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CONCEITOS, HISTÓRIA E USOS DA EPIDEMIOLOGIA;

O significado etimológico do termo epidemiologia deriva do grego: epi (sobre) + demo


(população) + logos (estudo). De forma simplificada, o termo “epidemiologia” significa o estudo
sobre a população. Ou, trazendo para a área da saúde, o estudo sobre o que afeta a população.
Os primeiros registros sobre epidemiologia em saúde datam da Grécia Antiga, período em que
se acreditava que as enfermidades e seus desfechos (cura ou morte) eram consequências da
punição ou indulgência dos deuses e demônios.
Sendo contrário à essa crença, o médico grego Hipócrates, começou a analisar o processo de
adoecimento com base no pensamento racional, se afastando das teorias sobrenaturais da época,
entendendo a doença como um produto das relações complexas entre o indivíduo e o ambiente
que o cerca. Tal teoria foi perpetuada na Roma Antiga pelo médico Galeno, mas perdeu força e foi
substituída pela Teoria Miasmática ou Teoria dos Miasmas (acreditavam que a má qualidade do ar
– causada por emanação de odores fétidos de matéria orgânica em decomposição – era a causa das
doenças) que perdurou até meados do século XIX.
Durante a segunda metade do século XIX, a epidemiologia sofreu uma grande revolução a
partir dos estudos pioneiros do médico e sanitarista britânico John Snow sobre a epidemia de cólera
em Londres (1849-1854), que após estudo dos casos, ambiente e comportamento da população,
chegou à conclusão de que o consumo de água contaminada era a causa da disseminação da doença
(constatação comprovada somente 30 anos depois). Tal feito rendeu a John Snow o título de Pai da
Epidemiologia.
Os séculos XIX e XX foram marcados pela influência da microbiologia sobre a epidemiologia,
permitindo identificar os principais agentes etiológicos envolvidos na transmissão de doenças
infectocontagiosas com altas taxas de morbimortalidade (tuberculose, influenza, varíola, peste,
entre outras), possibilitando o desenvolvimento de medidas de prevenção e tratamento dessas
enfermidades.
Do final do século XX até os dias atuais, a epidemiologia se firmou enquanto ciência, baseada
em pesquisas e evidências científicas que visam a determinação das condições de saúde da
população e a busca sistemática dos agentes etiológicos das doenças ou dos fatores de risco
envolvidos no seu aparecimento.
Atualmente a epidemiologia agrupa métodos e técnicas de três áreas principais de
conhecimento (estatística, ciências biológicas e ciências sociais) e sua atuação é ampla, podendo
incluir: ensino e pesquisa em saúde; descrição das condições de saúde da população; investigação
dos fatores determinantes da situação de saúde; avaliação do impacto das ações para alterar a
situação de saúde.
No geral, a epidemiologia na saúde serve para avaliar a distribuição das doenças na população
e como ela é influenciada pelos aspectos biológicos dos indivíduos, pelos aspectos socioculturais e
econômicos de sua comunidade e pelos aspectos ambientais do seu entorno, fazendo com que o
processo saúde-doença se manifeste de forma diferenciada entre as populações.
Dentre os principais usos da epidemiologia elencam-se:
• diagnóstico da situação de saúde;
• investigação etiológica;
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• determinação de risco;
• aprimoramento na descrição do quadro clínico;
• determinação de prognósticos;
• identificação de síndromes e classificação de doenças;
• planejamento e organização de serviços;
• verificação de procedimentos diagnósticos;
• análise crítica de trabalhos científicos.

TERMOS IMPORTANTES

Surtos – processo epidêmico no qual todos os casos estão relacionados entre si no tempo e/ou no
espaço, atingindo um grupo específico de pessoas.
Endemia – a frequência de um determinado agravo à saúde em uma população apresenta padrões
regulares de variação ao longo de um determinado período (níveis endêmicos).
Epidemia – momentos em que as variações da frequência de uma doença/agravo em uma
população apresentam-se de forma irregular. Excesso de casos de uma doença ou síndrome clínica
em relação ao esperado para uma determinada área, população ou período.
Pandemias – disseminação por amplas áreas geográficas, atingindo elevada proporção da
população.
Incidência – é uma medida da ocorrência de novos casos durante um período. Enfoca apenas os
casos novos.
Prevalência – se refere a casos novos e casos existentes da doença.

TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA E EPIDEMIOLÓGICA

Tudo está em permanente mudança. Os sistemas de Saúde Pública e a Saúde Global estão em
mudança. Preparar as formas de mudança e prever o que vai suceder é uma doas condições
necessárias para agir. As mudanças demográficas, epidemiológicas, urbanas e nutricionais afetam
diretamente o processo de saúde-doença de uma população.
As transições demográficas estão relacionadas às variações nas taxas de mortalidade e
natalidade em uma dada sociedade, é uma oscilação das taxas de crescimento e variações
populacionais que começaram a ser avaliadas durante a Revolução Industrial e a consequente
constituição da sociedade moderna de consumo.
Em tempos anteriores a esse, as taxas de natalidade e mortalidade eram continuamente
elevadas, demarcando um período de relativa estabilidade demográfica. Porém, com a
modernização dos países hoje considerados desenvolvidos, houve uma melhoria significativa nos
padrões sociais de desenvolvimento, elevando a expectativa de vida e, consequentemente,
declinando as taxas de mortalidade, o que foi responsável por um súbito aumento da população em
um curto espaço de tempo.
Dividiu-se as oscilações entre mortalidade e natalidade, considerando o desenvolvimento das
sociedades industriais, em quatro estágios principais:

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• Primeiro estágio – natalidade e a mortalidade são elevadas, o que contribui para um tímido,
quase nulo, crescimento demográfico. Essa característica é predominante em países
essencialmente rurais.
• Segundo estágio – característico da modernidade, há um rápido decrescimento das taxas de
mortalidade, enquanto as taxas de natalidade demoram a cair. Crescimento populacional é
acelerado.
• Terceiro estágio – difusão de métodos contraceptivos e a queda das taxas de natalidade,
que se relacionam, sobretudo, à inclusão da mulher no mercado de trabalho. Com isso, a
fecundidade diminui e o crescimento demográfico mantém-se em um nível moderado.
Podemos dizer que o Brasil se encontra nesse período de sua evolução populacional.
• Quarto estágio – regime demográfico considerado moderno, com baixas taxas de natalidade
e mortalidade, com um crescimento demográfico próximo a zero.
Já a transição epidemiológica refere-se às mudanças ocorridas, no tempo, nos padrões de
morbidade, invalidez e morte que caracterizam uma população específica e que, em geral, ocorrem
em conjunto com outras transformações demográficas, sociais e econômicas.
Segundo Omran, em sua teoria de 1971, a humanidade teria atravessado três fases
epidemiológicas ao longo da sua história:
• Era da Fome das Pestilências – que durou desde o início dos tempos históricos até o fim da
Idade Média, foi caracterizada por altos índices de natalidade, altas taxas de mortalidade
por doenças infecciosas endêmicas e epidemias que assumiam, com frequência, caráter
pandêmico, devastando as populações. Nessa fase, a expectativa de vida estava em torno
de 20 anos e o crescimento demográfico foi lento.
• Era do Declínio das Pandemias – correspondendo historicamente ao período que vai da
Renascença até o início da Revolução Industrial, foi caracterizada pelo progressivo
desaparecimento das grandes pandemias, embora as doenças infecciosas continuassem a
ser a principal causa de morte. Nesse período verificou-se uma gradual melhora no padrão
de vida e a expectativa de vida alcançou os 40 anos. Iniciou-se um longo período de
crescimento populacional.
• Era das Doenças Degenerativas e das Causadas pelo Homem – estende-se da Revolução
Industrial até os tempos modernos. Caracterizou se por uma progressiva melhora do padrão
de vida das populações (habitação, saneamento, alimentação, educação) e um
correspondente declínio das doenças infecciosas, que se iniciou várias décadas antes do
aparecimento das sulfas e dos antibióticos e se acentuou após esses progressos da medicina.
A expectativa de vida foi aumentando até atingir os 70 anos. As principais causas de
mortalidade passaram a ser doenças cardiovasculares e as neoplasias malignas. Nessa fase,
houve uma desaceleração no crescimento demográfico.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA, SANITÁRIA E AMBIENTAL;

No campo da saúde, a vigilância está relacionada às práticas de atenção e promoção da saúde


dos cidadãos e aos mecanismos adotados para prevenção de doenças. Além disso, integra diversas

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áreas de conhecimento e aborda diferentes temas, tais como política e planejamento,
territorialização, epidemiologia, processo saúde-doença, condições de vida e situação de saúde das
populações, ambiente e saúde e processo de trabalho. A partir daí, a vigilância se distribui entre:
epidemiológica, ambiental, sanitária e saúde do trabalhador.
A vigilância epidemiológica reconhece as principais doenças de notificação compulsória e
investiga epidemias que ocorrem em territórios específicos. Além disso, age no controle dessas
doenças específicas. É um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou
prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual
ou coletiva, com a finalidade de se recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das
doenças ou agravos. Seu propósito é fornecer orientação técnica permanente para os que têm a
responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos. Tem como
funções, dentre outras: coleta e processamento de dados; análise e interpretação dos dados
processados; divulgação das informações; investigação epidemiológica de casos e surtos; análise
dos resultados obtidos; e recomendações e promoção das medidas de controle indicadas.
A vigilância ambiental se dedica às interferências dos ambientes físico, psicológico e social na
saúde. As ações neste contexto têm privilegiado, por exemplo, o controle da água de consumo
humano, o controle de resíduos e o controle de vetores de transmissão de doenças – especialmente
insetos e roedores. Visa ao conhecimento e a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos
fatores determinantes e condicionantes do ambiente que interferiram na saúde humana. Ela
recomenda e adota medidas de prevenção e controle dos fatores de risco.
As ações de vigilância sanitária dirigem-se, geralmente, ao controle de bens, produtos e
serviços que oferecem riscos à saúde da população, como alimentos, produtos de limpeza,
cosméticos e medicamentos. Realizam também a fiscalização de serviços de interesse da saúde,
como escolas, hospitais, clubes, academias, parques e centros comerciais, e ainda inspecionam os
processos produtivos que podem pôr em riscos e causar danos ao trabalhador e ao meio ambiente.
É entendida como um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e
de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, na produção e circulação de
bens e na prestação de serviços de interesse da saúde. Abrange o controle de bens de consumo e o
controle da prestação de serviços que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde. A
vigilância sanitária atua ainda na promoção da saúde, onde tem ações específicas voltadas para:
alimentação saudável, prática corporal/atividade física, prevenção e controle do tabagismo,
redução da morbimortalidade em decorrência do uso de álcool e outras drogas, redução da
morbimortalidade por acidentes de trânsito, prevenção da violência e estímulo à cultura da paz,
além da promoção do desenvolvimento sustentável.
Já a área de saúde do trabalhador realiza estudos, ações de prevenção, assistência e vigilância
aos agravos à saúde relacionados ao trabalho.
A vigilância em saúde deve estar cotidianamente inserida em todos os níveis de atenção da
saúde. A partir de suas específicas ferramentas as equipes de saúde da atenção primária podem
desenvolver habilidades de programação e planejamento, de maneira a organizar os serviços com
ações programadas de atenção à saúde das pessoas, aumentando-se o acesso da população a
diferentes atividades e ações de saúde.

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INDICADORES DE SAÚDE E EPIDEMIOLÓGICOS

Um indicador é uma ferramenta que permite a obtenção de informações sobre uma realidade,
tendo como característica principal a de poder sintetizar diversas informações, retendo apenas o
significado essencial dos aspectos analisados. Os Indicadores de Saúde servem para avaliar o cenário
epidemiológico de uma população e estimar o seu nível de desenvolvimento social e econômico a
fim de orientar decisões e ações em saúde. Já os Indicadores Epidemiológicos são importantes para
representar os efeitos das ações de saneamento - ou da sua insuficiência - na saúde humana.
A Organização Mundial da Saúde utiliza 12 componentes passíveis de quantificação para
medir o padrão de vida de uma população, sendo eles: saúde, incluindo condições demográficas;
alimentos e nutrição; educação, incluindo alfabetização e ensino técnico; condições de trabalho;
situação de emprego; consumo e economia gerais; transporte; moradia, incluindo saneamento e
instalações domésticas; vestuário; recreação; segurança social; liberdade humana.
As principais modalidades de indicadores de saúde são:
• Mortalidade / sobrevivência
• Morbidade / gravidade / incapacidade
• Nutrição / crescimento e desenvolvimento
• Aspectos demográficos
• Condições socioeconômicas
• Saúde ambiental
• Serviços de saúde

