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População mundial: distribuição e dinâmica demográfica

Durante alguns períodos da história da humanidade, como a Idade Média, guerras e


epidemias foram os principais fatores da baixa taxa de crescimento demográfico. Desse
modo, até o século XVIII, a população mundial cresceu em ritmo moderado.

No início do século XX a Terra abrigava 1,7 bilhão de pessoas.

Entre 1960 e 2000 a população mundial mais que dobrou.


Na virada para o século XXI, o mundo já contava mais de 6 bilhões de habitantes e,
em 2017, a população mundial atingiu 7,5 bilhões.

Estima-se que até 2086 ultrapassaremos a marca de 10,4 bilhões de habitantes.


População dos continentes

A Ásia é o continente mais populoso; Em 2017, tinha 4,5 bilhões de


habitantes, o que representava 59,6% da população mundial.

Somente a China e a Índia, países mais populosos do mundo e localizados na


Ásia, abrigavam 1,4 bilhão e 1,3 bilhão, respectivamente, ou seja, cerca de
60% da população asiática e 36% da população mundial.

Em 2017, o segundo continente mais populoso era a África, com cerca de


1,2 bilhão de habitantes, aproximadamente 16% da população mundial. O
continente menos populoso é a Oceania, que apresentava cerca de 40,7
milhões de habitantes.
Conceitos Básicos

População Absoluta: População total de uma determinada área.

Taxa de natalidade: Número de nascidos vivos a cada grupo de mil


habitantes em 1 ano. Exceto: natimorto.

Taxa de natalidade = nº de nascidos x 1000


População total

Resultado em %
A taxa de fecundidade é uma estimativa da quantidade de filhos que uma mulher
teria ao longo de sua vida reprodutiva. É geralmente expressa como o número de
nascimentos por 1.000 mulheres em idade fértil A idade fértil da mulher está na faixa
dos 15 a 49 anos

Quando o número de filhos por mulher é igual ou maior a 2,1, há reposição


populacional, ou seja, os nascimentos repõem as mortes, garantindo a estabilidade
demográfica.

As taxas de fertilidade tendem a ser menores nos países desenvolvidos, como a


França, Itália, Alemanha e Japão, e maior nos países subdesenvolvidos. Embora não
seja regra, há diversas razões para isso.
Taxa de mortalidade: Número de mortos a cada grupo de
mil habitantes em 1 ano.

Taxa de mortalidade = nº de óbitos x 1000


População total

Taxa de mortalidade infantil: Número de crianças que morrem


antes de completar 1 anos de vida, a cada grupo de mil nascidos.

Taxa de mort. Infantil = nº de óbitos x 1000


Total de nascidos
Crescimento Vegetativo: É o crescimento
natural da população.

Crescimento Vegetativo = taxa de natalidade – taxa de


mortalidade

População Relativa ou densidade demográfica: É o número de


habitantes por km².

Densidade Demográfica = População Absoluta


Área (km²)
Populoso é diferente de povoado

202 milhões Japão - 128 milhões


Fatores que influenciam para o
aumento da Taxa de Natalidade:

•Falta de Informação
•Inacessibilidade aos estudos
•Deficiência nos investimentos governamentais.
•Falta de métodos contraceptivos.
Processo de Transição demográfica

Transição demográfica é uma teoria populacional desenvolvida no ano de 1929 pelo


demógrafo estadunidense Frank Notestein (1902-1983). Essa é a teoria mais utilizada
atualmente para se explicar a evolução de uma população no decorrer do tempo, levando
em consideração as taxas de natalidade e mortalidade, principalmente, e a influência de
fatores externos, como o desenvolvimento socioeconômico e a urbanização, na
transformação desses indicadores.
Primeira fase: pré-transição demográfica

A primeira fase da transição demográfica é também descrita como sendo a pré-transição.

Essa fase é caracterizada por elevadas taxas de natalidade e de mortalidade, isto é, por
um grande número de nascimentos e também de mortes.

Trata-se de uma fase longa em que a população de um país vive majoritariamente no


campo, e hoje se processa em algumas das nações consideradas subdesenvolvidas. Nos
países desenvolvidos, essa fase perdurou até a chegada da Revolução Industrial.
Segunda fase: explosão demográfica

A segunda fase da transição demográfica é caracterizada pela manutenção da natalidade em


alta e por queda da taxa de mortalidade. A grande diferença que se estabelece entre o
número de nascimentos e o número de mortes ocasiona um crescimento vegetativo (ou
natural) acentuado, o que faz com que essa etapa seja conhecida como a da explosão
demográfica.

Essa fase aconteceu nos países desenvolvidos a partir do século XVIII, com a Revolução
Industrial e as transformações no modo e no ritmo de vida da população, que passou a se
concentrar nos centros urbanos. Nos países emergentes, como o Brasil, a explosão
demográfica se deu a partir de meados do século XX.

