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SUMÁRIO

GEOGRAFIA ............................................................................................................ pág 01


Planejamento 1: Crescimento populacional mundial .................................. pág 02
Planejamento 2: 273 anos de Industrialização no mundo .......................... pág 13
Planejamento 3: Indicadores de desenvolvimento sociais e econômicos ..... pág 21
Planejamento 4: Desafios do agronegócio com o desenvolvimento
ambiental e humano............................................................................... pág 30

HISTÓRIA .............................................................................................. pág 37


Planejamento 1: Grécia Antiga ................................................................ pág 37
Planejamento 2: As organizações sociais dos povos nativos da América ..... pág 43
Planejamento 3: O Capitalismo (Protecionismo, multilateralismo, etc.) ....... pág 49
Planejamento 4: As formas de governo e sociedade sem Estado................ pág 55

FILOSOFIA............................................................................................. pág 61
Planejamento 1: As faces humanas do trabalho........................................ pág 62
Planejamento 2: Pluralidade cultural e diversidade de valores.................... pág 69

SOCIOLOGIA ......................................................................................... pág 77


Planejamento 1: Cultura, Antropologia e estudos culturais ........................ pág 77
Planejamento 2: Diversidade cultural ....................................................... pág 83
Planejamento 3: Diferença e cultura ........................................................ pág 88

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MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA
REFERÊNCIA
1º ano Ensino Médio 2023

Geografia Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência Específica 01: Analisar políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local,
regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos epistemológicos e científicos,
de modo a compreender e se posicionar criticamente com relação a esses processos e às possíveis relações
entre eles.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços,
mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores de conflito e
negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam o exercício
arbitrário do poder.
Competência Específica 03: Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades com
a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções que
respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local,
regional, nacional e global.
Competência Específica 04: Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios,
contextos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e transformação das
sociedades.
Competência Específica 06: Participar, pessoal e coletivamente, do debate público de forma consciente e
qualificada, respeitando diferentes posições, com vistas a possibilitar escolhas alinhadas ao exercício da
cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Crescimento populacional (EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar as tipologias evolutivas


mundial. (como populações nômades e sedentárias, entre outras) e as oposições
dicotômicas (cidade/campo, cultura/ natureza, civilizados/bárbaros,
razão/sensibilidade, material/virtual etc.), explicitando as ambiguidades e a
complexidade dos conceitos e dos sujeitos envolvidos em diferentes
circunstâncias e processos.
(EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e de
diferentes gêneros textuais e as tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
(EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das
mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a
mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de
eventos naturais, políticos, econômicos, sociais e culturais.
(EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e
nas dinâmicas das sociedades contemporâneas (fluxos populacionais,
financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos e culturais etc.),
bem como suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais,
econômicas e culturais.

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(EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço
e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o
papel de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios,
Estados Nacionais e organismos internacionais) e considerando os
conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-
cultural e as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas.
(EM13CHS206) Compreender e aplicar os princípios de localização,
distribuição, ordem, extensão, conexão, entre outros, relacionados com o
raciocínio geográfico, na análise da ocupação humana e da produção do
espaço em diferentes tempos.
(EM13CHS305) Analisar e discutir o papel dos organismos nacionais de
regulação, controle e fiscalização ambiental e dos acordos internacionais
para a promoção e a garantia de práticas ambientais sustentáveis.
(EM13CHS402) Analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e
renda em diferentes espaços, escalas e tempos, associando-os a
processos de estratificação e desigualdade socioeconômica.
(EM13CHS605) Analisar os princípios da declaração dos Direitos
Humanos, recorrendo às noções de justiça, igualdade e fraternidade,
para fundamentar a crítica à desigualdade entre indivíduos, grupos e
sociedades e propor ações concretas diante da desigualdade e das
violações desses direitos em diferentes espaços de vivência dos jovens.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Crescimento populacional mundial.
DURAÇÃO: 04 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Com a tendência de aumento do número de habitantes do planeta Terra, que segundo dados está em
8 bilhões de pessoas, seremos 10 bilhões em poucos anos. Projeções são realizadas e estudadas para
evitar possíveis colapsos de civilizações. Entretanto, muitas informações, discussões e até mesmo
soluções encontradas, devido a natureza polêmica, são evitadas de modo a não atingir os interesses
econômicos e sociais.
Alinhado a este pensamento o professor(a) detalha aos estudantes as prováveis consequências da
superpopulação no planeta, enfatizando o possível agravamento dos impactos ambientais. Utilizando
imagens, gráficos, vídeos, artigos e reportagens o professor(a) problematiza estes efeitos explicando
inicialmente o histórico das teorias malthusianas e reformistas discernindo os erros e acertos.
Introduzir que dentro da revisão das teorias demográficas se faz necessário também repassar o
aprendizado dos cálculos das taxas natalidade, mortalidade, absoluta e demográfica, pois são
parâmetros para obter resultados importantes sobre o índice de desenvolvimento humano. Outro
aspecto a ser abordado nesta aula consiste em apresentar os países com mais de 1 bilhão de
habitantes, como é o caso dos países asiáticos China e da Índia. Expor também as cidades mais
populosas do mundo, assim como as mais populosas do Brasil. Nesta ocasião o professor(a) aproveita
para relembrar a divisão do planeta entre Norte “rico” e o Sul “pobre”, países desenvolvidos,
subdesenvolvimento e em desenvolvimento (emergentes) relacionando com a dinâmica demográfica e
as tendências futuras relativas a população.
Ao contextualizar estes aspectos é importante também acentuar para o estudante, fatores que
envolvem a discussão das taxas de natalidade e fecundidade, dizendo sobre a criação da pílula
anticoncepcional, o planejamento familiar, as mulheres engravidando cada vez mais tarde, entre outros
aspectos para pensar as mudanças populacionais no mundo.

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B) DESENVOLVIMENTO:
Aula 1
Com recursos de equipamentos audiovisuais em sala, o(a) professor(a) apresenta os gráficos a seguir
para a turma, explicando a evolução do número de habitantes no planeta ao longo do tempo
relacionando com eventos históricos importantes.

Gráfico 01: Variação da população mundial. Gráfico 02: Aumento da população de 1950 a 2100.

Fonte: (UFJF, [2013]) Fonte: (ECODEBATE, [2018])

O gráfico 01 expõe dados sobre o aumento da população mundial a partir do século XV em milhões de
pessoas. O gráfico 02 revela o crescimento populacional por continente a partir de 1950.
Além da interpretação do aumento e da variação populacional mundial, o(a) professor(a) acrescenta
informações importantes sobre os motivos de decréscimo populacional, ocorrido em alguns períodos
históricos, causados por pandemias e guerras. Lembrando que esta explicação tem por objetivo além
de histórico, apresentar estes dados através da leitura e interpretação de gráficos. Comuns para o
componente curricular de geografia. Para tanto, utilizar a tabela abaixo:

Quadro 01: Número aproximado de vítimas: I e II Guerra e Pandemias mundiais.


Causa Período Vítimas aproximada
Peste Negra, Séculos XIV ao XIX 1/3 da população Mundial
Gripe Espanhola, Século XX (1918 a 1920) 50 milhões
I Guerra Mundial Século XX (1914 a 1918) 23 milhões
II Guerra Mundial, Século XX (1939 a 1945) 85 milhões
Covid 19 século XXI (2019 a 2022) 15 milhões
Fonte: (Elaboração própria, [2023])

Um fator preponderante para o aumento da população mundial em uma escala menor de tempo foram
as Revoluções Industriais que permitiram avanços e descobertas significativas principalmente na área
da medicina e engenharia, com inovações que contribuíram para uma melhor qualidade de vida da
população mundial. Para ilustrar sua fala o(a) professor(a) pode relacioná-las a três principais motivos
que influenciam o aumento populacional, a saber:

− Melhorias no sistema de saúde que aumentam a expectativa de vida.


− Aumento das taxas de natalidade e redução da mortalidade infantil com a descoberta de novos
fármacos.
− Urbanização, desenvolvimento econômico e social e aumento na qualidade de vida.

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A urbanização e a intensificação da produção industrial passa ser um fator de grande importância para
ser relacionado. Pois aborda os países com maior número de habitantes e as cidades mais populosas
do planeta, informações relevantes para os estudantes compreenderem as tendências desse aumento.

Gráfico 03: Projeções para População mundial.

Ao verificar estas influências o(a) professor(a)


registra que de acordo a projeções realizadas a
população do planeta será de a
aproximadamente de 10 bilhões de pessoas em
2050, explicando que no ano de 1800 a
população mundial atingiu 1 bilhão de pessoas. E
que levou apenas 160 anos para atingir 3 bilhões
de pessoas, segundo os dados do gráfico [ONU,
2015].

Fonte: (ONU, [2015])

Algumas das variáveis devem ser explicadas para dimensionar o aprendizado do estudante. Neste
momento é objetivado a revisão dos conceitos, teorias e cálculos importantes relacionados diretamente
com este aprendizado.

Aula 2
Teoria Malthusiana [1798]
Thomas Robert Malthus, em 1798, propôs que, o crescimento da população se daria em progressão
geométrica (2, 4, 8, 16, 32…), enquanto que a produção dos alimentos seguiria o modelo de
progressão aritmética (2, 4, 6, 8, 10…). Portanto, o mundo não daria conta de suprir as necessidades
de produção de alimentos para a subsistência humana, entendendo que a população mundial seria
maior que a quantidade de alimentos produzidos, além do fato do fim das áreas com condições para o
cultivo de alimentos.
Formas de controle:
− Diminuir o número de filhos por casal através da abstinência sexual.
− Adiar casamentos.

Entretanto, Thomas Malthus não previu os avanços científicos e tecnológicos no cultivo e na produção
de alimentos, ocasionando erros significativos em suas projeções.

Teoria Neomalthusiana [Após 1945]


Após a II Guerra Mundial verifica-se no mundo um intenso desenvolvimento econômico responsável
por grandes diferenças socioeconômicas entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Nesse
contexto surge a teoria Neomalthusiana que passa a defender o controle populacional para evitar o
aumento da pobreza. Esse controle precisaria ocorrer especialmente nas nações menos desenvolvidas,
portanto relaciona de forma direta a pobreza com o aumento populacional A pressão demográfica
também aumentaria o consumo e, consequentemente, o aumento das atividades industriais
causadoras de impactos ambientais.
Formas de controle:
− Métodos contraceptivos.
− Políticas antinatalistas.

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Teoria Reformista [1950]
Surgindo no mesmo contexto histórico que a Neomalthusiana, a teoria Reformista vem contrapor os
neomalthusianos, afirmando que os problemas sociais não são o resultado do crescimento
populacional, mas sim da falta de acesso da grande parte da população às riquezas produzidas. Afirma
que a superpopulação é consequência e não causa do subdesenvolvimento.
Explica que em países desenvolvidos “ricos” ocorre um maior controle da natalidade. E em países
subdesenvolvidos (pobres) com escassos investimentos em educação, saúde e emprego para a
população, as pessoas acabam não tendo consciência das implicações “negativas” econômicas por
gerar número maior de filhos.
Formas de controle:
− Implantar uma política de reformas sociais.
− Distribuição da renda.

Dentro desta mesma explicação o(a) professor(a) contextualiza e acrescenta de maneira breve os
seguintes conceitos:

Aula 3
Crescimento natural: cálculo da diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de um
determinado território, reconhecendo assim o número de habitantes, podendo ser positivo quando o
número de nascimento é superior ao de mortes, e negativo quando o de mortes for superior ao de
nascimentos.
Crescimento absoluto: O número absoluto de uma população é encontrado ao somar o crescimento
vegetativo com o número de imigrantes, sendo que o saldo migratório pode ser positivo quando entra
maior número de pessoas ou negativo quando sai um número maior de pessoas.
As taxas e índices demográficos permitem analisar a dinâmica da população para serem
compreendidas, ao serem associadas com as demais variáveis que influenciam a qualidade de vida,
renda, nível de desenvolvimento econômico, saúde, educação entre outros parâmetros, observados
nos dados de IDH ou GINI.

Taxa de natalidade:
Representa o número de crianças nascidas vivas. Exclui, portanto, o número de crianças nascidas
mortas ou que morreram logo que nasceram. O cálculo é feito a cada mil habitantes.

Nº de nascimentos x 1000
Taxa de natalidade =
Nº de habitantes

População de um país: 213.000.000.


Número de nascimentos em 01 ano: 2.575.000.
Taxa de natalidade: 12,1 %.

Taxa de mortalidade:
Representa o número de óbitos ocorridos ao longo de um ano. O cálculo é realizado a cada mil
habitantes e reflete a relação entre o número de óbitos anuais e de habitantes de um determinado
local.
Nº de óbitos x 1000
Taxa de mortalidade =
Nº de habitantes

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População de um país: 213.000.000
Número de óbitos em 01 ano: 1.800.000
Taxa de mortalidade: 8,4 %

Gráfico 04: População por continente. Quadro 02: Cidades mais populosas do mundo – 2018.

Fonte: (DOCPLAYER, [2023]). Fonte: (WIKIPEIDA, [2018]).

Segundo dados da ONU, [2018], das 10 cidades mais populosas do mundo, 08 estão na Ásia e 02 na
América Latina, de acordo com a hierarquia urbana são megacidades com mais de 10 milhões de
habitantes. Outro aspecto importante para trabalhar com os estudantes é associar o nível de
desenvolvimento econômico destas cidades ao país em que se encontram, ou seja, estas cidades
estão localizadas em países ricos ou pobres, desenvolvidos ou subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento.
Os estudantes devem conseguir relacionar os critérios dados em momentos anteriores desta sequência
que registravam as características observadas pelas teorias demográficas e detalham a importância do
nível de desenvolvimento econômico ao realizarem análises comparativas entre cidades mais
populosas do mundo.
Neste momento, os estudantes precisam conhecer algumas das principais diferenças ou características
entre as megacidades presentes nos países desenvolvidos ou subdesenvolvidos ou emergentes
relacionando aos número de habitantes. O(a) professor(a) deve estimular o desenvolvimento
argumentativo dos estudantes com um bate papo sobre os aspectos encontrados, provocando as falas
com vídeos, imagens dos impactos da superpopulação nas cidades. Seguem sugestões de imagens:

Aula 4
A) Moradias, emprego, saneamento básico e alimentação.
Imagem 01: Comunidade Futuro Melhor, SP / Brasil. Imagem 02: Bairro Kamagasaki, Osaka / Japão.

Fonte: (OUTRAS PALAVRAS, [2022]). Fonte: (JAPÃO EM FOCO, [2011]).

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B) Tráfego, poluição e moradias.
Imagem 03: Bairro Morumbi, SP/ Brasil. Imagem 04: Nova York, NY/ EUA.

Fonte: (EL PAÍS, [2014]). Fonte: (G1 NOTÍCIAS, [2022]).

Findada a conversa, o(a) professor(a) propõe a turma relacionar a superpopulação mundial aos
objetivos da “Agenda 2030”, definidos para atingir a sustentabilidade a nível mundial. Levantar as
questões dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS junto com os 17 objetivos da ONU é
uma forma de levar os discentes a uma reflexão sobre os desafios e possibilidades de atendimento a
estes objetivos, considerando a superpopulação mundial e o atual modelo de desenvolvimento
econômico. Nesta etapa o(a) professor(a) pode apresentar os 17 objetivos, através do quadro 03 ou
da imagem.

Quadro 03: Objetivos da Agenda 2030- ODS

Em 2015, a Assembleia Geral das Nações


Unidas (AGNU), composta por 193 Estados-
membros da ONU, definiu metas mundiais para
que “ninguém no mundo ficasse de fora".
Partindo de quatro principais dimensões: social,
ambiental, econômica e institucional, os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS
defendem medidas transformadoras. Assim,
foram definidos 17 objetivos e 169 metas
globais interconectadas, a serem atingidos até
2030, denominada de “Agenda 2030”.
Fonte: (ONU, [2023]).

Quadro 03: Objetivos da Agenda 2030- ODS

01 Erradicação da pobreza Eliminar todas as formas de pobreza no mundo.

02 Fome Zero Eliminar a fome e alcançar agricultura sustentável.

03 Saúde e bem estar Assegurar uma vida saudável e o bem estar para todos.

04 Educação de qualidade Assegurar a educação inclusiva, equitativa como qualidade.

05 Igualdade de gênero Alcançar a igualdade de gênero.

06 Água limpa e saneamento Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água.

07 Energia acessível Garantia de energia acessível, sustentável e renovável.

08 Trabalho decente Promover o crescimento econômico inclusivo para todos.

09 Indústria, inovação e infraestrutura. Promover a industrialização inclusiva e sustentável.

10 Redução das desigualdades Reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles.

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11 Cidades e comunidades sustentáveis Tornar as cidades e assentamentos inclusivos e seguros.

12 Consumo e produção responsáveis Assegurar padrões de produção e de consumo sustentável.

13 Ação contra mudança global do clima Combater as mudanças climáticas e seus impactos.

14 Vida na água. Conservação dos oceanos, mares e recursos marinhos.

15 Vida terrestre Proteger, recuperar e promover os ecossistemas terrestres.

16 Paz, Justiça e instituições eficazes. Promover sociedades pacíficas, inclusivas.

17 Parcerias e meios de implementação. Apoiar parceria global para o desenvolvimento sustentável.


Fonte: (MARQUES, [2023]).

RECURSOS:
Quadro; projetor; computador; acesso à internet; laboratório de informática para a avaliação.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Atividade individual.
O estudante com acesso a internet e computador da escola, irá elaborar uma pesquisa sobre as
cidades mais populosas do mundo. Ele deverá escolher duas cidades com diferentes situações
econômicas e sociais. O objetivo está em fazer comparações sobre os aspectos encontrados. A forma
de registrar os dados encontrados será utilizando de imagens, gráficos, tabelas, índices, IDH, GINI. O
estudante deverá registrar também a localização (país e continente), a hierarquia urbana, número de
habitantes da cidade e impactos negativos, entre outros aspectos encontrados. Compreendendo assim
as diferenças de superpopulação das cidades existentes entre países desenvolvidos, emergentes ou
subdesenvolvidos.

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ATIVIDADES
1 – Fazer uma pesquisa de comparação entre as cidades populosas dos países desenvolvidos e as
cidades populosas dos países subdesenvolvidos ou emergentes.
→ Ao escolher as cidades identificar a localização, continente, número de habitantes, IDH e GINI.
→ Os dados pesquisados devem ser atuais ou com no máximo 10 anos de publicação.
→ Explicar de forma breve e objetiva dois aspectos encontrados para cada cidade.
→ Na explicação deve ser utilizado um ou mais itens que possam visualizar e interpretar o aspecto
da pesquisa tais como: mapas, gráficos, imagens ou tabelas, podendo ser criado pelo
estudante.
→ Realizar a atividade individual na escola com acesso à internet.

Obs: As cidades pesquisadas devem conter índices atualizados de preferência dos últimos 10 anos.
Lembrando que as cidades devem ter uma população acima de 10 milhões de habitantes.

Sugestões de pesquisas de comparação de aspectos entre as cidades:


▪ Emprego e renda e custo de vida.
▪ Moradia.
▪ Trânsito urbano.
▪ Meio Ambiente e infraestrutura pública.
▪ Saneamento Básico e saúde.
▪ Educação.
▪ Segurança.

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REFERÊNCIAS
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ISSN 2446-9394. [s. l.] 16 jul. 2018. Gráfico: 01 e 02. Disponível em:
ttps://www.ecodebate.com.br/2018/07/16/o-crescimento-populacional-dos-continentes-1950-2100-
artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/. Acesso em: 14 mar. 2023.
BEZERRA, Juliana. Primeira Guerra Mundial. Toda Matéria, [s. l. d.]. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/primeira-guerra-mundial/. Acesso em: 14 mar. 2023.
FREITAS, Eduardo de. Teoria Reformista. Brasil Escola. [s. l. s. d]. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/teoria-reformista.htm. Acesso em 14 de março de 2023.
GRIMLEY, Naomi. CORNISH, Jack. STYLIANOU, Nassos. Número real de mortes por covid no mundo
pode ter chegado a 15 milhões, diz OMS. BBC News, [s. l. s. n.]. 5 maio 2022. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61332581. Acesso em: 14 mar. 2023.
GRIPE ESPANHOLA. In: Wikipédia, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2023.
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Gripe_espanhola&oldid=65038042. Acesso
em: 14 mar. 203.
GUITARRARA, Paloma. Teoria malthusiana. Brasil Escola. [s. l. s. d]. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/teoria-malthusiana.htm. Acesso em 14 de março de 2023.
KAWANAMI, Silvia. Imagem 02: Bairro Kamagasaki, Osaka / Japão. A terra dos velhos sem tetos
do Japão. [s. l.]. Japão em Foco. 04 out. 2011. Disponível em:
https://www.japaoemfoco.com/kamagasaki-a-terra-dos-velhos-sem-tetos-do-japao/. Acesso em: 13
mar. 2023.
LACERDA, Emanuel. Gráfico 04. População por Continente. A distribuição da população mundial,
cap. 2. Docplayer. [s. l. d.]. Disponível em: https://docplayer.com.br/225215391-A-distribuicao-da-
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O que são ODS e o que eles têm a ver com impacto social. IDIS. Desenvolvendo o investimento
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30 jan. 2023. Disponível em: https://www.idis.org.br/o-que-sao-ods-e-o-que-eles-tem-a-ver-com-
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10
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SOUSA, Rafaela. Taxa de natalidade e taxa de mortalidade. Brasil Escola. [s. l. s. d]. Disponível em:
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TARQUINIO, Tomás Togni. O Crescimento da População Mundial não é a Principal Ameaça ao Planeta.
Eco Debate, [s. l] ISSN 2446-9394, 12 nov. 2020. Disponível em:
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Teorias Demográficas. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/teorias-
demograficas/. Acesso em: 14 mar. 2023.

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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:

Competência Específica 01: Analisar políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos
âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos
epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a
esses processos e às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.
Competência Específica 03. Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades
com a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções
que respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em
âmbito local, regional, nacional e global.
Competência Específica 05: Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e
violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos
Humanos.
Competência Específica 06: Participar, pessoal e coletivamente, do debate público de forma
consciente e qualificada, respeitando diferentes posições, com vistas a possibilitar escolhas alinhadas
ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.

OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Os efeitos das (EM13CHS101) Analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas
revoluções industriais em diversas linguagens, com vistas à compreensão e à crítica de ideias
no planeta e na filosóficas e processos e eventos históricos, geográficos, políticos,
sociedade. econômicos, sociais, ambientais e culturais.
Entendendo as (ODS)
(EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas,
objetivos de
geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais da
desenvolvimento
emergência de matrizes conceituais hegemônicas (etnocentrismo, evolução,
sustentável.
modernidade etc.), comparando-as a narrativas que contemplem outros
agentes e discursos.
(EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor
argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais,
culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e
informações de natureza qualitativa e quantitativa (expressões artísticas,
textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos, gráficos, mapas,
tabelas etc.).
(EM13CHS206) Compreender e aplicar os princípios de localização,
distribuição, ordem, extensão, conexão, entre outros, relacionados com o
raciocínio geográfico, na análise da ocupação humana e da produção do
espaço em diferentes tempos.
(EM13CHS301). Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de
produção e descarte (reuso e reciclagem) de resíduos na
contemporaneidade e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que
promovam a sustentabilidade socioambiental e o consumo responsável.
(EM13CHS302). Analisar e avaliar os impactos econômicos e socioambientais
de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às
atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escalas de análise,
considerando o modo de vida das populações locais e o compromisso com a
sustentabilidade.