PROCESSO SAÚDE-DOENÇA E OS NÍVEIS DE PREVENÇÃO

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde de um indivíduo é definida como


um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença
ou enfermidade. O processo saúde-doença, por sua vez, representa o conjunto de relações e
variáveis que produz e condiciona o estado de saúde e doença de uma população, que se modifica
nos diversos momentos históricos e do desenvolvimento científico da humanidade.
A saúde é resultante da relação entre fatores biológicos, mentais, sociais e aspectos do
ambiente onde os indivíduos vivem e estudos comprovam que alguns dos principais fatores de risco
para doenças são passíveis de alteração por meio de mudanças do meio ambiente e dos hábitos de
vida desta população.
O meio em que uma pessoa vive e os hábitos de vida que ela adota possuem fatores
estimulantes ou determinantes para o processo saúde-doença, sabe-se que as determinantes a
seguir são cruciais para a melhora ou piora da saúde de um indivíduo: sedentarismo; tabagismo;
obesidade; alcoolismo; estresse; baixa autoestima; uso incorreto de medicamento; uso inadequado
da alimentação; problemas colaborativos, problemas preexistentes; relações interpessoais
prejudicadas; renda insuficiente; educação inadequada; disposição ineficaz de agenda para
tratamento; e problemas com os cuidadores dos parciais ou totalmente dependentes. Com isso,
percebe-se que o indivíduo é o elemento central da construção de seu próprio processo de saúde.

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Portanto, para a equipe de saúde promover a saúde do paciente deve-se conhecer a pessoa a
quem é prestado o cuidado, atitudes como ouvir e compreender recebem importância singular, bem
como os aspectos variados de sua cultura.
Saúde e doença não são estáticos ou separados, são gradientes que resultam da combinação
de inúmeros fatores que podem determinar os graus das condições de saúde. Por esse motivo, o
conceito de prevenção não pode se limitar a atividades de orientação ou a cura precoce de uma
doença isolada. Prevenir implica agir em relação aos determinantes dos problemas e não apenas
em relação aos problemas ou suas consequências. É algo feito antes que o problema aconteça e
para impedi-lo de acontecer.
A prevenção pode ser dividida em três subcategorias:
1. Prevenção primária: Onde a forma de atuação profissional está voltada para a promoção à
saúde e a proteção específica;
2. Prevenção secundária: Atua no diagnóstico precoce, tratamento adequado da doença e
limitação da invalidez;
3. Prevenção terciária: Atuação baseada na reabilitação do paciente.
Existem, pelo menos, sete níveis possíveis de atuação profissional, considerando graus das
condições de saúde do paciente:
1. ATENUAÇÃO: atenuar o sofrimento, relacionado a problemas ou danos definitivos
produzidos nos organismos. O importante é criar condições para que o organismo viva com
a dificuldade existente, tendo o menor sofrimento possível. Significa que não é possível
eliminar o problema existente, mas apenas reduzir alguma quantidade do sofrimento
relacionado com ele.
2. COMPENSAÇÃO: compensar o dano produzido nas condições de saúde, por meio do
desenvolvimento de outras capacidades que permitam obter benefícios que "compensam"
o dano apresentado pelo organismo.
3. REABILITAÇÃO: reabilitar ou reduzir danos produzidos nas condições de saúde dos
organismos, melhorando o máximo possível o que o organismo pode conseguir realizar.
4. RECUPERAÇÃO: eliminar ou corrigir danos produzidos na qualidade das condições de saúde
dos organismos, para voltar ao nível de saúde do organismo antes do problema aparecer.
5. PREVENÇÃO: impedir a existência de danos nas características das condições de saúde
existentes. Não se trata mais de agir em relação aos problemas, mas sobre a probabilidade
de ocorrência desses fatos. É preciso atuar em relação aos fatores que determinam o
problema.
6. MANUTENÇÃO: manter as características adequadas nas condições de saúde, preservando
e conservando as condições responsáveis pela ocorrência de níveis satisfatórios de saúde.
7. PROMOÇÃO: melhorar as condições de saúde existentes e propor novas tecnologias que
garantam melhorias nas condições de saúde.

DOENÇAS NA EPIDEMIOLOGIA
Doenças Transmissíveis
• Tuberculose
• Hanseníase
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• HIV/AIDS
• IST’s

Doenças Não-Transmissíveis
• Hipertensão
• Diabetes
• Câncer

Doenças Imunopreveníveis
• Coqueluche
• Difteria
• Caxumba
• Influenza
• Meningite por H. Influenza
• Poliomielite
• Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita
• Tétano Acidental e Tétano Neonatal
• Sarampo

Doenças Transmitidas por Vetores e Ectoparasitas


• Dengue
• Doença de Chagas
• Febre Amarela
• Amebíase
• Ascaridíase
• Ancilostomíase
• Enterobíase
• Escabiose

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA FILHO, N.; ROUQUAYROL, M. Z. Fundamentos metodológicos da epidemiologia. In: ROUQUAYROL,


M. Z. (Org.). Epidemiologia & saúde. Rio de Janeiro: MEDSI, 1993. p. 157-83.

BRAGA, J. U.; WERNECK, G. L. Vigilância epidemiológica. In: MEDRONHO, R. de A. et al. Epidemiologia. 2. ed.
São Paulo: Atheneu, 2009. cap. 5, p. 103-122.

FAÇANHA, M. C. Doenças emergentes e reemergentes. In: ROUQUAYROL M. Z., GURGEL, M. (Orgs.).


Epidemiologia & saúde. 7. ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2013. cap. 12, p. 235–252.

LUCCI, E. A., et al. Território e sociedade no mundo globalizado: Geografia Geral e do Brasil. São Paulo:
Saraiva, 2005.
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PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO – PNI
Introdução
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é um dos maiores programas de vacinação do
mundo, e nos últimos 49 anos levou o Brasil a eliminação e controle de várias doenças
imunopreveníveis. Ele é responsável por elaborar a política de vacinação do Brasil, desde a compra
das vacinas de rotina até a definição do público que será imunizado. E tem como diretriz e objetivo
reduzir e prevenir riscos e agravos à saúde da população por meio das ações de vigilância, promoção
e proteção, com foco na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, acidentes e violências,
no controle das doenças transmissíveis e na promoção do envelhecimento saudável.
Ele oferece, de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), 17 vacinas para crianças,
sete para adolescentes, cinco para adultos e idosos e três para gestantes. Todas fazem parte do
Calendário Nacional de Vacinação, um documento que estabelece a aplicação das vacinas de rotina
para cada fase da vida.
O PNI foi criado em 1973, com o objetivo de reduzir a transmissão de doenças
imunopreveníveis, ocorrência de casos graves e óbitos, com fortalecimento de ações integradas de
vigilância em saúde para promoção, proteção e prevenção em saúde da população brasileira.
Atualmente é responsável por definir a política de vacinação do País, desde a aquisição dos
imunobiológicos até a sua disponibilização nas salas de vacinação, estabelecimento de normas e
diretrizes sobre as indicações e recomendações da vacinação em todo o Brasil, incluindo o
Calendário Nacional de Vacinação e o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a
Covid-19 (PNO).
Para que qualquer vacina seja incorporada ao Calendário Nacional de Vacinação do PNI, é
necessária uma avaliação técnica, considerando vários aspectos, como a situação epidemiológica, o
comportamento da doença ao longo do tempo e o tipo de vacina. Esse processo também passa pela
análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

