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PRÉ VESTIBULAR COMUNITÁRIO SÃO FRANCISCO DE ASSIS

DISCIPLINA: GEOGRAFIA
PROFESSOR: GABRIEL S. NASCIMENTO
CONTATO: (21) 976296198
TEMA: POPULAÇÃO (DEMOGRAFIA)

População absoluta e População relativa


O total de habitantes de um lugar constitui sua população
absoluta. Podemos dizer que a população absoluta da Terra é superior
a 7 bilhões de habitantes. Considerando a presença humana num
determinado espaço, utilizamos, além disso, o conceito de população
relativa, que indica a distribuição da população em relação à superfície
(área total) do lugar. Portanto, a população relativa, também chamada
de densidade demográfica, corresponde ao número de habitantes por
unidade de área, ou seja, é uma relação matemática, onde geralmente a
unidade (de medida) utilizada é o quilômetro quadrado (hab/km2).

Populoso e povoado
Populoso é o conceito que se refere à população absoluta, e
povoado diz respeito à população relativa de um determinado lugar.
Dos países relacionados na tabela 1.1, a China é o país mais populoso,
ou seja, possui a maior população absoluta (1.339 milhões). Mas
quando consideramos a distribuição deste número de habitantes pelo
território chinês, o valor da densidade demográfica não é tão alto
(140,48 hab/km2), porque a China tem uma grande superfície (mais de
9 milhões de km2). Por outro lado, o Japão é o país mais povoado
(343,49 hab/km2), pois, apesar de ter um número menor de habitantes
que a China (128 milhões), a sua área territorial é bem pequena para
tantas pessoas (pouco mais de 372 mil).

As fases do crescimento Demográfico


No decorrer da história, a população mundial tem crescido em função de a taxa de natalidade ser
superior à de mortalidade. Avaliando a marcha de crescimento populacional, podemos distinguir duas fases:
1. Crescimento lento: até o séc. XVII, em função da inexistência de condições sanitárias adequadas,
guerras, epidemias etc., a taxa de mortalidade era elevada;
2. Crescimento rápido: compreende principalmente os séculos XVIII, XIX e a segunda metade do séc.
XX, quando os avanços científicos e das melhorias das condições higiênico-sanitárias provocaram uma queda
nas taxas de mortalidade. Nessa fase, o mundo deparou-se com um acelerado crescimento populacional.

Crescimento demográfico
O termo crescimento demográfico corresponde ao
aumento da população de um país. Este crescimento está
relacionado a dois índices:
 crescimento natural ou vegetativo –
diferença entre nascimentos (taxa de natalidade) e
óbitos (taxa de mortalidade); taxa de natalidade
subtraída pela taxa de mortalidade.
 taxa de migração – diferença entre a
entrada (imigração) e a saída (emigração) de
pessoas de uma região.
No entanto, este crescimento vegetativo (ou populacional) vem ocorrendo de forma diferenciada nas
várias regiões do mundo, como foi colocado anteriormente. Cada área ou país passa por um processo de
transição demográfica, que contém basicamente 3 fases.

 Primeira fase ou pré-industrial:


caracterizada pelo equilíbrio demográfico e por
baixos índices de crescimento vegetativo, já que há
elevadas taxas de natalidade e de mortalidade. A
elevada taxa de mortalidade relaciona-se
principalmente às precárias condições higiênico-
sanitárias, às epidemias, às guerras, fome etc.
 Segunda fase ou transicional: redução
da mortalidade com o fim de epidemias e com os
avanços médicos (decorrentes da Revolução
Industrial). Contudo a natalidade ainda se mantém
elevada, ocasionando um grande crescimento
populacional; numa segunda etapa, a natalidade começa a cair, reduzindo-se, então, o crescimento
populacional.