12
(EM13CHS303). Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas
de massa no estímulo ao consumismo, seus impactos econômicos e
socioambientais, com vistas a uma percepção crítica das necessidades
criadas pelo consumo.
(EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas
de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos, discutindo as
origens dessas práticas, e selecionar aquelas que respeitem e promovam a
consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável.
(EM13CHS305) Analisar e discutir o papel dos organismos nacionais de
regulação, controle e fiscalização ambiental e dos acordos internacionais
para a promoção e a garantia de práticas ambientais sustentáveis.
(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes
modelos econômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da
sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta.
(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana (estilos de vida, valores,
condutas etc.), desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade
e preconceito, e propor ações que promovam os Direitos Humanos, a
solidariedade e o respeito às diferenças e às escolhas individuais.
(EM13CHS601) Relacionar as demandas políticas, sociais e culturais de
indígenas e afrodescendentes no Brasil contemporâneo aos processos
históricos das Américas e ao contexto de exclusão e inclusão precária desses
grupos na ordem social e econômica atual.
(EM13CHS604) Conhecer e discutir o papel dos organismos internacionais no
contexto mundial, com vistas à elaboração de uma visão crítica sobre seus
limites e suas formas de atuação.
(EM13CHS605). Analisar os princípios da declaração dos Direitos Humanos,
recorrendo às noções de justiça, igualdade e fraternidade, para fundamentar
a crítica à desigualdade entre indivíduos, grupos e sociedades e propor
ações concretas diante da desigualdade e das violações desses direitos em
diferentes espaços de vivência dos jovens.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: 273 anos de Industrialização no mundo.
DURAÇÃO: 03 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
A educação ambiental na atualidade tem como referência práticas sustentáveis objetivando a
preservação do planeta para as gerações futuras. O(a) professor (a) deve expor que a sociedade
necessita mudar os seus padrões de exploração ambiental e consumo, tendo um olhar agora focado na
conservação dos recursos naturais. Reaprendendo a conviver e readaptando muitos aspectos já
constituídos em todas as ciências.
Portanto, para a atual geração é fundamental trilhar por este caminho. Evidenciar e reconhecer como
sendo uma nova ciência a “sustentabilidade ambiental e social” compreender através dos novos
objetivos como alcançar o novo modelo econômico e de vida, que garantirá a disponibilidade de
recursos naturais para as novas gerações.
Baseando-se em aspectos históricos das Revoluções Industriais, o(a) professor(a) expõe como se deu
a preocupação social e ambiental, associada com o desenvolvimento industrial de cada período.
Entendendo que serão utilizadas as mesmas reflexões nos demais processos industriais, seja nas
invenções ou teorias, do século XVIII ao Século XXI.
13
Esta reflexão não é somente sobre os impactos negativos ambientais, mas também sobre os aspectos
sociais relacionados aos meios de trabalho e suas características ao longo do tempo, por exemplo, os
motivos para o surgimento da classe operária; a mecanização e substituição da mão obra; migrações
em massa para as cidades; a evolução da legislação e da ética social, para associar o raciocínio com a
atualidade sobre o novo propósito de desenvolvimento social e ambiental.
A explicação partindo do ponto de vista do início da industrialização tem como aspecto principal o
desenvolvimento para o bem estar social da humanidade, considerando que não existia uma
preocupação ambiental efetiva no início da industrialização.
Este estudo traz diversos aspectos antagônicos que problematizam e expõem as necessidades de antes
que justifiquem a exploração dos recursos naturais para alcançar o nível de desenvolvimento que o
mundo se encontra na atualidade.
Portanto, a proposta está em expor para os estudantes esta explicação e fazer o desafio sobre o
comprometimento de alcançar as metas para a sustentabilidade entendendo serem as necessidades
atuais do século XXI.

B) DESENVOLVIMENTO:
Aula 1
Entre os fatores importantes que antecederam e promoveram a I Revolução Industrial no século XVIII
na Inglaterra, deve ser brevemente explicado pelo(a) professor(a) a expansão internacional do
comércio, o acúmulo de riqueza gerada pelas colônias fornecedoras de matéria prima, e as influências
burguesas geradas pelo controle político e comercial.
É importante destacar também o contexto de origem da indústria na Inglaterra, onde a habilidade de
exploração do carvão mineral fornece condições para o desenvolvimento de inovações mecânicas,
culminando em pouco tempo na substituição do trabalho manual (artesanal). Assim como o interesse
dos trabalhadores do campo em ingressar nas atividades industriais, provocando o início do êxodo
rural, marcando o fim do feudalismo.
Nesta relação o(a) professor(a) destaca para os estudantes invenções que intensificaram a produção,
tendo como palco principal a cidade de Londres em 1760. Os estudantes devem visualizar as inovações
através de imagens ou vídeos, objetivando o entendimento sobre o advento da tecnologia e seus
impactos positivos e negativos, assim como conhecer o intuito e a justificativa do equipamento
inventado. Para esta aula foram utilizadas três imagens de importantes invenções da I Revolução
Industrial e seus criadores.

Máquina a vapor/I Revolução Industrial:


Imagem 01: Máquina Eolípila de Heron (120 a.C.)

Segundo fontes históricas, a utilização do vapor


como fonte de energia ocorre desde o século I,
no ano 120 a.C. constituído por um mecanismo
de motor denominado de Eolípila, criada pelo
matemático e engenheiro greco-egípcio Heron
de Alexandria.

Fonte: (WIKIPÉDIA, [2020])

14
Imagem 02: Motor a vapor de Newcomen, 1712.

O processo de mecanismo para captar energia


à vapor passa por novas descobertas, ao longo
dos séculos, com o mesmo objetivo e entre as
técnicas aperfeiçoadas, destaca-se a invenção
de Thomas Newcomen (1712). Que construiu
uma máquina para ser utilizada nas minas de
carvão, elevar água ou cargas mais pesadas,
descartando a utilização de tração animal.
Fonte: (WIKIPÉDIA, [2022])

Imagem 03: Fábrica de Tecelagem com máquina a vapor Imagem 04: Ponte de ferro, 1779 Coalbrookdale, Inglaterra.

Fonte: (WORDPRESS, [2020]) Fonte: (WIKIPÉDIA, [2019])

Contudo o equipamento foi aperfeiçoado e patenteado com inovações criadas por James Watt (1777)
que o tornou mais eficiente para a utilização nas fábricas de tecelagens inglesas e nas minas de
carvão, esse avanço na produção permitiram impulsionar a fabricação de ferro fundido em maior
escala e rapidez.
Consequentemente abre se o caminho para as siderúrgicas já instaladas em pequenas vilas e vilarejos,
dos quais se tornariam, em um período curto de tempo, grandes centros industriais da Inglaterra que
fabricariam diversos equipamentos e materiais de construção com o ferro fundido.
Para destacar esse período o(a) professor(a) deverá solicitar aos estudantes que realizem uma
pesquisa sobre a I Revolução industrial, [1750 a 1850], especificamente sobre os temas abaixo. Os
docentes deverão escrever de maneira breve e objetiva, os impactos em cada um, se foram positivos
ou negativos e as justificativas.

Científicas
− Os meios de exploração do carvão mineral.
− Desenvolvimento da indústria metalúrgica e siderúrgica.
Políticas.
− Surgimento do parlamentarismo.
− Influência do Iluminismo e revolução intelectual.
Econômicas
− Crescimento do mercado consumidor mundial.
− Crescimento demográfico na Europa.

Aula 2
Após estruturar a origem da I Revolução Industrial com os estudantes, o(a) professor(a) recomendará
(03) documentários para serem assistidos em casa, com o objetivo de acrescentar outras passagens
importantes sobre a origem da industrialização.

15
Imagem 05: Consequências da Revolução Industrial.

O mundo Material. EP.1


Youtube - 01 vídeo, 29 min. 14 seg.
Canal: documentaryondemand
https://www.youtube.com/watch?v=dYLNQyeD
Mwg

Fonte: (BBC-LONDRES, [2012]).

Imagem 06: Consequências da Revolução industrial.

Criando Maravilhas. EP.2


Youtube – 01 vídeo, 29 min. 25 seg.
Canal: documentaryondemand
https://www.youtube.com/watch?v=rW4CR_W
M-AA&ab_channel=documentaryondemand

Fonte: (BBC-LONDRES, [2012]).

Imagem 07: Consequências da Revolução Industrial.

Medicina Moderna. EP.3


Youtube - 01 vídeo, 29 min. 19 seg.
Canal: documentaryondemand
https://www.youtube.com/watch?v=vEDosedH
j1g

Fonte: (BBC-LONDRES, [2012]).

Nos documentários os estudantes encontrarão diversas informações e curiosidades sobre o período


estudado, possibilitando a compreensão dos benefícios das inovações. Assim como verificar as
conquistas sociais, muitas delas presentes na atualidade.
O professor pode também utilizar-se dos documentários para fomentar na turma o interesse e
admiração pela investigação científica, inovação tecnológica, curiosidade pelas ciências e engenharias,
empreendedorismo. Ações como estas, instigam os estudantes a repensar sua realidade e encarar de
um modo novo os estudos, desenvolvendo um apreço pela ciência e tecnologia.

Aula 3
Para este momento a proposta é finalizar o conteúdo ao relacionar o passado com a atualidade. O(a)
professor(a) deve expor que os 273 anos da intensificação da exploração dos recursos naturais
culminaram em grandes mudanças ambientais, sociais e econômicas. Os estudantes ao refletirem
sobre este fato é esperado que encontrem justificativas para a necessidade do desenvolvimento
industrial, visto os avanços tecnológicos, sociais ou econômicos, nos períodos passados. E que

16
compreendam também que não existiu um planejamento de “economia ambiental” ou “segurança
social” até a metade do século XX.
Portanto as ações humanas aliadas à industrialização são hoje a principal causadora dos problemas
ambientais do planeta. Poluindo, contaminando e degradando espaços habitáveis não apenas pelo
homem da superfície terrestre com o processo de exploração dos recursos naturais.
Com estas questões alinhadas o(a) professor(a) conduz os estudantes a realizarem as seguintes
definições através de uma única pergunta realizada em sala de aula, como forma de aula dialogada os
estudantes escrevem suas respostas no caderno.
O professor utiliza o recurso áudio visual para direcionar as explicações e respostas dos estudantes,
através da utilização da imagem abaixo.

1. O que é economia ambiental sustentável?

“Desenvolvimento Sustentável é o
desenvolvimento capaz de suprir as
necessidades da geração atual, sem
comprometer a capacidade de atender as
necessidades das futuras gerações”.

Fonte: (TODA MATÉRIA, [2023].

Importante o professor finalizar a proposta da aula retratando os aspectos existentes para a


necessidade do desenvolvimento industrial do passado, com os aspectos existentes para as
necessidades do desenvolvimento social e ambiental do século XXI.

RECURSOS:
Projetor, mapas, computador, acesso à internet, laboratório de informática.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Pesquisa para ser realizada no seu município ou região. Com auxílio dos pais ou responsáveis, os
estudantes devem encontrar e participar de um projeto, programa ou ação que tenha por objetivo
promover a sustentabilidade ambiental ou social. Ou seja, participar de “Uma ação sustentável” ou
“realizar uma ação sustentável” social ou ambiental. Fazer o registro através de imagens. Lembrar-se
de pedir autorização das pessoas que aparecem nas imagens. Escrever neste registro o local e o nome
das pessoas envolvidas no trabalho. Justificar e explicar de forma objetiva a ação que foi realizada.
Fazer a conclusão com a elaboração de um folder dos registros realizados o mesmo deverá conter a
imagem dos estudantes com os pais, participando ou criando a ação sustentável.
Obs: Os estudantes devem entender que não se trata de doações ou prestação de serviços.

17
ATIVIDADES
Trabalho de campo com no máximo três estudantes de acordo com os critérios abaixo:

1 – O trabalho de campo.

→ Participar de uma ação sustentável ou realizar uma ação sustentável em seu município.
→ A mesma tem que promover a sustentabilidade ambiental ou social.
→ O registro deve ser realizado somente através de imagens que serão utilizadas.
→ Os estudantes deverão estar acompanhados com os pais ou responsável.

2 – O registro da ação realizada.

→ Pedir autorização dos envolvidos para utilização das imagens.


→ Deve conter localização e o nome do projeto e das pessoas envolvidas.
→ Nomear ação e Justificar com o motivo a necessidade da mesma.
→ O estudante deverá registrar a própria foto com o responsável durante o trabalho de campo.

3 – A apresentação e conclusão.

→ Elaborar com o material catalogado e com as demais informações um folder no formato A4 e


concluir de forma criativa a explicação sobre a ação realizada, registrando no folder os passos
concluídos.

18
REFERÊNCIAS
BOTELHO, Julia. Revolução Industrial: entenda o que foi e suas etapas. Politize.Disponível em:
https://www.politize.com.br/revolucao-industrial/.
Acesso em: 15 mar. 2023.
Consequências da Revolução Industrial: Criando Maravilhas. Ep.2. Youtube. 11 set. 2012. 01 vídeo, 29
min. 25 seg. Canal: documentaryondemand. [s. l. d.].
https://www.youtube.com/watch?v=rW4CR_WM-AA Acesso em: 15 mar. 2023
Consequências da Revolução Industrial: Medicina Moderna. Ep.3. Youtube. 11 set. 2012. 01 vídeo, 29
min. 19 seg. Canal: documentaryondemand. [s. l. d.].
https://www.youtube.com/watch?v=vEDosedHj1g Acesso em: 15 mar. 2023
Consequências da Revolução Industrial: O mundo Material. Ep.1. Youtube. 11 set. 2012. 01 vídeo, 29
min. 14 seg. Canal: documentaryondemand. [s. l. d.]. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=dYLNQyeDMwg Acesso em: 15 mar. 2023
CRONOLOGIA DAS INVENÇÕES. In: Wikipédia, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation,
2023. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Cronologia_das_inven%C3%A7%C3%B5es&oldid=6542814
8. Acesso em: 15 mar. 2023.
EOLÍPILA. In: Wikipédia, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2020. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Eol%C3%ADpila&oldid=58702479. Acesso em: 15 mar.
2023
GONZALEZ, Marco. A mineração e a Primeira Revolução Industrial. Notas Geo. 7 de janeiro de 2018.
[s. d. ]. Disponível em: https://www.notasgeo.com.br/2018/01/a-mineracao-e-primeira-
revolucao.html#. Acesso em: 15 mar. 2023
MAGALHÃES, Lana. Desenvolvimento Sustentável. Toda Matéria, [s.l.]. 2023. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/desenvolvimento-sustentavel/. Acesso em: 15 mar. 2023
MOTOR A VAPOR DE NEWCOMEN. In: Wikipédia, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation,
2022. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Motor_a_vapor_de_Newcomen&oldid=64326487. Acesso
em: 2 set. 2023.
PENA, Rodolfo F. Alves. "Industrialização e seus efeitos"; Brasil Escola. [s.l.].2023. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/industrializacao-seus-efeitos.htm. Acesso em: 15. mar. 2023.
PONTE. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation. [s.l.]. 2023. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ponte&oldid=65223237. Acesso em: 15 mar. 2023.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL. In: Wikipédia, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation. [s.l.]
2023. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial&oldid=65444263
Acesso em: 15 mar. 2023.

19
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:

Competência Específica 01: Analisar políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos
âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos
epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a
esses processos e às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.
Competência Específica 03: Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades
com a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções
que respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em
âmbito local, regional, nacional e global.
Competência Específica 04: Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes
territórios, contextos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e
transformação das sociedades.
Competência Específica 05: Reconhecer e combater as diversas formas de desigualdade e violência,
adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos.
Competência Específica 06: Participar, pessoal e coletivamente, do debate público de forma
consciente e qualificada, respeitando diferentes posições, com vistas a possibilitar escolhas alinhadas
ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.

OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Desenvolvimento Huma- (EM13CHS105). Identificar, contextualizar e criticar as tipologias
no no Brasil. evolutivas (como populações nômades e sedentárias, entre outras) e as
oposições dicotômicas (cidade/ campo, cultura/natureza,
civilizados/bárbaros, razão/sensibilidade, material/virtual etc.),
explicitando as ambiguidades e a complexidade dos conceitos e dos
sujeitos envolvidos em diferentes circunstâncias e processos.
(EM13CHS202). Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na
estruturação e nas dinâmicas das sociedades contemporâneas (fluxos
populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores
éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões
políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais.
(EM13CHS203) Contrapor os diversos significados de território, fronteiras
e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes sociedades,
contextualizando e relativizando visões dualistas como
civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo e cidade/campo, entre
outras.
(EM13CHS204). Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço
e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o
papel de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios,
Estados Nacionais e organismos internacionais) e considerando os
conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-cultural
e as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas.
(EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades em
suas dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e sociais, no
Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para as culturas
juvenis.

20
(EM13CHS501). Compreender e analisar os fundamentos da ética em
diferentes culturas, identificando processos que contribuem para a
formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a autonomia e o
poder de decisão (vontade).
(EM13CHS605). Analisar os princípios da declaração dos Direitos
Humanos, recorrendo às noções de justiça, igualdade e fraternidade, para
fundamentar a crítica à desigualdade entre indivíduos, grupos e
sociedades e propor ações concretas diante da desigualdade e das
violações desses direitos em diferentes espaços de vivência dos jovens.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Indicadores de desenvolvimento sociais e econômicos.
DURAÇÃO: 02 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ ABERTURA:
O professor ao abordar o tema de desenvolvimento humano, encontra definições amplas que discorre
normalmente dentro das áreas sociais. Para esta aula o professor deverá buscar índices e dados que
permitam ao estudante verificar o desenvolvimento das regiões, em estado de vulnerabilidade ou não,
possibilitando entenderem os índices ideais para existir um desenvolvimento humano melhor.
Assim o(a) professor(a) retrata estas informações através de gráficos, índices, mapas e demais
informações oficiais que corresponderá ao aprendizado do estudante durante as pesquisas realizadas.
O professor irá escolher uma cidade e desenvolver o tema e contextualizar os fatores presentes.
De forma objetiva o trabalho consiste em levar os estudantes a compreenderem os índices, referente à
situação econômica, renda, educação, saúde, lazer, moradia, alimentação, emprego, entre outros
aspectos.

B) DESENVOLVIMENTO:
Aula 01
O tema de estudo inicialmente deve ser abordado como forma de perguntas direcionadas aos
estudantes. Como as sugeridas a seguir:

• Vocês sabem o que é desenvolvimento humano?


Neste tipo de questionamento o(a) professor(a) normalmente se depara com diversas respostas que
apesar de estarem diretamente relacionadas com o tema, muitas das vezes não contemplam o
raciocínio conceitual. Ou seja, trata-se de respostas incompletas ou relacionadas ao conceito de
crescimento financeiro e econômico da região. Nessa situação, o(a) professor(a) busca a definição
mais comum dentro dos aspectos sociais.
“Desenvolvimento humano é um conceito baseado na ideia de liberdade dos seres humanos, para que
estes tenham as oportunidades e capacidades de viverem com qualidade de vida e de acordo com os
seus objetivos. Ao contrário do crescimento econômico, o desenvolvimento humano não está
diretamente relacionado com a análise dos recursos financeiros, mas sim com a satisfação das pessoas
com o modo como vivem a vida. Assim, para analisar o nível do desenvolvimento humano de
determinado grupo, deve-se observar não a renda, mas todas as condições e oportunidades que os
indivíduos possuem para conseguir ter uma vida com dignidade e qualidade.” (SIGNIFICADOS, [2023])

• Vocês sabem o que é Índice de desenvolvimento humano (IDH)?

21
“IDH significa Índice de Desenvolvimento Humano, uma medida importante concebida pela ONU
(Organização das Nações Unidas) para avaliar a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico de
uma população. Anualmente é elaborado o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com base em três critérios (Saúde,
Educação e Renda)”. (SIGNIFICADOS, [2023]).
“O objetivo da criação do Índice de Desenvolvimento Humano foi oferecer um contraponto a outro
indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão
econômica do desenvolvimento. O IDH não abrange todos os aspectos de desenvolvimento e não é
uma representação da "felicidade" das pessoas, nem indica "o melhor lugar no mundo para se viver".
Democracia, participação, equidade, sustentabilidade são outros dos muitos aspectos do
desenvolvimento humano que não são contemplados no IDH”. (PNUD-BRASIL, [2023]).

Aula 02
Ao esclarecer o fator conceitual o professor(a) passa a trabalhar diretamente com os aspectos.
Para esta aula o professor(a) e estudantes devem utilizar a lousa ou o equipamento áudio visual
conectado, para acessar o site do IBGE.
O professor(a) seleciona previamente 10 cidades para desenvolver a proposta dos tópicos seguintes,
devendo os estudantes, em dupla, acompanhar fazendo o mesmo em sala de aula.
Segue o exemplo abaixo:
Acesso dos sites utilizados:
→ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
Disponível em: https://www.ibge.gov.br/pt/inicio.html
→ Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
Disponível em: http://www.atlasbrasil.org.br/
→ Infosanbas
Disponível em: https://infosanbas.org.br/

Neste momento o professor(a) completa o quadro com as informações para todos os municípios
utilizando o site IBGE.

Confira as 10 cidades abaixo de 200 mil habitantes: IDH e PIB – Brasil.

Município Popul. IDH PIB (2020)


01 Melgaço (PA) 28.121 0,42 R$7. 035, 00
02 Fernando Falcão (MA) 10.559 0,44 R$8.051,50
03. Marajá do Sena (MA) 7.757 0,45 R$8.538,85
04. Uiramutã (RR) 11.014 0,45 R$11.985,64
05. Atalaia do Norte (AM) 20.868 0,45 R$ 8.469,49
06 Chaves (PA) 24.175 0,45 R$ 9.117,43
07. Cachoeira do Piriá (PA) 35.307 0,47 R$ 6.231,85
08 Bagre (PA) 31.967 0,47 R$ 7.433,19
09 Jordão (AC) 8.628 0,47 R$ 10.020,96
10. Inhapi – (AL) 18.398 0,48 R$ 7.697,46

Fonte: (IBGE, [2022]).

Como exemplo, nesta sequência didática o município escolhido foi Inhapi, Alagoas.
Abaixo segue os sites oficiais para o trabalho em sala.

22
→ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
Brasil - Alagoas – Inhapi
Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/al/inhapi/panorama
Cidades e Estados
Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/al/inhapi.html

→ Infosanbas
Inhapi – AL
Disponível em: https://infosanbas.org.br/municipio/inhapi-al/#Abastecimento-de-%C3%A1gua

→ Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil


Disponível em: http://www.atlasbrasil.org.br/#home

Dados do Município de Inhapi/Alagoas.

Fonte: (IBGE, [2023])

A) Localização do Município de Inhapi / AL:

Estado de Alagoas / Brasil. Localização do Município de Inhapi / Alagoas.

Fonte: (IBGE, [2023]). Fonte: (INFOSANBAS, [2023]).

B) Indicadores populacionais e socioeconômicos /gráficos de IDH e GINI.

A partir da média aritmética das três dimensões do IDHM (renda, longevidade e educação) é calculado
o Índice de Desenvolvimento Humano do Município.

23
O IDHM de Inhapi é 0,48, o que é considerado muito
baixo.

O Índice de Gini varia de zero a um, o valor zero


representa a situação de igualdade (todos possuem a
mesma renda), já o valor um é o oposto (uma só
pessoa possui toda a riqueza). O índice Gini de Inhapi é
de 0,67.
Fonte: (INFOSANBAS, [2023])

C) Analisar o acesso à água potável e esgotamento sanitário.

− 59,05% das famílias sem canalização de água no domicílio, propriedade ou terreno. Fonte:
IBGE/Censo 2010 (Amostra).
− 87,16% da população urbana é atendida pelo serviço de coleta de resíduos sólidos. Fonte: SNIS
(2020).
− Os dados sobre coleta e tratamento de esgoto não foram informados pelo município. Fonte:
SNIS (2020).
− Não foi informado o número de domicílios sujeitos a risco de inundação. Fonte: SNIS (2020).

