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Vigilância em Saúde

Profª Eliane Varanda Dadalto


Ufes - 2020
Vigilância em Saúde

•Palavra Vigiar
•Latim Vigilare Estar
Atento
•Significado:

Cuidar
Precaver-se
Vigilância em Saúde
• O Conceito inicial se relacionava ao conceito de saúde e doença
presentes em cada época e lugar, às práticas de atenção do
doentes e aos mecanismos adotados para tentar impedir a
disseminação das doenças

• A partir da década de 50 o conceito de “vigilância” vem sendo


modificado, atingindo um cenário mais amplo no campo da saúde.

• Resumindo... Vigilância em Saúde é o acompanhamento


sistemático de eventos adversos à saúde na comunidade
relacionada às práticas de atenção e promoção da saúde dos
cidadãos e aos mecanismos adotados para prevenção de doenças.
Vigilância em Saúde

• A Vigilância em Saúde abrange:

• ❖ Vigilância Epidemiológica
• ❖ Vigilância Ambiental
• ❖ Vigilância Sanitária
• ❖ Vigilância de Agravos Relacionados ao Trabalho (Saúde do
Trabalhador).
Diferença entre diagnóstico clinico e
diagnóstico comunitário
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

• De acordo com o Art. 6º da Lei nº 8.080 de 19 de setembro de


1990, “Vigilância Epidemiológica” é um conjunto de ações que
proporcionam o conhecimento, a detecção ou a prevenção de
qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de
saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e
adotar as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos.

• No âmbito hospitalar a Vigilância Epidemiológica realiza o


monitoramento de casos hospitalizados por doenças e agravos
prioritários para o Sistema Nacional de Vigilância em Saúde (SNVS),
através da notificação compulsória
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
• É a comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos
médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos
estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a
ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento
de saúde pública, descritos nas portarias e resoluções específicas,
podendo ser imediata ou semanal, de acordo com o agravo.

• Portaria nº 204, do Ministério da Saúde do dia 17 de fevereiro de 2016.


NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
• Apesar do amplo conhecimento sobre a doença, a notificação é de
suma importância para:

• ❖ Planejamento dos serviços de saúde (medicamentos, exames,


profissionais...)
• ❖ Verificação de mudanças no perfil da doença
• ❖ Promover campanhas educativas para o público prioritário
• ❖ Avaliar eficácia de tratamento....
Por que notificar uma doença?
• A informação é o produto obtido a partir de determinada combinação
e interpretação de dados. Ela possibilita o conhecimento, a
avaliação e o juízo sobre determinada situação. Sendo um
importante recurso para subsidiar o processo de planejamento,
tomada de decisão, execução e avaliação das ações
desencadeadas.
Situação de Saúde

Avaliação

Dados Informação Conhecimento Decisão Ação


Magnitude de doença ou agravo
• Endemia – existência mais ou menos constante de uma doença ou agravo, em
determinado lugar e período de tempo. O que define o caráter endêmico de uma
doença é o fato de a mesma ser peculiar a um povo, país ou região.

• Epidemia – elevação do número de casos de uma doença ou agravo, em


determinado lugar e período de tempo, caracterizado de forma clara um excesso
em relação à frequência esperada.

• Pandemia – uma epidemia de grandes proporções, que se espalha a vários


países e a mais de um continente.

• Surto – tipo de epidemia em que os casos se restringem a uma área geográfica


pequena e bem delimitada ou a uma população institucionalizada (creche, escola,
condomínio).
Sistemas de Informação em Saúde
• Sistema é o conjunto integrado de partes que se articulam, para
uma finalidade comum

• Sistema de informação disponibiliza o suporte necessário para que


o planejamento, as decisões e as ações dos gestores, em um
determinado nível decisório (municipal, estadual e federal), não
sejam baseados em dados subjetivos, em conhecimentos
ultrapassados ou em conjecturas
Sistemas de Informação em Saúde
A história dos SIS está intimamente associada há dois grandes fatores:

1. Movimentos que marcaram a história da saúde pública desde


inícios do século XX

2. (Consolidação do SUS) Era da informação (ou Era Digital) =


invenção dos microprocessadores
Em 1971, foi criado o Núcleo de Informática do Ministério da
Saúde

 Em 1975 - SIM (Sistema de Informação de Mortalidade) –


Primeiro SIS implantado no País, coletando dados por meio da DO.

 SNVE (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica), que foi


estabelecido com base em documentos individuais e padronizados
de coleta para as diferentes Doenças de Notificação Compulsória.

