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Módulo - B

MÓDULO B
ELEMENTOS DA
RESPONSABILIDADE CIVIL
SUMÁRIO DO MÓDULO B
2.1. Conduta humana ou ato ilícito (ação ou omissão
voluntária)
2.2.Culpa genérica ou lato sensu
2.3. Nexo de causalidade
2.4. Dano ou prejuízo
2.1. CONDUTA HUMANA / ATO ILÍCITO
Conceito
Conduta contrária ao direito positivado, tendo por elementos a
antijuridicidade, ou seja, o ato ser contrário à ordem jurídica e o
agente ser imputável, respondendo pelo mesmo por possuir
maturidade e sanidade para a prática dos atos civis.

“Como requisito essencial da responsabilidade civil, estabeleceu o


legislador que o prejuízo causado deve advir de conduta humana
(comissiva ou omissiva), violadora de um dever contratual, legal ou
social”. (Sílvio Rodrigues)
CONDUTA HUMANA / ATO ILÍCITO
A conduta humana ou o ato ilícito é causado por:
• Ação (conduta positiva) ou Omissão (conduta
negativa):
– Voluntária ou;
– Por negligência ou;
– Por imprudência ou;
– Por imperícia;

⮚ Para a omissão é necessária a demonstração de que, caso a


conduta fosse praticada, o dano poderia ter sido evitado.
2.2. O DOLO
No mundo da culpabilidade, o dolo, é a consciência e
vontade dirigidas a um fim ou resultado sempre ilícito e
desconforme com o Direito. É a ofensa a um dever
preexistente de forma consciente e desejada.

Trata-se de ação ou omissão voluntária mencionada no


art. 186, CC.

O agente dever arcar integralmente quanto a todos os


prejuízos causados ao ofendido.
A CULPA
“Inexecução de um dever que o agente podia conhecer”.
(Savatier)

• Elemento objetivo da culpa: dever violado;


• Elemento subjetivo da culpa: imputabilidade do
agente;
• Excludentes: menoridade, demência, anuência da
vítima, exercício de direito, legítima defesa e estado de
necessidade.
CLASSIFICAÇÕES DA CULPA
Conforme a melhor doutrina, a culpa pode ser dividida da seguinte forma:

a) Culpa latu sensu, tendo o dolo como sua modalidade mais grave, podendo
o mesmo ser encontrado nas seguintes formas:
i. Dolo direto: o agente deseja a prática do ilícito;
ii. Dolo necessário: diz respeito a um efeito colateral típico decorrente do meio
escolhido e admitido, pelo autor, como certo ou necessário;
iii. Dolo eventual: o agente, com a sua conduta, assume o risco do ilícito;

a) Culpa stricto sensu: agente pratica o ilícito com a ausência do dever de


cuidado, gerando as seguintes espécies:
i. Negligência: falta de cuidado + omissão (art. 186, CC);
ii. Imprudência: falta de cuidado + ação (art. 186, CC);
iii. Imperícia: falta de qualificação ou treinamento para desempenhar uma
determinada função;
A CULPA STRICTO SENSU
A culpa, stricto sensu, é o agir inadequado, equivocado, por força
de comportamento negligente, imprudente ou imperito, embora o
agente não tenha querido o resultado lesivo, desde que
inescusável. Aliás, geralmente seu objetivo é lícito, ausente a
intenção de prejudicar.

Ou, nas palavras de Sergio Cavalieri Filho, a culpa se caracteriza


mediante ‘conduta voluntária contrária ao dever de cuidado
imposto pelo Direito, com a produção de um evento danoso
involuntário, porém previsto ou previsível’ (Programa de
Responsabilidade Civil cit, p.54).”
ESPÉCIES DE CULPA STRICTO SENSU
I) Quanto à origem: IV) Quanto ao grau de culpa:
a) Culpa contratual; a) Culpa lata ou culpa grave;
b) Culpa extracontratual ou aquiliana. b) Culpa leve ou culpa média;
c) Culpa levíssima;
II) Quanto à atuação do agente:
a) Culpa in cometendo; V) Quanto à sua presunção:
b) Culpa in omitindo; a) Culpa in vigilando;
b) Culpa in elegendo;
III) Quanto ao critério de análise pelo c) Culpa in custodiendo.
aplicador do direito:
a) Culpa in concreto;
b) Culpa in abstrato;
I) Quanto à origem

