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EPIDEMIOLOGIA: definições, aspectos históricos

e usos
 Foco: saúde das populações;
 Conhecer como doença, saúde e fatores relacionados se distribuem entre as pessoas;
 Fatores que determinam essa distribuição;
 Coleta, análise de dados e sistematização.

DEFINIÇÕES

PERSPECTIVA HISTÓRICA
 Hipócrates (460 aC – 377 aC): médico grego que analisava as doenças sob bases racionais
o fatores ambientais influenciam a ocorrência de doenças.

 Galeno (138 – 201): Teoria dos miasmas – exposição a odores causava doenças.

 John Graunt (1620 – 1674): Demógrafo britânico


o Pai da demografia ou das estatísticas vitais
o Análise sobre mortalidade e suas causas

 SÉCULO XIX:
 Contexto europeu de revoluções, movimentos político-sociais;
 Presença de epidemias de cólera, febre tifoide e febre amarela, que representavam uma
contestação à teoria miasmática... Emergência/fortalecimento da teoria dos germes
 Avanços tecnológicos (p. ex: microscópio)

 Pierre Louis (1787 – 1872)


o Introduziu o divulgou o método estatístico na investigação clínica de doenças
o Estudos clínico-patológicos: tuberculose e febre tifoide

 Louis Villermé (1782 – 1863)


o Impacto da pobreza e das condições e trabalho (principalmente) na saúde;
o Etiologia social das doenças

 William Farr (1807 – 1883)


o Coleta e análise estatística sobre mortalidade;
o Descreveu a lei das epidemias (Lei de Farr) – gráfico de ascensão rápida no início, elevação lenta
até o ápice e uma queda mais rápida;
o Pai da estatística vital e da vigilância.

 John Snow (1813 – 1858)


o Anestesista; um dos pais da epidemiologia moderna;
o Origem das epidemias de cólera dm Londres (surto no bairro londrino de Soho) – “Sobre a
maneira de transmissão da cólera” (1855);
o Distribuição e frequência dos óbitos segundo uma cronologia – elaboração de hipóteses causais.

 Louis Pasteur (1822 – 1895)


o Pai da bacteriologia; bases biológicas para o estudo das doenças infecciosas
o Vacina antirrábica; pasteurização
o Introdução de importante conceito epidemiológico: resistência do hospedeiro e imunidade.

 PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX:


 Influência da microbiologia: alterou os conceitos de doença e de contágio;
 Desdobramento da teoria dos germes: saneamento ambiental, vetores e reservatório de
agentes (tríade ecológica – relações entre agente, hospedeiro e meio ambiente)
 Epidemiologia nutricional – p. ex.: Takaki e a prevenção do beribéri (comandante japonês que
observou as condições de saúde em suas embarcações, associando mortalidade dos tripulantes
e possíveis deficiências nutricionais)

 Oswaldo Cruz (1872 – 1917)


 Cientista, médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro;
 Campanha contra febre amarela – moldes militares
 Combate contra peste bubônica – notificação compulsória; combate aos ratos...

 SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX:


 Ênfase das pesquisas (em oposição ao modelo de unicausalidade):
 Determinação das condições de saúde da população;
 Investigações etiológicas;
 Avaliação de intervenções.

SITUAÇÃO ATUAL:
 Rigor metodológico (possibilidade de reprodutibilidade);
 Imparcialidade na verificação de eventos;
 Sofisticação do planejamento das intervenções;
 Análise estatística em computador.

 PILARES ATUAIS:
 Ciências Biológicas: descrever, classificar e determinar a frequência das doenças em uma
população;
 Ciências Sociais: compreender a determinação social da doença;
 Estatística: quantificar as informações de saúde e sua interpretação. Em associação com a
informática.

 ÁREAS TEMÁTICAS
 Doenças infecciosas e enfermidades carenciais;
 Doenças crônico-degenerativas e outros danos de saúde;
 Os serviços de saúde (cobertura e qualidade).

 USOS:
 Descrição das condições de saúde da população;
 Identificar fatores determinantes da situação de saúde;
 Investigação etiológica (causalidade);
 Determinação de riscos;
 Aprimoramento na descrição do quadro clínico;
 Determinação de prognósticos (letalidade, cura, etc.);
 Identificação de síndromes e classificação de doenças;
 Verificação de valores dos procedimentos diagnósticos* (p. ex. níveis de glicemia e
determinação de seus padrões de normalidade);
 Planejamento e organização de serviços/ Avaliação dos impactos das ações e políticas na área
da saúde;
 Avaliação de tecnologias, programas ou serviços;
 Análise crítica de trabalhos científicos. *Atenção nos procedimentos
 QUEM FAZ USO? diagnósticos: SENSIBILIDADE (maior
 Sanitarista; sensibilidade proporciona maior
 Planejador; detecção inicial) X ESPECIFICIDADE
 Epidemiologista – pesquisador ou professor; (após triagem inicial, possibilita a
 Clínico. exclusão de falsos positivos)

 EIXOS DE ATUAÇÃO:
 Ensino e pesquisa;
 Avaliação de procedimentos e serviços;
 Vigilância epidemiológica;
 Diagnóstico e acompanhamento da situação de saúde das populações.

 QUEM SÃO OS EPIDEMIOLOGISTAS?


 Médicos, dentistas, enfermeiros, estatísticos, demógrafos, nutricionistas, assistentes sociais,
geógrafos, etc.
nº de casos novos emdeterminado período
Incidência: x constante
nº de pessoas expostas no mesmo período

Prevalência:
nº de casos existentes em determinado período
x constante
nº de pessoas na população no mesmo período
 Influenciada pela incidência, curas e óbitos;
 AUMENTO: maior frequência de novos casos, melhoria no
tratamento (quando não há cura, mas se prolonga tempo
de sobrevivência);
 DIMINUIÇÃO: redução de casos novos, redução do tempo
de duração dos casos.

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