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TERMOS IMPORTANTES
Surtos – processo epidêmico no qual todos os casos estão relacionados entre si no tempo e/ou no
espaço, atingindo um grupo específico de pessoas.
Endemia – a frequência de um determinado agravo à saúde em uma população apresenta padrões
regulares de variação ao longo de um determinado período (níveis endêmicos).
Epidemia – momentos em que as variações da frequência de uma doença/agravo em uma
população apresentam-se de forma irregular. Excesso de casos de uma doença ou síndrome clínica
em relação ao esperado para uma determinada área, população ou período.
Pandemias – disseminação por amplas áreas geográficas, atingindo elevada proporção da
população.
Incidência – é uma medida da ocorrência de novos casos durante um período. Enfoca apenas os
casos novos.
Prevalência – se refere a casos novos e casos existentes da doença.
Tudo está em permanente mudança. Os sistemas de Saúde Pública e a Saúde Global estão em
mudança. Preparar as formas de mudança e prever o que vai suceder é uma doas condições
necessárias para agir. As mudanças demográficas, epidemiológicas, urbanas e nutricionais afetam
diretamente o processo de saúde-doença de uma população.
As transições demográficas estão relacionadas às variações nas taxas de mortalidade e
natalidade em uma dada sociedade, é uma oscilação das taxas de crescimento e variações
populacionais que começaram a ser avaliadas durante a Revolução Industrial e a consequente
constituição da sociedade moderna de consumo.
Em tempos anteriores a esse, as taxas de natalidade e mortalidade eram continuamente
elevadas, demarcando um período de relativa estabilidade demográfica. Porém, com a
modernização dos países hoje considerados desenvolvidos, houve uma melhoria significativa nos
padrões sociais de desenvolvimento, elevando a expectativa de vida e, consequentemente,
declinando as taxas de mortalidade, o que foi responsável por um súbito aumento da população em
um curto espaço de tempo.
Dividiu-se as oscilações entre mortalidade e natalidade, considerando o desenvolvimento das
sociedades industriais, em quatro estágios principais:
Um indicador é uma ferramenta que permite a obtenção de informações sobre uma realidade,
tendo como característica principal a de poder sintetizar diversas informações, retendo apenas o
significado essencial dos aspectos analisados. Os Indicadores de Saúde servem para avaliar o cenário
epidemiológico de uma população e estimar o seu nível de desenvolvimento social e econômico a
fim de orientar decisões e ações em saúde. Já os Indicadores Epidemiológicos são importantes para
representar os efeitos das ações de saneamento - ou da sua insuficiência - na saúde humana.
A Organização Mundial da Saúde utiliza 12 componentes passíveis de quantificação para
medir o padrão de vida de uma população, sendo eles: saúde, incluindo condições demográficas;
alimentos e nutrição; educação, incluindo alfabetização e ensino técnico; condições de trabalho;
situação de emprego; consumo e economia gerais; transporte; moradia, incluindo saneamento e
instalações domésticas; vestuário; recreação; segurança social; liberdade humana.
As principais modalidades de indicadores de saúde são:
• Mortalidade / sobrevivência
• Morbidade / gravidade / incapacidade
• Nutrição / crescimento e desenvolvimento
• Aspectos demográficos
• Condições socioeconômicas
• Saúde ambiental
• Serviços de saúde
DOENÇAS NA EPIDEMIOLOGIA
Doenças Transmissíveis
• Tuberculose
• Hanseníase
Escola Nova Dinâmica – Curso Técnico em Enfermagem – Epidemiologia e
Imunização – Prof.ª Carynnie Kéthiley Andrade Passos
• HIV/AIDS
• IST’s
Doenças Não-Transmissíveis
• Hipertensão
• Diabetes
• Câncer
Doenças Imunopreveníveis
• Coqueluche
• Difteria
• Caxumba
• Influenza
• Meningite por H. Influenza
• Poliomielite
• Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita
• Tétano Acidental e Tétano Neonatal
• Sarampo
BIBLIOGRAFIA
BRAGA, J. U.; WERNECK, G. L. Vigilância epidemiológica. In: MEDRONHO, R. de A. et al. Epidemiologia. 2. ed.