Tipos de Vacinas
• Vacinas Vivas Atenuadas – BCG (a única vacina de bactéria viva atenuada), rotavírus, Febre
Amarela, SCR/Tríplice Viral, SCRV/Tetra Viral – (substituída por Tríplice Viral+Varicela,
atualmente), Varicela e VOP. Nelas o microrganismo, obtido a partir de indivíduo ou animal
infectado, é atenuado para diminuir o seu poder infeccioso. Porém, mantém a capacidade de se
multiplicar no organismo do indivíduo vacinado (não causando doença) e induz uma resposta
imunitária adequada. A desvantagem é o risco de poder induzir sintomas da doença que se pretende
evitar e o risco de infecção em imunodeprimidos, assim como infecção fetal (nos casos de vacinação
de gestantes).
• Vacinas Mortas ou Inativadas – Influenza, Hepatite A, Raiva e VIP. Nas vacinas inativadas, os
microrganismos são mortos por agentes químicos. Há uma incapacidade do agente infeccioso se
multiplicar no organismo, mantendo as suas características imunológicas. Estas vacinas têm como
desvantagem ser menos “competentes”, o que por vezes requer a necessidade de associar
adjuvantes ou proteínas transportadoras e a necessidade de administrar várias doses de reforço.
• Vacinas Combinadas – Tríplice Viral, Tetra Viral, DTP. São aquelas constituídas por vários
imunógenos (antígenos) diferentes no mesmo frasco, ou seja, previne contra mais de uma doença.
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• Vacinas Conjugadas – Hepatite B, Meningo C, Pneumo 10. São vacinas que combinam
antígeno polissacarídeo a uma proteína para aumentar sua imunogenicidade, tornando-a timo-
dependente, isto é, capaz de induzir memória imunológica, gerando uma resposta de longa duração
dos anticorpos.
• Vacina Recombinante – Hepatite B, COVID-19. Obtida por engenharia genética, por inserção
de um gene que produz uma proteína imunogênica em um microrganismo.
• Vacina Acelular – DTPa. É constituída por proteínas purificadas, por este motivo são menos
reatogênicas em contraposição à vacina bacteriana de células inteiras. É importante considerar
ainda que, em geral, vacinas mais reatogênicas são também mais eficazes.
Contraindicações Gerais à Vacinação
• Eventos adversos graves após o recebimento de dose anterior
• Hipersensibilidade (reação anafilática) aos componentes dos produtos

Contraindicações na Utilização de Vacinas Vivas Atenuadas


• Neoplasia maligna
• Imunodeficiência congênita ou adquirida
• Gravidez

Situações em que se Recomenda Adiar a Vacinação


• Doenças febris agudas moderadas ou graves (até o fim dos sintomas)
• Tratamento com corticoesteroides em dose imunossupressora (30 dias após o fim do
tratamento)
• Quimioterapia antineoplásica, radioterapia (3 meses após a suspensão do tratamento)
• Transplantados de medula óssea (12 a 24 meses após o transplante)

Falsas Contraindicações à Vacinação


• Doença aguda benigna sem febre
• Prematuridade ou baixo peso ao nascer (exceto para BCG)
• Reações locais em dose anterior
• Diagnósticos clínicos prévios de doença
• Doença neurológica estável ou pregressa com sequela presente
• Antecedente familiar de convulsão ou morte súbita
• Alergias leves a moderadas a algum componente da vacina
• História de alergia não específica, individual ou familiar
• História familiar de evento adverso à vacinação
• Uso de antibiótico e antiviral
• Tratamento com corticoesteroides em dose não imunossupressora
• Quando o usuário é contato domiciliar de gestante
• Convalescença de doenças agudas
• Internação hospitalar (exceto para VOP)
• Período de amamentação
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TÉCNICAS DE TRANSPORTE, ARMAZENAMENTO E CONSERVAÇÃO DE VACINAS E REDE DE FRIO;
Geladeira Doméstica da Sala de Vacinas
Fazer degelo a cada 15 dias ou quando a camada de gelo atingir 0,5 cm. É recomendado:
transferir todas as vacinas para outra geladeira ou para caixa térmica; desligar a tomada e abrir as
portas da geladeira e do congelador, até que todo o gelo aderido se desprenda; NÃO MEXER NO
TERMOSTATO DURANTE A LIMPEZA; utilizar um pano umedecido em solução de água com sabão
neutro, ou sabão de coco; não jogar água no interior do refrigerador. Após a limpeza recolocar as
garrafas e o gelo reciclável e manter fechada por uma hora. Quando a mesma estiver entre +2ºC e
+8°C recolocar as vacinas e soros nos seus devidos lugares.

A temperatura requer ser monitorada diariamente e anotado no


mapa de temperatura. O visor identificado com IN (dentro) =
temperatura do ambiente interno; o visor identificado com OUT
(fora) = temperatura do exterior do equipamento. No visor “IN”:
MOMENTO (MOM): observar o visor e registrar (NÃO aparecerá os
indicativos MAX ou MIN) no mapa de temperatura; MÁXIMA:
pressionando o botão uma vez aparecerá o indicativo MAX –
registrar no mapa; MÍNIMA: pressionando mais uma vez aparecerá
o indicativo MIN – registrar no mapa.

