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EPIDEMIOLOGIA

CONCEITOS E USOS, MEDIDAS DE FREQUÊNCIA DAS DOENÇAS MORBIDADE E


MORTALIDADE.

Prof. Me. Antonio Werbert Silva da


Costa
O QUE SERÁ ABORDADO:

• Conceito de epidemiologia;
• Contexto histórico;
• Divisão epidemiológica;
• Indicadores de Saúde;
• Morbidade e mortalidade.
O QUE É EPIDEMIOLOGIA?

EPI=SOBRE
DEMO=POPULAÇÃO
LOGIA=ESTUDO

DOENÇAS

CAUSAS
HISTÓRIA DA EPIDEMIOLOGIA

• Observações de Hipócrates feitas há mais de 2000 anos;


• Fatores ambientais influenciam a ocorrência de doenças.
• Somente no século XIX que a distribuição das doenças em grupos
humanos específicos passou a ser medida em larga escala.
• A abordagem epidemiológica que compara os coeficientes (ou taxas) de
doenças em subgrupos populacionais tornou-se uma prática comum no
final do século XIX e início do século XX.
• Visava o controle das Doenças transmissíveis e após, estudo das relações
entre condições ou agentes ambientais e doenças específicas.
A EPIDEMIOLOGIA - CONCEITOS

• Epidemiologia é uma ciência que utiliza métodos quantitativos para o


estudo dos problemas de saúde.
• Ramo das ciências da saúde que estuda, na população, a ocorrência, a
distribuição e os fatores determinantes dos eventos relacionados a saúde.
(BONITA; BEAGLEHOLE; KJELLSTRÖM, 2010).
Compreendendo o conceito
de epidemiologia!

Médico • Epidemiologista
Investigar alterações no – Investigar o agravo na população
organismo – Frequência e distribuição da
Exame clínico doença
Solicita exames
– Informações - dados
complementares
Chega a um diagnóstico
– Hipóteses de fatores
determinantes
Indica prescrição
– Associação fator-doença
– Profilaxia
PROBLEMA EPIDEMIOLÓGICO

• Em epidemiologia, o problema tem origem quando doenças


acometem grupos humanos.
• É a necessidade de remover fatores ambientais contrários à
saúde ou de criar condições que a promovam, que determina a
problemática própria da epidemiologia.
ALVO DO ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO

O alvo de um estudo epidemiológico é sempre uma população


humana, que pode ser definida em termos geográficos ou outro
qualquer.
Por exemplo, um grupo específico de pacientes hospitalizados
ou trabalhadores de uma indústria.
 Em geral, a população utilizada em um estudo epidemiológico
é aquela localizada em uma determinada área ou país em um
certo momento do tempo.
EPIDEMIOLOGIA CLÍNICA

• A epidemiologia está, também, preocupada com a evolução e o


desfecho (história natural) das doenças nos indivíduos e nos
grupos populacionais.
• A aplicação dos princípios e métodos epidemiológicos no
manejo de problemas encontrados na prática médica com
pacientes, levou ao desenvolvimento da epidemiologia clínica.
EPIDEMIOLOGIA - DIVISÃO

Tradicionalmente dividida:
• Descritiva: estuda a frequência e a distribuição dos parâmetros
de saúde ou de fatores de risco das doenças nas populações.

• Analítica: testa hipóteses de relações causais.


ESTADO DE SAÚDE DAS POPULAÇÕES

• A epidemiologia é frequentemente utilizada para descrever o estado de saúde


de grupos populacionais.

• O conhecimento da carga de doenças que subsiste na população é essencial


para as autoridades em saúde.

• Esse conhecimento permite melhor utilização de recursos, por meio da


identificação de programas curativos e preventivos prioritários à população.
ESTADO DE SAÚDE DA POPULAÇÃO
MEDIR SAÚDE E DOENÇA

• Medir saúde e doença é fundamental para a prática da epidemiologia.


• Diversas medidas são utilizadas para caracterizar a saúde das
populações.
• O estado de saúde da população não é totalmente medido em muitas
partes do mundo, e essa falta de informações constitui um grande desafio
para os epidemiologistas.
DADOS

• Existe a necessidade de dados fidedignos e completos para gerar as


informações.
• Registro dos dados:
- Forma contínua: óbitos, nascimentos, doenças de notificação obrigatória;
- Forma periódica: recenseamento da população;
- Forma ocasional: pesquisas realizadas com fins específicos: conhecer a prevalência
da hipertensão arterial em uma comunidade, em determinado momento.
DADOS

Dados relevantes à saúde:


- População: número de habitantes, idade, sexo, etc;
- Sócio-econômicos: renda, ocupação, classe social, tipo de trabalho, condições de moradia e
alimentação;
- Ambientais: poluição, abastecimento de água, tratamento de esgoto, coleta e disposição de lixo;
- Serviços de saúde: hospitais, ambulatórios, unidades de saúde, acesso aos serviços;
- Morbidade: doenças que ocorrem na comunidade e;
- Eventos vitais: óbitos, nascidos vivos e mortos.