Internações hospitalares causadas por doenças relacionadas ao saneamento inadequado.

Número de internações
hospitalares por ano
ocorridas em consequência
de Doenças Relacionadas
ao Saneamento Ambiental
Inadequado (DRSAI).

Fonte: (INFOSANBAS, [2023]).

D) Atividade econômica predominante no Município de Inhapi/Alagoas.

Imagem: Google Earth, Inhapi, AL / Brasil. A economia do município de Inhapi/AL tem como sua
principal atividade a agropecuária extensiva e no setor
comercial na área urbana com poucas ocupações e
baixos salários.
Constitui como importante fonte de renda para a
população os benefícios previdenciários como
aposentadorias, e programas de assistência como
bolsa família.
A principal fonte de geração de emprego formal fica a
cargo dos serviços públicos estaduais e municipais.
Fonte: (GOOGLE EARTH, [2023])

24
Obs. Importante ressaltar que os dados pesquisados possuem como objetivo didático para o
aprendizado dos estudantes e não estão atualizados. Como exemplo, o município de Inhapi / AL, teve
uma melhora gradual e significativa no saneamento básico a partir de 2021, contudo não foram
registrados nas pesquisas.
Após o professor(a) ter desenvolvido toda estrutura da pesquisa, concluída em sala de aula com a
participação dos estudantes. É feita a impressão do material produzido para ter o registro do que foi
realizado. Os dados pesquisados devem ser apresentados em uma única folha (A4), impressos na
escola.

RECURSOS:
Quadro, Datashow, Computador, acesso à internet em sala ou laboratório de informática.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Para a etapa da atividade avaliativa os estudantes terão que realizar a mesma proposta da aula com
municípios diferentes dos pesquisados em sala. De acordo com a proposta do professor(a) pode
manter ou não manter os tipos de dados pesquisados.
Para esta aula será alterado um dado de pesquisa.
E os estudantes terão que realizar a pesquisa sobre os municípios com melhores índices de
desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Um fator importante está na possibilidade de os estudantes fazerem comparações entre os municípios
com melhores e piores índices.

25
ATIVIDADES
A atividade deve ser realizada com no máximo três estudantes.
Utilizando os sites oficiais do IBGE e do INFOSANBAS complete o quadro abaixo, com IDH, PIB,
População.
Em seguida escolha um município no quadro e faça a pesquisa sobre os tópicos listados.
1. Localização do Município, apresentada em um mapa.
2. Informações básicas e Indicadores do IDH e do GINI, apresentadas com o gráfico.
3. Informações básicas do saneamento básico, apresentadas com o gráfico.
4. Informações básicas da atividade econômica predominante no município com a imagem do
Google Earth.
5. Enviar para o e-mail de Impressão a atividade que deverá conter somente uma página.

Confira as 10 cidades com maior IDH do Brasil:

Município Popul. IDH PIB


01 São Caetano do Sul (SP)
02 Águas de São Pedro (SP)
03. Florianópolis (SC)
04. Balneário Camboriú (SC)
05. Vitória (ES)
06 Santos (SP)
07 Niterói (RJ)
08 Joaçaba (SC)
09. Brasília (DF)
10. Curitiba (PR)
Fonte: (IBGE, [2023])

Obs: Os tópicos pedidos e as informações podem ser encontrados nos sites abaixo:

→ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.


Disponível em: https://www.ibge.gov.br/.
→ Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.
Disponível em: http://www.atlasbrasil.org.br/#home.
→ Infosanbas.
Disponível em: https://infosanbas.org.br/.
→ Google Earth.
Disponível em: https://www.google.com.br/intl/pt-BR/earth/.

26
REFERÊNCIAS
CORREIO dos Municípios. Ouro no Sertão: quatro povoados de Inhapi receberão água potável após
reivindicação de deputado. 01 fev. 2022 Ed. Plus. Pinheiro, Maceió-AL. Disponível em:
https://www.correiodosmunicipios-al.com.br/2022/02/ouro-no-sertao-quatro-povoados-de-inhapi-
receberao-agua-potavel-apos-reivindicacao-de-deputado/ . Acesso em: 16 mar. 2023.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Economia: PIB per capita 2020.
Município de Inhapi, Alagoas / Brasil. IBGE, 2023. Disponível em:
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/al/inhapi/panorama. Acesso em: 16 mar. 2023.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. População: Censo 2010. Município
de Inhapi, Alagoas / Brasil. IBGE, 2023. Disponível em:
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/al/inhapi/panorama. Acesso em: 16 mar. 2023.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Território: Mapa 2021. Município de
Inhapi, Alagoas / Brasil. IBGE, 2023. Disponível em:
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/al/inhapi/panorama. Acesso em: 16 mar. 2023.
INFOSANBAS – Informações de saneamento básico. Gráficos de índice IDH e GINI do Município
de Inhapi / Alagoas – Brasil. [2023]. Disponível em: https://infosanbas.org.br/municipio/inhapi-
al/#Abastecimento-de-%C3%A1gua. Acesso em: 16 mar. 2023
INFOSANBAS – Informações de saneamento básico. Internações hospitalares causadas por
doenças relacionadas ao saneamento inadequado do Município de Inhapi / Alagoas – Brasil.
[2023]. Disponível em: https://infosanbas.org.br/municipio/inhapi-al/#Abastecimento-de-
%C3%A1gua. Acesso em: 16 mar. 2023
INFOSANBAS – Informações de saneamento básico. Mapa de localização do Município de Inhapi
/ Alagoas – Brasil. [2023]. Disponível em: https://infosanbas.org.br/municipio/inhapi-
al/#Abastecimento-de-%C3%A1gua. Acesso em: 16 mar. 2023
INHAPI. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2022. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Inhapi&oldid=64826963. Acesso em: 29 nov. 2022.
SIGNIFICADO de: Desenvolvimento humano. Significados. [s. l. s. d. s. n]. Disponível em:
https://www.significados.com.br/desenvolvimento-humano/. Acesso em 16 mar. 2023.
SIGNIFICADO de: IDH - Índice de Desenvolvimento Humano. Significados. [s. l. s. d. s. n].
Disponível em: https://www.significados.com.br/idh/ . Acesso em 16 mar. 2023.

27
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:

Competência Específica 01: Analisar políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos
âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos
epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a
esses processos e às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.
Competência Específica 03: Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades
com a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções
que respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em
âmbito local, regional, nacional e global.
Competência Específica 05: Reconhecer e combater as diversas formas de desigualdade e violência,
adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos.
Competência Específica 06: Participar, pessoal e coletivamente, do debate público de forma
consciente e qualificada, respeitando diferentes posições, com vistas a possibilitar escolhas alinhadas
ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.

OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Agronegócio no Brasil (EM13CHS101) Analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas
e o Meio Ambiente. em diversas linguagens, com vistas à compreensão e à crítica de ideias
Missão da reforma filosóficas e processos e eventos históricos, geográficos, políticos,
agrária no Brasil. econômicos, sociais, ambientais e culturais.
(EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas,
geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais da
emergência de matrizes conceituais hegemônicas (etnocentrismo, evolução,
modernidade etc.), comparando-as a narrativas que contemplem outros
agentes e discursos.
EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor
argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais,
culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e
informações de natureza qualitativa e quantitativa (expressões artísticas,
textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos, gráficos, mapas,
tabelas etc.).
(EM13CHS104) Analisar objetos da cultura material e imaterial como suporte
de conhecimentos, valores, crenças e práticas que singularizam diferentes
sociedades inseridas no tempo e no espaço.
(EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e
de diferentes gêneros textuais e as tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
(EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço e a
formação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o papel
de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios, Estados
Nacionais e organismos internacionais) e considerando os conflitos
populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-cultural e as

28
características socioeconômicas, políticas e tecnológicas.
(EM13CHS206) Compreender e aplicar os princípios de localização,
distribuição, ordem, extensão, conexão, entre outros, relacionados com o
raciocínio geográfico, na análise da ocupação humana e da produção do
espaço em diferentes tempos.
(EM13CHS302) Analisar e avaliar os impactos econômicos e socioambientais
de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às
atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escalas de análise,
considerando o modo de vida das populações locais e o compromisso com a
sustentabilidade.
(EM13CHS303) Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas
de massa no estímulo ao consumismo, seus impactos econômicos e
socioambientais, com vistas a uma percepção crítica das necessidades
criadas pelo consumo.
(EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas
de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos, discutindo as
origens dessas práticas, e selecionar aquelas que respeitem e promovam a
consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável.
(EM13CHS305) Analisar e discutir o papel dos organismos nacionais de
regulação, controle e fiscalização ambiental e dos acordos internacionais
para a promoção e a garantia de práticas ambientais sustentáveis.
(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes
modelos econômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da
sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta.
(EM13CHS401) Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos e
classes sociais diante das transformações técnicas, tecnológicas e
informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em
diferentes espaços e contextos.
(EM13CHS402) Analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e
renda em diferentes espaços, escalas e tempos, associando-os a processos
de estratificação e desigualdade socioeconômica.
(EM13CHS403) Caracterizar e analisar processos próprios da
contemporaneidade, com ênfase nas transformações tecnológicas e das
relações sociais e de trabalho, para propor ações que visem à superação de
situações de opressão e violação dos Direitos Humanos.
(EM13CHS404) Identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho em
diferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos e seus
efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens e as gerações futuras,
levando em consideração, na atualidade, as transformações técnicas,
tecnológicas e informacionais.
(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana (estilos de vida, valores,
condutas etc.), desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade
e preconceito, e propor ações que promovam os Direitos Humanos, a
solidariedade e o respeito às diferenças e às escolhas individuais.
(EM13CHS503) Identificar diversas formas de violência (física, simbólica,
psicológica etc.), suas causas, significados e usos políticos, sociais e
culturais, avaliando e propondo mecanismos para combatê-las, com base em
argumentos éticos.
(EM13CHS504). Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes
das transformações científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e
seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos
29
sociais, sociedades e culturas.
(EM13CHS601) Relacionar as demandas políticas, sociais e culturais de
indígenas e afrodescendentes no Brasil contemporâneo aos processos
históricos das Américas e ao contexto de exclusão e inclusão precária desses
grupos na ordem social e econômica atual.
(EM13CHS602). Identificar, caracterizar e relacionar a presença do
paternalismo, do autoritarismo e do populismo na política, na sociedade e
nas culturas brasileira e latinoamericana, em períodos ditatoriais e
democráticos, com as formas de organização e de articulação das
sociedades em defesa da autonomia, da liberdade, do diálogo e da
promoção da cidadania.
(EM13CHS603). Compreender e aplicar conceitos políticos básicos (Estado,
poder, formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.) na análise da
formação de diferentes países, povos e nações e de suas experiências
políticas.
(EM13CHS605) Analisar os princípios da declaração dos Direitos Humanos,
recorrendo às noções de justiça, igualdade e fraternidade, para fundamentar
a crítica à desigualdade entre indivíduos, grupos e sociedades e propor
ações concretas diante da desigualdade e das violações desses direitos em
diferentes espaços de vivência dos jovens.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Desafios do agronegócio com o desenvolvimento ambiental e humano.
DURAÇÃO: 03 Aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
O Brasil possui em seu histórico de atividade econômica desde o período colonial, como sendo um
agroexportador a nível mundial. Os produtos açúcar e o café perpetuaram o setor primário, abrindo o
caminho para outros cultivos, permitindo ser hoje a principal atividade da economia brasileira.
Apoiado nesse fato o professor detalha para os estudantes, como esta atividade está sendo realizada,
relatando os impactos ambientais e sociais, os conflitos relacionados aos latifundiários e o homem do
campo.
Outro aspecto importante está em apresentar os avanços tecnológicos para a produção de alimentos,
assim como detalhar novas profissões oferecidas, dentro desta cadeia produtiva que é o agronegócio.
Contudo vale lembrar dos problemas ambientais que são em grande parte devido ao manejo incorreto
das produções do agronegócio.
Podendo estar ou ligadas diretamente com o produtor, como é o caso do desmatamento, esgotamento
do solo, queimadas, contaminação dos aquíferos em virtude dos agrotóxicos, fim dos mananciais,
perda de espécies endêmicas da flora, expulsão ou morte de animais silvestres.
Dentro dos aspectos relacionados é importante dar ênfase para o fato das questões sociais de conflito
no campo que remetem a importância de o estado fiscalizar e intervir através com legislação
apropriada.

B) DESENVOLVIMENTO:
Aula 01
A importância do agronegócio. Entendendo a cadeia de produção neste setor.

30
O agronegócio é atualmente a principal atividade econômica do país, esta atividade relaciona uma
cadeia de produção de alimentos que podemos destacar para o estudante sua abrangência e
importância.
O professor(a) passa a destacar algumas das atividades envolvidas para que assim o estudante
compreenda os ciclos principais.
− Insumos
São os elementos necessários para efetivar a produção e iniciar o plantio:
Exemplo:

Insumos

Medicamentos Defensivos Equipamentos


Sementes Fertilizantes Ração animal
veterinarios Agricolas e Ferramentas

Produtos

Cana-de Carne
Café Soja Milho Mandioca Cacau
açúcar Bovina

− Processamento
É a etapa relacionada com a transformação do produto in natura com o objetivo de obter outros
derivados, por exemplo, do plantio da soja obtém se o óleo ou da cana de açúcar obtém o álcool.
O resultado da fase de processamento:

Processament
o

Farinhade
Laticínios Pó de café Álcool Açúcar Óleo de Soja
trigo

Neste momento o professor (a) deve explicar para o estudante que os processadores são as
agroindústrias envolvidas de forma direta, sendo o trabalho realizado para:
− Limpeza, secagem e armazenamento (grãos armazenados em silos e armazém de cereais).
− Padronização e empacotamento (arroz, feijão, milho empacotados para consumo).
− Transformação (óleo de soja, farinhas e açúcares).
− Transporte e logística final.

Todas estas etapas contribuem para o abastecimento do comércio varejista e atacadista, pois diante da
interpretação observada os estudantes passam a ter a ciência que as cidades dependem do campo, em
todos os sentidos, devido constituir exclusivamente de elementos ligados diretamente com o setor
primário.

31
Aula 02
No caso do Brasil alguns aspectos favoreceram para que este setor na atualidade se tornasse
altamente lucrativo como, por exemplo, as questões relacionadas com a abundância de recursos
naturais, água, solo fértil e terras agricultáveis, condições climáticas. De forma que o agronegócio
representa mais de 20% do PIB nacional com 30 % dos empregos formais no Brasil, outro aspecto
importante relacionado aos dados da economia brasileira é que este setor é que mantém a balança
comercial favorável com um superávit anual positivo.
São dados que nesta aula devem ser repassados para os estudantes como informações importantes,
contudo para um melhor esclarecimento ou aprofundamento, a sugestão está em pedir uma pesquisa
sobre a EMBRAPA que possui diversos dados alinhados com a produção e a economia nacional que
este setor proporciona.
“A Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) é uma empresa
pública, vinculada ao Ministério da Agricultura e
Pecuária (Mapa), que foi criada em 1973 para
desenvolver a base tecnológica de um modelo
de agricultura e pecuária genuinamente
tropical. A iniciativa tem o desafio constante de
garantir ao Brasil segurança alimentar e
posição de destaque no mercado internacional
de alimentos, fibras e energia”.
(EMBRAPA,2023)
Fonte: (EMBRAPA, [2023])

Para concluir o professor relata as críticas voltadas para o agronegócio e as desvantagens que no
percurso da produção normalmente são percebidas.
Nesse momento o professor deve retratar a consciência ecológica dos estudantes voltada para os
valores ambientais e sociais presentes antes da implantação e do desenvolvimento do agronegócio em
determinadas regiões, pois são valores materiais ou imateriais da identidade local que são esquecidos
ou substituídos.
Os estudantes percebem que com a evolução da agroindústria outros valores são implantados
naquelas regiões, passando a predominar a mecanização e a tecnologia trazendo outras atividades e
comerciais ou de emprego e serviços e consequentemente o encontro de culturas diferentes.
Este passa ser fator que predomina nas regiões com a agroindústria visto principalmente o âmbito dos
conflitos que surgem e a ligação direta com a questão da apropriação dos recursos naturais do lugar.
Estes conflitos geralmente são disputas entre o pequeno agricultor e as grandes indústrias que acabam
expropriando o homem do campo.

Aula 03
Neste contexto é possível levar para os estudantes a possibilidade de associar o êxodo rural que
corresponde ao processo de migração em massa da população do campo para as cidades, cujas
dinâmicas estão relacionadas principalmente com a concentração fundiária e a mecanização do campo
que passam a impedir o trabalhador do campo produzir seu sustento e obter a renda necessária para
sobreviver.
O professor (a) confere como resultado que provém do agronegócio de maneira indireta alguns destes
impactos que podem ser passados para os estudantes através de reportagens ou artigos, no caso para
esta aula será utilizado um #podcast sobre as causas e consequências do êxodo rural.

32
Canal Agro / Jornal Estadão – SP.
https://summitagro.estadao.com.br/noticias-do-
campo/exodo-rural-causas-e-consequencias/
04 de janeiro 2022 – 04 min de leitura.
Fonte: (CANAL AGRO, [2022])

Entre estes fatores negativos, o estudante também faz a relação com a violência no campo das quais
sempre são exibidas nos noticiários locais ou nacionais. Neste momento, o professor pode ter como
referência as reivindicações do movimento social – MST.
Em reportagem ao Brasil de Fato, 23 de maio de 2022, explica a representante do MST, Alcione
Manthay. "A violência no campo está diretamente ligada à grilagem, ao agronegócio, à mineração, ao
desmatamento ilegal, ao garimpo. Diante disso, as comunidades rurais, assentamentos, aldeias e
quilombos são os que mais têm ficado vulneráveis a atos truculentos e violências de todos os tipos,
com aumento significativo na gestão do atual governo federal, já que este se coloca favorável à
atuação de empresas do agronegócio e da mineração em áreas nas quais não seria permitido".
Perfaz também a oportunidade para os estudantes conhecerem um pouco sobre a história do MST
Movimento dos trabalhadores Rurais o que reivindicam para esta aula o professor(a) exibe o filme
sugerido a seguir:

A história do MST.
23 de fev. 2022. 01 vídeo 15 min. 22 seg.
Canal: Meteoro Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=tM0hXr47Ll8

Fonte: (YOUTUBE, [2022]).

Diante dos aspectos estudados correspondentes aos fatos negativos e positivos relacionados com a
dinâmica do desenvolvimento do agronegócio brasileiro, se faz importante os estudantes
compreenderem as decisões políticas da atualidade que buscam o equilíbrio e a justiça social no
campo.
Para isto o professor discorre o assunto através das últimas notícias sobre as decisões que os
representantes políticos dos brasileiros tomam sobre os temas debatidos em sala de aula. Neste
momento é esperado que os estudantes comecem a entender sobre o poder político nas principais
questões que podem minimizar, resolver ou aumentar os conflitos. Para finalizar e concluir esta aula
será apresentado uma reportagem que retrata bem este aspecto, com o intuito de relacionar para o
estudante a responsabilidade ambiental e social do governo.

A queda de Salles, o ministro que tentou ‘passar a


boiada’.
Canal: Estadão - Youtube. 01. #podcast - 24 min.
12 seg. 24 de jun. de 2021
https://www.youtube.com/watch?v=DB5xkU67OuI

Fonte: (ESTADÃO, [2021]).

33
RECURSOS:
Quadro, projetor, computador, acesso à internet em sala ou laboratório de informática.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Diante da grande importância que representa para economia nacional o agronegócio, os estudantes
terão que organizar e criar de forma conjunta em sala um grande um fluxograma que explique os
setores de abrangência do agronegócio. O fluxograma criado representará as etapas e atividades dos
setores indo dos insumos até a logística de distribuição para os comércios varejistas e atacadistas. O
material para a confecção do fluxograma será fornecido pela escola. Os estudantes devem utilizar da
criatividade e conhecimento para representar as etapas dos setores, utilizando imagens, colagens,
desenhos, gráficos que possam estampar e explicar.

34
ATIVIDADES
Em sala de aula com a colaboração de todos os estudantes.
1 – Fazer um fluxograma de dimensões maiores que representa as etapas do agronegócio brasileiro,
devendo abordar e explicar as etapas importantes estudadas:
• Insumos.
• Processamento.
• Produtos.
• Logística de transporte.
• Comércio varejista e estadista.
Utilizem da criatividade para organizar o fluxograma, podem desenhar, fazer colagens, inserir gráficos
ou tabelas e mapas.

35
REFERÊNCIAS
A história do MST. Canal: Meteoro Brasil. [s. l. s. d.]. Youtube. 23 de fev. 2022. 01 vídeo 15 min. 22
seg. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=tM0hXr47Ll8. Acesso em: 17 mar. 2023
ALVES, E. et. al. Êxodo e sua contribuição à urbanização de 1950 a 2010. Revista de Política
Agrícola (Embrapa). Ano XX – nº 2 – Abr./Maio/Jun. 2011. pg. 80-88. Mundo Educação. [2023]
Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/Exodo-rural-no-
brasil.htm#:~:text=O%20%C3%AAxodo%20rural%20corresponde%20ao,o%20prazo%20de%20algu
mas%20d%C3%A9cadas. Acesso em: 17 mar. 2023
A queda de Salles, o ministro que tentou ‘passar a boiada’. Canal: Estadão [s. l. s. d.]. Youtube. 01.
#podcast - 24 min. 12 seg. 24 de jun. de 2021. https://www.youtube.com/watch?v=DB5xkU67OuI.
Disponível em: 17 mar. 2023
CARVALHO, Elen. "A violência no campo está diretamente ligada à grilagem, ao agronegócio", diz
dirigente do MST. Brasil de Fato, Salvador (BA). 23 de Maio de 2022. Disponível em:
https://www.brasildefatoba.com.br/2022/05/23/a-violencia-no-campo-esta-diretamente-ligada-a-
grilagem-ao-agronegocio-diz-dirigente-do-mst. Acesso em: 17 mar. 20223
Êxodo rural: causas e consequências. Canal Agro. Estadão/SP. #podcast. 4 min. 22 jan. 2022.
Disponível em: https://summitagro.estadao.com.br/noticias-do-campo/exodo-rural-causas-e-
consequencias/ . Acesso em: 17 mar. 2022
MATIAS, Átila. "Agronegócio"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/agronegocio.htm. Acesso em 17 de março de 2023
FERTISYSTEM. Quais são as etapas das cadeias produtivas do agronegócio? Entenda. [s. l. s. n.].
[2019]. Disponível em: https://www.fertisystem.com.br/m/blog/60d384532ab2c055dc7e9716/quais-
sao-as-etapas-das-cadeias-produtivas-do-agronegocio-entenda . Acesso em: 17 mar. 2023
MATIAS, Átila. "Agronegócio"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/agronegocio.htm. Acesso em 17 de março de 2023
PENA, Rodolfo F. Alves. "Efeitos da modernização do campo"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/efeitos-modernizacao-campo.htm. Acesso em 17 de março de
2023.

36
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA
REFERÊNCIA
ano Ensino M dio 2023

Humanas e Sociais Aplicadas

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência Específica 01: Analisar políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local,
regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos
epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a esses
processos e às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços,
mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores de conflito e
negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam o exercício
arbitrário do poder.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Os processos migratórios (EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor


(motivações de desdobra- argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
mentos). ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de
dados e informações de natureza qualitativa e quantitativa (expressões
A constituição da cidadania
artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos,
clássica e o regime democrático
gráficos, mapas, tabelas etc.).
ateniense e os excluídos do
regime democrático. (EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das
mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a
A democracia e a escravização
mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função
no mundo antigo: Grécia, Roma,
de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais e culturais.
período feudal e no advento da
Idade Moderna Ocidental.
A noção de cidadania.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Grécia Antiga.
DURAÇÃO: 4 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:

A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Para composição dessa sequência didática e o desenvolvimento da habilidade selecionar textos, imagens,
filmes e assuntos contextualizados relativos ao conteúdo. Análise do conhecimento prévio dos estudantes,
explorar os recursos tecnológicos e visitar museus, digitalmente (crie esse hábito transformando as aulas de
História), sites que expõem a Grécia Antiga a fim de estimular a prática da habilidade em questão. Amplie a
visão da introdução da democracia na Grécia Antiga e as mudanças e permanências do tema. Avaliação
durante o processo do desenvolvimento e conclusão ao finalizar, com diversas maneiras de inferir o
conhecimento.

