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SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – DEMOGRAFIA .................................................................................................................. 2
ESTRUTURA DA POPULAÇÃO E A TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA ..................................................................... 2
É o ramo da Geografia Humana que estuda a população e seus aspectos gerais. A questão
populacional é alvo de polêmica há pelo menos dois séculos. Muitos problemas sociais e
econômicos do mundo são por vezes, creditados à quantidade de habitantes no planeta. O
crescimento populacional para as próximas décadas suscita, ao mesmo, uma questão
importante: os recursos naturais existentes serão suficientes para abastecer a população
mundial?
Muitos defendem que o crescimento da população é o responsável pela deterioração do
ambiente e, consequentemente, da qualidade de vida. Outros acreditam que a tecnologia será
capaz de fazer à demanda crescente por alimentos e recursos necessários à manutenção da vida
humana na Terra, em condições aceitáveis.
MULTIDÃO PLANETÁRIA
POPULAÇÃO
Corresponde ao conjunto de pessoas que ocupam um determinado espaço geográfico
representado por um município, um país ou toda a Terra. Para facilitar o estudo da população
analisemos alguns conceitos fundamentais.
POPULAÇÃO ABSOLUTA
Número total de habitantes de uma determinada área (Estado, Cidade, País, etc.).
POPULAÇÃO RELATIVA
É o número de habitantes por Km², ou seja:
SUPERPOPULAÇÃO E SUBPOPULAÇÃO
Ocorre quando os recursos não podem ser explorados eficientemente, de maneira a
atender as necessidades da população. Não há relação com densidade demográfica. Um país
pode ser pouco habitado e ser superpovoado, enquanto outro pode ter uma população absoluta
elevada e não ser superpovoado.
Ex.: Bélgica (386 hab/Km²) é densamente povoada e não é superpovoada. A Índia é (312
hab/km²) é bem povoada e é considerada superpovoada, uma vez que não apresenta suficiente
desenvolvimento econômico e tecnológico.
TAXA DE NATALIDADE
Número de nascidos em um ano por mil habitantes. É a relação entre o número de
nascimentos anuais e a população total, expressa por mil habitantes.
TAXA DE MORTALIDADE
Número de óbitos em um ano por mil habitantes. É a relação entre o número de óbitos
anuais e a população total, expressa por mil habitantes.
TAXA DE FECUNDIDADE
É a estimativa que se faz do número de filhos que cada mulher poderia ter durante seu
período de reprodução, considerando-se o número de filhos nascidos vivos de mulheres entre
15 e 49 anos. Nos países ricos a média de filhos é de 1,5 filhos por mulher, enquanto nos países
mais pobres chega a mais de 5 filhos por mulher.
CRESCIMENTO VEGETATIVO
É a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.
Onde:
P = População.
Pop = População de referência anterior.
N = Número de nascimentos.
M = Número de óbitos.
I = Imigração ocorrida no período.
E = Emigração ocorrida no período.
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
A transição demográfica é um modelo teórico de leitura das grandes alterações
demográficas que ocorreram ou que estão ocorrendo atualmente. No início, era um modelo de
interpretação das transformações demográficas da Europa, mas, rapidamente, tornou-se uma
análise mundial. Apesar de existirem variantes interessantes de autor para autor e de haver
algumas críticas a determinados aspectos da teoria (sobretudo quando esta é formulada numa
linguagem muito dogmática e detalhada), a transição demográfica é considerada um dos
modelos de interpretação mais importantes da demografia.
Esse modelo foi proposto pelo americano Warren Thompson, em 1929, com o termo
original Demographic Transition Model podendo ser entendido como a forma de estudar as
modificações que acontecem nas populações humanas desde o período das “altas taxas de
nascimento (natalidade) e altas taxas de mortalidade” até o período das “baixas taxas de
nascimento (natalidade) e baixas taxas de mortalidade”. Thompson já parte do princípio de que
as taxas de nascimento e de mortalidade nunca foram constantes no tempo e que há leis ou
regras gerais que se aplicam a todas as populações, em épocas diferentes, que são as fases da
transição demográfica, tratadas a seguir.
• A primeira fase da transição caracteriza-se pela queda da das taxas de
mortalidade, devido às conquistas obtidas pelos avanços médicos e pelo
saneamento básico.
• A segunda fase, a mortalidade permanece baixa e a natalidade começa a
apresentar leve redução, provocando um recuo no crescimento populacional.
• Na terceira fase, o crescimento populacional tende a estabilizar-se.
Alguns países europeus conseguiram chegaram a terceira fase no fim do século XX e hoje
veem suas populações sendo reduzidas como no caso da Alemanha que provavelmente verá
sua população cair de 80 milhões de habitantes nos dias de hoje para 50 milhões nos anos de
2050.
A CRUZ RUSSA
No início fazemos uma ressalva — a situação demográfica na Rússia é ruim, e acima do
país está pendurada a Espada de Dâmocles 1, representando uma "cruz russa" — que é a
interseção das curvas de natalidade e mortalidade, ocorrida no início dos anos 90.
1
Dâmocles é uma figura participante de uma história moral que faz parte da cultura grega clássica. Conta-se pois que Dâmocles, era
um cortesão bastante bajulador na corte de Dionísio I de Siracusa - um tirano do século 4 A.C, na Sicília. Ele dizia que, como um grande
homem de poder e autoridade, Dionísio era verdadeiramente afortunado. Então, Dionísio ofereceu-se para trocar de lugar com ele
apenas por um dia, para que ele também pudesse sentir o gosto de toda esta sorte. Assim, à noite, um banquete foi realizado onde
Dâmocles adorou ser servido como um rei e não se deu conta do que se passava por cima de si. Somente no fim da refeição ele olhou
para cima e viu uma espada afiada suspensa por um único fio de rabo de cavalo, diretamente sobre a sua cabeça. Imediatamente perdeu
o interesse pela excelente comida e pelas belas mulheres ou eunucos que o rodeavam e abdicou de seu lugar dizendo que não queria
mais ser tão afortunado. A espada de Dâmocles é assim uma alusão, frequentemente usada, para representar a insegurança daqueles
com grande poder que podem perdê-lo de repente devido a qualquer contingência ou sentimento de danação iminente.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – DEMOGRAFIA .................................................................................................................. 2
MIGRAÇÕES I ................................................................................................................................................. 2
Família de refugiados sudaneses no campo de Goz Amer, no leste do Chade. Fonte: ACNUR 2004/H.Caux.
Há lugares em que a luta dos imigrantes para entrar nos países desenvolvidos é tão
acirrada que ganhou aparência de guerra, com cercas e muros. A intensificação das migrações
internacionais nas duas últimas décadas e neste século XXI veio acompanhada de inúmeras
restrições e até mesmo proibições.
MIGRAÇÕES INTERNAS
São aquelas realizadas dentro dos limites territoriais de um país. Esse tipo de migração
sempre ocorreu com grande intensidade no Brasil e no mundo. Geralmente, é causada pelos
desequilíbrios regionais do país, tornando algumas áreas polos de atração e outras polos de
repulsão. As migrações internas podem ser de diversos tipos:
Êxodo rural: consiste na saída de pessoas do campo para morar na cidade, em que
supostamente encontrarão melhores oportunidades. Esse deslocamento é causado
por vários motivos, entre eles: a concentração fundiária; a mecanização do campo;
os baixos salários; e o fascínio urbano, ou seja, a grande atração que as cidades
exercem sobre o homem do campo, que é iludido pela mídia, a qual mostra a cidade
como um local que pode solucionar seus problemas econômicos e sociais. Esse tipo
de migração traz graves consequências para as regiões urbanas, como o crescimento
desordenado, o aumento dos índices de desemprego e subemprego, a violência
urbana, o favelamento, entre outros. O êxodo rural ocorre principalmente em países
subdesenvolvidos industrializados (Brasil, México, Coreia do Sul, etc.).
Transumância ou migração sazonal: são deslocamentos temporários ou
periódicos de uma determinada população de uma região para outra. No Brasil, há
duas migrações sazonais que merecem destaque:
• A do sertanejo, pequeno proprietário de terra que, no auge da seca, migra para a
Zona da Mata do Nordeste brasileiro para trabalhar com a colheita da cana-de-
açúcar, ou com turismo, ou em alguma atividade informal (vendendo sorvete,
redes, coco, etc.), ou migra para a Mata dos Cocais, onde trabalha na colheita da
carnaúba, retornando na época das chuvas para cultivar sua própria terra.
• A do pantaneiro, que na época da cheia do Pantanal Mato-grossense leva seu gado
para as regiões mais elevadas, retornando após o período.
Migração pendular: corresponde aos movimentos diários que ocorrem no sentido
periferia-centro-periferia nas grandes cidades, principalmente em volta das
metrópoles, com inúmeras pessoas que moram distante de seu trabalho, saindo de
casa pela manhã para trabalhar e / ou estudar e retornando à tarde ou à noite. Essa
migração envolve milhões de pessoas nos grandes centros urbanos de todo o
mundo. Esse tipo de deslocamento pode resultar no desenvolvimento de cidades-
dormitórios, que são locais em que os habitantes saem cedo e retornam, quase
sempre, para dormir.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – DEMOGRAFIA .................................................................................................................. 2
MIGRAÇÕES II ................................................................................................................................................ 2
refúgio de estrangeiros. O número já é 51% maior que o total de 10.308 solicitações recebidas
em todo o ano de 2016.
As nacionalidades dos solicitantes de refúgio também aumentaram, de 96 em 2016 para
116 até julho de 2017. O número indica a formação de novos movimentos migratórios em
direção ao Brasil.
A Venezuela está no topo do ranking, com 6.823 solicitações de refúgio nos primeiros sete
meses do ano – aumento de 102% se comparado aos 3.375 pedidos registrados em 2016. Em
seguida aparece Cuba, Angola e Senegal.
SOLICITAÇÕES DE REFÚGIO POR PAÍS DE ORIGEM (2016)
A Síria teve uma redução significativa de solicitações e saiu da 5ª posição para a 7ª, com
391 registros. Já o Senegal subiu da 10ª para a 4ª posição, com 823 pedidos.
Considerando-se apenas os pedidos de refúgio de estrangeiros de nacionalidades
africanas, entre 2016 (ano inteiro) e de janeiro a julho de 2017, houve um aumento de 33% das
solicitações de permanência no Brasil – o número subiu de 3.184 para 4.281 pedidos.
Hoje, uma nova modalidade de refugiados começa a se delinear, os denominados
refugiados ambientais. Se o aquecimento global e os impactos ambientais que ele gera
continuarem na velocidade atual, as catástrofes naturais, a desertificação e o aumento do nível
do mar serão responsáveis por uma grande crise ambiental e climática, que tornará inevitável
o deslocamento de milhares de pessoas buscando a sobrevivência.
A Cruz Vermelha calcula que mais de 25 milhões de pessoas no mundo atual já se
deslocaram de lugares destruídos por problemas ambientais. Ao norte de Papua Nova Guiné,
no arquipélago de Carteret, os habitantes foram obrigados a deixar suas casas em razão da
elevação do nível do mar. O arquipélago do Pacífico Sul deverá desaparecer nos próximos anos.
Atualmente a situação mais urgente é a dos que vêm sendo expulsos pela elevação das marés.
A legislação internacional não contempla a nova classe de refugiados. Para a Convenção
de Genebra, refugiados são definidos como pessoas que temem “ser perseguidas por motivos
de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou associações políticas” e “se encontram fora do
país de sua nacionalidade”. Então, os refugiados ambientais, talvez, fossem aqueles expulsos
pela natureza, uma vez que esta vem sendo a causa das principais tragédias vividas pela
humanidade nos últimos anos, a exemplo dos tsunamis na Ásia, dos furacões nos Estados
Unidos e a desertificação em páreas da África Subsaariana.
Esta é uma situação que requer a situação das autoridades assim com ações urgentes. O
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados ou mesmo o dos Direitos Humanos, deve
inserir nos novos acordos internacionais esta categoria de refugiados a fim de que sejam
minimizados os transtornos causados pelas alterações climáticas.
Fonte: http://agnaldobarros.blogspot.com.br
TRECHO DO GUIA
Os residentes permanentes recebem um Cartão de Residente Permanente
(Formulário I-551) como prova de seu status de residente legal dos EUA. Algumas
pessoas chamam esse documento de “Green Card”. Caso você seja um residente
permanente com 18 anos ou mais, é necessário portar comprovação de seu status
imigratório e, se lhe for solicitado, mostrá-la ao oficial de imigração. O seu cartão é
válido por 10 anos e precisa ser renovado antes de vencer. Você deve apresentar o
Formulário I-90 para substituir ou renovar seu Cartão de Residente Permanente. É
possível obter esse formulário no http://www.uscis.gov ou ligando para Disque
Formulários USCIS. Para dar entrada ao Formulário I-90 é necessário pagar uma taxa.
Devido ao seu maior tempo de estadia no país, um maior número de imigrantes teve filhos
nascidos em território americano. Em 2012, quatro milhões de imigrantes ilegais, cerca do 38%
do total, viviam com filhos, quantidade superior aos 2,1 milhões, ou 30%, de 2000. Desde 2009,
o fluxo de imigrantes ilegais se situou em 350 mil ao ano, com cerca de cem mil procedentes do
México, porcentagem muito menor que no passado, quando os imigrantes ilegais mexicanos
significavam quase a metade do total.
UNIÃO EUROPEIA
A partir dos Tratados Constitutivos da União Europeia, este bloco não apenas criou um
mercado comum como, também, adotou diversas medidas que aboliram obstáculos à livre
circulação de bens, serviços, capitais e pessoas entre os Estados-membros.
Porém, em relação à livre circulação de pessoas, a política de integração do bloco assume
amplas proporções com a adoção de uma cidadania comum aos nacionais de seus países, a qual
consagra o direito de ir e vir e de instalar-se livremente dentro do âmbito europeu, e são
garantidos no Tratado da União Europeia assinado em 1992.
A aplicação do princípio da liberdade de circulação de pessoas amplia-se com a supressão
das fronteiras interiores, com base no Acordo Schengen assinado entre a Alemanha, a Bélgica,
a França, o Luxemburgo e os Países Baixos, em 14 de Junho de 1985, para suprimir
gradualmente os controles nas fronteiras comuns e instaurar um regime de livre circulação
para todos os nacionais dos Estados signatários, dos outros Estados da Comunidade ou de
países terceiros.
Em 1990 foi assinada a Convenção de Schengen, que a partir de 1999 passou a integrar o
quadro institucional e jurídico da União Europeia. Alguns países como o Reino Unido e a
Irlanda 1 adotam apenas parcialmente o Acordo, mantendo ainda o controle sob suas fronteiras.
1 Estes países podem participar na totalidade ou em parte das disposições do acervo de Schengen, após votação do Conselho por unanimidade dos
treze Estados que tomaram parte nos acordos e do representante do governo do Estado interessado. Já a Islândia e a Noruega, embora não fazerem
parte da União Europeia, são associadas à aplicação do acervo de Schengen e ao prosseguimento do seu desenvolvimento. Disponível em:
<http://europa.eu/scadplus/leg/pt/lvb/l33020.htm> Acesso em: 28 ago. 2006.
Cartaz de plebiscito na Suiça para saber se o país devia limitar ou não a imigração – Tradução do cartaz:
“Excesso de noites para a Suiça – Parar a imigração massiva sim”.
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GEOGRAFIA GERAL ............................................................................................................................................ 2
URBANIZAÇÃO MUNDIAL .............................................................................................................................. 2
GEOGRAFIA GERAL
URBANIZAÇÃO MUNDIAL
PLANETA FAVELA
“A Terra urbanizou-se ainda mais depressa do que previra o Clube de Roma em
seu relatório em 1972, Limits os Grownth [Limites do Crescimento], sabidamente
malthusiano. Em 1950, havia 86 cidades no mundo com mais de 1 milhão de
habitantes; hoje são 400, e em 2015 serão pelo menos 550. Com efeito, as cidades
absorveram quase dois terços da explosão populacional global desde 1950 e hoje o
crescimento é de 1 milhão de bebês e migrantes por semana. A força de trabalho
urbana no mundo mais que dobrou desde 1980, e a população urbana atual de 3,2
bilhões de pessoas é maior do que a população total do mundo quando J.F.Kennedy
tomou posse. Enquanto isso, o campo, no mundo todo, chegou à sua população
máxima e encolherá a partir de 2020. Em consequência, as cidades serão
responsáveis por quase 10 bilhões de habitantes, espera-se que aconteça em 2050”.
DAVIS, Mike. Planeta Favela. São Paulo: Boitempo, 2006.
Fonte: ONU.
Fonte: http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/12C_agglo_1950-2015.jpg
A parte mais vistosa desse processo de urbanização é a explosão das megacidades. Pela
definição da ONU, as megalópoles têm mais de 10 milhões de habitantes em seus limites
geográficos formais. E uma voracidade que cria manchas urbanas que podem englobar dezenas
de municípios. Nas últimas décadas, a conurbação de São Paulo a Campinas, por exemplo, foi
tão intensa que criou a primeira macrometrópole do Hemisfério Sul, superando as previsões de
que Lagos, na Nigéria, chegaria antes.
Nas próximas décadas, nada deverá frear o Terceiro Mundo como o maior gerador de
megalópoles. A indiana Mumbai saltou do 14° lugar no ranking mundial em 1975 para 4° em
2007 e será, em 2025, a 2ª megacidade da Terra, com 26,3 milhões de habitantes. No ano
passado, Karachi, no Paquistão, entrou direto no 12° lugar, com 12,1 milhões; o mesmo ocorreu
com Istambul, na Turquia, Lagos, na Nigéria, e Guangdong, na China. Já o clube das megacidades
do Primeiro Mundo tende à estabilização. Em 1975, Paris era a 7° mancha urbana do mundo,
com 8,5 milhões de habitantes. Em 2005, já tinha caído para a 21ª posição e em 2025 será a 23ª,
com 10 milhões. Londres, megacidade do século 19, deixou o grupo, porque cresceu muito
menos que as outras.
AS CIDADES NA HISTÓRIA
As cidades são aglomerados urbanos que surgem, crescem e se desenvolvem segundo
uma dinâmica especial, definida por circunstâncias históricas e socioeconômicas. A primeira é
a sedentarização da sociedade, não é possível a construção de estruturas fixas em uma
sociedade nômade, e a segunda condição, foram os excedentes agrícolas, que liberaram certa
quantidade de pessoas para as cidades. Tais condições ocorreram em várias partes do mundo,
em algumas delas por volta de 3.500 a.C., como na Mesopotâmia (Ur, Uruk e Babilônia) e no
Egito (Mênfis).
