobre a
produção humana de seu tempo e de tempos passados. Significa dar sentido àquilo que
já apreciam e oportunizar novas experiências de Arte para a ampliação do repertório e
construção de novos saberes que reverberam diretamente nas suas vidas, seja através
da Arte, da Cultura ou pelo Lazer.

E como fomentar aprendizagens de Arte, Cultura e Lazer em territórios


mineiros? Minas Gerais é um celeiro de grandes nomes e manifestações da arte e
cultura do país. Nos capítulos 10, 11 e 12 vamos elencar temáticas que fomentam a
aprendizagem baseada em projetos e que enfatizam Arte, Cultura e Lazer de Minas
Gerais.

5. Aprendizagem significativa

A aprendizagem significativa se caracteriza pela interação entre


conhecimentos prévios e conhecimentos novos. Nesse processo, o estudante
amplia e atualiza a informação anterior, atribuindo novos significados a seus
conhecimentos.
A teoria da aprendizagem significativa foi proposta por David Ausubel (1963),
que estabeleceu as seguintes condições para a sua ocorrência:
a) o material de aprendizagem deve ser potencialmente significativo,
ou seja, deve ser capaz de dialogar, de maneira apropriada e
relevante, com o conhecimento prévio do estudante. Dessa maneira, a

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atribuição de significado cabe ao sujeito, logo, não há aula, estratégia
ou livro significativo.
b) o aprendiz deve ter predisposição para aprender e isso significa
que não é uma simples questão de motivação ou identificação com o
componente, mas uma predisposição para relacionar-se com novos
conhecimentos, atribuindo significados. Por outro lado, essa condição
convida o docente a acolher as ideias prévias dos estudantes, para, a
partir delas, construir situações de aprendizagem capazes de
promover a atribuição de significados aos temas tratados.

Embora os estudos de Ausubel sejam centrados na dimensão cognitiva, na


atualidade, as outras dimensões humanas são consideradas tão relevantes para a
aprendizagem quanto somente a cognição. É por isso que os conhecimentos
prévios e as atribuições de sentido dependem das interações sociais. Nesse
sentido, um tema é relevante para o estudante quando sua abordagem não é
esvaziada de significado social, mas suas características socioculturais reais são
mantidas. A escuta e circulação da palavra, durante a aula, é fundamental para
identificação dos significados acerca do tema presentes entre os estudantes
(Moreira, 2012).
Outro ponto importante a destacar é que uma abordagem lúdica, ainda que
desejável, não garante uma aprendizagem significativa; é necessário promover
reflexão e negociação de significados.

E como tornar a aprendizagem significativa?


Se o estudante aprende a partir daquilo que já sabe, parece óbvio dizer que
isso deve ser levado em conta na hora de apresentar novos conhecimentos, no
entanto, é comum a prática pedagógica não considerar essas informações.
Para tornar a aprendizagem significativa é importante considerar (Cardoso,
2022):
1. a utilização de organizador prévio, que pode ser um enunciado, uma
pergunta, uma situação-problema, uma demonstração, um filme, uma
leitura introdutória, uma simulação etc. Pode ser também uma aula
que precede um conjunto de outras aulas. A condição é que preceda a

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apresentação do material de aprendizagem e que seja mais
abrangente, mais geral e inclusivo.
2. os conteúdos gerais e específicos não precisam ser trabalhados,
necessariamente, de forma linear, mas mostrando aos estudantes
como eles se relacionam com os conhecimentos que eles já possuem.
3. é mais fácil para o estudante organizar seus conhecimentos prévios
hierarquicamente se os tópicos estão sequenciados em termos de
dependências hierárquicas, ou seja, de modo que certos tópicos
dependam naturalmente daqueles que os antecedem.
4. o uso de mapas conceituais, que são diagramas hierárquicos que
destacam os conceitos de um campo conceitual e as relações entre
eles.
5. atividades colaborativas, em pequenos grupos, têm potencial para
facilitar a aprendizagem significativa porque viabilizam o diálogo, a
reflexão, a negociação de significados e colocam o professor na
posição de mediador.

Saídas pedagógicas como estratégia para tornar a aprendizagem


significativa
Lugar de aprender não é apenas na sala de aula. As saídas pedagógicas,
assim como os estudos do meio, são estratégias que podem tornar a aprendizagem
mais significativa e consolidar o trabalho realizado dentro da escola, sendo
fundamental no desenvolvimento integral dos estudantes.
Entre as recomendações da BNCC (Brasil, 2018) está a importância dos
estudantes conhecerem e valorizarem as características fundamentais do Brasil nas
dimensões sociais, materiais e culturais e de se perceberem integrantes e agentes
transformadores do ambiente. Esses pontos podem ser trabalhados em aula, mas
as atividades de campo permitem comparar e confrontar, no mundo real, os
conteúdos estudados.

PARA SABER MAIS


Para saber mais "Como organizar boas saídas pedagógicas" acesso o material da
Nova Escola disponível aqui.

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6. Aprendizagem baseada em projetos

Formar cidadãos críticos, participativos e autônomos tem sido uma demanda


crucial na educação contemporânea e, como já vimos, são competências para o
século 21. Na prática, esses objetivos, respaldados também pela BNCC, podem ser
implementados em sala de aula por meio das metodologia ativas de aprendizagem,
sendo a Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP), uma abordagem bastante
eficaz pautada nas Metodologias Ativas, já que coloca os estudantes no centro do
processo de ensino e aprendizagem, incentivando-os a buscar soluções para
desafios do mundo real, de preferência relacionados às suas próprias experiências.
A ABP busca envolver os estudantes em um projeto que pode durar semanas
ou meses e que tem como ponto de partida um problema ou uma necessidade
específica. É a partir disso que eles criam soluções de forma coletiva, testam
possibilidades até chegarem em um produto, processo ou proposta final. Como um
dos objetivos é que os estudantes possam atuar na prática e não ficar, apenas, em
uma discussão teórica, o ideal é que seja algo o mais próximo possível da realidade
deles, ou seja, questões da escola, comunidade, bairro ou cidade.

PARA SABER MAIS


Conheça o material Metodologias Ativas: um guia prático para professores.

Como a ABP tem como foco criar soluções para problemas da vida real, projetos que
envolvam Arte, Cultura e Lazer permitem aos estudantes explorarem a sua cultura local e
pensarem de forma coletiva como podem atuar e colaborar nessas áreas.

Uma das vantagens da ABP é oportunizar aos estudantes reconhecer que as


diferentes áreas do conhecimento dialogam, ou seja, não são compartimentalizadas.
Além disso, aquela questão comum em sala de aula: "Para que eu devo aprender
isso?" pode ser ressignificada, uma vez que os estudantes percebem, na prática,
que aquilo que aprendem na escola pode ser diretamente aplicado na sociedade
para resolver os seus problemas.
Por tratar-se de uma proposta coletiva e colaborativa, a ABP corrobora o
desenvolvimento de diferentes habilidades como: raciocínio lógico; criatividade;
pensamento crítico; gestão de tempo; persistência; tolerância à frustração;

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capacidade de se adaptar; habilidade de utilizar determinadas ferramentas ou
programas. Por isso, a atenção do professor para orientar e mediar a organização
de grupos heterogêneos é muito importante.

PARA SABER MAIS


Para saber mais a respeito de como planejar o trabalho em grupo orientado para o
ensino da equidade, vale a pena conhecer o livro: Planejando o Trabalho em Grupo
– Estratégias para Salas de Aula Heterogêneas, das autoras Elizabeth Cohen e
Rachel Lotan. Nele, as pesquisadoras vão ressaltar três princípios: (1) Delegação
de autoridade aos alunos para que se esforcem sozinhos e cometam erros. (2)
Cooperação entre eles, pois precisarão uns dos outros em algum momento para
completar a atividade. (3) Subsídios para que conversem entre si com autonomia.

Uma das possibilidades de aprendizado baseado em projetos é por meio


Design Thinking (DT), que tem como premissa central a resolução de problemas
por meio da criatividade e da inovação (CAVALCANTI e FILATRO, 2017). Embora
seja um termo difícil de traduzir para o português, o que literalmente significa
“Pensamento de Design”, podemos entender o DT como uma abordagem que
coloca o participante no centro do processo de criação e busca entender suas
necessidades para desenvolver as melhores soluções.

Design Thinking é um modelo de pensamento. Tenny Pinheiro e Luis Alt, autores do


livro "Design Thinking Brasil", ressaltam que o DT deve ser considerado como uma
abordagem e não uma metodologia, porque não se trata de um passo a passo - uma
receita de bolo - que ao final chegará a um resultado (previamente) esperado. O DT
envolve criação e inovação, isso significa que mesmo tendo passos a serem seguidos, os
resultados serão sempre diferentes, porque o DT dá a liberdade de errar e aprender com
os erros, pois novas ideias e feedbacks de outras pessoas, permitem que as ideias sejam
repensadas constantemente.

PARA SABER MAIS


Para conhecer mais sobre a proposta, assista ao vídeo Design Thinking para
Educadores.

O processo de DT baseia-se nas etapas: descoberta, interpretação, ideação,


experimentação e evolução. Na figura 2, identificamos as cinco etapas, as
perguntas desencadeadoras e os passos de cada uma delas. Na mesma figura
também observamos o número de possibilidades ao longo das fases e a oscilação

18
entre o pensamento divergente (considera várias maneiras de solucionar um
problema) e convergente (considera apenas uma solução para um problema) no
processo de DT.

Fonte: Processo de Design. Retirado de Design Thinking para Educadores. (Pág.


15). 1a Edição.
Disponível em:
https://professor.escoladigital.pr.gov.br/sites/professores/arquivos_restritos/files/documento/2
019-09/livro_design_thinking_para_educadores.pdf.

