Você está na página 1de 15

MEDICINA LEGAL

IDENTIFICAÇÃO HUMANA
- Características que individualizam as pessoas ou uma coisa.
- Conjunto de caracteres físicos, funcionais ou psíquicos, normais
ou patológicos que individualizam determinada pessoa

MODALIDADES DE IDENTIFICAÇÃO
- CONCLUSIVAS: impressões papilares, arcada dentária, DNA,
impressões labiais, desenho dos seios faciais.
- NÃO CONCLUSIVAS: tipagem sanguínea, marcas de
tatuagens, identificação visual (reconhecimento), tamanho do
pé, impressão auricular.

 OBS. Reconhecimento é uma forma de identificação muito


subjetiva.

CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA

 IDENTIFICAÇÃO CIVIL:
- Certidão de nascimento, carteira de identidade, identificação
obrigatória, identificação única.

 IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL:
- Identificação de pessoas vivas ou mortas, quando não for
possível identificá-las pelo sistema de identificação civil
- Interessa a criminalística a identificação de pessoas envolvidas
em crimes (vítimas ou suspeitos)

REQUISITOS DE UM BOM MÉTODO DE


IDENTIFICAÇÃO
 DE CARÁTER BIOLÓGICO: Unicidade; Imutabilidade
 DE CARÁTER TÉCNICO: Classificabilidade; Praticabilidade
LVIII-Art.5° CF: “O civilmente identificado não será submetido a
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;”

ESCOLHA DO MÉTODO DE IDENTIFICAÇÃO DE


CADÁVERES

FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS

 COLORAÇÃO: entre 20 a 24 hrs.


 GASOSA: entre 36 a 96 hrs.
 COLIQUATIVA: entre 1 e 4 semanas.
 ESQUELETIZAÇÃO: após 4 semanas.

ANTROPOLOGIA FORENSE
- Identificação de Ossadas, Corpos Carbonizados e Despojos.

 IDENTIFICAÇÃO DO CADÁVER
- Determinação da Espécie;
- Predição da idade;
- Predição da Altura;
- Determinação do Sexo;
- Predição de ancestralidade;
- Individualização;

 Determinação da Causa Mortis

IDENTIFICAÇÃO HUMANA POR DNA

- A partir de 1980 (vntr’s)

TRAUMATOLOGIA FORENSE

- Estuda as diversas formas de traumatismos.


 Modificações da normalidade de origem externa que provocam
dano a integridade física e à vida das pessoas
 Avalia a gravidade da lesão, de forma a auxiliar na qualificação
do crime (leve, grave, gravíssimo)
 Estuda também os instrumentos e meios de provocar leão (ação
mecânica, térmica, químico, físico-químico)

LESÃO CORPORAL
Art. 129.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Lesão corporal seguida de morte
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não
quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

INFORNÍSTICA - ACIDENTE DE TRABALHO- CLT

É a ocorrência durante a execução do trabalho ou no percurso casa-


trabalho, que resultam lesão corporal, perda ou redução temporária ou
permanente da capacidade de trabalho, comprovada por laudo médico.

AGENTES MECÂNICOS

 Dependem da energia cinética empregada nos instrumentos e/ou


no corpo.
 As lesões guardam relação com o instrumento e com a forma de
uso do instrumento. (NEXO CAUSAL)

Instrumentos:
- Cortantes
- Perfurantes
- Contundentes
- Perfuro-cortantes
- Corto-contudentes

LESÃO PUNCTÓRIA:
 Produzida por ação perfurante de forma que a pressão permita a
penetração no tecido.
Ex. Instrumentos perfurantes: prego, espinho, agulha, estilete,
garfo, compasso, espeto de churrasco, seta, florete, furador de gelo.

 Lesões profundas geralmente mais fundas do que o


comprimento do objeto e de diâmetro menor do que o objeto.
Sofrem ação das linhas de tração da pele.

Orifício de Entrada:
 Diminuto, circula e fusiforme
 De pouco sangramento externo
 Recoberto por uma crostícula sero-hemática
 Seguem a elasticidade e contratilidade da pele

Trajeto
 Retilínea
 Predomina a profundidade do diâmetro
 Pode ocasionar importantes lesões internas (perfuração de
órgãos vísceras)
 Termina em um fundo cego (fundo de saco - lesão penetrante)
ou pode transfixar, com orifício de saída semelhante ao de
entrada.
LESÃO INCISA

 São produzidas por ação cortante, pelo uso de instrumento com


gume que atua por deslizamento e leve pressão rompendo fibras.
 Exemplos: navalha, gilete, cutelo, lâminas metálicas, papel,
guilhotina, estilhaços de vidros, capim-navalha.

As características destas lesões são:


- Bordas nítidas e regulares (dependendo da afiação do gume)
- Ausência de contusão,
- Mais extensas que largas e profundas. A profundidade é maior
na região mediante, tornando-se superficial na extremidade
distal, na qual surgir a cauda de escoriação que demonstra o
sentido da ação.