Registra-se, atualmente, o andamento dessa segunda etapa da transição demográfica em


países subdesenvolvidos como Níger, Sudão do Sul, Burundi e Síria, sendo este último o país
com maior taxa de crescimento do mundo (6,39% ao ano).
Terceira fase: desaceleração do crescimento populacional

A terceira fase da transição demográfica é caracterizada pela queda acentuada da taxa de


natalidade e pela manutenção da redução do número de mortes, embora de forma mais
lenta do que na etapa precedente.

Com isso, embora o crescimento vegetativo continue acontecendo, ele se dá num ritmo
cada vez mais desacelerado. Fatores como o avanço da urbanização, melhorias na saúde,
maior oferta de métodos contraceptivos e a presença cada vez maior da mulher no mercado
de trabalho estão relacionados ao menor número de nascimentos nessa terceira etapa.

Observa-se o transcorrer da terceira fase da transição demográfica na maioria dos países


emergentes ou em desenvolvimento.
Quarta fase: estabilização da população

A quarta e última fase proposta pela teoria transição demográfica pode ser descrita como o
período de estabilização do crescimento populacional de determinado território.

Tanto os nascimentos quanto as mortes chegaram a um patamar muito baixo e estável. As


variações, se ocorrem, são insignificantes para o quadro geral.

Por conseguinte, o crescimento vegetativo da população é pouco expressivo.

Considera-se que muitos países europeus já passaram por essa etapa da transição
demográfica.
Transição demográfica no Brasil

A transição demográfica teve início no Brasil a partir da segunda metade do século XX, em conjunto
com os demais países emergentes, que passaram pelo que ficou conhecido como industrialização
tardia. Confira, a seguir, o desenrolar da transição demográfica no Brasil.

Primeira fase: podemos dizer que a primeira fase da transição demográfica, ou a pré-transição, ocorreu
até aproximadamente a década de 1940, quando o país tinha uma população essencialmente rural e
composta por 41,1 milhões de habitantes. A urbanização brasileira, que se intensificou com a maior
presença das indústrias no território nacional, contribuiu para o início da segunda fase da transição
demográfica.

Segunda fase: entre 1950 e 1960, a população saltou de 51,9 milhões de habitantes para 70 milhões.
Esse foi o intervalo de tempo em que o país mais cresceu em termos populacionais: a taxa anual de
crescimento era de 3% aproximadamente. Nota-se que a taxa de fecundidade (número de filhos por
mulher) aumentou nesse período, junto da taxa de natalidade. A mortalidade, entretanto, caiu de 19,7
mortes/1000 habitantes para 15 entre 1950 e 1960. O crescimento populacional se manteve até a
década de 1970.
Terceira fase: o início da terceira fase da transição demográfica no Brasil pode ser identificado
entre 1970 e 1980, quando a natalidade passou de 37,7 nascidos vivos para cada mil
habitantes em 1970 para 31,8 mais tarde. A mortalidade continuou a decrescer, e a taxa de
crescimento vegetativo da população, na década indicada, passou de 2,9% para 2,5% ao ano.

A tendência de estabilização do crescimento é o que caracteriza a população brasileira


atualmente. Os dados do IBGE mostram que, de 0,88% ao ano em 2010, a população do Brasil
passou a crescer somente 0,77% ao ano em 2020, taxa essa que caiu para 0,71% em 2022. A
taxa de fecundidade é de 1,75 filho por mulher, bem abaixo do valor de 2,1, considerado a
taxa de reposição. Entre 2010 e 2020, é possível perceber, ainda, certo equilíbrio nas taxas de
mortalidade e de natalidade.
Teoria malthusiana

Thomas Robert Malthus (1766-1834), economista liberal e historiador inglês, elaborou


ao final do século XVIII uma teoria populacional que apontava para o desequilíbrio
existente entre os crescimentos demográficos e a disponibilidade de recursos na Terra.
Em seu livro Ensaio sobre o princípio da população, ele afirmava categoricamente que o
planeta, em pouco tempo, não seria capaz de atender ao número de habitantes
existentes.
Teoria Neomalthusiana

Para o neomalthusianismo, as populações, sobretudo as de baixa renda, deveriam ter


os seus índices de natalidade controlados. Para isso, a difusão dos métodos
contraceptivos tornou-se fundamental. Em alguns países, governos adotaram medidas
de esterilização em massa sobre pessoas pobres, além de distribuírem
anticoncepcionais gratuitamente e promover campanhas de conscientização.

Difundem-se, até os dias atuais, muitas campanhas ou imagens publicitárias com o


modelo ideal de família formado pelos pais e dois filhos apenas

ALTAS TAXAS DE NATALIDADE POBREZA


Teoria reformista

Nessa linha seguiam muitos teóricos que acreditavam que a desigualdade na relação
entre recursos naturais, alimentos e o crescimento populacional não estava no número
de habitantes, mas na distribuição de renda.