Fonte: www.biblioteca.templodeapolo.net/imagens/cidades/mapa_uruk
REDE URBANA
Não existe cidade autossuficiente ou totalmente isolada. Todas precisam relacionar-se
umas com as outras para obter tudo aquilo que sua população necessita.
Ao se relacionarem, são criadas as redes urbanas, ou seja, um sistema de fluxos (idas) e
refluxos (vindas) de pessoas, de mercadorias, de serviços, de capitais e de informações, diante
dos meios de comunicação e das vias de transportes, com grande articulação entre os espaços
urbanos.
As redes urbanas dos países desenvolvidos são mais flexíveis, pois se configuram,
principalmente, por meio das formas de comunicação. Essas redes são densas, integradas e
articuladas, pois esses países possuem alto grau de urbanização e de industrialização, uma
economia dinâmica e diversificada, bem como grande mercado consumidor interno, com
enorme capacidade de consumo.
Já nos países subdesenvolvidos, com baixo índice de urbanização, ou em áreas pobres, as
redes urbanas são pouco rígidas e articuladas, com cidades dispersas pelo território, entre as
quais as vias de transportes, quase sempre pouco eficientes, impedem a formação de uma rede
propriamente dita.
Nas redes urbanas, percebe-se que algumas cidades são mais importantes e populosas,
além de oferecerem maior variedade de serviços e desempenharem o papel de centros
polarizadores, influenciam todas as outras cidades da rede, em âmbito local, regional, nacional
ou global, estabelecendo entre elas uma hierarquia urbana.
As cidades estão ligadas entre si por uma estrutura de transportes e meios de
comunicação, formando uma rede onde se estabelecem fluxos de mercadorias, pessoas e
informações. As relações nessa rede urbana são hierárquicas, pois algumas cidades exercem
papel de comando, estando no topo da hierarquia urbana: são as metrópoles e as cidades
globais.
METRÓPOLES E CIDADES GLOBAIS
As metrópoles são cidades populosas adaptadas à economia globalizada, que não
necessariamente formam uma megacidade. Em geral, preservam suas tradições, sua
arquitetura e seu patrimônio histórico, principalmente na Europa.
As metrópoles são polos de onde se estende uma extensa zona de influência sobre outras
cidades de uma vasta região. Constituem grandes centros de atração de investimentos e estão
articuladas com as cidades globais; em alguns casos, podem ser classificadas como tais.
CIDADES GLOBAIS
Nas últimas décadas, alguns grandes centros urbanos passaram a exercer forte influência
em escala mundial graças ao desenvolvimento da tecnologia de transmissão de dados, à
presença de numerosas sedes de transnacionais e dinâmicas bolsas de valores.
Transformaram-se em cidades globais.
Essas cidades forma uma rede de cidades globais ou mundiais. Elas são o principal elo do
país com o exterior, em função de seu dinamismo econômico e da sua infraestrutura
diversificada e moderna, com eficientes equipamentos de telecomunicações portos e
aeroportos, redes de hotéis, importantes centros de compras, etc.
Considerando essas características, a maior parte das megacidades não são cidades
globais É o caso da maior parte das megacidades dos países subdesenvolvidos, que possuem
precária infraestrutura de transportes e de comunicações e nas quais predomina a população
de baixa renda.
MEGALÓPOLES E CONURBAÇÕES
Em alguns países as metrópoles cresceram tanto que deram origem às regiões
metropolitanas, formadas pelas metrópoles e cidades menores vizinhas, que cresceram em
direção à cidade maior, atraídas pelo seu poder econômico. Esse fenômeno é conhecido como
conurbação.
Conurbação é a unificação da malha urbana de duas ou mais cidades, em conseqüência de
seu crescimento geográfico. Geralmente esse processo dá origem à formação de regiões
metropolitanas. Contudo, o surgimento de uma região metropolitana não é necessariamente
vinculado ao processo de conurbação.
Fonte: www.1.bp.blogspot.com
CONURBAÇÕES BINACIONAIS
Nem sempre, o dinamismo econômico, comercial e humano aliados ao crescimento
urbano cria megalópoles. Existem casos que envolvem países, em que cidades fronteiriças
apresentam uma dinâmica econômica e cultural, mas, não são megalópoles. É o caso da região
das montanhas Cascade, entre os Estados Unidos e o Canadá.
Essa área já é chamada por muitos de megalópole do século XXI e é constituída de
importantes centros como Vancouver, Seattle e Portland.
Lagos, Nigéria.
HIERARQUIA URBANA
A hierarquia urbana irá ser analisada por dois ângulos: um esquema denominado clássico
e o outro denominado de contemporâneo.
Desde o final do século XIX, até um pouco mais da metade do século XX (1970), vários
autores obedeciam a um esquema tradicional de hierarquia, no qual os centros maiores
(metrópoles) dominavam economicamente os centros menores e vilas.
Atualmente com a chamada Revolução Científica Tecnológica tivemos um maior
aprimoramento nos sistemas de transportes e das telecomunicações, pois, com o aumento da
capacidade dos computadores, softwares e satélites, a utilização do fax e dos cabos de fibras
ópticas permitiram que as informações econômicas, financeiras e o fluxo de capital se
tornassem mais globalizados.
A hierarquização refere-se aos papéis exercidos pelas cidades na organização
socioeconômica-espacial do território brasileiro, e também na organização espacial mundial –
caso das cidades globais e megacidades. Esses papéis dependem em boa parte, dos fluxos de
pessoas, informações, capitais, serviços e mercadorias que se dirigem à cidade e dela saem.
Desse modo na formação de uma rede urbana, acaba se estruturando também uma hierarquia
urbana.
MODELO CLÁSSICO DE HIERARQUIA URBANA
PROBLEMAS URBANOS
Como consequência direta do crescimento das grandes cidades, as regiões urbanas de
maior porte enfrentam os mais variados problemas, alguns dos quais assumindo projeções de
maior gravidade nos países subdesenvolvidos.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL ............................................................................................................................................ 2
INDICADORES SOCIAIS ................................................................................................................................... 2
GEOGRAFIA GERAL
INDICADORES SOCIAIS
Os indicadores sociais são meios utilizados para designar os países como sendo: Ricos
(desenvolvidos), em Desenvolvimento (economia emergente) ou pobres (subdesenvolvidos).
Com isso, organismos internacionais analisam os países segundo a:
• Expectativa de vida (É a média de anos de vida de uma pessoa em determinado
país).
• Taxa de mortalidade (Corresponde ao número de pessoas que morreram durante
o ano).
• Taxa de mortalidade infantil (Corresponde ao número de crianças que morrem
antes de completar 1 ano).
• Taxa de analfabetismo (Corresponde ao percentual de pessoas que não sabem ler
e nem escrever).
• Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, baseada na paridade de poder de compra
dos habitantes.
• Saúde (Refere-se à qualidade da saúde da população).
• Alimentação (Refere-se à alimentação mínima que uma pessoa necessita, cerca
de 2.500 calorias, e se essa alimentação é balanceada).
• Condições médico-sanitárias (Acesso a esgoto, água tratada, pavimentação etc.)
• Qualidade de vida e acesso ao consumo (Correspondem ao número de carros, de
computadores, televisores, celulares, acesso à internet entre outros).
IDH (ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO)
Foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) para tentar medir o grau econômico
e, principalmente, como as pessoas estão vivendo nos países de todo o mundo.
O IDH avalia os países em uma escala de 0 a 1. O índice 1 não foi alcançado por nenhum
país do mundo, pois tal índice iria significar que determinado país apresenta uma realidade
quase que perfeita, por exemplo, uma elevada renda per capita, expectativa de vida de 90 anos
e assim por diante.
Também é bom ressaltar que não existe nenhum país do mundo com índice 0, pois se isso
ocorresse era o mesmo que apresentar, por exemplo, taxas de analfabetismo de 100% e todos
os outros indicadores em níveis desastrosos.
INDICADORES SOCIAIS NO BRASIL
Em linhas gerais, entre os principais problemas brasileiros que repercutem nos
indicadores socioeconômicos estão:
Rendimento mensal baixo: O Brasil é um país que se caracteriza por apresentar uma das
piores distribuições de renda, com uma grande parcela da população vivendo em situação de
pobreza e miséria. No século XXI, a redução da inflação, a geração de empregos formais, o
aumento do salário mínimo acima da inflação e os programas de inclusão social federal
contribuíram para a ascensão social de um grande contingente de brasileiros.
Analfabetismo e baixo nível de instrução: O problema da falta de escolaridade ou da baixa
escolaridade educacional dificulta o acesso do indivíduo a uma melhor qualificação profissional
ou impede que ele desempenhe bem o seu trabalho.
Trabalho infantil: Nas áreas rurais e urbanas, é comum o trabalho infantil, até mesmo com
crianças com menos de 10 anos de idade. Em geral, as crianças no Brasil trabalham porque o
rendimento mensal dos pais é muito baixo e não assegura a alimentação básica para a família.
Assim, elas precisam trabalhar para complementar o rendimento familiar.
Elevadas taxas de mortalidade infantil: A mortalidade infantil é um dos indicadores
considerados na avaliação da situação social de um país. O Brasil apresenta elevada taxa de
mortalidade infantil em razão da subnutrição e do difícil acesso à saúde pública. Cabe lembrar
que esse índice vem se reduzindo, sistematicamente, em todas as regiões brasileiras.
Desigualdade de esperança de vida segundo a renda: A esperança de vida varia conforme a
renda familiar. Nas famílias de baixa renda, a esperança de vida ao nascer é menor que nas
famílias de maior renda.
Insegurança alimentar: Parcela significativa da população brasileira tem renda insuficiente;
isso significa que essas famílias não conseguem adquirir os alimentos básicos, nem atender a
outras necessidades, como vestuário, habitação, transporte, educação etc. A fome, embora
venha sendo reduzida, atinge milhões de brasileiros diariamente.
Moradias subnormais: Ainda existem no Brasil muitas habitações que não atendem às cinco
funções principais: ter instalações adequadas para a preparação de alimentos; servir de
convívio familiar, social e de lazer; permitir a higiene corporal; ser um lugar em que se possa
ter repouso; e constituir abrigo contra o tempo (sol, chuva, frio, etc.).
Não são poucas as famílias que vivem em moradias de um só cômodo (ou no máximo de três
cômodos); nelas, os indivíduos dividem um espaço reduzido, em condições impróprias para a
dignidade humana.
Saneamento básico deficiente: O saneamento básico é necessário para garantir a saúde da
população. Ele corresponde à rede de abastecimento de água, à rede coletora de esgoto, à
limpeza pública e à coleta de lixo. No Brasil, ainda ocorrem, por exemplo, casos de cólera, uma
doença que se alastra por falta de higiene e saneamento básico, principal mente na rede de
esgoto, o que poderia ser evitado com investimentos mais constantes nesse setor.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA DO BRASIL – CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TERRITÓRIO ........................................................... 2
CARACTERIZAÇÃO GERAL DO TERRITÓRIO................................................................................................ 2
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TERRITÓRIO BRASILEIRO: POSIÇÃO GEOGRÁFICA, LIMITES E FUSOS
HORÁRIOS............................................................................................................................................ 2
Por muito tempo acreditou-se que o ponto mais extremo ao norte do nosso território era
o Oiapoque, no Amapá. Na realidade, o Monte Caburaí é a borda de um imenso planalto, com
mais de 2000 m de altitude, que se estende ao longo da fronteira, com 5º 16' 20" norte, sendo
o ponto mais setentrional do Brasil (Norte). Então o ditado correto seria: “O Brasil vai do
Caburaí ao Chuí”!
“O marco jurídico-institucional que trata das áreas de fronteira sofreu ao longo dos anos
modificações, em parte para adaptar-se a novas realidades e em parte por mudanças de orientação
das políticas públicas. Em uma perspectiva histórica, os países limítrofes da América do Sul
aplicaram regimes específicos para suas áreas de fronteira, geralmente qualificadas como ‘zonas
ou faixas de segurança’, cujos critérios restritivos inibiram e restringiram a implementação de
projetos de integração localizados nessas zonas ou faixas.
O Brasil também seguiu esse padrão, a fronteira sendo concebida como área de segurança
nacional a ser protegida de inimigos externos. Só recentemente passou-se a pensar na zona de
fronteira como espaço de integração econômica e política entre as nações sul-americanas, fato
esse provavelmente ligado à recuperação do regime democrático no continente, após longo
período de ditaduras.
Assim, o momento atual pode ser caracterizado como um período de passagem de uma concepção
de fronteira exclusivamente de defesa de limites territoriais, rígida e isolante, para uma
‘concepção de aproximação, união e abertura num espaço integrador sobre o qual se devem
orientar as estratégias’ de desenvolvimento por meio de ações conjuntas entre países vizinhos’.
Nesse novo contexto, o marco regulatório da Faixa de Fronteira está sendo reavaliado, embora
permaneça ainda a concepção de área de ‘segurança, controle e proteção’. Projetos de lei e novos
acordos estão surgindo, ligados à integração fronteiriça, à cidadania e ao desenvolvimento
econômico [...]. A faixa de fronteira está sendo finalmente chamada a desempenhar um papel
ativo nas relações entre países limítrofes. Fonte: Brasil. Proposta de reestruturação do programa de
desenvolvimento da faixa de fronteira. Brasília: Ministério da Integração Nacional, 2005, p. 174.
EQUIDISTÂNCIA
O Brasil é considerado um país equidistante, pois as distâncias entre o norte/sul
(4.394,7km) e leste/oeste (4.319,4km) são praticamente as mesmas.
Fonte: IBGE
- 2h + 1h Ilhas oceânicas.
1
- 3h Mesma NE, SE, S, AP, GO, TO, DF e PA.
2
- 4h - 1h RR, RO, MT, MS, AM e AC.
3
- 5h - 2h AC e oeste do AM.
4
O BRASIL MUDOU DE HORA?
Em abril de 2008, o Brasil alterou os fusos horários tradicionais: deixou de ter quatro
fusos e passou a ter três fusos, quando o governo editou uma lei que reduziu em uma hora a
diferença entre o Acre e parte do Amazonas, em relação ao horário de Brasília. Além disso o
Pará que antes apresentava dois horários passou a ter um único, o mesmo da capital federal.
Um setor que se beneficiou com essa alteração foi o das redes de televisão. Os programas
televisivos agora são adequados às crianças e aos adolescentes do Acre. Outros setores também
apoiaram a medida, pois o departamento bancário passou a operar com uma diferença horária
muito pequena. Recentemente surgiram projetos para a unificação do horário em todo o
território brasileiro.
- 2h + 1h Ilhas oceânicas.
1
NE, SE, S, AP, GO, TO, DF e
2 - 3h Mesma PA.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA DO BRASIL – GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA ............................................................................ 2
GEOMORFOLOGIA: ORIGEM, FORMAS E CLASSIFICAÇÕES DO RELEVO: AROLDO DE AZEVEDO, AZIZ NACIB
AB'SABER E JURANDYR L.S.ROSS E ESTRUTURA GEOLÓGICA ..................................................................... 2
No contexto geológico do planeta, a América do Sul é formada por terrenos muito antigos.
A América do Sul abrangia três unidades geológicas:
• Plataforma Sul-Americana;
• Plataforma Patagônica;
• Sistema de Dobramento Modernos da Cordilheira dos Andes.
A estrutura geológica do Brasil pode ser classificada em:
Euclides da Cunha, 1866 – 1909. Os Sertões, cópia de Alfredo Aquino, 1979. Adaptado.
Fonte: UNB.
SISMICIDADE NO BRASIL
Ocupando grande parte da estável Plataforma Sul-americana, o Brasil era considerado, até pouco
tempo, como assísmico, por não se conhecer a ocorrência de sismos destrutivos. A grande
quantidade de epicentros nas regiões Sudeste e Nordeste reflete, em parte, o processo histórico de
ocupação e distribuição populacional, pelo fato de muitos eventos terem sido estudados a partir
de documentos antigos. Mesmo assim, sismos de destaque têm sido registrados nessas regiões,
como por exemplo, o sismo de Mogi-Guaçu, de 1922, com magnitude 5,1 Mb. O maior sismo
registrado no Brasil ocorreu em 1955, com magnitude Richter 6,2 Mb e epicentro localizado 370
km ao norte de Cuiabá, MT. Fonte: TEIXEIRA, Wilson; TOLEDO, M. Cristina Motta de; FAIRCHILD, Thomas Rich;
TAIOLI, Fábio. Decifrando a Terra. Companhia Editora Nacional. São Paulo: 2008, p. 56.
ESCUDOS CRISTALINOS
Correspondem aos terrenos antigos, de formação pré-cambriana, que afloram em cerca
de 36% do país. Nos terrenos de ocupação Arqueozoica, que ocupam 32% do território
nacional, encontramos rochas como o granito, e elevações como a Serra do Mar, e o Planalto das
Guianas. Nos terrenos Proterozoicos, que ocupam apenas 4% do país, encontramos rochas
metamórficas que formam jazidas minerais, principalmente de ferro e manganês como no
Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais e na Serra de Carajás no Pará.
BACIAS SEDIMENTARES
Correspondem às formações recentes, recobrindo cerca de 64% do território nacional.
Nas áreas de formação Paleozoica, o destaque econômico são as jazidas carboníferas no sul do
país. Nas áreas de formação Mesozoica, tivemos a ocorrência dos depósitos petrolíferos da
Bahia (Recôncavo Baiano) e no litoral fluminense (Bacia de Campos). Nos terrenos Cenozoicos,
predominam as superfícies planas, em fase atual de sedimentação, ou seja, as planícies e terras
baixas.
“O terceiro tipo de estrutura que ocorre no território brasileiro é o das três grandes bacias
sedimentares: Amazônica, do Parnaíba ou Maranhão e do Paraná. Essas bacias formaram-se ao
longo do Fanerozoico1, ou seja, nos últimos 600 milhões de anos. Os sedimentos mais antigos são
do Paleozoico, os intermediários do Mesozoico e os mais recentes do Cenozoico. Quando essas
bacias se organizaram, os terrenos do continente sul-americano encontravam-se em posições
altimétricas bem mais baixas. ROSS, Jurandyr. L.S. Geografia do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1996, p. 50.
1
Fanerozoico: denominação dada ao período geológico que compreende as eras paleozoica, mesozoica e
cenozoica, quando a vida começa a aparecer e se expressa em suas várias formas.
TERRENOS VULCÂNICOS
Correspondem às áreas que durante a Era Mesozoica sofreram a ação dos intensos
derrames vulcânicos, sobretudo na Bacia do Paraná. Aí as lavas esparramaram-se por cerca de
um milhão de quilômetros quadrados e originaram uma grande sedimentação de rochas, como
o basalto. No interior dessa porção do país, encontra-se um dos solos mais férteis do país, a
Terra Roxa, formada pela decomposição do basalto. As últimas atividades vulcânicas no Brasil
datam da Era Cenozoica, quando as ilhas oceânicas, como Fernando de Noronha (PE) e a Ilha
de Trindade (ES) se formaram.
