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Apostila de

Traumatologia
Trauma
LIMITES DE ATUAÇÃO DA CTBMF ETIOLOGIA

Horizontal: Tragus – Tragus;


Acidentes de trânsito;
Vertical: Glabela – osso Hióide.
Agressões;

Práticas esportivas;

Acidentes domésticos e de trabalho;

TAF (trauma por arma de fogo).

Diagnóstico

Dor;

Edema/Equimoses;
Epidemiologia
Crepitação;
Fatores geográficos, socioeconômicos e
Hipoestesia/Paralisia;
culturais;
Mal oclusão;
Maior predileção pelo sexo masculino (4:1):
Distúrbios visuais;
• Imprudência no trânsito;
Assimetrias.
• Praticam mais esportes de contato

físico;

• Frequentam espaços com maior

incidência de violência;

• Alto consumo de álcool, antes de

dirigir;
Atendimento inicial Sangue acumulado:

Reconhecer os mecanismos do trauma; • Crescimento bacteriano.

Desobstrução das vias aéreas: Transtornos mecânicos:

• Identificar corpos estranhos (dentes • Bloqueio das vias respiratórias;

quebrados, próteses); • Hemotórax;

• Deslocamento de tecidos na região; • Pneumotórax;

• Edema; • bloqueio cardíaco;

• Lesão cerebral; • Aumento da pressão intracraniana.

• Hematoma retrofaríngeo;
American Society of
• Reposicionamento da língua
Anesthesiologists (ASA)
(inconsciente)
ASA I Paciente saudável
Controlar os sinais vitais e observar o ABCDE
ASA I Doença sistêmica leve sem
do trauma;
limitação funcional.
A Vias aéreas (airway)
ASA I I Doença sistêmica moderada com
B Respiração (breathing) . limitação funcional
C Circulação (circulation) ASA IV Doença sistêmica severa com
D Incapacidade (disability) risco de morte eminente.
E Exposição (exposure) ASA V Paciente moribundo sem

expectativa de sobreviver sem

Hemorragia interna ou externa cirurgia.

ASA VI Paciente com morte cerebral


• Interna: Dentro da boca;
(doador de órgãos)
• Externa: Fora da boca (face).
Tipos de lesão
CONTUSÃO Espectro equimótico
A contusão se refere ao impacto de algum
Dias Cor
objeto contra nosso corpo ou quando nosso
1° VERMELHA
corpo se choca contra um anteparo sem
2° ao 3° VIOLÁCEA
lesões estruturais aos ossos, articulações e
4° ao 6° AZULADA
pele, danificando os tecidos e capilares.
7° ao 10° ESVERDEADA

12° AMARELADA

O hematoma ou equimose começa com uma

cor avermelhada, em torno de 2 dias muda

para uma cor arroxeada, após 7 dias, muda

Motivos para uma cor verde-amarelada até sumir

completamente por volta de 20 dias.


Edema - Extravasamento de líquidos dentro

do tecido;

Hemorragia interna;

Equimose - Ruptura de capilares; Tratamento

Hematomas - Ruptura de vasos calibrosos. Proservação, não é necessário tratamento

apenas acompanhar;
Hiposfagma ocular - Hemorragia na parte

subconjuntival da orbita (hemorragia Compressa de gelos nas primeiras 12h;

subconjuntival).
Se dor - Anti-inflamatórios ∕ analgésicos.
ABRASÂO PERFURAÇÃO

Lesão por escoriação, atrito ou raspagem, Lesão pequena causada por objeto

aspecto de arranhão. perfurante (furo).

Ocorre na pele, mas pode acometer outros Superficial - Camada epitelial, possíveis

tecidos como a córnea (Olho). problemas de contaminação.

Profunda – Possível perfuração de órgãos.

Tratamento Tratamento

O tratamento depende do grau de abrasão, • Profilaxia do tétano (atualizar caderneta de


nos casos mais graves é necessário: vacinação) e infecções;

• Anestesia local; • Desinfeção da área;

• Desbridamento: • Sutura (depende da dimensão do furo).

limpar completamente a região para a CORTE - LACERAÇÃO

remoção de restos necróticos e escaras. Ruptura do tecido com corte e rasgo do

tecido mole, mais profundo que a abrasão e


• Curativo inicial com gaze lubrificada
sangramento profundo e abundante.
para não “colar” na ferida e possibilitar

a troca diária do curativo. Lesão de tamanho variado, causado por

objetos cortantes (ex: faca, estilete, vidro).