● Descoberta e interpretação - as duas primeiras etapas estão relacionadas à


construção de desafios que instiguem os estudantes a buscar por respostas e
por soluções. Não é o momento de se esperar respostas, mas sim de
introduzir o tema e despertar a curiosidade e a habilidade investigativa dos

19
estudantes. Por isso, é preciso considerar os conhecimentos prévios e
incentivá-los a compartilhar com os seus pares.
● Ideação e experimentação - nessas etapas, as oportunidades de criação
começam a ser trabalhadas. Na ideação, todos os participantes contribuem
com ideias e sugestões, temos a chamada "chuva de ideias" (originalmente
chamada de brainstorm), que podem ou não solucionar o problema
levantado. Na fase de experimentação, é preciso compreender e analisar
todas as ideias propostas e buscar/identificar/aperfeiçoar aquelas que melhor
podem resolver os problemas levantados. É nesse segundo momento que
temos as possíveis soluções para o problema e partimos para a última etapa.
● Evolução - essa etapa consiste em colocar o trabalho em prática. É preciso
organização e planejamento para chegar ao resultado que responde ao
problema ou à pergunta que foi desenvolvida na primeira fase. É o momento
de mobilizar os recursos para um processo de busca por boas soluções de
forma ativa e autônoma.

Desafios e possibilidades do Design Thinking na Educação

Para que a utilização do DT seja exitosa, é importante que o professor esteja


preparado, tenha boa compreensão da abordagem e conheça os seus desafios.

PARA SABER MAIS


No livro Design Thinking para Educadores, você vai conhecer como é o DT
na prática e o detalhamento das cinco etapas da abordagem.

Um aspecto que apresenta uma linha tênue entre o desafio e as


possibilidades de trabalho com o DT é a necessidade de adaptação da proposta às
diferentes realidades e necessidades dos estudantes. Ter bons recursos materiais e
tecnológicos é importante para bons resultados, mas a falta deles não pode ser um
impeditivo, pelo contrário, pode ser um canal de possibilidades de criatividade e
inovação, que são pilares do DT. Por isso, considerar os interesses dos estudantes,
as problemáticas que eles julgam relevantes e com necessidade de soluções, são
centrais nessa abordagem (Santos e Souza, 2023).
Como o DT valoriza a participação ativa, é importante estar preparado para
lidar com diferentes perfis e lidar com a resistência dos estudantes. Justamente por

20
essa prática envolver uma forma de aprendizagem participativa, criativa e
colaborativa, é possível que alguns estudantes apresentem resistência ao processo.
Caso isso ocorra, é importante dialogar e apresentar as vantagens e benefícios da
prática. Faça um bom convite para o seu estudante, mas para isso é preciso que
você, professor, acredite na proposta do DT e nas suas potencialidades de
desenvolvimento de habilidades como criatividade, pensamento crítico e resolução
de problemas (Santos e Souza, 2023).
Planejamento, organização do tempo e avaliação também são desafios a
serem enfrentados na aplicação do DT. Como a proposta envolve várias etapas é
importante o planejamento adequado das atividades e tempo suficiente para a
realização de cada uma delas (Santos e Souza, 2023).
E como avaliar os projetos? Em trabalhos como esse, é preciso também
muito planejamento por parte dos professores, considerando que são muitas etapas
e os estudantes precisam de acompanhamento constante. Além disso, caso haja
mais professores responsáveis pelo projeto, é preciso que todos estejam incluídos
em todas as etapas e que decidam juntos, logo no início, quais serão os critérios
avaliativos.

7. Avaliação na aprendizagem por projetos

Avaliar representa uma prática reflexiva no processo de ensino e aprendizagem.

Segundo Luckesi (2005), o papel da avaliação é diagnosticar a


aprendizagem, tendo em vista subsidiar a tomada de decisão para a melhoria da
qualidade do desempenho do educando. Nesse contexto, a avaliação é um
processo contínuo e dinâmico. Para a avaliação, na perspectiva de construção,
Hoffmann (1993) propõe duas premissas fundamentais: confiança na possibilidade
do estudante construir as suas próprias verdades e valorização de suas
manifestações e interesses.
Avaliar, portanto, é acompanhar o desenvolvimento do estudante no processo
de construção do conhecimento. O professor precisa caminhar junto ao educando,
passo a passo, durante todo o caminho da aprendizagem e essa é a premissa da
avaliação na aprendizagem por projetos.

21
Algumas sugestões de avaliações:
1. Avaliação formativa - este tipo de avaliação prevê um acompanhamento
bastante próximo das atividades, projetos, trabalhos, criações dos
estudantes, de tal maneira que o professor possa identificar o que está dando
certo e os aspectos que precisam ser ajustados na jornada de aprendizagem
inicialmente planejada. Estratégias comuns adotadas na avaliação
formativa/processual são: relatórios, debates, apresentações, roteiros (que
depois serão transformados em produções), protótipos etc.
2. Avaliação por pares - avaliar os membros de um grupo em atividades e
projetos desenvolvidos de forma colaborativa ou a produção de colegas de
turma. É um tipo de avaliação que torna ou estudantes atores e protagonistas
do processo avaliativo, uma vez que assumem o papel de avaliadores do
trabalho de seus colegas, ou pares, tornando-se responsáveis por
estabelecer critérios para desenvolver esse processo. Essa metodologia
também permite que o estudante aprenda a avaliar o seu próprio trabalho,
tenha uma melhor compreensão dos seus acertos e erros e possibilita o
desenvolvimento de hábitos, capacidades, autonomia, reflexão e criticidade.
3. Autoavaliação - parte do próprio estudante, permitindo-lhe avaliar seu
próprio desempenho, identificando aspectos positivos e negativos e traçar
medidas corretivas para alcançar seus objetivos. O processo de
autoavaliação tem como objetivo capacitar o estudante a conduzir de forma
crítica seu próprio processo de ensino e aprendizagem, possibilitando-lhe
gerenciar seus comportamentos, pensamentos e emoções, ou seja, alcançar
a autorregulação. Além disso, a autoavaliação pode ser vista como um
processo de metacognição, uma vez que o estudante analisa e reflete sobre
o caminho percorrido.
4. Avaliação por rubricas - as rubricas são ferramentas que tem como função
definir e explicitar as expectativas de aprendizagem em relação a uma
determinada tarefa. Ela serve para dar objetividade a critérios de avaliação,
que sempre devem ser explicados para a turma antes do início da atividade.
Não é possível reutilizar a mesma rubrica para tarefas diferentes, pois ela é
construída de acordo com os objetivos de aprendizagem e etapas de cada
atividade. As rubricas descrevem as expectativas de aprendizagem de uma
atividade a partir de 3 a 5 níveis a serem avaliados. Esses níveis não são

22
binários, ou seja, não determinam o que é certo ou errado. É preciso incluir
etapas intermediárias, em que devem ser descritas as ações esperadas,
como uma espécie de escala. Para elaborar uma rubrica, deve-se
estabelecer os níveis a serem avaliados, a partir de uma expectativa de
aprendizagem de referência para determinado conceito, habilidade ou
competência. Exemplo: (I – não atendeu às expectativas de aprendizagem; II
– atendeu parcialmente às expectativas de aprendizagem; III – atendeu a
maioria das expectativas de aprendizagem; IV – atendeu todas as
expectativas de aprendizagem). A avaliação por rubricas é indicada para
trabalhos como seminários, projetos, debates e redações. A principal
vantagem da avaliação por rubricas é a agilidade de feedback.

IMPORTANTE: a avaliação por rubricas só será eficaz se você tiver clareza sobre os
objetivos de aprendizagem e as habilidades que devem ser desenvolvidas com a
atividade proposta.

8. O Design Thinking nos projetos de Arte, Cultura e


Lazer

Falar em Arte e Cultura no país significa olhar para as referências de Minas


Gerais. As pinturas rupestres datam como as primeiras manifestações culturais do
Estado e podem ser encontradas em diversos sítios arqueológicos. As igrejas,
preservadas até hoje em cidades como Ouro Preto, Diamantina e Congonhas do
Campo, reconhecidas pelo estilo barroco, destacam os trabalhos de Aleijadinho e
Mestre Ataíde (Minas Gerais, 2023).
Atualmente, a região possui um importante acervo arquitetônico e artístico,
totalizando 188 bens protegidos no Estado, entre núcleos históricos e edificações
isoladas, que estão sob a responsabilidade do Instituto Estadual do Patrimônio
Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). Além disso, segundo a Unesco no
Brasil, Minas Gerais possui o maior número de Patrimônios Culturais da
Humanidade, localizados nas cidades de Ouro Preto, Diamantina, Congonhas e
Belo Horizonte (Minas Gerais, 2023).
São esses e outros destaques do acervo cultural que fazem de Minas Gerais
um celeiro de Arte, Cultura e Lazer, por isso projetos que envolvam essas temáticas

23
são fontes riquíssimas de trabalho para a abordagem do DT, uma vez que a
pesquisa em campo, a criatividade e a inovação estão presentes em todas elas.
A seguir (quadro 1), você encontra uma sugestão para organizar as etapas
do DT em um bimestre, o que corresponde a 16 aulas com dois encontros
semanais, preferencialmente um em seguida do outro (dobradinhas).
Nos capítulos 10, 11 e 12 apresentaremos as sugestões dos projetos a serem
desenvolvidos (e adaptados, caso necessário) e em todos, a organização de
trabalho pode seguir as orientações do quadro.

Quadro 1: Planejamento bimestral para a abordagem de Design Thinking.

ETAPA AULAS PLANEJAMENTO

Aula 1 e 2 Apresentação do tema, desafio, organização


dos grupos e preparação para a pesquisa.
Descoberta e
Interpretação Aula 3 e 4 Pesquisar sobre o tema, levantar o que o grupo
já sabe sobre o assunto e o que precisam
saber para depois pesquisar sobre o tema.
Reconhecer quem são as pessoas impactadas
pelo desafio. Planejamento para a observação
e entrevistas (se for o caso).

Aula 5 e 6 Observação e entrevistas (explorar ambientes


externos à escola).

Aula 7 e 8 Compartilhar descobertas realizadas na etapa


anterior - criar personas* e mapa da empatia**
(se fizer sentido).
*Persona - representação fictícia do público-alvo.
**Mapa da empatia objetiva colocar-se no lugar do outro,
conhecer a persona, refletir sobre o que ela diz, pensa,
sente, seus anseios e experiências. Há um modelo de
mapa da empatia em anexo.

Aula 9 e 10 Criar soluções a partir da chuva de ideias, com


Ideação e a participação de todos os integrantes do
Experimentação grupo. Categorização das ideias criadas de
forma visual*.

* O mapa mental pode ser um recurso. Consiste em criar


resumos cheios de símbolos, cores, setas e frases de
efeito com o objetivo de organizar o conteúdo e facilitar
associações entre as informações destacadas.

