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RESPONSABILIDADE CIVIL
Ivana Bonesi

Conceito: Responsabilidade civil é o dever legal de reparação por um dano, patrimonial ou


não, que alguém tenha causado a outra pessoa. A responsabilidade civil nasce a partir do
não cumprimento de uma obrigação. Não se trata de uma obrigação originária, mas sim de
um dever de reparação, justamente de algo que foi realizado anteriormente e que causou
prejuízo a outrem.

* elementos da RC subjetiva
* nexo causal (vínculo da conduta do agente com o resultado);
*Esses são os fatos constitutivos da RC subjetiva (esses são os fatos constitutivos para gerar indenização)

Conceito: Em regra, a responsabilidade civil surge toda vez que um dever jurídico é violado.
Entende-se por dever jurídico a conduta externa de uma pessoa imposta pelo Direito
Positivo por exigência da convivência social.

PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE
Princípio da obrigatoriedade: O princípio pacta sunt servanda, também chamado de
princípio da obrigatoriedade, nada mais é que um princípio clássico da teoria dos contratos.
Ele estabelece que um contrato tem o poder de criar obrigações com força de lei, para as
partes a ele submetidas.

Quando a responsabilidade civil for contratual: Art. 389


Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de

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advogado. Este artigo obriga o devedor, que não cumpre com o contrato, a responder por
perdas e danos
Quando a responsabilidade civil for extracontratual: Art. 927.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
• A violação de um dever jurídico configura o ilícito; Quase sempre, acarreta dano para
outrem, gerando um novo dever jurídico, de reparar o dano; Há um dever jurídico originário;
Sua violação gera um dever jurídico sucessivo de indenizar o prejuízo

Exemplo: todos têm o dever de respeitar a integridade física do ser humano. Tem-se, aí, um
dever jurídico originário, correspondente a um direito absoluto. Para aquele que descumprir
esse dever surgirá um outro dever jurídico: o da reparação do dano.

• Obrigação é sempre um dever jurídico originário; A responsabilidade é um dever jurídico


sucessivo, consequente à violação do primeiro.
• Se alguém se compromete a prestar serviços profissionais a outrem, assume uma obrigação,
um dever jurídico originário. Se não cumprir a obrigação (deixar de prestar os serviços),
violará o dever jurídico originário, surgindo daí a responsabilidade, o dever de compor o
prejuízo causado pelo não cumprimento da obrigação.
• "A responsabilidade é a sombra da obrigação" (Karl Larenz).

HISTÓRICO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO DIREITO BRASILEIRO


• O CC/16 filiou-se à teoria subjetiva que exige prova de culpa ou dolo do causador do dano
para que seja obrigado a repará-lo.
• Ampliação das situações de risco, da gravidade e número dos acidentes, do reconhecimento
da dificuldade da prova da culpa.
• Em um primeiro momento, na sociedade, surgiu a responsabilidade civil subjetiva,
conceito clássico, no qual a vítima só poderia obter indenização se provasse a culpa do
agente.
• E até certo ponto da história, a responsabilidade civil subjetiva era suficiente para dirimir
os conflitos da sociedade.
• Entretanto, o surgimento das máquinas e de outras invenções tecnológicas promoveu o
desenvolvimento da indústria e o crescimento populacional. O impacto disso foi a criação de

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uma nova situação que não pôde mais ser sustentada pela culpa puramente tradicional,
clássica.

Responsabilidade civil subjetiva: A vítima precisa provar a culpa do agente. A


responsabilidade civil subjetiva ocorre quando existe a obrigação de se indenizar os danos
causados a alguém por uma ação dolosa ou culposa. Por exemplo: se o cliente de uma
empresa de qualquer segmento é prejudicado por uma ação dolosa da própria companhia ou
de um funcionário, esse caso pode ser considerado como responsabilidade civil subjetiva no
momento de se definir uma indenização (Art. 927, caput).
Responsabilidade civil objetiva: Não há necessidade comprobatória de culpa. A
responsabilidade civil objetiva é aquela que acontece independentemente de culpa ou dolo
de quem pratica a ação em questão. Em diversas atividades que envolvem riscos, o indivíduo
ou empresa responsável pode ser penalizado por eventuais danos causados a terceiros em
caso de algum incidente, mesmo que tenha sido uma fatalidade (Art. 927, parágrafo único).
Presume absolutamente a culpa. Absolutamente: vem da teoria do risco.