O RELEVO BRASILEIRO
Quando associamos a idade geológica dos terrenos à inexistência de dobramentos
modernos cenozoicos (Andes, Himalaia, etc.), à diversidade climática e a uma outra certa
estabilidade tectônica, entendemos as altitudes modestas do nosso relevo, em que apenas o
Pico da Neblina (Amazônia Ocidental) se aproxima dos 3000m de altitude.
Os elementos mais importantes para as transformações atuais das formas de relevo
brasileiro excetuando-se o homem são os rios, as chuvas e a temperatura, ou seja, intemperismo
e erosão. Notamos assim, a predominância dos agentes externos sobre os agentes internos,
dando ao relevo uma certa estabilidade.
Apesar desse perfil altimétrico modesto, não é na planície que o relevo brasileiro vai
encostar sua maior unidade, já que os novos conceitos de geomorfologia apontam para o
predomínio de planaltos e depressões como unidades mais presentes. O relevo brasileiro
apresenta-se em diferentes formas, como consequência da ação de diversos elementos, tanto
na formação como na transformação do modelado de sua superfície. Nosso relevo é, portanto,
resultado da estrutura geológica do território, da ação de agentes internos e externos.
HIPSOMETRIA
Além dos dois maiores picos, o IBGE revisou as altitudes dos outros cinco principais pontos
culminantes. Em todos eles, as altitudes foram revistas para baixo: Pico da Bandeira (passou de
2.891,98 para 2.891,32 metros), Pedra da Mina (de 2.798,39 para 2.798,06), Agulhas Negras (de
2.791,55 para 2.790,94), Cristal (de 2.769,76 para 2.769,05) e Monte Roraima (de 2.734,06 para
2.734,05). http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-02/ibge-reve-altitudes-de-sete-picos-
brasileiros-pico-da-neblina-fica-mais.
PLANALTOS CRISTALINOS
Correspondem às áreas de formação mais antigas do Pré-Cambriano (Arqueozoico e
Proterozoico).
PLANÍCIES
Note-se que as verdadeiras planícies do Brasil são restritas, constituindo um total bem inferior
aos três oitavos indicados inicialmente por Fábio M. S. Guimarães. Bastaria lembrar que apenas
1% da Amazônia brasileira, conforme Pedro de Moura, é constituído por planícies, e que vastas
áreas do litoral brasileiro, mormente no Nordeste e no Sudeste, são constituídos por baixos platôs
arenosos (‘tabuleiros’), colinas, outeiros, morrotes e níveis de terraços fluviais e marinhos. Tais
fatos nos levam a insistir que nem todas as terras baixas de nosso país, situadas entre 0m e 200m,
se enquadram perfeitamente no conceito de planícies; AB´SABER, Aziz. N. O relevo e seus problemas:
Brasil – A terra e o homem; as bases físicas. São Paulo: Nacional, 1964, v. 1, p. 143.
Ocupando uma vasta porção do território, encontramos áreas de pequena altitude que
não estão, necessariamente, sendo sedimentadas na atualidade. Por isso, são classificadas como
terras baixas e não simplesmente planícies, em que a deposição de sedimentos é maior que a
erosão.
A região das PLANÍCIES E TERRAS BAIXAS DA AMAZÔNIA era considerada uma das
maiores planícies do planeta, mas atualmente recebe outra classificação. Se considerássemos
apenas a origem, seus 1,6 milhões de quilômetros quadrados formariam uma grande planície,
pois é de origem sedimentar, e se levássemos em conta a altimetria, também seria uma planície,
pois não ultrapassa 150m. Considerando, no entanto, o processo erosivo-deposicional,
percebemos que 95% da antiga Planície Amazônica é, na verdade, um planalto de baixa altitude,
em que o processo erosivo se sobrepõe ao da sedimentação. O relevo dominante é um baixo
planalto de origem sedimentar, restando à planície verdadeira uma estreita faixa de terras
próximo às margens dos rios da região.
A PLANÍCIE DO PANTANAL corresponde a uma grande área que ocupa a porção mais ocidental
do Brasil Central. É de formação sedimentar recente, e apresenta altitudes muito modestas, em
torno de 100m acima no nível do mar. É considerada a mais típica planície, pois está em
constante processo de sedimentação.
A PLANÍCIE COSTEIRA acompanha o litoral brasileiro do Maranhão até o Rio Grande do Sul. É
constituído principalmente por sedimentos recentes de origem marinha e fluvial. Os terrenos
quaternários formam praias, mangues e lagunas.
DEPRESSÕES
Nos limites das bacias com os maciços antigos, processos erosivos formaram áreas
rebaixadas, principalmente na Era Cenozoica. São as depressões, onze no total, que recebem
nomes diferentes, conforme suas características e localização.
UNIDADES DE PLANALTO
Jurandyr Ross, com base nesses critérios, definiu planalto como uma superfície de
topografia irregular, com altitudes superiores a 300 m, em que predominam os processos
erosivos. Alguns exemplos de planaltos brasileiros:
Planalto da Amazônia Oriental: constitui-se de terrenos de uma bacia sedimentar e localiza-
se na metade leste da região, numa estreita faixa que acompanha o Rio Amazonas, do curso
médio até a foz. Suas altitudes atingem cerca de 400 m na porção norte e 300 m na porção sul.
Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná: caracterizam-se pela presença de terrenos
sedimentares e pelos depósitos de rocha de origem vulcânica da Era Mesozoica. Localizam-se
na porção meridional do país, acompanhando os cursos dos afluentes do Rio Paraná,
estendendo-se desde os estados de Mato Grosso e Goiás até o Rio Grande do Sul, ocupando a
faixa ocidental dessa região, atingindo altitudes em torno de 1000 m.
Planaltos Residuais Norte-Amazônicos: ocupam uma área onde se mesclam terrenos
sedimentares e cristalinos, na porção mais setentrional do país, do Amapá até o Amazonas,
caracterizando-se, em alguns pontos, pela definição das fronteiras brasileiras e, em outros, pela
presença das maiores altitudes do Brasil, como o Pico da Neblina (2995,2 m), na divisa do
estado de Roraima com a Venezuela.
Planaltos Residuais Sul-Amazônicos: também ocupam terrenos em que se mesclam rochas
sedimentares e cristalinas, estendendo-se por uma larga faixa de terras ao sul do Rio Amazonas,
desde a porção meridional do Pará até Rondônia. O destaque dessa subunidade é a presença de
algumas formações onde são encontradas jazidas minerais de grande porte, como a Serra dos
Carajás, no Pará.
Planaltos e Serras do Atlântico Leste e Sudeste: ocupam uma larga faixa de terras na porção
oriental do país em terrenos predominantemente cristalinos, onde observamos a presença de
superfícies bastante acidentadas, com sucessivas escarpas de planalto; daí o fato de ser
chamada a região de “domínio dos mares de morros”. Nela encontramos também formações de
elevadas altitudes, como as serras do Mar e da Mantiqueira, que caracterizam essa unidade de
relevo como a “região das terras altas”. Na porção mais interior dessa subunidade, em Minas
Gerais, encontramos uma importante área rica em minério, na Serra do Espinhaço, na região
denominada Quadrilátero Ferrífero.
Planalto Sul-rio-grandense: superfície caracterizada pela presença de rochas de diversas
origens geológicas, apresenta um predomínio de material pré-cambriano. Localiza-se na
extremidade meridional do país, no sul do Rio Grande do Sul. Nessa região encontramos as
famosas “coxilhas”, que são superfícies convexas, caracterizadas por colinas suavemente
onduladas, com altitudes inferiores a 450m.
UNIDADES DE PLANÍCIES
Segundo Jurandyr Ross, a planície é uma superfície de topografia suave, em que
predominam os processos de sedimentação. Nessas áreas, as altitudes são inferiores a 100 m.
Na classificação de Ross, é possível observar uma diminuição do número de planícies; isso se
deve ao fato de que muitas áreas que antes eram consideradas planícies passaram a ser
denominadas depressões e planaltos. Alguns exemplos:
Planície do Rio Amazonas: a região das Terras Baixas Amazônicas era considerada uma das
maiores planícies do mundo, mas atualmente todo esse espaço divide-se em várias unidades,
classificadas como planaltos, depressões e planícies. Considerando-se o processo erosivo e
deposicional, cerca de 90% das Terras Baixas Amazônicas são, na verdade, planaltos ou
depressões de baixa altitude, em que o processo erosivo se sobrepõe ao de sedimentação,
restando à planície verdadeira uma estreita faixa de terra, às margens dos grandes rios da
região.
Planície do Rio Araguaia: é uma planície estreita que se estende no sentido norte-sul,
margeando o trecho médio do Rio Araguaia, em terras dos estados de Goiás e Tocantins. Em seu
interior, o maior destaque fica com a Ilha do Bananal que, com uma área de cerca de 13.000
km2, é a maior ilha fluvial do planeta.
Planície e Pantanal Matogrossense: corresponde a uma grande área que ocupa a porção mais
ocidental do Brasil Central. É de formação extremamente recente, datando do Período
Quaternário da Era Cenozoica; por isso, apresenta altitudes muito modestas, em torno de 100
m acima do nível do mar. É considerada a mais típica planície brasileira, pois está em constante
processo de sedimentação.
Planície da Lagoa dos Patos e Mirim: ocupa quase a totalidade do litoral gaúcho, expandindo-
se da porção mais meridional até o território do Uruguai. A originalidade dessa planície está em
Região Nordeste – Esse corte tem cerca de 1 500 km de extensão. Vai do interior do Maranhão
até o litoral de Pernambuco. As regiões altas são cobertas por mata, e as baixas, por Caatinga.
Unidades observadas no sentido noroeste–sudeste: Rio Parnaíba, Planaltos e Chapadas da Bacia
do Rio Parnaíba, Escarpa (ex-Serra) do Ibiapaba, Depressão Sertaneja, Planalto da Borborema,
Tabuleiros Litorâneos.
Regiões Centro-Oeste e Sudeste – Esse corte tem cerca de 1 500 km de comprimento, indo do
estado do Mato Grosso do Sul até o litoral de São Paulo. Unidades observadas no sentido
noroeste–sudeste: Planície do Pantanal Mato-grossense, Planalto e Chapadas da Bacia do
Paraná, Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná, Planaltos e Serras do Atlântico
Leste e Sudeste.
REVISTA NOVA ESCOLA. Ed. Abril, 2000. Baseado nos resultados do Projeto RADAM.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA DO BRASIL – CLIMATOLOGIA BRASILEIRA.................................................................................. 2
A ATMOSFERA E OS CLIMAS: FENÔMENOS CLIMÁTICOS E OS CLIMAS DO BRASIL..................................... 2
CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS DO TERRITÓRIO BRASILEIRO ................................................................ 2
0º02´N 26,9ºC
Macapá
5º05´S 27,4ºC
Teresina
10º54´S 26,1ºC
Aracaju
15º35´S 26,9ºC
Cuiabá
Fonte: IBGE
ALTITUDE
No Brasil, o clima não é significativamente influenciado pela altitude, pois a maior parte
do território apresenta baixas e médias altitudes, o que favorece o predomínio dos climas
quentes. No entanto, as regiões Sul e o Sudeste, as que apresentam as maiores médias
altimétricas, oferecem médias térmicas mais baixas, sobretudo no inverno.
A temperatura máxima foi registrada na cidade do Bom Jesus, no Piauí, em 21 de
Novembro de 2005, chegando a 44,7° C. A temperatura mínima foi na cidade de Caçador, Estado
de Santa Catarina, chegando a -14°C, em 30 de Junho de 1952. O menor índice de umidade
relativa do ar registrada no Brasil foi de 10%, nas cidades de Uberaba-MG, em setembro de
1994 e em Brasília-DF, em 07 de agosto de 2002.
MASSAS DE AR
As massas de ar constituem o principal elemento determinante dos climas brasileiros,
porque podem mudar bruscamente o tempo nas áreas onde atuam.
Em virtude de sua posição geográfica tropical, o território brasileiro está sob a influência
da ZCIT, com exceção da parte localizada ao sul do trópico de Capricórnio, onde a massa polar
atlântica tem papel de destaque nos meses mais frios.
O Brasil sofre a influência de praticamente todas as massas de ar que atuam na América
do Sul, exceto as que têm origem no Pacífico (oeste), cuja influência é limitada pela cordilheira
dos Andes, que barra a passagem para o interior do continente.
MASSAS DE AR NA AMÉRICA DO SUL
Fonte: SIMIELLI
MASSA TROPICAL CONTINETAL (mTc): atua nas áreas do interior das regiões Sudeste e Sul e
na Região Centro-Oeste. Originária da Planície do Chaco ocasiona períodos quentes e secos
(suas principais características).
MASSA TROPICAL ATLÂNTICA (mTa): ou massa tropical marítima, atua no litoral desde o
nordeste até o sul do país. Originária do sul do Oceano Atlântico, é quente e úmida e forma os
ventos alísios de Sudeste. Atua quase o ano todo, podendo provocar chuva.
MASSA POLAR ATLÂNTICA (mPa): exerce influência em todas as regiões brasileiras. Por
originar-se em altas latitudes, no sul do Atlântico, é fria e úmida. Com forte atuação no inverno,
provoca chuvas frontais (frentes frias) em todo o litoral, até a Região Nordeste. É responsável
pela queda acentuada de temperatura podendo ocasionar geadas no Sudeste, neve na Região
Sul e o fenômeno da Friagem na região Norte e na Planície do Pantanal.
ATUAÇÃO DAS MASSAS DE AR NO BRASIL
Fonte: SIMIELLI
RIOS VOADORES
Os rios voadores são correntes de ar que carregam umidade de Norte a Sul do Brasil e são
responsáveis por grande parte das chuvas no Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A quantidade de vapor
d’água transportada por esses rios pode chegar a volumes maiores que a vazão de todos os rios do
Centro-Oeste e ser da mesma ordem de grande da vazão do Rio Amazonas (200.000 m³/s).
O projeto Rios Voadores vai colocar uma lupa nesses processos, voando junto com os ventos,
amostrando o vapor, coletando chuva em busca das explicações e números. Em continuidade ao
projeto Brasil das Águas, Gérard Moss e Margi Moss preparam-se para esse Novo Projeto
Urgente, chamado de Rios Voadores, que será realizado durante 2007/2008. [...]
O projeto tem como objetivo caracterizar a origem (DNA) do vapor d’água das chuvas e dos rios
nas regiões banhadas pelos Rios Voadores, revelar para a população dos grandes centros urbanos
uma verdadeira nascente para os recursos hídricos brasileiros e conscientizar a população quanto
à preservação da Amazônia. www.riosvoadores.com.br
CLIMAS DO BRASIL
Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 2.ed. São Paulo: Moderna, 2003, p.
13.
EQUATORIAL
Em toda a região Norte e parte da Centro-Oeste aparecem os climas equatorial úmido e
equatorial subsumido, que são controlados, basicamente pela oscilação da ZCIT (Zona de
Convergência Intertropical) e pela ação dos ventos alísios e baixas pressões equatoriais.
Apresenta temperaturas elevadas e chuvas abundantes e bem distribuídas durante o ano.
As médias térmicas mensais variam de 24°C a 28°C, ocorrendo apenas um leve resfriamento no
inverno (julho). O índice pluviométrico ultrapassa 2.500 mm anuais e a amplitude térmica
anual é baixa (inferior a 3°C). A principal massa de ar que atua na região é a equatorial
continental (Ec).
A influência da massa polar atlântica, embora rara, ocorre no trecho mais interiorizado,
favorecido pelo “corredor” de terras baixas do interior do continente (Depressão do Paraguai),
que canaliza o ar frio de procedência meridional. Pode-se citar como exemplo dessa canalização
o que ocorreu no dia 12.08.1936, quando se registrou em Sena Madureira, no Acre, a temperatura
de 7,9ºC, episódio conhecido na região como “friagem”. CONTI, José Bueno & FURLAN, Sueli Angelo.
Geoecologia – O Clima, os solos e a biota. In: Geografia do Brasil. ROSS, Jurandyr. L.S. São Paulo: EDUSP. p.
104.
TROPICAL
Predomina na maior parte do país, em grande porção das regiões Centro-Oeste, Sudeste e
Nordeste, e no estado do Tocantins. É caracterizado por temperaturas altas (média anual por
volta de 20°C), o clima tropical apresenta uma estação seca no inverno e outra bem chuvosa no
verão. As massas de ar que provocam as chuvas do verão são a equatorial continental (Ec) e a
tropical atlântica (Ta). Essa última chega a atingir parte do Sertão Nordestino. No inverno, a
massa polar atlântica (Pa) provoca queda de temperatura no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do
país.
TROPICAL DE ALTITUDE
Abrange as terras altas do Sudeste, nas regiões serranas do Rio de Janeiro, São Paulo,
Espírito Santo e Minas Gerais. Esse tipo de clima se caracteriza por invernos mais rigorosos sob
influência da massa polar atlântica (Pa). Com temperaturas variando entre 15°C e 22°C.
Dentro do domínio tropical, outra área que aparece com marcante individualidade são os
planaltos e serras do Sudeste. Abrangem o sul de Minas Gerais e Espírito Santo, e partes dos
Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde as altitudes acima de 1000 m determinam condições
especiais de clima. É o chamado clima tropical de altitude, no qual as temperaturas médias anuais
caem para 18° C e a pluviosidade se acentua, sobretudo nas encostas litorâneas em posição de
barlavento. CONTI, José Bueno & FURLAN, Sueli Angelo. Geoecologia – O Clima, os solos e a biota. In:
Geografia do Brasil. ROSS, Jurandyr.L.S. São Paulo: EDUSP. p. 107.
Imagem aérea das praias de Bertioga (SP), com destaque para as serras ao fundo. Fonte:
turismo.culturamix.com
SUBTROPICAL
Típico da Região Sul do país, apresenta chuvas que se distribuem pelo ano todo, embora
haja uma maior concentração no verão. Apresenta índices pluviométricos superiores a 1.250
mm anuais e as maiores amplitudes térmicas do país. A temperatura anual fica em torno de
18°C.
São Joaquim - SC
SUMÁRIO
GEOGRAFIA DO BRASIL – FORMAÇÕES VEGETACIONAIS .............................................................................. 2
DOMÍNIOS NATURAIS: DISTRIBUIÇÃO DA VEGETAÇÃO I ........................................................................... 2
FORMAÇÕES VEGETACIONAIS BRASILEIRAS.......................................................................................... 2
OS SUBTIPOS DA FLORESTA
& FURLAN, Sueli Angelo. Geoecologia – O Clima, os solos e a biota. In: Geografia do Brasil. ROSS,
Jurandyr.L.S. São Paulo: EDUSP. p. 164.