• No evaporador (congelador) colocar gelo reciclável na


posição vertical. Esta norma contribui para a elevação
lenta da temperatura, oferecendo proteção aos
imunobiológicos na falta de energia elétrica ou defeito do
equipamento;
• Na primeira prateleira devem ser colocadas as vacinas
que podem ser submetidas à temperatura negativa
(contra poliomielite, sarampo, febre amarela, rubéola,
tríplice viral) dispostas em bandejas perfuradas para
permitir a circulação de ar;
• Na segunda prateleira devem ser colocadas as vacinas
que não podem ser submetidas à temperatura negativa
(dT, DTP, Hepatite B, Hib, influenza, TT e BCG), também
em bandejas perfuradas ou nas próprias embalagens do
laboratório produtor;
• Na segunda prateleira, no centro, colocar termômetro
de máxima e mínima na posição vertical, em pé;
• Na terceira prateleira pode-se colocar os diluentes,
soros ou caixas com as vacinas conservadas entre +2 e
+8ºC, tendo o cuidado de permitir a circulação do ar entre
as mesmas, e entre as paredes da geladeira;
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• Retirar todas as gavetas plásticas e suportes que existam na parte interna da porta, e no lugar da
gaveta grande preencher toda parte inferior exclusivamente com 12 garrafas de água com corante,
que contribuem para a lenta elevação da temperatura interna da geladeira. Essa providência é de
vital importância para manter a temperatura da geladeira quando ocorrer falta de energia ou
defeito no equipamento. A porta do evaporador e a bandeja coletora sob este deverão ser mantidas.
Não devem ser usadas bobinas de gelo reciclável como substitutas das garrafas.

Caixas Térmicas
Na sala de vacinação, recomenda-se o uso de caixa
térmica de poliuretano com capacidade mínima de 12
litros com visor de temperatura ou termômetro de cabo
extensor.
Para ambientar as caixas é necessário colocar as
bobinas reutilizáveis no fundo e nas laterais internas da
caixa; posicionar o sensor do termômetro no centro da
caixa, monitorando a temperatura até atingir o mínimo
de 1ºC; acomodar os imunobiológicos no centro da
caixa em recipiente plástico para melhor organização e
identificação; IMPRESCINDÍVEL O MONITORAMENTO
CONTÍNUO DA TEMPERATURA; trocar as bobinas
reutilizáveis sempre que necessário; manter a caixa
térmica fora do alcance da luz solar direta e distantes
das fontes de calor; ao final do expediente, retornar as bobinas para
congelamento; lavar e secar cuidadosamente as caixas, mantendo-
as abertas até que estejam completamente secas; guardá-las
abertas e em local ventilado.
Antes de utilizar as bobinas reutilizáveis é necessário retirá-las
do freezer; colocá-las sobre uma mesa, pia ou bancada, até que
desapareça a “névoa”; após o desaparecimento da “névoa” e a
confirmação da temperatura (1ºC), com um termômetro, colocá-las
nas caixas; mensurar a temperatura interna da caixa antes de
colocar as vacinas em seu interior.

TÉCNICAS DE IMUNIZAÇÃO/VACINAÇÃO E APLICAÇÃO DE IMUNOBIOLÓGICOS;

VACINA BCG
• Doença evitada: Formas graves de tuberculose (meníngea e miliar) (e pode reduzir em até
50% o risco de adquirir Hanseníase).
• Apresentação: ampolas com múltiplas doses + diluente específico para a vacina.
• Composição: Bacilo de Calmette & Guérin vivo atenuado.
• Esquema: Ao nascer, de preferência nas primeiras 12 horas de vida. Dose única.
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• Administração: Intradérmica, inserção inferior do deltoide direito. Seringa de 1 ml e agulha
13x3,8 ou 13x4,5. RN e crianças menores de um ano de idade = 0,05 ml/via intradérmica.
Pessoas a partir de um ano de idade = 0,1 ml.
• Particularidades: Não vacinar crianças menores de 2kg. Não revacinar caso não haja cicatriz.
• Eventos Adversos: Úlcera maior que 1 cm; Abcesso subcutâneo frio ou quente; Granuloma;
Linfadenopatia regional; Cicatriz queloide; Reação lupoide.

VACINA HEPATITE B
• Doença evitada: Hepatite B
• Apresentação: ampola monodose ou múltiplas doses diluída.
• Composição: recombinação do DNA do gene HBsAg.
• Esquema: Ao nascer – 1 dose até 30 dia após o nascimento (esquema será completado com
a pentavelente); A partir dos 7 anos de idade e Gestantes – 3 doses de HB com intervalo 0 -
1 - 6.
• Administração: Via Intramuscular (IM). Vasto lateral da coxa direita para crianças menores
de 2 anos de idade e músculo deltoide para adultos. Avaliar a massa muscular para escolha
adequada da agulha. Menores de 20 anos, geralmente, 0,5ml; maiores de 20 anos, 1ml.
• Eventos Adversos: Locais: dor, enduração e rubor. Sistêmicos: febre, irritabilidade, fadiga,
tontura, cefaleia, desconforto gastrointestinal. Púrpura trombocitopênica e reações de
hipersensibilidade tipo anafilaxia são raras.

VACINA ROTAVÍRUS HUMANO – VORH


• Doença evitada: Diarreia por Rotavírus.
• Apresentação: Bisnaga plástica transparente contendo uma dose de 1,5 ml.
• Composição: vírus isolados de humanos e atenuada.
• Esquema: 1° dose aos 2 meses (1ª dose: a partir de 1 mês e 15 dias até 3 meses e 15 dias);
2ª dose aos 4 meses (2ª dose: a partir de 3 meses e 15 dias até 7 meses e 29 dias). Atentar
para o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.
• Administração: 1,5 ml, exclusivamente por via oral.
• Particularidades: Não repetir a dose se a criança regurgitar, cuspir ou vomitar após a vacina.
Contraindicada em casos de má-formação gastrointerstinal. Se vômito, diarreia ou febre
antes da vacinação é orientado o adiamento da dose.
• Eventos Adversos: Febre, tosse, diarreia, vômitos, irritabilidade, perda de apetite.
Invaginação Intestinal (mesmo não tendo relação causal com a VORH utilizada no Brasil todo
caso deve ser notificado e investigado).

VACINA INATIVADA POLIOMIELITE – VIP


• Doença evitada: Poliomielite.
• Apresentação: frascos contendo 10 doses ou em seringa preenchida (unidose).
• Composição: Três sorotipos de poliovírus inativados (Tipos I, II e III).
• Esquema: Uma dose aos 2, 4 e 6 meses.
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Imunização – Prof.ª Carynnie Kéthiley Andrade Passos
• Administração: 0,5 ml por via intramuscular. Vasto lateral da coxa direita ou região
ventroglútea e para crianças maiores, o músculo deltoide.
• Eventos Adversos: Eritema, enduração e hiperestesia. Febre moderada e reações de
hipersensibilidade tipo anafilaxia são raras.

