Você está na página 1de 26

SISTEMA DE EMERGÊNCIA MÉDICA,

CORRENTE DE SOBREVIDA, ASPECTOS


LEGAIS E ÉTICOS NOS ATEDIMENTOS DE
EMERGÊNCIA

Profª. Esp. Lutigardy Estácio


SISTEMA DE EMERGÊNCIAS MÉDICAS

• Conjunto de ações programadas e coordenadas que


juntamente com recursos humanos e materiais, possam
prestar cuidados de saúde eficazes em situações de
doenças súbitas, acidentes, catastófres,...
COMPONENTES DO SEM

• Equipe de atendimento altamente qualificada e preparada;

• Equipamentos e ferrramentas para realização do atendimento;

• Veículos de remoção e atendimento;

• Sistema de comunicação;

• Ambulatório preparado para receber o paciente;


OBJETIVOS
• Identificar alterações das funções vitais, parada cardiorespiratória,
hemorragia, sinais e sintomas de choque, lesões cerebrais e medulares;

• Avaliar sinais vitais;

• Detectar alterações morfológicas e funcionais;

• Estabilizar e reverter situações de emergências;


ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (APH)
• Envolve todas as ações efetuadas com o paciente, antes da chegada dele
ao ambiente hospitalar.

• 3 ETAPAS:

 Assistência ao paciente na cena (local da ocorrência);


 Transporte do paciente até o hospital;
 Chegada do paciente ao hospital;
OBJETIVOS DO APH
• Preservar as condições vitais e transportar a vítima sem causar traumas
iatrogênicos durante sua abordagem.

• Exemplo: danos ocorridos durante manipulação e remoção inadequada.

• PRINCÍPIOS BÁSICOS:

 Evitar o agravamento das lesões;


 Estabilizar as funções ventilatórias e hemodinâmicas do paciente;
CORRENTE DE SOBREVIDA
• Proposta pela American Heart Association, a Corrente de Sobrevivência
representa uma série ideal de eventos que deve acontecer imediatamente
após o reconhecimento de uma vítima em Parada Cardiorrespiratória
(PCR).

• Acesso rápido, RCP precoce, Desfibrilação precoce, Suporte Avançado de


Vida em Cardiologia precoce e Cuidados pós-ressuscitação (AMERICAN
HEART ASSOCIATION, 2010).
CORRENTE DE SOBREVIDA

• 1º ELO:
 ACESSO RÁPIDO: envolve educação pública, conhecer o número do
telefone de emergência e quais as informações são importantes para que o
socorro chegue mais rápido.

• 2º ELO:
 RCP PRECOCE: diz respeito às manobras de ressuscitação cardiopulmonar
que fazem parte do Suporte Básico de Vida e podem ser realizadas por
socorristas leigos até a chegada de um desfibrilador ou de uma equipe
médica.
• 3º ELO:
 DESFIBRILAÇÃO PRECOCE: é importante pois na maioria dos casos, o
ritmo cardíaco encontrado é a Fibrilação Ventricular, e o tratamento efetivo
para reversão é a desfibrilação elétrica.

• 4º ELO:
 SUPORTE AVANÇADO DE VIDA (SAV): deve ser iniciado o mais rápido
possível, fornecendo suporte ventilatório adequado e acesso venoso,
administrando drogas, entre outros procedimentos.

• 5º ELO:
 AHA recomenda a inserção de cuidados após o retorno da circulação
espontânea, por meio de um plano de tratamento abrangente, num sistema
estruturado, integrado e multidisciplinar (AMERICAN HEART ASSOCIATION,
2010).
SISTEMA DE RESGASTE
• Criado em 2003, por conta de um sistema de atendimento pré-hospitalar
(baseado no modelo francês) existente no município de Ribeirão Preto
chamado SAMU e posteriormente levado ao Ministério da Saúde. Como
resultado, gerou um acordo entre o Brasil e a França para criar um sistema
nacional.

• PRIMEIRO PROJETO: Modelo e os Protocolos para Implantação das


Viaturas de Suporte Básico e Avançado.

• SEGUNDO PROJETO: Implantação da Central Única de Regulação Médica.


• UNIDADES DE SUPORTE BÁSICO A VIDA (USB): Auxiliar de enfermagem e
socorrista.
 Medicações, uma rede de oxigênio, prancha longa de madeira, colares
cervicais, cilindros de oxigênio, material de parto, talas de imobilização,
ressuscitador manual adulto e infantil (ambu) e outros utilizados nas urgências
básicas.
 Se caracteriza por não realizar manobras invasivas.

• UNIDADES DE SUPORTE AVANÇADO (USA): Médico e enfermeiro.


 Medicações, incubadora para transporte, aspirador cirúrgico, respirador,
monitor multiparâmetros, oxímetro digital, bomba de infusão para seringas,
material para imobilização e outros utilizados nas urgências médicas graves.
 Possibilita procedimentos invasivos de suporte ventilatório e
circulatório.
• MOTOLÂNCIAS: O condutor deve ter o curso de Suporte Básico de Vida.
 São equipadas com: desfibriladores externo automático (DEA), cilindros de
oxigênio, colar cervical, luvas de procedimento estéreis, ataduras, gazes,
talas de imobilização, material de venopunção, material de via aérea básica,
estetoscópio, esfigmomanômetro, oxímetro portátil, EPIs completo,
medicamentos e outros utilizados nas urgências básicas.

