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Acidentes por

Escorpiões

INTRODUÇÃO

■ Importância dos acidentes escorpiônicos: ■ Tityus stigmurus


- Frequência
- Gravidade (depende da idade, crianças pode ter  Escorpião do corpo amarelo, com uma mancha
uma gravidade maior) marrom no corpo e um triangulo na cabeça;
 Distribuição principalmente no Nordeste, com alguns
■ Escorpiões são artrópodes da classe Arachnida casos no Sudeste;
Escorpiões  Conhecido como escorpião amarelo do Nordeste;
cefalotórax;  Reprodução por
4 pares de pata; partenogênese;
1 par de
pedipalpo
1 par de quelícera

■ Espécies de interessa para saúde pública no Brasil


➢Tityus serrulatus
➢Tityus stigmurus
➢Tityus bahienses
➢Tityus obscurus
■ Tityus bahienses
■ Tityus serrulatus
 Escorpião marrom;
 Mais importante;  Encontrado na região sul, sudeste, centro oeste;
 Conhecido como escorpião amarelo;  Um pouco maior que os outros
 Distribuição em quase todo país, exceto no Norte;
 Primeira aparição em minas gerais
 Reprodução por partenogênese (não necessita de um
macho para ter essa reprodução)
 Vivíparos
Figura: Número de acidentes e óbitos de humanos
provocados por animais peçonhentos segundo o tipo
■ Tityus obscurus de animal causador. Brasil, 2010 a 2014. Fonte:
SINAN.
 Escorpião preto
 Encontrado no  Maioria dos acidentes → mãos e braços (65%)
Norte do país;
 Conhecido como
escorpião preto da
Amazônia

 Grupos de riscos: trabalhadores da construção


 Hábitos noturnos civil,
 Durante o dia se abrigam em locais úmidos e escuros:  madeireira, transportadora, distribuidoras de
• Pedras hortifrutigranjeiros, crianças.
• Troncos  Letalidade 0,58 %
• Entulhos, telhas, tijolos  Óbitos em crianças menores de 14 anos
• Frestas, buracos  Óbitos → Tytius serrulatus
• Rede de esgoto, caixas de gorduras
 Alimentam-se de insetos, principalmente de baratas MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 Sobrevivem meses sem alimento ou água → dificulta
seu controle  Dor e eritema no local da picada
 Vivíparos – gestação 2 a 18 meses  Sudorese
 Hipotermia ou hipertermia
EPIDEMIOLOGIA (HUMANOS)  Sialorreia, náuseas, vômitos, dor abdominal e
diarreia
 Acidentes escorpiônicos (humanos) → notificação  Agitação, sonolência, confusão mental e tremores
compulsória  Edema pulmonar, arritmias, hipertensão ou
• Sistema de Nacional de Agravos de Notificação hipotensão, ICC e choque
(SINAN)
• Serviço de vigilância em saúde (SVS) ■ Classificação:
• Serviço de vigilância e controle de animais  Leve: dor no local da picada
peçonhentos
 Moderado: dor no local da picada e manifestações
sistêmicas discretas.
 Grave: dor e manifestações sistêmicas graves

* Os óbitos estão relacionados


a complicações como edema
pulmonar e choque

 Gravidade dos sinais clínicos:


- Espécie e tamanho do escorpião (maior o escorpião,
maior a quantidade de veneno)
- Quantidade de veneno inoculado
- Massa corporal da vítima (menor a vítima, mais
grave o quadro)
- Sensibilidade individual
- Tempo entre a picada e tratamento