DICOTOMIAS FUNDAMENTAIS DA RESPONSABILIDADE


(arts. 935 e 187 do CC)
• Responsabilidade Civil;
• Responsabilidade Penal;
• Responsabilidade Subjetiva e Objetiva;
• Abuso de Direito;
• Responsabilidade Contratual e Extracontratual;

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Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar


mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se
acharem decididas no juízo criminal.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes.

ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA


(CONDUTA E CULPA)
Responsabilidade Subjetiva (analisa a culpa): quando basta demonstrar o dano provocado
pelo agente do Estado, e o nexo causal.

Conduta: É a conduta voluntária que se caracteriza por uma ação (ativa/comissiva)) ou


omissão (passiva/omissiva); As que nos interessam são as condutas que produz
consequências juridicamente condenadas ou condenáveis; São condutas voluntárias.
Condutas lícitas podem causar indenização (conduta lícita com reparação- exemplo da
bicicleta). Se é uma coisa sua, você responde por ela. Quando você é o causador do perigo,
você não tem o direito de receber indenização.

Art. 186 (define o que é ato ilícito), Art. 927 (reparação), Art. 188 (o que não é ilícito) e Art.
929 e 930 (dever de indenizar);

Conduta - ação: a violação do dever geral de abstenção se obtém através de um fazer; É o


movimento corpóreo comissivo, um comportamento positivo, como a destruição de uma
coisa alheia, a morte ou lesão corporal em alguém, … .

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Conduta - omissão: É a forma menos comum de comportamento, caracteriza-se pela


inatividade (eu tenho que fazer e não o faço), pela abstenção de alguma conduta devida. A
omissão, como pura atitude negativa, não pode gerar, física ou materialmente, o dano sofrido
pelo lesado. Ex.: dever de boa-fé (art. 422). Quando temos o dever de agir e não agimos.
Concausas. do dano. O omitente torna-se responsável quando tem dever jurídico de agir, de
praticar um ato para impedir o resultado; O omitente coopera na realização do evento com
uma condição negativa, ou deixando de movimentar-se, ou não impedindo que o resultado
se concretize.

Culpa: Em regra, a culpa é elemento fundamental da responsabilidade civil subjetiva. Culpa


em sentido amplo (lato sensu), que compreende dolo (carrega intenção, quer o resultado, a
conduta é ilícita desde o início) e a culpa stricto sensu (nasce lícita, mas se torna ilícita quando
tem o resultado), que se divide em imperícia, imprudência e negligência.

Dolo: intenção de prejudicar. Conduta ilícita desde a origem. O agente quer a ação e o
resultado.

Culpa em sentido estrito: a conduta nasce lícita e torna-se ilícita na medida em que se
desvia dos padrões sociais. O agente só quer a ação e atinge resultado acidentalmente.

Culpa Stricto Sensu, dever de cuidar: Vivendo em sociedade, o homem tem que pautar a sua
conduta de modo a não causar dano a ninguém. Essa cautela, atenção ou diligência é
denominada dever de cuidado objetivo.

Culpa Stricto Sensu, conceito: Conduta voluntária contrária ao dever de cuidar imposto pelo
Direito, com a produção de um evento danoso involuntário, porém previsível.

Culpa Stricto Sensu, formas de exteriorização: imprudência- falta de cautela ou cuidado por
ação (conduta omissiva). Ex.: motorista que dirige em excesso de velocidade; negligência: é a
mesma falta de cuidado, mas por conduta omissiva. Ex.: acidente causado por veículo sem
condições de trafegar, médico que não toma os cuidados devidos, … ; imperícia: falta de
habilidade no exercício da atividade técnica. Ex.: motorista que provocou acidente por falta
de habilitação.

Culpa in eligendo, in vigilando e in custodiando: Art. 932 e 933 (responsabilidade objetiva).

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Culpa Concorrente (fatos concorrentes): Paralelamente à conduta do agente causador do


dano, há também conduta culposa da vítima, de modo que o evento danoso decorre do
comportamento culposo de ambos. Havendo culpa concorrente, a doutrina e a jurisprudência
recomendam dividir a indenização proporcionalmente ao grau de culpabilidade de cada um
dos envolvidos.

Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização
será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do
dano.

Responsabilidade de profissional liberal: art. 14 do CDC. Meio: responsabilidade civil


subjetiva; Resultado: responsabilidade civil subjetiva com presunção relativa da culpa, a
culpa é discutida. Ex.: cirurgia plástica.

ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA


(NEXO CAUSAL)
Conduta → Nexo → Dano
Teorias que conferem limites interpretativos para o nexo causal. Relação de causa e efeito
entre conduta e dano. O art 186 do CC exige expressamente.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

O que se deve entender, juridicamente, por nexo causal determinador da responsabilidade


civil?

Teoria da equivalência das condições: A Teoria da equivalência parte do pressuposto de que


todas as condições têm igual peso, pois o dano não ocorreria se qualquer uma delas fosse
suprimida, o que leva uma regressão ad infinitum, como dito anteriormente. Ex.: qual das
condutas foi adequada a provocar o dano: se a do motorista que invadiu a preferencial, não
respeitando a placa "pare", ou se a do que transitava por esta, em velocidade excessiva?

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Teoria da causalidade adequada: O professor SERGIO CAVALIERI FILHO, de forma


concisa, explica que "o termo ‘causa’, para a Teoria da Causalidade Adequada, é o
antecedente não só necessário, mas também adequado à produção do resultado. Causa é o
antecedente não só necessário, mas adequado à produção do resultado. É adequada a conduta
idônea a gerar o efeito. A causa adequada é aferida com o juízo do homem médio e com a
experiência comum. Somente considera como causador do dano a condição por si só apta a
produzi-lo.

Teoria dos danos diretos imediatos: A teoria do dano direto e imediato (também chamada
de teoria da interrupção do nexo causal) foi adotada pelo ordenamento, consoante o disposto
no art. 403 do Código Civil. A origem da teoria trazia a compreensão de que, para a formação
do liame causal, somente poderia ser considerada causa aquela que tivesse um vínculo direto
com o dano, sem qualquer outra interferência na cadeia causal. Todavia, diante da restrição
excessiva trazida pela teoria do dano direto e imediato, foi criada a subteoria da
necessariedade, o que permitiu, por consequência, o esticamento do nexo causal e a proteção
da vítima do dano indireto, uma vez que o elemento necessariedade passou a ser o parâmetro
para a configuração da causalidade. Toda e qualquer circunstância que haja concorrido para
produzir o dano é considerada como causa. Não faz distinção entre causa (aquilo de que uma
coisa depende quanto à existência) e condição (o que permite à causa produzir seus efeitos
negativos ou positivos). Requer que entre a conduta e o dano haja uma relação de causa, e
efeito direta e imediata. Art. 403 do CC.

Danos indiretos: Podem-se identificar danos indiretos, passíveis de ressarcimento, desde


que sejam consequência necessária da conduta tomada como causa.

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SEGUNDO BIMESTRE

Parte escrita e apresentação: 27 de outubro (Resenha do filme)


Parte escrita e apresentação: 17 de novembro (Responsabilidade pelo fato de outrem)
Prova: 01 de dezembro
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DANOS MATERIAIS
(Arts. 186, 187 e 927)
Conceito: O dano material, também chamado de dano patrimonial, é o prejuízo que ocorre
no patrimônio da pessoa, ou seja, perda de bens ou coisas que tenham valor econômico.
Estão inseridos nos danos materiais os prejuízos efetivamente sofridos (danos emergentes),
bem como valores que a pessoa deixou de receber (lucros cessantes).

Titulares da ação de ressarcimento do dano material: Compete à vítima da lesão pessoal ou


patrimonial o direito de pleitear a indenização; Vítima é quem sofre o prejuízo;

E quando a pessoa morre? Há dano autônomo dos familiares, a família pleiteia o direito de
receber os danos. Em caso de morte de um marido, pai, a esposa e os filhos menores têm
legitimidade para pleitear a indenização não na condição de herdeiros do falecido, mas na de
vítimas, porque são as pessoas prejudicadas com a perda do esposo e pai. Neste caso, a
indenização é pleiteada iure proprio.

Danos materiais: Danos materiais/patrimoniais também chamados de perdas e danos;


Ressarcimento. Pede-se o pagamento desse valor; Reembolso. Faz-se o pagamento e deseja
sua devolução.

Previsão legal: Forma mais evidente no Código Civil em seus artigos 186, 187 e 927:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.

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Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Tipos: É importante saber que os danos materiais podem ser de dois tipos, podendo
inclusive estarem de forma cumulativa em eventual requerimento de indenização.

Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
(lucros emergentes)
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a
duração provável da vida da vítima. (lucros cessantes).
Danos patrimoniais: danos emergentes + lucros cessantes (alimentos indenizatórios); Vida
provável da vítima; Expectativa de vida do IBGE (73/80 anos); Base de 2/3 do salário da vítima
por mês + 13 salário + cálculo de férias e etc…

Súmula 491 STF: é indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não
exerça trabalho remunerado.