AMAZÔNIA LEGAL
A Amazônia legal foi delimitada pelo governo brasileiro em 1966 como região política
para a execução de planos de desenvolvimento e ações de assistência e fiscalização, engloba os
sete estados da Região Norte, além do Mato Grosso e parte do Maranhão e Goiás. A área de 3,8
milhões de quilômetros quadrados, tem 23 milhões de habitantes.
ARCO DO DESMATAMENTO
O chamado Arco do Desmatamento é uma região em que a grande diversidade de
ocupação e de atividade vem acarretando intenso processo de queimadas e desflorestamentos.
As finalidades são a extração de madeira, a abertura de área para a pecuária ou para a
agricultura (soja), etc. Trata-se de um grande cinturão que contorna a floresta, principalmente
no limite com o Cerrado. Também conhecido como Arco do Fogo ou, mais recentemente, como
Arco de Povoamento Adensado, estende-se desde a desembocadura do Rio Amazonas até o
oeste do Maranhão, leste e sudeste do Pará, Tocantins, Mato Grosso e Rondônia.
As florestas nessas regiões estão se transformando em cerrados e o regime das chuvas
tem-se alterado com a diminuição das precipitações, aumento da erosão e prejuízo à
biodiversidade da região.
Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli A. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo:
Edusp, 2005, p. 70.
Tal designação parece estar fortemente ancorada na intepretação de satélite captada à distância,
isto é, do alto, sem o embasamento necessário e imprescindível dos processos históricos que
moldaram as formas de ocupação e uso do território amazônico, ao longo do tempo. BECKER,
Bertha Koiffmann. Amazônia: geopolítica na virada no III milênio. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.
VIGILÂNCIA NA AMAZÔNIA
O Sistema de Vigilância da Amazônia ou SIVAM é um projeto elaborado pelos órgãos de
defesa do Brasil, com a finalidade de monitorar o espaço aéreo da Amazônia. Conta com uma
parte civil, o Sistema de Proteção da Amazônia, ou SIPAM. Esse projeto vinha a atender um
antigo anseio das forças armadas que desejavam garantir a presença das forças armadas
brasileira na Amazônia, com a finalidade de fazer frente a manifestações de líderes
internacionais contra os direitos do povo brasileiro sobre essa região. Os sucessivos projetos
de internacionalização da Amazônia fortaleceram essa percepção de ameaça sobre a soberania
territorial da Amazônia Brasileira. Para fazer frente a esse tipo de ameaça, as Forças Armadas,
juntamente com pesquisadores civis da região Amazônica propuseram a construção de uma
ampla infraestrutura de apoio à vigilância aérea e comunicação na região amazônica. Como
parte do projeto SIVAM foi construída a infraestrutura necessária para suportar a fixação de
enormes antenas de radar, sistemas de comunicação, bem como de modernas aparelhagens
eletrônicas. Também faz parte dessa infraestrutura a integração com o satélite brasileiro de
sensoriamento remoto, que permite fiscalizar o desmatamento na Amazônia.
A existência de grupos semelhantes de espécies entre a Amazônia e a Mata Atlântica sugere que
essas florestas se comunicaram em alguma fase de sua história. A história desse parentesco é
muito antiga e as semelhanças taxonômicas se dão entre famílias e gêneros.
A bandeira é composta por fundo verde que representa as matas do estado. Uma faixa
diagonal branca (simbolizando a paz), apresenta em seu centro uma esfera azul (simbolizando
o céu) com cinco estrelas de cinco pontas brancas, representando o Cruzeiro do Sul. Dentro da
esfera azul há uma faixa branca com a inscrição PARANÁ na cor verde. No lado esquerdo da
esfera há um ramo de erva-mate e no lado direito um de pinheiro-do-paraná, árvore símbolo da
araucária.
A floresta aciculifoliada subtropical é uma formação vegetal típica de clima subtropical,
menos quente e úmido que o equatorial. Por isso suas folhas são finas e alongadas, a fim de
evitar excessiva perda de umidade. Estendia-se originalmente do sul de São Paulo ao norte do
Rio Grande do Sul. As serras e planaltos do Sudeste eram sua área original. Atualmente a
vegetação nativa corresponde a apenas 5% da área original.
Essa formação vegetal está encravada entre a Floresta Amazônica, o Cerrado e a Caatinga.
É, portanto, uma mata de transição entre as formações bastante distintas, constituída por
palmeiras ou palmáceas, com grande predominância do babaçu e ocorrência esporádica de
carnaúbas. Tanto o extrativismo do babaçu como o da carnaúba não implicam em devastação,
pois se aproveitam apenas os cocos e as folhas, que são continuamente reproduzidas pelas
palmeiras. No entanto, a expansão pecuarista particularmente nos estados de Tocantins e do
Maranhão, tem produzido grande destruição da vegetação com a criação de áreas de pasto. Isso
tem levado ao agravamento das condições de vida de milhões de pessoas, que dependem do
extrativismo. Óleo de babaçu é utilizado na fabricação de sabões e sabonetes e, como,
lubrificantes, nas indústrias de aparelhos de alta precisão, como, por exemplo, na indústria de
balanças. Depois de retirado o óleo da semente, essa constitui um excelente alimento para o
gado.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA DO BRASIL – FORMAÇÕES VEGETACIONAIS .............................................................................. 2
DOMÍNIOS NATURAIS: DISTRIBUIÇÃO DA VEGETAÇÃO II .......................................................................... 2
CERRADO
CAATINGA
As caatingas compreendem diferentes tipos de associações vegetais que formam matas
secas e campos. A caatinga é propriamente uma mata seca caducifólia. Somente o juazeiro
(destacado na imagem abaixo), que possui raízes muito profundas para capturar água do
subsolo, e algumas palmeiras não perdem as folhas.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS ..................................................................................... 2
OS DOMÍNIOS DE NATUREZA DO BRASIL ...................................................................................................... 2
Amazônico
Relevo com predomínio de baixas altitudes (planícies,
depressões e baixos planaltos); clima equatorial quente e
úmido o ano todo; vasta e rica rede hidrográfica (Bacia
Amazônica); e uma exuberante floresta (Amazônica), que
é o elemento mais marcante da paisagem. É um dos mais
Arquipélago de Anivalhanas (AM) ricos ecossistemas do mundo.
Cerrado
Marcado por extensos planaltos, depressões e chapadas
sedimentares; clima tropical com duas estações bem
diferenciadas (verão chuvoso e inverno seco); predomínio
de vegetação arbustiva e herbácea (cerrado); e solos ácidos.
É fracamente povoado e de economia baseada na
Chapada dos Guimarães (MT) agricultura e pecuária extensivas.
Araucária
Encontra-se nos planaltos arenito-basálticos da Bacia do
Paraná, com clima subtropical. A mata de araucária ou
mata dos pinhais, que antes da chegada dos imigrantes
europeus (alemães, italianos e outros) à Região Sul cobria-
lhe grande parte, encontra-se quase totalmente devastada.
Serra Geral (RS)
Mares de morros
Corresponde à fachada oriental do país, (Planaltos e Serras
do Atlântico-Leste-Sudeste). O relevo é o seu aspecto mais
característico. O clima tropical úmido, pela ação do
intemperismo e da erosão, modelou as meias-laranjas,
morros arredondados que formam os mares de morros.
Destacam-se, também, as esparpas planálticas (rampas ou
aclives) que separam os planaltos e serras (Serra do Mar de
Serra da Mantiqueira (SP) outras) da planície costeira. Situado na porção mais
povoada e industrializada do país, foi o domínio que sofreu
os maiores danos, como a devastação da mata atlântica.
Caatinga
O relevo é formado basicamente por planaltos (planaltos da
Bacia do Parnaíba e da Borborema) e depressões
(Depressão Sertaneja e do São Francisco). Os solos são
pobres em matéria orgânica, e o clima predominante é o
semiárido. As áreas mais elevadas são cobertas por matas
úmidas, e as mais baixas, pela caatinga, na qual
Caatinga (CE) predominam arbustos espinhentos, cactáceas e solo
pedregoso.
Pradarias
Também conhecido por pampa, campanha gaúcha ou
coxilhas, esse domínio subtropical é um prolongamento do
pampa argentino e uruguaio no sul do Brasil. Trata-se de
uma extensa área com predomínio de terras baixas e
vegetação herbácea, onde sobressaem colinas ou
ondulações do terreno denominadas coxilhas. A pecuária
extensiva com suas estâncias (fazendas de gado) e a
Pampa Gaúcho (RS) agricultura (arroz, milho, soja, trigo) marcam a presença do
homem nesse domínio ameaçado pela erosão,
desertificação e diminuição da fertilidade dos solos.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – HIDROGRAFIA BRASILEIRA.............................................................................................. 2
OS RECURSOS HÍDRICOS: BACIAS HIDROGRÁFICAS, AQUÍFEROS, HIDROVIAS E DEGRADAÇÃO AMBIENTA 2
BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – CNRH (CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS) .......... 2
A maior parte dos rios brasileiros desloca-se em superfícies planálticas, que são
predominantes na geomorfologia nacional (ocupam cerca de ¾ do território).
Essa característica da hidrografia brasileira traz uma consequência extremamente
importante do ponto de vista econômico. O percurso dos rios pelos planaltos faz-se por meio
dos diversos tipos de quedas d’águas, e quase todas essas quedas podem ser aproveitadas para
a geração de energia, diante da implantação de usinas hidrelétricas.
Apesar de envolverem altos custos de implantação e de transporte, as hidrelétricas são
fontes vantajosas de energia elétrica no Brasil. Na maior parte dos rios de planalto, existem
trechos navegáveis localizados nas porções relativamente planas entre dois saltos, com no Rio
Paraná ou no Rio São Francisco. Embora sejam grandes produtores de energia, esses rios são
também utilizados para navegação.
Os rios brasileiros que se localizam em planícies, cerca de ¼ da superfície do país, são
utilizados para navegação. Em alguns casos, os rios são a única opção de transporte, como em
trechos do Rio Amazonas ou do Rio Paraguai, onde estão localizados os dois principais portos
fluviais brasileiros, o de Manaus, no Rio Negro (afluente do Amazonas), e o de Corumbá, no Rio
Paraguai, que serve o Pantanal Matogrossense. O relevo ainda exerce um papel importante
como elemento de separação e de abastecimento das bacias hidrográficas através dos centros
dispersores de águas. No Brasil, há pelo menos dois desses dispersores, que atendem às
maiores bacias hidrográficas: o Planalto das Guianas e o Planalto Brasileiro, particularmente o
Planalto Central.
BACIA AMAZÔNICA
É a maior bacia hidrográfica do mundo, estendendo-se por terras da Bolívia, Peru,
Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Brasil. Ocupa uma área de
6.892.475km², sendo 3.984.467km² no Brasil (46,8% do território nacional) e tendo 65% de
sua área em território brasileiro, abrangendo toda a região Norte e trechos da porção
setentrional dos estados de Mato Grosso e Goiás.
A Bacia Amazônica recebe ação direta do clima equatorial, cujas precipitações são
elevadas todos os meses, gerando um total anual de pluviosidade da ordem de 2.000 a 2.500
mm/ano. Isso faz com que o Rio Amazonas, eixo dessa bacia, tenha o maior débito do mundo,
descarregando no Atlântico cerca de 108.000m³/s de água, o que significa cerca de 20% da água
que todos os rios do mundo, despejam em conjunto nos oceanos.
O Rio Amazonas, junto com o baixo curso de seus afluentes, forma um complexo
hidroviário de 25.450 km de percurso navegável, que é, às vezes, a única opção real de
transporte no interior da Amazônia.
O RIO AMAZONAS
“Foram necessários seis dias e cinco noites em meio a um clima inóspito, a 5,6 mil
metros de altitude, para que a primeira expedição científica brasileira consolidasse a
localização da nascente do rio Amazonas na cordilheira de Chila, nos Andes do sul do
Peru. Os dados coletados indicam que a principal vertente começa no Nevado Mismi a
partir da Quebrada (córrego) Apacheta. Entre a nascente e o oceano Atlântico, o curso
d’água ganha nomes de Lloqueta, Apurimac, Ene, Tambo, Ucayali, Solimões e Amazonas.
Segundo os pesquisadores, com essa localização o rio pode chegar a 6.850 km de
extensão, embora seu comprimento possa variar ano a ano com os meandros da planície
amazônica. [...] Os trabalhos desenvolvidos pelo pesquisador no local incluíram estudos
com imagens de satélite e modelos de elevação digital do terreno gerados com radar
orbital. [...] A localização da nascente, a cerca de 1 mil km no sentido sul da cabeceira do
Rio Marañon, faz com que o Rio Amazonas supere o Nilo, com 6.695 km, também em
extensão. (PEDROSO, Marcelo. Pesquisadores mapeiam nascentes do Rio Amazonas. Notícias Terra.
Disponível em: www.terra.com.br)
PROBLEMAS AMBIENTAIS NA BACIA AMAZÔNICA
Um dos problemas ligados à Bacia Amazônica está na ocupação humana dessa região. A
mineração potencializou o assoreamento dos rios e a contaminação das águas. A construção da
usina hidrelétrica de Balbina (a principal usina da região), localizada no Rio Uatumã, no
município de Presidente Figueiredo, no Amazonas, foi considerada o maior desastre ecológico
da região.
Construída para fornecer energia elétrica para a cidade de Manaus, a usina de Balbina é
apontada por cientistas como emissora de dez vezes mais metano (CH4) e gás carbônico (CO2)
do que uma termelétrica movida a carvão mineral com o mesmo potencial energético. Isso se
explica pelo fato de a usina de Balbina ter sido construída em área florestada, o que provocou
uma intensa decomposição do material orgânico no fundo do lago (milhões de árvores que
tiveram suas raízes submersas não foram retiradas e apodreceram, emitindo assim uma grande
quantidade de gases estufa). O lago tem cerca de 30 metros de profundidade, não havendo
oxigênio no fundo, o que favorece o aumento da atividade de bactérias anaeróbias (processo
denominado eutrofização).
NOTÍCIAS DA AMAZÔNIA
Agosto de 2011, cidade do Rio de Janeiro. Aquele que era para ter sido tão somente
mais um Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Geofísica, aliás, o 12º,
transformou-se numa importante vitrine para uma equipe de pesquisadores de
Geofísica do Observatório Nacional, sediado no Rio de Janeiro. No evento, a equipe
anunciou uma descoberta que percorreu o mundo prontamente: um rio subterrâneo que
se movimenta 4 quilômetros abaixo do Rio Amazonas. Por que tal acontecimento
despertou tamanho interesse? Afinal, as águas subterrâneas são um fenômeno
conhecido desde longa data. Os poços artesianos, as fontes, os aquíferos atestam. Além
disso, a infiltração das águas em rochas calcárias possibilita a formação de cavernas e
grutas, e nessas cavidades as águas escoam como riachos subterrâneos. A ilustração ao
lado pode fornecer uma ideia da dimensão da descoberta, justificando tamanha
repercussão na mídia e no meio científico.
Observe que o curso d’água em cena, batizado de Rio Hamza, em homenagem ao
pesquisador de origem indiana e coordenador das pesquisas, Valiya Hamza, possui cerca
de 6 mil quilômetros de extensão. Mas não somente a distância percorrida impressiona:
em determinados pontos, sua largura pode chegar a 400 quilômetros e sua vazão média
é de 3.090 m. Para efeitos de comparação, o Rio Amazonas apresenta até 100
quilômetros de largura no local pesquisado, e o Rio São Francisco uma vazão média de
2.700 m.
Entre os integrantes da equipe de pesquisadores da Coordenação de Geofísica do
Observatório Nacional está a doutoranda Elizabeth Tavares Pimentel, da Universidade
Federal do Amazonas. A descoberta faz parte de suas pesquisas envolvendo estudos
sobre geotermia, ramo da Geologia que estuda a temperatura do planeta em diferentes
profundidades.
Para os estudos de geotermia profunda, a pesquisadora valeu-se dos dados de
temperatura de 241 poços perfurados pela Petrobras ao longo das décadas de 1970 e
1980, na Amazônia. Tais perfurações aconteceram em bacias sedimentares da região.
Como se sabe, esse tipo de estrutura geológica pode estar associado à ocorrência de
petróleo, razão pela qual foram realizadas as perfurações.
Por outro lado, os terrenos sedimentares apresentam porosidade e
permeabilidade tal que permitem não só o escoamento e a circulação da água, como
também o seu armazenamento.
A essa altura, duas breves conclusões podem ser tiradas. Em primeiro lugar, que
um fenômeno dessas dimensões não pode acontecer em qualquer ponto da Terra.
Além das condições climáticas, próprias da região equatorial, das particularidades
geológicas e geomorfológicas da Amazônia, não se pode desprezar a extensão, a
superfície onde o evento está se dando. Por exemplo, na África Equatorial há uma
semelhança do ponto de vista climático na chamada Bacia do Congo. Contudo, os
terrenos sedimentares africanos não se encontram orientados como no caso amazônico,
tampouco atingem a faixa litorânea.
Em segundo lugar, um trabalho com o alcance do realizado pela Petrobras na
Amazônia brasileira também não se verifica em território africano. Até porque, naquele
continente, a região da Bacia do Congo encontra-se compartilhada por diversos países.
Feitas essas considerações, não pode ficar de fora dessa breve reflexão o entendimento
que se tenha de rio. Será o Hamza, de fato, um rio mesmo que subterrâneo? Nos debates
que se seguiram à exposição da equipe do Observatório Nacional, houve quem
questionasse se tal corpo d’água pode ser enquadrado enquanto um rio ou se não seria
tão somente um aquífero. Entre os argumentos foi citada a velocidade do fluxo das águas
subterrâneas, tida como muito inferior àquela própria de um rio.
Contudo, qual velocidade deve ser tomada como referência? A isso se pode incluir
outra observação, de caráter escalar: aquilo que no Sul do País pode ser tomado como
um “verdadeiro” rio, na Amazônia não passaria de um igarapé. Ou seja, no atual estágio
da pesquisa a respeito do Hamza parece prematura a necessidade de se levantarem
critérios que possam ou não justificá-lo enquanto rio.
Por fim, e buscando apontar para a relevância do achado, o volume de água que
chega ao Oceano Atlântico pode ser associado à ocorrência de verdadeiros bolsões de
baixa salinidade na margem continental, isto é, nas bordas laterais do continente junto
à foz do Rio Amazonas. Na medida em que o entendimento sobre o processo de formação
do Rio Hamza e sua relação com o ambiente da Região Amazônica avançam, certamente
algumas lacunas serão preenchidas e verdades tomadas como definitivas revistas.
