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Traumatologia Forense
Causas de lesões corporais:
 energia mecânica,
 energia física,
 energia química,
 energia físico-química,
 energia bioquímica,
 energia biodinâmica
 energia mista

Energia Mecânica
Maneiras do impacto:
 Meio Ativo: Objeto em movimento contra o Corpo parado
 Meio Passivo: Objeto parado e o corpo humano em movimento
 Meio Misto: Objeto e corpo humano em movimento

Atuação e lesão:
 Perfurantes => ferida puntiforme
 Cortantes => feridas cortantes
 Contundentes => feridas contusas
 pérfuro-cortante => feridas perfurocortantes
 pérfuro-contundentes => feridas perfurocontusas
 corto-contundentes => feridas Cortocontusas

Instrumentos:
 Perfurantes:
o punctórios, longos, de diâmetro desprezível em relação ao seu comprimento
o Agem afastando as fibras do tecido sem seccioná-las
o Característica da ferida:
 Abertura estreita
 Pouco ou nenhum sangramento
 Pouca nocividade na superfície
 Pode causar grande gravidade na profundidade
 Menor diâmetro que o objeto causador
 Devido a elasticidade e retração dos tecidos cutâneos
 1ª Lei de Filhos: Se objeto de médio calibre, se assemelha a ferida perfuro-cortante de 2
gumes
 Para diferenciá-las: 2ª Lei de Filhos, numa mesma linha de tensão muscular, as feridas
perfurantes terão o mesmo sentido
 Lei de Langer: se a ferida perfurante for num local de vários sentidos de tensão muscular, irá
parecer uma ferida perfuro-cortante de 3 gumes
o Ex.: estilete, compasso, alfinete, agulha, prego, furador de gelo
o Sinal de Chavigny: Quando duas lesões cortantes ocorrem uma sobre a outra, ao se
coaptar as bordas da primeira, a segunda NÃO terá trajeto retilíneo (forma o X errado)
Lesão em acordeão de Lacassagne: No caso de instrumentos perfurantes ou
perfurocortantes, a profundidade da ferida pode ser maior do que o comprimento da lâmina
o Trajeto:
 Terminar em fundo de saco
 Terminar numa cavidade
 Transfixar um segmento (2 orifícios)
 Cortantes – Incisas (o médico faz a incisão com o bistuí)
o Gume afiado que desliza sobre os tecidos
o Ex.: navalha, lâmina de barbear, bisturi, faca
o Característica das feridas:
 Regularidade das bordas
 Regularidade do fundo da lesão,
 Ausência de vestígios traumáticos em torno da ferida,
 Hemorragia em geral abundante,
 Predominância do comprimento sobre a profundidade,
 Afastamento das bordas da ferida,
 Presença de cauda de escoriação voltada para o lado onde terminou a ação do instrumento,
 Vertentes cortadas obliquamente
 Centro da ferida mais profundo que as extremidades.
o Esgorgamento x Degola x Decaptação – lesões cortantes no pescoço
 Esgorgamento: parte anterior ou lateral – onde fica o GOGO - glote
 Suicídio:
o lesões de hesitação (vários cortes superficiais)
o Cauda de escoriação na direção da mão dominante
o Mais profunda no início e superficial ao final
o Horizontal
 Homicídio:
o Profundidade uniforme
o Oblíqua ascendente
 Degola: parte posterior – (onde encosta a gola)
 Decaptação: separação total - gilhotina
 Contundentes
o Instrumentos: superfície rígida que atua contra o corpo
o Ex.: cassetete, martelo, para-choque, chão, parede, pés, unhas, etc
o Lesões:
 Rubefação: + leve, mancha eritematosa, efêmera e fugaz, involui sem deixar vestígios
 Escoriação: ESCORREGA E RANCA A PELE, EXPÕE A DERME
 Arrancamento da epiderme, deixando a derme exposta. (Exposição)
 Geralmente causada por ação tangencial do tecido ao agente contundente
 Não cicatriza e não deixa marcas
 Regeneração por reepitelização
 Exame verifica:
o Aspecto: post-mortem não forma crosta, derma branco sem serosidade ou
sangue, leito seco e apergaminhado
o Idade: definida pelo aspecto da lesão, crosta e coloração
o Forma: pode revelar o instrumento causador
o Sede e nº: conclusão da natureza jurídica da ofensa
 Equimose:
 Infiltração sanguínea nas malhas dos tecidos
 Baseado na sua cor, na forma e sede VeViA Es Amarela
 A forma pode revelar o objeto causador, podendos ser:
o Sugilação: forma de pequenos grãos de areia
o Víbices: forma de estrias
o Equimonas: grandes proporções
o Petéquias: são equimoses profundas, pequeninas e
arredondadas, subpleurais(pulmão) ou
subepicárdicas (coração)
 Podem ser superficiais ou profundas
 Sofre, com o tempo, mudanças sucessivas de coloração.
o “Espectro equimótico de Legrand du Saulle”
 A cor -> idade,
 Forma -> Instrumento,
 Sede -> natureza jurídica do crime (homicídio, crime sexual, etc.)
 Edema:
 Acúmulo de líquido no espaço intersticial (sais e proteínas do plasma)
 Hematoma:
 Maior extravasamento de sangue, formando coleções sanguíneas lacustres nas
cavidades do tecido
 Bossa sanguínea: coleção de sangue sobre uma superfície óssea (traumatismo craniano)
 Bossa linfática: coleção de linfa sobre uma superfície óssea “galo” (traumatismo
craniano)
 Feridas contusas:
 Lesão aberta, vencendo a resistência e elasticidade dos planos moles
 Características:
o Bordas irregulares, escoriadas e equimosas
o Fundo irregular
o Hemorragia escassa
o Vertentes irregulares
o Presença de pontes de tecido íntegro constituídas de vasos, nervos e
tendões
o Ângulo da ferida tendendo à obtusidade
 Fraturas:
 Soluções de continuidade dos ossos provocadas, na
maioria das vezes, por um trauma
 Podem ser - Diretas: no próprio local do traumatismo
ou Indiretas: produzidas à distância do local do
traumatismo
 Podem se apresentar por um traço, vários traços ou
por inúmeros fragmentos (fratura cominutiva).
 Podem ser fechadas (subcutâneas) ou abertas (expostas)
 Luxações:
 É a perda do contato entre as superfícies articulares, causada pelo deslocamento de
dois ossos.
 Pode ser completa (perda de contato total) ou incompleta (perda de contato
parcial).
 Roturas de vísceras internas:
 Ocorre o rompimento dos órgãos internos