 Terceira fase ou evoluída, momento em que a transição demográfica se finaliza, com a retomada
do equilíbrio demográfico, este apoiado em baixas taxas de natalidade e de mortalidade. Atualmente, estão nessa
fase os países desenvolvidos, a maior parte dos quais apresenta taxas de crescimento inferiores a 1% e té
negativas, ou seja, países cujo crescimento vegetativo encontra-se estagnado.
Os países que já chegaram na 3a fase correspondem basicamente aos desenvolvidos. A maior parte da
população mora em cidades, onde há acesso fácil a métodos anticoncepcionais, a mulher entra para o mercado de
trabalho e o custo de criação dos filhos é alto pela necessidade de manter uma boa educação. Para preservar um
bom padrão de vida, os casais escolhem ter um ou dois filhos. Com isso, a taxa de natalidade se reduziu
intensamente nas últimas décadas. Alguns países subdesenvolvidos, que já alcançaram um significativo nível de
industrialização e urbanização, caso do Brasil, Argentina, África do Sul etc., também estão entrando na 3a fase
de transição demográfica.
As teorias demográficas
O aumento da população mundial, resultante das profundas transformações socioespaciais iniciadas no
Renascimento, continuadas no Iluminismo e culminadas com a Revolução Industrial, provocou um adensamento
populacional nas cidades europeias, causando um processo de exclusão social que, ao mesmo tempo, expôs as
mazelas e colocou em risco as bases do modo de produção em processo de hegemonização, o capitalismo. Nessa
perspectiva, logo surgiram interpretações que procuraram explicar o caos social que se implantava. É possível
identificar duas correntes principais: a primeira buscava uma explicação “científica” e naturalizante da fome e do
caos social, era a vertente malthusiana; a segunda enxergava no modo de produção capitalista as origens da
fome, era a vertente reformista.
Teoria Malthusiana
Esta teoria foi elaborada por Thomas Malthus, economista e pastor anglicano, filho de um rico
proprietário de terras, em 1798 (final do século XVIII), quando ocorria um forte crescimento populacional na
Europa (essa região estava na 2ª fase da transição demográfica). Para o autor, em poucos anos, a produção de
alimentos não seria suficiente para alimentar tantas pessoas. Assim, a população tenderia a crescer além dos
limites de sua sobrevivência e, disso, resultariam a fome e a miséria. Como solução, propôs um controle de
natalidade de cunho moral, onde os casais só deveriam ter filhos se tivessem condições materiais de sustento de
sua prole. Em função de sua religiosidade, se opunha a qualquer método contraceptivo. Além disso, Malthus
defendia que o trabalhador mais pobre deveria ganhar o mínimo necessário ao seu sustento, pois entendia que a
melhoria nas condições de vida levaria ao aumento populacional.
Teoria Reformista (ou marxista)
Seguidores do filósofo socialista Karl Marx, os teóricos desse pensamento afirmam que a causa da
superpopulação é o modo de produção capitalista, e que a sobrevivência do capitalismo, como sistema, exige um
crescimento excessivo da população. Em outras palavras, ao contrário dos neomalthusianos, os reformistas
consideram a miséria como a principal causa do acelerado crescimento populacional. Assim, defendem a
necessidade de reformas socioeconômicas que permitam a melhoria do padrão de vida da população mais pobre.
Essa teoria foi elaborada em resposta aos neomalthusianos e ela inverte a conclusão das duas teorias
demográficas anteriores.
Teoria Neomalthusiana
A segunda aceleração do crescimento populacional ocorreu a partir de 1950, particularmente nos países
da periferia do capitalismo. Pela teoria neomalthusiana, a pobreza, a fome e a miséria desses países eram
decorrentes de sua enorme população jovem, pois seus governos, tendo orçamentos públicos reduzidos, teriam
muitos gastos com saúde e educação, o que impediria a melhoria das condições materiais de existência de suas
populações. Da mesma forma que a teoria malthusiana, a neomalthusiana considera o crescimento populacional
como causador dos problemas sociais e indica, como solução, o controle de natalidade. Este deveria se dar pela
via da moral religiosa ou pela adoção de métodos contraceptivos. A diminuição da população resultaria na
superação da condição de pobreza e miséria social. Os reformistas vão mostrar, no entanto, que o sistema
desigual de trocas do capitalismo é o responsável pelos problemas, não o crescimento populacional. Em um
sistema onde um conjunto grande de países vende matérias-primas (minerais, energéticas e gêneros agrícolas e
pecuários) a preços baixos e paga muito caro pela aquisição de bens industrializados, não é possível atender a
todas as demandas de sua sociedade. A conta não fecha.
Estrutura da população
Outros conceitos importantes no estudo da população são:
 Estrutura etária – quantidade de jovens (crianças e adolescentes), adultos e idosos. É
analisada por meio de “pirâmides etárias”, que são gráficos que caracterizam a população por faixa de
idade e por sexo.
 Distribuição da população economicamente ativa (PEA) pelos setores econômicos –
primário (atividades agropecuárias, extrativismos), secundário (atividades industriais) e terciário
(atividades de comércio e serviços).
 Distribuição de renda – o que cada segmento da população recebe de salário. A análise