24
Aula 11 e 12 Entender o que são os protótipos*. Criar
protótipos que respondam ao desafio inicial do
Evolução projeto.
*Prototipar significa trazer as ideias para o mundo físico,
colocar no papel. É a representação primária de uma
ideia.

Aula 13 e 14 Apresentação dos protótipos dos grupos para a


turma e/ou convidados, visando coletar
opiniões e novas ideias. Uma boa estratégia
para esse momento é pelo Método Aquário
(conhecido por fishbowl). É um formato de
discussão em grupo que promove o diálogo e a
troca de experiência entre os participantes da
sessão e permite que todos tenham as
mesmas chances de opinar e expressar seus
pontos de vista.

Aula 15 e 16 Ajustes finais nos protótipos e apresentação


para outras turmas, famílias, convidados etc.
Celebração pelos resultados obtidos.

PARA SABER MAIS


Conheça mais sobre o Mapa da Empatia e Entrevista Empática (estratégias
para coletar dados na perspectiva do DT): [texto] Conheça o mapa da
empatia e saiba como usar; [oficina online] Mapa da empatia na escola;
[vídeo] Mapa de empatia professores; [texto] Entrevista empática.

PARA SABER MAIS


Conheça mais sobre o Método Aquário (Fishbowl) ouvindo o podcast e lendo
o texto.

PARA SABER MAIS


Assista a este vídeo para aprender como fazer mapa mental no Canva (gratuito).

9. Justificativa das escolhas dos temas dos projetos e


as competências BNCC

A escolha das temáticas, para cada um dos eixos propostos para o


componente curricular "Laboratório de Aprendizagens", dá-se com a intenção de

25
fomentar a sensibilidade, investigação e cocriação de projetos com foco em Minas
Gerais, que é um celeiro de manifestações da arte e cultura do país.
Ao considerarmos um novo componente para estudantes do ensino médio
em tempo integral, residentes neste Estado, entendemos que essa é uma
oportunidade única de voltarmos todas as intenções de projeto - que, aliás, é a
estrutura basilar desse componente: aprendizagem baseada em projetos (4 por ano
letivo) - para essa temática, que pode contar com entrevistas, buscas em fontes
históricas, visitas a campo, bem como o estímulo à criatividade e inovação de novos
projetos e/ou soluções a partir das lentes dos próprios jovens, que vivem a realidade
do estado ou que, mesmo residindo em territórios mineiros, não tiveram a
oportunidade de explorar a própria Arte, Cultura e Lazer de Minas Gerais.
Quanto às competências alinhadas à BNCC, listamos:
1. Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas
(artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção
e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas
diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o
entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da
realidade e para continuar aprendendo.
2. Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que
permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitar as diversidades, a
pluralidade de ideias e posições e atuar socialmente com base em princípios
e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos,
exercitando a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação,
combatendo preconceitos de qualquer natureza.
3. Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer,
com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e
coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de
vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência
socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global.
4. Compreender as línguas como fenômenos geopolíticos, históricos, sociais,
variáveis, heterogêneos e sensíveis aos contextos de uso, reconhecendo-as
e vivenciando-as como formas de expressões identitárias, pessoais e
coletivas, bem como respeitando as variedades linguísticas e agindo no
enfrentamento de preconceitos de qualquer natureza.

26
5. Compreender os múltiplos aspectos que envolvem a produção de sentidos
nas práticas sociais da cultura corporal de movimento, reconhecendo-as e
vivenciando-as como formas de expressão de valores e identidades, em uma
perspectiva democrática e de respeito à diversidade.
6. Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais,
considerando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar
seus conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e
(re)construir produções autorais individuais e coletivas, de maneira crítica e
criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.
7. Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando as
dimensões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as
formas de produzir sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas, e
de aprender a aprender nos campos da ciência, cultura, trabalho, informação,
e vida pessoal e coletiva.

A proposta de organização curricular para o componente curricular


"Laboratório de Aprendizagens", altera sensivelmente o modo como os professores
passarão a organizar os contextos de aprendizagem na Educação Integral. Ela se
distancia da tradicional organização do planejamento das práticas pedagógicas, cuja
estrutura se ancorava em datas comemorativas, conteúdos, áreas de conhecimento
ou componentes curriculares.
A BNCC privilegia a formação integral do estudante e atribuiu ao professor o
papel de mediador das aprendizagens cognitivas, emocionais, físicas e culturais dos
estudantes.
Um novo olhar ao currículo é necessário, tirando o foco do saber docente
para contemplar mais amplamente a ação do estudante. Assim, a mediação docente
converte a experiência sociocultural em experiências educativas que buscam
consolidar os direitos de aprendizagem e que são favorecidas pelas propostas de
trabalho de aprendizagem baseada em projetos com foco no Design Thinking.

27
10. Orientação para a escolha dos projetos

O componente curricular Laboratório de Aprendizagens apresenta os eixos


de trabalho: Arte, Cultura e Lazer e para cada um deles são propostos 4 (quatro)
projetos.
A escola pode escolher o eixo (Arte, Cultura ou Lazer) de acordo com o
interesse dos estudantes e as possibilidades da instituição. O professor que assumir
as aulas em extensão de carga horária ou o professor convocado para ministrar
esse componente irá desenvolver de um a quatro projetos ao longo do ano letivo.

11. PROJETOS: ARTE

A seguir, apresentamos os 4 (quatro) projetos como foco no eixo Arte. Na


sequência, estão os objetivos de cada projeto, bem como as habilidades
desenvolvidas, segundo a BNCC e uma sugestão de entrega.

IMPORTANTE: Professor e professora, os projetos apresentados a seguir são sugestões,


isso significa que podem ser adaptados de acordo com a realidade, necessidades e
potencialidades do seu grupo. Você pode alterar as ordens propostas, diminuir e/ou
estender as aulas previstas (respeitando as etapas) e, inclusive, pensar as sugestões de
entregas como um evento semestral, desde que reúnam os objetivos propostos para cada
projeto no bimestre, uma vez que a etapa que contempla a Celebração dos resultados
obtidos é de extrema importância para a finalização do projeto.

Projeto 1 Projeto 2 Projeto 3 Projeto 4


(1o bimestre) (2o bimestre) (3o bimestre) (4o bimestre)

O maior museu a Artesanato em Um povo, muitas Grafite é Arte!


céu aberto do Minas Gerais histórias: Minas Hip Hop é Arte!
mundo é mineiro: Gerais na literatura
conheça Inhotim brasileira

No quadro 2, temos o exemplo de como um projeto pode ser desenvolvido


em um bimestre.

28
Projeto 1: O maior museu a céu aberto do mundo é mineiro: conheça Inhotim
Objetivos: Reconhecer Inhotim como um dos mais importantes acervos de arte
contemporânea do Brasil, e o maior museu a céu aberto do mundo, e produzir
materiais (documentário, podcast, ebook, etc) para a comunidade local a fim de
ampliar o acesso a esse patrimônio.
Habilidades BNCC: (EM13LGG601) Apropriar-se do patrimônio artístico e da
cultura corporal de movimento de diferentes tempos e lugares, compreendendo a
sua diversidade, bem como os processos de disputa por legitimidade.
(EM13LGG703) Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em
processos de produção coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes
digitais. (EM13LGG704) Apropriar-se criticamente de processos de pesquisa e
busca de informação, por meio de ferramentas e dos novos formatos de produção e
distribuição do conhecimento na cultura de rede. (EM13LP15) Elaborar roteiros para
a produção de vídeos variados (vlog, videoclipe, videominuto, documentário etc.),
apresentações teatrais, narrativas multimídia e transmídia, podcasts, playlists
comentadas etc., para ampliar as possibilidades de produção de sentidos e
engajar-se de forma reflexiva em práticas autorais e coletivas.
Sugestão de entrega: Elaboração de documentário, podcast, ebook etc., como
forma de acessibilizar a riqueza de Inhotim para a comunidade local.

Projeto 2: Artesanato em Minas Gerais


Objetivos: Explorar a diversidade de Minas Gerais, presente na riqueza de seu
artesanato, trabalhado em pedra, barro, madeira, prata, estanho e fibra trançada.
Habilidades BNCC: (EM13LGG602) Fruir e apreciar esteticamente diversas
manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, assim como delas
participar, de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a
criatividade. (EM13LGG604) Relacionar as práticas artísticas e da cultura corporal
do movimento às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica e
econômica.
Sugestão de entrega: Exposição com diferentes obras artesanais de artistas
convidados pelos estudantes.

Projeto 3: Um povo, muitas histórias: Minas Gerais na literatura brasileira

29
Objetivos: Ampliar o repertório da literatura brasileira, com vistas para a produção
literária em Minas Gerais, e estimular a escrita criativa a partir de releituras e/ou
inspiração das obras.
Habilidades BNCC: (EM13LGG201) Utilizar adequadamente as diversas
linguagens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes contextos, valorizando-as
como fenômeno social, cultural, histórico, variável, heterogêneo e sensível aos
contextos de uso. (EM13LGG603) Expressar-se e atuar em processos criativos que
integrem diferentes linguagens artísticas e referências estéticas e culturais,
recorrendo a conhecimentos de naturezas diversas (artísticos, históricos, sociais e
políticos) e experiências individuais e coletivas. (EM13LP46) Participar de eventos
(saraus, competições orais, audições, mostras, festivais, feiras culturais e literárias,
rodas e clubes de leitura, cooperativas culturais, jograis, repentes, slams etc.),
inclusive para socializar obras da própria autoria (poemas, contos e suas
variedades, roteiros e microrroteiros, videominutos, playlists comentadas de música
etc.) e/ou interpretar obras de outros, inserindo-se nas diferentes práticas culturais
de seu tempo. (EM13LGG403) Fazer uso do inglês como língua do mundo global,
levando em conta a multiplicidade e variedade de usos, usuários e funções dessa
língua no mundo contemporâneo.
Sugestão de entrega: Organização de um sarau para a expressão e manifestação
artística, que pode envolver dança, poesia, leitura de livros, música acústica e
também outras formas de arte como pintura, teatro e comidas típicas, que
representam a literatura brasileira.

Projeto 4: Grafite é Arte! Hip Hop é Arte!