 Perfuro-cortantes:
o Os instrumentos possuem ponta e gume e atuam por um mecanismo misto perfurando com a ponta
e cortando com seu gume os planos superficiais e profundos do corpo.
o Podem conter um só gume (faca, peixeira, canivete, espada), dois gumes (punhal) e três gumes
(lima).
o Um gume:
 Forma em botoeira, com fenda regular e linear, um ângulo agudo e outro arredondado;
 Largura maior que a espessura da arma;
 Comprimento menor que a largura se o trajeto da arma for perpendicular ao plano corporal
 Comprimento maior se atuar obliquamente
o Dois gumes:
 Produzem fenda de bordos iguais e ângulos agudos
o Três gumes:
 Forma triangular ou estrelada
 Corto-contudentes
o Instrumentos que, mesmo sendo portadores de gume, são influenciados pela ação contundente,
quer pelo seu próprio peso, quer pela força ativa de quem os maneja.
o Ação por deslizamento, percussão ou pressão.
o Ex.: a foice, o facão, o machado, a enxada, a guilhotina, a serra elétrica, as rodas de um trem, a
tesoura, as unhas e os dentes.
o Lesões graves e profundas, inclusive com fraturas e luxações
o ESPOSTEJAMENTO X ESQUARTEJAMENTO
 Espostejamento: fazer em postas, em qualquer parte do corpo
 Esquartejamento: cortes nas articulações, nos “quartos” do corpo
 Pérfuro-contundentes
o Provocadas por projéteis de arma de fogo
o Possuem orifício de entrada, orifício de saída e trajeto
o Orifício de entrada:
 Encostado:
 Forma irregular e denteada devido a ação dos gazes (câmara de mina de Hoffmann)
 Adjacências com creptação gasosa do tecido subcutâneo (queimado)
 Pode ficar impresso o desenho da boca e da alça de mira, formando um halo de
tatuagem e esfumaçamento (sinal de Werkgaetner)

Espectro equimótico de Legrand du Saulle


 Não representa a cronologia em esquimoses
conjuntivas, pois a conjuntiva muito porosa e
de oxigenação fácil, não permitindo que a oxi-
hemoglobina se transforme e se decomponha
o Permanecem vermelhas até o fim
 A cor é melhor verificada com a Lâmpada de
Wood

Lesões de defesa: ocorrem quando a vítima reage a uma agressão do agente, podendo a vítima sofrer cortes
nos braços, mãos e pés
Lesões e Mortes por Ação Contundente de Projéteis de Arma de Fogo Comuns
e de Alta Energia
Principais armas de fogo:
1. Armas de fogo comuns
2. Espingardas
3. Fuzis (projéteis de alta energia)