Assim, para essa concepção, não é o “controle moral” da população o necessário para
combater a ocorrência da fome e da miséria, mas a adoção de políticas sociais de
combate à pobreza, com a aplicação de leis trabalhistas que assegurem a melhoria na
renda do trabalhador. A democratização dos meios sociais e de produção também é
considerada uma estratégia nesse mesmo sentido.

POBREZA ALTAS TAXAS DE NATALIDADE


Teoria Ecomalthusiana

Os ecomalthusianos surgiram no final do século 20 com a teoria de que o crescimento


populacional exagerado pressionava os recursos naturais, podendo representar riscos
para um futuro próximo em razão dos impactos ambientais.

Essa teoria, reformulada na problemática ambiental, defende o desenvolvimento


sustentável com o menor impacto ambiental possível. Esse pensamento tenta
conscientizar que os recursos naturais são esgotáveis, ou seja, vão acabar um dia, e que a
população não faz o suficiente para preservá-los.

Além disso, esses recursos naturais podem não suprir a necessidade humana no futuro,
podendo ocasionar problemas para a sociedade.
Estrutura Etária por idade, sexo e renda.

A estrutura por idade mostra o percentual de jovens, de adultos e idosos, e a


estrutura por sexo remete à distribuição da população com percentual de homens e
mulheres.

A estrutura da população é representada em forma de pirâmide, que é classificada


em base larga da pirâmide, corpo afunilado da pirâmide e o ápice da pirâmide.

A base larga da pirâmide corresponde ao número de jovens de um país, são


considerados jovens os indivíduos com faixa etária entre 0 e 19 anos.

O corpo afunilado da pirâmide corresponde às pessoas com faixa etária entre 20 e


59 anos.

O ápice da pirâmide corresponde às pessoas com idade superior a 59 anos.


PIRÂMIDE ETÁRIA

O estudo da população deve ser analisado considerando sexo,


número, ocupação, renda, educação, saúde e outros.

Uma pirâmide apresenta dados implícitos e explícitos.


O “bônus demográfico” no Brasil.
De acordo com estudos demográficos, até 2020 o Brasil passou por um período no qual o
número de pessoas em idade economicamente ativa superou muito o de crianças e
idosos, considerados dependentes.

Esse período, denominado bônus demográfico, é considerado favorável à economia de um


país, pois significa maior número de trabalhadores e menores gastos com pessoas que não
participam da PEA.
PEA: População Economicamente Ativa – é um conceito elaborado para designar a
população que está inserida no mercado de trabalho ou que, de certa forma, está
procurando se inserir nele para exercer algum tipo de atividade remunerada.

Não há um método consolidado em todo o mundo para definir aqueles que fazem
parte da PEA. Por exemplo, nos países subdesenvolvidos, o índice inclui os indivíduos
que possuem entre 10 e 60 anos, já nos países desenvolvidos geralmente considera-
se apenas aquele que possui mais de 15 anos de idade.

Assim, a parte da população que está desempregada e que não busca empregos,
como crianças menores que 10 anos, estudantes que não trabalham, donas de casa
que exercem apenas funções domésticas não remuneradas, entre outros, é incluída
naquilo que se denomina por População Economicamente Inativa.
•Apresenta sexo
•Faixa-etária
•Número de habitantes
•Taxa de natalidade e mortalidade
•Crescimento vegetativo
•Expectativa de vida
•IDH
•Desenvolvimento
•PEA (População Economicamente Ativa)
Composição da Pirâmide dos países abaixo:

Crianças Jovens (de Adultos (de Idosos


País (de 0 a 15 15 a 29 30 a 59 (acima de
anos) anos) anos) 60 anos)

Reino Unido 19,5% 20,1% 39,9% 20,5%

Suécia 18,8% 19,3% 39,8% 22,1%

Brasil 31,8% 28,5% 32,6% 7,1%

Peru 35,9% 29% 28,4% 6,7%


Distribuição de Renda e Desigualdades Socioespaciais

O conceito econômico de distribuição se refere à forma com que são repartidas as riquezas
e os bens socialmente produzidos (em um sentido amplo, a renda) entre os indivíduos e
entre os diferentes estratos da população em determinada sociedade.

As características da distribuição de renda e os mecanismos que a influenciam variam e


dependem diretamente da organização da produção e da forma de propriedade vigente em
cada sociedade. Portanto, a distribuição decorre do próprio processo produtivo e está
relacionada com a divisão social do trabalho, ou seja, com a forma com que se encontram
distribuídos os juros, lucros, rendas, salários e a propriedade dos fatores de produção.

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