37
O objetivo desta sequência didática, é compreender e analisar a Grécia Antiga, época da história grega
que se estende do século XX ao século IV a.C. Estabelecer relações entre os acontecimentos e
monumentos da época com os que ainda permanecem na Grécia. Quando falamos em Grécia Antiga
não estamos nos referindo a um país unificado e sim num conjunto de cidades que compartilhavam a
língua, costumes e algumas leis. Muitas delas eram até inimigas entre si, como foi o caso de Atenas e
Esparta.

B) DESENVOLVIMENTO:
Caro (a) professor (a), utilize o tema proposto sempre buscando contextualizar no momento atual. Crie
ganchos, faça pontes. Aproveite as notícias amplamente divulgadas. Leve jornal, utilize os recursos da
internet para transformar a aula como parte da formação do estudante, trazendo aspectos históricos
para a construção da individualidade do estudante. Que eles possam enxergar a importância da
construção da própria história. “Somos agentes históricos”.
Vale lembrar que os estudantes do Ensino Médio já possuem um conhecimento prévio, vindo dos anos
anteriores, e já possuem uma experiência de vida. Além de podermos explorar os recursos
tecnológicos que fazem parte da vida dos estudantes. Trabalhar sempre em conjunto com os
itinerários formativos, que compõem o Novo Ensino Médio.
Projete ou entregue cópias para os estudantes de textos falando sobre a Grécia Antiga, se preferir,
peça que pesquisem na internet, que pode ser no próprio celular ou na sala de informática,
previamente agendada. Ou com o auxílio do livro didático.

Aula 01: Política na Grécia Antiga


Conforme a Competência Específica 1, do Plano de Curso 2023, analisar de modo a compreender e
posicionar-se criticamente com relação a esses processos e às possíveis relações entre eles.
Explorar que no Período Clássico, os gregos procuraram cultivar a beleza e a virtude desenvolvendo as
artes da música, pintura, arquitetura, escultura, etc. Com isso, acreditavam que os cidadãos seriam
capazes de contribuir para o bem comum. Foi lançada, assim, a democracia. A democracia era o
governo exercido pelo povo, ao contrário dos impérios que eram liderados por dirigentes que eram
considerados deuses, como foi o caso do Egito dos Faraós. A democracia desenvolveu-se
principalmente em Atenas, onde os homens livres tinham oportunidade de discutir questões políticas
em praça pública.
Incentivar um debate aos estudantes sobre o conceito de democracia. As mudanças e permanências
relativas à democracia no Brasil. Alguns conceitos podem ser desconhecidos dos estudantes, ou pouco
compreendidos, trabalhar sempre com dicionários físicos ou online, etc. Esse site abaixo é muito bom.
→ Conceito de Epistemológico.
Disponível em: https://www.dicio.com.br/epistemologico/.
→ Conceito de Democracia.
Disponível em: https://www.dicio.com.br/democracia/.

Aula 02: Territórios na Grécia Antiga


Nessa aula o (a) professor (a) pode explorar o Mapa da Antiga Grécia, que pretende reconhecer as
regiões e as cidades mais importantes desde a Época Arcaica até a época de Alejandro Magno. Todos
os nomes de lugares estão escritos segundo aparecem em (FERNÁNDEZ, 2007).

38
Imagem 1 - Mapa Grécia Antiga

(Fonte: WIKIMEDIA, [s.d.])

Aula 03: Economia na Grécia Antiga


A economia grega se baseava em produtos artesanais, na agricultura e no comércio. Os gregos faziam
produtos em couro, metal e tecidos. Estes davam muito trabalho, pois todas as etapas de produção -
desde a fiação até o tingimento - eram demoradas. Os cultivos estavam dedicados às vinhas, oliveiras
e trigo. A isso somavam-se à criação de animais de pequeno porte. O comércio ocorria entre as
cidades gregas, nas margens do Mediterrâneo e afetava toda sociedade grega. Para realizar as trocas
comerciais se usava a moeda "dracma". Havia tanto o pequeno comércio do agricultor, que levava sua
colheita ao mercado local, quanto o grande comerciante, que possuía barcos que faziam toda rota do
Mediterrâneo. Fazer um paralelo entre a economia grega e a que ocorre ainda em pequenas cidades,
em locais de pouca expectativa de economia, tema para uma boa pesquisa e a oportunidade de
trabalhar em conjunto com geografia.

Aula 04: Cultura na Grécia Antiga


Já quase concluindo essa etapa, explicar que a cultura grega está intimamente ligada à religião, pois a
literatura, a música e o teatro contavam os feitos dos heróis e de sua relação com os deuses que
viviam no Olimpo. As peças teatrais eram muito populares e todas as cidades tinham seu espaço
cênico (chamado orquestra) onde eram encenadas as tragédias e comédias. A música era importante
para alegrar banquetes civis e acompanhar atos religiosos. Os principais instrumentos eram a flauta,
tambores e harpas. Esta última era utilizada para ajudar os poetas a recitarem suas obras. Igualmente,
os esportes faziam parte do cotidiano grego. Por isso, para celebrar a aliança entre as diferentes polis,
organizavam-se competições nos tempos de paz.
Na conclusão dessa sequência didática, como atividade, proponha aos estudantes que eles produzam
uma peça sobre a Grécia Antiga. Explorar sobre a mitologia grega.
Acesse o link, e conheça mais sobre o assunto.
→ Grécia Antiga: sociedade, política, cultura e economia
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/grecia-antiga.

39
Peça Grega.
Após exposição da mitologia grega, proponha aos estudantes a construção de uma peça sobre a
Grécia Antiga, e que envolva todos os estudantes, lembrando que para a peça acontecer tem que
ter local, roteiro, figurino, e que dessa maneira toda turma pode trabalhar, mesmo os mais
tímidos.

É importante salientar que esse assunto é vasto, e demanda de muitas outras oportunidades de
estudo, mas a pesquisa e o auxílio dos recursos, serão fundamentais nessa aquisição de maior
conhecimento. Nesse momento pode-se concluir o tema fazendo um debate entre os estudantes sobre
os conhecimentos adquiridos ao longo dessas aulas.

RECURSOS:
Aulas expositivas. Utilizar de todos os recursos disponíveis: livro didático, textos, imagens, mapas.
Elaboração de textos sobre a matéria para distribuição aos estudantes. Trabalhos em grupos e
individuais, visando fortalecer a consciência crítica de cada um, a coletividade e a construção do
pensamento. Metodologias ativas, aulas mais dinâmicas. Discussão de textos. Pesquisas individuais por
parte dos estudantes de temas ligados ao conteúdo. Troca de ideias entre professor e estudantes
visando fortalecer o processo de construção do conhecimento e da coletividade.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
1. A avaliação deverá ser contínua, processual e progressiva, observando o envolvimento e
desenvolvimento dos estudantes nas atividades individuais e coletivas. Estar atento às
atividades feitas, olhar cadernos, propor atividades em folha separada, para avaliar melhor o
desempenho individual.
2. Observar a participação dos estudantes em todas as atividades (escritas, criativas, debates,
trabalhos em grupo, pesquisas, entre outros).
3. Debates, perguntar sobre a origem da democracia e como ela se apresenta ultimamente,
explorar os últimos acontecimentos políticos nos países.
4. Estimular a participação de todos na atividade proposta na aula 04 sobre cultura na Grécia
Antiga.
5. Teremos as avaliações do Estado (diagnósticas etc.), mas também precisamos diversificar as
atividades bimestrais, colocar imagens, pequenos textos nas questões para contextualizar e
motivar os estudantes.
Com bastante cuidado, refletir a expressão aristotélica “devemos tratar igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade”. Para evitar a desigualdade em
oportunidades. Aos estudantes mais desinteressados buscar atingi-los pelas habilidades por ele já
demonstradas, alguns estudantes são mais aptos para desenhar, ilustrar, do que expor o conteúdo.

“Conhecimento é tudo”. Incentive os estudantes a sempre buscarem cada vez mais.

40
ATIVIDADES
1 – Na Grécia Antiga, as principais cidades-estado foram:

a) Babilônia e Atenas.
b) Esparta e Roma.
c) Babilônia e Esparta.
d) Atenas e Esparta.
e) Roma e Babilônia.

2 – (Mackenzie) "Conta a história que, com a ajuda de Atena, Epeu construiu um grande cavalo de
madeira, onde escondeu guerreiros. Ulisses ardilosamente introduziu-o em Tróia para que os
guerreiros a saqueassem." Em sua obra, o autor transformou a luta pelo controle do estreito de
Dardanelos (Helesponto) num conflito envolvendo deuses e heróis. A obra e o respectivo autor são:

a) A República - Platão.
b) Édipo Rei - Sófocles.
c) A Ilíada - Homero.
d) Os Sete Contra Tebas - Ésquilo.
e) A História da Guerra do Peloponeso - Tucídides.

3 – (PUC-Campinas) A decadência da Grécia, que teve início a partir do século IV a.C., é explicada,
entre outros fatores, pela
a) ausência de unidade política e pelas lutas entre as cidades-estados.
b) invasão dos cretenses na cidade de Tróia e pela destruição da civilização micênica.
c) evolução da pólis que colaborou para o desenvolvimento do ideal da democracia na região do
Peloponeso.
d) organização social das cidades-estados de Atenas e Esparta, estruturada no trabalho escravo
dos indivíduos oriundos da Messênia.
e) postura isolacionista desenvolvida pelas cidades-estados sem condições de participar do
comércio marítimo e logicamente, sem oportunidades de desenvolvimento econômico.

41
REFERÊNCIAS
BEZERRA, Juliana. Grécia antiga. Toda Matéria, 2021. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/grecia-antiga/. Acesso em: 02 mar.2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. BRASIL.
Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: História, Geografia. Brasília:
MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Avaliação da Educação Básica - documentos de
referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira;
Diretoria de Avaliação da Educação Básica, Brasília, 2018. Disponível
em:https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_refe
rencia_versao_1.0.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
FERNÁNDEZ URIEL, Pilar: Historia Antigua Universal II: El mundo griego .UNED, Madrid, 2007
(ISBN: 9788436254686).
MAPA Grecia Antigua. Wikimedia Commons. 28 Mar 2023. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mapa_Grecia_Antigua.svg. Acesso em: 02 mar. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
educação infantil e ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de
Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/curriculos_estados/documento_curricula
r_mg.pdf. Acesso em: 19 mar. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental - anos finais.
Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022.
Disponível em: https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-
crmg. Acesso em: 19 mar. 2023.

42
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:

Competência Específica 01: Analisar políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos
âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos
epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a
esses processos e às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.

OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
A construção da imagem e do (EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
ideário (colonizador e iconográfica e de diferentes gêneros textuais e as tecnologias digitais
colonizado). de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva
As organizações sociais, e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se
culturais, religiosas e comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
econômicas no mundo conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria
moderno ocidental. na vida pessoal e coletiva.
As organizações sociais dos (EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações,
povos nativos da América. das mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque
As formas e organizações para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos,
sociais, culturais, saberes e em função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais e
tradições dos povos de culturais.
África.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: As organizações sociais dos povos nativos da América.
DURAÇÃO: 3 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Para composição dessa sequência didática e o desenvolvimento da habilidade selecionar textos,
imagens, filmes e assuntos contextualizados relativos ao conteúdo. Análise do conhecimento prévio dos
estudantes, sugerir a possibilidade de ver um filme (Hernán, O Capitão de Castela, Real Caçador do
Sol, Libertador, O Abraço da Serpente, entre outros que são encontrados no youtube entre outros
sites) sobre a habilidade estudada, a fim de estimular a prática. Durante o processo avalie o
desenvolvimento e a conclusão, ao finalizar, com diversas maneiras de inferir o conhecimento.
O objetivo desta sequência didática, conforme orientação do Plano de Curso 2023, na construção das
habilidades, a análise da transição feudo-capitalista na Europa e seus desdobramentos e
consequências para as organizações sociais dos povos nativos da América. É importante estabelecer
diálogo a respeito das diversidades de formações culturais, sociais e políticas na América. Deve-se
ressaltar como as questões geográficas contribuem para os desenvolvimentos socioculturais, políticos e
econômicos distintos. Dar destaque as composições étnicas; os papéis dos grupos sociais no processo
emancipatório e, por fim, como as elites coloniais construíram um imaginário ideológico conforme a
manutenção dos seus privilégios e interesses econômicos.

B) DESENVOLVIMENTO:
Projete ou entregue cópias para os estudantes de textos falando sobre os povos nativos da América, se
preferir, peça que pesquisem na internet, que pode ser no próprio celular ou na sala de informática,

43
previamente agendada. Ou com o auxílio do livro didático.

Aula 01: Expansão Marítima Europeia.


Conforme a Competência Específica 2, do Plano de Curso 2023, analisar a formação de territórios e
fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos,
econômicos e culturais geradores de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e
inclusão e de situações que envolvam o exercício arbitrário do poder.
Retomar como a transição feudo-capitalista na Europa e seus desdobramentos trouxeram
consequências para as populações nativas da América. A expansão marítima europeia foi o período
compreendido entre os séculos XV e XVIII quando alguns povos europeus partiram para explorar o
oceano que os rodeava. Estas viagens deram início ao processo da Revolução Comercial, ao encontro
de culturas diferentes e da exploração do novo mundo, possibilitando a interligação dos continentes.
Veja mais sobre em:
→ Expansão Marítima Europeia.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/expansao-maritima-europeia/.

Aula 02: Tratado de Tordesilhas.


Professor (a) inicie a aula aguçando a curiosidade dos estudantes sobre a quantidade de idiomas que
são falados na América. Conduza a discussão para a América do Sul de forma que eles percebam que
os idiomas mais falados são o português e espanhol. Projete a imagem no quadro e explore a
demarcação do meridiano de Tordesilhas.

Imagem: Marcação do Tratado de Tordesilhas

(Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2010)


Aula 03: Povos Nativos.
Na finalização dessa sequência didática destacar de forma breve a situação dos povos nativos antes da
chegada dos europeus e atualmente. A região que hoje é ocupada pelo Brasil era habitada por cerca
de 4 milhões de índios quando a esquadra de Pedro Álvares Cabral aportou.
A maioria era constituída por coletores e caçadores. Hoje, mesmo após a redução do território
indígena, há 240 povos indígenas no Brasil que falam até 150 dialetos. As principais causas da redução
da população foram a pressão colonizadora e as doenças trazidas pelos portugueses. Os
remanescentes de povos indígenas brasileiros ainda vivem em constante disputa por território e são
alvo de doenças e vivem, a maioria, em extrema pobreza. Entre esses povos está o Guarani-caiuá, que
vive na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
O assassinato de líderes indígenas e a ocupação de terras são constantemente divulgados pela mídia.
Professor (a) explore as últimas notícias sobre os povos Ianomâmis.

44
Saiba mais:
→ Ianomâmis: membros de comissão esperam tratamento digno a indígenas e garimpeiros.
Agência Senado.
Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2023/02/15/ianomamis-
membros-de-comissao-esperam-tratamento-digno-a-indigenas-e-garimpeiros.

Para o fechamento desta sequência didática, sugerir a seguinte atividade:

Jornalistas.
Proponha aos estudantes que eles se imaginem jornalistas e que tenham que noticiar a ocorrência
da chegada dos europeus na América. Diga que a matéria deverá conter os seguintes elementos:
Manchete.
Texto explicativo (máximo de 10 linhas).
Desenho (para representar a reação dos povos indígenas).

É importante salientar que esse assunto é vasto, e demanda de muitas outras oportunidades de
estudo, mas a pesquisa e o auxílio dos recursos, serão fundamentais nessa aquisição de maior
conhecimento. Nesse momento pode-se concluir o tema fazendo um debate entre os estudantes sobre
os conhecimentos adquiridos ao longo dessas aulas.

RECURSOS:
Aulas expositivas. Utilizar de todos os recursos disponíveis: livro didático, textos, imagens, mapas.
Elaboração de textos sobre a matéria para distribuição aos estudantes. Trabalhos em grupos e
individuais, visando fortalecer a consciência crítica de cada um, a coletividade e a construção do
pensamento.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
1. A avaliação deverá ser contínua, processual e progressiva, observando o envolvimento e
desenvolvimento dos estudantes nas atividades individuais e coletivas. Estar atento às
atividades feitas, olhar cadernos, propor atividades em dupla, em grupos, para avaliar melhor o
desempenho em conjunto.
2. Observar a participação dos estudantes em todas as atividades (escritas, criativas, debates,
trabalhos em grupo, pesquisas, entre outros).
3. Debates, perguntar sobre os povos indígenas e como a situação deles se apresenta
ultimamente, explorar os últimos acontecimentos no país.
4. Estimular a participação de todos na atividade proposta na aula 03 auxiliando na construção do
texto a partir dos recursos didáticos feitos ao longo dessa sequência didática.
5. Teremos as avaliações do Estado (diagnósticas etc), mas também precisamos diversificar as
atividades bimestrais, colocar imagens, pequenos textos nas questões para contextualizar e
motivar os estudantes.
Com bastante cuidado, refletir a expressão aristotélica “devemos tratar igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade”. Para evitar a desigualdade em
oportunidades. Aos estudantes mais desinteressados buscar atingi-los pelas habilidades por ele já
demonstradas, alguns estudantes são mais aptos para desenhar, ilustrar, do que expor o conteúdo.

“Conhecimento é tudo”. Incentive os estudantes a sempre buscarem cada vez mais.

45
ATIVIDADES
1 - (ENEM)
TEXTO I
Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis” ou
“gente brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, mas as
referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os termos “negro
da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro.
(SCHWARTZ, 2000)

TEXTO II
Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados
pela diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de outras
culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões terminaram por denominar da mesma
forma povos tão dispares quanto os tupinambás e os astecas.
(SILVA, 2005)

Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o período
analisado, são reveladoras da

a) concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado.


b) percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias.
c) compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados.
d) transposição direta das Categorias originadas no imaginário medieval.
e) visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza.

2 - (ENEM)
A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha nela F,
nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e desta maneira
vivem desordenadamente, sem terem além disto conta, nem peso, nem medida.
(GÂNGAVO, 2004)

A observação do cronista português Pero de Magalhães de Gândavo, em 1576, sobre a ausência das
letras F, L e R na língua mencionada, demonstra a

a) simplicidade da organização social das tribos brasileiras.


b) dominação portuguesa imposta aos índios no início da colonização.
c) superioridade da sociedade europeia em relação à sociedade indígena.
d) incompreensão dos valores socioculturais indígenas pelos portugueses.
e) dificuldade experimentada pelos portugueses no aprendizado da língua nativa.

3 - (UEL-PR) Para compreender a expansão marítima nos séculos XV e XVI, é necessário considerar a
importância da cartografia. Sobre o tema, é correto afirmar que os cartógrafos representaram o
mundo:

a) ignorando a hagiografia medieval e as crenças na existência de monstros marinhos e de


correntes de ventos nos oceanos.
b) valendo-se de conhecimentos acumulados e transmitidos por meio da filosofia, da astronomia e
da experiência concreta.

46
c) confirmando os conhecimentos estáticos sobre o planeta, resultante da observação direta dos
espaços desconhecidos.
d) desconhecendo o valor político de sua arte de cartografar para os rumos da rivalidade
castelhano-portuguesa.
e) anotando nos mapas pontos geográficos, longitudes e latitudes com exímia precisão, em função
dos eficazes instrumentos de navegação.

4 - (Fuvest) – No processo de expansão mercantil europeu dos séculos XV e XVI, Portugal teve
importante papel, chegando a exercer durante algum tempo a supremacia comercial na Europa.
Todavia “em meio da aparente prosperidade, a nação empobrecia. Podiam os empreendimentos da
coroa ser de vantagem para alguns particulares (…)”
(AZEVEDO, [s.d])

Ao analisarmos o processo de expansão mercantil de Portugal, concluímos que:


a) a falta de unidade política e territorial em Portugal determinava a fragilidade econômica interna.
b) a expansão do império acarretava crescentes despesas para o Estado, queda da produtividade
agrícola, diminuição da mão de obra, falta de investimentos industriais, afetando a economia
nacional.
c) a luta para expulsar os muçulmanos do reino português, que durou até o final do século XV,
empobreceu a economia nacional que ficou carente de capitais.
d) a liberdade comercial praticada pelo Estado português no século XV levou ao escoamento dos
lucros para a Espanha, impedindo seu reinvestimento em Portugal.
e) o empreendimento marítimo português revelou-se tímido, permanecendo Veneza como o
principal centro redistribuidor dos produtos asiáticos, durante todo o século XVI.

47
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, J. L. de. Épocas de Portugal econômico. Livraria Clássica Editora, pág. 180.
BEZERRA, Juliana. Primeiros povos da América. Toda Matéria. 2021. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/primeiros-povos-da-america/. Acesso em: 02 mar.2023.
BEZERRA, J. Expansão marítima. Toda Matéria, 2021. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/expansao-maritima-europeia/. Acesso em: 02 mar.2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. BRASIL.
Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: História, Geografia. Brasília:
MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Avaliação da Educação Básica - documentos de
referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira;
Diretoria de Avaliação da Educação Básica, Brasília, 2018. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_referenc
ia_versao_1.0.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
GÂNGAVO, P M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que
vulgarmente chamamos Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2004 (adaptado).
IANOMÂMIS: membros de comissão esperam tratamento digno a indígenas e garimpeiros. Agência
Senado, Brasília, 15 fev. 2023. Disponível em:
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2023/02/15/ianomamis-membros-de-comissao-
esperam-tratamento-digno-a-indigenas-e-garimpeiros. Acesso em: 27 mar. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
educação infantil e ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de
Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/curriculos_estados/documento_curricula
r_mg.pdf. Acesso em: 19 mar. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental - anos finais.
Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022.
Disponível em: https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg.
Acesso em: 19 mar. 2023.
SILVA, K. W.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005
SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil a Construção de um
povo. In: MOTA, C. G. (Org.) Viagem incompleta à experiência brasileira (1500-2000). São Paulo
Senac, 2000 (adaptado)
WIKIMEDIA COMMONS. Marcação do Tratado de Tordesilhas. 2010. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Marcotordesilhas.JPG. Acesso em: 02 mar.2023.

48
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:

Competência Específica 01: Analisar políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos
local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos epistemológicos
e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a esses processos e
às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

A expansão marítima (EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor


européia do século XVI (a argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
visão do Novo Mundo para ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização
os europeus) e a realidade de dados e informações de natureza qualitativa e quantitativa
do Novo Mundo. (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos
históricos, gráficos, mapas, tabelas etc.).
A organização dos Estados
Modernos Ocidentais. (EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na
estruturação e nas dinâmicas das sociedades contemporâneas (fluxos
O Capitalismo (Protecio-
populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores
nismo, multilateralismo,
éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões
etc.).
políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: O Capitalismo (Protecionismo, multilateralismo, etc.).
DURAÇÃO: 3 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Para composição dessa sequência didática e o desenvolvimento da habilidade EM13CHS202 selecionar
textos, imagens, filmes e assuntos contextualizados relativos ao conteúdo. Análise do conhecimento
prévio dos estudantes, levantar o debate sobre as diversas formas de capital, de moedas ao redor do
mundo (dólar, euro, iene, rúpias etc.). A avaliação durante o processo do desenvolvimento e conclusão
ao finalizar, com diversas maneiras de inferir o conhecimento.
O objetivo desta sequência didática, será estabelecer com os (as) estudantes como as relações do
capitalismo, também chamado de economia de mercado, em contrapartida com o protecionismo e o
multilateralismo. O capitalismo é um sistema econômico baseado no direito à propriedade privada,
bem como no direito à livre concorrência. O sistema teve sua origem no século XV com o fim do
feudalismo.