Armas de fogo comuns

Na entrada tem característica perfurante, por causa da energia, e na saída, contundente (rasga)

Efeitos primários: Orifícios de entrada


• Zona de Enxugo, de alimpamento, de Chavigny, de Canuto e Tovo: detritos e impurezas ficam retidos na pele
quando o projetil passa por ela.
• Zona/Orla de Equimose ou aureola equimótica: devido a ação contundente causa pelo projetil
• Zona /Orla de escoriação, Anel de Fisch, de Contusão, desepitelação, erosiva, inflamatória: Escoriação causada
pela passagem do projetil

Efeitos secundários: Aqueles causados por outros elementos que não o projétil:
• Gases aquecidos -> Zona de queimadura - chamuscamento
• Fuligem -> Zona de esfumaçamento – sai quando lava
• Pólvora Incombusta -> Zona de tatuagem – não sai quando lava
• Zona de Compressão dos gazes -> em vivos ONDE TEM ZONA, É ENTRADA
Curta distância = queima roupa ≠ encostado
Efeitos secundários podem fica na roupa

Tiros encostados
• Câmara de mina de Hoffman: os tiros com plano ósseo subjacente, com forma estrelada e bordas solapadas
• Benassi: fuligem no plano ósseo
• Werkgaertner: desenho da boca do cano e da massa de mira na pele (batida ou queimadura)
Sinal do Funil de Bonnet – diâmetro da entrada é menor que o diâmetro da saída
Entrada Saída

Tiro de espingarda

Rosa de Tiro de Cevidalli (dali rosa) Cone de Ensaio de dispersão balística

Tiro de Fuzil (projéteis de alta energia)


Cano longo + alma raiada + munição = Alta energia cinética
• Ondas de pressão -> Cavitação temporária
• Ondas de choque
Não há grandes diferenças entre os orifícios de entrada por tiro de armas de alta ou baixa energia
Podem ocorrer formas bizarras de entrada se houver interposição de anteparos (bater no distintivo), mudando o
curso normal do projetil

A dispersão da Zona de Tatuagem é contrária ao


lado de entrada do projetil, sendo mais “aberto”
ao lado contrario a entrada e mais “apertado,
junto, concentrado” no sentido da entrada.
Lesões e Mortes por Agentes Físicos, Químicos e seus efeitos

Energias de Ordens Físicas:


 Temperatura - TERMOQUÍMICA
o Frio,
 Difuso: Hipotermia - esgotamento da capacidade de produção de calor
 Afterdrop ou queda subsequente, a temperatura continua caindo mesmo depois da
exposição
 Direto: Geladura
 1º grau - palidez, halo de hiperemia e aspecto anserino da pele (arrepio);
 2º grau - além do eritema, também bolhas ou flictenas de conteúdo claro (2ª grau)
ou hemorrágico (3º grau);
 3º grau (4º grau) - necrose e crostas enegrecidas.
 Hygino divide em 4 graus, dividindo o 2º em 2, conforme o conteúdo das bolhas.
 “Pés-de-trincheira”: lesão isquêmica seguida de necrose e gangrena
o Calor
 Difuso – indireto, sem contato
 insolação – sol, ambiente externo
 intermação – ambiente interno, calor ambiental
 Direto – com contato
 Queimaduras – Classificação de Hoffman
o 1º grau: sinal de Christinson (son, sol)
 Apenas a epiderme é afetada pela vasodilatação capilar
 Eritema: vermelhidão
 Edema, dor, descamação
 Geralmente causada por raios solares
 Resposta inflamatória
 Resposta vital: ñ evidente em cadáver
 Proteção: roupas claras, chapéus, filtros bloqueadores;
o 2º grau: sinal de Chambert
 Atinge a derme
 Bolhas com líquidos (vesículas ou flictenas) em vivos
 sinal de Janesie-Jeliac (diferencia sem em vivo ou morto)
 Bolhas de ar em mortos
 Reação do sistema linfático
o 3º grau:
 atinge as camadas musculares
 geralmente por chamas ou sólidos superaquecidos por tempo longo
 mais facilmente infectadas
 menos dolorosas em virtude da destruição dos corpúsculos sensíveis
da epiderme
o 4º grau
 carbonização do plano ósseo
 Combustão da própria pele;
 Contato prolongado com chamas/superfícies;
 Contato prolongado com sólidos aquecidos;
 Chegam aos ossos, pois consomem as camadas musculares
o Carbonização:
 Posição de lutador (boxeur), “atitude de saltimbanco”, “atitude em
epistótomo”
 Retração da musculatura;
 Cabelos e pelos chamuscados;
 Fendas (fissuras) na pele;
 Experiências, crematórios: 1,5 a 2 h.
 Perícia:
 Identificação; (digital, arcada dentária, DNA)
 Morreu por fogo?
 Foi queimado depois de morto?
 Procura por outras lesões;
 Queimados vivos:
o Fuligem nas vias respiratórias – sinal de Montalti;
o Fumaça aquecida: lesões laringe, faringe, esôfago.
o Oscilação de temperatura