CENTRAL ÚNICA DE REGULAÇÃO MÉDICA


• O técnico recebe a ligação, identifica a emergência e transfere para o
médico regulador. Ou seja, ele determina o melhor procedimento para o
paciente, envia uma viatura de suporte básico de vida ou em casos graves o
suporte avançado de vida.
ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS EM EMERGÊNCIAS

• MORAL: é o conjunto de regras adquiridas através da cultura, da


educação, da tradição e do cotidiano, e que orientam o comportamento
humano dentro de uma sociedade.
• ÉTICA: é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a
conduta humana na sociedade.
• BIOÉTICA: é definida como o estudo sistemático da conduta humana no
âmbito das ciências da vida e da saúde. Essa conduta é examinada sob a
ótica dos valores e princípios morais.

• Princípios da bioética: a autonomia, a não-maleficência, a beneficência, a


justiça e a equidade.
• BENEFICÊNCIA: tratamento para o bem dos enfermos, MAXIMIZAR OS
BENEFÍCIOS.

• NÃO MALEFICÊNCIA: Não prejudicar, Não causar danos, MINIMIZAR OS


PREJUÍZOS

• AUTONOMIA: É a capacidade de pensar, decidir e agir de modo livre e


independente.

• JUSTIÇA: Quando há duvida se deva prevalecer a beneficência ou o


respeito pela autonomia, apela-se para o princípio da justiça.

• EQUIDADE: reconhecimento das necessidades diferentes, na distribuição


de benefícios e serviços de saúde.
ÉTICA NA EMERGÊNCIA
• O atendimento de emergência constitui uma forma especial de
atendimento médico cujas decisões são estabelecidas num curto
espaço de tempo.
• Médicos não são escolhidos pelos pacientes, intervenções invasivas e de
risco muitas vezes são mal informadas ao paciente ou familiares, e a falta
de ambiente próprio para a troca de informações confidenciais impede uma
maior aproximação entre ambos.

• Responsabilidade, ocorre quando o profissional não cumpre a obrigação


que tem em relação ao paciente, causando-lhe dano.
• Negligência, imprudência e imperícia caracterizam o erro. É preciso
evitá-lo ou reduzi-lo, pois o erro faz parte da falibilidade humana.
• NEGLIGÊNCIA: Falta de atenção ou
cuidado - Inobservância de deveres e
obrigações. (exame superficial,
politrauma)

• IMPRUDÊNCIA: Ato de agir


perigosamente, com falta de moderação
ou precaução. (anestesia 2 pacientes)

• IMPERICIA: Falta de experiência ou


conhecimentos práticos necessários ao
exercício de sua profissão, inábil. (SNG,
sinais)
CONSENTIMENTO INFORMADO
• Nas urgências e emergências não é freqüente.
• O documento de consentimento informado (ou esclarecido) tem sido muito
mais utilizado como documento de defesa jurídica do que de garantia aos
direitos dos pacientes.

• É recomendável que seja aplicado em situações como amputações,


cirurgias de alto risco, mas não deve constituir um elemento de
constrangimento para o paciente ou para a família.
RESPONSABILIDADES DO PACIENTE
• Fidelidade, confidencialidade e veracidade das informações prestadas são
as principais responsabilidades do paciente.

• O paciente deve ser informado que o correto encaminhamento diagnóstico


e terapêutico da situação clínica por ele apresentada depende da
observação desses pressupostos.
PRIORIDADE DE ATENDIMENTO
• A ordem é que deverão ser atendidos prioritariamente os mais graves mas
todos devem ser atendidos.

• Juridicamente não importa quem tem maiores chances de sobreviver.

• Não se retira aparelho de quem já o está utilizando, nem se substitui


aparelho melhor por outro pior.
• Não se antecipa alta de UTI para paciente sem plenas condições, para
liberar a outro necessitado.
TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
• As testemunhas de Jeová são vistas por seus “estranhos morais” como
religiosos que simplesmente “não aceitam sangue”.
• Todavia, diversos tratamentos sanguíneos são hoje aceitos, o que não
impede, por livre convicção, a recusa no recebimento de qualquer deles.
• As interpretações particulares costumam ampliar o rol de proibições e de
conflitos morais, já que médicos e dentistas, além de não considerar estas
particularidades, também não perguntam a religião na anamnese.

• O médico deve lembrar, entretanto, que o sangue pode ser substituído


por outros fluidos ou estimulantes da eritropoiese para a correção da
anemia do paciente testemunha de Jeová, optando sempre pela forma
de tratamento que não sacrifique os preceitos religiosos do paciente.
ORDEM DE NÃO REANIMAÇÃO

• A ordem de não reanimação (ONR)


visa a respeitar a autonomia de
pacientes e familiares e evitar a adoção
de medidas que comprometam a
dignidade humana.

• A obstinação terapêutica através de


medidas ou procedimentos que não
mostram eficácia comprovada ou
melhora das condições do paciente
ou da qualidade de vida deve ser
questionada.
• A ONR deve ser restrita ao não início de manobras de ressuscitação
cardiopulmonar quando não houver benefícios clínicos comprovados em
termos de sobrevida e qualidade de vida. De maneira prática, a ONR
restringe-se à aplicação da massagem cardíaca externa, desfibrilação e
ventilação assistida.

“Caso um tanto quanto peculiar.


Nos EUA, respectivamente na cidade de Miami,
uma equipe de médicos se depararam com uma
grande incógnita, diante da tatuagem que esse
homem tinha em seu peito, dizendo "não
ressuscitar". No fim, os médicos acabaram por
aceitar o pedido do paciente e o mesmo chegou a
falecer.💉👇”

Você também pode gostar