Objetivos: Apropriar-se destas manifestações artísticas como meios de reconhecer,
valorizar, fruir e produzir tais manifestações, com base em critérios estéticos e no
exercício da sensibilidade.
Habilidades BNCC: (EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de
interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas
diferentes mídias como forma de ampliar suas as possibilidades de explicação e
interpretação crítica da realidade. (EM13LGG604) Relacionar as práticas artísticas e
da cultura corporal do movimento às diferentes dimensões da vida social, cultural,
política, histórica e econômica. (EM13LGG302) Compreender e posicionar-se
criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em

30
diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de
circulação. (EM13LGG502) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e
relações de poder subjacentes às práticas e discursos verbais e imagéticos na
apreciação e produção das práticas da cultura corporal de movimento.
Sugestão de entrega: Organização de um evento que promova uma batalha de Hip
Hop com grafitagem ao vivo, com a participação dos estudantes ou artistas por eles
convidados.

Quadro 2: Exemplo de planejamento do projeto "O maior museu a céu aberto do


mundo é mineiro: conheça Inhotim".

O maior museu a céu aberto do mundo é mineiro: conheça Inhotim


Objetivos: Reconhecer Inhotim como um dos mais importantes acervos de arte
contemporânea do Brasil e o maior museu a céu aberto do mundo e produzir materiais
(documentário, podcast, ebook etc.) para a comunidade local a fim de ampliar o acesso a
esse patrimônio.

Sugestão de entrega: Elaboração de documentário, podcast, ebook etc., como forma de


acessibilizar a riqueza de Inhotim para a comunidade local.

ETAPA AULAS PLANEJAMENTO

Aula 1 e 2 Apresentação do tema do projeto, dos


objetivos, da expectativa de entrega e como o
Descoberta e estudante será avaliado.
Interpretação
Professor, esse projeto tem como objetivo
reconhecer Inhotim como um dos mais
importantes acervos de arte contemporânea do
Brasil e o maior museu a céu aberto do mundo
e produzir materiais (documentário, podcast,
ebook etc.) para a comunidade local a fim de
ampliar o acesso deste patrimônio. Como
sugestão de entrega está a elaboração de
documentário, podcast, ebook etc., como forma
de acessibilizar a riqueza de Inhotim para a
comunidade local.

Converse com o seu grupo sobre essas ideias


e caso optem por adequá-la é importante que
essas decisões sejam tomadas na fase inicial.
Professor, lembre-se que na aprendizagem
baseada em projetos não há avaliação
somativa. Na seção "Avaliação na
aprendizagem por projetos" trazemos
indicações de como avaliar.

31
Formação dos grupos de trabalho.

Professor, neste material temos a indicação de


um livro "Planejando o Trabalho em Grupo",
que pode te ajudar nessa organização.

Preparação e planejamento para a pesquisa:


considerando o tema do projeto, quais as
possibilidades de trabalho? Discussão com os
estudantes.

Professor, uma visita à Inhotim certamente


seria uma experiência única para o grupo e,
caso isso seja previsto por você, é importante
que converse com a escola e mapeie as
possibilidades dessa saída pedagógica (neste
material, temos a indicação de uma leitura
sobre planejamento de saída pedagógica).
Para os projetos que envolvem estudo de
campo é necessário o encaminhamento do
projeto para Secretaria de Educação (SRE),
solicitando a verba para a saída (a escola é
responsável por elaborar o projeto). No
entanto, caso a visita não seja possível, o site
oficial de Inhotim permite uma visita online. No
site oficial há muitas informações para
pesquisa e organização da saída, caso optem
pela visitação.

Aula 3 e 4 Levantar o que o grupo já sabe sobre o


assunto e o que precisam saber antes de
iniciar a pesquisa.

Professor, nesse momento é essencial dar voz


aos estudantes. Você pode solicitar que, em
grupo, eles façam esse levantamento e
compartilhem, na sequência, com o coletivo.
Aqui, vale a pena que cada grupo eleja um
integrante para a partilha e outro para registro
na lousa.

Pesquisar sobre o tema.

Professor, como nessa aula teremos


pesquisas, é importante que reserve as salas

32
de informática da escola com antecedência
e/ou peçam autorização à gestão (também com
antecedência) para a liberação da internet e
uso de celulares na sala de aula. Lembre-os de
que o Instituto Inhotim é a sede de um dos
mais importantes acervos de arte
contemporânea do Brasil e considerado o
maior museu a céu aberto do mundo, por isso,
há muito o que explorar.

Reconhecer quem são as pessoas impactadas


pela proposta.

Professor, provoque os estudantes a refletirem


sobre quem são as pessoas impactadas por
essa proposta a nível individual e coletivo.
Perguntas como: as pessoas ao meu redor já
foram à Inhotim ou já ouviram falar sobre
Inhotim? Um dos maiores centros de arte do
mundo é visitado pelos moradores locais?
Quais os impactos econômicos de Inhotim para
a região?

Planejamento para a observação (saída a


campo ou visita online).

Professor, para relembrar: nos projetos que


envolvem estudo de campo, é necessário o
encaminhamento do projeto para Secretaria de
Educação (SRE) solicitando a verba para a
saída.

Caso a sugestão de entrega tenha sido


mantida, converse com os estudantes sobre
esse planejamento, ou seja, será necessária a
captação de imagens, vídeos e áudios. Se
forem feitos pelo celular é importante verificar a
memória para a visita, além de elaborar um
roteiro, já que o parque tem diversas obras.

Planejamento para entrevistas, se for o caso.

Professor, além das visitas a campo ou virtuais


(vídeos e páginas específicas), os estudantes

33
podem entrevistar pessoas acerca do tema do
projeto, que podem ser, inclusive, membros da
família que tenham ligação com Inhotim ou
funcionários e/ou visitantes que encontrarem
pelo parque. O roteiro de perguntas deve estar
pronto para o dia da entrevista, que pode ser
junto da visita.

Aula 5 e 6 Observação e exploração: saída a campo ou


visita online; entrevistas (se for o caso).

Professor, aqui é a hora de colocar em prática


todo o planejamento das aulas anteriores.
Reforce com o grupo que o sucesso de uma
boa saída e de uma boa entrevista advém de
um excelente planejamento, por isso é preciso
empenho nas etapas anteriores.

Aula 7 e 8 Compartilhar as descobertas realizadas na


etapa anterior (criar personas e mapa da
empatia, se fizer sentido).

Professor, essa etapa de partilha é muito


importante para todos, por isso, enfatize isso
para os estudantes. Uma estratégia para
engajamento é pedir que cada grupo formule
perguntas para o que está compartilhando as
descobertas, isso os ajuda a pensar sobre os
pontos levantados e aumenta as possibilidades
de soluções, que é o foco da etapa seguinte.

Professor, no quadro 1 deste material há a


explicação do que são personas e mapa da
empatia, bem como um "Para saber mais", que
aborda esse assunto. Também há um anexo
que traz um modelo de mapa da empatia para
ser utilizado.

Ideação e Aula 9 e 10 A partir do compartilhamento das descobertas


Experimentação (etapa anterior), criar soluções com base na
chuva de ideias, com a participação de todos
os integrantes do grupo.

Categorização das ideias criadas de forma


visual.

34
Professor, a partir da etapa anterior, é chegada
a hora de categorizar as ideias. Vale a pena
retomar os objetivos do projeto e a entrega final
(que pode ser a sugestão apresentada no
escopo do projeto ou aquela que vocês
decidiram enquanto grupo).

Objetivos: Reconhecer Inhotim como um dos


mais importantes acervos de arte
contemporânea do Brasil e o maior museu a
céu aberto do mundo e produzir materiais
(documentário, podcast, ebook etc.) para a
comunidade local, a fim de ampliar o acesso a
esse patrimônio.

Sugestão de entrega: Elaboração de


documentário, podcast, ebook etc., como forma
de acessibilizar a riqueza de Inhotim para a
comunidade local.

Professor, aqui você pode incentivar a


utilização de mapas mentais em aplicativos ou
manuscritos com materiais como cartolinas,
papel pardo e canetas coloridas. Neste
material, temos um "Para saber mais", que
aborda sobre os mapas mentais.

Aula 11 e 12 Entender o que são os protótipos.

Evolução Professor, prototipar significa trazer as ideias


para o mundo físico de forma visual. Pode ser
colocar no papel ou produzir algo digitalmente,
a ser apresentado para outras pessoas. Você
pode indicar o Canva para os estudantes, que
apresenta muitas possibilidades de templates
para uso no projeto.

Criar protótipos que respondam ao desafio do


projeto.

Professor, o desafio corresponde a como


alcançar o objetivo proposto, com vistas a
entrega final. Por isso, retome mais uma vez:
Elaboração de documentário, podcast, ebook
etc., como forma de acessibilizar a riqueza de
Inhotim para a comunidade local. [Professor,
caso vocês tenham pensando em outra
entrega, faça a adaptação no momento dessa
apresentação].

35
Professor, provoque os estudantes a pensarem
e elaborarem como eles farão essa entrega:
como organizarão o documentário, podcast,
ebook, entre outros?

Aula 13 e 14 Apresentação dos protótipos dos grupos para a


turma e/ou convidados para coletar opiniões e
novas ideias. Uma boa estratégia para esse
momento é pelo Método Aquário.

Professor, relembre os estudantes da


importância do compartilhamento de ideias e
da troca que deve haver entre os grupos. Uma
boa estratégia para esse momento é pelo
Método Aquário, no quadro 1 deste material há
a explicação do que é essa estratégia e
também há um "Para saber mais", que aborda
esse assunto.

Aula 15 e 16 Ajustes finais nos protótipos.

Professor, após a etapa anterior pode ser que


os grupos precisem fazer ajustes finais nas
suas propostas, utilize essas aulas para isso.

Celebração pelos resultados obtidos:


apresentação para outras turmas, famílias,
convidados etc., dos materiais desenvolvidos.

Professor, a data da celebração não precisa,


necessariamente, ser no dia da sua aula. A
depender do que decidirem, enquanto grupo,
como entrega final, já deixem uma data
reservada para isso. Caso mantenham a
sugestão de organização de uma feira
gastronômica, esse evento pode ser um dia
destinado para isso, à noite ou em um sábado.
Lembre-se que falamos em celebração de
todas as conquistas desse percurso e não em
um evento acadêmico com outros fins, por isso,
Professor, curta esse momento com os seus
estudantes!

36
12. PROJETOS: CULTURA

A seguir, apresentamos os 4 (quatro) projetos como foco no eixo Cultura. Na


sequência, estão os objetivos de cada projeto, bem como as habilidades
desenvolvidas, segundo a BNCC, e uma sugestão de entrega.