 Pressão atmosférica - Traumas por pressão (baropatias)


o Geralmente raras e relacionadas a atividades de alpinismo, mergulho e aviação
o Grandes altitudes:
 Rarefação, baixa concentração de oxigênio
 Diminuição da Pressão: anoxia (falta de oxigênio)
 Causa: Tonturas, dispineia, vômito, cansaço, desmaio, taquicardia;
 “Mal das montanhas” ou “mal do aviador”.
o Baixas altitudes:
 Aumento de Pressão: + 5 ATM
 compressão onde ocorre intoxicação por oxigênio, nitrogênio e gás carbônico
 descompressão brusca (na subida), onde ocorre o aumento da concentração de gases
dissolvidos no sangue
 Causa: Ruptura de tímpanos, otorragia, dispineia, hemorragia interna
 “Mal dos caixões”, doença dos mergulhadores ou dos escafandristas -mergulhadores
antigos

 Eletricidade – Principal incidência


o Industrial ou artificial:
 Eletroplessão = lesão ou morte
 Marca ou Sinal de Jellineck.
 Eletrocussão = morte. Cadeira elétrica. CEBRASP
oNatural, cósmica ou atmosférica;
 Fulminação = morte, raios;
 Fulguração = lesões;
 Marca ou sinal de Lichtemberg
o Corrente (i) passando pelo coração;
o Maior potencial letal;
o Pode atingir pulmões e cérebro
 Radioatividade
o Formas de exposição:
 Crônica: câncer e outras doenças. Ex.: radiologistas
 Aguda: Radiodermite: queimaduras por radiação
 1º grau - eritematosa ou depilatória: temporárias, 60 dias
o depilatória
o eritematosa
 2º grau - papuloeritematosa: ulceração muito dolorosa e recoberta por crosta
seropurulenta
o eritematosa
 3º grau - ulcerosa: zonas de necrose, de aspecto grosseiro e grave
o ulcerosa, onde as úlceras são denominadas úlceras de Röentgen
o Energias ionizantes e não ionizantes
 Energias Ionizantes:
 Raios X: Queimaduras de pele, queda de cabelo, náuseas, vômitos, diarreia, fadiga,
perda de glóbulos brancos, aumento do risco de câncer.
 Raios gama: Mesmos efeitos que os raios X, mas mais graves, síndrome do fígado
irradiado, morte em casos de doses muito altas.
 Partículas alfa e beta: Danos ao DNA, mutações genéticas, câncer, defeitos
congênitos.
 Energias Não-ionizantes:
 Radiação ultravioleta (UV): Envelhecimento precoce da pele, queimaduras de sol,
câncer de pele, catarata.
 Radiação infravermelha (IR): Queimaduras de pele, catarata, danos à retina.
 Radiofrequência (RF): Aquecimento dos tecidos, dor de cabeça, fadiga, dificuldade
para dormir, possível aumento do risco de câncer (ainda em estudo).

 Luz
o Ação intensiva da luz sobre os órgãos da visão pode levar a consequências graves, como à cegueira
total
o Outras radiações não ionizantes, como o infravermelho e o ultravioleta, podem acarretar lesões
sobre o cristalino e as conjuntivas, respectivamente.
 Som
o Geralmente acidentes do trabalho por exposição prolongada a sons (ruídos) > 85 db, zumbidos, o
recrutamento, a perda da discriminação da fala e a otalgia
o Causa alterações ao aparelho auditivo, perda auditiva temporária ou permanente

 Explosão ou detonação
o Produção e liberação violenta de gases;
o Transformação química
o Geralmente de origem acidental
o Feridas causadas:
 por ação mecânica (escombros)
 Mecanismo de ação contundente, ferida contusa ou morte: fogos, explosivos p/
mineração, bélicos etc
 por ação da onda explosiva (pressão ou sucção) - síndrome explosiva ou blast injury.
 “blast” pulmonar
 “blast” abdominal
 “blast” cerebral
 “blast” ocular
o Onda de choque: grande poder de ruptura;
o Ruptura de tecidos humanos por contato ou proximidade

Energias de Ordens Químicas:


 Crime de vitriolagem é aquele perpetrado mediante arremesso de ácido sulfúrico (qualquer cáustico) contra
a vítima, com o objetivo de lhe causar lesões corporais deformantes da pelé e dos tecidos subjacentes
 Podem agir:
o Cáusticos: ação externa por meio do PH (ácidos e bases) ou sistêmicas - vitriolagem
 Efeitos coagulantes: escaras endurecidas e de tonalidade diversa – ÁCIDOS
 ex.: sulfúrico, clorídrico, nítrico e sais como nitrato de prata
 Efeitos liquefacientes: escaras úmidas, translúcidas, moles – BASES
 ex.: soda cáustica, potassa e amônia
o Venenos: ação interna ou local
 qualquer substância que, introduzida pelas mais diversas vias no organismo, mesmo
homeopaticamente, danifica a vida ou a saúde
 Classificação:
 quanto ao estado físico: líquidos, sólidos e gasosos
 quanto à origem: animal, vegetal, mineral e sintético
 quanto às funções químicas:
o óxidos, ácidos, bases e sais (funções inorgânicas):
o hidrocarbonetos, alcoóis, acetonas e aldeídos, ácidos orgânicos, ésteres,
aminas, aminoácidos, carboidratos e alcaloides (funções orgânicas)
 quanto ao uso: doméstico, agrícola, industrial, medicinal, cosmético e venenos
propriamente ditos.
 Fases:
 Penetração: A via orogastrintestinal é a mais usada.
 Absorção: o veneno chega à intimidade dos tecidos
 Distribuição: penetrando na circulação, estende-se pelos mais diversos tecidos
 fixação: a substância tóxica se localiza em certos órgãos
 transformação: o organismo tenta se defender da ação tóxica do veneno
 eliminação: é expelido seguindo as vias naturais
 Fenômenos:
 Mitridatização: ingestão repetida e progressiva de substâncias de alto teor
venenoso, até alcançar um estágio de resistência não encontrado nas outras pessoas
 Toxicidade: um dano a um organismo vivo
 Intolerância: exaltada sensibilidade de alguns indivíduos a pequenas doses de
veneno
 Sinergismo: é a ação potencializadora dos efeitos tóxicos decorrentes da ingestão
simultânea de várias substâncias venenosas
 equivalente tóxico: a quantidade mínima de veneno capaz de, por via intravenosa,
matar 1 kg do animal considerado
 Envenenamento: é o conjunto de elementos caracterizadores da morte violenta ou do dano
à saúde ocorridos pela ação de determinadas substâncias de forma acidental, criminosa ou
voluntária.
Tipos de Energia Energias de Ordem Física

Energias de Ordem Química

Tanatologia Forense:

Lida com a investigação científica das circunstâncias, causas e consequências da morte em situações que podem
estar relacionadas a crimes, acidentes, suicídios ou mortes de natureza suspeita.

A morte não é um momento ou um instante, mas um processo gradativo que não se sabe quando se inicia ou
quando termina.”

Sinais de morte;
Classificação: NESSA SEQUENCIA
 Abióticos:
o Abióticos imediatos (precoces): resultante diretamente da cessação das funções vitais na parada
cardiorrespiratória (NÃO são sinais de certeza).
o Abióticos consecutivos (tardios): decorrentes de processos físicos e químicos que se sucedem.
 Transformativos:
o Destrutivos:
o Conservadores:
Abióticos:
Abióticos imediatos (precoces):
 Cessação da circulação
 Cessação da respiração
 Cessação da atividade nervosa
o Perda da consciência, motilidade(MOVER) e sensibilidade
o Tônus muscular, midríase (OLHO DILATADO), relaxamento dos esfíncteres,
o Face hipocrática: Olhos fundos; semicerrados; olhar fixo, vago e inexpressivo; boca entreaberta;
semblante sereno

Abióticos consecutivos (tardios):


 Desidratação
o Pergaminhamento da pele, dessecamento das mucosas, perda de peso
o Fenômenos oculares: tela viscosa , opacificação da córnea, perda da tensão do globo
ocular e Mancha esclerótica ou Sinal de Sommer e Larcher (mancha escura)
 Resfriamento (algor mortis)
o Pouco confiável para estimar o tempo da morte por ser Influenciado por fatores como clima
(temperatura, vento, chuva, sol), vestuário, nutrição (panículo adiposo), idade (superfície/massa
maior)
o Metabolismo = calor => é o conjunto de todas as atividades de transformação química dentro de
uma célula. reagentes -> produtos
 Catabolismo -> degradação -> exotérmicas -> gera ATP para o Anabolismo
 Anabolismo -> síntese -> endotérmicas – usa a ATP
 o ATP: moeda energética
 Hipóstases ou livores (livor mortis)
o Manchas violáceas que surgem pela confluência do sangue, por gravidade, para as zonas de declive,
exceto pelas superfícies de contato.
o Se iniciam poucas horas após a morte e se fixam por volta de 12h após a morte
o Pode denunciar a mudança de posição do corpo
o Para verificar se já fixou, pressiona o dedo, se o sangue sair (+ claro), não está fixado
o Livor x Equimose:
 À incisão, os livores fluem e gotejam; as equimoses, por constituírem infiltração
hemorrágica coagulada na malha tecidual, não fluem
o Cores diferentes podem indicar a causa da morte!

