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DIREITO DE CIVIL I – PARTE GERAL

Professora Elcicleide Moura.

5- ATOS ILÍCITOS

1- Conceito
Ato ilícito é o praticado com infração ao dever de não lesar a outrem. Tal
dever é imposto a todos.
Art. 186 CC
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Também o comete aquele que pratica abuso de direito, ou seja, “ o titular
de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo
seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”.
Ato ilícito é, portanto, fonte de obrigação: a de indenizar ou ressarcir o
prejuízo causado. É praticado com infração a um dever de conduta, por meio de
ações ou omissões culposas ou dolosas do agente, das quais resultam dano
para outrem.
Ex: O motorista comete várias infrações de trânsito, mas não atropela
ninguém, mas não atropela nenhuma pessoa nem colide com outro veículo,
nenhuma indenização será devida, malgrado a ilicitude de sua conduta.
Ato ilícito é ato voluntário e consciente do ser humano que transgride um
dever jurídico.
Ato praticado sem consciência do que se está fazendo não pode constituir
ato ilícito.
2- Responsabilidade contratual e extracontratual
Uma pessoa pode causar prejuízo a outrem por descumprir uma obrigação
contratual (dever contratual)
Ex: o ator que não comparece para dar o espetáculo contratado.
Quando a responsabilidade não deriva de contrato, mas infração ao dever de
conduta, diz que ela é extrajudicial ou aquiliana.
Na responsabilidade contratual, o inadimplemento presume-se culposo. O
credor lesado encontra-se em posição favorável. Caso o passageiro do ônibus
que fica ferido em colisão deste com outro veículo, por ser contratual (contrato
de adesão) a responsabilidade do transportador, que assume, ao vender a
passagem, a obrigação e transportar o passageiro são e salvo ao seu destino.
Na extracontratual, ao lesado incumbe o ônus de provar culpa ou dolo do
causador do dano (caso do pedestre, que é atropelado pelo ônibus e tem o ônus
de provar a imprudência do condutor).
A contratual tem origem no descumprimento da convenção, enquanto a
extracontratual a tem na inobservância do dever genérico de não lesar a outrem
(neminem laedere) “ a ninguém ofender”.
3- Responsabilidade civil e responsabilidade penal arts. (927 a 943)CC.
A ilicitude é chamada de civil ou penal tendo em vista exclusivamente a
norma jurídica que impõe o dever violado pelo agente. Na responsabilidade
penal, o agente infringe uma norma penal, de direito público. O interessado é o
da sociedade. Na responsabilidade civil, o interesse diretamente lesado é o
privado. O prejudicado poderá pleitear ou não a reparação. Se, ao causar dano,
o agente transgride, também, a lei penal, ele torna-se, ao mesmo tempo,
obrigado civil e penalmente.
A responsabilidade penal é pessoal também em outro sentido: a pena não
pode ultrapassar a pessoa do delinqüente. No cível, há varias hipóteses de
responsabilidade por ato de outrem.
A responsabilidade penal é pessoal também em outro sentido: a pena não
pode ultrapassar a pessoa do delinqüente. No cível, há várias hipóteses de
responsabilidade por ato de outrem. Somente os maiores de 18 anos são
responsáveis criminalmente.
4- Responsabilidade subjetiva e responsabilidade objetiva
A lei impõe, entretanto, a certas pessoas, em determinadas situações, a
reparação de um dano cometido sem culpa. Quando isto acontece, diz-se
que a responsabilidade é legal ou objetiva, porque prescinde da culpa e se
satisfaz apenas com o dano e o nexo de causalidade. Esta teoria, dita
objetivo ou do risco, tem como postulado que todo dano é indenizável, e deve
ser reparado por quem a ele se liga por um nexo de causalidade,
independentemente de culpa. Nos caso de responsabilidade objetiva, não se
exige prova da culpa do agente para que seja obrigado a reparar o dano.
Uma das teorias que procuram justificar a responsabilidade objetiva é a
teoria do risco. Pra esta teoria, toda pessoa que exerce alguma atividade cria
um risco de dano para terceiros. E deve ser obrigada a repará-lo, ainda que
sua conduta seja isenta de culpa.
O Código Civil brasileiro, filiou-se a à teoria subjetiva, é o que se pode
verificar no art. 186, que erigiu o dolo e a culpa como fundamentos para a
obrigação de reparar o dano. A responsabilidade subjetiva subsiste como
regra necessária, sem prejuízo da adoção da responsabilidade objetiva
independentemente de culpa, em vários dispositivos, como exemplo no
parágrafo único do art. 927 CC.

5- Imputabilidade e responsabilidade
O art. 186 do Código Civil pressupõe o elemento imputabilidade, ou seja,
a existência, no agente, da livre determinação de vontade. Para que alguém
pratique um ato ilícito e seja obrigado a reparar o dano causado, é
necessário que tenha capacidade de discernimento. Aquele que não pode
querer e entender não incorrer em culpa e, por isso, não pratica ato ilícito.
5.1 A responsabilidade dos privados de discernimento
A concepção clássica considera que, sendo o privado de discernimento
(amental, louco ou demente) um inimputável, não é ele responsável civilmente.
Se vier a causar dano a alguém, o ato equipara-se à força maior ou caso fortuito.
Se a responsabilidade não puder ser atribuída ao encarregado de sua guarda, a
vítima ficará irressarcida. (art. 932 933).

5.2 A responsabilidade dos menores


Aquele que não pode querer e entender não incorre em culpa e, por isso,
não pratica ato ilícito. Art. 186 CC.
A maioridade civil é alcançada ao 18 anos (Cc, art. 5º)
Os menores de 16 anos são absolutamente incapazes
Os maiores de 16 e menores de 18 anos são os relativamente incapazes.
Considera-se primeiro caso que não tem o necessário discernimento para
pratica de atos da vida civil, e, no segundo, que têm o discernimento reduzido, e
para que alguém pratique um ato ilícito e seja obrigado a reparar o dano
causado, é necessário que tenha plena capacidade de discernimento. O Còdigo
Civil responsabiliza os pais art. 932 I.

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