a) Culpa contratual: violação de dever jurídico


originariamente estabelecido;

a) Culpa extracontratual ou aquiliana: é aquela que


ocorre sem qualquer estabelecimento de relação
jurídica originária;
II) Quanto á atuação do agente

a) Culpa in cometendo: o agente pratica ato positivo


(imprudência);

a) Culpa in omitindo: é a culpa em omitir. Decorre de


abstenção (negligência)
III) Quanto ao critério de análise pelo
aplicador do direito

a) Culpa in concreto: analisa-se a conduta de acordo com


o caso concreto;

a) Culpa in abstrato: leva-se em conta o critério da


pessoa natural comum – a normalidade do
comportamento humano.
IV) Quanto ao grau de culpa
a) Culpa lata ou culpa grave: há uma imprudência ou negligência
crassa. O agente até que não queria o resultado, mas agiu com
tamanha culpa de tal forma que parecia que o quisesse. Em tais
casos, o efeito é o mesmo do dolo, ou seja, o ofensor deverá
pagar indenização integral (culpa lata dolo arquiparatur – a
culpa grave equipara-se ao dolo);
a) Culpa leve ou culpa média: é a culpa intermediária. A conduta
se desenvolve sem a atenção normalmente devida. Culpa in
abstrato – aplicação dos arts. 944 e 945, CC;
a) Culpa levíssima: no menor grau possível, situação em que o fato
só teria sido evitado mediante emprego de cautelas
extraordinárias ou de especial habilidade (art. 944, CC);
V) Quanto à sua presunção

a) Culpa in vigilando: culpa pela vigilância. Há quebra do dever


legal de vigilância.

a) Culpa in eligendo: culpa pela escolha. Culpa decorrente da


escolha ou eleição feita pela pessoa a ser responsabilizada,
como no caso da responsabilidade do patrão pelo ato do
empregado.

a) Culpa in custodiendo: a presunção da culpa decorreria da falta


de cuidado em se guardar uma coisa ou animal;
A Culpa in vigilando
Culpa in vigilando é a que emana de ausência de
fiscalização por parte do empregador, quer relativamente
aos seus empregados, quer no tocante à própria coisa.

É o caso da empresa de transportes que tolera a saída de


veículos desprovidos de freios, dando causa a acidentes.
A Culpa in eligendo
“Culpa in eligendo é a oriunda da má escolha do
representante, ou do preposto. Caracteriza-a,
exemplificativamente, o fato de admitir ou de manter o
proponente a seu serviço empregado não legalmente
habilitado, ou sem as aptidões requeridas. Se a pessoa
escolheu mal o seu representante, procurador ou preposto,
responderá pelos atos ilícitos por eles praticados e, como
consequência, pelos danos por eles causados.” (Ruy Stocco)
A Culpa in custodiendo
Enunciado 452, CFJ, aprovado na V Jornada de
Direito Civil:

“Art. 936: A responsabilidade civil do dono ou


detentor de animal é objetiva, admitindo-se a
excludente do fato exclusivo de terceiro”.
MODALIDADES DE CULPA PRESUMIDA
Culpa in eligendo, in vigilando, in custodiendo:

Segundo Flávio Tartuce, a doutrina majoritária entende que não se pode mais
falar em modalidades de culpa presumida.
Concluiu-se que as hipóteses de culpa in eligendo e in vigilando estão
regulamentadas pelo art. 932, CC, consagrando o art. 933, CC, a adoção da
teoria do risco, portanto, tais casos são de responsabilidade objetiva, não se
discutindo a culpa.
No caso da culpa in custodiendo, o art. 936, CC já prevê as hipóteses excludentes
de responsabilidade, situação típica da objetivação.