 Rigidez (rigor mortis)


o Falta oxigênio nas células, o corpo passa a fazer o Ciclo de
Krebs de maneira anaeróbica, gerando ácido lácteo e
consequentemente a rigidez (camibras)
o Falta de ATP – Adenosina TriF(PH)osfato
o “Não é o primeiro sinal de morte, mas o último sinal de vida”
- celular, morte histológica
o Lei de Nysten: A rigidez começa na cabeça e progride em
sentido crâniocaudal, desaparecendo no mesmo sentido
o Ambientes + frios = < consumo de energia, rigidez + tardia
o Ambientes + quentes = > consumo de energia, rigidez + cedo
o Espasmo cadavérico: rigidez abrupta, generalizada e violenta, sem o relaxamento muscular que
precede a rigidez comum. Os cadáveres guardam a posição com que foram surpreendidos pela
morte.

Transformativos
Destrutivos
 Autólise: (química) a acidificação (ácido lacteo) do meio leva à liberação de enzimas lisossômicas
proteolíticas que digerem a própria célula.
o Não há participação bacteriana!
o a córnea, por não dispor de vasos, não sofre a ação inicial da autólise e por isso pode ser usada para
transplante até algumas horas após a morte
 Putrefação: é a decomposição da matéria orgânica por bactérias saprófitas
o Influenciado por fatores como clima (temperatura, vento, chuva, sol), vestuário, nutrição (panículo
adiposo), causa da morte (infecções)
o Fase de coloração:
 Mancha verde abdominal: marca o início da putrefação. Surge entre 18*-24h (36-48 em
climas frios) na fossa ilíaca direita e depois se espalha por todo o corpo.
 Exceto: Em crianças e afogados, se inicia pela cabeça e parte superior do tórax
 Gás sulfídrico (odor) + Hb = sulfo(met)emoglobina
o Fase gasosa ou enfisematosa:
 Bolhas ou flictenas com conteúdo hemoglobínico
 Circulação póstuma de Brouardel* (sangue volta para as veias)
 Aspecto agigantado, face vultuosa, protrusão da língua e membros semi-fletidos (posição do
boxeador)
 Hérnia inguinal, prolapsos retal, uterino e parto post-motem
 Ocorre por volta de 3-5 dias após a morte
o Fase coliquativa:
 Aumento da fauna cadavérica (larvas e insetos)
 Dissolução pútrida das partes moles do cadáver, formando a putrilagem (massa pastosa,
semi-líquida e enegrecida)
o Fase de esqueletização:
 A atuação do meio ambiente faz com que o cadáver se apresente com os ossos quase livres,
presos apenas por alguns ligamentos articulares
 Leva de 3-5 anos

Destrutivos - Casos Especiais:

 Maceração: Destacamento da epiderme, bolhas (flictenas) e tonalidade avermelhada


o Asséptica: nos fetos retidos no útero a partir do 5ª/6º mês de gestação (maior exuberância)
o Séptica: cadáveres em meio líquido contaminado, como os afogados

Conservativos ou Conservadores
 Saponificação (adipocera):
o Enzimas bacterianas -> tecido adiposo -> ácidos graxos + elementos minerais do solo argiloso =
ésteres
o Consistência untuosa, mole e quebradiça, de tonalidade amarelada ou esbranquiçada, com aspecto
de cera, impedindo a ação das bactérias -> preserva os achados médico-legais
o Favorecida em pessoas obesas, locais quentes, úmidos e pouco ventilados
 Mumificação
o Intensa desidratação por ambiente quente, seco e arejado (natural), impedindo a ação microbiota e
preservando o corpo
o Peso reduzido, pele seca, dura e enegrecida
 Corificação: Cadáveres em urnas metálicas hermeticamente fechadas, principalmente de zinco
o Pele com aspecto de couro curtido
 Calcificação (petrificação): Geralmente nos fetos mortos e retidos na cavidade uterina, constituindo-se nos
chamados litopédios
 Congelação: Exposição a baixas temperaturas
 Fossilização: Não mantém qualquer componente orgânico, mas apenas a forma

+ temperatura -> - Algor (resfriamento) + rigor + putefração

cronotanatognose e fenômenos cadavéricos;

Calendário da morte (pouco preciso)


 Rigidez*: início de 1 a 2 h, completa 8 h
 Fixação dos livores: 12h
 Mancha verde abdominal: 18*-24h ou 16 h - (36-48h em climas frios)

Entomologia forense: Estudo das legiões da fauna cadavérica, cada inseto surge em determinada hora da morte.
Lesões vitais e pós-mortais

São características das lesões intra-vitam:


 reação inflamatória
 invasão leucocitária na lesão ou ferida,
 rubefação,
 atividade sanguínea,
 elasticidade da pele,
 coagulação.