São Paulo: Atheneu, 2009. cap. 5, p. 103-122.
LUCCI, E. A., et al. Território e sociedade no mundo globalizado: Geografia Geral e do Brasil. São Paulo:
Saraiva, 2005.
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Imunização – Prof.ª Carynnie Kéthiley Andrade Passos
PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO – PNI
Introdução
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é um dos maiores programas de vacinação do
mundo, e nos últimos 49 anos levou o Brasil a eliminação e controle de várias doenças
imunopreveníveis. Ele é responsável por elaborar a política de vacinação do Brasil, desde a compra
das vacinas de rotina até a definição do público que será imunizado. E tem como diretriz e objetivo
reduzir e prevenir riscos e agravos à saúde da população por meio das ações de vigilância, promoção
e proteção, com foco na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, acidentes e violências,
no controle das doenças transmissíveis e na promoção do envelhecimento saudável.
Ele oferece, de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), 17 vacinas para crianças,
sete para adolescentes, cinco para adultos e idosos e três para gestantes. Todas fazem parte do
Calendário Nacional de Vacinação, um documento que estabelece a aplicação das vacinas de rotina
para cada fase da vida.
O PNI foi criado em 1973, com o objetivo de reduzir a transmissão de doenças
imunopreveníveis, ocorrência de casos graves e óbitos, com fortalecimento de ações integradas de
vigilância em saúde para promoção, proteção e prevenção em saúde da população brasileira.
Atualmente é responsável por definir a política de vacinação do País, desde a aquisição dos
imunobiológicos até a sua disponibilização nas salas de vacinação, estabelecimento de normas e
diretrizes sobre as indicações e recomendações da vacinação em todo o Brasil, incluindo o
Calendário Nacional de Vacinação e o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a
Covid-19 (PNO).
Para que qualquer vacina seja incorporada ao Calendário Nacional de Vacinação do PNI, é
necessária uma avaliação técnica, considerando vários aspectos, como a situação epidemiológica, o
comportamento da doença ao longo do tempo e o tipo de vacina. Esse processo também passa pela
análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
Tipos de Vacinas
• Vacinas Vivas Atenuadas – BCG (a única vacina de bactéria viva atenuada), rotavírus, Febre
Amarela, SCR/Tríplice Viral, SCRV/Tetra Viral – (substituída por Tríplice Viral+Varicela,
atualmente), Varicela e VOP. Nelas o microrganismo, obtido a partir de indivíduo ou animal
infectado, é atenuado para diminuir o seu poder infeccioso. Porém, mantém a capacidade de se
multiplicar no organismo do indivíduo vacinado (não causando doença) e induz uma resposta
imunitária adequada. A desvantagem é o risco de poder induzir sintomas da doença que se pretende
evitar e o risco de infecção em imunodeprimidos, assim como infecção fetal (nos casos de vacinação
de gestantes).
• Vacinas Mortas ou Inativadas – Influenza, Hepatite A, Raiva e VIP. Nas vacinas inativadas, os
microrganismos são mortos por agentes químicos. Há uma incapacidade do agente infeccioso se
multiplicar no organismo, mantendo as suas características imunológicas. Estas vacinas têm como
desvantagem ser menos “competentes”, o que por vezes requer a necessidade de associar
adjuvantes ou proteínas transportadoras e a necessidade de administrar várias doses de reforço.
• Vacinas Combinadas – Tríplice Viral, Tetra Viral, DTP. São aquelas constituídas por vários
imunógenos (antígenos) diferentes no mesmo frasco, ou seja, previne contra mais de uma doença.
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• Vacinas Conjugadas – Hepatite B, Meningo C, Pneumo 10. São vacinas que combinam
antígeno polissacarídeo a uma proteína para aumentar sua imunogenicidade, tornando-a timo-
dependente, isto é, capaz de induzir memória imunológica, gerando uma resposta de longa duração
dos anticorpos.
• Vacina Recombinante – Hepatite B, COVID-19. Obtida por engenharia genética, por inserção
de um gene que produz uma proteína imunogênica em um microrganismo.