Enunciado 451, CFJ, aprovado na V Jornada de Direito Civil: “a


responsabilidade civil por ato de terceiro funda-se na responsabilidade
objetiva ou independente de culpa, estado superado o modelo de culpa
presumida”.
Culpa presumida
Atualmente vários doutrinadores nacionais veem com
bons olhos a superação do modelo anterior, não se
falando mais em culpa presumida em tais situações
(culpa in vigilando, in eligendo, in custodiendo).

Doutrinariamente deve ser tida como cancelada a Súmula


341, STF, e se espera o efetivo cancelamento pelo STF,
pois o caso é de responsabilidade objetiva.
Culpa presumida e
Responsabilidade Objetiva
Tanto na culpa presumida quanto na responsabilidade objetiva
inverte-se o ônus da prova, ou seja, o autor da ação não deve
provar a culpa do réu.

Diferenças:
⮚ Na culpa presumida se o réu provar que não teve culpa, não responderá
pelo dano;

⮚ Na responsabilidade objetiva essa comprovação não basta para excluir o


dever de reparar do agente, que somente é afastado se comprovada uma
das excludentes de nexo de causalidade (culpa ou fato exclusivo da
vítima ou de terceiro, caso fortuito ou força maior).
2.3. NEXO DE CAUSALIDADE
Conceitos:
Caio Mário da Silva Pereira: “para que se caracterize a
responsabilidade é indispensável se estabeleça uma interligação
entre a ofensa à norma e o prejuízo sofrido, de tal modo que se
possa afirmar ter havido o dano porque o agente procedeu contra o
direito”.

Sérgio Cavalieri Filho: “Trata-se de noção aparentemente fácil, mas


que, na prática enseja perplexidades” (...). O conceito de nexo
causal não é jurídico, decorre de leis naturais. É o vínculo, a ligação
ou relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado”.
NEXO DE CAUSALIDADE
A relação de causalidade na responsabilidade civil:

▪ Responsabilidade subjetiva: o nexo de causalidade é


formado pela culpa genérica ou lato sensu, que inclui o
dolo e a culpa estrita (art. 186, CC).

▪ Responsabilidade objetiva: o nexo de causalidade é


formado pela conduta, cumulada com a previsão legal
de responsabilização sem culpa ou pela atividade de
risco (art. 927, parágrafo único, CC).
NEXO DE CAUSALIDADE.
Teorias justificadoras
O nexo de causalidade é o vínculo ou relação de causa e
efeito entre a conduta e o resultado.

Existem diversas teorias justificadoras, sendo adotada


pela jurisprudência a Teoria do Dano Direto e Imediato.

No entanto, é importante listar as principais teorias


justificadoras existentes:
Teorias justificadoras do nexo de
causalidade
• Teoria da equivalência das condições/conditio sine qua non: para esta teoria
não há diferença entre os antecedentes do resultado danoso, de forma que
tudo irá concorrer para o evento considerado causador;

• Teoria da causalidade adequada: adotada pelo CC majoritariamente nos arts.


944 e 945, para esta teoria, considera-se como causa todo e qualquer evento
que haja contribuído para a efetiva ocorrência do resultado. Portanto, para
se possa adotá-la, devemos estar diante de uma causa adequada e que deva
ser apta à efetivação do resultado;

• Teoria do dano direto e imediato: segundo esta teoria, será indenizável todo
o dano que se filia a uma causa, ainda que remota, desde que necessária,
encontrando respaldo no art. 403, CC;
Teorias justificadoras do nexo de
causalidade
Jurisprudência que adota a Teoria da causalidade adequada:

STJ, AgRg no Ag 682.599/RS, p. 334; STJ, Resp 669.258/RJ, 2ª


Turma, Rel. Min. Humberto Martins, j. 27.02.2007, Dje 25.03.2009;
TJSP, Apelação Cível 174.633-5/2, Campinas, 9ª Câmara de Direito
Público, Rel. Antônio Rulli, 11.05.2005, v.u.
TJRS, Número do Processo: 70015163611, Data: 24.08.2006, 12ª
Câmara Cível, Juiz Rel. Dálvio Leite Dias Teixeira, Origem: Comarca
de Bagé.
Teorias justificadoras do nexo de
causalidade
Jurisprudência que adota a Teoria do dano direto e imediato:

STJ, REsp 719.738/RS, 1ª Turma, Rel. Min Teori Albino Zavascki, j.