VACINA PENTAVALENTE
• Doença evitada: Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B e infecções por Haemophilus
Influenzae tipo B.
• Apresentação: suspensão injetável apresentada em ampola contendo 1 dose de 0,5 ml.
• Composição: Suspensão celular inativada, toxoides e antígenos.
• Esquema: 3 doses a partir de 2 meses de idade, com intervalo de 60 dias (mínimo de 30 dias).
A terceira dose não deverá ser administrada antes dos 6 (seis) meses de idade. Os reforços
aos 15 meses e aos 4 anos de idade serão realizados com a vacina DTP.
• Administração: 0,5 ml, via intramuscular profunda no vasto lateral da coxa.
• Eventos Adversos: Locais: dor, calor, enduração, eritema, formação de abcesso no local de
aplicação que pode ser frio ou quente; Sistêmicos Leves: febre, agitação, vômito, anorexia,
choro persistente, mal estar geral e irritabilidade. Sistêmicos Moderados e Graves: episódio
hipotônico hiporresponsivo (até 48 horas), convulsão (até 72 horas), encefalopatia (dentro
de 07 dias), reações imuno-alérgicas (mais de 2 horas até dias) e apneia (primeiras 48 horas).

VACINA ORAL POLIOMIELITE – VOPb


• Doença evitada: Poliomielite.
• Apresentação: suspensão líquida, frascos com múltiplas doses (25 doses).
• Composição: dois sorotipos de poliovírus atenuados (Tipos I e III).
• Esquema: Primeiro reforço aos 15 meses e segundo reforço aos 4 anos de idade.
• Administração: 2 gotas, exclusivamente por via VO.
• Particularidades: Não repetir a dose se a criança regurgitar, cuspir ou vomitar após a vacina.
• Eventos Adversos: Poliomielite associada à vacina (1/2,4 a 13 milhões de doses aplicadas),
meningite asséptica e encefalite, reação de hipersensibilidade, poliovírus derivado da vacina.

VACINA PNEUMOCÓCICA 10 CONJUGADA


• Doença evitada: Doenças causadas pelo Pneumococo (Pneumonia, Otite e Meningite).
• Apresentação: ampola de vidro, unidose, com 0,5 ml.
• Composição: 10 (dez) sorotipos: 1,4,5,6B,7F,9V, 14, 18C, 19F, 23F conjugada com a proteína
D de Haemophilus influenzae para oito dos seus sorotipos.
• Esquema: Primeira dose aos 2 meses e segunda dose aos 4 meses de idade, com intervalo
de 60 dias entre as doses, mínimo de 30 dias. O reforço deve ser administrado aos 12 meses
de idade, podendo ser feito até 4 anos, 11 meses e 29 dias.
• Administração: 0,5 ml, por via IM, vasto lateral da coxa direita ou região ventroglútea.
• Particularidades: Crianças entre 12 meses a menores de 5 anos sem comprovação vacinal
receberão dose única.
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• Eventos Adversos: Muito comum: sonolência perda de apetite, dor, rubor, edema no local
da injeção e febre. Irritabilidade. Comuns: enduração no local da injeção e febre. Incomum:
apneia em bebês muito prematuros (≤28 semanas de gestação) diarreia, vômito, hematoma,
hemorragia e nódulo no local da injeção e febre alta; choro anormal. Raros: convulsões
febris, rash, reações alérgicas.

VACINA MENINGOCÓCICA C CONJUGADA


• Doença evitada: Doença invasiva causada por Neisseria meningitidis do sorotipo C.
• Apresentação: Dois frascos ampola, um contém o antígeno (pó) e outro contém 0,8 ml de
diluente. A solução é preparada antes do uso. Monodose.
• Composição: Oligossacarídeo meningocócico C, conjugado com proteína CRM197 de
Corynebacterium diphteriae.
• Esquema: Duas doses – aos 3 e 5 meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses,
mínimo de 30 dias. A dose de reforço deve ser administrada aos 12 meses de idade podendo
ser feita até os 4 anos, 11 meses e 29 dias.
• Administração: 0,5 ml por via IM profunda, vasto lateral da coxa em crianças menores de 2
anos, para crianças maiores, no deltoide.
• Particularidades: Crianças entre 12 meses a menores de 5 anos sem comprovação vacinal
receberão dose única.
• Eventos Adversos: Vertigem, pirexia, cefaleia, náuseas, vômitos e desmaios. Foram
relatados raros casos de broncoespasmo, edema facial e angioedema. Convulsões, mialgia e
artralgia.

VACINA FEBRE AMARELA


• Doença evitada: Febre amarela.
• Apresentação: frasco de múltiplas doses, acompanhado de diluente.
• Composição: vírus vivo atenuado.
• Esquema: Dose inicial aos 9 meses idade; Dose de reforço aos 4 anos de idade.
• Administração: 0,5 ml, por via subcutânea. Região posterior do braço ou tríceps braquial
esquerdo.
• Particularidades: Considerar vacinada a pessoa com pelo menos uma dose de vacina a partir
dos 9 meses de idade.
• Eventos Adversos: Locais: Dor, eritema, enduração, edema e/ou vermelhidão extensos,
linfadenopatia, limitação de movimentos acentuada e duradoura. Sistêmicos gerais: Febre,
cefaleia e mialgia. Reações de hipersensibilidade são raras. Manifestações neurológicas
variadas (meningismo, convulsão, paresia). Encefalite é raríssima. Doença Viscerotrópica
Aguda (DVA).

VACINA HEPATITE A
• Doença evitada: Infecção pelo vírus da Hepatite A.
• Apresentação: ampola em doses individuais.

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• Composição: o antígeno do vírus da Hepatite A.
• Esquema: dose única em crianças de 15 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade.
• Administração: 0,5 ml por via intramuscular profunda. Antero vasto lateral da coxa.
• Eventos Adversos: Reações locais: sensibilidade, vermelhidão, inchaço. Reações sistêmicas:
fraqueza/cansaço, febre, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia, dor de garganta,
resfriado, dor de cabeça e dor muscular.

