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RESPONSABILIDADE CIVIL

- A responsabilidade civil atinge quem tem o dever de


indenizar.
- Imputar uma ação a alguém é atribui-la a esse alguém.
- A partir do Art. 927 CC
Responsabilidade jurídica: gênero que comporta 3
modalidades:
 Penal: ilícito criminal, PRL, PRD
 Civil: ilícito civil: indenização (reparação) - $ - dano que
seja moral, material, estético.
 Administrativa: ilícito que gera responsabilidade adm.
Punição ADM.
Artigo 935: é por força desse artigo que temos uma regra
importante.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal,
não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou
sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se
acharem decididas no juízo criminal. (nem todo ilícito civil é
também criminal, pode acontecer de termos uma situação que
seja civil e criminal. Ex. Agressão física, pode ser lesão
corporal criminal, e no civil por violação) (o que acontece no
mundo criminal fica na esfera criminal) (em negativa de autoria
criminal gera consequência no mundo civil) (a pessoa pode
esperar a sentença criminal e executar no juízo civil)
 A esfera criminal e civil é INDEPENDENTE.
CONCEITO DE PERDAS E DANOS
- Indica a soma de prejuízos a serem satisfeitos por quem os
causou a outrem, ou seja, o responsável pelo ato ou fato
ensejador dos danos. Juridicamente significa: os prejuízos
sofridos por alguém.
- Indenizável: somente é o dano previsível na data em que a
obrigação foi contraída.
- A efetividade de ressarcimento do dano envolve dois
elementos:
ELEMENTO DE FATO: manifestado no prejuízo. No dano,
enfeixando todas as lesões à saúde, à integridade, à
propriedade, à honra, à moral, ou a qualquer outro bem de
conteúdo moral ou material.
ELEMENTO DE DIREITO: manifestado na lesão jurídica.
Indispensável se torna, pois, demonstrar que o prejuízo se
traduz na violação de um bem, juridicamente tutelado. Essa
prova incumbe à vítima. Dano é o prejuízo sofrido em algum
bem jurídico pelo cidadão e contra sua vontade.
PRINCIPIOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
É função da Responsabilidade Civil assegurar a preservação de
forma preventiva ou compensatória da personalidade, evitando
que o seu assassinato proporcione a perda da noção de
identidade da pessoa e na extensão, a sua própria dignidade.
- Princípio da dignidade da pessoa humana
“...A dignidade possui dimensão dúplice: Simultaneamente
(g.n); expressão da autonomia da pessoa humana (decisões
essenciais a respeito dos projetos existenciais e de sua
felicidade), bem como, quando esta autonomia lhe faltar, da
necessidade de sua proteção (assistência por parte da
comunidade e do Estado, especialmente quando fragilizada
(pela miséria ou ignorância) e principalmente quando ausente
a capacidade de autodeterminação...” (Farias, Cristiano
Chaves de; Rosenvald, Nelson; Braga Netto, Felipe Peixoto –
2019, pág. 39).
- Princípio da solidariedade
É um dogma que procura elaborar um viés coletivo para a
Responsabilidade Civil e certamente os reflexos patrimoniais
ultrapassam a figura do individual justamente para prestigiar o
coletivo.
“... O solidarismo social, insculpido como objetivo fundamental
da República Federativa do Brasil (art. 3.º, I, CF), também pode
ser apontado como uma das funções sociais da
Responsabilidade Civil, mormente naquelas em que a reparação
do dano independe de culpa e são ditadas, por algum fato da
administração lesivo ao cidadão (art. 37, parágrafo 6.º, da CF),
assentada no risco administrativo...”
A principal consequência do princípio da Solidariedade na
Responsabilidade Civil é a Coletivização da
Responsabilidade.
- Princípio da prevenção
Destacam Farias, Rosenvald & Braga Netto (2019, pág. 46):
“...A prevenção é o cerne da Responsabilidade Civil
Contemporânea...”
Bezerra de Melo (2018, pág. 9) abriga um outro entendimento:
“...Tanto as ações coletivas como aquelas individuais com viés
de prevenção do ilícito, denominado pela doutrina processual
de tutela inibitória, são expedientes notáveis para a proteção
dos direitos individuais e coletivos e merecem todos os
encômios, mas nos parece que pertencem a outros ramos do
direito como, por exemplo, o direito do consumidor, direito
ambiental e, obviamente, ao direito processual civil individual e
coletivo...”
E conclue; “... Em suma, a principal função da
Responsabilidade Civil é a reparatória do dano...” (idem, idem)
- Princípio da reparação integral
Como bem expõe Farias, Rosenvald e Braga Netto (2019, pág.