IMPORTANTE: Professor e professora, os projetos apresentados a seguir são sugestões,


isso significa que podem ser adaptados de acordo com a realidade, necessidades e
potencialidades do seu grupo. Você pode alterar as ordens propostas, diminuir e/ou
estender as aulas previstas (respeitando as etapas) e, inclusive, pensar as sugestões de
entregas como um evento semestral, desde que reúnam os objetivos propostos para cada
projeto no bimestre, uma vez que a etapa que contempla a Celebração dos resultados
obtidos é de extrema importância para a finalização do projeto.

Projeto 1 Projeto 2 Projeto 3 Projeto 4


(1o bimestre) (2o bimestre) (3o bimestre) (4o bimestre)

Rota dos Quilombos: Do docim de leite ao Conceição Evaristo: Clube da Esquina:


outras histórias da leitão a pururuca: suas escrevivências qual a influência
Estrada Real conheça a e outros autores (hoje) da música
gastronomia mineira mineiros mineira que marcou
gerações?

No quadro 3, temos o exemplo de como um projeto pode ser desenvolvido


em um bimestre.

Projeto 1: Rota dos Quilombos: outras histórias da estrada real


Objetivos: Reconhecer o Vale do Jequitinhonha como uma das regiões do Brasil
com o maior número de comunidades quilombolas, a partir da identificação de que
onde havia realeza, também havia escravidão.
Habilidades BNCC: (EM13LGG105) Analisar e experimentar diversos processos de
remediação de produções multissemióticas, multimídia e transmídia, como forma de
fomentar diferentes modos de participação e intervenção social. (EM13LGG304)
Mapear e criar, por meio de práticas de linguagem, possibilidades de atuação social,
política, artística e cultural para enfrentar desafios contemporâneos, discutindo seus
princípios e objetivos de maneira crítica, criativa, solidária e ética. (EM13LGG403)
Fazer uso do inglês como língua do mundo global, levando em conta a

37
multiplicidade e variedade de usos, usuários e funções dessa língua no mundo
contemporâneo. (EM13LGG502) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e
relações de poder subjacentes às práticas e discursos verbais e imagéticos na
apreciação e produção das práticas da cultura corporal de movimento.
(EM13LGG601) Apropriar-se do patrimônio artístico e da cultura corporal de
movimento de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua diversidade, bem
como os processos de disputa por legitimidade. (EM13LGG703) Utilizar diferentes
linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção coletiva,
colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais. (EM13LGG704) Apropriar-se
criticamente de processos de pesquisa e busca de informação, por meio de
ferramentas e dos novos formatos de produção e distribuição do conhecimento na
cultura de rede. (EM13LP15) Elaborar roteiros para a produção de vídeos variados
(vlog, videoclipe, videominuto, documentário etc.), apresentações teatrais, narrativas
multimídia e transmídia, podcasts, playlists comentadas etc., para ampliar as
possibilidades de produção de sentidos e engajar-se de forma reflexiva em práticas
autorais e coletivas.
Sugestão de entrega: Produção de uma página/recurso digital (blog, site, canal no
youtube, instagram, Tik Tok (ou) entre outros) que apresente a rota dos quilombos
pelas lentes dos jovens para a comunidade escolar e outras pessoas interessadas.

Projeto 2: Do docim de leite ao leitão a pururuca: conheça a gastronomia mineira


Objetivos: Explorar a gastronomia mineira, a fim de compreender as suas origens e
fator de desenvolvimento econômico, social, turístico e cultural para o Estado.
Habilidades BNCC: (EM13LGG203) Analisar os diálogos e conflitos entre
diversidades e os processos de disputa por legitimidade nas práticas de linguagem
e suas produções (artísticas, corporais e verbais), presentes na cultura local e em
outras culturas. (EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social,
analisando diferentes argumentos e opiniões manifestados, para negociar e
sustentar posições, formular propostas, e intervir e tomar decisões
democraticamente sustentadas, que levem em conta o bem comum e os Direitos
Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local,
regional e global. (EM13LGG402) Empregar, nas interações sociais, a variedade e o
estilo de língua adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao

38
gênero do discurso, respeitando os usos das línguas por esse(s) interlocutor(es) e
combatendo situações de preconceito linguístico.
Sugestão de entrega: Organização de uma feira gastronômica com as diversas
possibilidades das “cozinhas de Minas” que conseguem representar, ao mesmo
tempo, a rica história e do Estado e suas potencialidades no turismo gastronômico e
na indústria criativa.

Projeto 3: Conceição Evaristo: suas escrevivências e outros autores mineiros


Objetivos: Reconhecer Conceição Evaristo como uma das principais autoras do
país por resgatar a ancestralidade negro-brasileira e pesquisar outros autores
mineiros que colaboram com a luta antirracista.
Habilidades BNCC: (EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de
interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas
diferentes mídias como forma de ampliar suas possibilidades de explicação e
interpretação crítica da realidade. (EM13LGG203) Analisar os diálogos e conflitos
entre diversidades e os processos de disputa por legitimidade nas práticas de
linguagem e suas produções (artísticas, corporais e verbais), presentes na cultura
local e em outras culturas. (EM13LGG303) Debater questões polêmicas de
relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões manifestados, para
negociar e sustentar posições, formular propostas, e intervir e tomar decisões
democraticamente sustentadas, que levem em conta o bem comum e os Direitos
Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local,
regional e global. (EM13LGG403) Fazer uso do inglês como língua do mundo
global, levando em conta a multiplicidade e variedade de usos, usuários e funções
dessa língua no mundo contemporâneo. (EM13LGG703) Utilizar diferentes
linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção coletiva,
colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais. (EM13LP09) Fazer curadoria
de informações, tendo em vista diferentes propósitos e projetos discursivos.
(EM13LP52) Produzir apresentações e comentários apreciativos e críticos sobre
livros, filmes, discos, canções, espetáculos de teatro e dança, exposições etc.
(resenhas, vlogs e podcasts literários e artísticos, playlists comentadas, fanzines,
e-zines etc.).
Sugestão de entrega: Organização de material (impresso ou digital) que
represente uma curadoria de autores e autoras mineiros que lutam pelo antirracismo

39
com textos autorais que demonstrem a análise e opinião dos estudantes acerca
deste assunto.

Projeto 4: Clube da Esquina: qual a influência (hoje) da música mineira que marcou
gerações?
Objetivos: Compreender a influência do Clube da Esquina no cenário da música
popular e como essa influência dialoga com a mineiridade da música brasileira até
os dias de hoje.
Habilidades BNCC: (EM13LGG601) Apropriar-se do patrimônio artístico e da
cultura corporal de movimento de diferentes tempos e lugares, compreendendo a
sua diversidade, bem como os processos de disputa por legitimidade.
(EM13LGG602) Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e
culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar
continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade. (EM13LGG603)
Expressar-se e atuar em processos criativos que integrem diferentes linguagens
artísticas e referências estéticas e culturais, recorrendo a conhecimentos de
naturezas diversas (artísticos, históricos, sociais e políticos) e experiências
individuais e coletivas. (EM13LGG701) Explorar tecnologias digitais da informação e
comunicação (TDIC), compreendendo seus princípios e funcionalidades, e
mobilizá-las de modo ético, responsável e adequado a práticas de linguagem em
diferentes contextos. (EM13LP20) Produzir, de forma colaborativa, e socializar
playlists comentadas de preferências culturais e de entretenimento, revistas
culturais, fanzines, e-zines ou publicações afins que divulguem, comentem e
avaliem músicas, games, séries, filmes, quadrinhos, livros, peças, exposições,
espetáculos de dança etc., de forma a compartilhar gostos, identificar afinidades,
fomentar comunidades etc.
Sugestão de entrega: Organização de um álbum musical que represente uma
curadoria da mineiridade da música brasileira e que traga descrições autorais (dos
estudantes) que justifiquem a escolha desses artistas. O álbum será disponibilizado
em plataformas digitais de streaming gratuitas de músicas online.

Quadro 3: Exemplo de planejamento do projeto "Do docim de leite ao leitão a


pururuca: conheça a gastronomia mineira".

40
Do docim de leite ao leitão a pururuca: conheça a gastronomia mineira
Objetivos: Explorar a gastronomia mineira, a fim de compreender as suas origens e fator
de desenvolvimento econômico, social, turístico e cultural para o Estado.

Sugestão de entrega: Organização de uma feira gastronômica com as diversas


possibilidades das “cozinhas de Minas” que conseguem representar, ao mesmo tempo, a
rica história do Estado e suas potencialidades no turismo gastronômico e na indústria
criativa.

ETAPA AULAS PLANEJAMENTO

Aula 1 e 2 Apresentação do tema do projeto, dos objetivos,


da expectativa de entrega e como o estudante
Descoberta e será avaliado.
Interpretação Professor, esse projeto tem como objetivo
explorar a gastronomia mineira, a fim de
compreender as suas origens e fator de
desenvolvimento econômico, social, turístico e
cultural para o Estado. Como sugestão de entrega
está a Organização de uma feira gastronômica
com as diversas possibilidades das “cozinhas de
Minas” que conseguem representar, ao mesmo
tempo, a rica história do Estado e suas
potencialidades no turismo gastronômico e na
indústria criativa.

Converse com o seu grupo sobre essas ideias e,


caso optem por adequá-la, é importante que
essas decisões sejam tomadas na fase inicial.
Professor, lembre-se que na aprendizagem
baseada em projetos não há avaliação somativa.
Na seção "Avaliação na aprendizagem por
projetos" trazemos indicações de como avaliar.

Formação dos grupos de trabalho.

Professor, neste material temos a indicação de


um livro "Planejando o Trabalho em Grupo", que
pode te ajudar nessa organização.

Preparação e planejamento para a pesquisa:


considerando o tema do projeto quais as
possibilidades de trabalho? Discussão com os
estudantes.

Professor, o texto a seguir é uma sugestão de


sensibilização para o tema retirado da página

41
oficial do governo de MG.