• Vacina Acelular – DTPa. É constituída por proteínas purificadas, por este motivo são menos
reatogênicas em contraposição à vacina bacteriana de células inteiras. É importante considerar
ainda que, em geral, vacinas mais reatogênicas são também mais eficazes.
Contraindicações Gerais à Vacinação
• Eventos adversos graves após o recebimento de dose anterior
• Hipersensibilidade (reação anafilática) aos componentes dos produtos
Caixas Térmicas
Na sala de vacinação, recomenda-se o uso de caixa
térmica de poliuretano com capacidade mínima de 12
litros com visor de temperatura ou termômetro de cabo
extensor.
Para ambientar as caixas é necessário colocar as
bobinas reutilizáveis no fundo e nas laterais internas da
caixa; posicionar o sensor do termômetro no centro da
caixa, monitorando a temperatura até atingir o mínimo
de 1ºC; acomodar os imunobiológicos no centro da
caixa em recipiente plástico para melhor organização e
identificação; IMPRESCINDÍVEL O MONITORAMENTO
CONTÍNUO DA TEMPERATURA; trocar as bobinas
reutilizáveis sempre que necessário; manter a caixa
térmica fora do alcance da luz solar direta e distantes
das fontes de calor; ao final do expediente, retornar as bobinas para
congelamento; lavar e secar cuidadosamente as caixas, mantendo-
as abertas até que estejam completamente secas; guardá-las
abertas e em local ventilado.
Antes de utilizar as bobinas reutilizáveis é necessário retirá-las
do freezer; colocá-las sobre uma mesa, pia ou bancada, até que
desapareça a “névoa”; após o desaparecimento da “névoa” e a
confirmação da temperatura (1ºC), com um termômetro, colocá-las
nas caixas; mensurar a temperatura interna da caixa antes de
colocar as vacinas em seu interior.
VACINA BCG
• Doença evitada: Formas graves de tuberculose (meníngea e miliar) (e pode reduzir em até
50% o risco de adquirir Hanseníase).
• Apresentação: ampolas com múltiplas doses + diluente específico para a vacina.
• Composição: Bacilo de Calmette & Guérin vivo atenuado.
• Esquema: Ao nascer, de preferência nas primeiras 12 horas de vida. Dose única.
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Imunização – Prof.ª Carynnie Kéthiley Andrade Passos
• Administração: Intradérmica, inserção inferior do deltoide direito. Seringa de 1 ml e agulha
13x3,8 ou 13x4,5. RN e crianças menores de um ano de idade = 0,05 ml/via intradérmica.
Pessoas a partir de um ano de idade = 0,1 ml.
• Particularidades: Não vacinar crianças menores de 2kg. Não revacinar caso não haja cicatriz.
• Eventos Adversos: Úlcera maior que 1 cm; Abcesso subcutâneo frio ou quente; Granuloma;
Linfadenopatia regional; Cicatriz queloide; Reação lupoide.
VACINA HEPATITE B
• Doença evitada: Hepatite B
• Apresentação: ampola monodose ou múltiplas doses diluída.
• Composição: recombinação do DNA do gene HBsAg.
• Esquema: Ao nascer – 1 dose até 30 dia após o nascimento (esquema será completado com
a pentavelente); A partir dos 7 anos de idade e Gestantes – 3 doses de HB com intervalo 0 -
1 - 6.
• Administração: Via Intramuscular (IM). Vasto lateral da coxa direita para crianças menores
de 2 anos de idade e músculo deltoide para adultos. Avaliar a massa muscular para escolha
adequada da agulha. Menores de 20 anos, geralmente, 0,5ml; maiores de 20 anos, 1ml.
• Eventos Adversos: Locais: dor, enduração e rubor. Sistêmicos: febre, irritabilidade, fadiga,
tontura, cefaleia, desconforto gastrointestinal. Púrpura trombocitopênica e reações de
hipersensibilidade tipo anafilaxia são raras.
VACINA PENTAVALENTE
• Doença evitada: Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B e infecções por Haemophilus
Influenzae tipo B.
• Apresentação: suspensão injetável apresentada em ampola contendo 1 dose de 0,5 ml.