Danos emergentes (danos positivos): São os mais fáceis de quantificar tendo em vista se
tratar do que efetivamente se perdeu. Por tal razão também são chamados de danos
positivos.

Lucros Cessantes (danos negativos): Ou danos negativos, se referem ao que a vítima deixou
de lucrar por conta do dano. Eles vão além da perda imediata e aparente, representando os
ganhos que foram impedidos de se efetivar. Art. 402 do CC.

Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de
lucrar. (possibilidade de pleitear danos emergentes e lucros cessantes).

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Art. 949 No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das
despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum
outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. (Vítima viva, lesão corporal)

Crítica ao artigo: dano moral (presumido) e dano estético (presumido). Pagamento até o fim
da vida.

Súmula 490 - STF: A pensão correspondente à indenização oriunda de responsabilidade


civil deve ser calculada com base no salário-mínimo vigente ao tempo da sentença e
ajustar-e-á às variações ulteriores.

EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
É importante considerar a possibilidade de afastar, diminuir ou excluir a responsabilidade
civil. As formas mais conhecidas são:

Distribuição dinâmica do ônus: art. 373, § 1º do CPC;


Inversão do ônus da prova: art. 6, VIII do CDC;

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Fato da vítima: Quando um dano ocorre por culpa exclusiva da vítima, se torna causa de
exclusão do próprio nexo causal, pois o agente causador do dano é um mero meio do
acidente. Exemplo: A pessoa desce do táxi em plena via e é atropelada (culpa exclusiva).

Caso a culpa não for exclusiva da vítima, poderá ocorrer a concorrência de culpa, o que na
esfera cível representa diminuição da indenização que será pago pelo agente, conforme
preconiza o Código Civil em seu art. 945:

Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização
será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano
(fato concorrente). Exemplo de fato concorrente: o exemplo do assalto no ônibus.

Porém, novamente reforçando que caso a culpa seja exclusiva da vítima, não há em que se
falar em nexo causal entre o agente e o dano, não gerando assim direito a indenização.

Fato de terceiro: Terceiro pode ser definido como qualquer pessoa que não seja vítima ou o
agente que causou o dano e não possua nenhuma ligação com o agente e a vítima. Este
terceiro no caso que é responsável pelo evento danoso que houve entre autor e vítima,
afastando assim a relação de causalidade sobre a conduta do agente e vítima.

Como exemplo prático e real, que foi julgado pela 6º câmara do tribunal cível do RJ a ap.
Cível 776/91, na qual a esposa de um ciclista ingressou com uma ação de indenização contra
uma empresa de transporte público na qual um de seus ônibus atropelou e matou o ciclista,
com a alegação de que o motorista invadiu a contra mão vitimando assim o ciclista.

Porém, a empresa conseguiu demonstrar que o ciclista sofreu a queda em razão de um


buraco que havia na pista, sendo o responsável pela queda do ciclista na frente do ônibus. O
buraco em questão foi deixado aberto por uma empresa que presta serviços para a prefeitura,
sendo assim, a responsabilidade foi atribuída a essa empresa com fundamento principal de
“fato de terceiro”.

Importante salientar mais uma vez que só se exclui a responsabilidade quando há o


rompimento do nexo causal entre agente e vítima, ou seja, é necessário um terceiro destruir a
relação causal entre as partes envolvidas.

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Caso durante sua conduta o agente concorra no resultado final sua responsabilidade não
poderá ser afastada, por exemplo: motorista que desvia de uma fechada e atropela na calçada
um pedestre, vemos claramente que em razão de seu próprio ato se originou o acidente.

Obs.: estado de necessidade (art. 929- não exclui); contrato de transporte (art. 735- não exclui).

Culpa concorrente de terceiros/ co-agentes: Quando o terceiro contribui com sua conduta de
forma direta e necessária para a produção do dano, haverá responsabilidade solidária.

CULPA CONCORRENTE DE TERCEIRO E DA


VÍTIMA
• Deverá ser feita divisão proporcional das respectivas contribuições para que o fato
lesivo ocorresse - composição dos arts. 942 e
945 do CC.Culpa concorrente da vítima: Deverá ser feita divisão proporcional das
respectivas contribuições para que o fato lesivo ocorresse - composição dos arts. 942 e
945 do CC.

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