 Esses dados refletem a saúde – ou ausência dela – da população que se deseja estudar.
LIMITAÇÕES

• “Ponta do iceberg”

- Refere-se a uma característica desses dados, ou


seja, tanto morbidade quanto a mortalidade
(especialmente a última) representam apenas
uma parcela da população, a que morre ou a
que chega ao serviço de saúde e tem seu
diagnóstico feito e registrado corretamente.
MEDIDAS DE SAÚDE

• Existe dificuldade em medir saúde


• Para avaliar o nível de saúde de uma população buscam-se os
dados negativos (não-saúde):

MORTE, DOENÇA E AGRAVOS


MEDINDO A FALTA DE SAÚDE

• “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não


apenas a mera ausência de doença”.
• O termo “doença” compreende todas as mudanças desfavoráveis em saúde,
incluindo acidentes e doenças mentais.
• Várias medidas da ocorrência de doenças são baseadas nos conceitos
fundamentais de incidência e prevalência.
MEDINDO A FALTA DE SAÚDE

Um importante fator a considerar no cálculo das medidas de


ocorrência de doenças é o total de pessoas expostas, ou seja,
indivíduos que podem vir a ter a doença. Idealmente, esse
número deveria incluir somente pessoas que são potencialmente
suscetíveis de adquirir a doença em estudo.
Por exemplo, os homens não deveriam ser incluídos no cálculo
da ocorrência de câncer de colo uterino.
POPULAÇÃO DE RISCO NO ESTUDO DE
CARCINOMA DE COLO UTERINO
INDICADORES

• As informações epidemiológicas normalmente


são apresentadas sob a forma de Indicadores de
Saúde.
• A construção de indicadores de saúde é
importante para:
• Analisar a situação atual de saúde;
• Fazer comparações;
• Avaliar mudanças ao longo do tempo.
INDICADORES DE SAÚDE

• São construídos a partir de:

• Dados relativos a eventos vitais (nascimentos, óbitos, etc);


• Estrutura da população;
• Morbidade (doenças);
• Serviços e atividades sanitárias.
TIPOS DE INDICADORES EM SAÚDE:

1. Demográficos
2. Socioeconômicos
3. Mortalidade
4. Morbidade e fatores de risco
5. Recursos
6. Cobertura.
INDICADORES DE SAÚDE

1 – Demográficos

Exemplos:
• População total
• Razão de sexos
• Proporção de idosos
• Grau de urbanização
INDICADORES DE SAÚDE

2 – Socioeconômicos

Exemplos:
• Taxa de analfabetismo
• Proporção de pobres
• Níveis de escolaridade
• Taxa de desemprego
• Taxa de trabalho infantil
INDICADORES DE SAÚDE

3- Mortalidade

Exemplos:
• Taxa de mortalidade infantil
• Taxa de mortalidade por causa específica
• Taxa de mortalidade por causas externas
• Taxa de mortalidade por acidentes de trabalho
INDICADORES DE SAÚDE

4- Morbidade e fatores de risco

Exemplos:

• Incidência de febre amarela


• Taxa de incidência de doenças relacionadas ao trabalho
• Prevalência de pacientes em diálise (SUS)
• Proporção de nascidos vivos por idade materna
INDICADORES DE SAÚDE

5- Recursos

Exemplos:
• Número de leitos por habitante
• Gasto médio por atendimento ambulatorial
• Gasto público com saúde, como proporção do PIB
• Gasto federal com saneamento
INDICADORES DE SAÚDE

6- Cobertura

Exemplos:
• Proporção de partos cesáreos
• Número de consultas médicas SUS por habitante
• Coberta de planos e seguros privados de saúde suplementar
• Cobertura vacinal no primeiro ano de vida
INDICADORES DE SAÚDE

• Os coeficientes mais utilizados na área da saúde


baseiam-se em dados sobre doenças (morbidade) e
sobre eventos vitais (nascimentos e mortes).
COEFICIENTES DE MORBIDADE

• Coeficiente de incidência
• Coeficiente de prevalência
• Coeficiente de letalidade
COEFICIENTES DE MORBIDADE

• Baseiam-se em dados sobre doenças


• Consegue-se inferir os riscos de adoecer a que as pessoas estão sujeitas.
• Coeficiente geral de morbidade:

Coeficiente Morbidade = n° casos da doença/período x1000


população da mesma área/período
INCIDÊNCIA X PREVALÊNCIA
INCIDÊNCIA X PREVALÊNCIA

• Fatores que aumentam/diminuem a letalidade da doença na população:


• condições socioeconômicas
• estado nutricional
• acesso a medicamentos
• aumento do diagnóstico
• evolução da doença

• A diferença entre a letalidade e mortalidade está no denominador: óbitos


entre os casos da doença (letalidade) e óbitos na população (mortalidade)
COEFICIENTES DE MORTALIDADE

• Coeficiente de mortalidade
• Coeficiente de mortalidade materna
• Coeficiente de mortalidade infantil
• Coeficiente de mortalidade por causas específicas
• Curva de Nelson Morais – Mortalidade proporcional
COEFICIENTE DE MORTALIDADE GERAL

• Representa o risco/ocorrência de óbito na comunidade.


• Principais usos:
• Descrição das condições de saúde de uma população;
• Investigação epidemiológica
• Avaliação de intervenções saneadoras

CGM = __N° total de óbitos/período__ x 10000


População total/período
ATIVIDADE AVALIATIVA
REFERÊNCIAS

• BONITA, Ruth; BEAGLEHOLE, Robert; KJELLSTRÖM, Tord. Epidemiologia


básica. OPS, 2010.

• ROUQUAYROL, Maria Zélia; GURGEL, Marcelo. Epidemiologia e saúde. Medbook,


2021.

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