Importa destacar que os limites acerca da exploração dos recursos amazônicos, ou das
relações sociedade–natureza, ficarão mais claros. Considerando-se as dimensões
amazônicas e o alcance dos processos que se desenrolam na região, é de se esperar que
os cuidados ambientais sejam redobrados. Nesse sentido, a descoberta do Rio Hamza é
bem-vinda ao campo das lutas pela manutenção do equilíbrio dinâmico da biosfera.
(Roberto Filizola. Carta Capital, 05.11.2011)
BACIA DO PARANÁ
Integrante da Bacia Platina, juntamente com a dos rios do Paraguai e Uruguai ocupa uma
área de cerca de 1,4 milhões de quilômetros quadrados.
A Bacia do Paraná drena a porção oeste do Planalto Meridional, abrangendo terras dos
estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Tem
como eixo principal o Rio Paraná e ocupa uma área de 891.309km², ou seja, 10,4% do território
brasileiro. O Rio Paraná é o décimo sétimo do mundo em extensa, com seus 2.940km. Nasce na
confluência de dois outros rios importantes: o Rio Paranaíba, que separa Minas Gerais de Goiás
e o Rio Grande, que separa Minas Gerais de São Paulo, definindo-se aí a região conhecida como
Triângulo Mineiro.
A partir daí o Rio Paraná toma a direção e separa São Paulo de Mato Grosso do Sul e, mais
adiante, faz a fronteira do Brasil com o Paraguai. Em seguida, penetra em território argentino e
vai desembocar no Rio da Prata. O Rio Paraná tem como principais afluentes os rios Verde,
Pardo e Ivinheima, na margem direita e os rios Tietê, Paraná-panema e Iguaçu, na margem
esquerda.
Tanto o Rio Paraná como os seus afluentes da margem esquerda estão descendo planaltos
através de inúmeras quedas d’água, o que dá à bacia um alto potencial hidrelétrico disponível
para o aproveitamento, cerca de 45 milhões de quilowatts por hora – o segundo do Brasil.
Sua localização, próxima ao grande parque industrial do Sudeste lhe garante o primeiro
lugar em produção efetiva do país, com um total de 34 milhões de quilowatts por hora. No Rio
Paraná estão as usinas de Ilha Solteira e Jupiá (complexo Urubupungá), Engenheiro Sérgio
Motta (Porta Primavera) e Itaipu (Usina binacional brasileira e paraguaia).
Na Bacia do Paraná situa-se um vasto reservatório de água subterrânea, conhecido como
Aquífero Guarani. Com área de aproximadamente 1.200.000 km², é o maior manancial de água
doce subterrânea transfronteiriço do mundo. Está localizado na região centro-leste da América
do Sul, entre 12º e 35º de latitude sul e entre 47º e 65º de longitude oeste. Sua maior ocorrência
se dá em território brasileiro (2/3 da área total), abrangendo os Estados de Goiás, Mato Grosso
do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. É
constituído pelos sedimentos arenosos da Formação Pirambóia na Base (Formação Buena Vista
na Argentina e Uruguai) e arenitos Botucatu no topo (Missiones no Paraguai, Tacuarembó no
Uruguai e na Argentina).
O geólogo informou que a segunda etapa de pesquisa será a visita aos poços já
existentes na região do aquífero. "Pretendemos avaliar o potencial de vazão. Dessa
maneira teremos como mensurar a capacidade de abastecimento da reserva e calcular a
melhor forma de exploração da água, de maneira que o meio ambiente não seja
comprometido", disse. Para Marco Antonio Oliveira, superintendente do Serviço
Geológico do Brasil, em Manaus, a revelação de que o Aquífero Alter do Chão é o maior
do mundo comprova que esse tipo de reserva segue a proporção de tamanho da Bacia
Hidrográfica que fica acima dela. "Cerca de 40% do abastecimento de água de Manaus é
originário do Aquífero Alter do Chão. As demais cidades do Amazonas têm 100% do
abastecimento tirado da reserva subterrânea. São Paulo, por exemplo, tem seu
abastecimento em torno de 30% vindo do Aquífero Guarani". Oliveira disse que a
reserva, na área que corresponde a Manaus, já está muito contaminada. "É onde o
aquífero aflora e também onde a coleta de esgoto é insuficiente. Ainda é alto o volume de
emissão de esgoto 'in natura' nos igarapés da região”. (Fonte: www.g1.com.br)
BACIA DO PARAGUAI
A área da Bacia do Paraguai é de 345.701 km² (4% do território nacional). A Bacia do
Paraguai é típica de planície. Sua maior extensão no Brasil está situada no complexo do
pantanal, destacando-se pelo seu aproveitamento como hidrovia interligada a outras bacias
(essencialmente a do Paraná), por meio dos rios Pardo e Coxim. A navegação nessa bacia é
internacional, pois o rio Paraguai banha terras do Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina. Destaca-
se a importância do porto fluvial de Corumbá (MS).
BACIA DO URUGUAI
Ocupando uma área de 178.235km² (2,1% do território nacional) a bacia do Uruguai
abrange grande trecho de relevo planáltico. O rio Uruguai, que nasce da confluência dos rios
Canoas e Pelotas, é utilizado como limite em boa parte da divisa entre os estados do Rio Grande
do Sul e de Santa Catarina, bem como em parte do trecho da fronteira entre o Brasil e a
Argentina e em toda a fronteira entra a Argentina e o Uruguai.
É muito pouco utilizado, seja para geração de energia, seja para o transporte fluvial. O
percurso navegável dessa bacia é de apenas 625 km. A maior parte dessa extensão localiza-se
entre os portos de São Borja e Uruguaiana, no próprio Uruguai.
BACIA DO SÃO FRANCISCO
O rio São Francisco, eixo principal da bacia, é o maior rio totalmente brasileiro, com 2.700
km de extensão. Por essa razão, é denominado rio genuinamente brasileiro. Sua bacia ocupa
631.133 km² (7,4% do território nacional) unindo as terras do Sudeste e do Nordeste do país,
daí a denominação de rio da unidade nacional. O velho Chico como é conhecido não é
nordestino, ainda que ele percorra grandes extensões nessa região de secas. Ele nasce na Serra
da Canastra em Minas Gerais e deságua no Atlântico, na divisa entre Alagoas e Sergipe, depois
de percorrer longo trecho do sertão nordestino. Corre no sentido geral norte-sul. Possui
declives acentuados em trechos próximos à nascente ou à foz, o que confere a posição de
segunda bacia em produção hidrelétrica do Brasil. Abastece tanto a região Sudeste, com a usina
de Três Marias (MG), como a Nordeste, com suas usinas de Sobradinho (PE/BA), Paulo Afonso
(AL/BA), Xingo (AL/SE), usina Luiz Gonzaga também conhecida por Itaparica, (PE/BA) e
Moxotó (AL/BA). O São Francisco também apresenta longo trecho navegável em seu curso
médio.
ROTA DA TRANSPOSIÇÃO
Em agosto de 2009, a obra de integração das bacias hidrográficas nordestinas a partir do
desvio de água do rio São Francisco completa dois anos. Estão previstos dois eixos principais.
O eixo norte que levará água de Cabrobó (PE) para os sertões pernambucano, cearense e
potiguar. Já o eixo leste colherá água em Petrolândia (PE) para as áreas mais próximas do litoral
nos estados da Paraíba e de Pernambuco. O governo pretendia terminar o trecho norte em 2010
e a obra terminará de acordo com o estado em 2017.
TRANSPOSIÇÃO OU INTEGRAÇÃO?
AS ÁGUAS DO RIO NÃO SÃO A PANACÉIA PARA OS PROBLEMAS DO SEMIÁRIDO?
“Nas discussões que ora se travam sobre a questão da transposição das águas do
Rio São Francisco para o setor norte do Nordeste seco, existem alguns argumentos tão
fantasiosos e mentirosos que merecem ser corrigidos em primeiro lugar. Referimo-nos
ao fato de que a transposição das águas resolveria os grandes problemas sociais
existentes na região semiárida do Brasil.
Trata-se de um argumento completamente infeliz. O Nordeste seco, delimitado pelo
espaço até onde se estendem as caatingas e os rios intermitentes, sazonários e
exorréicos (que chegam ao mar), abrange um espaço fisiográfico socioambiental da
ordem de 750 mil quilômetros quadrado, enquanto a área que pretensamente receberá
grandes benefícios abrange dois projetos lineares que somam apenas alguns milhares
de quilômetros nas bacias dos rios Jaguaribe [Ceará] e Piranhas/Açu, no Rio Grande do
Norte.
Um problema essencial na discussão das questões envolvidas no projeto de
transposição de águas do São Francisco para os rios do Ceará e Rio Grande do Norte diz
respeito ao equilíbrio que deveria ser mantido entre as águas que seriam obrigatórias
para as importantíssimas hidrelétricas já implantadas no médio/baixo vale do rio –
Paulo Afonso, Itaparica, Xingó. Devendo ser registrado que as barragens ali implantadas
são fatos pontuais, mas a energia ali produzida, e transmitida para todo o Nordeste,
constitui um tipo planejamento da mais alta relevância para o espaço total da região.
De forma que o novo projeto não pode, em hipótese alguma, prejudicar o mais
antigo, que reconhecidamente é de uma importância areolar. Mas parece que ninguém
no Brasil se preocupa em saber nada de planejamentos pontuais, lineares e areolares.
A quem vai servir a transposição das águas? Os “vazanteiros”, que fazem
horticultura no leito dos rios que perdem fluxo durante o ano, serão os primeiros
prejudicados. A eles se deve conceder a prioridade em relação aos espaços irrigáveis que
viessem a ser identificados e implantados.
De imediato, porém, serão os pecuaristas da beira alta e colinas sertanejas que
terão água disponível para o gado nos meses em que s rios da região não correm. Sobre
a viabilidade ambiental pouca coisa se pode adiantar a não ser a falta de conhecimentos
sobre a dinâmica climática e periodicidade do rio que vai perder água e dos rios
intermitentes-sazonários que vão receber filetes das águas transpostas.
Um projeto inteligente e viável sobre a transposição de águas, captação e utilização
de águas das estações chuvosas e multiplicação de poços ou cisternas têm de envolver
obrigatoriamente conhecimento sobre a dinâmica climática regional do Nordeste. No
caso de projetos de transposição de águas, há de se ter consciência de que o período se
maior necessidade será aquele em que os rios sertanejos intermitentes perdem a
correnteza por cinco a sete meses. Trata-se, porém do mesmo período em que o São
Francisco se torna menos volumoso.
Entretanto, é nessa época do ano em que haverá maior necessidade de reservas de
água para hidrelétricas regionais. Trata-se de um impasse paradoxal, do qual, até agora,
não se falou. Por outro lado, se essa água tiver que ser elevada ao chegar à região final
do seu uso, para desde um ponto mais alto descer e promover alguma irrigação por
gravidade, o processo todo aumentará ainda mais a demanda regional por energia. E,
ainda noutra direção, como se evitará uma grande evaporação dessa água que
atravessará o domínio da caatinga, onde o índice de evaporação é o maior de todos? Eis
outro ponto obscuro, não tratado pelos arautos da transposição. (AZIZ NACIB AB’SABER,
professor emérito da FFLCH/USP e professor honorário do Instituto de Estudos Avançados/USP)
ASPECTOS POSITIVOS
Aumento da água disponível e diminuição da perda devido aos reservatórios;
Aumento a renda e o comércio das regiões atingidas;
Redução de problemas trazidos pela seca;
Irrigação de áreas abandonadas e criação de novas fronteiras agrícolas;
Redução de doenças e óbitos gerados pelo consumo de água contaminada ou pela
falta de água;
Obras de revitalização do rio, etc.
ASPECTOS NEGATIVOS
Benefícios - grande empresário (carcinicultor, flores, frutas) e outras atividades
agrícolas;
Não haverá a socialização da água;
Canalizações indevidas;
Fonte: www.estado.com.br
BACIA TOCANTINS-ARAGUAIA
A Bacia do Tocantins-Araguaia ocupa uma área de 803.250 Km² (9,5% da área total do
país). Desse espaço, metade pertence ao Rio Tocantins e a outra metade ao Rio Araguaia, daí a
denominação da bacia. Essa bacia deve ser desmembrada da Bacia Amazônica, já que o Rio
Tocantins, seu eixo principal, embora desembarque ao sul da Ilha de Marajó junto à foz do Rio
Amazonas, não é um afluente desse, e, portanto, compõe uma bacia autônoma. O Rio Tocantins
nasce à cerca de 250 km de Brasília, sendo formado pela junção dos rios Alma e Maranhão, cujas
cabeceiras estão no Planalto Central, em Goiás. A partir daí, o rio percorre 2640 km até chegar
ao Golfão Amazônico. O Rio Araguaia circunda uma área que é a maior ilha fluvial do mundo –
a Ilha do Bananal. Nela está situada a usina hidrelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins, no Pará,
preparada para gerar 8 milhões de quilowatts por hora.
BACIAS SECUNDÁRIAS
Reúnem um conjunto de bacias localizadas nas proximidades do litoral e apresentam rios
de pequena extensão, geralmente com poucos afluentes. São consideradas bacias secundárias:
BACIA DO NORDESTE – Destacam-se os rios permanentes Mearim, Turiaçu e Itapecuru (no
Maranhão); Parnaíba (Maranhão/Piauí) e Beberibe e Capibaribe (Pernambuco). Contudo, a
maior parte dos rios situa-se no sertão; eles são temporários, como o Jaguaribe (Ceará),
considerado o maior rio temporário do mundo.
BACIA DO LESTE – Destaca-se o rio Jequitinhonha, que corta uma região extremamente pobre
do nordeste de Minas Gerais; o Doce, que abrange tradicional área de mineração nesse estado;
o Paraíba do Sul, que atravessa importante região industrial do Brasil e de grande concentração
urbana (São Paulo e Rio de Janeiro).
BACIA DO SUDESTE-SUL - São importantes rios dessa bacia o Ribeira de Iguape, o Itajaí e o
Tubarão. No Rio Grande do Sul, destacam-se os rios Guaíba e Jacuí além das lagoas dos Patos,
Mirim e Mangueira.
janeiro de 1997 foi criada a Lei 9.433, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos,
prevendo processos participativos e instrumentos econômicos que promovam uma utilização
mais eficiente desse bem. Em 2000 foi criada a ANA (Agência Nacional de Águas), responsável
por implementar a nova lei, assim como os Comitês de Bacias, que contam com a participação
dos usuários, da sociedade civil organizada e do governo, promovendo uma discussão e a
viabilidade de soluções.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – ECONOMIA BRASILEIRA .................................................................................................. 2
A FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL: ECONOMIA COLONIAL E EXPANSÃO DO TERRITÓRIO, DA
CAFEICULTURA AO BRASIL URBANO-INDUSTRIAL E INTEGRAÇÃO TERRITORIAL ......................................... 2
Igreja Nossa Senhora do Carmo, construída em 1580, é a primeira igreja carmelita das Américas.
O açúcar produzido nos engenhos era transportado por rios ou em carros de boi até os
portos exportadores – Recife e Salvador. A maioria dos navios era de origem portuguesa,
porém, os comerciantes eram holandeses que refinavam e negociavam o produto. A empresa
agrícola implantada pelos colonizadores no século XVI fincou-se no litoral.
O Nordeste concentra um conjunto de mitologias políticas e sociais de bases geográficas.
O Nordeste é, antes de tudo, uma “invenção”, uma região “socialmente produzida”. No século
XVI, ele praticamente se resumia à cana-de-açúcar, onde se expandiam as plantations e se
multiplicavam os engenhos de cana. O cultivo da cana-de-açúcar foi a primeira atividade
econômica que deu origem a várias cidades e iniciou a ocupação territorial do Nordeste. Os
engenhos de açúcar localizavam-se na faixa litorânea, onde as condições naturais eram mais
favoráveis ao cultivo do produto. O litoral úmido do Nordeste, que se estende do Rio Grande do
Norte ao sul da Bahia, foi uma das primeiras áreas brasileiras a serem colonizadas pelos
portugueses.
Durante longa data o IAA contribuiu para a presença do açúcar nordestino no mercado
nacional. Porém, com o passar dos anos, a estratégia e a instituição mostraram-se ineficientes
e retrógrados. Em 1990, o IAA foi extinto e fez com que as perdas dos produtores nordestinos
frente à produção paulista.
MINERAÇÃO
Somente no século XVIII é que a mineração realmente passou a dominar o cenário brasileiro,
intensificando a vida urbana da colônia, além de ter promovido uma sociedade menos aristocrática
em relação ao período anterior, representado pelo ruralismo açucareiro. A mineração, marcada pela
extração de ouro e diamantes nas regiões de Goiás, Mato Grosso e principalmente Minas Gerais,
atingiu o apogeu entre os anos de 1750 e 1770, justamente no período em que a Inglaterra se
industrializava e se consolidava como uma potência hegemônica, exercendo uma influência
econômica cada vez maior sobre Portugal.
representada pelo trabalho do próprio garimpeiro, um homem livre, de poucos recursos, que
excepcionalmente poderia contar com alguns ajudantes.
A extração mineral não se restringiu apenas ao ouro. O século XVIII também conheceu o
diamante, no vale do rio Jequitinhonha, sendo que, durante muito tempo, os mineradores que
só viam a riqueza no ouro, ignoraram o valor desta pedra preciosa, utilizada inclusive como
ficha para jogo.
A atividade mineradora no Brasil, como já dissemos, provocou uma alteração na estrutura
colonial, ou seja, provocou mudanças econômicas, sociais, políticas e culturais.
A mineração alterou o eixo econômico da vida colonial do litoral nordestino para a região
Centro-Sul; incentivou a intensificação do comércio interno, uma vez que se fazia necessário o
abastecimento da região das minas – aumento da produção de alimentos e da criação de gado;
surgimento de rotas coloniais garantindo a interligação da região das minas com outras regiões
do Brasil.
Por essas rotas, as chamadas tropas de mulas levavam e traziam mercadorias. Entre essas
mercadorias, destaque para o negro africano, transportado da decadente lavoura açucareira
para a região das minas.
Houve também um enorme estímulo à importação de artigos manufaturados, em
decorrência do aumento populacional e da concentração de riquezas.
Houve um enorme aumento populacional nas regiões das minas. Tal crescimento
demográfico altera a composição e estrutura da sociedade. A sociedade passa a ter um caráter
urbano e se multiplica o número de comerciantes, intelectuais, pequenos proprietários,
funcionários públicos, artesãos.
A sociedade torna-se mais politizada, graças à vinda de imigrantes e, com eles, a entrada
das ideias iluministas – liberdade, igualdade e fraternidade. Na segunda metade do século XVIII,
a mineração entra em decadência com a paralisação das descobertas. Por serem de aluvião, o
ouro e diamantes descobertos eram facilmente extraídos, o que levou a uma exploração
constante, fazendo com que as jazidas se esgotassem rapidamente.