Há feridas incisas especiais:


- Esgorjamento, no qual há corte profunda na região anterior do
pescoço;
- Degolamento, quando ocorre o corte quase total do pescoço, a
partir da parte posterior.
- Decapitação, ao se separa a cabeça do corpo
- Evisceração, passar a lâmina no abdômen
- Lesões de defesa, em mãos, antebraço e braço

LESÃO CONTUSA
 Produzidas por ação contundente, como compressão, tração,
percussão, sucção, explosão, contato tangencial
 As lesões provocadas podem ser rubefação, edema traumático,
bossa linfática ou sanguínea, equimose, hematoma, escoriação,
laceração, entorse, luxação, fratura, rotura visceral,
esmagamento, avulsão dentária.
 Características:
1) Forma estrelada, sinuosa ou retilínea
2) Bordas irregulares, escoriadas e equimosadas
3) fundo regular
4) presença de pontes de tecido íntegro ou vertentes
5) retração das bordas da ferida
6)Pouco sangramento
7)Integridade de vasos, nervos e tendões no fundo da lesão.

ESCORIAÇÃO
1. O atrito provoca o arrancamento da epiderme e desnudamento
da derme
2. É comum nas quedas (lesões nos joelhos, cotovelos)
3. Ocorre formação de crosta que pode ser serosa ou hemática
4. A recuperação se dá em curto prazo
5. Interesse jurídico: arrastamento, atropelamento, lesões de defesa
(unhadas) etc.

EQUIMOSES
 Contusões mais frequente e mais importante na prática
 O tecido externo apresenta-se íntegro
 Ocorre derrame sanguíneo interno e, assim a produção de
mancha de variado tamanho e forma, conforme a extensão da
área que sofreu o choque e instrumento utilizado
 O material vai variar com a cor, e isso permite avaliar a data da

lesão (nexo temporal).

HEMATOMA
 Há um sangramento maior internamente

BOSSAS
 Ocorre quando o líquido, não podendo se espalhar, forma uma
coleção (especialmente sob o couro cabeludo) pode ser
sanguínea ou linfática.

Outras lesões contusas:

LUXAÇÃO: é o afastamento repentino e duradouro de uma


extremidade.
FRATURA: é a solução de continuidade, parcial ou total dos ossos
submetidos à ação de instrumentos contundentes.
ROMPIMENTO DE ÓRGÃOS: decorrente de fratura

BALÍSTICA FORENSE

Arma: Todo objeto que pode aumentar a capacidade de ataque ou


defesa do homem;
 Arma natural
 Artefato que tem por objetivo causar dano, permanente ou não, a
seres vivos e coisas.
Arma branca: artefato cortante ou perfurante, normalmente
constituído em lâmina ou oblonga (dez centímetros, ou mais de
comprimento)
Arma de fogo: arma que arremessa projéteis empregando a força
expansiva dos gases, gerados pela combustão de um propelente
confinado em uma câmara, normalmente solidária a um cano, que tem
a função de dar continuidade à combustão do propelente, além de
direção e estabilidade ao projétil.

CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE FOGO:


 Quanto a alma do cano
 Quanto as sistema de carregamento
 Quanto ao sistema de inflação
 Quanto a mobilidade e ao uso

Alma do cano
 RAIADA
 LISA

Sistema de Carregamento
 Antero carga
 Retrocarga (cartucho de munição)

Sistema de Inflamação
 Mecha e Atrito
 Percussão extrínseca
 Percussão intrínseca
 Elétrica

Funcionamento
 Tiro unitário
 Repetição

TRAUMATOLOGIA FORENSE – FERIMENTOS


PERFUROCONTUSOS POR PAF

Características gerais do orifício de entrada do projétil - Quanto ao


ângulo do Tiro

Podem ser:
- Circulares (90°)
- Ovais ou arredondados (Ângulo diverso de 90°)
- Tangencial, de acordo com o ângulo de incidência
ORIFÍCIOS DE ENTRADAS – ORLAS (sempre presentes)
 Orla de contusão: a pele de invagina e se rompe a diferença da
elasticidade derme e epiderme
 Orla de enxugo: zona de cor escura que se adaptou as faces do
projetil, limpando-os dos resíduos da pólvora.
 Orla equimótica: zona de hemorragia oriundo da ruptura de
pequenos vasos
ORIFÍCIOS DE ENTRADA – TIRO ENCOSTADO

A) Forma irregular (estrelado) pela dilaceração dos tecidos pelos


gases explosivos (boca de mina de Hoffman)
B) diâmetro do ferimento maior que o projetil (explosão de gases)
C) halo fuliginoso nos ossos: sinal de Benassi
D) Impressão (pressão)do cano da arma
E) Quando transfixante: trajeto com orifício de entrada e saída
F) Sem xona de tatuagem ou de esfumaçamento

AGENTES DE ORDEM FÍSICA E QUÍMICA


CALOR:

Modalidade: Transferência de calor - Condução;


- Contato direto
 Efeitos: queimaduras
Obs. Podem ocorrer queimaduras por radiação, por substancia
química pelo frio (gelo)
- Irradiação solar
 Efeitos: insolação- desidratação e choque