Prova de Verderau: visualização microscópica, embasada no afluxo leucocitário para o local de uma lesão VER
MELHOR ISSO

tipos de asfixias - enforcamento, estrangulamento, esganadura, sufocação, soterramento, afogamento,


confinamento, gases inertes e outras

Asfixias - modalidades:
 Enforcamento
o Constrição do pescoço, falta de oxigênio
o Qualquer instrumento MENOS as mãos
o Constrição passiva. É o pescoço que faz a corda apertar, por exemplo.
o Sulco/oblíquo ascendente (pois o corpo está suspenso) e descontínuo, apergaminhado, com
profundidade desigual (profundidade do sulco maior na região oposta ao nó, sendo
interrompido na altura do nó). Fica por cima da cartilagem tireóidea
o Aspecto do cadáver:
 Vítima com cianose facial (face pode estar branca ou arroxeada na verdade,
depende)
 Protusão da língua (que está cianótica) e olhos
 Pavilhão auricular violáceo
 Líquido ou espuma sanguinolenta pela boca e narinas
 Rigidez cadavérica mais tardia
 Fratura do osso hioide e cricoide
 Lesões na coluna vertebral
 (Se estudar bem tudo, tem uns sinais pra conhecer)
o Causa jurídica geralmente é suicídio
o Tipos de enforcamento:
 Suspensão típica (completa) – corpo fica totalmente sem tocar em qualquer ponto
de apoio
 Suspensão atípica (incompleta) – corpo é apoiado pelos pés, joelhos ou outra parte
qualquer do corpo.
o Os laços podem ser moles, duros e semi-rígidos, ocorre que em casos de laços moles
(excessivamente moles) de pouca duração o sulco pode não aparecer.

 Estrangulamento
o Também qualquer instrumento que não as mãos
o Constrição ativa, é o próprio instrumento que faz força
o Sulco transversal e horizontal, abaixo da cartilagem tireóidea, Profundidade uniforme, Não
há descontinuidade, geralmente sobre a laringe
o Lábios e orelhas arroxeados, pode ter espuma rósea ou sanguinolenta das narinas e boca.
Língua projetada e bem escura. Equimoses de pequenas dimensões na face, nas conjuntivas,
pescoço e face anterior do tórax
o Causa jurídica geralmente é homicídio, com sinais de luta corporal
o Golpe de gravata ou chave de braço também se encaixa aqui (ou seja, se for pelas mãos é
esganadura, mas se for pelo braço é estrangulamento)
o Sinal de Lesser – vesículas sanguinolentas no fundo do sulco.
 Esganadura
o Constrição ativa
o Com as mãos. Marca ungueais (dos dedos)
o Não tem sulco
o Causa jurídica é homicídio sempre