Tratamento

• Localização e retirada dos projéteis;

• Desbridamento:

limpar completamente a região para a

remoção de restos necróticos e escaras.


Tratamento
• Hemostasia;
• Desbridamento:
• Sutura por planos.

limpar completamente a região para a


QUEIMADURAS
remoção de restos necróticos e escaras.
1º GRAU: superficial, envolve a EPIDERME;

• Hemostasia;
2º GRAU: envolve EPIDERME e DERME; e
• Sutura;
3º GRAU: profundas, que acomete a DERME
• Profilaxia do tétano (atualizar caderneta
e atinge os tecidos SUBCUTÂNEOS.
de vacinação) e infecções.
Tratamento
PERFURAÇÃO POR ARMA DE FOGO (PAF).
• Desbridamento:

limpar completamente a região para a

remoção de restos necróticos e escaras.

• Cobertura com gaze lubrificada;

• Enxerto de pele.
Ferimento causado pela perfuração dos

tecidos por um projétil de arma de fogo

(objeto perfuro-contuso).
Fraturas da face
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Axial de Hirtz - Avalia o arco zigomático;

Dor;

Edema (aumento de volume);

Equimoses (derramamento de sangue);

Crepitação (estalos);

Hipoestesia (diminuição da sensibilidade);


Towne com boca aberta - Avalia os côndilos;
Paralisia (perda da sensibilidade);
Oclusal - Presença de supranumerários no
Mal oclusão; palato;

Distúrbios visuais;

Assimetrias.

EXAMES DE IMAGEM COMPLEMENTAR

Waters - Avalia o terço médio da face;

P. A de face - Avalia os seios nasais; Panorâmica - Avalia toda mandíbula;

Cefalometria lateral - Avalia as vias aéreas; Tomografia computadorizada - Qualquer área

de interesse (padrão ouro).


Qual local da face que mais fratura ? IMOBILIZAÇÃO

1º Nariz – 31,51% Bloqueio maxilo mandibular

2ª Mandíbula – 28,7%
• Intermediário (fio interdental).

Localização anatômica das fratura por

porcentagem (Condilo fratura mais,

Coronoide fratura menos).

• Barra de Erich.

Objetivos do tratamento

FIXAÇÃO RÍGIDA
Redução anatômica e estabilização;
Placas
• Voltar a sua origem.
• Sistema de placas e parafusos
• Reduzir ao máximo a discrepância.
absorvíveis.
Oclusão funcional pré-trauma;

• Voltar a oclusão que o paciente tinha.

(mesmo nos casos de maloclusão).

Contorno facial e simetria;

Altura e projeção facial.


FRATURA DO OSSO FRONTAL FRATURA DE ÓRBITA

Acontece por um trauma na região da Ocorre em cerca de 10% nos traumas de

fronte, sendo que a principal repercussão face podendo resultar em amaurose.

é a estética.
Clinicamente pode resultar em edema,

O exame radiográfico de escolha é a diplopia (visão dupla), enoftalmia

Tomografia. (afundamento do lobo ocular), amaurose,

bléfaro hematoma, encurtamento da


Clinicamente apresenta-se como
pálpebra.
afundamento frontal e trauma crânio

encefálico (TCE) associado. Fratura blow out: Ocorre após grandes

traumas, resulta em fratura do assoalho da

órbita. O conteúdo da orbita extravasa para

dentro do seio maxilar.

Fratura de blow in: Ocorre associada a

traumas do osso frontal, resulta na fratura da

parede do teto da orbita, considerada uma

fratura rara de acontecer.

O exame radiográfico de escolha é a


Tratamento
Tomografia computadorizada e P.A de

Acesso coronal; Waters.

Redução da fratura;

Osteossíntese;

Uso de placas e parafusos para

estabilização e devolução de contornos.


Vias de acesso: FRATURA DE ZIGOMA

Manifestações clínicas: Alterações no


A - Subciliar;
contorno da região zigomática; Diplopia (visão
B - Subtarsal;
dupla); Enoftalmia ou proptose

C - Infraorbitário; (deslocamento do globo ocular); Equimose;

Hiposfagma.
D - Transconjutival.

JFZ: Junção Fronto Zigomático;

PLIO: Parede Látero Inferior da Órbita;


Tratamento
AZ: Arco Zigomático;
Restauração do assoalho
JZM: Junção Zigomático-Maxilar.
Enxertos ósseos;
Quando ocorre lesões dessa natureza, o
Cartilagem; exame radiográfico de escolha é Axial de

Implantes aloplásticos; Hirtz.