• Composição: Suspensão celular inativada, toxoides e antígenos.
• Esquema: 3 doses a partir de 2 meses de idade, com intervalo de 60 dias (mínimo de 30 dias).
A terceira dose não deverá ser administrada antes dos 6 (seis) meses de idade. Os reforços
aos 15 meses e aos 4 anos de idade serão realizados com a vacina DTP.
• Administração: 0,5 ml, via intramuscular profunda no vasto lateral da coxa.
• Eventos Adversos: Locais: dor, calor, enduração, eritema, formação de abcesso no local de
aplicação que pode ser frio ou quente; Sistêmicos Leves: febre, agitação, vômito, anorexia,
choro persistente, mal estar geral e irritabilidade. Sistêmicos Moderados e Graves: episódio
hipotônico hiporresponsivo (até 48 horas), convulsão (até 72 horas), encefalopatia (dentro
de 07 dias), reações imuno-alérgicas (mais de 2 horas até dias) e apneia (primeiras 48 horas).
VACINA HEPATITE A
• Doença evitada: Infecção pelo vírus da Hepatite A.
• Apresentação: ampola em doses individuais.
VACINA DTP
• Doença evitada: Difteria, Tétano e Coqueluche.
• Apresentação: frasco de multidoses.
• Composição: Toxoides e suspensão celular inativada.
• Esquema: Administrar 2 reforços, um aos 15 meses e o outro aos 4 anos de idade;
administrar o primeiro reforço com intervalo mínimo de 6 meses após a última dose do
esquema básico com pentavalente (três doses).
• Administração: 0,5 mL, via intramuscular profunda. Vasto lateral da coxa esquerda.
• Particularidades: Não administrar acima de 7 anos de idade. Considerar intervalo mínimo de
6 meses entre os reforços. Criança com 6 anos sem nenhuma dose de reforço, administrar o
1º reforço. Na impossibilidade de manter o intervalo de 6 (seis) meses entre as doses de
reforços, agendar dT para 10 anos após esse primeiro reforço. Na indisponibilidade da vacina
DTP, como dose de reforço administrar a vacina pentavalente.
• Eventos Adversos: Leves: febre, agitação, vômito, anorexia, choro persistente, mal estar
geral e irritabilidade. Moderados e Graves: episódio hipotônico hiporresponsivo (até 48
horas), convulsão (até 72 horas), encefalopatia (dentro de 07 dias), reações imunoalérgicas
(mais de 2 horas até dias) e apneia (primeiras 48 horas).
VACINA INFLUENZA
• Doença evitada: Influenza sazonal ou gripe.
• Apresentação: Seringa preenchida, frasco unidose ou multidose.
• Composição: Cepas inativadas cultivadas em ovos de galinha embrionados.
• Esquema: Crianças entre 6 meses a 2 anos, 11 meses e 29 dias primovacinadas: administrar
02 doses (0,25 ml) com intervalo de 30 dias. Para as crianças que já receberam uma ou mais
doses da vacina influenza anteriormente, devem receber apenas uma dose recomendada
para a idade, ou seja, 0,25 ml; Criança a partir de 3 anos até 8 anos, 11 meses e 29 dias
primovacinadas: administrar 02 doses (0,5 ml) com intervalo de 30 dias. Para as crianças que
já receberam uma ou mais doses da vacina influenza anteriormente, devem receber apenas
uma dose recomendada para a idade, ou seja, 0,5 ml; Criança a partir de 9 anos e adultos:
01 dose (0,5 ml).
• Administração: 0,5 ml, via intramuscular ou subcutânea. Músculo deltoide ou vasto ântero
lateral da coxa.
• Eventos Adversos: Locais: dor local, eritema e enduração. Sistêmicos: Febre, mialgias,
cefaleia. Raras: Reações anafiláticas e Síndrome de Guillain Barré (associação temporal).
IMUNOBIOLÓGICOS ESPECIAIS
BIBLIOGRAFIA
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Normas e Procedimentos de Vacinação. 1ª edição, Brasília, 2014.
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Eventos Adversos Pós-vacinação. 4ª edição, Brasília, 2020.