B) DESENVOLVIMENTO:
Projete ou entregue cópias para os estudantes de textos falando sobre: capitalismo, protecionismo e
multilateralismo, se preferir, peça que pesquisem na internet, que pode ser no próprio celular ou na
sala de informática, previamente agendada. Ou com o auxílio do livro didático. Pode propor aos
estudantes que caso tenham em casa possam trazer aos estudantes as moedas (dólar, euro, iene,
rúpias etc.) para dinamizar as aulas. Ver mais disponível em:
→ Características do capitalismo
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/caracteristicas-do-capitalismo.

49
Aula 01: Capitalismo.
Para o desenvolvimento desta aula, conforme a habilidade, analisar e avaliar os impactos das
tecnologias na estruturação e nas dinâmicas das sociedades contemporâneas (fluxos populacionais,
financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos e culturais etc.), bem como suas
interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais. Inicie a aula
explorando o termo "capitalismo", que é utilizado, principalmente, como oposição à doutrina socialista.
Enquanto o socialismo propõe uma forte presença do Estado e intervenção na economia, a doutrina
liberal prega o Estado mínimo e a autorregulação da economia.
A teoria liberal que fundamenta o capitalismo foi desenvolvida no século XVII, por John Locke, mas sua
formulação principal foi proposta por Adam Smith, já no século XVIII. Expor as características do
capitalismo: propriedade privada, lucro, estado mínimo, lei da oferta e da procura, estratificação social
etc., exponha essas palavras no quadro e levante a questão do conhecimento prévio dos estudantes
sobre os termos. Pode tornar a aula mais leve trazendo esses conceitos para a realidade do
vocabulário dos estudantes.

Explorar a imagem abaixo, pichação feita em Lisboa, 2013. Sobre toda exploração feita em torno do
Capitalismo.
Imagem 1 - Não é crise, é capitalismo

(Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2013)

Aula 02: Protecionismo.


Iniciar a aula explicando que o Protecionismo é uma política econômica que visa proteger o mercado
interno da concorrência externa. Essa política é utilizada desde o século XVI com o Mercantilismo e
suas medidas são aplicadas atualmente por diversos países.
As principais características do protecionismo são dificultar a entrada de produtos e serviços
estrangeiros para proteger o mercado nacional. Para consegui-lo, o governo aumenta as taxas
tributárias de importação, cria barreiras alfandegárias de ordem sanitária, econômica e política,
subsidia a indústria ou a agricultura nacional. Estas medidas têm como fim impedir que a entrada de
produtos importados não prejudique o mercado interno.
Ainda que tenha perdido sua eficácia com a globalização, diversos países ainda utilizam das medidas
protecionistas em prol do aumento dos lucros e do mercado interno. Esta doutrina é vista,
supostamente, como “desleal” por vários estudiosos da área. Por um lado, o país perde espaço na cena

50
econômica mundial. Por outro, o protecionismo visa proteger e fortalecer a economia interna do país
por meio do monopólio do mercado interno. Deste modo, garante-se melhores condições de vida e
trabalho para os habitantes, tal qual o aumento das ofertas de emprego e o desenvolvimento de novas
tecnologias.

A imagem abaixo A FISCALIDADE DAS QUADRIGAS traz a problemática da admissão dos veículos
usados provenientes da União Europeia.
Na Grécia e na Roma antiga os administradores de impostos não se chegaram a lembrar de tributar as
quadrigas, mas desde meados do século passado que os nossos Ministros das Finanças descobriram
nas modernas quadrigas, puxadas a cavalos que não são os verdadeiros, uma forma de arrecadar
apreciáveis receitas para compor os orçamentos. A tributação da admissão dos veículos usados
provenientes da União Europeia rege-se pelo artigo 11.º n.º 1 e 3 do Código do Imposto sobre
Veículos, referindo o n.º 1 que são objeto de liquidação provisória nos termos das regras do código, ao
qual são aplicadas as percentagens de redução previstas na denominada tabela D ao imposto
resultante da tabela respetiva, tendo em conta a componente cilindrada e ambiental, as quais estão
associadas à desvalorização comercial média dos veículos no mercado nacional e à vida útil média
remanescente dos veículos.
Lembrando que as quadrigas são um carro ou carroça conduzida por quatro cavalos lado a lado,
utilizada nos jogos olímpicos antigos e em outros jogos. É considerada como a carruagem dos deuses e
heróis na mitologia grega, aparecendo esculpida em vasos e em baixos relevos.

Imagem 2: A Fiscalidade das quadrigas

(Fonte: LBM advogados, 2022)

Aula 03: Multilateralismo.


Para finalizar essa sequência didática explicar que a prática de comércio internacional em que as
transações são realizadas livremente entre três ou mais nações, com base em tratados que eliminam
ou reduzem substancialmente as barreiras protecionistas entre os países membros.
→ Conceito de Epistemológico
Disponível em: https://www.dicio.com.br/epistemologico/.

Um grande representante do multilateralismo são as Nações Unidas, organização essencialmente


multilateral, que distribui aos seus membros (ao menos na Assembleia Geral) igual peso de voto e
também um fórum privilegiado de projeção internacional para que os estados-membros apresentem
suas considerações e identifiquem caminhos comuns nas mais diversas áreas para cooperarem entre
51
si. Pode trabalhar esse documento do Governo de Minas Gerais que elenca sobre vários aspectos do
multilateralismo.
Ver mais sobre:
→ A Importância do Multilateralismo nas Relações Internacionais no atual contexto
Disponível em:
http://www.desenvolvimento.mg.gov.br/assets/projetos/1084/3587df7c3e79cfc49cdb7a032618
99fe.pdf.

Sugestão de Atividade: Quebra cabeças intelectual


1. Dividir a sala em duplas.
2. Trabalhar um texto específico. Após a breve exposição do texto entregar pequenos
trechos, cortados, e pedir as duplas para colocarem na ordem correta.
3. A dupla que terminar primeiro “vence”.
4. Dependendo da dinâmica da sala, ao invés de todo o texto, escolher palavras chave ao
longo do texto.
5. Finalizar pontuando aspectos da atualidade do capitalismo e buscando da turma o que
acharam da experiência.
Material de Referência:
CAPITALISMO.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-capitalismo.htm/.

É importante salientar que esse assunto é vasto, e demanda de muitas outras oportunidades de
estudo, mas a pesquisa e o auxílio dos recursos, serão fundamentais nessa aquisição de maior
conhecimento. Nesse momento pode-se concluir o tema fazendo um debate entre os estudantes sobre
os conhecimentos adquiridos ao longo dessas aulas.

RECURSOS:
Aulas expositivas. Utilizar de todos os recursos disponíveis: livro didático, textos, imagens, mapas.
Elaboração de textos sobre a matéria para distribuição aos estudantes. Trabalhos em grupos e
individuais, visando fortalecer a consciência crítica de cada um, a coletividade e a construção do
pensamento. Metodologias ativas, aulas mais dinâmicas.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
1. A avaliação deverá ser contínua, processual e progressiva, observando o envolvimento e
desenvolvimento dos estudantes nas atividades individuais e coletivas.
2. Observar a participação dos estudantes em todas as atividades (escritas, criativas, debates,
trabalhos em grupo, pesquisas, entre outros).
3. Aproveitar o documento acima citado na aula 03 e discutir com os estudantes. Dividir a sala
em grupos para ampliar o debate.
4. Estimular a participação de todos na atividade proposta na aula 03 sobre o Capitalismo.
5. Teremos as avaliações do Estado (diagnósticas etc), mas também precisamos diversificar as
atividades bimestrais, colocar imagens, pequenos textos nas questões para contextualizar e
motivar os estudantes.
Com bastante cuidado, refletir a expressão aristotélica “devemos tratar igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade”. Para evitar a desigualdade em
oportunidades. Aos estudantes mais desinteressados buscar atingi-los pelas habilidades por ele já
demonstradas, alguns estudantes são mais aptos para desenhar, ilustrar, do que expor o conteúdo.

“Conhecimento é tudo”. Incentive os estudantes a sempre buscarem cada vez mais.


52
ATIVIDADES
1 – "Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro e do padeiro que esperamos o nosso jantar,
mas da consideração que ele tem pelos próprios interesses. Apelamos não à humanidade, mas ao
amor-próprio, e nunca falamos de nossas necessidades, mas das vantagens que eles podem obter."
Adam Smith, A Riqueza das Nações

Adam Smith foi um economista britânico que estruturou os princípios fundamentais do capitalismo.
Segundo sua doutrina o "interesse próprio" (self-interest) seria o motor pelo qual o desenvolvimento
social e econômico ocorreria.

Segundo a doutrina proposta por Adam Smith os aspectos econômicos, sociais e políticos seriam
controlados pela:

a) intervenção do Estado.
b) mão invisível do mercado.
c) autoridade do Estado.
d) liberdade ilimitada dos cidadãos.

2 – “O vício inerente ao capitalismo é o compartilhamento desigual de bênçãos. A virtude inerente ao


socialismo é a partilha igual de misérias.”
(CHURCHILL, [S.D])

Essa famosa frase de Winston Churchill, ex-primeiro-ministro britânico, faz uma crítica ao modelo
socialista. Isso se dá porque para Churchill:

a) a liberdade do mercado traz benefícios apesar das desigualdades, enquanto a socialização dos
meios de produção gera um empobrecimento da sociedade.
b) o capitalismo possui vícios e o socialismo, apenas virtudes.
c) o sistema capitalista é incapaz de controlar suas contradições e deve ser abolida a propriedade
privada.
d) o capitalismo é uma benção a partir de seu compartilhamento de riquezas, enquanto o
socialismo tende à miséria por não fortalecer o Estado.

53
REFERÊNCIAS
BEZERRA, J. Protecionismo. Toda Matéria, 2021. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/protecionismo/. Acesso em: 02 mar.2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. BRASIL.
Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: História, Geografia. Brasília:
MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Avaliação da Educação Básica - documentos de
referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira;
Diretoria de Avaliação da Educação Básica, Brasília, 2018. Disponível
em:https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_refe
rencia_versao_1.0.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
LBM Advogados. A fiscalidade das quadrigas. Disponível em: https://lbmadvogados.pt/fiscalidade-
das-quadrigas-3/. Acesso em: 02 mar.2023.
MENEZES, Pedro. Características do capitalismo. Toda Matéria, 2021. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/caracteristicas-do-capitalismo/. Acesso em: 02 mar.2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
educação infantil e ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de
Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/curriculos_estados/documento_curricula
r_mg.pdf. Acesso em: 19 mar. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental - anos finais.
Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022.
Disponível em: https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-
crmg. Acesso em: 19 mar. 2023.
WIKIMEDIA COMMONS. Não é crise, é capitalismo. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lisbon_2013_%22Nao_%C3%A8_crisi_%C3%A8_capitalismo
%22_%288765265137%29.jpg. Acesso em: 02 mar.2023.

54
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:

Competência Específica 01: Analisar políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos
local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos epistemológicos
e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a esses processos e
às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Concepções de organização (EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor


de territórios na África, Ásia argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
e América. ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização
de dados e informações de natureza qualitativa e quantitativa
Concepção de Estado nação
(expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos
para o Ocidente.
históricos, gráficos, mapas, tabelas etc.).
As formas de governo e
(EM13CHS203) Contrapor os diversos significados de território,
sociedade sem Estado.
fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes
sociedades, contextualizando e relativizando visões dualistas como
civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo e cidade/campo, entre
outras.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: As formas de governo e sociedade sem Estado.
DURAÇÃO: 4 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Para composição dessa sequência didática e o desenvolvimento da habilidade selecionar textos,
imagens, filmes e assuntos contextualizados relativos. Trabalhar de forma dinâmica os conceitos,
sugerir trabalhos em duplas durantes as aulas e depois um breve debate ao final das mesmas com o
objetivo de inferir o conhecimento.
O objetivo desta sequência didática, conforme orientação do Plano de Curso 2023, será estabelecer
com os (as) estudantes como as formas de governo e sociedade sem Estado com as situações atuais
das nações. Finalize o bimestre de forma a sintetizar o entendimento sobre as diferentes organizações
sociais, políticas, econômicas e culturais existentes no mundo. Promover o desenvolvimento de
atividades que façam o diálogo entre as diferentes organizações nos diferentes continentes.

B) DESENVOLVIMENTO:
Projete ou entregue cópias para os estudantes de textos falando sobre as concepções de formas de
governo e sociedade sem Estado, se preferir, peça que pesquisem na internet, que pode ser no próprio
celular ou na sala de informática, previamente agendada. Ou com o auxílio do livro didático.

Aula 01: Formas de Governo.


Inicie essa sequência trazendo a realidade dos estudantes sobre as informações das diversas formas
de governo existentes. Conforme habilidade (EM13CHS203) contrapor os diversos significados de
território, fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes sociedades, contextualizando
e relativizando visões dualistas como civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo e cidade/campo,
55
entre outras. As Formas de Governo consistem na política de governança adotada na organização
das nações. Trata-se de um tema complexo que se altera ao longo dos anos à medida que os Estados
passam a expandir regimes e sistemas de acordo com as tendências sociais. O primeiro estudioso a
refletir acerca da complexidade do governo foi Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) - filósofo grego que se
dedicou à Metafísica, Ética e ao Estado e em sua obra “A Política“ analisa os regimes políticos, bem
como as suas formas.

Aula 02: Monarquia e República.


Nessa segunda aula diferenciar: Monarquia e República, que são as duas formas de governo que
predominam atualmente. Na Monarquia o poder é exercido pelo rei, que é sucedido por descendência.
Nessa forma de governo não existe limite temporal, de modo que o seu governante - o monarca -
exerce o cargo até a sua morte ou abdicação. A Monarquia pode ser Absoluta ou Constitucional. Na
primeira, o poder é ilimitado, absoluto conforme sugere sua denominação. Quanto à Monarquia
Constitucional - também chamada de Monarquia Parlamentarista - o governo é exercido pelo cargo do
primeiro-ministro.
No que respeita à República o poder é exercido por um presidente - no caso do presidencialismo - ou
primeiro-ministro - no caso do Parlamentarismo - eleitos por meio de eleições diretas (diretamente por
voto popular) ou indiretas (por representantes escolhidos pelo povo, que compõem o chamado colégio
eleitoral). Tanto as funções do presidente como a do primeiro-ministro são desempenhadas por um
prazo determinado.

Aula 03: Presidencialismo e Parlamentarismo.


Nessa aula, trazer o exemplo das últimas eleições no Brasil e refletir sobre todo o processo
democrático, desde a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, permanências e
rupturas, isso pode ser feito de forma rápida, com o auxílio de slides, ou de pequenos vídeos, para
adentrar os conceitos.
O Presidencialismo e o Parlamentarismo são os principais tipos de Democracia. No Presidencialismo o
presidente tem poderes executivos e desempenha os cargos de Chefe de Estado (representa a nação
num âmbito internacional) e de Chefe de Governo (administra internamente a nação).
No Parlamentarismo, por sua vez, o Chefe de Governo é chamado de primeiro-ministro, todavia os
poderes estão a cargo dos Parlamentares (deputados).

Aula 04: Nações sem Estado.


Finalizando essa sequência e também o bimestre, essa pode ser a aula de maior “novidade” para os
estudantes, visto que o tema não é exposto de maneira frequente, com o auxílio do texto abaixo
podemos ter uma ampla discussão sobre o assunto.
"Uma nação é formada por um grupo de indivíduos que apresenta características históricas, culturais,
idioma, costumes, valores sociais, entre outros elementos em comum, formando, assim, uma
identidade cultural. Tendo em vista todas essas semelhanças, surge a necessidade da formação de um
Estado-Nação próprio, onde será exercido o poder sobre um território delimitado e reconhecido pela
comunidade internacional. Entretanto, várias nações não têm um território autônomo, vivendo,
portanto, em áreas onde o poder é exercido por outros grupos. Entre as principais estão: Curdos,
Palestinos, Tibetanos, Bascos, Chechenos e Caxemires."

→ Veja mais sobre " FRANSCISCO. Wagner de Cerqueira e. "Nações sem Estado"
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/nacoes-sem-estado.htm.

56
Imagem: Palestinos reivindicam criação de um Estado próprio

(Fonte: UOL)

Os palestinos reivindicam a criação de um Estado próprio. Pode evidenciar a luta desses povos, de
maneira sucinta e sem criar muitas polêmicas, desde os templos da Bíblia e que ainda são
necessárias.
Na conclusão dessa sequência didática o (a) professor(a) poderá desenvolver essa atividade através da
sala de aula invertida, o que vai ampliar o debate e administrar o conhecimento adquirido pelos
estudantes.

Sugestão de Atividade: Sala de Aula Invertida (Seminário)

1. Sugestão: Dividir a sala em grupos.


2. Após a breve exposição do conteúdo desenvolvido nessa habilidade EM13CHS203
entregar pequenos trechos aos grupos. Pode usar a sequência das aulas (Monarquia,
República, Presidencialismo, Parlamentarismo e Nações sem estado).
3. Solicitar aos estudantes para abordarem, tempo de 10 minutos no máximo para cada
grupo, as seguintes questões:
− Diferenças dos governos.
− Aspectos positivos.
− Aspectos Negativos.

4. Definir um horário de aula para que os estudantes possam se reunir e discutir sobre o
tema.
5. Finalizar com a apresentação dos grupos. Aproveitar a oportunidade para avaliar a
atividade e pontuar os aspectos principais do conteúdo.

Materiais de Referência:
" FRANSCISCO. Wagner de Cerqueira e. "Nações sem Estado" em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/nacoes-sem-estado.htm .

É importante salientar que esse assunto é vasto, e demanda de muitas outras oportunidades de
estudo, mas a pesquisa e o auxílio dos recursos, serão fundamentais nessa aquisição de maior
conhecimento. Nesse momento pode-se concluir o tema fazendo um debate entre os estudantes sobre
os conhecimentos adquiridos ao longo dessas aulas.

57
RECURSOS:
Aulas expositivas. Utilizar de todos os recursos disponíveis: livro didático, textos, imagens, mapas.
Elaboração de textos sobre a matéria para distribuição aos estudantes. Trabalhos em grupos e
individuais, visando fortalecer a consciência crítica de cada um, a coletividade e a construção do
pensamento. Metodologias ativas, aulas mais dinâmicas.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
1. A avaliação deverá ser contínua, processual e progressiva, observando o envolvimento e
desenvolvimento dos estudantes nas atividades individuais e coletivas. Verificar cadernos, dar
visto e avaliar as atividades.
2. Observar a participação dos estudantes em todas as atividades (escritas, criativas, debates,
trabalhos em grupo, pesquisas, entre outros).
3. Estimular a participação de todos na atividade proposta na aula 04 sobre as Nações sem
estado.
4. Teremos as avaliações do Estado (diagnósticas etc), mas também precisamos diversificar as
atividades bimestrais, colocar imagens, pequenos textos nas questões para contextualizar e
motivar os estudantes.

Com bastante cuidado, refletir a expressão aristotélica “devemos tratar igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade”. Para evitar a desigualdade em
oportunidades. Aos estudantes mais desinteressados buscar atingi-los pelas habilidades por ele já
demonstradas, alguns estudantes são mais aptos para desenhar, ilustrar, do que expor o conteúdo.

“Conhecimento é tudo”. Incentive os estudantes a sempre buscarem cada vez mais.

58
ATIVIDADES
1 – É necessário ao príncipe ser tão prudente, que possa fugir aos vícios que lhe fariam perder o
governo e acautelar-se, se possível, quanto aos que não oferecem tal perigo. Não conseguindo,
entretanto, fazer isso, pode, sem atormentar-se, deixar que as coisas sigam o seu curso. Não se
importe o príncipe, ainda, de incorrer na prática daqueles vícios sem os quais dificilmente pode salvar o
Estado. Nas ações de todos os homens, especialmente os príncipes, contra os quais não há tribunal a
que recorrer, os fins é que contam”. “Faça, pois, o príncipe tudo para alcançar e manter o poder; os
meios de que se valer serão sempre julgados honrados e louvados por todos. (PRÍNCIPE, 2018).

A formação do Estado e do poder político sempre foi alvo de discussões e de diversas teorias, no
decorrer da história da humanidade, sendo que o fragmento de texto indica concepções

a) anarquistas.
b) liberais.
c) democráticas.
d) absolutistas.
e) socialistas.

2 – Nos estados teocráticos, o poder legítimo vem por meio da vontade

a) de Deus.
b) do rei.
c) do chanceler.
d) do presidente.
e) da população soberana.

59
REFERÊNCIAS
BEZERRA, J. FORMAS DE GOVERNO. Toda Matéria, 2021. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/formas-de-governo/. Acesso em: 02 mar. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. BRASIL.
Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: História, Geografia. Brasília:
MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Avaliação da Educação Básica - documentos de
referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira;
Diretoria de Avaliação da Educação Básica, Brasília, 2018. Disponível
em:https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_refe
rencia_versao_1.0.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
FRANCISCO, Wagner de Cerqueira e. Nações sem Estado. Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/nacoes-sem-estado.htm. Acesso em 27 de março de 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
educação infantil e ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de
Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/curriculos_estados/documento_curricula
r_mg.pdf. Acesso em: 19 mar. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental - anos finais.
Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022.
Disponível em: https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-
crmg. Acesso em: 19 mar. 2023.
UOL. Nações sem Estado. Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/nacoes-sem-estado.htm. Acesso em 27 de março de 2023.

60
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA
REFERÊNCIA
ano Ensino M dio 2023

Humanas e Sociais Aplicadas

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos
âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos
epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a esses
processos e às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 04: Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios,
contextos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e transformação das
sociedades.
Competência Específica 05: Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e
violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos
Humanos.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Antropologia filosófica. (EM13CHS101) Analisar e comparar diferentes fontes e narrativas


Natureza x cultura. expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão e à crítica
de ideias filosóficas e processos e eventos históricos, geográficos,
Indivíduo e sociedade. políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.
Tralho e alienação. (EM13CHS104) Analisar objetos da cultura material e imaterial como
suporte de conhecimentos, valores, crenças e práticas que singularizam
diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
(EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar as tipologias evolutivas
(como populações nômades e sedentárias, entre outras) e as oposições
dicotômicas (cidade/ campo, cultura/natureza, civilizados/bárbaros,
razão/sensibilidade, material/virtual etc.), explicitando as ambiguidades e
a complexidade dos conceitos e dos sujeitos envolvidos em diferentes
circunstâncias e processos.
(EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e
de diferentes gêneros textuais e as tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
(EM13CHS402) Analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e
renda em diferentes espaços, escalas e tempos, associando-os a processos
de estratificação e desigualdade socioeconômica.
(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana (estilos de vida,
valores, condutas etc.), desnaturalizando e problematizando formas de
desigualdade e preconceito, e propor ações que promovam os Direitos
Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às escolhas
individuais.