Implantes metálicos (placas de titânio). Vias de acesso

Osteossíntese A - Intraoral; e Supraciliar;

Palpebral inferior;
B - Extraoral.
Rígida; e Método de Gillis;

Transcutânea.
Semirrígida.
FRATURA DE NARIZ Tratamento
Tipo I: envolve a pirâmide nasal e a parte
O tratamento consiste na redução,
anterior do septo.
tamponamento e molde externo.
Tipo II: atinge a base da pirâmide nasal e o

septo mais posteriormente.

Tipo III: se estende para a maxila e o osso

frontal.
FRATURA NASO-ORBITO-ETMOIDAL (NOE)

• Equimose periorbitária;

• Telecanto traumático- nariz de sela;

• Enoftalmia;

• Diplopia;

• Epífora - lacrimejamento;

• Afundamento nasal;

Diagnóstico • Fístula liquórica – líquido que sai do raiz;

• Desvio de septo;
A palpação da pirâmide nasal pode identificar
• Alterações neurossensoriais.
degraus ósseos, com áreas de crepitação e

pontos dolorosos. É preciso ainda investigar a

cavidade nasal, para identificação de possíveis

obstruções nasais, fraturas ou desvios do

septo, hematomas septais, lacerações da

mucosa nasal e sangramentos ativos.

Tratamento
O exame radiográfico de escolha é a P.A de

Waters ou a tomografia computadorizada. Consiste na redução e fixação das fraturas.


FRATURA DA MAXILA

Pilares verticais: Pilares horizontais:


Frontal
Naso-maxilar
Zigomático
Zigomático
Maxilar
Pterigomaxilar Mandibular

Le fort III
Le fort I
Disjunção craniofacial - Linha de fratura que
Fratura Pterigomaxilar - Linha da fratura
se estende desde a região da sutura fronto-
tangencia a margem inferior da abertura
nasal, passando pelas paredes mediais e dos
piriforme e dirige-se horizontalmente, através
assoalhos das órbitas, alcançando a sutura
da parede anterior do seio até a tuberosidade.
zigomático frontal e zigomático-temporal.

Le fort II Diagnóstico

Linha de fratura que inicia na região dos ossos Avaliação clínica e exames de imagens (TC).

nasais, descendo pelo processo frontal do


Tratamento
osso maxilar, estendendo-se lateralmente
• Acesso intraoral ou extraoral;
através dos ossos lacrimais ao assoalho da
• Fixação semirrígida e bloqueios;
órbita, rebordo infraorbitário e sutura
• Fixação rígida com implantes.
zigomático –maxilar.
FRATURAS DA MANDIBULA EM RELAÇÃO AO TRAÇO DE FRATURA

O padrão de fratura da mandíbula ocorre por


• Parcial ou incompleta - sem
tração na lingual em direção a vestibular com
deslocamento.
exceção na região dos côndilos.
• Fratura em galho verde - perda
Tipos de fratura
incompleta da continuidade do osso.
EM RELAÇÂO AO MEIO
• Simples - linha única de fratura.
• Aberta - comunicação com o meio

externo.

• Fechada - não se comunica com o

meio externo.

EM RELAÇÃO AO MECANISMO
• Cominutiva - vários fragmentos.

• Direta - fratura no local do trauma.

• Indireta - a força se dissipa e fratura

em outra região.

EM RELAÇÃO A ESTABILIDADE

• Favoráveis - resistência ao
• Composta - vários traços de fratura.

deslocamento pela ação dos

músculos.

• Desfavoráveis - não resiste ao

deslocamento.
Traumatismo Dentoalveolar

O incisivos central é normalmente o dente FRATURA DE ESMALTE

mais envolvido no trauma, com etiologia Fratura não complicada de coroa, perda de

variada, as principais causas envolvem conteúdo dentário confinada ao esmalte

esportes, quedas de bicicleta, acidentes de dentário.

moto e outros fatores como violência e


Tratamento:
abuso de drogas.
Proteção dos túbulos dentinarios, em casos
Foi observado uma maior incidência no
de pequenas extensões arredondar as bordas
gênero masculino (meninos). Na dentição
e aplicar flúor. Acompanhar radiograficamente.
decídua, ocorre entre 2/3 anos de idade,

quando a coordenação motora está em

desenvolvimento.

TRINCA DE ESMALTE

Rachadura/Fratura incompleta do esmalte,

sem perda de substância dentária.