VACINA TRÍPLICE VIRAL


• Doença evitada: Sarampo, Caxumba e Rubéola.
• Apresentação: multidoses e acompanhada do respectivo diluente.
• Composição: vírus vivo atenuado do Sarampo, da Caxumba e da Rubéola.
• Esquema: De 12 meses a 29 anos: 2 doses, conforme situação vacinal encontrada.
Administrar a 1ª dose aos 12 meses de idade com a vacina tríplice viral e a 2ª dose a partir
de 15 meses de idade com a vacina tetra viral, para as crianças que já tenham recebido a 1ª
dose da vacina tríplice viral. De 30 até 59 anos: administrar 1 dose, conforme situação vacinal
encontrada. Profissionais de saúde independente da idade: administrar 2 doses, conforme
situação vacinal encontrada, observando o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.
• Administração: 0,5 ml, por via subcutânea, região posterior do braço ou tríceps braquial
direito.
• Particularidades: Considerar vacinadas as pessoas que apresentarem comprovação de duas
doses das vacinas tríplice viral, tetra viral ou dupla viral entre 1 a 29 anos e profissionais da
saúde, ou uma dose acima dos 30 anos de idade. Não administrar em crianças menores de 6
meses e gestantes.
• Eventos Adversos: Ardência, hiperestesia, eritema, enduração (1º dia); Febre ≥ 39,5°C e
cefaleia, irritabilidade, febre baixa, conjuntivite e/ou manifestações catarrais (5º ao 12º
dias); Exantema (7º ao 10º dia), linfadenopatia (7º ao 21º dias). Eventos raros:
Manifestações neurológicas; Púrpura trombocitopênica; Reação anafilática; Artralgia e/ou
artrite (1 a 3 semanas após); Parotidite, pancreatite, orquite e ooforite (10º ao 21º dias).

VACINA TETRA VIRAL


• Doença evitada: Sarampo, Caxumba, Rubéola e Varicela.
• Apresentação: monodose, acompanhada do respectivo diluente.
• Composição: vírus vivo atenuado do Sarampo, Caxumba, Rubéola e Varicela.
• Esquema: 1 dose aos 15 meses de idade, em crianças que já tenham recebido a 1ª dose da
vacina tríplice viral (corresponde a uma dose de varicela e a 2ª dose da tríplice viral). Esta
vacina poderá ser administrada em crianças que tenham até 4 anos, 11 meses e 29 dias de
idade, que tenham a 1ª dose da vacina tríplice viral, considerando intervalo mínimo de 30
dias.
• Administração: 0,5 ml, via subcutânea, região posterior do braço ou tríceps braquial direito.
• Eventos Adversos: Febre, exantema semelhante ao sarampo (5 a 12 dias após a vacina),
convulsão febril, varicela pós-vacinação.

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VACINA VARICELA MONOVALENTE
• Doença evitada: Varicela.
• Apresentação: monodose, acompanhada do respectivo diluente.
• Composição: vírus da varicela-zóster (VZV) vivo atenuado.
• Esquema: 4 anos até 6 anos, 11 meses e 29 dias de idade: administrar a 2ª dose com a vacina
varicela monovalente, com intervalo mínimo de 30 dias da dose anterior. Indígenas a partir
dos 7 anos de idade não vacinados ou sem comprovação vacinal e Profissionais de saúde
não vacinados e que trabalham na área assistencial, especialmente em contato com pessoas
imunodeprimidas e os da área de pediatria: devem receber 1 ou 2 doses da vacina varicela
(atenuada), a depender do laboratório produtor.
• Administração: 0,5 ml, via subcutânea. Região posterior do braço.
• Eventos Adversos: Locais: dor, rubor e hiperestesia nas primeiras horas após a aplicação são
as mais comuns. Sistêmicos: febre (pode ocorrer até 40 dias após a vacinação); Varicela pós-
vacinação (leve). Raramente podem ocorrer: encefalite, ataxia, eritema polimorfo e
anafilaxia.

VACINA DTP
• Doença evitada: Difteria, Tétano e Coqueluche.
• Apresentação: frasco de multidoses.
• Composição: Toxoides e suspensão celular inativada.
• Esquema: Administrar 2 reforços, um aos 15 meses e o outro aos 4 anos de idade;
administrar o primeiro reforço com intervalo mínimo de 6 meses após a última dose do
esquema básico com pentavalente (três doses).
• Administração: 0,5 mL, via intramuscular profunda. Vasto lateral da coxa esquerda.
• Particularidades: Não administrar acima de 7 anos de idade. Considerar intervalo mínimo de
6 meses entre os reforços. Criança com 6 anos sem nenhuma dose de reforço, administrar o
1º reforço. Na impossibilidade de manter o intervalo de 6 (seis) meses entre as doses de
reforços, agendar dT para 10 anos após esse primeiro reforço. Na indisponibilidade da vacina
DTP, como dose de reforço administrar a vacina pentavalente.
• Eventos Adversos: Leves: febre, agitação, vômito, anorexia, choro persistente, mal estar
geral e irritabilidade. Moderados e Graves: episódio hipotônico hiporresponsivo (até 48
horas), convulsão (até 72 horas), encefalopatia (dentro de 07 dias), reações imunoalérgicas
(mais de 2 horas até dias) e apneia (primeiras 48 horas).

VACINA DUPLA ADULTO – dT


• Doença evitada: Difteria e Tétano.
• Apresentação: frasco multidoses.
• Composição: Toxoides diftéricos e tetânicos.
• Esquema: a partir de 7 anos de idade: esquema incompleto – completar o esquema com um
total de 3 doses, considerando as doses anteriores, com o intervalo de 60 dias entre as doses,

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mínimo de 30 dias. Sem comprovação vacinal: 3 doses com o intervalo de 60 dias entre as
doses, mínimo de 30 dias. Gestantes: administrar a vacina considerando o histórico vacinal.
Esta vacina pode ser administrada a partir da comprovação da gravidez, em qualquer período
gestacional. Reforço: Indivíduos a partir de 7 anos de idade com esquema vacinal completo
–uma dose a cada 10 anos após a última dose.
• Administração: 0,5 ml, via intramuscular profunda. Músculo deltoide.
• Particularidades: após completar o esquema básico administrar o reforço a cada 10 anos
após a última dose.
• Eventos Adversos: comuns: dor, rubor, calor, enduração; Intensas: dor intensa, edema,
enduração e hiperemia extensa (até por toda a face lateral do braço), prurido ou ardor local,
com melhora parcial após três dias e completa depois de uma semana. Impotência funcional
temporária. Eventos sistêmicos comuns: febre, mialgia, indisposição, geralmente leves e
transitórias não durando mais que 24 horas. Raros: Reação de Arthus, anafilaxia, mono e
polineurite, Síndrome de Guillain Barré.