DIAGNÓSTICO
 Relato de casos
 Sinais Clínicos  Criança, 9 anos, sexo masculino
 Histórico ■ Irmão viu a criança ser picada no pé por escorpião
 ECG amarelo com o dorso marrom.
 Radiografia ■ Agitação; Cefaleia e Vômitos;
 Exames laboratoriais ■ Extremidades frias; bradicardia; Sialorreia;
- Hemograma (leucocitose e neutrofilia, glicemia 504mg/dl
trombocitose [contração esplênica, liberando ■ ECG normal
plaquetas na circulação.) ■ 4 ampolas de SAE (IV); Dipirona e fluidoterapia
- CK ■ 48 horas depois → alta
- ↓ Potássio e ↑ sódio (liberação de cortisol)
- Hiperglicemia  Criança, 3 anos, sexo feminino;
- Urinálise ■ Brincando no tapete, começou a chorar com dor no
dorso da mão (22h);
TRATAMENTO ■ Vômito;
■ PA (2h): sudorese; taquipneia; pulso periférico não
■ Sintomático palpável; Glasgow 9; crepitação pulmonar; glicemia
• Anti-histamínico  Prometazina 377mg/dl
• Dor: Dipirona; lidocaína 2% sem vasoconstritor ■ 14h: hematúria, parada CR;
• Antieméticos: Ondasetrona – cuidado! (não pode ■ Suspeita de acidente por escorpião;
associar opioides) ■ 4 ampolas de SAE (IV);
• Distúrbios hidroeletrolíticos: Fluidoterapia exames (hemograma; gasometria; função renal;
função hepática; CK)
■ Bradiarritmias ■ CTI: 22 h → parada cardiorrespiratória; reanimação
- Atropina por 20 min sem sucesso

▪ Hipertensão
- Vasodilatadores: Nifedipina, anlodipino,
hidralasina

▪ Edema pulmonar
- Furosemida
- Oxigenioterapia
- Ventilação mecânica

■ Insuficiência cardíaca ou choque


- Dopamina e/ou dobutamina

TRATAMENTO (HUMANOS)

▪ Específico
- Soro antiescorpiônico ou antiaracnídico
- Formas moderada e grave
■ Afastar camas das paredes
■ Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros e
cantos de parede

PREVENÇÃO E CONTROLE Medidas a serem realizadas pela população quando


identificar esses animais
■ Identificação das áreas de risco ■ Evitar a circulação de pessoas ou de animais no
- Notificação, levantamento e mapeamento dos casos local.

■ Ações para controle ■ Não bater, tocar, jogar produtos ou objetos nos
- Área alvo (área onde tem relatos de escorpiões) animais em seu abrigo
- Controle direto: Busca ativa e remoção mecânica ■ Contatar o serviço público de vigilância e controle
- Controle indireto: manejo ambiental; Limpeza de de zoonoses para que este desencadeie as ações
quintais, jardins e terrenos (retirar folhas secas, pertinentes Prevenção e controle
entulho e lixo).
■ Controle químico? Não são letais aos escorpiões

■ Evitar folhagens, arbustos e trepadeiras em muros. ➢Transversalidade


- Serviço de atenção a saúde
■ Usar luvas de couro nas atividades rurais e de - Vigilância em Saúde ambiental
jardinagem - Serviço de limpeza urbana
■ Nunca colocar as mãos em tocas ou buracos, ocos - Sistema de abastecimento de águas e esgotos
de arvores, cupinzeiros, entre montes de lenha ou - Secretaria Municipal de Educação
pedras - Secretaria Municipal de assistência social

■ Acondicionar o lixo em recipientes apropriados e


fechados, e entregá-los para o serviço de coleta. O que fazer em caso de acidente escorpiônico

■ Eliminar fontes de alimento para roedores, baratas, ■ Lavar o local com água e sabão
cupins, aranhas, grilos e outros pequenos • Aplicar compressa morna no local
invertebrados. • Procurar atendimento imediato: UBS, posto de
■ Manter fossas sépticas bem vedadas, para evitar a saúde, hospital de referência.
passagem de baratas, escorpiões e outros animais • Se for possível, capturar o animal e levá-lo ao
sinantrópicos. serviço de saúde

■ Vedar frestas e buracos em paredes e muros


■ Evitar queimadas, pois desalojam esses animais.
■ Preservar predadores naturais, como seriemas,
corujas, sapos, lagartixas e galinhas
■ Vedar portas e janelas com rodos de borracha, rolos
de areia
■ Telar as aberturas de ralos, pias ou tanques.
■ Telar aberturas de ventilação, porões e manter
assoalhos calafetados
■Manter todos os pontos de energia e de telefone
devidamente vedados.
■ Examinar calçados e roupas antes de usá-los.

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