ECONOMIA CAFEEIRA
Por tudo que representou, podemos considerar a economia cafeeira como o grande
divisor de águas no processo da formação econômica do Brasil.
O esgotamento da atividade mineradora disponibilizou a mão de obra escrava. Com custo
menor que atividade açucareira, pois a abundância de terras garantia um investimento menor,
a atividade cafeeira, introduzida a partir da Baixada fluminense, ganhou mais espaço pelo Vale
do Paraíba, estendendo-se até Minas Gerais e Espírito Santo.
Uma nova gestão comercial se insere no cenário nacional, diferente da colonial. A evolução
para a República acaba garantindo expansão, que sofre seu primeiro tropeço com as Leis
abolicionistas. No entanto, prontamente substituída por forte processo imigratório, essa nova
mão de obra chega ao Brasil com condições diferentes do negro transplantado da África para o
Brasil. Oriunda de um continente que já vivenciava etapas mais avançadas no seu processo
produtivo – o imigrante garante situação diferenciada de produção. Estrutura de transporte
(ferrovia), exportação (porto) fazem a atividade crescer.
O curto espaço de tempo em que a produção cafeeira se estabeleceu foi suficiente para
encerrar as constantes crises econômicas observadas desde o Primeiro Reinado. Depois de se
fixar nos mercados da Europa, o café brasileiro também conquistou o paladar dos norte-
americanos, fazendo com que os Estados Unidos se tornassem nosso principal mercado
consumidor.
RODRIGUES, João Antônio. Atlas para estudos sociais. Rio de janeiro, 1977, p. 26.
No início do século XX, a indústria continua a crescer e a aumentar sua participação na
economia brasileira. Algumas indústrias eram estrangeiras, mas predominavam as nacionais,
na maioria desenvolvidas por imigrantes, muitas delas inicialmente a partir de pequenas
oficinas artesanais.
A IMIGRAÇÃO
A imigração em massa foi um dos traços mais importantes das mudanças
socioeconômicas ocorridas no Brasil a partir das últimas décadas do século XIX. O Brasil
foi um dos países receptores de milhões de europeus e asiáticos que vieram para as
Américas em busca de oportunidade de trabalho e ascensão social. Ao lado dele figuram
outros os Estados Unidos, a Argentina e o Canadá.
Cerca de 3,8 milhões de estrangeiros chegaram ao Brasil entre 1887 e 1930. O
período 1887-1914 concentrou o maior número de imigrantes, com a cifra aproximada
de 2,74 milhões, cerca de 72% do total. Essa concentração se explica, além de outros
fatores, pela forte demanda de força de trabalho naqueles anos para a lavoura de café. A
Primeira Guerra Mundial reduziu muito o fluxo de imigrantes. Após o fim do conflito
constatamos uma nova corrente imigratória, que se prolonga até 1930.
A partir de 1930, a crise mundial iniciada em 1929, assim como as mudanças
políticas no Brasil e na Europa, fizeram com que o ingresso de imigrantes como força de
trabalho deixasse de ser significativo. (FAUSTO, BORIS. História Concisa do Brasil. São Paulo:
EDUSP, 2009, p. 154)
conta a origem dos capitais investidos, esse fato marca o início da internacionalização do
parque industrial brasileiro.
O Plano de Metas que tinha com objetivo "crescer cinquenta anos em cinco”. Desenvolver
a indústria de base, investir na construção de estradas e de hidrelétricas e fazer crescer a
extração de petróleo, tudo com o objetivo de arrancar o Brasil de seu subdesenvolvimento e
transformá-lo num país industrializado. Os industriais brasileiros continuavam investindo nos
setores tradicionais (tecido, móveis, alimentos, roupas e construção civil), e as multinacionais
entravam no Brasil pela primeira vez, para a produção de bens de consumo.
O plano teve tanto consequências positivas quanto negativas para o país. Por um lado,
deu-se a modernização da indústria; por outro, o forte endividamento internacional por causa
dos empréstimos, que fizeram possível a realização do plano e a dependência tecnológica. Isto
sem falar no grande êxodo rural, porque, à medida em que os centros urbanos se desenvolviam,
as características da vida rural não progrediam e reformas não eram implementadas. O Plano
de Metas dividiu-se em 31 metas que privilegiavam 4 setores da economia brasileira: energia,
transporte, indústrias de base e alimentação.
A DITADURA E O MILAGRE ECONÔMICO
Durante a Ditadura Militar, a indústria doméstica continuava protegida da concorrência
internacional pelas elevadas tarifas de importação. Entretanto, a estrutura produtiva passou a
ser dominada por três agentes: o capital estatal (que predominava nos setores de infraestrutura
e de bens de produção), o capital privado nacional (dominava o setor de produção de bens de
consumo não duráveis, tais como têxteis, alimentos, calçados, etc.) e o capital transnacional
(que se destacava principalmente no setor de bens de consumo duráveis, tornando-se o mais
dinâmico da economia brasileira).
A partir da segunda metade do século XX o setor automobilístico torna-se o setor
industrial de maior destaque no cenário nacional, acompanhado de perto pelos
eletrodomésticos.
O “sucesso” desse modelo econômico teve como suporte: a visão autoritária do regime
militar, a abertura do Estado às elites capitalistas, a exploração da mão-de-obra, a grande
concentração de renda e o elevado endividamento externo. Já no fim da década de 1960, o país
amplia seu parque industrial e vem à tona o chamado milagre econômico brasileiro (1968-
1974), período no qual a economia brasileira crescia a taxas anuais de 9%, um crescimento
comparado somente ao japonês e ao alemão do período 1950 e 1960.
A construção da ponte Rio-Niterói (RJ), 1974, foi uma das obras que mais marcou o período do milagre econômico.
MILAGRE ECONÔMICO?
Entre 1968 e 1974, a economia brasileira sofreria uma notável expansão, refletida
no crescimento acelerado do PIB. O período, que ficou conhecido como ‘milagre
brasileiro’ em alusão aos ‘milagres’ alemão e japonês, seria marcado por taxas de
crescimento excepcionalmente elevadas, que foram mantidas, enquanto a inflação,
‘controlada e institucionalizada’, declinava, estabilizando-se em torno de 20 a 25% ao
ano [...].
Em setembro de 1970, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro bateu o recorde de
volume de transações em toda a sua história, negociando 24 milhões de cruzeiros num
só dia, fato que se repetiria no ano seguinte.
(Emílio Garrastazu Médici. Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro. FGV/CPDOC)
A partir de 1967, retomou-se o processo de desenvolvimento, graças à conjuntura favorável no
plano internacional, que contava com um excesso de liquidez, ou seja, dólares à procura de aplicação.
Aproveitando a situação, o ministro Delfim Netto lançou o plano de combate à inflação, assentado
em duas bases: o endividamento externo para a obtenção da tecnologia estrangeira e a concentração
da renda para criar um mercado consumidor. Esse plano garantiu um crescimento econômico, mas
condenou o mercado a se desenvolver de uma forma distorcida, aumentando as desigualdades sociais.
Outro lado negativo foi a perda da soberania nacional, em razão da dominação da nossa economia
pelas multinacionais.
O PÓS-1985
A década de 1980 ficou conhecida como a década perdida e foi caracterizada pela recessão,
inflação e desemprego, gerados por uma economia estagnada após o segundo choque do petróleo de
1979. Nesse contexto, vários setores da sociedade apontavam o fim do Regime Militar, como “saída”
para a crise, mas os problemas continuaram (como a inflação elevada) com os governos civis no
poder, fato que comprometeu a nossa industrialização.
A grave crise econômica iniciada em 1988 e a globalização da economia mundial foram os
pontos de partida para o surgimento de um novo modelo econômico, que promoveu a
intensificação dos fluxos internacionais de capitais nos mercados financeiros e abertura das
economias nacionais ao comércio global.
Os governos de Fernando Collor de Melo (1990-1992) e Itamar Franco (1992-1994)
iniciaram essa abertura. Em 1991 iniciou-se o Programa Nacional de Desestatização, com
grande participação de capitais provenientes dos Estados Unidos, Espanha e Portugal.
Em junho de 1994, a moeda brasileira passou a ser o real. A mudança da moeda era parte
de um plano econômico maior, que tinha como objetivo central o combate à inflação e a
estabilização da economia brasileira. A ilusão da moeda forte e do consumo fácil fez com que o
país entrasse às cegas na modernidade.
Fonte: SANTIAGO. FHC: Quem te viu, quem te vê! Porto Alegre: L&PM, 1999.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – INDUSTRIALIZAÇÃO I .................................................................................................. 2
A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA ............................................................................................................ 2
e outras. No segundo governo de Vargas (1951-1954), foi criada a Petrobrás (1953). Todas as
empresas tinham participação majoritária do capital estatal.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – INDUSTRIALIZAÇÃO II ................................................................................................. 2
INDUSTRIALIZAÇAO BRASILEIRA II ............................................................................................................ 2
O Plano de Metas tinha com objetivo "crescer 50 anos em cinco”. Desenvolver a indústria
de base, investir na construção de estradas e de hidrelétricas e fazer crescer a extração de
petróleo, tudo com o objetivo de arrancar o Brasil de seu subdesenvolvimento e transformá-lo
num país industrializado. Os industriais brasileiros continuavam investindo nos setores
tradicionais (tecido, móveis, alimentos, roupas e construção civil), e as multinacionais
entravam no Brasil pela primeira vez, para a produção de bens de consumo.
O plano teve tanto consequências positivas quanto negativas para o país. Por um lado,
deu-se a modernização da indústria; por outro, o forte endividamento internacional por causa
dos empréstimos, que fizeram possível a realização do plano e a dependência tecnológica. Isto
sem falar no grande êxodo rural, porque, à medida em que os centros urbanos se desenvolviam,
as características da vida rural não progrediam, e reformas não eram implementadas. O Plano
de Metas dividiu-se em 31 metas que privilegiavam quatro setores da economia brasileira:
energia, transporte, indústrias de base e alimentação.
A DITADURA E O MILAGRE ECONÔMICO
Durante a Ditadura Militar, a indústria doméstica continuava protegida da concorrência
internacional pelas elevadas tarifas de importação. Entretanto, a estrutura produtiva passou a
ser dominada por três agentes: o capital estatal (que predominava nos setores de infraestrutura
e de bens de produção), o capital privado nacional (dominava o setor de produção de bens de
consumo não duráveis, tais como têxteis, alimentos, calçados, etc) e o capital transnacional (que
destacava-se principalmente no setor de bens de consumo duráveis, que se tornou o mais
dinâmico da economia brasileira).
A partir da segunda metade do século XX, o setor automobilístico torna-se o setor
industrial de maior destaque no cenário nacional, acompanhado de perto pelos
eletrodomésticos.
O “sucesso” deste modelo econômico teve como suporte: a visão autoritária do regime
militar, a abertura do Estado às elites capitalistas, a exploração da mão de obra, a grande
concentração de renda e o elevado endividamento externo. Já no fim da década de 1960, o país
amplia seu parque industrial e vem à tona o chamado milagre econômico brasileiro (1968-
1974), período no qual a economia brasileira crescia a taxas anuais de 9%, um crescimento
comparado somente ao japonês e ao alemão do período 1950 e 1960.
A construção da ponte Rio-Niterói (RJ), 1974, foi uma das obras que mais marcaram o período do milagre econômico.
MILAGRE ECONÔMICO?
Entre 1968 e 1974, a economia brasileira sofreria uma notável expansão, refletida
no crescimento acelerado do PIB. O período, que ficou conhecido como ‘milagre
brasileiro’ em alusão aos ‘milagres’ alemão e japonês, seria marcado por taxas de
crescimento excepcionalmente elevadas, que foram mantidas, enquanto a inflação,
‘controlada e institucionalizada’, declinava, estabilizando-se em torno de 20 a 25% ano
ano [...].
Em setembro de 1970, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro bateu o recorde de volume de
transações em toda a sua história, negociando 24 milhões de cruzeiros num só dia, fato que se
repetiria no ano seguinte. Emílio Garrastazu Médici. Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro. FGV/CPDOC.
A partir de 1967, retomou-se o processo de desenvolvimento, graças à conjuntura favorável no
plano internacional, que contava com um excesso de liquidez, ou seja, dólares à procura de aplicação.
Aproveitando a situação, o ministro Delfim Netto lançou o plano de combate à inflação, assentado
em duas bases: o endividamento externo para a obtenção da tecnologia estrangeira e a concentração
da renda para criar um mercado consumidor. Esse plano garantiu um crescimento econômico, mas
condenou o mercado a se desenvolver de uma forma distorcida, aumentando as desigualdades sociais.
Outro lado negativo foi a perda da soberania nacional, em razão da dominação da nossa economia
pelas multinacionais.
PÓS-1985
A década de 1980 ficou conhecida como a década perdida e foi caracterizada pela recessão,
inflação e desemprego, gerados por uma economia estagnada após o segundo choque do petróleo de
1979. Nesse contexto, vários setores da sociedade apontavam o fim do Regime Militar, como “saída”
para a crise, mas os problemas continuaram (como a inflação elevada) com os governos civis no
poder, fato que comprometeu a nossa industrialização.
A grave crise econômica iniciada em 1988 e a globalização da economia mundial foram os
pontos de partida para o surgimento de um novo modelo econômico, que promoveu a
intensificação dos fluxos internacionais de capitais nos mercados financeiros e abertura das
economias nacionais ao comércio global.
Os governos de Fernando Collor de Melo (1990-1992) e Itamar Franco (1992-1994)
iniciaram essa abertura. Em 1991, iniciou-se o Programa Nacional de Desestatização, com
grande participação de capitais provenientes dos Estados Unidos, Espanha e Portugal.
Em junho de 1994, a moeda brasileira passou a ser o real. A mudança da moeda era parte
de um plano econômico maior, que tinha como objetivo central o combate à inflação e a
estabilização da economia brasileira. A ilusão da moeda forte e do consumo fácil fez com que o
país entrasse às cegas na modernidade.
Fonte: SANTIAGO. FHC: Quem te viu, quem te vê! Porto Alegre: L&PM, 1999.
Até por volta da segunda metade do século XX, o Brasil não possuía um mercado nacional
consolidado muito menos um espaço geográfico de fato integrado. Na verdade, o país mais se
assemelha a um “arquipélago” com a existência de verdadeiras “ilhas” de economia primárias
voltada para a exportação. A partir da década de 50, pela primeira vez na história, o Brasil deixa
de ser um país essencialmente agrário, e a industrialização passou a comandar a economia
nacional.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS
CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL
Quanto à distribuição espacial da indústria, o que se verifica é uma grande concentração de
estabelecimentos na região Sudeste. A concentração industrial na região, sobretudo, no Estado de São
Paulo, deve-se a fatores históricos que já conhecemos. Esses fatores (a lavoura de café, entre outros)
orientaram o surgimento da atividade industrial nessa região. Mas um outro fator também explica
essa concentração espacial – é a interdependência que se estabelece entre as várias empresas
industriais. Por exemplo, a indústria automobilística está ligada às metalúrgicas, às indústrias de
autopeças, de tintas, de vidros etc.
Além disso, a concentração industrial é acompanhada pela concentração das demais atividades
econômicas e extraeconômicas. Assim, a indústria, o comércio e o sistema bancário e financeiro
dependem uns dos outros.
Por outro lado, a concentração das atividades econômicas gera um grande número de
empregos, atraindo população de outras regiões e criando grandes centros populacionais, que
necessitam de serviços, incluindo-se escolas, centros culturais e profissionais. Por isso, as grandes
metrópoles são também os núcleos culturais mais desenvolvidos do país.
DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL
Atualmente, seguindo uma tendência mundial, o Brasil vem passando por um processo de
descentralização industrial, chamada por alguns autores de desindustrialização, que vem
ocorrendo intrarregionalmente e também entre as regiões.
Linha de montagem da aeronave Legacy, Embraer, em São José dos Campos (SP).
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – ECONOMIA BRASILEIRA .............................................................................................. 2
O APROVEITAMENTO ECONÔMICO DOS RECURSOS NATURAIS E AS ATIVIDADES ECONÔMICAS: OS
RECURSOS MINERAIS, FONTES DE ENERGIA E MEIO AMBIENTE, O SETOR MINERAL E OS GRANDES
PROJETOS DE MINERAÇÃO I ..................................................................................................................... 2
Os minérios são associações de minerais ou um único mineral que pode ser explorado do
ponto de vista comercial pelas sociedades de diferentes maneiras. Volumes gigantescos de
minérios estão sendo explorados rapidamente pelas sociedades, o que pode levar à escassez ou
mesmo à exaustão desses recursos.
A conservação do recurso mineral é uma atitude necessária para garantirmos o
suprimento de insumos minerais praticamente imprescindíveis à manutenção de um
desenvolvimento sustentável. Essa atitude permitirá que preservemos por maior tempo os
recursos minerais, diminuindo assim o impacto ao meio ambiente.
IMPORTÂNCIA DOS MINERAIS
A grande diversidade de minerais encontrados na crosta é, sob o aspecto econômico,
muito importante para a humanidade, devido a suas diversas utilidades. Alguns exemplos de
usos de minerais:
Alumínio - metalurgia e indústrias químicas.
Argila - cerâmica, indústria de papel e cimenteira.
Calcário - construção civil, siderurgia, indústria cimenteira e química.
Gnaisse - construção civil (pavimentação).
Manganês - siderurgia, metalurgia, indústria elétrica e cerâmica.
Ouro - lastro monetário, indústria química e joalheria.
Diamante - joalheria, abrasivos e materiais de corte.
Cobre - metalurgia, indústria elétrica e química.
CONSERVACIONISMO X PRESERVACIONISMO
Conservar um recurso natural não significa guardá-lo, mesmo porque a humanidade não
poderia sobreviver sem o seu uso. Conservação dos recursos naturais significa sua utilização
de forma racional, ou seja, procurando obter o máximo de aproveitamento para satisfazer o
maior número possível de pessoas. Para atingir um estágio de conservação dos recursos
naturais, alguns requisitos básicos são necessários, tais como: educação do homem, técnicas
adequadas, proteção, reprodução e recuperação.
Preservar consiste em resguardar ou proteger os recursos naturais evitando a sua
utilização. Na verdade, o preservacionismo é direcionado para os ambientes ou espécies que
estejam ameaçados de extinção. De uma forma geral, a preservação está ligada à ideia de
patrimônio cultural e/ou ecológico de um espaço geográfico. Trata-se de paisagens naturais ou
obras de artes que possuem valores ideológicos inestimáveis.