Café coado na hora, queijo curado na mesa e um


tabuleiro de broa de fubá e pão de queijo saindo
do forno. Para o almoço, costelinha com
ora-pro-nobis, angu, tutu de feijão, couve
refogada e canjiquinha no fogão a lenha – essas
delícias são apenas alguns dos elementos que
traduzem, com propriedade, a gastronomia
mineira. As diversas possibilidades das “cozinhas
de Minas” conseguem representar, ao mesmo
tempo, a rica história do Estado e suas
potencialidades no turismo gastronômico e na
indústria criativa.

Admirada e reconhecida nacional e


internacionalmente, a gastronomia mineira
ganhou uma data representativa em 2012,
quando o Governo do Estado de Minas Gerais
definiu que em todo dia 5 de julho, dia do
nascimento de Eduardo Frieiro, autor do primeiro
livro de gastronomia dedicado aos sabores de
Minas, seria comemorado o Dia da Gastronomia
Mineira. A publicação “Feijão, angu e couve –
Ensaio sobre a comida dos mineiros” foi lançada
em 1966.

Professor, como o Dia da Gastronomia Mineira é


comemorado no dia 5 de julho, esse projeto pode
ser realizado no segundo semestre e a sugestão
de entrega, uma celebração a essa data.

A Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de


Minas Gerais (Secult) coordena, em conjunto com
outras pastas, entidades vinculadas e instituições
de terceiro setor e iniciativa privada, o Plano
Estadual de Gastronomia Mineira (PEGM), que
tem o objetivo de fomentar, desenvolver e
promover toda a cadeia produtiva do setor. Entre
as ações e estratégias do plano estão a
valorização dos produtos e produtores mineiros
por meio da certificação, capacitação de
profissionais de diversos segmentos da
gastronomia, viabilização de oportunidades de
comercialização de produtos e parcerias com o
Ministério do Turismo.

Professor, saídas pedagógicas certamente seriam


uma experiência única para o grupo e, caso isso

42
seja previsto por você, é importante que converse
com a escola e mapeie as possibilidades dessa
saída (neste material temos a indicação de uma
leitura sobre planejamento de saída pedagógica).
Para os projetos que envolvem estudo de campo
é necessário o encaminhamento do projeto para
Secretaria de Educação (SRE) solicitando a verba
para a saída (a escola é responsável por elaborar
o projeto).

Aula 3 e 4 Levantar o que o grupo já sabe sobre o assunto e


o que precisam saber antes de iniciar a pesquisa.

Professor, nesse momento é essencial dar voz


aos estudantes. Você pode solicitar que, em
grupo, eles façam esse levantamento e
compartilhem, na sequência, com o grande grupo.
Aqui, vale a pena que cada grupo eleja um
integrante para a partilha e outro para registro na
lousa.

Pesquisar sobre o tema.

Professor, como nessa aula teremos pesquisas, é


importante que reserve as salas de informática da
escola com antecedência e/ou peçam autorização
à gestão (também com antecedência) para a
liberação da internet e uso de celulares na sala de
aula. Lembre-os de que a gastronomia mineira
não apenas é sinônimo de acolhimento, afeto,
hospitalidade e diversidade, mas também de
cultura, história e desenvolvimento
socioeconômico para Minas Gerais.

Reconhecer quem são as pessoas impactadas


pela proposta.

Professor, provoque os estudantes a refletirem


sobre quem são as pessoas impactadas por essa
proposta a nível individual e coletivo. Perguntas
que indagam como e por que um projeto sobre a
Gastronomia Mineira pode impactar a vida deles,
da família, dos amigos e de pessoas que não
conhecem, são bacanas de serem feitas.

43
Planejamento para a observação (saída a campo
ou visita online).

Professor, para os projetos que envolvem estudo


de campo é necessário o encaminhamento do
projeto para Secretaria de Educação (SRE)
solicitando a verba para a saída.

Na página oficial do governo de MG, há uma


seção específica sobre a gastronomia mineira e
pode ser uma boa sugestão para explorar as
opções da gastronomia, além de ser possível a
visita virtual, em alguns casos.

Planejamento para entrevistas, se for o caso.

Professor, além das visitas a campo ou virtuais,


os estudantes podem entrevistar pessoas acerca
do tema do projeto, que podem ser, inclusive,
membros da família que tenham ligação com a
gastronomia mineira. Pensando nisso, você pode
fazer perguntas que os remetam a pensar sobre
pessoas próximas que tenham essa ligação,
como: qual a ligação dos meus familiares com a
gastronomia mineira?

Aula 5 e 6 Observação e exploração: saída a campo ou


visita online; entrevistas (se for o caso).

Professor, aqui é a hora de colocar em prática


todo o planejamento das aulas anteriores.
Reforce com o grupo que o sucesso de uma boa
saída e de uma boa entrevista advém de um
excelente planejamento, por isso é preciso
empenho nas etapas anteriores.

Aula 7 e 8 Compartilhar as descobertas realizadas na etapa


anterior (criar personas e mapa da empatia, se
fizer sentido).

Professor, essa etapa de partilha é muito


importante para todos, por isso, enfatize isso para
os estudantes. Uma estratégia para engajamento
é pedir que cada grupo formule perguntas para o

44
grupo que está compartilhando as descobertas,
isso os ajuda a pensar sobre os pontos
levantados e aumenta as possibilidades de
soluções, que é o foco da etapa seguinte.

Professor, no quadro 1 deste material, há a


explicação do que são personas e mapa da
empatia, bem como um "Para saber mais", que
aborda esse assunto. Também há um anexo que
traz um modelo de mapa da empatia para ser
utilizado.

Ideação e Aula 9 e 10 A partir do compartilhamento das descobertas


Experimentaçã (etapa anterior), criar soluções, a partir da chuva
o de ideias, com a participação de todos os
integrantes do grupo.

Categorização das ideias criadas de forma visual.


Professor, a partir da etapa anterior, é chegada a
hora de categorizar as ideias. Vale a pena
retomar os objetivos do projeto e a entrega final
(que pode ser a sugestão apresentada no escopo
do projeto ou aquela que vocês decidiram
enquanto grupo).

Objetivos: Explorar a gastronomia mineira, a fim


de compreender as suas origens e fator de
desenvolvimento econômico, social, turístico e
cultural para o Estado.

Sugestão de entrega: Organização de uma feira


gastronômica com as diversas possibilidades das
“cozinhas de Minas” que conseguem representar,
ao mesmo tempo, a rica história do Estado e suas
potencialidades no turismo gastronômico e na
indústria criativa. [Professor, caso vocês tenham
pensando em outra entrega, faça a adaptação no
momento dessa apresentação].

Professor, aqui você pode incentivar a utilização


de mapas mentais em aplicativos ou manuscritos,
com materiais como cartolinas, papel pardo e
canetas coloridas. Neste material, temos um
"Para saber mais", que aborda sobre os mapas
mentais.

Aula 11 e 12 Entender o que são os protótipos.

45
Evolução Professor, prototipar significa trazer as ideias para
o mundo físico de forma visual. Pode ser colocar
no papel ou produzir algo digitalmente a ser
apresentado para outras pessoas. Você pode
indicar o Canva para os estudantes, que
apresenta muitas possibilidades de templates
para uso no projeto.

Criar protótipos que respondam ao desafio do


projeto.

Professor, o desafio corresponde a como alcançar


o objetivo proposto, com vistas a entrega final.
Por isso, retome mais uma vez: Organização de
uma feira gastronômica com as diversas
possibilidades das “cozinhas de Minas” que
conseguem representar, ao mesmo tempo, a rica
história do Estado e suas potencialidades no
turismo gastronômico e na indústria criativa.
[Professor, caso vocês tenham pensando em
outra entrega, faça a adaptação no momento
dessa apresentação].

Professor, provoque os estudantes a pensarem e


elaborarem como eles farão essa entrega.

Aula 13 e 14 Apresentação dos protótipos dos grupos para a


turma e/ou convidados, para coletar opiniões e
novas ideias. Uma boa estratégia para esse
momento é pelo Método Aquário.

Professor, relembre os estudantes da importância


do compartilhamento de ideias e da troca que
deve haver entre os grupos. Uma boa estratégia
para esse momento é pelo Método Aquário, no
quadro 1 deste material, há a explicação do que é
essa estratégia e também há um "Para saber
mais", que aborda esse assunto.

Aula 15 e 16 Ajustes finais nos protótipos.

Professor, após a etapa anterior pode ser que os


grupos precisem fazer ajustes finais nas suas
propostas, por isso utilize essas aulas para isso.

Celebração dos resultados obtidos: apresentação


para outras turmas, famílias, convidados etc., dos
materiais desenvolvidos.

46
Professor, a data da celebração não precisa,
necessariamente, ser no dia da sua aula. A
depender do que decidirem, enquanto grupo,
como entrega final, já deixem uma data reservada
para isso. Caso mantenham a sugestão de
organização de uma feira gastronômica, esse
evento pode ser um dia destinado para isso, à
noite ou em um sábado. Lembre-se que falamos
em celebração de todas as conquistas deste
percurso e não em um evento acadêmico com
outros fins, por isso, Professor, curta esse
momento com os seus estudantes!

13. PROJETOS: LAZER

A seguir, apresentamos os 4 (quatro) projetos como foco no eixo Lazer. Na


sequência, estão os objetivos de cada projeto, bem como as habilidades
desenvolvidas, segundo a BNCC, e uma sugestão de entrega.

IMPORTANTE: Professor e professora, os projetos apresentados a seguir são sugestões,


isso significa que podem ser adaptados de acordo com a realidade, necessidades e
potencialidades do seu grupo. Você pode alterar as ordens propostas, diminuir e/ou
estender as aulas previstas (respeitando as etapas) e, inclusive, pensar as sugestões de
entregas como um evento semestral, desde que reúnam os objetivos propostos para cada
projeto no bimestre, uma vez que a etapa que contempla a Celebração dos resultados
obtidos é de extrema importância para a finalização do projeto.

Projeto 1 Projeto 2 Projeto 3 Projeto 4


(1o bimestre) (2o bimestre) (3o bimestre) (4o bimestre)

Xadrez em Minas Mercado Central de Os Parques Minas em


BH: as comidas Estaduais de Minas movimento: qual é o
típicas, o Gerais seu esporte?
artesanato, a cultura
e a tradição como
opção de lazer em
Minas Gerais

No quadro 4, temos o exemplo de como um projeto pode ser desenvolvido


em um bimestre.