61
PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: As faces humanas do trabalho.
DURAÇÃO: 4 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
A filosofia como um tipo de saber que tem como objeto a própria totalidade de tudo o que existe,
desde os seus primórdios destacou o problema antropológico como sendo um problema de natureza
filosófica. Perguntas tais como “o que é o homem?” - que é por sua vez uma pergunta fundante da
antropologia filosófica - procura trazer à tona uma definição essencial daquilo que seria o próprio do
humano, isto é, sua própria natureza. Animal político e racional foram algumas das tentativas da
filosofia em dar uma resposta a esta pergunta. E a tarefa da filosofia consiste justamente quando
problematizamos essa afirmação.
Falar de natureza, por um lado, é uma forma de tentar explicitar que tipo de conceito podemos lançar
mão, compreendido à luz da reflexão histórica, social e filosófica, de outro lado, quando falamos de
cultura estamos admitindo alguns pressupostos tais como o homem como um ser que produz (fábrica)
cultura.
Interessante notar que no pensamento antigo, que foi de onde vieram as primeiras tentativas de
conceitualizar natureza e cultura, não se reconhecia essa dicotomia entre esses dois termos - sendo o
âmbito cultural uma espécie de extensão do âmbito natural. Não há, portanto, uma contradição
existente entre natureza e cultura. E, muito menos, podemos falar que esses conceitos são
irreconciliáveis. São, portanto, complementares? A resposta é que esse questionamento pode ser feito
sob os mais diferentes ângulos e a tarefa da filosofia seria, justamente, a de proporcionar uma
abordagem mais ampla e heterogênea possível visto a complexidade de que é constituída a existência
humana. Iremos explorar adiante, mediante o uso de textos filosóficos, algumas abordagens possíveis
que tocam diretamente no uso desses conceitos, restringindo-nos em dois textos clássicos de períodos
filosóficos distintos.

B) DESENVOLVIMENTO:
ETAPA 1 (aula expositiva): A proposta inicial de uma sequência didática viável seria o recorte de
um fragmento de texto do filósofo grego Aristóteles. Em sua obra Política, Aristóteles faz uma reflexão
sobre a natureza do trabalho, afirmando que existem homens de naturezas diversas – uns que
mandam, outros que obedecem. Aristóteles constata o fato de que as máquinas não trabalham por si
sós, portanto, alguém deve fazer o trabalho de colocá-las em movimento. No mais, acrescenta
Aristóteles, o trabalho se distingue pela atividade braçal e pela atividade intelectual, cabendo esta
última apenas aos homens livres, os cidadãos gregos. Assim sendo, a sociedade seria para Aristóteles
como uma espécie de espelho da natureza: ela reflete os acontecimentos naturais que ocorrem na
natureza. Portanto, segundo essa perspectiva que podemos chamar de naturalista, não há nenhum
antagonismo entre natureza e cultura, sendo a cidade uma extensão da natureza em outros termos. É
preciso mencionar que Aristóteles viveu em uma sociedade escravagista que desvalorizava o trabalho
manual. Nesse sentido, haveria para Aristóteles uma natureza humana que, por sua vez, era diversa de
ser para ser. Há, portanto, uma natureza própria dos homens livres (que desempenham o trabalho
intelectual, a partir de uma natureza que dá ordens) e uma outra natureza própria dos outros homens
(que são, por sua vez, destinados a executar comandos, a obedecer).

ETAPA 2 (aula expositiva): Como contraponto a esta abordagem naturalista, no texto O capital
Marx dirá que o trabalho é um processo entre o homem e a natureza, processo esse em que o homem
modifica a natureza como resultado da ação do seu trabalho. A natureza, tal como a própria cultura,
poderia ser modificadas uma vez que quem a produz é o próprio ser humano. Ao contrário dos gregos,
62
Marx acredita haver uma oposição entre natureza e cultura, sendo o trabalho o responsável por
modificar ambos. Segundo Marx, o trabalho exerce uma dupla função no homem: a) ele modifica a
natureza externa e b) ele modifica a própria natureza do ser humano que o produz. Assim, para Marx,
o trabalho possui uma natureza humanizadora, já que quando o homem desenvolve a ação do
trabalho, ele age sobre a natureza externa, modificando-a. Mas ao mesmo tempo, modificando a
natureza externa a ele, ele também modifica a sua própria natureza.

ETAPA 3 (aula expositiva): Os dois textos apresentam instrumentos diferentes para uma reflexão
acerca da natureza humana tomando o trabalho como um dos seus principais eixos de estudo. Uma
boa provocação a ser feita é sobre a invasão de tecnologias digitais em nossas vidas, o que
frequentemente nos faz refletir sobre a dimensão e o impacto que a tecnologia provoca em nossa
existência. A técnica modificou a natureza do homem? Modificou o ambiente? Teríamos assim uma
nova natureza com o advento dos novos tempos tecnológicos? Teríamos uma natureza técnica? Com a
elaboração destas perguntas e de outras que podem surgir durante a aula, segue uma proposta que
pode nos ajudar a investigar e analisar a situação do homem contemporâneo frente ao mundo do
trabalho: que tipos de trabalho o homem contemporâneo tem exercido? Essa atividade laboral tem
modificado a sua natureza como pensava Marx? O trabalho produz homens livres ou escravizados?
Podemos aqui recorrer a um vasto material que pode ser acessado gratuitamente, auxiliando-nos na
pesquisa.

Algumas ferramentas de busca que podem nos ajudar e entender alguns acontecimentos históricos
presentes ainda no Brasil contemporâneo.

Imagem 1: Trabalho escravo.

Fonte: (Conselho Nacional do Ministério Público [2015]).

SUGESTÃO DE MÚSICAS:

→ Titãs – Homem primata (Disponível em: https://youtu.be/Dm6qAEo0VZA).


→ Titãs – Miséria (Disponível em: https://youtu.be/cj9j_zS59q8).

SUGESTÃO DE FILMES:

→ Charles Chaplin. Tempos modernos (Disponível em: https://youtu.be/fCkFjlR7-JQ).

63
RECURSOS:
Projetor multimídia; pincéis atômicos; conexão com a internet ou recorte textual impresso; celulares.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
No desenrolar das atividades durante o bimestre você pode ir avaliando em blocos. Levando em
consideração principalmente a apropriação/assimilação dos conceitos que são levantados nos textos:
trabalho, natureza, cultura. Utilizar ferramentas como o Google Formulários para investigar e criar
novos temas de pesquisa poderá ser útil, dando mais precisão ao trabalho, sobretudo na construção de
gráficos para mensurar os atuais índices de desemprego entre as juventudes.

64
ATIVIDADES
TEXTO 1
“[...] um ser humano pertencente por natureza não a si mesmo, mas a outra pessoa, é por natureza
um escravo; uma pessoa é um ser humano pertencente a outro se, sendo um ser humano, ele é um
bem [uma propriedade], e um bem é um instrumento de ação separável de seu dono. Em seguida
deveremos investigar se existe, ou não, alguém que seja assim por natureza, e se é conveniente e
justo para alguém ser um escravo ou se, ao contrário, toda escravidão é antinatural. Não é difícil atinar
teoricamente com a resposta ou aferir-lhe a certeza pelo que realmente acontece. Mandar e obedecer
são condições não somente inevitáveis, mas também convenientes. Alguns seres, com efeito, desde a
hora de seu nascimento, são marcados para ser mandados ou para mandar, e há muitas espécies de
mandantes e mandados [...], pois em todas as coisas compostas, onde uma pluralidade de partes, seja
contínua ou descontínua, é combinada para constituir um todo único, sempre se verá alguém que
manda e alguém que obedece, e, essa peculiaridade dos seres vivos se acha presente neles como uma
decorrência da natureza em seu todo. [...] Na verdade, a utilidade dos escravos pouco difere da dos
animais; serviços corporais para atender às necessidades da vida são prestados por ambos, tanto pelos
escravos quanto pelos animais domésticos. A intenção da natureza é também fazer os corpos dos
homens livres e dos escravos diferentes – os últimos fortes para as atividades servis, os primeiros
eretos, incapazes para tais trabalhos, mas aptos para a vida de cidadãos.” (ARISTÓTELES, 1997, p. 17-
19).

TEXTO 2
“Antes de tudo, o trabalho é um processo entre o homem e a natureza, um processo em que o
homem, por sua própria ação, medeia, regula e controla [...] a natureza. [...] Ao atuar, por meio desse
movimento, sobre a natureza externa a ele e ao modificá-la, ele modifica, ao mesmo tempo, sua
própria natureza. Ele desenvolve as potências nele adormecidas e sujeita o jogo de suas forças a seu
próprio domínio. Não se trata aqui das primeiras formas instintivas, animais, de trabalho. O estado em
que o trabalhador se apresenta no mercado como vendedor de sua própria força de trabalho deixou
para o fundo dos tempos primitivos o estado em que o trabalho humano não se desfez ainda de sua
primeira forma instintiva. Pressupomos o trabalho numa forma em que pertence exclusivamente ao
homem. Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e a abelha envergonha mais de
um arquiteto humano com a construção de favos de suas colmeias. Mas o que distingue, de antemão,
o pior arquiteto da melhor abelha é que ele construiu o favo em sua cabeça, antes de construí-lo em
cera. No fim do processo de trabalho obtém-se um resultado que já no início deste existiu na
imaginação do trabalhador, e, portanto, idealmente. Ele não apenas efetua uma transformação da
forma da matéria natural; realiza, ao mesmo tempo, na matéria natural, seu objetivo, que ele sabe que
determina, como lei, a espécie e o modo de sua atividade e ao qual tem de subordinar sua vontade. E
essa subordinação não é um ato isolado. Além do esforço dos órgãos que trabalham, é exigida a
vontade orientada a um fim, que se manifesta como atenção durante todo o tempo de trabalho.
(MARX, 1983, p. 149-150).

Questão:
1 – Aristóteles propõe “investigar se existe, ou não, alguém que seja assim por natureza, e se é
conveniente e justo para alguém ser um escravo ou se, ao contrário, toda escravidão é antinatural.”
Qual é a conclusão de Aristóteles à questão que ele próprio se propôs?
2 – Os textos de Aristóteles e de Marx estão separados por vinte e três séculos. Qual é a diferença
fundamental entre eles?
3 – Transcreva o trecho em que Marx identifica o caráter humanizador do trabalho.
4 – Explique o que Marx quis dizer ao comparar arquitetos a abelhas e o tecelão à aranha.

65
TEXTO 3
“AS MARCAS DO TRABALHO HUMANO:
Geralmente quando as pessoas falam do trabalho, elas destacam os aspectos negativos dessa
experiência. Por que será então que o trabalho é tão importante na vida de todos? E por que os jovens
querem tanto trabalhar? Uma síntese de diversos aspectos do trabalho humano elaborada pelo
sociólogo Anthony Giddens pode nos ajudar a refletir um pouco sobre isso. Como se trata de uma
proposta interdisciplinar com a sociologia (recorte do quadro de emprego para a juventude) e a
matemática (dados estatísticos que corroboram pesquisas atuais sobre o mercado de trabalho com as
juventudes no Brasil.
Mesmo nos lugares em que as condições de trabalho são relativamente desagradáveis e as tarefas
monótonas, o trabalho tende a representar um elemento estruturador na composição psicológica das
pessoas e no ciclo de suas atividades diárias. Diversas características do trabalho são relevantes nesse
ponto:
1. Dinheiro – Um ordenado ou um salário é o principal recurso do qual muitas pessoas dependem para
satisfazer suas necessidades. Sem uma renda, multiplicam-se as ansiedades em relação ao modo de
lidar com o dia a dia.
2. Nível de atividade – O trabalho, em geral, proporciona uma base para a aquisição e o exercício das
aptidões e das habilidades. Mesmo nos casos em que o trabalho consiste em uma rotina, ele oferece
um ambiente estruturado no qual as energias do indivíduo podem ser absorvidas. Sem ele, é possível
que se reduza a oportunidade de exercer tais atividades e capacidades.
3. Variedade – O trabalho proporciona um acesso a contextos que contrastam com o meio doméstico.
No ambiente de trabalho, mesmo quando as tarefas são relativamente monótonas, as pessoas podem
acabar gostando de executá-las por serem diferentes dos afazeres domésticos.
4. Estrutura temporal – Para quem tem um emprego regular, o dia normalmente se organiza em torno
do ritmo de trabalho. Embora este aspecto às vezes possa parecer opressivo, ele oferece um senso de
direção nas atividades diárias. Aqueles que não tem um emprego geralmente acham que o tédio é um
grande problema e desenvolvem um senso de apatia com relação ao tempo.
5. Contextos sociais – O ambiente de trabalho, muitas vezes, proporciona amizades e oportunidades de
participação em atividades comuns com outras pessoas. Fora do cenário profissional, é provável que se
restrinja ao círculo de possibilidades em termos de fazer amigos e conhecer pessoas.
6. Identidade pessoal – Normalmente, valoriza-se o trabalho pela sensação de identidade social estável
que ele oferece. No caso dos homens, em particular, a autoestima está em geral estreitamente
relacionada à sua contribuição econômica para o sustento do lar.” (LEÃO & NONATO, 2014, p. 14-15).

Questão:
Os seis temas acima apresentados podem ser transformados em objeto de pesquisa para os
estudantes, cabendo a eles escolherem um ou mais dos temas acima propostos ou mesmo incluindo
novos temas. Ex: Qual o perfil e o contexto social das juventudes que buscam por emprego onde eu
leciono?

Questão para aprofundamento do tema:


RELACIONANDO JUVENTUDE E TRABALHO:
Sabemos que a relação das pessoas com o mundo do trabalho tem se modificado com o passar dos
anos, não é mesmo? Basta olhar para trás e pensar em nossos pais e avós, por exemplo. Quem não
conhece alguém que trabalhou boa parte da vida numa mesma empresa? Além disso, terminar o
Ensino Médio, de certa forma, era uma garantia de ingresso em um emprego. E como está hoje?

66
Pensando especialmente nos jovens, como é o mercado de trabalho hoje para eles? Os jovens têm
conseguido um espaço neste mundo tão competitivo? Nem precisamos pensar muito para responder a
essas questões, principalmente quando olhamos o novo contexto em que estamos inseridos. As novas
tecnologias, o crescimento do setor de serviços, a flexibilização dos contratos, entre outras mudanças,
torna o mundo do trabalho confuso e adverso. Assim, os jovens passaram a conviver com maiores
riscos e incertezas com relação ao mercado de trabalho. A imagem que se tinha de um trabalho para a
vida toda, em torno do qual se estruturavam os projetos de futuro, passa a ser relativa.

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REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia.
Volume único. São Paulo: Moderna, 2016.
ARISTÓTELES. Política. Tradução de Mário da Gama Kury. Brasília: Editora UnB, 1997.
ASPIS, Renata Lima; GALLO, Sílvio. Ensinar filosofia: um livro para professores. São Paulo: Atta
Mídia e Educação, 2009.
Charles Chaplin - Tempos modernos. [s.l.: s.n.], 06 jul. 2017. 1 vídeo (01:26:34min). Publicado pelo
canal Mundo Militar. Disponível em: https://youtu.be/fCkFjlR7-JQ. Acesso em: 27 mar. 2023.
GALLO, Sílvio. Metodologia do ensino de filosofia: uma didática para o ensino médio.
Campinas, SP: Papirus, 2012.
Homem primata. Intérprete: Titãs. Rio de Janeiro: Warner Music Group, 1986. Disponível em:
https://youtu.be/Dm6qAEo0VZA. Acesso em 15 mar. 2023.
LEÃO, Geraldo; NONATO, Symaira. Juventude e trabalho (Cadernos temáticos: juventude brasileira
e Ensino Médio). Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014. Disponível em:
https://observatoriodajuventude.ufmg.br/wp-content/uploads/2022/09/Juventude-e-Trabalho-Symaira-
Nonato-e-Geraldo-Leao.pdf. Acesso em: 27 mar. 2023.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Tradução de Regis Barbosa e Flávio R. Kothe.
São Paulo: Abril Cultural, 1983.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.
Miséria. Intérprete: Titãs. Rio de Janeiro: Warner Music Group, 1989. Disponível em:
https://youtu.be/cj9j_zS59q8. Acesso em 15 mar. 2023.
TRABALHO escravo. Conselho Nacional do Ministério Público, [s.l.], [2015]. Disponível em:
https://www.cnmp.mp.br/portal/images/2023/mar%C3%A7o/4.png. Acesso em: 27 mar. 2023.

68
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais
nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos
epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a
esses processos e às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.
Competência Específica 03: Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades
com a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções
que respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em
âmbito local, regional, nacional e global.
Competência Específica 05: Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e
violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos
Humanos.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Antropologia filosófica. (EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor


argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
Costumes, valores.
ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de
Civilização e barbárie. dados e informações de natureza qualitativa e quantitativa (expressões
Corrupção e moral. artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos,
gráficos, mapas, tabelas etc.).
(EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das
mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a
mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função
de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais e culturais.
(EM13CHS206) Compreender e aplicar os princípios de localização,
distribuição, ordem, extensão, conexão, entre outros, relacionados com o
raciocínio geográfico, na análise da ocupação humana e da produção do
espaço em diferentes tempos.
(EM13CHS301) Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de
produção e descarte (reuso e reciclagem) de resíduos na
contemporaneidade e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que
promovam a sustentabilidade socioambiental e o consumo responsável.
(EM13CHS303) Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das
culturas de massa no estímulo ao consumismo, seus impactos
econômicos e socioambientais, com vistas a uma percepção crítica das
necessidades criadas pelo consumo.
(EM13CHS501) Compreender e analisar os fundamentos da ética em
diferentes culturas, identificando processos que contribuem para a
formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a autonomia e o
poder de decisão (vontade).

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Pluralidade cultural e diversidade de valores.
DURAÇÃO: 04 aulas.

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
A perspectiva da antropologia filosófica é chamar a nossa atenção para o fato de que somos seres de
cultura. O que isso significa? Significa que aprendemos a olhar o mundo com lentes que nos foram
legadas por amplo repertório cultural que abarca: família, escola, religião, trabalho etc. Todas essas
instituições moldam a nossa maneira de ser, pensar, agir e sentir. Estes são alguns dos efeitos que a
cultura provoca no indivíduo. Nesta mesma cultura estamos acostumados a nos mover dentro de um
território avaliando-o como sendo o único verdadeiro dotado de valores absolutos. Contudo, sabemos
que a cultura humana tem um vastíssimo alcance de valores, costumes e outras práticas que
costumam variar de civilização para civilização. O mundo da cultura é amplo e admite várias
manifestações que são por sua própria natureza, diferentes entre si. O texto que veremos na
sequência, do filósofo Michel de Montaigne, nos ajudará a compreender melhor o que estamos falando
aqui ao empreender uma crítica ao etnocentrismo ao qual todos nós estamos subjugados.

B) DESENVOLVIMENTO:
ETAPA 1 (aula expositiva): O texto dos Ensaios de Montaigne quer justamente nos chamar a
atenção para o fato de que o nosso sistema de valores é uma mera construção social. Costumes e
práticas desenvolvidos em uma determinada cultura pode ser concebidos como sendo de natureza
bárbara para uma outra cultura onde os hábitos, valores e crenças são diferentes. Esta é a novidade
do texto que nos convida a colocar outras lentes, outros óculos, para olharmos para além do nosso
próprio território. Para tentarmos nos aproximar um pouco mais deste texto do final do século XVI,
você, professor(a), poderá se valer do Documentário “Ética, alguém viu por aí?” (Disponível em:
https://youtu.be/pD6zRpyB6Q0). Após a exibição do documentário você perceberá que tem em mãos
várias ferramentas que poderá utilizar para poder provocar a turma acerca dos mais diferentes
problemas encontrados no nosso cotidiano. É bastante perceptível o modo de conduta que é
investigado nos diferentes personagens que aparecem ao longo do documentário. O documentário
dialoga de uma forma muito próxima com os nossos contextos de vida abordando situações que a
maioria de nós já presenciamos ou mesmo fomos sujeitos ativos durante o acontecimento dos fatos. O
tema da corrupção na vida cotidiana e na política também é abordado sob diferentes ângulos. O
programa foi produzido em 1991, após o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello e todo
o impacto que causou no país, com a discussão sobre a ética na política. O documentário procura
então mostrar que nas mais diversas situações cotidianas, como anunciar um carro para vender,
encontramos tentativas de distorção, como forma de obter alguma vantagem.

ETAPA 2 (aula prática): Com a utilização dos celulares a proposta seria a realização de entrevistas
dentro do espaço escolar abordando temas que foram levantados pelo documentário. Você alguma vez
já furou uma fila de supermercado? E na escola? Faço a mesma coisa? Isso é cultural ou natural? Isso
é um ato de corrupção? O que quer dizer a expressão “levar vantagem em tudo?” Eu ajo dessa
maneira sempre? São algumas das possibilidades que podem ser extraídas do documentário. Envolver
toda a comunidade escolar em uma pesquisa feita por grupos (cada grupo abordaria um tema que
mais chamou a atenção no documentário) é uma forma bastante produtiva de produzir um material
rico culturalmente onde um mesmo problema será experimentado por vários olhares distintos. O
objetivo aqui não é julgar a conduta alheia e sim ver a pluralidade de valores que adotamos nas mais
distintas situações cotidianas nos levando ao seguinte questionamento: há um jeitinho brasileiro de
ser? Levar vantagem em tudo pode trazer resultados imediatos para a minha vida pessoal e para o
âmbito coletivo? Esses atos que realizamos na surdina traz algum benefício para a vida social? Ou traz
apenas prejuízos? Como é o meu agir com quem pensa diferente de mim? Todo esse material pode ser
posteriormente socializado com o devido consentimento dos que participaram das entrevistas, podendo
ser usados em outras tarefas da escola como a Semana de educação para a vida, onde temas de

70
natureza étnica e racial serão abordados novamente. A partir do material coletado os estudantes
também podem fazer uma exposição na escola sobre os hábitos e costumes da comunidade escolar.

ETAPA 3 (aula de pesquisa): “O mundo nunca conheceu como hoje tantas trocas culturais e tantas
diferenças entre pessoas e grupos. Na vida de dimensões globalizadas, em que os intercâmbios
culturais são facilitados por meios antigos (como as viagens) e novos (como o contato proporcionado
pela internet), sente-se a necessidade de que governos, grupos e indivíduos tenham um olhar capaz
de compreender e respeitar pensamentos e práticas diferentes, favorecendo o encontro entre os seres
humanos. Curiosamente, porém, há reações que vão na contramão dessa necessidade e endurecem o
olhar diante das diferenças, buscando mantê-las à distância ou mesmo eliminá-las. Os governos de
alguns países têm reforçado, por exemplo, seu poder de controle sobre seus cidadãos (por meio da
força policial, por exemplo) e sobre estrangeiros (pelo fechamento de suas fronteiras). Defendem a
ideia de que cada país tem povo ‘natural’ e de que é preciso lutar para conservá-lo. É o caso de alguns
governos europeus que, diante dos movimentos migratórios, ignoram o fato das populações do planeta
sempre terem migrado em maior ou menor medida, misturando-se na busca de formas melhores de
viver. Por sua vez, muitos indivíduos e grupos também têm se fechado em si mesmos, defendendo
identidades culturais como se elas fossem “naturais” e devessem ser conservadas. É o caso de
indivíduos e grupos que afirmar existir padrões como a ‘brasilianidade’ dos brasileiros, a ‘italianidade’
dos italianos, a ‘africanidade’ dos africanos e assim por diante, ou mesmo de grupos contrários à
integração com estrangeiros, como ocorre com os brasileiros que reprovam a integração de haitianos
em nosso país depois do terremoto de 2010. Atitudes como essas reforçam posições racistas,
identitárias etc., fazendo pensar em formas “naturais” de viver, quando, na verdade, essas formas são
construções históricas.” (SAVIANI, 2016, p. 274).
Nesse sentido, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) de 1948 é um precioso
documento (que também é uma lei com vários países signatários).
“Em 10 de dezembro de 1948, a Organização das Nações Unidas promulgava a Declaração Universal
dos Direitos Humanos (DUDH). Era uma resposta imediata às atrocidades cometidas nas duas guerras
mundiais, mas não só isso. Era o estabelecimento de um ideário arduamente construído durante pelo
menos 2.500 anos visando a garantir para qualquer ser humano, em qualquer país e sob quaisquer
circunstâncias, condições mínimas de sobrevivência e crescimento em ambiente de respeito e paz,
igualdade e liberdade.
O caráter universal constituiu-se numa das principais novidades do documento, além da abrangência
de sua temática, uma vez que países individualmente já haviam emitido peças de princípios ou textos
legais firmando direitos fundamentais inerentes à condição humana. O caso mais célebre é o da
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, firmada em outubro de 1789 pela França
revolucionária.
Com um preâmbulo e 30 artigos que tratam de questões como a liberdade, a igualdade, a dignidade, a
alimentação, a moradia, o ensino, a DUDH é hoje o documento mais traduzido no mundo — já alcança
500 idiomas e dialetos. Tanto inspirou outros documentos internacionais e sistemas com o mesmo fim
quanto penetrou nas constituições de novos e velhos países por meio do instituto dos princípios e
direitos fundamentais. Na Constituição brasileira de 1946, os direitos fundamentais já eram
consignados, mas é na Carta de 1988 que se assinala a ‘prevalência dos direitos humanos’.
Adotada numa perspectiva internacionalista, multilateral, a DUDH, conforme vários observadores,
celebra sete décadas sob a turbulência do ressurgimento de tendências políticas e culturais que
renegam os direitos humanos em várias partes do globo.” (OLIVEIRA et. al., 2023).