QUEIMADURAS - Classificação

1° grau: ERITEMA
- Apenas a epiderme é afetada
- Vermelho vivo, devido a simples congestão da pele
2° grau – FLICTENA
- Caracterizado pela formação de vesículas, que suspendem a
epiderme
- São constituídas do líquido amarelo-claro, transparente
3° grau – ESCARAS
- Formam manchas de cor castanha, ou cinza-amarelada
indicativas da morte da derme
- Deixam cicatrizes proeminentes
4° grau - CARBONIZAÇÃO
- Se particulariza pela carbonização do plano ósseo
- Pode ser total ou parcial
- Ocorre redução do volume do cadáver

IRRADIAÇÃO SOLAR

INSOLAÇÃO: ação de temperatura do calor ambiental em locais


abertos

INTERMAÇÃO
- Decorre do excesso do calor ambiental
- Lugares mal-arejados, quase sempre confinados ou pouco
abertos, geralmente, em forme acidental.

FRIO
 Contato direto
Efeitos: necroses periféricas imediatas ou tardias (infartos)
 Ambiental
Efeitos: baixa resistência, choque circulatório
 Graus das geladuras:
- 1° eritema
- 2° flictenas
- 3° necrose ou gangrena

ELETRICIDADE
 A eletricidade Natural:
- Agindo letalmente sobre o homem: FULMINAÇÃO
- Quando apenas provoca lesões corporais: FULGURAÇÃO
- Lesões com aspecto arboriforme: Sinal de Lichtemberg

PRESSÃO
- Diminuição da pressão - mal das montanhas ou dos aviadores
(rarefação do ar em grandes altitudes)
- Aumento da pressão
 Mal dos mergulhadores com e embolia gasosa (pela rápida
subida à superfície

AGENTES DE ORDEM FÍSICO - QUÍMICA


ASFIXIOLOGIA FORENSE

Fisiopatologia das Asfixias

Asfixia
 Perturbação decorrente da privação, total ou parcial, rápida ou
lenta, do oxigênio.
 Supressão da respiração

1° Fase: FASE DE IRRITAÇÃO (2 períodos):


 Da dispinéia inspiratória
 Da dispnéia expiratória

2° Fase: FASE DE ESGOTAMENTO (2 períodos):


 Da apinéia ou morte aparente
 Da asfixia propriamente dita

Sinais gerais de asfixia:

EXTERNOS:
 Cianose
 Protusão da língua
 Cogumelo de espuma
 Equimoses nos olhos e lábios

INTERNOS
 Sangue escuro
 Patéquias subpleurais e sub-epicárdias
 Congestão polivisceral
 Eventual presença de copos estranhos nas vias respiratórias e
estomago.

ASFIXIAS
 Por agentes tóxicos asfixiantes (alteram o transporte de
gases/alteram a respiração celular)
 Mecânicas/físicas
- De interesse forense
Ações violentas: soterramento, enforcamento, estrangulamento,
sufocação, imersão
Acidentais: corpos estranhos ou impacto direto na garganta
Causas clínicas: edema de glote, formação de membranas;

 Por afogamento (em meio liquido)

- Afogado azul (águas nas vias respiratórias), afogado branco


(morte por sincope imediata)
- Pele anserina
- Embebição aquosa
- sangue claro e hipótease rósea
 Por soterramento (em meio sólido)

 Por enforcamento

- Constrição passiva do pescoço


- O laço é tracionado pelo peso corporal da própria vítima
- Forma-se um sulco oblíquo, descontínuo e alto no perímetro
externo do pescoço
 Por estrangulamento

- Contração ativa do pescoço

CAUSAS JURÍDICAS
ASFIXIA POR ENFORCAMENTO
 Principalmente suicida, podendo decorrer de acidente
 A causa criminosa é mais rara
Possibilidade de simulação de suicídio

ASFIXIA POR ESTRANGULAMENTO


 Principalmente criminosa, podendo haver acidente. O suicídio é
raro.

ESGANADURA
 Constrição do pescoço pelas mãos, diretamente de causa
criminosa
 Presença de estigmas no pescoço (impressões ungueais,
equimoses e hematomas ovalares)

TANATOLOGIA

Definições:
- Se houve morte
- A causa da morte
- O estudo das modificações do corpo que ocorrem depois da
morte. Determinação do intervalo post mortem
Definição de morte - Extinção da personalidade civil

MORTE REAL: há corpo


MORTE PRESUMIDA: pelo decurso do tempo
- Sem decretação de ausência
- Com decretação de ausência

Diagnóstico de Morte:

Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo


humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida
de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois
médicos não participantes das equipes de remoção e transplante,
mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por
resolução do Conselho Federal de Medicina.

MORTES VIOLENTAS:
 HOMICIDIO
 SUICIDIO
 ACIDENTES
 INFATICIDIO
 ABORTO
 LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE

CRONOTANATOGNOSE (estudo do tempo da morte)


- Determinação do intervalo pós-morte
Não são considerados cadáveres: despojos, esqueletos e múmias.

Você também pode gostar