FRATURA DE ESMALTE E DENTINA SEM
Fotopolimerizador pode auxiliar no EXPOSIÇÃO PULPAR

diagnóstico. Fratura não complicada da coroa, confinada a

Tratamento: Teste de sensibilidade e


esmalte e dentina, sem exposição pulpar.
acompanhamento radiográfico.

Tratamento: Proteção da polpa (se profundo)

e restauração/ colagem do fragmento.

Acompanhar radiograficamente.
FRATURA DE ESMALTE E DENTINA COM FRATURA RADICULAR
EXPOSIÇÃO PULPAR
Fratura complexa que envolve, cemento,
Fratura complicada da coroa, com presença
dentina e polpa. Podendo ser horizontal,
de hemorragia local, sensibilidade térmica e
diagonal e vertical (extração), além de
dor a mastigação.
acometer os terços apical, médio e cervical.

Tratamento: Capeamento pulpar, curetagem

pulpar, pulpotomia parcial, endodontia são

opções de tratamento depende da situação

clínica.

Tratamento:

Fraturas transversais no terço cervical, faturas

longitudinais ou oblíquas – exodontia.

Fraturas transversais no terço apical – não


FRATURA CORONORADICULAR
necessita de tratamento.
Clinicamente observa-se sua extensão vai

além do limite gengival, que envolve esmalte, Fraturas no terço médio – anestesia +

dentina, cemento e em algumas situações a pressão digital para aproximar os fragmentos,

polpa. contenção semirrígida.

Tratamento: A extensão da fratura ditará a

opção de tratamento, que vai desde os mais

conservadores até a possibilidade de

extração.
CONCURSSÃO LUXAÇÃO LATERAL

Traumatismo às estruturas de suporte do Deslocamento lateral do dente em uma

dente sem aumento da mobilidade ou direção que não seja intrusiva, acompanhada

deslocamento do dente, mas com marcante por fratura das paredes do alvéolo.

sensibilidade a percussão.
Tratamento

Lesão ao ligamento periodontal, ocorre


Reposicionamento cuidados e contenção
edema e sangramento e dano ao suprimento
rígida 3 a 8 semanas (fratura do osso alveolar).
neurovascular da polpa.
Acompanhamento radiográfico.

Tratamento
LUXAÇÃO EXTRUSIVA

Ajuste oclusal, orientação de higiene e


Deslocamento parcial do dente na direção
mudanças na dieta (alimentação pastosa e
axial.
líquida) nos primeiros dias após o trauma.
Tratamento:
Acompanhamento radiográfico.

Na dentição decídua alguns autores


SUBLUXAÇÃO
recomendam a extração para não afetar o
Aumento da mobilidade, com ligeiro aumento
germe do permanente.
do espaço pericementário, pode haver
Na dentição permanente contenção
sangramento no sulco gengival e mudanças
semirrígida de 2 a 3 semanas. Acompanhar
na coloração da coroa do dente (tempo).
radiograficamente.
Tratamento:

Ajuste oclusal, orientação de higiene e

mudanças na dieta (alimentação pastosa e

líquida) nos primeiros dias após o trauma.

Acompanhamento radiográfico.
LUXAÇÃO INTRUSIVA Para reimplante de permanentes os requisitos

são ausência de doença periodontal, meios de


Deslocamento do dente para dentro do
conservação e armazenagem e tempo do
alvéolo (coroa encurta).
ocorrido.
Tratamento:
O dente deve ser armazenado
Alguns autores recomendam a extração em
prioritariamente na solução de Hank ou ainda
casos de trauma em dentes decíduos se
em leite ou saliva.
atingir o germe do permanente.
O REIMPLANTE DEVE SER REALIZADO
Dentes com ápice aberto - reerupção
SEMPRE QUE POSSÍVEL.
espontânea em 2/4 meses.
Tratamento
Dentes com ápice fechado - é necessário
O grau de comprometimento ditará o
extrusão ortodôntica.
tratamento. A contenção para esse tipo de
Reposicionamento ortodôntico - iniciar na
trauma é semirrígida, é importante realizar a
primeira consulta.
cobertura antibiótica e avaliar a profilaxia

antitetânica (atualização da vacina).

AVULSÃO

Remoção completa do dente do seu alvéolo REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

HUPP, James R.; TUCKER, Myron R.; ELLIS,


decorrente de um acidente.
Edward. Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 6.
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. 692 p.
Em dentes decíduos não faz o reimplante.

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