47
Projeto 1: Xadrez em Minas
Objetivos: Oferecer o xadrez como proposta de ampliação de vivência esportiva e
lazer e compreender o papel desse esporte/lazer na sociedade.
Habilidades BNCC: (EM13LGG503) Praticar, significar e valorizar a cultura corporal
de movimento como forma de autoconhecimento, autocuidado e construção de
laços sociais em seus projetos de vida. (EM13LP19) Compartilhar gostos,
interesses, práticas culturais, temas/problemas/questões que despertam maior
interesse ou preocupação, respeitando e valorizando diferenças, como forma de
identificar afinidades e interesses comuns, como também de organizar e/ou
participar de grupos, clubes, oficinas e afins.
Sugestão de entrega: Organização de um evento sobre o xadrez, com a
participação da comunidade escolar, que, além de um campeonato, conte com
oficinas que ensinem os movimentos básicos e exibam trechos de filmes, seguidos
de rodas de conversa, que retratem o papel desse esporte ao longo da história.

Projeto 2: Mercado Central de BH: as comidas típicas, o artesanato, a cultura e a


tradição como opção de lazer em Minas Gerais
Objetivos: Identificar a diversidade cultural dos produtos ofertados no Mercado
Central de BH, por meio do estímulo ao lazer.
Habilidades BNCC: (EM13LGG301) Participar de processos de produção individual
e colaborativa em diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais), levando em
conta seus funcionamentos, para produzir sentidos em diferentes contextos.
(EM13LGG403) Fazer uso do inglês como língua do mundo global, levando em
conta a multiplicidade e variedade de usos, usuários e funções dessa língua no
mundo contemporâneo. (EM13LGG402) Empregar, nas interações sociais, a
variedade e o estilo de língua adequados à situação comunicativa, ao(s)
interlocutor(es) e ao gênero do discurso, respeitando os usos das línguas por
esse(s) interlocutor(es) e combatendo situações de preconceito linguístico.
(EM13LGG602) Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e
culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar
continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade. (EM13LP09) Fazer
curadoria de informações, tendo em vista diferentes propósitos e projetos
discursivos.

48
Sugestão de entrega: Elaboração de materiais digitais para visita autônoma ao
Mercado Central de BH como prática de lazer, de modo que o visitante consiga
explorar a diversidade cultural dos produtos ofertados.

Projeto 3: Os Parques Estaduais de Minas Gerais


Objetivos: Pesquisar sobre os parques estaduais de Minas Gerais, como
possibilidades de lazer, e visitar pelo menos uma das opções, a fim de explorar a
riqueza natural e registrar o percurso com marcações de passos, calorias e tempo
gasto (aplicativos gratuitos no celular).
Habilidades BNCC: (EM13LGG503) Praticar, significar e valorizar a cultura corporal
de movimento como forma de autoconhecimento, autocuidado e construção de
laços sociais em seus projetos de vida. (EM13LGG604) Relacionar as práticas
artísticas e da cultura corporal do movimento às diferentes dimensões da vida
social, cultural, política, histórica e econômica. (EM13LGG703) Utilizar diferentes
linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção coletiva,
colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais.
Sugestão de entrega: Exposição dos registros realizados durante a visita a um
parque estadual, que contarão com fotografias do ambiente, áudios que narram a
experiência (QR code gratuito) e marcações do percurso (passos, calorias e tempo
gasto).

Projeto 4: Minas em movimento: qual é o seu esporte?


Objetivos: Favorecer a diversidade da prática esportiva como forma de lazer.
Habilidades BNCC: (EM13LGG501) Selecionar e utilizar movimentos corporais de
forma consciente e intencional para interagir socialmente em práticas da cultura
corporal, de modo a estabelecer relações construtivas, éticas e de respeito às
diferenças. (EM13LGG502) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e
relações de poder subjacentes às práticas e discursos verbais e imagéticos na
apreciação e produção das práticas da cultura corporal de movimento.
(EM13LGG503) Praticar, significar e valorizar a cultura corporal de movimento como
forma de autoconhecimento, autocuidado e construção de laços sociais em seus
projetos de vida. (EM13LP19) Compartilhar gostos, interesses, práticas culturais,
temas/problemas/questões que despertam maior interesse ou preocupação,
respeitando e valorizando diferenças, como forma de identificar afinidades e

49
interesses comuns, como também de organizar e/ou participar de grupos, clubes,
oficinas e afins. (EM13LP24) Participar de reuniões na escola (conselho de escola e
de classe, grêmio livre etc.), agremiações, coletivos ou movimentos, entre outros,
em debates, assembleias, fóruns de discussão etc., exercitando a escuta atenta,
respeitando seu turno e tempo de fala, posicionando-se de forma fundamentada,
respeitosa e ética diante da apresentação de propostas e defesas de opiniões,
usando estratégias linguísticas típicas de negociação e de apoio e/ou de
consideração do discurso do outro (como solicitar esclarecimento, detalhamento,
fazer referência direta ou retomar a fala do outro, parafraseando-a para endossá-la,
enfatizá-la, complementá-la ou enfraquecê-la), considerando propostas alternativas
e reformulando seu posicionamento, quando for caso, com vistas ao entendimento e
ao bem comum.

Sugestão de entrega: Organização de Clubes de Protagonismo1, articulados pelos


estudantes com propostas de acordo com os seus interesses e aptidões e que
tragam como um dos Clubes a diversidade no esporte.

Quadro 4: Exemplo de planejamento do projeto "Os Parques Estaduais em Minas


Gerais".

Os Parques Estaduais em Minas Gerais


Objetivos: Pesquisar sobre os parques estaduais de Minas Gerais, como possibilidades
de lazer, e visitar pelo menos uma das opções, a fim de explorar a riqueza natural e
registrar o percurso com marcações de passos, calorias e tempo gasto (aplicativos
gratuitos no celular).

Sugestão de entrega: Exposição dos registros realizados durante a visita a um parque


estadual, que contarão com fotografias do ambiente, áudios que narram a experiência (QR
code gratuito) e marcações do percurso (passos, calorias e tempo gasto).

ETAPA AULAS PLANEJAMENTO

1
O Clube de Protagonismo é um espaço destinado ao estudante e organizado para atender às suas
áreas de interesse e, a partir delas, seus integrantes devem desenvolver atividades que
proporcionem trocas de informações, de experiências relacionadas ou não à vida escolar. O objetivo
relevante é a formação do estudante Protagonista, pois a partir da vivência no Clube, o estudante
desenvolverá e exercitará um conjunto de habilidades essenciais para a sua formação, nos âmbitos
da sua vida pessoal, social e produtiva. Nesta página do governo do ES há mais informações sobre
essa proposta.

50
Descoberta e Aula 1 e 2 Apresentação do tema do projeto, dos
Interpretação objetivos, da expectativa de entrega e como o
estudante será avaliado.

Professor, esse projeto tem como objetivo


pesquisar sobre os parques estaduais de
Minas Gerais, como possibilidades de lazer, e
visitar pelo menos uma das opções, a fim de
explorar a riqueza natural e registrar o percurso
com marcações de passos, calorias e tempo
gasto (aplicativos gratuitos no celular). Como
sugestão de entrega, temos a exposição dos
registros realizados durante a visita a um
parque estadual, que contarão com fotografias
do ambiente, áudios que narram a experiência
(QR code gratuito) e marcações do percurso
(passos, calorias e tempo gasto).

Converse com o seu grupo sobre essas ideias


e, caso optem por adequá-la, é importante que
essas decisões sejam tomadas na fase inicial.
Professor, lembre-se que na aprendizagem
baseada em projetos não há avaliação
somativa. Na seção "Avaliação na
aprendizagem por projetos" trazemos
indicações de como avaliar.

Formação dos grupos de trabalho.

Professor, neste material temos a indicação de


um livro "Planejando o Trabalho em Grupo",
que pode te ajudar nessa organização.

Preparação e planejamento para a pesquisa:


considerando o tema do projeto quais as
possibilidades de trabalho? Discussão com os
estudantes.

Professor, a página Turismo do Estado de


Minas ressalta que a natureza foi generosa
com Minas Gerais. Cascatas que despencam
de morros, rios caudalosos, formações
rochosas impressionantes, cachoeiras e um
cenário deslumbrante compõem os 38 parques
estaduais, dos quais 10 são abertos à
visitação. Além da beleza, esses parques
proporcionam momentos de tranquilidade e
lazer, sendo uma ótima forma de manter

51
contato com as riquezas naturais. Já na página
oficial do governo de MG, há uma seleção de
parques com lindas imagens que você também
pode explorar com o grupo.

Professor, saídas pedagógicas certamente


seriam uma experiência única para o grupo e,
caso isso seja previsto por você, é importante
que converse com a escola e mapeie as
possibilidades dessa saída (neste material,
temos a indicação de uma leitura sobre
planejamento de saída pedagógica). Para os
projetos que envolvem estudo de campo é
necessário o encaminhamento do projeto para
Secretaria de Educação (SRE) solicitando a
verba para a saída (a escola é responsável por
elaborar o projeto).

Aula 3 e 4 Levantar o que o grupo já sabe sobre o


assunto e o que precisam saber antes de
iniciar a pesquisa.

Professor, nesse momento é essencial dar voz


aos estudantes. Peça para que eles contem
sobre suas experiências, caso já tenham
visitado algum parque. Você pode solicitar que,
em grupo, eles façam esse levantamento e
compartilhem, na sequência, com o grande
grupo. Aqui, vale a pena que cada grupo eleja
um integrante para a partilha e outro para
registro na lousa.

Pesquisar sobre o tema.

Professor, como nessa aula teremos


pesquisas, é importante que reserve as salas
de informática da escola com antecedência
e/ou peçam autorização à gestão (também com
antecedência) para a liberação da internet e
uso de celulares na sala de aula. Provoque-os
com perguntas que gerem pesquisa, como a
diferença entre parques nacionais, estaduais e
municipais; quais os parques mais visitados em
MG, entre outras questões que você pode
levantar ao caminhar com escuta ativa pelos
grupos de trabalho.

52
Reconhecer quem são as pessoas impactadas
pela proposta.

Professor, provoque os estudantes a refletirem


sobre quem são as pessoas impactadas por
essa proposta, a nível individual e coletivo. Há
pessoas que vivem a partir da renda do turismo
dos parques? Quem são elas? Como
acessibilizar as informações sobre os parques
para as pessoas da comunidade escolar?
Como tornar atrativo a visita a um parque para
pessoas que não têm interesse por esse
assunto?