71
Imagem 2: Violações comuns aos direitos humanos.

Fonte: (Agência Senado, [2023]).

SUGESTÕES DE FILMES:

→ Ética: Alguém viu por aí? TV Cultura, 1991. Direção: Mercedes Sanchez. O documentário
trata das diferentes definições de ética no cotidiano. Disponível em:
https://youtu.be/pD6zRpyB6Q0. Acesso em: 27 mar. 2023.

→ Macunaíma. 2018. Parte da série: Alegorias do Brasil, 13 eps. de Murilo Salles. Criado por
Mário de Andrade, o personagem do romance Macunaíma tornou-se a grande alegoria
modernista do Brasil. De um lado, é esperto e livre. De outro, mentiroso e malandro. Suas
ambivalências são as do próprio brasileiro. É aberto e plástico. Mas acaba morto. Será que hoje
há espaço para o malandro, que não obedece e nem afronta, mas dribla a lei? Ainda somos
macunaímicos? Disponível em: https://youtu.be/x7W4KSrWxaA. Acesso em: 27 mar. 2023.

RECURSOS:
Projetor multimídia; pincéis atômicos; conexão com a internet ou recorte textual impresso; celulares.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Uma avaliação diagnóstica é um caminho natural através do qual você, juntamente com a turma,
poderia avaliar quais conceitos foram assimilados ao longo desse percurso. Caso você perceba que
estes conceitos precisam ser explorados por mais tempo, uma vez que ainda não foram consolidados,
você pode fazer uma avaliação formativa avaliando sobretudo o engajamento dos estudantes na
elaboração da pesquisa sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH). Nada impede,
porém, que você também utilize outros recursos segundo a sequência didática que tiver preparado.

72
ATIVIDADES
TEXTO 1
"Durante muito tempo tive a meu lado um homem que permanecera dez ou doze anos nessa parte do
Novo Mundo descoberto neste século, no lugar em que tomou pé Villegaignon e a que deu o nome de
'França Antártica'. Essa descoberta de um imenso país parece de grande alcance e presta-se a sérias
reflexões. [...]
Não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade, cada qual
considera bárbaro o que não se pratica em sua terra. E é natural, porque só podemos julgar da
verdade e da razão de ser das coisas pelo exemplo e pela ideia dos usos e costumes do país em que
vivemos. Neste a religião é sempre a melhor, a administração excelente, e tudo o mais perfeito. A essa
gente chamamos selvagens como denominamos selvagens os frutos que a natureza produz sem
intervenção do homem. [...]
Ninguém concebeu jamais uma simplicidade natural elevada a tal grau, nem ninguém jamais acreditou
pudesse a sociedade subsistir com tão poucos artifícios. É um país [...] onde não há comércio de
qualquer natureza, nem literatura, nem matemáticas; onde não existe hierarquia política, nem
domesticidade, nem ricos e pobres. Contratos, sucessão, partilhas aí são desconhecidos; em matéria
de trabalho só sabem da ociosidade; o respeito aos parentes é o mesmo que dedicam a todos; o
vestuário, a agricultura, o trabalho dos metais aí se ignoram; não usam vinho nem trigo; as próprias
palavras que exprimem a mentira, a traição, a dissimulação, a avareza, a inveja, a calúnia, o perdão,
só excepcionalmente se ouvem. [ ...]
Esses povos guerreiam os que se encontram além das montanhas, na terra firme. Fazem-no
inteiramente nus, tendo como armas apenas seus arcos e suas espadas de madeira, pontiagudas como
nossas lanças. E é admirável a resolução com que agem nesses combates que sempre terminam com
efusão de sangue e mortes, pois ignoram a fuga e o medo. Como troféu, traz cada qual a cabeça do
inimigo trucidado, a qual penduram à entrada de suas residências. Quanto aos prisioneiros, guardam-
nos durante algum tempo, tratando-os bem e fornecendo-lhes tudo de que precisam até o dia em que
resolvem acabar com eles.
Aquele a quem pertence o prisioneiro convoca todos os seus amigos. No momento propício, amarra a
um dos braços da vítima uma corda cuja outra extremidade ele segura nas mãos, o mesmo fazendo
com o outro braço que fica entregue a seu melhor amigo, de modo a manter o condenado afastado de
alguns passos e incapaz de reação. Isso feito, ambos o moem de bordoadas às vistas da assistência,
assando-o em seguida, comendo-o e presenteando os amigos ausentes com pedaços da vítima.
Entretanto, não o fazem para se alimentarem, como o faziam os antigos citas, mas sim em sinal de
vingança. [ ...]
Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de crueldade, mas que o fato de condenar tais
defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo
do que o comer depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o
queimar aos poucos, ou entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o
lemos, mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos; e isso em verdade é bem mais grave do
que assar e comer um homem previamente executado. [...] Portanto, podemos qualificar esses povos
como bárbaros em dando apenas ouvidos à inteligência, mas nunca se os compararmos a nós
mesmos, que os excedemos em toda sorte de barbaridades." (MONTAIGNE, 1972, p. 104-107).

Questões:
Comente as três frases extraídas do texto de Montaigne, transpondo-as para os dias de hoje, a fim de
indicar a sua atualidade.

a) "(...) cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra."
73
b) "(...) que o fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos."
c) “Podemos, portanto, qualificar esses povos como bárbaros dando apenas ouvidos à inteligência,
mas nunca se os compararmos a nós mesmos, que os excedemos em toda sorte de
barbaridades."

TEXTO 2

“Antes de procurar responder a essa pergunta [quem é bárbaro?] é preciso resolver um problema de
definição. O que achamos bárbaro? O que é a barbárie?
Consideremos três fatos, quase ao acaso:

1. Certos grupos étnicos na Nova Guiné recorrem à antropofagia e devoram seus prisioneiros. Um
costume e um povo bárbaro.
2. No ano de 2001, o regime talibã destruiu, no Afeganistão, estátuas gigantescas e admiráveis
que datavam da Idade Média, patrimônios da humanidade. Uma prática e uma cultura
bárbaras.
3. Em 1975, depois que o Khmer Vermelho tomou o poder em Phnom Penh, houve um gigantesco
massacre da população cambojana das cidades, que resultou em 1 milhão de mortos. Uma
prática e uma cultura bárbaras.

Esses exemplos de costumes, culturas e regimes que podem com efeito ser qualificados de ‘bárbaros’
talvez nos remetam a três sentidos da palavra e, portanto, de seu antônimo: ‘civilização’.

1. No primeiro, civilização designa um processo, supostamente progressivo, pelo qual os povos


são libertados dos costumes grosseiros e rudimentares das sociedades tradicionais e fechadas
para se ‘civilizar’, o que supõe que pertençam a uma sociedade maior, aberta e complexa e,
portanto, urbanizada. A civilização designa esse processo de paulatino abrandamento dos
costumes, de respeito aos modos, ao refinamento, à delicadeza, ao pudor, à elegância etc.,
notadamente no cumprimento das funções naturais (comer, defecar, copular, assoar o nariz,
cuspir) e das relações sociais (polidez, modos à mesa, modos de dirigir-se ao outro. [...]
2. No segundo sentido, a civilização designa as ciências, as letras e as artes, em suma, o
patrimônio mais elevado de uma sociedade. Não se trata exatamente da cultura, de toda a
cultura, e sim da parte mais ‘desinteressada’, mais ‘liberal’, da cultura humana. A ‘civilização’,
compreendida nesse sentido, designa, portanto, menos as técnicas e os ofícios, menos o know-
how prática e utilitário, do que a parte especulativa, contemplativa e espiritual da vida, o saber
puro, a ciência pela ciência, a arte pela arte, a filosofia, a literatura, a poesia, a música erudita
etc. Os bárbaros são insensíveis ao saber ou à beleza pura, não respeitam o valor destes ou
não compreendem seu sentido, só reconhecem valor no útil, na satisfação das necessidades
vitais ou prazeres grosseiros. O bárbaro, portanto, é aquele que pilha as igrejas para fundir o
ouro que nelas encontra, que queima os livros ou… destrói as estátuas. [...] Nesse segundo
sentido, supõe-se que o bárbaro pertença não apenas a um estágio anterior de socialização ou
de história política, como também a um estágio anterior da cultura humana. É o sentido mais
antigo do termo. Remonta ao barbarus latino, termo que, adaptado do grego, designava sob o
Império Romano todos os povos estrangeiros àquele Império. É o termo que serviu para
designar todas as grandes invasões da Europa a partir do século III, notadamente as primeiras,
que, produtos de povos ainda ‘selvagens’, destruíam à sua passagem, como as magníficas
construções urbanas da Gália. [...]
3. No terceiro sentido, ainda mais forte, menos técnico, mas muito mais comum, ‘civilização’
designa tudo aquilo que, nos costumes, em especial nas relações com outros homens e outras
sociedades, parece humano, realmente humano – o que pressupõe respeito pelo outro,

74
assistência, cooperação, compaixão, conciliação e pacificação das relações –, em oposição ao
que se supõe natural ou bestial, a uma violência vista como primitiva ou arcaica, a uma luta
impiedosa pela vida. Os bárbaros são vistos como bicho do mato, dotados de uma brutalidade
feroz, cega e selvagem, sem motivo razoável e, sobretudo, sem limite racional. [...] Também
são chamados de bárbaros os campos de extermínio do Khmer Vermelho ou do regime nazista.
De modo geral, a barbárie, considerada nesse sentido, designa fenômenos essencialmente
destruidores, manifestações de desumanidade incontrolada; fala-se em ‘crime bárbaro’ em
referência a mutilações atrozes, assassinatos horríveis, sacrifícios humanos em massa,
holocaustos, etnocídios, genocídios.

Em suma, no primeiro sentido, civilização é civilidade; no segundo, é a parte espiritual da cultura; no


terceiro, é a humanidade do sentido moral. O primeiro tipo de bárbaro parece pertencer a um estágio
arcaico de socialização; o segundo, a um estágio arcaico de cultura; e, mais grave ainda, é a um
estágio pré-humano que o terceiro parece pertencer: é o homem que permaneceu em estado
selvagem, que se tornou, ou tornou a ser, desumano.” (WOLFF, Francis. Quem é bárbaro? In:
NOVAES, 2004, p. 20-24).

Questões:
1 – Apresente os três sentidos de barbárie por meio de um esquema.
2 – A que tipo de barbárie o lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki está
associado?
3 – Por que não podemos atribuir aos árabes a denominação generalizada de povo bárbaro?

Pesquisa e atividade em grupos:


Separe a turma em oito grupos, a fim de estudar a Declaração Universal dos Direitos Humanos
(Disponível em:https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos). Cada grupo
ficará encarregado de uma atividade: Grupo 1 - pesquisar como surgiu a Declaração; Grupo 2 - estudar
o Preâmbulo; Grupo 3 - analisar os Artigos 1 a 5; Grupo 4 - analisar os Artigos 6 a 10; Grupo 5 -
analisar os Artigos 11 a 15; Grupo 6 - analisar os Artigos 16 a 20; Grupo 7 - analisar os Artigos 21 a
25; Grupo 8 - analisar os Artigos 26 a 30. Será necessário uma aula ou mais aulas para estudar em
grupos. Oriente os estudantes para que preparem o resultado de seus estudos para serem projetados
ou na forma de cartazes, caso sua sala de aula seja equipada com computador e projetor. Na aula
seguinte, cada grupo expõe seu resultado. Ao final de todas as apresentações sugerimos que você faça
uma brainstorm tentando identificar o que os estudantes assimilaram com a atividade, podendo ser
feita uma avaliação formativa.

75
REFERÊNCIAS
CORTINA, Adela; MARTÍNEZ, Emilio. Ética. Tradução de Silvana Cobucci Leite. 3ª ed. Edições Loyola:
São Paulo, 2005.
ÉTICA, alguém viu por aí? [s.l.: s.n.], 06 abr. 2016. 1 vídeo (56:52min). Publicado pelo canal Kâmera
Libre. Disponível em: https://youtu.be/pD6zRpyB6Q0. Acesso em: 27 mar. 2023.
GALLO, Sílvio. Metodologia do ensino de filosofia: uma didática para o ensino médio. –
Campinas, SP: Papirus, 2012.
MACUNAÍMA. [s.l.: s.n.], 20 mai. 2021. 1 vídeo (01:38:59min). Publicado pelo canal Dina Staf -
Memorial. Disponível em: https://youtu.be/x7W4KSrWxaA. Acesso em: 27 mar. 2023.
MARCONDES, Danilo. Textos básicos de ética. 3ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
MONTAIGNE. Ensaios. Tradução de Sérgio Milliet. São Paulo: Abril Cultural, 1972.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 09 fev.
2023.
NOVAES, Adauto (Org.). Civilização e barbárie. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
OLIVEIRA, Nelson. Carta de Direitos Humanos completa 70 anos em momento de incertezas. Agência
Senado, [s.l.], 2023. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2018/12/70-
anos-da-declaracao-universal-dos-direitos-humanos. Acesso em: 27 mar. 2023.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Paris, 1948.
Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos. Acesso em:
15 mar. 2023.
SAVIANI, Juvenal. Filosofia e filosofias: existência e sentidos. 1. ed. - Belo Horizonte: Autêntica
Editora, 2016.
VIOLAÇÕES comuns aos direitos humanos. Agência Senado, [s.l.], 2023. Disponível em:
https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2018/12/70-anos-da-declaracao-universal-dos-
direitos-humanos/b4-info-violacoes-mais-comuns/@@images/imagem. Acesso em: 27 mar. 2023.

76
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA
REFERÊNCIA
ano Ensino M dio 2023

Sociologia Humanas e Sociais Aplicadas

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos
âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos
epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a esses
processos e às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores de
conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam o
exercício arbitrário do poder.

OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Os conceitos antropológicos (EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas,


de cultura, etnocentrismo, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais da
alteridade e diversidade. emergência de matrizes conceituais hegemônicas (etnocentrismo,
evolução, modernidade etc.), comparando-as a narrativas que contemplem
A diversidade humana e as
outros agentes e discursos.
suas diferentes manifesta-
ções no tempo e no espaço. (EM13CHS104) Analisar objetos da cultura material e imaterial como
suporte de conhecimentos, valores, crenças e práticas que singularizam
Os diferentes contextos diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
sociais e as maneiras
diversas dos comportamen- (EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço e
tos dos seus grupos sociais. a formação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o
papel de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios,
Estados Nacionais e organismos internacionais) e considerando os conflitos
populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-cultural e as
características socioeconômicas, políticas e tecnológicas.
(EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades em suas
dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e sociais, no Brasil e
no mundo contemporâneo, com destaque para as culturas juvenis.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Cultura, Antropologia e estudos culturais.
DURAÇÃO: 1 aula.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Estudar e dialogar sobre a cultura é uma atitude que, para além de enriquecedora, permite-nos
conhecermos a nós mesmos de modo substancial. Com relação a essa questão, é interessante
percebermos o quanto os estudantes podem contribuir com o debate a partir dos conhecimentos prévios
que eles possuem. Nesse sentido, para o desenvolvimento do presente planejamento, sugerimos que você
apresente e explore em sala de aula as habilidades aqui propostas no intuito de despertar a curiosidade e
o engajamento dos estudantes, valorizando os saberes que eles carregam consigo - sempre de maneira
contextualizada e significativa.
77
Estabeleça com a turma uma relação dialógica ao explorar o tema da aula, dando ênfase ao conceito
de cultura a partir de contextos históricos, analisando a relação desse âmbito da existência humana
com as perspectivas antropológicas sobre o instigando a pesquisa acerca da amplitude do assunto em
nosso mundo contemporâneo.

B) DESENVOLVIMENTO:
Para dar início à aula de modo contextualizado e engajador, é importante que você apresente um
panorama explicitando tanto as definições antropológicas quanto as perspectivas sociológicas acerca
do conceito de cultura - preferencialmente, anotando e explicando no quadro os elementos e conceitos
essenciais para estabelecer uma visão pluralista acerca desse tema e de como ele é fundamental para
a compreensão das engrenagens que moldam a nossa sociedade.
Após estabelecer as bases conceituais do tema da aula, distribua o texto “Conceito de cultura:
Introdução aos estudos culturais” (Disponível em: https://cafecomsociologia.com/conceito-de-cultura-
sociologia/) para cada um dos estudantes, orientando-os para que façam uma leitura atenciosa sobre o
assunto e, em seguida, respondam às perguntas que tratam do conteúdo apresentado no texto.
No que se refere à atividade apresentada logo abaixo, recomendamos que você solicite aos estudantes
para que a realizem individualmente. No entanto, de modo a propiciar uma participação mais ativa dos
estudantes na aula, sugerimos que após a finalização da atividade você proponha uma correção
coletiva com toda a turma, solicitando a participação de alguns estudantes para fazerem a leitura de
uma pergunta e de sua respectiva resposta. Após a leitura de cada resposta, instigue a turma a
complementar a resposta apresentada a partir de suas próprias perspectivas, promovendo curtos
debates acerca de cada pergunta explorada pelos estudantes.

TEXTO
“Introdução aos Estudos Culturais

Imagem 1: Cultura global.

Fonte: (Café com Sociologia, [2019]).

78
Cultura diz respeito a uma estrutura suprabiológica que faz com que o ser humano medie sua relação
com o mundo físico, social e simbólico. Na antropologia, o conceito de cultura se refere ao conjunto de
crenças, valores, práticas, conhecimentos e outros elementos simbólicos e materiais produzidos,
transmitidos e transformados pelos seres humanos em suas sociedades. Isso inclui as instituições
sociais, a arte, a literatura, a religião, o idioma, os costumes e a tecnologia. A cultura é o que distingue
uma sociedade de outra e é o resultado da interação dos indivíduos com o meio ambiente e com os
outros membros da sociedade. É por meio da cultura que os seres humanos aprendem as normas e os
valores que orientam o seu comportamento e lhes permitem participar da vida social. A cultura
também pode ser um fator de mudança social, pois é por meio dela que as novas ideias e práticas são
transmitidas e incorporadas na sociedade.
No entendimento do senso comum, o conceito de cultura é tido como um gosto cultural refinado,
erudito, o qual marca determinada pessoa num patamar de status maior que as demais. Quem está
mais próximo desse patamar é tido como mais civilizado. Tal associação se dá por conta da
semelhança da palavra alemã Kultur, que quer dizer altas formas de manifestação artística. No
entanto, cultura não é somente os gostos. Cultura vai além disso. Vamos tentar conceituá-la? Para
tanto, é necessário entender que cultura é o objeto de estudo de uma ciência social chamada
Antropologia (Antros, homem. Logia, Ciência, embora não sendo estudada apenas por ela. Sociologia,
Geografia, Artes, literatura, História, e outras, também se apropriam do entendimento. Para Lakatos
cultura tem um significado amplo: ‘engloba os modos comuns e aprendidos da vida, transmitidos pelos
indivíduos e grupos em sociedade’.

Conceito
Existem centenas de conceituações para este termo. Ainda não existe um consenso sobre o mais
apropriado. Além do conceito, apresentaremos algumas abordagens em torno do termo. Para que fique
mais claro o entendimento, vamos pensar em cultura da seguinte forma, ainda que preliminar: Quando
pensar na palavra cultura, lembre-se de sutura ou costura. Grosso modo, cultura é um entendimento
que ‘costura’ você no mundo e se refere a aspectos materiais e imateriais dos ambientes tais quais,
conhecimentos, habilidades e crenças que são aprendidas como padrão por determinado grupo. Ou
seja, é a maneira com que o grupo social explica e vincula o indivíduo ao mundo.

Cultura segundo os antropólogos clássicos


Edward Tylor – ‘Todo complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, a moral, a lei, os costumes e
todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade’. (Kahn apud
Lakatos, 2010:131) Lévi-Strauss – ‘Conjunto de sistema simbólico, entre os quais se incluem a
linguagem, as regras matrimoniais, a arte, a ciência e religião. Estes sistemas se relacionam e
influenciam a realidade social e física de diferentes sociedades.’ (Tomazi, 2010:173) Franz Boas –
‘Totalidade de reações e atividades mentais que caracterizam o comportamento dos indivíduos que
compõe o grupo social’. (Lakatos, 2010:132) Malinowski – ‘O todo global, consiste de implementos e
bens de consumo, de cartas constitucionais para vários agrupamentos sociais, de ideias e ofícios
humanos, de crenças e costumes.’ (Idem) Kroeber e Kluckholn – ‘uma abstração de comportamento
concreto, mas em si próprio não é comportamento.’ (Idem) Beals e Hoijer – ‘A cultura é uma
abstração de comportamento e não deve ser confundida com atos do comportamento ou com artefatos
materiais, tais como ferramentas, recipientes, obras de arte e demais instrumentos que o homem
fabrica ou utiliza’. (Idem) Leslie A. White, para esclarecer a diferença entre cultura e comportamento
as difere da seguinte forma: Comportamento: ‘quando as coisas e acontecimentos dependentes de
simbolização são considerados e interpretados face à sua relação com o organismo
humano’. Cultura: ’quando as coisas e acontecimentos dependentes de simbolização são considerados
e interpretados em si, independentes do organismo humano.’ Portanto, o comportamento biológico é
objeto da Psicologia e a cultura da Antropologia. Contribuição de antropólogos
contemporâneos. Clifford Geertz – ‘A cultura deve ser vista como um conjunto de mecanismos de
79
controle- planos receitas, regras, instituições – para governar o comportamento.’ (Idem) Margaret
Mead – ‘Estudou a influencia da cultura na formação da personalidade e concluiu que as diferenças de
personalidade não estão vinculada a fatores biológicos, como sexo, mas a maneira como cada
sociedade define a educação das crianças’ (Idem) Ruth Benedict – ‘a cultura tem um padrão cultural
coerente em si mesmo. Em suas pesquisas identificou dois padrões culturais extremos; apolítico,
representado por indivíduos tranquilos, solitários, respeitadores e comedidos na expressão de seus
sentimentos, e o dionisíaco, que reunia os ambiciosos agressivos e individualistas, com uma tendência
ao exagero afetivo. Para ela ainda haveria dois tipos intermediários que mesclariam características dos
dois tipos extremos.’ (Tomazi, 2010:173).

A abrangência da cultura e a relação com outras áreas do conhecimento


No início do texto apontamos que o conceito de cultura é usado por diferentes ciências. Entendendo tal
conceito e seu caráter multidimensional, podemos buscar, agora, compreendemos que esta categoria
tem ligação direta com outros campos de conhecimento baseado nas suas ramificações.
Por fim, podemos concluir a noção do conceito de cultura como algo bem complexa e
multidimencional. Embora as ciências sociais, classifiquem sociedades como mais complexas e menos
complexas é impossível classificar uma cultura superior a outra em função de cada sistema cultural ter
uma lógica própria que só faz sentido em si.” (SILVA, 2019).

