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Disciplina: Prática Pedagógica I

Professora: Lucineide Soares do Nascimento


Discentes:
Alexsandro do Carmo Costa
Luiz Fernando Neves da Silva
Matheus Lopes de Jesus
Andrew Malcher Rodrigues
Bryan Wesley Sousa Luz
Elementos para uma teoria da prática
educativa
Modelos de ação

Modelos de ação são as representações elaboradas e


veiculadas pelos professores a respeito da natureza de
seu fazer, presentes na prática educativa.
Função prática de tais teorias: oferecer ao educador,
razões para agir. Uma racionalização do processo.
Conferem inteligibilidade e sentido à prática educativa.
Modelos de ação

Podem vir da cultura cotidiana do educador.


Educação refere-se a uma ação
autoconsciente.(JAEGER, 1964).
É a intervenção de um ser humano sobre si mesmo ou
sobre outro no sentido de formar-se ou ao outro
segundo representações de sua própria ação e da
natureza.
3 concepções da prática na educação.

Para chegar a uma definição da prática educativa, é


necessário examinar nossa tradição educacional.
De modo esquemático temos Prática educacional
associada à:
1. Uma arte;
2. Uma técnica guiada por valores;
3. Uma interação.
A educação enquanto arte

No ocidente, é a concepção mais antiga e vigora até hoje.


Associa a atividade do educador a uma arte, no sentido
grego de téchne que funde, diferentemente de como
fazemos hoje, as ideias de “arte” com “técnica”.
Na cultura grega antiga, arte (téchne) distinguia-se de
ciência(epistéme) como parte do todo e a prática (práxis)
vista como atividade com resultados subjetivo para o
agente, enquanto arte deveria produzir efeitos exteriores
ao agente.
A educação enquanto arte

Arte, na concepção dos antigos envolvia toda a


fabricação material utilitária ou estética sem o sentido
de criação mas de imitação (mímeses).
Nesta concepção, como não acontecem mudanças na
natureza e os artesãos não criavam nada novo.
Assim, nesta concepção, o educador tem por objetivo,
agir sobre o ser humano no sentido de moldá-lo tal
como uma matéria o é para a produção de um utensílio.
A educação enquanto arte

Porém o educador/artesão não age de modo arbitrário:


sua ação orienta-se para a representação de uma
finalidade, tendo sua arte diferenciada da de um
escultor, o fato de agir sobre um ser que possui
princípio de crescimento e desenvolvimento.
A educação enquanto técnica guiada por
valores

Surge em tempos modernos.


Fundamenta-se na oposição entre esfera objetiva e
subjetiva refletindo a atmosfera da própria
modernidade.
A educação enquanto técnica guiada por valores

Preconiza a redução das atividades humanas a duas


grandes categorias:
1. Ações guiadas por objetivos axiológicos neutros que
visam o controle dos fenômenos do ambiente de
vida.
2. Ações guiadas por normas e interesses que visam
uma conformidade a uma ordem de valores ou a
realização de uma ordem de interesses.
3.
A educação enquanto técnica guiada por valores

Ações guiadas por objetivos axiológicos:


Remetem ao conhecimento objetivo dos fenômenos e a
um saber que refere-se a própria ação dos atores.
A prática é vista como baseada numa ciência objetiva
dos fenômenos e é prolongada por meio de ação
técnica sobre estes mesmos fenômenos , ações dirigidas
exclusivamente pelo critério do êxito.
A educação enquanto técnica guiada por valores

Ações guiadas por normas e interesses, caracterizam-se


por não apoiar-se em conhecimentos objetivos mas de
normas, por tanto critérios subjetivos, e interesses que
os atores manifestam.
A prática é vista como atividades as quais os seres
humanos se orientam em função de normas e de seus
interesses, dependentes tão somente destes e não de
leis da natureza.
A educação enquanto interação

Refere-se a toda forma de atividade na qual os seres


humanos agem em função uns dos outros.
Não orienta-se para a manipulação dos objetos nem para o
controle dos fenômenos do ambiente ao redor.
Fundamenta-se no confronto com o outro.
As ações sobre a natureza (trabalho) e a ação sobre os
artefatos (técnica) incluem interações entre indivíduos
como meios para a transformação da natureza ou a
produção dos artefatos.
A educação enquanto interação

Ênfase na colaboração mútua para realização de alguma


coisa(lao a lado) em detrimento das interações com o outro
que mais se destacam na ação (face a face).
O campo das atividades tradicionais