Planejamento para a observação (saída a


campo ou visita online).

Professor, para os projetos que envolvem


estudo de campo é necessário o
encaminhamento do projeto para Secretaria de
Educação (SRE) solicitando a verba para a
saída.

Na página oficial do governo de MG, há uma


seção específica sobre os parques, como
opções de lazer, além de diversas páginas no
Instagram e Tik Tok, além de vídeos no
Youtube que abordam sobre o tema. Incentive
os estudantes a pesquisarem mais sobre isso.

Caso a sugestão da entrega final seja mantida,


é importante retomar e fazer um lista de tudo o
que será necessário para a visita, como
câmeras fotográficas e gravadores (se for feito
pelo celular, checar se o aparelho está com
memória suficiente); pesquisar e baixar os
aplicativos para as marcações do percurso
(passos, calorias e tempo gasto). Estimule os
próprios estudantes a pesquisarem por
aplicativos que façam essa contagem e
marcação, mas aqui estão algumas sugestões:
calorias e passos. O tempo gasto pode ser
avaliado pelo próprio registro no celular.

53
Planejamento para entrevistas, se for o caso.

Professor, além das visitas a campo ou virtuais


(vídeos e páginas específicas), os estudantes
podem entrevistar pessoas acerca do tema do
projeto, que podem ser, inclusive, membros da
família que tenham ligação com parques
estaduais ou funcionários e/ou visitantes que
encontrarem pelo parque.

Aula 5 e 6 Observação e exploração: saída a campo ou


visita online; entrevistas (se for o caso).

Professor, aqui é a hora de colocar em prática


todo o planejamento das aulas anteriores.
Reforce com o grupo que o sucesso de uma
boa saída e de uma boa entrevista advém de
um excelente planejamento, por isso é preciso
empenho nas etapas anteriores.

Aula 7 e 8 Compartilhar as descobertas realizadas na


etapa anterior (criar personas e mapa da
empatia, se fizer sentido).

Professor, essa etapa de partilha é muito


importante para todos, por isso, enfatize isso
para os estudantes. Uma estratégia para
engajamento é pedir que cada grupo formule
perguntas para o grupo que está
compartilhando as descobertas, isso os ajuda a
pensar sobre os pontos levantados e aumenta
as possibilidades de soluções, que é o foco da
etapa seguinte.

Professor, no quadro 1 deste material, há a


explicação do que são personas e mapa da
empatia, bem como um "Para saber mais", que
aborda esse assunto. Também há um anexo
que traz um modelo de mapa da empatia para
ser utilizado.

Ideação e Aula 9 e 10 A partir do compartilhamento das descobertas


Experimentação (etapa anterior), criar soluções a partir da
chuva de ideias com a participação de todos os
integrantes do grupo.

54
Categorização das ideias criadas de forma
visual.

Professor, a partir da etapa anterior, é chegada


a hora de categorizar as ideias. Vale a pena
retomar os objetivos do projeto e a entrega final
(que pode ser a sugestão apresentada no
escopo do projeto ou aquela que vocês
decidiram enquanto grupo).

Objetivos: Pesquisar sobre os parques


estaduais de Minas Gerais, como
possibilidades de lazer, e visitar pelo menos
uma das opções, a fim de explorar a riqueza
natural e registrar o percurso com marcações
de passos, calorias e tempo gasto (aplicativos
gratuitos no celular).

Sugestão de entrega: Exposição dos registros


realizados durante a visita a um parque
estadual, que contarão com fotografias do
ambiente, áudios que narram a experiência
(QR code gratuito) e marcações do percurso
(passos, calorias e tempo gasto).

Professor, aqui você pode incentivar a


utilização de mapas mentais em aplicativos ou
manuscritos, com materiais como cartolinas,
papel pardo e canetas coloridas. Neste
material, temos um "Para saber mais", que
aborda sobre os mapas mentais.

Aula 11 e 12 Entender o que são os protótipos.

Evolução Professor, prototipar significa trazer as ideias


para o mundo físico de forma visual. Pode ser
colocar no papel ou produzir algo digitalmente
a ser apresentado para outras pessoas. Você
pode indicar o Canva para os estudantes, que
apresenta muitas possibilidades de templates
para uso no projeto.

Criar protótipos que respondam ao desafio do


projeto.

Professor, o desafio corresponde a como


alcançar o objetivo proposto, com vistas a
entrega final. Por isso, retome mais uma vez:

55
Exposição dos registros realizados durante a
visita a um parque estadual, que contarão com
fotografias do ambiente, áudios que narram a
experiência (QR code gratuito) e marcações do
percurso (passos, calorias e tempo gasto).
[Professor, caso vocês tenham pensando em
outra entrega, faça a adaptação no momento
dessa apresentação].

Professor, provoque os estudantes a pensarem


e elaborarem como eles farão essa entrega.

Professor, para gerar os QR codes (caso


optem por esse recurso) para acesso às
imagens, vídeos e/ou gravações, neste site o
acesso é gratuito é fácil de fazer.

Aula 13 e 14 Apresentação dos protótipos dos grupos para a


turma e/ou convidados para coletar opiniões e
novas ideias. Uma boa estratégia para esse
momento é pelo Método Aquário.

Professor, relembre os estudantes da


importância do compartilhamento de ideias e
da troca que deve haver entre os grupos. Uma
boa estratégia para esse momento é pelo
Método Aquário, no quadro 1 deste material, há
a explicação do que é essa estratégia e
também há um "Para saber mais", que aborda
esse assunto.

Aula 15 e 16 Ajustes finais nos protótipos.

Professor, após a etapa anterior, pode ser que


os grupos precisem fazer ajustes finais nas
suas propostas, utilize essas aulas para isso.

Celebração dos resultados obtidos:


apresentação para outras turmas, famílias,
convidados etc., dos materiais desenvolvidos.

Professor, a data da celebração não precisa,


necessariamente, ser no dia da sua aula. A
depender do que decidirem, enquanto grupo,
como entrega final, já deixem uma data
reservada para isso. Caso mantenham a
sugestão de exposição de registros, esse
evento pode ser um dia destinado para isso, à
noite ou em um sábado. Lembre-se que
falamos em celebração de todas as conquistas

56
desse percurso e não em um evento
acadêmico com outros fins, por isso, Professor,
curta esse momento com os seus estudantes!

14. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Professor e Professora, chegamos ao final deste material e esperamos que a


apresentação do componente Laboratório de Aprendizagens e os projetos
construídos com foco em Minas Gerais sejam significativos para os estudantes e
também para você.
A proposta da aprendizagem baseada em projetos que apresentamos,
permite muitas possibilidades de trabalho e, embora refira-se ao papel ativo do
estudante na construção do seu conhecimento com vistas ao seu protagonismo,
ressaltamos que isso só é possível mediante o seu papel enquanto professor, que
também é ativo e protagonista. Aliás, nas linhas finais deste documento, podemos
chamar de co-protagonismo.
Convidamos você para fazer parte disso! Aproveite o processo de construção
de novos saberes junto com os seus estudantes e curta o Laboratório de
Aprendizagens que traz Arte, Cultura e Lazer do seu território: Minas Gerais.

15. REFERÊNCIAS

AUSUBEL, David. The Psychology of Meaningful Verbal Learning. New York: Grune &
Stratton, 1963.

BNCC Ensino Médio:


http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/historico/BNCC_EnsinoMedio_embaixa_site_
110518.pdf

BENDER, William N. Aprendizagem Baseada em Projetos: educação diferenciada para o


século XXI. Porto Alegre: Penso. 2014.

BRAMANTE, Antônio Carlos. Lazer: Concepções e significados. Licere, Belo Horizonte,


v.14, n.1, p. 9-17, 1998.

BRASIL, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da


educação nacional.

57
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

BRASIL, Portaria nº 2.116, de 6 de dezembro de 2019. Estabelece novas diretrizes,


novos parâmetros e critérios para o Programa de Fomento às Escolas de Ensino
Médio em Tempo Integral - EMTI, em conformidade com a Lei nº 13.415, de 16 de
fevereiro de 2017. Diário Oficial da União. Publicado em: 09/12/2019; edição: 237; seção: 1;
Página: 28.

CARDOSO, Renata. Aprendizagem significativa: o que é e como colocar em prática.


Desafios da Educação. 2022. Disponível em:
https://desafiosdaeducacao.com.br/aprendizagem-significativa-o-que-e-e-como-colocar-em-
pratica/. Acesso em 28 ago 2023.

CAVALCANTI, C. FILATRO, A. Design Thinking na Educação Presencial, a distância e


corporativa. São Paulo, Saraiva, 2017.

EDUCATION FOR LIFE AND WORK. Developing Transferable Knowledge and Skills in
the 21st Century. 2012. Disponível em:
https://nap.nationalacademies.org/catalog/13398/education-for-life-and-work-developing-transf
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HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à


universidade. Porto Alegre: Educação & Realidade, 1993.

INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO (ICE). Disponível em:


https://icebrasil.org.br/escola-da-escolha/#. Acesso em 25 out. 2023.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando


conceitos e criando a prática. 2 ed. Salvador: Malabares Comunicações e eventos, 2005.

MARINI, Eduardo. Entenda as 10 competências gerais da BNCC. Educação. Edição 252.


2018. Disponível em: https://revistaeducacao.com.br/2018/10/05/bncc-competenciasgerais/.
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MEHTA, Jal., FINE, Sarah. In Search of Deeper Learning: The Quest to Remake the
American High School. Harvard University Press, 1ª edição. 2019.

MINAS GERAIS. Governo Diferente, Estado Eficiente. Artes Visuais. Disponível em:
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28 ago 2023.

58
SANTOS, Décio Oliveira dos; SOUZA, José Clécio Silva de. Design thinking na
Educação. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 23, nº 21, 2023. Disponível em:
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2023.

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE PERNAMBUCO. Metodologias Ativas: Um guia para


professores. 2020.

SILVA, Marco Antonio Morgado da. CAVALCANTI, Carolina Costa (coord. técnica).
Metodologias Ativas: um guia prático para professores. Secretaria de Educação e
Esportes. Governo do Estado de Pernambuco. XXXX.

ZAGONEL, Bernadete. Arte na educação escolar. Curitiba: Ibpex, 2008.

ANEXOS

MAPA DA EMPATIA

59

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