A produção e o uso inadequado do bem mineral podem direta ou indiretamente levar a
diferentes formas de degradação ambiental, outrora de efeitos locais ou regionais, agora
amplos (aquecimento global, chuva ácida, deterioração da camada de ozônio, poluição dos
reservatórios de água etc.). Não só a provável futura escassez dos minerais nos preocupa como
as consequências danosas para as sociedades humanas.
Os minerais podem ser classificados em: Minerais metálicos: ferro, manganês, alumínio,
magnésio, cobre, mercúrio, chumbo, estanho, ouro, prata e urânio. Minerais não metálicos:
quartzo, feldspato, enxofre, titânio, diamante, mica, amianto etc.
MINERAL DURAÇÃO
Quase infinita.
Sal e Magnésio
Mais de milhares de anos.
Cal e Silício
Mais de 200 anos.
Minério de Manganês e Cobalto.
100 a 200 anos.
Minério de Ferro e Feldspato.
50 a 100 anos.
Bauxita, Fosfato e Níquel.
Fonte: CAMERON, Eugene N.At the crossroads. In.: Manual Global de Ecologia. São Paulo: Augustus,1993. p. 180.
desenvolvimento industrial. Minerais de grande valor comercial como ouro, diamante e até
cassiterita são muito explorados no Brasil através do garimpo.
Esse trabalho de mineração é feito nos leitos fluviais e nos depósitos de sedimentos dos
terraços e das planícies fluviais, principalmente dos rios da bacia hidrográfica amazônica e
no alto rio Paraguai-Cuiabá. (...)
A operação de garimpo mecanizado movimenta um volume enorme de detritos ao destruir
as margens dos leitos fluviais e na dragagem dos depósitos de fundos dos leitos fluviais.
Alteram a qualidade das águas dos rios com sedimentos em suspensão e com o uso do
mercúrio para aumentar o aproveitamento das partículas finas de ouro. A garimpagem, tal
como tem sido praticada no Brasil, gera grande desperdício por extrair cerca de 50% dos
minerais disponíveis nos sedimentos. Além disso, altera totalmente a paisagem e afeta a
qualidade das águas dos rios e com isso interfere na vida da fauna [da flora] e na saúde do
homem.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – ECONOMIA BRASILEIRA .............................................................................................. 2
O APROVEITAMENTO ECONÔMICO DOS RECURSOS NATURAIS E AS ATIVIDADES ECONÔMICAS: OS
RECURSOS MINERAIS, FONTES DE ENERGIA E MEIO AMBIENTE, O SETOR MINERAL E OS GRANDES
PROJETOS DE MINERAÇÃO II .................................................................................................................... 2
A antiguidade de nossa estrutura geológica associada aos diferentes tipos de rochas que
a compõem confere ao Brasil uma riqueza mineral diversificada, o que não significa que somos
autossuficientes em todos os minerais essenciais ao desenvolvimento industrial.
PRINCIPAIS PROJETOS MINERAIS
A Samarco foi obrigada pelo Ministério Público de Minas Gerais a providenciar lar
temporário para mais de 260 famílias desabrigadas e a pagar a elas uma indenização de R$ 20
mil, além de um salário mínimo, mais 20% por dependente e uma cesta básica. Também foram
determinados judicialmente acertos no valor de R$ 100 mil para as famílias daqueles que
morreram ou ainda estão desaparecidos. Esse montante é considerado um adiantamento, pois
o total da indenização ainda será estipulado judicialmente.
CASO BRUMADINHO – MG
O rompimento da barragem de Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, resultou em um
dos maiores desastres com rejeitos de mineração no Brasil. A barragem de rejeitos classificada
como de "baixo risco" e "alto potencial de danos" era controlada pela Vale S.A. e estava
localizada no ribeirão Ferro-Carvão, na região de Córrego do Feijão, no município brasileiro de
Brumadinho, a 65 km da capital mineira, Belo Horizonte.
O rompimento resultou em um desastre de grandes proporções, considerado como um
desastre industrial, humanitário e ambiental, com mais de 250 mortos e 30 desaparecidos,
gerando uma calamidade pública. O desastre pode ainda ser considerado o segundo maior
desastre industrial do século e o maior acidente de trabalho do Brasil. O presidente da Vale,
Fabio Schvartsman, em entrevista coletiva salientou que na tragédia de Brumadinho "o dano
humano será maior", diferentemente do rompimento da barragem de Bento Rodrigues, em
Mariana, que também era controlada pela Vale S.A. e está a menos de 200 quilômetros de
Brumadinho.
A tragédia de Mariana, de 2015, é, até então, o mais grave desastre ambiental da história
provocado por vazamento de minério. Nesta perspectiva, um dos autores do relatório sobre
barragem de minério intitulado Mine Tailing Storage: Safety is no Accident, publicado pela
Organização das Nações Unidas (ONU), o geólogo Alex Cardoso Bastos, afirmou que "a tragédia
em Brumadinho estará, certamente, no topo dos maiores desastres com rompimento de
barragem de minério do mundo. Infelizmente, é possível que ultrapasse Stava, que foi a maior
tragédia do tipo nos últimos 34 anos". O Brasil agora é destaque na lista de tragédias do gênero,
por ser o país com o maior número de mortes, somando até agora três acidentes com perda
humana ou grave dano ambiental desde 2014, com o rompimento da barragem da Herfculano
Mineração, em Itabirito (em 2014, com três mortes).
Segundo Relatório de Segurança publicado pela Agência Nacional de Águas (ANA), 45
barragens apresentavam alto risco recentemente no país. A Mina de Córrego do Feijão, onde
estão localizadas sete barragens, produziu 8,5 milhões de toneladas de minério de ferro em
2018, que é equivalente a 2% da produção de minério de ferro da mineradora Vale. A mina faz
parte do Complexo de Paraopeba, que em 2018 a produção foi de equivalente a 27,3 milhões de
toneladas, correspondendo à aproximadamente 7% da produção da Vale. O complexo é
constituído de 13 estruturas utilizadas para disposição de rejeitos, retenção de sedimentos,
regulação de vazão e captação de água. Além das barragens, a Mina Córrego do Feijão
apresentava várias estruturas administrativas e de apoio, como centro administrativo,
refeitório e oficinas de manutenção, além de terminal de carregamento e pequena malha
ferroviária para escoamento do minério de ferro.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – AGRICULTURA BRASILEIRA ............................................................................................. 2
AGRICULTURA BRASILEIRA: DINÂMICAS TERRITORIAIS DA ECONOMIA RURAL, A ESTRUTURA FUNDIÁRIA,
RELAÇÕES DE TRABALHO NO CAMPO, A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA, ÊXODO RURAL,
AGRONEGÓCIO E A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA BRASILEIRA I.................................................................... 2
1
A palavra sesmo deriva do termo latino sex ou seximus e significa a sexta parte de alguma coisa. Como os sesmeiros ficavam com a
sexta parte da produção (embora alguns historiadores afirmem o contrário), tudo leva a crer que a palavra seja proveniente de sesmo.
As terras no Brasil não foram devidamente cultivadas basicamente por dois motivos: a
grande extensão territorial e a falta de mão de obra, logo as terras permaneciam ociosas, e
corriqueiramente eram confiscadas pelo rei.
Como o regime das sesmarias não estava dando certo no Brasil, a saída encontrada foi
criar um sistema mais atraente, que transferisse a árdua tarefa de colonização à iniciativa
particular – surge aí o sistema de capitanias hereditárias. 2
2
O sistema de capitanias hereditárias foi implantado, inicialmente, e com sucesso nas possessões portuguesas de Açores, Cabo Verde,
Madeira e São Tomé. Eram chamadas de capitanias porque seus chefes tinham o título de capitão-mor. E eram hereditárias, porque
deveriam passar de pai para filho. Os capitães-mores ficaram conhecidos também como donatários, porque recebiam as terras do rei
em caráter de doação.
O termo ‘coronel’ tem origem nos títulos que a Guarda Nacional – milícia de cidadãos
criada pelo regente Diogo Antônio Feijó em 1831 – distribuía aos proprietários de
terra e outras pessoas influentes. Em troca, a Guarda recebia ajuda para manter a
ordem pública, ameaçada pelas constantes insurreições e revoltas que
caracterizaram o período das regências (1931-1940), como a Abrilada, em
Pernambuco, da Cabanagem, no Pará, e da Farroupilha no Rio Grande do Sul. Foi um
dos meios usados pelo governo para não perder o controle sobre o país depois da
abdicação de Pedro I e antes de seu filho Pedro II ter idade suficiente para assumir o
poder.
Embora o termo ‘coronel’ tenha nascido nesse período conturbado, a origem dessa
figura remonta ao Brasil colonial, quando a presença de chefes locais era essencial
para organizar a vida das comunidades. A socióloga Maria Isaura Pereira de Queiroz
chama esse fenômeno de ‘mandonismo’, que existiria também em Portugal, na
Espanha e nos países de colonização ibérica.
Tomé de Sousa governou até 1553 sendo substituído por Duarte da Costa (1553-1558)
e este por Mém de Sá (1558-1572). Todos tiveram a preocupação de manter os colonos
ocupados em produzir gêneros agrícolas que fossem consumidos na Europa. A prioridade
continuava a ser a cana-de-açúcar.
O regime das sesmarias teve seu fim no dia 17 de julho de 1822, ano da independência do
país. Após a extinção das sesmarias, o Brasil ficou 28 anos sem nenhuma lei específica que
regulamentasse a aquisição de terras. Somente em 18 de setembro de 1850 surgiu a lei nº 601
– chamada Lei de Terras, que praticamente instituiu a propriedade privada da terra no Brasil,
determinando que as terras públicas ou devolutas só podiam ser adquiridas por meio de compra,
favorecendo os abastados proprietários rurais.
ÁREA DE ESTABELECIMENTOS
1964. Sua criação estava intimamente ligada ao clima de insatisfação reinante no meio rural
brasileiro e ao temor do governo e da elite conservadora pela eclosão de uma revolução
camponesa. Afinal, os espectros da Revolução Cubana (1959) e da implantação de reformas
agrárias em vários países da América Latina (México, Bolívia etc.) estavam presentes e bem
vivos na memória dos governantes e das elites.
No entanto, esse movimento foi praticamente aniquilado pelo regime militar instalado
em 1964. A criação do Estatuto da Terra e a promessa de uma reforma agrária foi a
estratégia utilizada pelos governantes para apaziguar os camponeses e tranquilizar os
grandes proprietários de terra. As metas estabelecidas pelo Estatuto da Terra eram
basicamente duas: a execução de uma reforma agrária e o desenvolvimento da agricultura.
Três décadas depois, podemos constatar que a primeira meta ficou apenas no papel,
enquanto a segunda recebeu grande atenção do governo, principalmente no que diz
respeito ao desenvolvimento capitalista ou empresarial da agricultura.
Portanto, o tamanho do módulo fiscal depende de cada região, sendo usado pelo IBGE
para classificar os imóveis rurais quanto ao tamanho:
Empresa Rural: imóvel explorado racionalmente, com um mínimo de 50% de sua área
agricultável utilizada e que não exceda a 600 vezes o módulo rural.
Latifúndio por exploração: imóvel que, não excedendo os mesmos limites da empresa
rural, é mantido inexplorado em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do
meio.
Latifúndio por dimensão: imóvel rural com área superior a 600 vezes o módulo rural
médio da região.
Mais tarde, em 1985, foi criado o Ministério da Reforma Agrária aplicando o Plano
Nacional de Reforma Agrária (PNRA), do governo Sarney; e, em 1988, a reforma agrária foi
inscrita na Constituição, deixando a cargo do Ministério da Agricultura a responsabilidade de
promovê-la.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma
agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia
e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do
valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua
emissão, e cuja utilização será prevista em lei.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – AGRICULTURA BRASILEIRA ............................................................................................. 2
AGRICULTURA BRASILEIRA: DINÂMICAS TERRITORIAIS DA ECONOMIA RURAL, A ESTRUTURA FUNDIÁRIA,
RELAÇÕES DE TRABALHO NO CAMPO, A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA, ÊXODO RURAL,
AGRONEGÓCIO E A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA BRASILEIRA II................................................................... 2
PRINCIPAIS REBANHOS BRASILEIROS ............................................................................................................ 4
Podemos dividir a área agrícola em dois tipos de lavoura: cultura permanente e cultura
temporária. No primeiro caso as culturas levam mais de um ano para produzir, já as
lavouras temporárias são formadas por culturas com ciclo de vida curto, que precisam ser
replantadas todos os anos. No Brasil destacamos o café, o cacau e a laranja como culturas
permanentes e a soja, o milho e a cana-de-açúcar como culturas temporárias.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – ECONOMIA BRASILEIRA .................................................................................................. 2
O COMÉRCIO: GLOBALIZAÇÃO E ECONOMIA NACIONAL, COMÉRCIO EXTERIOR, INTEGRAÇÃO REGIONAL
(MERCOSUL E AMÉRICA DO SUL), EIXOS DE CIRCULAÇÃO E CUSTOS DE DESLOCAMENTO ......................... 2
PRINCIPAIS ACORDOS E TRATADOS .............................................................................................................. 3
redirecionou as relações entre esses países, até então caracterizadas pela tradição de
rivalidade. O Mercado Comum do Sul começou a se formar em 1985, nos governos de Raul
Alfonsín (Argentina) e José Sarney (Brasil), quando os dois se encontram e assinam a ATA
DE IGUAÇU. Em março de 1991, foi assinado o Tratado de Assunção, que ampliou para
quatro o número de países participantes, incluindo o Paraguai e Uruguai.
Em 1996, o Mercosul deu o seu primeiro passo para uma possível ampliação na
integração dos países do Cone Sul; foi o acordo com o Chile e a Bolívia formando parcerias
comerciais. Este foi um importante passo no alargamento das relações comerciais do bloco.
A entrada da Venezuela como país-membro, fortaleceu o bloco, pois ela representa, em
primeiro lugar, uma potência energética, possuindo a maior reserva de petróleo e gás
natural da América do Sul e em segundo lugar a Venezuela está estrategicamente próxima
dos países da América Central, México e EUA.
Apesar de para uma enorme quantidade de produtos ainda não vigorar a TEC (Tarifa
Externa Comum), que caracteriza de fato uma união aduaneira, o bloco tem tomado
iniciativas importantes nas negociações comerciais no âmbito da OMC e com outros blocos,
como a UE, que atendam aos interesses comuns dos países do Mercosul, além de alianças
com outros países sul-americanos. Um exemplo foi o acordo assinado em 2007 com Israel
para a formação de uma zona de livre comércio. O acordo prevê para 2017 que 95% das
exportações Mercosul para Israel e 87% das importações tenham imposto zero.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – FORMAÇÃO TERRITORIAL............................................................................................... 2
FORMAÇÃO TERRITORIAL – TERRITÓRIO, FRONTEIRAS, FAIXA DE FRONTEIRAS, MAR TERRITORIAL E ZEE; 2
FRONTEIRAS ATUAIS ...................................................................................................................................... 2
PONTOS EXTREMOS - O BRASIL VAI DO OIAPOQUE AO CHUÍ? ..................................................................... 3
FRONTEIRAS ATUAIS
EQUIDISTÂNCIA
O Brasil é considerado um país equidistante, pois as distâncias entre o norte/sul
(4.394,7km) e leste/oeste (4.319,4km) são praticamente as mesmas.
Fonte: IBGE
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/imagens/imgNoticiaUpload1493846523886.jpg
A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) tem origem em sua 3ª
Conferência, encerrada em 10 de dezembro de 1982, em Montego Bay, na Jamaica. O Brasil
assinou a convenção naquela mesma data, juntamente com outros 118 países, mas só a ratificou
em 1993; a CNUDM só entrou em vigor em 16 de novembro de 1994. Nela foram definidos os
espaços marítimos: o Mar Territorial, que não deve ultrapassar o limite de 12 milhas náuticas
(MN); a Zona Contígua, adjacente ao mar territorial, cujo limite máximo é de 24 MN e é medida
a partir das linhas de base do mar territorial; a Zona Econômica Exclusiva (ZEE), medida a partir
das linhas de base do mar territorial e que não deve exceder a distância de 200 MN; e a
Plataforma Continental, que compreende o solo e o subsolo das áreas submarinas, além do mar
territorial, podendo estender-se além das 200 milhas até o bordo exterior da margem
continental. A distância máxima está limitada a 350 milhas, a contar da linha de base a partir
da qual se mede a largura do mar territorial.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – FORMAÇÃO TERRITORIAL............................................................................................... 2
ESTRUTURA POLÍTICO – ADMINISTRATIVA, ESTADOS, MUNICÍPIOS, DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
FEDERAIS; ...................................................................................................................................................... 2
DIVISÃO OFICIAL DO IBGE.......................................................................................................................... 2
ÁREA TOTAL DAS UNIDADES TERRITORIAIS DO BRASIL ................................................................................ 4
FERNANDO DE NORONHA
ser reeleito para mais quatro anos. O mesmo acontece com os governadores dos estados e os
prefeitos dos municípios.
A Constituição é a Lei Maior que rege a vida de um país, determinando, entre outros
aspectos, a organização do Estado. De acordo com a Constituição Federal de 1988, existem três
poderes da União, independentes e harmônicos entre si: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
O primeiro encarrega-se da administração e do encaminhamento das políticas públicas; o
Legislativo, constituído pelo Senado Federal e pela Câmara dos Deputados, elabora as leis do
país; e o Judiciário, responsável pelo julgamento e pela solução de conflitos, é exercido em suas
instâncias mais altas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça. Dos
três poderes, é o único cujos titulares não são eleitos pela população.
Posse de Dias Tóffoli, atual Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Brasília, 13/09/2018.
Primeira mulher a votar no Brasil, a mossoroense, Celina Guimarães Viana, em 1927, ação
promovida pelo governador que autorizou o voto feminino mesmo sendo proibido.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – FORMAÇÃO TERRITORIAL............................................................................................... 2
A DIVISÃO REGIONAL, SEGUNDO O IBGE, E OS COMPLEXOS REGIONAIS; E POLÍTICAS PÚBLICAS I; ............ 2
REGIONALIZAÇÕES..................................................................................................................................... 2
A região Sudeste agrupa os três estados mais populosos do país – São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais, além do Espírito Santo, que juntos apresentam uma população de
86.933.724 de habitantes. No Sudeste encontram-se a maior metrópole do país – São Paulo
– e a capital mais antiga do país que também ocupa a posição de 2ª metrópole nacional –
Rio de Janeiro.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – FORMAÇÃO TERRITORIAL............................................................................................... 2
A DIVISÃO REGIONAL, SEGUNDO O IBGE, E OS COMPLEXOS REGIONAIS; E POLÍTICAS PÚBLICAS II; ........... 2
COMPLEXOS GEOECONÔMICOS ................................................................................................................ 2
AMAZÔNIA..................................................................................................................................................... 2
AMAZÔNIA TRANSNACIONAL: UMA NOVA ESCALA DE AÇÃO .................................................................. 2
AMAZÔNIA LEGAL...................................................................................................................................... 3
CENTRO-SUL .................................................................................................................................................. 3
NORDESTE...................................................................................................................................................... 3
SUB-REGIÕES NORDESTINAS ..................................................................................................................... 4
POLÍGONO DAS SECAS ................................................................................................................................... 5
AMAZÔNIA
A Amazônia, imensa região que abrange o Norte e uma parte do centro do país, ainda é a
região menos povoada do Brasil, embora nas últimas décadas venha passando por um intenso
processo de povoamento. Durante vários séculos, permaneceu esquecida porque os
colonizadores não encontraram na região quase nada de importante para explorar.