RECURSOS:
Quadro; pincel; fotocópias do texto e da atividade; sala de aula; cadeira; mesa; lápis; caneta;
borracha.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Enquanto procedimento de avaliação sugerimos que você, inicialmente, considere o envolvimento dos
estudantes com a proposta deste planejamento e seus desdobramentos pedagógicos em sala de aula.
Outra possibilidade é solicitar aos estudantes que respondam às questões da atividade abaixo em seus
cadernos e, após terem finalizado essa tarefa (e os breves debates acerca das perguntas), dar visto
nos cadernos atribuindo notas de acordo com a relevância das respostas apresentadas. Uma sugestão
para realizar esse procedimento de modo mais significativo é o emprego de rubricas (para saber mais
sobre esse instrumento de avaliação, confira as páginas 100 a 102 do Currículo Referência de Minas
Gerais: Ensino Médio).

80
ATIVIDADES
1 – Escolha a opção que completa a descrição a seguir: “_________________ é o que distingue uma
sociedade de outra e é o resultado da interação dos indivíduos com o meio ambiente e com os outros
membros da sociedade.”

a) O comportamento.
b) A antropologia.
c) A arte.
d) A cultura.
e) A ciência.

2 – Baseado nas teorias antropológicas exploradas no texto apreciado em sala de aula, elabore o seu
próprio conceito de cultura.

3 – O conceito de cultura se refere ao conjunto de crenças, valores, práticas, conhecimentos e outros


elementos simbólicos e materiais produzidos, transmitidos e transformados pelos seres humanos em
suas sociedades. Esse conceito é tipicamente estudado em quais áreas (marque mais de uma resposta
caso julgue pertinente):
▢ Filosofia.
▢ Sociologia.
▢ Antropologia.
▢ Suprabiologia.
▢ Literatura.
▢ Biomedicina.
▢ Arte.
▢ Astronomia.

4 – Como o antropólogo Lévi-Strauss define a cultura?

5 – A cultura leva em conta aspectos materiais ou imateriais? Justifique a sua resposta.

6 – Explique por que é impossível classificar uma cultura como sendo superior a outra cultura.

81
REFERÊNCIAS
CULTURA global. Blog Café com Sociologia, [s.l.], 02 set. 2019. Disponível em:
https://cafecomsociologia.com/wp-content/webp-express/webp-images/uploads/2013/03/cultura-
global5B15D.jpg.webp. Acesso em: 27 mar. 2023.
LAKATOS, Eva Maria. Sociologia Geral. 7ª edição. Atlas: São Paulo, 2010.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.
TOMAZI, Nelson Dácio. Sociologia para o Ensino Médio. 2ª Edição. Saraiva: São Paulo, 2010.
SILVA, Roniel Sampaio. Conceito de cultura: introdução aos estudos culturais. Blog Café com
Sociologia, [s.l.], 02 set. 2019. Disponível em: https://cafecomsociologia.com/conceito-de-cultura-
sociologia/. Acesso em: 27 mar. 2023.

82
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais
nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos
epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a
esses processos e às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

As diversas formas de ser EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias


/conhecer produzidas pelos históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e
diferentes povos (popula- culturais da emergência de matrizes conceituais hegemônicas
ções ciganas, indígenas, (etnocentrismo, evolução, modernidade etc.), comparando-as a
quilombolas, ribeirinhas, narrativas que contemplem outros agentes e discursos.
entre outras) e a valoriza- (EM13CHS104) Analisar objetos da cultura material e imaterial como
ção da ecologia dos saberes suporte de conhecimentos, valores, crenças e práticas que
dentro da sociedade brasi- singularizam diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
leira (diálogos com estudos
decoloniais). (EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar as tipologias
evolutivas (como populações nômades e sedentárias, entre outras) e
A cultura material e imate- as oposições dicotômicas (cidade/ campo, cultura/natureza,
rial como produto das civilizados/bárbaros, razão/sensibilidade, material/virtual etc.),
relações sociais estabeleci- explicitando as ambiguidades e a complexidade dos conceitos e dos
das historicamente por sujeitos envolvidos em diferentes circunstâncias e processos.
indivíduos em sociedade.
(EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades em
suas dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e sociais,
no Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para as culturas
juvenis.

ATIVIDADES
TEMA DE ESTUDO: Diversidade cultural.
DURAÇÃO: 2 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ ABERTURA:
Propor-se a estudar, pesquisar e analisar a formação da cultura brasileira é se colocar diante de um
campo vasto e muito rico. Para além disso, pensando em nosso contexto escolar, essa atitude
representa uma valiosa oportunidade para professores e estudantes desenvolverem,
colaborativamente, uma reflexão acerca da formação da nossa identidade e dos nossos valores - o que
também propicia uma melhor compreensão das relações e perspectivas que estabelecemos ao longo
da jornada formativa que vivenciamos na escola. Pensar a diversidade cultural brasileira é, em suma,
pensar que somos.

B) DESENVOLVIMENTO:
Para estabelecer uma abordagem mais significativa sobre o tema a ser trabalhado neste planejamento,
sugerimos que você apresente aos estudantes uma explicação contextualizando acerca da diversidade
cultural brasileira. Evidencie para eles que, ao lidarmos com estudos culturais, é de suma importância
termos disponibilidade e abertura para explorarmos perspectivas culturais distintas da nossa - não

83
apenas para valorizar a cultura do outro, mas também para nos aprofundarmos na compreensão da
cultura dentro da qual nos formamos.
Após essa abordagem preliminar, de caráter mais explicativo, reproduza para os estudantes o vídeo
“Cultura brasileira e Identidade nacional” (Disponível em: https://youtu.be/0v583AWWlHw). Em
seguida, auxilie na organização da turma em grupos, de modo que cada um deles seja formado por
quatro estudantes. Para ampliar a análise apresentada no vídeo sugerido acima, entregue para cada
grupo uma cópia do texto disponibilizado abaixo, solicitando aos estudantes para que façam uma
leitura atenta desse material e estabeleçam conexões entre as ideias apresentadas no texto e no vídeo.
Por fim, esclareça para cada grupo que o texto disponibilizado para leitura servirá de base - e poderá
ser consultado - para a realização das atividades propostas ao longo da aula.

Sinopse do vídeo “Cultura brasileira e Identidade nacional”: O vídeo tem a duração de 4


minutos e trata de uma forma bem explicativa e rica sobre a cultura e a identidade brasileiras,
destacando as raízes da cultura brasileira e enfatizando as tradições, normas, valores e costumes
típicos do nosso país. A forma e os temas tratados nessa produção audiovisual possibilitarão aos
estudantes uma compreensão mais ampla e objetiva do desenvolvimento da cultura brasileira.

TEXTO
“Existe uma identidade brasileira?
Agora, vamos conversar um pouco sobre a ideia de identidade no Brasil. Você acha que, diante de
tudo que levantamos até agora, poderíamos falar na existência, de alguma forma, de uma determinada
‘identidade brasileira’?
Poderíamos dizer que sim, até determinado ponto, se considerarmos uma série de características
culturais que se fazem presentes nas manifestações da maioria da população como, por exemplo, nas
suas tradições religiosas ou nas suas opções esportivas (como é o caso do futebol).
Deve-se perceber, porém, que, assim como em outros países, essas tradições são todas elas
construídas ou ‘inventadas’, em um determinado momento da nossa História. Como assim? O que
estamos querendo dizer com isso?
Pegando como exemplo o futebol, se resolvermos fazer uma pesquisa sobre a história do futebol no
Brasil, descobriremos que ele foi trazido para o nosso país por ingleses, entre o finalzinho do século
XIX e o início do século XX.
Naquela época, tomando como exemplo a capital do país, a cidade do Rio de Janeiro, o esporte mais
popular eram as regatas – as corridas de embarcações (canoas) pilotadas por remadores, na Lagoa
Rodrigo de Freitas.
Somente com a passagem de algumas décadas é que o futebol acabou virando o esporte mais popular
do Rio e também do Brasil. Se pensarmos em outros países, como é o caso dos EUA, o futebol
(chamado de soccer), apesar de sua origem inglesa (football), até hoje não é o esporte mais popular.
Outras identidades culturais são construídas e desconstruídas, de acordo com a época histórica, de
acordo com os interesses políticos.
Na década de 1930, por exemplo, o sociólogo pernambucano Gilberto Freyre formulou a ideia de que o
Brasil seria um modelo de ‘democracia racial’ para todo o mundo, em que brancos e negros viveriam
harmoniosamente, inexistindo a prática do racismo. A partir da década de 1950, no entanto, outros
sociólogos, entre os quais os paulistas Florestan Fernandes e Octavio Ianni, demonstraram, através de
diversas pesquisas patrocinadas pela UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura – que essa ideia de Freyre não passava de um mito, sem qualquer sustentação na
dura realidade vivenciada pelos afrodescendentes brasileiros.

84
Por fim, num país que apresenta extremos de desigualdade social e de concentração de renda, como é
o nosso, não se pode falar na existência de uma determinada identidade cultural que ‘unifique’ a
maioria dos indivíduos, seus habitantes.
Podemos, sim, dizer que existem identidades de classe social ou de grupos sociais específicos. Assim,
os jovens estudantes de uma escola pública no interior de Pernambuco apresentam características bem
distintas dos jovens estudantes de uma escola privada frequentada pela burguesia paulistana.
Poderíamos falar em ‘identidades jovens’ semelhantes nestes dois casos? Mesmo considerando o poder
e a expansão cada vez maior da internet nos dias atuais?” (OLIVEIRA, 2016, p. 73).

Sugestão de filmes:
→ O ENIGMA DE KASPAR HAUSER: Baseado em um fato real ocorrido na Alemanha de 1820, o
adolescente Kaspar Hauser aparece em uma cidade, após ter vivido desde o nascimento em um
porão, sem qualquer contato humano. É acolhido na casa de um professor, que inicia a sua
socialização. Vencedor do Grande Prêmio do Júri em Cannes.
→ FORREST GUMP – O CONTADOR DE HISTÓRIAS. Viagem pela história dos EUA através do
personagem Forrest Gump, com destaque para os acontecimentos das décadas de 1950 e
1960, como a Guerra do Vietnã, os assassinatos de John Kennedy e de Martin Luther King e o
surgimento do movimento hippie.
→ O POVO BRASILEIRO. Documentário baseado no livro do antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro
(1922-1997), no qual ele apresenta sua visão sobre a formação do povo brasileiro e suas
identidades.

As sugestões do documentário e dos filmes apresentadas acima podem ser colocadas a serviço de
várias propostas pedagógicas. Pensando na dinâmica de aula, por exemplo, as informações e
problematizações abordadas nessas produções audiovisuais podem servir para subsidiar o
desenvolvimento de muitas explicitações e debates eventualmente propostos por você junto aos
estudantes. Esse material também pode ser explorado de modo autônomo pelos próprios estudantes
em casa (na íntegra ou apenas trechos), antes da aula, de modo a suscitar dúvidas e antecipar
questionamentos que provavelmente virão a tomar forma na sala de aula. Nesse sentido, você pode
explorar métodos ativos de aprendizagem, como a sala de aula invertida, a partir das três sugestões
indicadas acima, favorecendo, assim, o desenvolvimento das habilidades selecionadas para serem
tratadas neste planejamento. Uma breve explanação acerca do método ativo de aprendizagem sala de
aula invertida pode ser conferido no vídeo “Sala de aula invertida” (Disponível em:
https://youtu.be/1XTxK2LeZz0).

Recursos:
Projetor multimídia; computador; internet; folha de papel; fotocópias; sala de aula.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Utilize as atividades sugeridas abaixo como procedimento de avaliação para conferir se a consolidação
das habilidades trabalhadas ao longo deste planejamento foi alcançada pela turma. Você também pode
sugerir aos estudantes que realizem em casa uma pesquisa acerca da cultura brasileira a partir dos
elementos cotidianos vivenciados em suas comunidades. Nesse sentido, os estudantes podem realizar
entrevistas com parentes e vizinhos, por exemplo, na busca por identificar os elementos da cultura
brasileira que permeiam o seu dia a dia - explicitando também, de que modo esses elementos
adquirem traços identitários bem delineados na medida em que são produzidos / reproduzidos por um
grupo específico de pessoas. Essa pesquisa pode ser realizada e registrada no caderno ou ser feita
para ser entregue para você posteriormente, podendo servir como material a ser avaliado.

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ATIVIDADES
1 – Explique o que ocorre com as identidades culturais em cada época histórica.

2 – Cite as 3 matrizes que formam as raízes que influenciaram as tradições, os valores e o modo de
vida do nosso povo.

3 – Escolha a opção que completa a frase a seguir: “Na época em que o Rio de Janeiro era a capital do
Brasil, o esporte popular mais praticado aqui era ______________ .”
a) A natação.
b) O futebol.
c) A esgrima.
d) A regata.
e) O samba.

4 – Escolha abaixo a opção que apresenta o povo responsável pelo reconhecimento das terras e pela
proteção do território colonial, e que contribuíram muito para delinear a religião e o idioma
característicos do nosso país:
a) Os Africanos.
b) Os indígenas (povos originários).
c) Os Ingleses.
d) Os Americanos.
e) Os portugueses.

5 – Qual foi a ideia que o sociólogo Gilberto Freyre formulou sobre o Brasil, na década de 1930?

6 – Cite 03 grupos de imigrantes que vieram para o Brasil e contribuíram muito para a pluralidade
cultural existente na nossa sociedade:

2ª parte: Tarefa em grupo (04 estudantes).

Retome a organização dos estudantes em grupos realizada anteriormente e solicite para que cada
grupo escolha um elemento da cultura brasileira (dança, comportamento, tradição, música, comida
etc.) e reflita sobre uma forma de apresentar esse elemento na próxima aula para a turma. Exemplo:
Caso um grupo escolha uma música, os seus membros podem ensaiar, cantar e tocar essa música em
sala de aula; caso a escolha seja por um prato típico brasileiro, o grupo poderá preparar essa comida e
organizar uma degustação na escola para os demais colegas da turma. Concomitante à apresentação
da parte prática dessa atividade (sugerimos que ela seja organizada de modo a ocorrer na aula
subsequente) os estudantes devem expor para a turma maiores informações relacionadas ao elemento
cultural escolhido pelo grupo: qual a sua origem, o período no qual surgiu, a sua importância para a
definição da cultura brasileira, dentre outras informações.

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REFERÊNCIAS
FORREST GUMP – O CONTADOR DE HISTÓRIAS. Direção: Robert Zemeckis. Produção:Wendy
Finerman, Steve Tisch, Steve Starkey. Estados Unidos: The Tisch Company, 1994. 1 DVD. (142 min.).
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.
O ENIGMA DE KASPAR HAUSER. Direção: Werner Herzog. Produção: Werner Herzog. Alemanha:
Werner Herzog Filmproduktion, 1974. 1 DVD. (110 min.).
FERRAZ, Isa Grinspum. O povo brasileiro. Sesc TV, [2000]. Disponível em:
https://sesctv.org.br/programas-e-series/o-povo-brasileiro/. Acesso em: 27 mar. 2023.
OLIVEIRA, Luiz Fernandes de. Sociologia para jovens do século XXI: manual do professor. Rio de
Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016.
Sala de aula invertida. [s.l.: s.n.], 05 fev. 2015. 1 vídeo (01:52min). Publicado pelo canal ESAMC
Uberlândia. Disponível no link: https://youtu.be/1XTxK2LeZz0. Acesso em: 30 mar. 2023.

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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência Específica 01: Analisar políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos
local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos epistemológicos
e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a esses processos e
às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

As manifestações cultu- (EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas,


rais como representação geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais da
da diversidade cultural emergência de matrizes conceituais hegemônicas (etnocentrismo,
nas sociedades huma- evolução, modernidade etc.), comparando-as a narrativas que
nas. contemplem outros agentes e discursos.
(EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades em
suas dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e sociais, no
Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para as culturas
juvenis.

ATIVIDADES
TEMA DE ESTUDO: Diferença e cultura.
DURAÇÃO: 2 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ ABERTURA:
Nesse mundo globalizado, as diferenças e os choques culturais proporcionados pelos distintos valores
compartilhados em nossa sociedade aumentaram consideravelmente, tornando primordial o diálogo, a
reflexão e o desenvolvimento de novas posturas e condutas diante das diferenças. Nesse sentido, é
fundamental estabelecermos na escola um ambiente de convívio aberto ao novo e tolerante com
relação às diferenças, de modo que possamos vivenciar uma rotina de estudos respeitosa, amistosa e
reflexiva no que se refere a esse tema tão importante em foco na atualidade: Ser diferente é normal.
Para contribuir com a construção de tal realidade sugerimos que você, nessa aula, sensibilize os
estudantes e busque despertar neles o ímpeto pelo estudo e pela pesquisa acerca da formação da
cultura brasileira - a partir de um olhar crítico e humano sobre as diferenças presentes em nossa
sociedade - e, consequentemente, em nossas escolas.

B) DESENVOLVIMENTO:
Inicialmente, busque engajar os estudantes a partir de uma apresentação do tema central da aula de
modo contextualizado, sondando de que modo os estudantes percebem as muitas “diferenças” que
permeiam o nosso cotidiano escolar, por exemplo. Na sequência, você pode reproduzir o vídeo com a
música “Ser diferente é normal” (Disponível em: https://youtu.be/XpG6DoORPIs) para potencializar o
momento de sensibilização dos estudantes e fomentar uma postura mais crítica no que diz respeito à
relação entre os conceitos de “normal” e “diferente” tipicamente disseminados em nossa sociedade.
Após a apreciação da música, organize a turma em grupos com quatro estudantes e disponibilize para
cada grupo uma fotocópia contendo o texto e as questões disponibilizadas logo abaixo. Para este
momento, a proposta é oportunizar aos estudantes um momento de reflexão a partir da leitura, do

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diálogo e da escrita - favorecendo com que eles explorem a capacidade de desnaturalizar muitos dos
fenômenos encontrados ao longo desses estudos.

TEXTO
“Ser diferente é normal
Vimos no capítulo sobre cultura que nossas sociedades são multiculturais, ou seja, temos a presença
de diferentes grupos culturais numa mesma sociedade, estejamos nos referindo à cidade ou à nação.
Entretanto, ter a consciência dessa realidade nos faz ficar atentos a fatos concretos que dizem respeito
aos diversos interesses de grupos e pessoas.

Imagem 2: Direito à diferença.

Fonte: (FELIPE, Diego. In: OLIVEIRA, [2016]).

O direito à diferença também significa não aceitar ser tratado com inferioridade na sociedade
comandada pelos ‘homens brancos’. Na foto, índios protestando contra a opressão dos brancos.
Queremos dizer com isso que quando uma pessoa ou grupo considera normal ou natural uma situação
ou ideia, muitas vezes essa normalidade ou naturalidade se expressa como relação de poder,
desigualdade ou opressão.
Para a Sociologia, falar em sociedade não significa descrevê-la simplesmente de forma homogênea.
Quando fazemos uma análise das sociedades, identificamos de imediato a existência de desigualdades
sociais e diferenças entre grupos e pessoas. As desigualdades são fabricadas pelas relações sociais,
econômicas, culturais e políticas.
Geralmente, as classes ou camadas superiores das sociedades são as mesmas, tanto sob o ponto de
vista cultural ou político. O que estamos querendo dizer é que as classes sociais ou camadas superiores
das sociedades são as mesmas em termos de manutenção do poder político e dos privilégios sociais e
econômicos, reproduzindo sua dominação através da cultura e da disseminação de certa visão de
mundo. Porém, devemos chamar a atenção para não confundirmos desigualdade social com diferenças
sociais e culturais dos indivíduos, grupos e sociedades.
As desigualdades sociais são definidas a partir das condições sociais e econômicas de determinados
grupos. Isto é, há grupos que possuem mais riquezas do que outros e maior acesso a determinados
serviços, gerando uma sociedade desigual, na qual poucos possuem muitas riquezas e bens materiais e
muitos possuem pouca ou nenhuma riqueza material.
A diferença social e cultural, por outro lado, significa que os indivíduos ou grupos são apenas
diferentes e não superiores e inferiores. O indivíduo originário do continente africano é diferente do
chinês ou do europeu; a mulher é diferente do homem; o heterossexual é diferente do homossexual; o
adepto ao candomblé cultua uma religião diferente da do evangélico; as pessoas com deficiências são

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diferentes daqueles que não possuem necessidades educacionais especiais, e assim por diante. Essas
características dos seres humanos não significam superioridade ou inferioridade de uns sobre outros.
Nas sociedades onde existem muitas diferenças sociais e culturais – como é o caso da nossa –, estas
podem se transformar em fatores de desigualdades. Isto quer dizer que os ‘outros’, que muitas vezes
não são considerados ‘normais’, aparecem como “entidades ameaçadoras”. Daí, surgirem
comportamentos e atitudes de discriminação, preconceitos, racismos, machismos, homofobia etc. Na
forma física, afetiva e ideológica, os que se consideram ‘normais’ evitam contatos e criam seus próprios
mundos, excluindo os que são considerados como “diferentes”. Por isso, a consciência do caráter
multicultural de uma sociedade não leva necessariamente ao desenvolvimento de uma relação social
de trocas e relações entre as culturas – o chamado interculturalismo.
Em 2007, no enredo e na letra do samba enredo da Escola de Samba Império Serrano, do Rio de
Janeiro, cantava-se: Quem nasceu diferente, e venceu preconceito, a gente tem que admirar. Este
samba fala dos portadores de necessidades especiais, porém podemos ampliar esta ideia de que todas
as diferenças são normais. Entretanto, se ser diferente é normal, lidar com a diferença é difícil em
função das relações de poder entre as pessoas e grupos.” (OLIVEIRA, 2016, p. 79-80).

Recursos:
Tv; computador; internet; folha de papel; fotocópias; sala de aula; aparelho de som.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Sugerimos que você avalie a participação e as respostas dos estudantes às questões sugeridas logo
abaixo. Você também pode considerar a criatividade, a produção, a organização e o desempenho na
apresentação teatral da música ou paródia composta pelo grupo a ser compartilhada com a turma na
próxima aula.

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ATIVIDADES
Questões para diálogo e reflexão do grupo:
1 – Na sua opinião qual a importância da aceitação das diferenças para a convivência em sociedade?

2 – Qual aprendizado ou lição para a vida você obteve após ouvir a música “Ser diferente é normal”?

3 – Por que as pessoas têm enorme dificuldade em conviver com as pessoas que são muito diferentes
do “padrão normal”?

4 – Como a não aceitação das diferenças contribui para o aumento das desigualdades na sociedade?

5 – Como a sociedade tem avançado em assegurar aos diferentes o seu espaço e respeito?

2ª parte: Tarefa em grupo (04 estudantes).


Após assistirem ao vídeo com a música “Ser diferente é normal” e lerem, dialogarem e refletirem sobre
o assunto abordado no texto com o mesmo título da música, oriente os grupos para que escolham uma
outra música ou que componham a sua própria música / paródia tratando sobre o assunto explorado
em sala de aula. Proponha para os grupos de estudantes que se organizem e apresentem essa música
/ paródia de forma teatral (montagem, figurino, dramaturgia etc.) para toda a turma, promovendo um
momento de aprendizagem e problematização acerca dos conceitos estudados em sala de aula.
Oriente os estudantes para que eles executem essa apresentação na aula subsequente,
preferencialmente em um auditório, pátio ou quadra - de modo a valorizar a performance teatral
preparada pelos grupos.

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REFERÊNCIAS
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.
OLIVEIRA, Luiz Fernandes de. Sociologia para jovens do século XXI: manual do professor. Rio de
Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016.

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