Caracterizam-se por basear-se em costumes, tradições


transmitidas de geração à geração sem que haja maiores
reflexões sobre o fazer.
É observável no modo como, em educação, os professores
posicionam em sala de aula ou de como esta é disposta,
com os alunos enfileirados.
Ações e saberes na prática educativa

Neste cenário o argumento é sobre enriquecer a


concepção a respeito da atividade educativa, de um
modo geral, e da ação do professor em particular
Ações e saberes na prática educativa

A tipologia clássica da ação social , elaborada por Max


Weber
(1971)
Dividida em quatro tipos fundamentais:
● Atividades relacionadas com objetivos
● Atividades relacionadas com valores
● Atividades tradicionais
● Atividades guiadas por afetos
Ações e saberes na prática educativa

Alguns fios condutores para compreender a atividade


educativa de ensino:
“Primeiramente, é que o processo de formação do ser humano é tão rico,complexo e variegado
quanto o próprio ser humano. O ser humano é, a
um só tempo, um manipulador de fenômenos objetivos,sociais e humanos; é um negociador que
discute com seus semelhantes; é um ser que pauta seus comportamentos por
normas e que descobre, no ambiente em que vive, desde o
nascimento, modelos de comportamento que tende a reproduzir; é também um ser que expressa
sua subjetividade e
que orienta sua Vida de acordo com uma dimensão afetiva e
emocional. Em suma, o processo de formação do ser humano reflete exatamente todas as
possibilidades e todos os matizes dos seres que somos.”(Tardif, 2014, pg 174)
Ações e saberes na prática educativa

Alguns fios condutores para compreender a atividade


educativa de ensino:
“Primeiramente, é que o processo de formação do ser humano é tão rico,complexo e variegado
quanto o próprio ser humano. O ser humano é, a
um só tempo, um manipulador de fenômenos objetivos,sociais e humanos; é um negociador que
discute com seus semelhantes; é um ser que pauta seus comportamentos por
normas e que descobre, no ambiente em que vive, desde o
nascimento, modelos de comportamento que tende a reproduzir; é também um ser que expressa
sua subjetividade e
que orienta sua Vida de acordo com uma dimensão afetiva e
emocional. Em suma, o processo de formação do ser humano reflete exatamente todas as
possibilidades e todos os matizes dos seres que somos.”(Tardif, 2014, pg 174)
Ações e saberes na prática educativa

Diferentes concepções da profissão docente:

● Complexidade e Presença simultânea de tipos de ações


● Das atividades instrumentais e as decisões a tomar
● Professor face a face e sua posição
Ações e saberes na prática educativa

O saber docente através das teorias das ações:


o que supõe o “saber-ensinar na ação”?
● Assimilar tradição pedagógica(hábitos, costumes, rotinas e truques do
ofício)
● Hábito a argumentar e defender seus pontos de vistas
● Expressar autenticidade
● Gerir uma sala de aula e obter os resultados dos meios de aprendizagem
aplicados
● Capaz de observar comportamentos e modifica-los, para o seu bem e do
sujeito da aprendizagem
O "saber—ensinar” refere-se, portanto, a uma pluralidade de saberes.
Ações e saberes na prática educativa

Dos tipos de ação do professor:


“O "saber—ensinar” refere-se, portanto, a uma pluralidade de saberes. Dos
tipos de ação do professor. Os objetivos do professor na ação dependem
dos tipos de ação presentes: ele age às vezes em função de normas que ele
defende ou quer fazer respeitar; Age também em função de emoções,
sentimentos, afetos; Age ainda de acordo com os papéis sociais dos atores
escolares; age por razões ou motivos que lhe parecem “racionais” ou bem
fundados, etc”(Tardif, 2014, pg 178)
Podemos supor que, ao agir, o professor se baseia em vários tipos de juízos
práticos para estruturar e orientar a sua atividade profissional.
Ações e saberes na prática educativa

Um adendo ao saber-ensinar:
“Se não sou capaz de estabelecer a diferença entre uma norma, um fato,
um afeto, um papel social, uma opinião, uma emoção, etc-., sou um perigo
público numa sala de aula, pois sou incapaz de compreender todas as
sutilezas das interações com os alunos em situações de ação
contingentes.”(Tardif, 2014, pg 180)
O objetivo final dos professores, segundo Tardif, é formar pessoas que não
necessitem dos professores por já serem capazes de dar sentido à sua
própria vida e à sua própria ação.
Referências:

TARDIF, Maurice. SABERES DOCENTES E FORMAÇÃO PROFISSIONAL


17º edição - Petrópolis, RJ : Vozes, 2014

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