Na década de 90 - Início da descentralização dos SIS e


implementação da Rede Nacional de Informação em Saúde (RNIS),
que tem como objetivo integrar e disseminar as informações de
saúde no país.
Porta de entrada dos SIS

• Documentos oficiais de entrada

• Dados/Informações “padronizadas”

• Dinâmica
Sistemas de Informação em Saúde

• O SIS é composto por diferentes Sub-sistemas, que produzem uma


enorme quantidade de dados referentes à atividades setoriais em
saúde, gerando grandes bancos de dados nacionais
Principais Sub-Sistemas de Informação
em Saúde
• SIM – Sistema de Informação sobre mortalidade;

• SINASC – Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos;

• SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação;

• SAI/SUS – Sistema de Informação Ambulatorial;

• SIH/SUS – Sistema de Informação Hospitalar;

• HIPERDIA – Sistema de Informação sobre HAS e DM;

• SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica;

• SISVAN – Sistema de Informação de Vigilância Alimentar e nutricional;

• SISPRENATAL – Acompanhamento de Gestantes


Sistema de Informação sobre
Mortalidade – SIM
Desenvolvido em 1975 (1º SIS)
• Documento Oficial de entrada - Declaração de Óbito (DO)

• Variáveis mais importantes - causa básica, sexo, idade, grau de instrução,


ocupação habitual, local de ocorrência, assistência médica.

• Indicadores Mortalidade Proporcional (%): por causas ou grupos de causas ;


por causas mal definidas e por faixas etárias

• Coeficientes: Mortalidade Geral ; Mortalidade Infantil (Neonatal e Infantil Tardia) ;


Mortalidade Materna ; Mortalidade por causas ou grupos de causas específicos

• Limitações - sub-registro de óbitos e qualidade do preenchimento da Declaração


de Óbito
Sistema de Informação de Agravos de
Notificação –SINAN
Desenvolvido entre 1990 a 1993 - Implementação entre 1993 a 1994

• Documento Oficial de entrada - Ficha Individual de Notificação (FNI) e Ficha


Individual de Investigação (distinto para cada agravo)

• Variáveis mais importantes - Casos por semana, sexo, idade dados


complementares do caso

• Indicadores - Coeficiente de incidência (casos novos)


Coeficiente de prevalência (casos novos mais casos antigos)

• Limitações - sub-notificação dos casos qualidade do preenchimento das Fichas


Sistema de Internação Hospitalar do
Sistema Único de Saúde -SIH/SUS
Desenvolvido a partir de 1987 e Implantado Oficialmente em 1990 com o intuito de
operacionalizar o sistema de pagamento de internação dos hospitais do SUS

• Documento Oficial de entrada - Laudo de Autorização de Internação


Hospitalar (AIH)

• Variáveis mais importantes- dados de atendimento, com os diagnósticos


de internamento e alta (codificados de acordo com a CID), idade, sexo,
procedência do paciente e das internações, procedimentos realizados,
valores pagos e dados cadastrais das unidades de saúde

• Indicadores - Indicadores de Avaliação de desempenho de Unidades de


Saúde; Perfil dos atendimentos na rede hospitalar

• Limitações - Distorções decorrentes de falsos diagnósticos e os dados


não podem ser corrigidos após serem enviados
Sistema de Informação da Atenção
Básica – SIAB - Implantado em 1998 em substituição ao Sistema de Informação
do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (SIPACS) para o acompanhamento das ações e dos
resultados das atividades realizadas pelas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF).

• Produz informações que possibilitam conhecer e analisar a situação de saúde,


acompanhar a execução das ações e avaliar a transformação da situação nos
municípios com a ESF.
• Documentos oficiais de entrada do sistema :
• Ficha A: ficha utilizada para o cadastramento das famílias;
• Ficha B: utilizada para acompanhamento de grupos de risco (gestantes,
hipertensos, diabéticos e portadores de tuberculose e hanseníase);
• Ficha C: utilizada para acompanhamento de crianças menores de 05 anos de
idade;
• Ficha D: ficha utilizada para registro diário de atividades, procedimentos e
notificações.
Estratégia e-SUS Atenção Básica
Em elaboração desde 2013 – Portaria nº 1.412 (Prontuário eletrônico do SUS)

• O e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB) é uma estratégia do Ministério da Saúde


através do Departamento de Atenção Básica (DAB) para reestruturar as
informações da atenção primária à saúde (APS)

• Objetivos:
• Reduzir o retrabalho de coleta dados;
• • Individualização do Registro;
• • Produção de informação integrada;
• • Cuidado centrado no indivíduo, na família e na comunidade e no território;
• • Desenvolvimento orientado pelas demandas do usuário da saúde.

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