 Sufocação
o Asfixia mecânica por bloqueio direto ou indireto das vias respiratórias
o Sufocação direta: Obstrução do nariz e boca por meio das próprias mãos ou intermédio de
agentes moles (pano, travesseiro). Geralmente de origem homicida, mas pode ser acidental
(engasgar)
o Sufocação indireta: Compressão do tórax e sufocação posicional, em grau suficiente para
impedir ou movimentos respiratórios e levando à asfixia. É sempre acidental ou criminosa
(não tem como ser suicídio).
o Alguns sinais:
 Máscara equimótica de Morestin – Sufocação Indireta -(Sinônimo: Cianose cérvico-
facial de Le Dentut)
 Pulmões distendidos (Sinal de Valentin), congestos
 Fígado congesto, e sangue do coração escuro e fluído
 Soterramento
o Obstrução das vias respiratórias por terra ou substâncias pulverulentas.
o Sinais:
 Cianose e equimoses na face e pescoço
 Substâncias estranhas nas vias respiratórias
 Sinais gerais de asfixia
o É um tipo de sufocação indireta
 Afogamento
o Afogado branco (Morreu por outro motivo, tipo AVC, infarto, etc)
 Afogados brancos ou secos de Parrot: Indivíduo morre por inibição ao tocar na água.
Síndrome de imersão ou hidrocussão. Submersão-inibição
 Basicamente é encontrado na água sem sinais de afogamento e nem de outras
formas de morte
o Afogado azul (verdadeiro, morreu afogado)
 Forma rápida: Vai pro fundo da água e segue aquelas fases de 7 minutos
 Angústia, pânico e submersão.
 Forma lenta: Vai pra superfície várias vezes, tentando sobreviver
o Sinais externos:
 Sinal de Bernt = Pele anserina (pele de galinha): Contração dos músculos erectores
dos pelos (tipo quando ta arrepiado)
 Retração do mamilo, saco escrotal e pênis
 Temperatura baixa da pele
 Rigidez cadavérica precoce
 Maceração da epiderme (epiderme se destaca)
 Tonalidades mais claras dos livores hipostáticos (Enquanto nas outras asfixias é mais
escuro)
 Cogumelo de espuma
 Mancha verde da putrefação no esterno ou parte inferior do pescoço (enquanto
geralmente é na fossa ilíaca direita)
 Lesões post mortem por animais aquáticos
 Cabeça de negro
 Putrefação lenta quando submersa, mas rápida quando toma contato com o meio
externo
o Sinais internos
 Presença de líquidos nas vias respiratórias, no sistema digestivo, ouvido médio,
cavidades pleurais
 Presença de corpos estranhos
 Alterações e lesões dos pulmões
 Sinal de Brouardel (enfisema aquoso subpleural – Brother que surfa)) ou Hiperaeria
de Casper
 Equimoses subpleurais (Manchas de Tardieu – sufocação DIreta) são raras.
 São comuns as manchas de Paltauf,em AFogados, de dimensões maiores
 Diluição do sangue
 Aumento do coração
 Hemorragias intramusculares
o Putrefação e flutuação:
 1ª fase: Inicialmente afunda pelo líquido ingerido
 2º fase: Em seguida flutua por causa dos gases da putrefação (entre 24h e 5 dias
após morte)
 3ª fase: Segunda imersão
 4ª fase: Segunda flutuação

 Asfixia por confinamento


o Criança esquecida no carro, sem renovação dos ares
Gases inertes
 Asfixia por monóxido de carbono (bastante cobrado)
o A ação do CO fixa na hemoglobina dos glóbulos vermelhos, impedindo o transporte do
oxigênio aos tecidos, levando a uma asfixia por caboxiemoglobinemia
o A afinidade do CO2 pela hemoglobina é 240 vezes maior do que a do oxigênio
o Concentração tóxica a partir de 10% e acima de 75% é letal
o Características:
 Rigidez cadavérica mais tardia ou precoce, pouco intensa e de menor duração
 Tonalidade rósea da face (acarminada)
 Manchas de hipóstase mais claras (enquanto outras asfixias fica mais escuro)
 Pulmões e demais órgãos mais claros, em tom carmim
 Sangue fluido e róseo
 Putrefação tardia
 Edema cerebral

Fases da asfixia
 1ª fase: Cerebral. Enjoo, vertigens, perda de consciência
 2ª fase: Excitação cortical e medular. Convulsões, contração dos músculos respiratórios e faciais,
relaxamento dos esfíncteres, bradicardia e aumento da pressão arterial
 3ª fase: Respiratória. Lentidão e superficialidade dos movimentos respiratórios
 4ª fase: Cardíaca. Sofrimento do miocárdio, batimentos lentos, até a morte.

Classificação de asfixias de Afrânio Peixoto


 Asfixias Puras - são manifestadas pela anoxemia (falta de oxigenação no sangue) e hipercapneia
(aumento da pressão parcial de CO2 (PCO2) no sangue)
1. Asfixias em ambientes por gases irrespiráveis:
 Confinamento;
 Asfixia por monóxido de carbono;
 Asfixias por outros vícios de ambiente.
2. Obstaculação à penetração do ar nas vias respiratórias:
 Sufocação direta (obstrução da boca e das narinas pelas mãos ou das vias aéreas
mais inferiores);
 Sufocação indireta (compressão do tórax);
3. Transformação do meio gasoso em meio líquido (afogamento);
4. Transformação do meio gasoso em meio sólido (soterramento).
 Asfixias Complexas - interrupção primária da circulação cerebral, anoxemia, hipercapneia; inibição
por compressão dos elementos nervosos do pescoço
1. Constrição passiva do pescoço exercida pelo peso do corpo (enforcamento).
2. Constrição ativa do pescoço exercida pela força muscular (estrangulamento).
 Asfixias Mistas - graus variados dos fenômenos respiratórios, circulatórios e nervosos (esganadura)

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