49): “... O Princípio da Reparação Integral possui por finalidade
repor o ofendido ao estado anterior à eclosão do dano injusto,
assumindo a árdua tarefa de transferir ao patrimônio do
ofensor as consequências do evento lesivo, de forma a conceder
à vítima uma situação semelhante àquela que detinha...”
Isto não quer dizer que a indenização cobrirá os danos
efetivamente ocorridos, e acompanhando esta convicção,
Farias, Rosenvald e Braga Netto (idem, idem) pontuam; “...
Pois raramente a condenação será capaz de preencher a
totalidade dos danos sofridos...”
O lastro legal deste dogma encontra-se situado no artigo 944 do
Código Civil, assim transcrito: “... A indenização mede-se pela
extensão do dano...”
FORMAS DE MATERIALIZAÇÃO
Num primeiro momento a reparação será natural, ou seja,
restituição ao ofendido de um bem em substituição ao outro.
Ou a reparação se faz em pecúnia, com o pagamento de uma
indenização que razoavelmente possa equivaler ao interesse
lesado. É a hipótese do art. 947 do Código Civil: “... Se o
devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajustada,
substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente...”
Como toda regra comporta exceções, o princípio da Reparação
Integral é contrariado nas orientações do art. 928 parágrafo
único do Código civil quando o dano for praticado por
incapazes.
928 – Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que
deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o
incapaz ou as pessoas que dele dependem. (g.n)
Ou o parágrafo único do art. 944.
Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e
o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
(g.n)
DEVER JURÍDICO - DIREITO – RESPONSABILIDADE
Responsabilidade civil contratual: específico, quando
existe um contrato, DECORRE DE UM CONTRATO (regras
de inadimplemento contratual) (Artigos 389 a 420 do CC)
(prazo para discutir é de 10 anos de prescrição)
Responsabilidade civil extracontratual: genérico, não
existe contrato, violação de mandamentos básicos da vida.
Violação de um dever negativo de não prejudicar alguém.
(AQUILIANA) (ex aquilia)
 O CC trouxe 3 pontos fundamentais:
Artigo 186 (conceitua ato ilícito PURO) (Ilícito no
conteúdo e nas consequências) (todo ilícito, todo
errado) (RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: tenho
que analisar a culpa)
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Artigo 187 (abuso do direito) (faz mais do que deveria)
(é lícito no conteúdo e passa a ser ilícito nas
consequências) (RESPONSABILIDADE OBJETIVA:
não analiso culpa)
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que,
ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo
seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes.
Artigo 927
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei,
ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor
do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de
outrem. (vai acontecer a lei dispuser tratar de responsabilidade
objetiva ou a atividade praticada pelo causador do dano for
uma atividade de risco)
 Não há responsabilidade civil sem o DANO
 No direito civil a gente não faz distinção entre CULPA e
DOLO é a culpa voluntária e a culpa por negligencia,
imprudência e imperícia, mas causando dano também.
Ato ilícito: 186, CC, Lesão de direitos + dano (Ação ou
omissão) (Voluntário, por negligência ou imperícia)
(SUBJETIVA)
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Fato jurídico em sentido amplo.
Responsabilidade civil baseada em dois conceitos:
 Ato ilícito
 Abuso de direito: Artigo 187 CC- conceito abrangente
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito
que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos
pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes. (OBJETIVA)
Princípio da socialidade - Fim social
Função de controle – Boa-fé
Natureza jurídica: objetiva.
 Publicidade abusiva: art. 37, § 2º, CDC
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: (EXCLUDENTES DE
ILICITUDE)
I - Os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de
um direito reconhecido;
A) LEGÍTIMA DEFESA
B) EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO
II - A deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a
pessoa, a fim de remover perigo iminente.
C) REMOVER PERIGO IMINENTE
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo
somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente
necessário, não excedendo os limites do indispensável para a
remoção do perigo.
 ESSE ATOS EXCLUEM O DIREITO DE INDENIZAÇÃO?
NÃO, NESSES CASOS NÃO SE TRATA DE ILICITUDE,
MAS AINDA TENHO DEVER DE INDENIZAR.
 Eu vou cobrar de quem?

ELEMENTOS DA RC:
- Conduta humana
- Nexo causal (ligação entre conduta humana e o dano)
- Dano
- Culpa (os 4 elementos presentes é a Responsabilidade
civil subjetiva) (REGRA)
 Quando tiver os três primeiros elementos presentes
estamos diante da Responsabilidade Objetiva
(quando a lei estabelecer) (quando a atividade
desempenhada for de risco)
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do
inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-
lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
1) Remover perigo iminente
- Se o lesado é culpado pelo dano que causou, ele não tem
direito a indenização.
- Se o lesado não é culpado, vai haver o direito a
indenização.