destes dados ajuda a entender e a prever problemas numa região ou país. Por exemplo, um país com
grande número de jovens precisaria investir em educação, com o objetivo de preparar esta parte da
população para o mercado de trabalho formal. No caso de um país com grande número de adultos, o
governo deveria criar opções de trabalho por meio de estímulos às atividades econômicas.
Atualmente, vários países desenvolvidos vêm passando por um problema sério de envelhecimento da população.
O aumento no número de idosos (que não trabalham mais) significa um grande gasto com a previdência social
(aposentadorias) e com atendimento médico. Como o número de adultos que contribuem com a previdência
social está diminuindo, os governos destes países têm que arcar com estes custos e/ou reformular o sistema de
aposentadorias.
População economicamente ativa (PEA)
A população economicamente ativa de um país (PEA) corresponde aos trabalhadores formais. De
maneira geral, a PEA engloba pessoas que trabalham com carteira de trabalho assinada, profissionais liberais
(prestam serviços – médico, dentista, contador etc.), mas que contribuem para a arrecadação de impostos, além
de pessoas desempregadas, desde que estejam procurando emprego na economia formal.
A PEA se distribui por setores econômicos:
 Setor primário – agricultura, pecuária, pesca, extrativismo;
 Setor secundário – indústria, onde ocorre a transformação dos produtos
primários;
 Setor terciário – comércio e prestação de serviços (hospitais, bancos, escolas, transporte, turismo
etc.)
A distribuição da PEA por setores econômicos de um país pode indicar o grau de complexidade de sua
economia, ou seja, sua diversidade e níveis de segmentação. Assim, quando a maior parte dos trabalhadores está
no setor primário, significa que o país tem uma economia pouco diversificada, de baixa complexidade e,
provavelmente, é exportador de produtos primários. Muitos diriam ser um país “subdesenvolvido” e que não
utiliza técnicas modernas de produção.
A análise nos outros dois setores devem ser mais cuidadosos, pois não evidencia o tipo de indústria ou a
qualidade do serviço. Assim, países com percentuais próximos não possuem, necessariamente, o mesmo grau de
complexidade, desenvolvimento tecnológico e diversidade, pois o dado mostra o percentual, sem caracterizar o
parque industrial do país.
O setor terciário dos países de economias emergentes ou países semiperiféricos e dos países centrais
concentra a maior parte da PEA. Mas, novamente, deve ser analisado com cuidado, pois não expressa a
complexidade dos serviços.
As atividades de serviço e comércio, além de englobarem o setor formal da economia, contêm o setor
informal, ou seja, o subemprego. Em praticamente todos os países do mundo, mas principalmente nos da
periferia do sistema capitalista, as atividades informais vêm crescendo muito, em face do avanço da política
econômica neoliberal, que incentiva a desregulamentação trabalhista, a qual argumenta que, na modernidade
contemporânea, a flexibilidade e o barateamento dos custos da mão de obra são fatores de atração de
investimentos e aumento do número de empregos.
Em vários países subdesenvolvidos, este problema do trabalho sem carteira assinada e garantias
trabalhistas vem atingindo também o setor industrial, especialmente de confecção de roupas, sapatos e outras
mercadorias de pouco valor agregado. A “indústria” da pirataria (de CDs, vídeos, DVDs etc.) movimenta hoje
milhões de dólares pelo mundo.
Por outro lado, o setor informal ajuda a movimentar o setor formal da economia. Os camelôs,
flanelinhas, pedreiros, traficantes, catadores de lixo, biscateiros etc., usam seu dinheiro na compra de
mercadorias e pagamento de serviços formais (banco, dentista, transporte em trem e/ou ônibus etc.).
Embora alguns tipos de trabalho estejam sumindo, outros estão aparecendo ou se tornando mais
valorizados. É comum nas grandes cidades do mundo aparecerem trabalhos como “personal trainer” (profissional
de educação física que dá aulas particulares), gastronomia e culinária, gestão de festas e eventos, paisagismo,
estilista de moda, técnicos em informática, entre outras atividades. Antes, oficinas de carros realizavam
consertos, mas hoje pode-se encontrar oficinas que instalam ar-condicionado ou “kits” de gás, além de outras que
transformam quase todo o carro com blindagens, para aumentar a segurança do veículo diante da violência das
grandes cidades.
Mas a atual geração de novos ofícios necessita de uma formação educacional e técnica muito elevada do
trabalhador. Por isso, os países que investem maciçamente na educação têm perspectivas melhores de superar o
problema de desemprego da sua população.

O fenômeno da xenofobia
Os dicionários explicam o termo “xenofobia” como aversão a outras raças e culturas e, muitas vezes,
pode ser compreendido como característica de um nacionalismo excessivo. Apresenta-se como um medo
injustificado perante a estranhos ou estrangeiros. Esse medo chega a ser intensivo, descontrolado e desmedido
em relação a pessoas ou grupos diferentes, com as quais nós habitualmente não entramos em contato. É bom
esclarecer que, muitas pessoas confundem com “racismo” – este não passa de uma crença que diz que algumas
raças são superiores sobre outras.

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