VACINA MENINGOCÓCICA ACWY CONJUGADA


• Doença evitada: Doença Meningocócica e suas manifestações (meningite, artrite séptica,
pericardite, pneumonia e septicemia) causadas pela Neisseria meningitidis dos sorotipos
ACWY.
• Apresentação: ampola (pó) com oligossacarídeos do sorogrupo A + diluente com
oligossacarídeos do sorogrupo C, W-135 e Y.
• Composição: oligossacarídeos do sorogrupo A, C, W-135 e Y.
• Esquema: Adolescentes na faixa etária de 11 a 12 anos: Administrar 1 dose da vacina,
independentemente de ter recebido anteriormente a vacina Meningocócica C.
• Administração: 0,5 ml por via IM profunda, deltoide.
• Eventos Adversos: Locais: dor, hiperemia e edema. Sistêmicos: febre, irritabilidade,
sonolência, diminuição do apetite, cefaleia e sintomas gastrointestinais. Raramente podem
ocorrer: reações de hipersensibilidade como anafilaxia e reações neurológicas (crise
convulsiva geralmente relacionada à febre). Síncope: geralmente em adolescentes e adultos
jovens.

VACINA PAPILOMA VÍRUS HUMANO RECOMBINANTE – HPV


• Doença evitada: Infecção causada pelo Papiloma Vírus Humano tipos 6, 11, 16 e 18. A fim
de prevenir contra o câncer do colo do útero e vulva nas mulheres, câncer de pênis nos
homens, verrugas e lesões ano genitais pré cancerosas e câncer de boca/orofaringe em
ambos os sexos.
• Apresentação: Frascos em doses individuais.
• Composição: vacina quadrivalente recombinante inativada.
• Esquema: 2 doses, no esquema 0, 6 meses. Meninas e adolescentes do sexo feminino de 9
a 14 anos de idade e adolescentes masculinos de 11 a 14 anos.

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• Administração: 0,5 ml, por via intramuscular profunda. Músculo deltoide ou vasto ântero
lateral da coxa.
• Eventos Adversos: Reações locais: dor no local de aplicação, edema e eritema de intensidade
moderada. Manifestações sistêmicas: cefaleia, febre 38°C ou mais, síncope. Atenção
especial: episódio hipotônico hiporresponsivo, convulsão atônica, intoxicação exógena.

VACINA dTpa (acelular) - Gestantes


• Doença evitada: Difteria, tétano e Coqueluche. Proteger o recém-nascido pela transferência
de anticorpos maternos, nos primeiros meses de vida, até que se inicie o esquema vacinal
da criança.
• Apresentação: monodose acondicionada em seringa própria.
• Composição: toxoides, combinada com Bordetela Pertussis.
• Esquema: 1 dose, a partir da 20ª semana gestacional, para complementação do esquema
básico da vacina dT e como dose de reforço a cada gestação.
• Administração: 0,5 ml por via intramuscular profunda, músculo deltoide.
• Particularidades: Gestantes que não foram vacinadas durante a gravidez, aplicar 1 dose de
dTpa no puerpério (até 45 dias após o parto).
• Eventos Adversos: Reações locais: dor, enduração (enrijecimento do local da aplicação) e
hiperemia; Reações sistêmicas: temperatura axilar maior o igual a 40ºC, convulsões febris e
episódios hipotônicos hiporresponsivos; Reações alérgicas: anafilaxia é rara; Manifestações
neurológicas: neuropatia do plexo braquial, síncope.

VACINA INFLUENZA
• Doença evitada: Influenza sazonal ou gripe.
• Apresentação: Seringa preenchida, frasco unidose ou multidose.
• Composição: Cepas inativadas cultivadas em ovos de galinha embrionados.
• Esquema: Crianças entre 6 meses a 2 anos, 11 meses e 29 dias primovacinadas: administrar
02 doses (0,25 ml) com intervalo de 30 dias. Para as crianças que já receberam uma ou mais
doses da vacina influenza anteriormente, devem receber apenas uma dose recomendada
para a idade, ou seja, 0,25 ml; Criança a partir de 3 anos até 8 anos, 11 meses e 29 dias
primovacinadas: administrar 02 doses (0,5 ml) com intervalo de 30 dias. Para as crianças que
já receberam uma ou mais doses da vacina influenza anteriormente, devem receber apenas
uma dose recomendada para a idade, ou seja, 0,5 ml; Criança a partir de 9 anos e adultos:
01 dose (0,5 ml).
• Administração: 0,5 ml, via intramuscular ou subcutânea. Músculo deltoide ou vasto ântero
lateral da coxa.
• Eventos Adversos: Locais: dor local, eritema e enduração. Sistêmicos: Febre, mialgias,
cefaleia. Raras: Reações anafiláticas e Síndrome de Guillain Barré (associação temporal).

VACINA PNEUMOCÓCICA 23 (POLISSACARÍDICA)


• Doença evitada: Infecções causadas pelo Pneumococo.

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• Apresentação: Frascos com doses individuais.
• Composição: antígenos polissacarídicos purificados, não conjugados, com 23 sorotipos do
pneumococo.
• Esquema: 1 dose em todos os indígenas a partir de 5 anos de idade. A partir dos 60 anos de
idade, administrar 1 única dose adicional. Idosos: 1 dose para não vacinados que vivem
acamados e/ou em instituições fechadas, como casas geriátricas, hospitais, unidades de
acolhimento/asilos e casas de repouso.
• Administração: 0,5 ml por via intramuscular profunda, músculo deltoide ou vasto ântero
lateral da coxa.
• Particularidades: Indicada na rotina de vacinação dos povos indígenas e usuários de 60 anos
e mais em condições especiais. Só administrar uma dose adicional, uma única vez,
respeitando o intervalo mínimo de 5 anos da dose inicial.
• Eventos Adversos: Locais: eritema, enduração e dor. Sistêmicos: febre 38,5º, astenia,
cefaleia, artralgia e mialgia podem ocorrer, sendo mais intensos e frequentes na
revacinação. Alérgicos: anafilaxia é rara.

IMUNOBIOLÓGICOS ESPECIAIS

São produtos (vacinas e Imunoglobulinas) de alto custo desenvolvidos através de tecnologias


modernas a fim de beneficiar uma parcela especial da população brasileira como: imunodeprimidos
e seus contatos, pessoas intolerantes aos produtos comuns (reações alérgicas ou manifestação de
evento adverso pós administração), pessoas expostas inadvertidamente a agentes infecciosos por
motivos profissionais ou por violência. Esses produtos não estão disponíveis na rotina da rede
pública e devem ser solicitados, quando necessário, nos Centros de Referência em Imunobiológicos
Especiais (CRIE).

BIBLIOGRAFIA

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Normas e Procedimentos de Vacinação. 1ª edição, Brasília, 2014.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Eventos Adversos Pós-vacinação. 4ª edição, Brasília, 2020.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Rede de Frio. 5ª edição, Brasília, 2017.

BALALLAI, I. Guia prático de imunização. 1ª edição, Rio de Janeiro, 2013.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Resolução da diretoria colegiada, Brasília, 7 de dezembro de 2004.

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