Vai cobrar a indenização de quem? De quem causou o
dano de forma direta.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer
por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação
regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao
lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele
em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
1) Remover perigo iminente
- Vai poder cobrar do terceiro, que tenha sido o culpado em
AÇÃO REGRESSIVA
2) Legítima defesa
- Vai haver a aplicabilidade do 930 parágrafo único, essa
AÇÃO REGRESSIVA será proposta contra aquele em
defesa de quem se causou o dano.
ELEMENTOS DA RC:
CONDUTA HUMANA: ato ilícito
- Voluntária + Consciente (eu não posso ser
responsabilizada em uma situação que estiver inconsciente
ou a conduta não for voluntária)
DANO: é o coração da responsabilidade civil
- Todo dano é indenizável? NÃO, ex. Dano do término
de um relacionamento.
- Ser indenizável:
 Violação de um interesse
 Subsistência do dano
 Certeza que existe esse dano. Ex. Dano moral, material,
estético.
Súmula 387 STJ: É lícita a cumulação das indenizações de dano
estético e dano moral.
 Dano deve ser PROVADO por quem alega – AUTOR
(373,I,CPC)
- EXCEPCIONAL: dano moral poderá ser presumido. (em
situações de violação de dignidade da pessoa humana) (IN DE
IPSA)
- Na fixação do dano o juiz deve observar o princípio da
reparação integral e esse princípio ele deve ser interpretado de
acordo com a razoabilidade. CULPA vs DANO
CULPA
- Elemento caracterizado da responsabilidade civil
subjetiva
Culpa lato sensu (sentido amplo)
 Dolo: uma violação intencional
 Culpa: uma violação de um direito sem que tenha havido
intenção (sentido estrito):
- Imprudência: falta de cuidado + ação
- Negligência: falta de cuidado + omissão
- Imperícia: falta de qualificação ou treinamento
Culpa IN COMITENDO: é a culpa por uma determinado ação
Culpa IN OMITENDO: é a omissão (negligencia)
Culpa IN VIGILANDO: dever de vigilância
Culpa IN ELIGENDO: dever de escolha
Culpa IN CUSTODIENDO: falta de cuidado
 São modalidades de culpas presumidas. (Esse modelo está
superado no Código Civil)
Culpa grave
Culpa leve
Culpa levíssima
 Utilizados para fins de fixação do “ quantum” devido
Responsabilidades
- Subjetiva: Art. 186/927 (regra)
Conduta Humana
Nexo de Causalidade
Dano
Culpa
- Objetiva: Art. 187/927 - § único (caso a Lei fale ou
Atividade Risco)
Conduta Humana
Nexo de Causalidade
Dano
Atividade de Risco:
 Teoria do Risco administrativo
 Teoria do Risco integral
 Teoria do Risco criado
 Teoria do Risco da atividade
 Teoria do Risco proveito/desenvolvimento
Art. 928- Responsabilidade Civil do incapaz
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas
por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não
dispuserem de meios suficientes. (a responsabilidade civil do capaz é
subsidiária)
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser
equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as
pessoas que dele dependem.
ABS e REL: possuem personalidade jurídica, possuem capacidade de
direito, não possuem capacidade de fato. (São Representados pelos
Genitores/Tutores/Curadores)
 Se o Incapaz causa um dano, a pessoa que sofreu o dano vai
tentar cobrar do Representante, se não conseguir a indenização,
vai pedir para O PRÓPRIO INCAPAZ.
INCAPAZ:
- Subsidiária (928, caput)
- Equitativa (§ único)
- Condicional (§ único)
Em caso de Emancipação: a responsabilidade passa a ser solidária com
o filho.
FATO PRODUTO:
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os
empresários individuais e as empresas respondem independentemente
de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.
Resp. Objetiva.
RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATO DE TERCEIRO:
Resp. Indireta/Impura. (Resp. Objetiva)
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: (pessoas que
respondem pelos atos de terceiros)
I - Os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em
sua companhia; (pais respondem pelos filhos menores)
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas
mesmas condições; (tutor e curados pelos tutelados e curatelados)
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
(empregador ou comitente, pelos empregados, pelos prepostos, pelos
serviçais)
IV - Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus
hóspedes, moradores e educandos; (donos de hotéis, hospedarias ou
estabelecimentos, $, pelos seus hóspedes, moradores ou educandos)
V - Os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime,
até a concorrente quantia. (responde pelos atos daquele que cometeu o
crime)
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente,
ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos
praticados pelos terceiros ali referidos. (Resp. Objetiva)
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o
que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do
dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
(quem pagar pelo dano pode reaver o valor de quem causou o dano -
ação regressiva) (os pais pagam pelos filhos, mas não podem cobrar dos
filhos)

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