Até hoje, a Amazônia apresenta grandes vazios demográficos, áreas com baixíssimas
densidades demográficas – às vezes, até menos de um habitante por quilômetro quadrado. Nela,
encontramos os mais numerosos grupos indígenas, os habitantes originais de nosso país. Em
todo caso, o povoamento vem avançando: em 1970, a densidade demográfica regional era de
0,9 hab/km² e, em 2018, já era de quase 5 hab/km².
AMAZÔNIA TRANSNACIONAL: UMA NOVA ESCALA DE AÇÃO
O novo valor estratégico atribuído à natureza amazônica tornou patente que ela não se
restringe à Amazônia Brasileira, mas, sim, envolve a extensa Amazônia sul-americana. Os
ecossistemas florestais não obedecem aos limites políticos dos países, e muitas nascentes dos
rios amazônicos localizam-se fora do território nacional. Esta situação, que em outras partes do
planeta geram conflitos geopolíticos entre nações, no caso da Amazônia pode e deve ser
fundamento para uso conjunto e complementar dos recursos em prol do desenvolvimento
regional, tal como ocorre com a formação de blocos supranacionais no mundo contemporâneo.
BECKER, Bertha K. Amazônia: geopolítica na virada do III milênio. Rio de Janeiro: Garamond,
2003.p.53.
AMAZÔNIA LEGAL
CENTRO-SUL
NORDESTE
Graves problemas sociais (pobreza, fome etc.);
Piores indicadores sociais do país;
Sub-Regiões com características diferentes.
SUB-REGIÕES NORDESTINAS
Zona da Mata: Ocupa a parte oriental da região Nordeste, área dominada pelo clima
tropical úmido (quente e chuvoso). O índice pluviométrico é de aproximadamente 2.000
mm/ano e as médias térmicas variam entre 24ºC e 26º C. O ambiente quente e úmido favoreceu
o desenvolvimento da floresta Tropical, mata exuberante e com grande diversidade de espécies.
Originalmente a floresta ocupava grande parte dessa sub-região. A Zona da Mata apresenta-se
como a região mais importante do Nordeste do ponto de vista econômico. Nela concentram-se
dois segmentos industriais: indústrias têxtil e alimentícia, agroindustriais (sobretudo usinas de
açúcar e álcool) e indústrias extrativistas minerais.
Além das atividades industriais, na Zona da Mata desenvolvem-se importantes atividades
econômicas ligadas ao meio rural, predominando os latifúndios monocultores de cana-de-
açúcar, fumo e cacau, que atendem ao consumo industrial e ao comércio exterior.
Agreste: Apresenta características naturais tanto da Zona da Mata como do Sertão, pois
nos seus trechos mais úmidos desenvolve-se a floresta Tropical, enquanto nas áreas mais secas
predomina a Caatinga.
Nessa sub-região destacam-se as pequenas e médias propriedades rurais policultoras,
que produzem principalmente mandioca, feijão, milho e hortaliças, além de criar gado para o
fornecimento de leite e seus derivados. O desenvolvimento das atividades agropecuárias no
Agreste contribuiu para o crescimento de cidades como Campina Grande (PB), Caruaru e
Garanhuns (PE) Arapiraca (AL) e Feira de Santana (BA).
Meio Norte: Formada pelos estados do Piauí e Maranhão, é uma área de transição entre o
Sertão e a Amazônia. Os índices de pluviosidade são elevados na porção oeste e diminuem em
direção ao leste e sul. Encerra a Zona dos Cocais, área de vegetação peculiar, caracterizada por
extensos babaçuais.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – POPULAÇÃO BRASILEIRA ................................................................................................ 2
DEMOGRAFIA: TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA, CRESCIMENTO POPULACIONAL, ESTRUTURA ETÁRIA,
POLÍTICA DEMOGRÁFICA............................................................................................................................... 2
DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO ................................................................................................................. 2
DENSIDADE DEMOGRÁFICA GERAL E POR REGIÃO (2010) ........................................................................... 2
ÁREAS DENSAMENTE POVOADAS E FRACAMENTE POVOADAS.................................................................... 2
CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO .................................................................................................................... 2
EXPECTATIVA DE VIDA NO BRASIL ............................................................................................................. 3
PIRÂMIDES ETÁRIAS ...................................................................................................................................... 3
PIRÂMIDES ETÁRIAS NO BRASIL (2015) ..................................................................................................... 4
CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO
No Brasil, nas últimas décadas, o declínio das taxas e crescimento vegetativo e o aumento
da expectativa de vida têm promovido mudanças aceleradas na composição etária da
população: vem aumentando a participação percentual de pessoas em idade produtiva (15
a 59 anos) e dos idosos (60 anos ou mais) e diminuindo a participação percentual dos
jovens (0 a 14 anos).
De acordo com o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em 2010, o total de habitantes no Brasil era de 190.732.694, que estão distribuídos da
seguinte forma pelas macrorregiões brasileiras:
REGIÃO POPULAÇÃO
15.865.678
Norte
53.078.137
Nordeste
80.353.724
Sudeste
27.384.815
Sul
14.050.340
Centro-Oeste
Fonte: IBGE, 2010.
PIRÂMIDES ETÁRIAS
No Brasil, temos verificado uma mudança na pirâmide etária, que tem alargado o topo, e
estreitado a base. Essas mudanças decorrem em especial da urbanização do país, que mudou
significativamente o modo de vida de grande parte dos brasileiros, principalmente com relação
aos filhos, e também garantiu avanços fundamentais a nível médico-sanitário, a participação da
mulher no mercado de trabalho etc.
A população brasileira está em transição para a fase adulta, ou madura, fato que coloca a
pirâmide etária do país em uma situação intermediária: a base é mais estreita que o corpo,
porque a taxa de natalidade está reduzida e o número de adultos já compõe a maior parte da
população do país; o topo é mais estreito que a base. No entanto com o passar do tempo e o
aumento da expectativa de vida, o número de idosos será cada vez maior, aumentando assim, o
ápice da pirâmide.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/piramide-
etaria-populacao-brasileira.htm
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – POPULAÇÃO BRASILEIRA ................................................................................................ 2
MOBILIDADE ESPACIAL (MIGRAÇÕES INTERNAS E EXTERNAS) I ................................................................... 2
IMIGRAÇÃO NO BRASIL ............................................................................................................................. 2
IMIGRAÇÃO P/ O BRASIL (1808-1970) ....................................................................................................... 2
ERA UMA CASA PORTUGUESA COM CERTEZA! ............................................................................................. 3
ITALIANOS ...................................................................................................................................................... 3
ESPANHÓIS .................................................................................................................................................... 4
ALEMÃES........................................................................................................................................................ 4
JAPONESES..................................................................................................................................................... 5
OUTROS IMIGRANTES.................................................................................................................................... 6
PARA ONDE VÃO OS BRASILEIROS? ............................................................................................................... 6
O primeiro período vai de 1808, quando era livre a importação de africanos, até 1850,
quando se decretou a proibição do tráfico. De 1850 a 1888, o segundo período é marcado por
medidas progressivas de extinção da escravatura (Lei do Ventre Livre, Lei dos Sexagenários,
alforrias e, finalmente, a Lei Áurea), em decorrência do que as correntes migratórias passaram
a se dirigir para o Brasil, sobretudo para as áreas onde era menos importante o braço escravo.
O terceiro período, que durou até meados do século XX, começou em 1888, quando, extinta a
escravidão, o trabalho livre ganhou expressão social e a imigração cresceu notavelmente, de
preferência para o Sul, mas também em São Paulo, onde até então a lavoura cafeeira se baseava
no trabalho escravo.
Após a abolição, em apenas dez anos (de 1890 a 1900) entraram no Brasil mais de 1,4
milhão de imigrantes, o dobro do número de entradas nos oitenta anos anteriores (1808-1888).
Acentua-se também a diversificação por nacionalidades das correntes migratórias, fato que já
ocorria nos últimos anos do período anterior. No século XX, o fluxo migratório apresentou
irregularidades, em decorrência de fatores externos - as duas guerras mundiais, a recuperação
europeia no pós-guerra, a crise nipônica - e, igualmente, devido a fatores internos. No começo
do século XX, por exemplo, assinalou-se em São Paulo uma saída de imigrantes, sobretudo
italianos, para a Argentina. Na mesma época verifica-se o início da imigração nipônica, que
alcançaria, em cinquenta anos, grande significação. No recenseamento de 1950, os japoneses
constituíam a quarta colônia no Brasil em número de imigrantes, com 10,6% dos estrangeiros
recenseados.
ITALIANOS
Os primeiros italianos chegaram ao Brasil em 1875, estabelecendo-se no Rio Grande do
Sul, na região serrana e também em Santa Catarina, onde o clima era mais ameno,
assemelhando-se um pouco com as regiões de onde vieram, especialmente do Vêneto (norte
italiano), de onde provinha a maior parte das famílias imigrantes. Logo após essa época, São
Paulo tornou-se o maior pólo receptor de italianos, que inicialmente se encaminharam para as
zonas cafeicultoras do interior. Em pouco tempo, entretanto, acabaram por migrar para a
capital, vindo a se constituir em importante mão de obra para a indústria que então se iniciava.
ESPANHÓIS
Depois dos portugueses e italianos, é o terceiro maior contingente imigratório do Brasil.
Fixando-se principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande
do Sul, iniciaram suas atividades em fazendas, mas acabaram por migrar para as cidades.
Atualmente, tal como os portugueses, os espanhóis têm migrado para países europeus, sendo
restrita sua participação entre os imigrantes que chegaram após 1970.
ALEMÃES
As primeiras levas de imigrantes alemães chegaram em 1824 e, desde então, deram
preferência à região Sul do Brasil, onde fundaram a colônia de São Leopoldo, no Rio Grande do
Sul. A partir de 1850, foram se instalando em Santa Catarina, sobretudo no vale do Itajaí, onde
surgiram Brusque, Joinville e Blumenau, cidades de marcantes características alemãs.
Atualmente, a cidade de São Paulo, sobretudo no bairro de Santo Amaro, e os três estados
sulinos abrigam quase a totalidade dos imigrantes alemães e seus descendentes brasileiros.
JAPONESES
A imigração japonesa teve início em 1908, quando aportou no Brasil o navio Kasato Maru,
com 165 famílias a bordo. Estabeleceram-se inicialmente no estado de São Paulo e depois no
Pará, onde se desenvolve importante núcleo produtor de pimenta-do-reino (Tomé-Açu).
Fixaram-se principalmente em colônias rurais, onde introduziram importantes inovações na
indústria de hortifrutigranjeiros. Na cidade de São Paulo, foram se concentrando num bairro —
a Liberdade —, que adquirindo características de sua cultura, perceptíveis principalmente nas
ruas e cartazes. Além disso, instalados no cinturão verde em torno da cidade, são responsáveis
pela maior parte do estabelecimento de frutas, legumes, verduras, aves e ovos para a população
da metrópole paulista. Atualmente, estima-se em mais de 1 milhão e 200 mil os japoneses e
seus descendentes até a quarta geração vivendo no Brasil.
OUTROS IMIGRANTES
Entre os eslavos, o maior destaque numérico cabe aos poloneses e ucranianos, que se
fixaram, em sua maioria, no Paraná, dedicando-se à agricultura e pecuária. Os sírio-libaneses
(árabes) distribuem-se por todo o território nacional, dedicando-se a atividades
predominantemente urbanas, como o comércio e a indústria. Vieram principalmente na
segunda metade do século XIX e na primeira década do século XXI, mais precisamente em 2006,
devido à segunda guerra do Líbano.
Os judeus, sobretudo de origem alemã e eslava, vieram para o Brasil principalmente às
vésperas e durante a Segunda Guerra Mundial dirigindo-se para o Sul e o Sudeste. Passaram a
dedicar-se, como os árabes, a atividades urbanas (especialmente comércio e indústria).
O Brasil passou a receber, durante os anos 70, um expressivo número de sul-americanos,
principalmente paraguaios, bolivianos, uruguaios, argentinos e chilenos. Nos anos 80, o fluxo
maior passou a ser de coreanos e chineses, sobretudo de Formosa, mas estes, como os latino-
americanos, vivem em boa parte clandestinamente, uma vez que sua presença é impossibilitada
por leis que estabelecem cotas máximas de imigrantes por nacionalidade. Dados da prefeitura
de São Paulo indicam que há cerca de 100 mil coreanos e descendentes vivendo no Brasil,
grande parte deles na cidade de São Paulo.
Dentre as regiões brasileiras, as que mais receberam imigrantes foram a Sul e a Sudeste,
e principalmente o estado de São Paulo, que recebeu quase a metade dos imigrantes entrados
no Brasil. Apenas na capital paulista, há imigrantes de mais de cem nacionalidades diferentes.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – POPULAÇÃO BRASILEIRA ................................................................................................ 2
MOBILIDADE ESPACIAL (MIGRAÇÕES INTERNAS E EXTERNAS) II .................................................................. 2
NOVAS TENDÊNCIAS MIGRATÓRIAS.......................................................................................................... 2
HISTÓRICO DAS MIGRAÇÕES INTERNAS NO BRASIL ..................................................................................... 2
PRINCIPAIS TIPOS DE MIGRAÇÕES INTERNAS ............................................................................................... 3
TAXA DE IMIGRAÇÃO LÍQUIDA (%) ................................................................................................................ 4
Século Características
Saída de nordestinos da Zona da Mata, rumo ao
XVI e XVII Sertão, atraídos pela expansão da pecuária.
Saída de nordestinos e paulistas rumo à região
XVIII mineradora (Minas Gerais)
Saída de mineiros rumo ao interior paulista,
atraídos pela expansão do café./Saída de
XIX nordestinos rumo à Amazônia para trabalhar na
extração da borracha
Saída de nordestinos rumo ao Centro-Oeste (Goiás)
XX – Década de 1950 para trabalhar na construção de Brasília. Este
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – POPULAÇÃO BRASILEIRA ................................................................................................ 2
MERCADO DE TRABALHO: ESTRUTURA OCUPACIONAL E PARTICIPAÇÃO FEMININA; ................................. 2
ECONOMIA E DINÂMICA SOCIAL NO BRASIL (SETORES DA ATIVIDADE) ................................................... 2
DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO POR SEXO .................................................................................................... 2
DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO PELOS GRUPOS DE SEXO, REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO,
BRASIL, 2019 (%) ............................................................................................................................................ 3
*Obs.: Hoje muitos autores falam em Setor Quinário, que seriam os serviços sem fins lucrativos,
como organizações não governamentais.
Fonte: IBGE, microdados. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2019. Tabulação: LASER/IE/UFRJ.
No Brasil, assim como em outros países, outro fator contribui significativamente para uma
menor expectativa de vida dos homens: a violência. Os homens são os principais autores e
vítimas de violência. Os homicídios e acidentes de trânsito atingem principalmente os homens
com idade entre 15 e 35 anos, contribuindo para reduzir a expectativa de vida masculina.
A alteração do papel da mulher na sociedade representa uma conquista, mas também traz
desafios, como a dupla jornada de trabalho – dentro e fora de casa. São comuns, também, os
casos em que as mulheres solteiras ou divorciadas/separadas assumem sozinhas a
responsabilidade de cuidar dos filhos e de garantir sua subsistência e formação.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – URBANIZAÇÃO BRASILEIRA ............................................................................................ 2
O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO, REDE URBANA, HIERARQUIA URBANA, REGIÕES METROPOLITANAS E
RIDES, ESPAÇO URBANO E PROBLEMAS URBANOS I .................................................................................... 2
De acordo com o Censo Demográfico de 2000, o Brasil possuía uma população urbana de
81,2%, portanto 18,8% da população ainda residiam em áreas rurais. Em 2008, de acordo com
o IBGE, 83,8% da população brasileira era urbana.
Na realidade, esses números devem ser bem diferentes, uma vez que o Brasil considera
urbano todo morador de sedes de municípios, independentemente da população total, da
densidade demográfica do local, de aspectos estruturais (como rede de esgoto, atividades
econômicas predominantes) e de outros elementos que caracterizam uma cidade. Dessa forma,
é de se imaginar que a verdadeira população urbana brasileira seja menor do que aquela
apresentada oficialmente pelo IBGE. Nesse caso, o governo se beneficia de maiores
investimentos estrangeiros (maior mão de obra urbana, apta a trabalhar em indústrias e
serviços) e maior arrecadação de impostos, já que os impostos territoriais urbanos são mais
caros do que os rurais.
HIERARQUIA URBANA
REDES URBANAS
Devido às desigualdades existentes no país, a rede urbana brasileira, que envolve as
relações entre o campo e as cidades e entre os diferentes tipos de cidades, é bastante distinta
em todas as regiões.
No Sul e no Sudeste, a rede urbana é bem elaborada, reflexo do dinamismo dos diversos
tipos de trabalho e do maior desenvolvimento industrial, que asseguraram uma rede urbana
mais intensa e complexa.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA BRASIL – URBANIZAÇÃO BRASILEIRA ..................................................................................... 2
O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO, REDE URBANA, HIERARQUIA URBANA, REGIÕES METROPOLITANAS E
RIDES, ESPAÇO URBANO E PROBLEMAS URBANOS II ................................................................................... 2
METRÓPOLE BRASILIENSE
A RIDE é constituída atualmente por 33 municípios, além de Brasília, totalizando uma
população de aproximadamente 4.560.000 habitantes, segundo estimativa do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE para o ano de 2018 (IBGE, 2018).
Com base nas contagens populacionais e TCMGA verificadas, estima-se que a população
do DF terá acréscimo superior a 600 mil habitantes na década atual.
Assim, o Distrito Federal não é um Estado, tampouco um Município, mas sim um ente
federativo sui generis. De acordo com a Constituição Federal, o Distrito Federal
desempenha tanto as competências elencadas para os Estados quanto aquelas previstas
para os Municípios.
1 As duas últimas RAs, no caso Sol Nascente/ Pôr do Sol e Arniqueria estão esperando a sanção do governador.