16.09.2008, Dje 22.09.2008;
STJ, Resp 776.732/RJ, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, j.
08.05.2007, DJ 21.05.2007, p. 558;
TJRS, Número do processo: 71001044320, Data: 15.02.2007, 1ª
Turma Recursal Cível, Juiz Rel. Carlos Eduardo Richinitti, Origem:
Comarca de Porto Alegre;
TJDF, Apelação Cível 20020111004889 APC-DF, Acórdão 218093, 4ª
Turma Cível,
Concorrência de causas
a) Causas subsequentes: é causado pela prática de conduta decorrente de um
ato fundamentando por prática posterior;
b) Causas complementares: é gerado pela a prática da conduta de dois ou
mais agentes que, sem a ajuda do outro, não seria atingido o fim
pretendido;
c) Causas cumulativas: não haveria necessidade da conduta dos agentes
somarem-se, em razão de que ambas atingiriam o objetivo-fim da mesma
maneira;
d) Causas alternativas: não há como definir o agente causador do dano;
e) Causas preexistentes: a conduta do agente por si só não atingiria o
resultado fim, já tendo outra causa existente;
f) Causas concomitantes: são causas geradoras do dano que são produzidas
ao mesmo tempo;
g) Causas supervenientes: surgem após o evento danoso;
O RISCO
Há diversas espécies de riscos dispostas no ordenamento
jurídico, devendo ser mencionadas as principais:

• Risco proveito: todo ônus deve ser suportado por


quem recebe o bônus;
• Risco profissional: deriva das relações de trabalho;
• Risco excepcional: decorrente de atividades que
exigem elevado grau de perigo;
O RISCO
Risco integral: modalidade mais elevada de responsabilidade
objetiva por não admitir exclusão de culpabilidade, em razão de o
agente ser o responsável universal, adotado excepcionalmente no
ordenamento jurídico nas seguintes formas:
• Dano ambiental: art. 225, §3º, CF c/c art. 14, §1º, Lei nº 6.931/81, defende
que o dano ambiental deverá ser reparado independentemente de culpa;
• Seguro obrigatório DPVAT: Lei 6.194/74 com posterior alteração pela Lei
8.441/92 estabelece indenização às vítimas de acidente de veículos
automotores independente de culpa ou de identificação do veículo
automotor;
• Danos Nucleares: a responsabilidade civil por danos nucleares também foi
adotada a teoria do risco integral (art. 21, inciso XXIII “d”, CF).
2.4. O DANO
“Lesão a qualquer bem jurídico” (Agostinho Alvim)

Espécie de Dano:
i. Material;
ii. Moral;
iii. Estético;
iv. Coletivo;
v. Social.
DANO MATERIAL
a) Dano emergente: do latim damnum emergens,
significa a perda efetivamente sofrida;
a) Lucro cessante: atinge patrimônio futuro (ganho
esperável), impedindo seu crescimento;
a) Perda de uma chance: ocorre quando a vítima possui,
embora ainda de maneira incerta, a probabilidade
razoável da conquista de seu objetivo e, por motivos
alheios a sua vontade, a vitima é impedida pelo
agente através de um comportamento ilícito.
DANO INCERTO
Segundo entendimento do STJ, não se pode
indenizar um dano incerto, em razão da própria
natureza da responsabilidade civil, que é a efetiva
reparação de dano causado ao patrimônio.
DANO MATERIAL FUTURO
Inexiste a possibilidade desta modalidade, vez que
somente se pode exigir reparação por danos
causados e não por danos a causar, ou seja que
poderão se dar futuramente, inexistindo lesão
patrimonial.
DANO MORAL
É uma espécie de dano, extrapatrimonial, por violação
aos direitos inerentes à pessoa, contidos nos direitos da
personalidade.

É possível cumular dano moral com dano patrimonial por


um só fato (Súmula 37 STJ).
DANO MORAL
Formas de fixação do dano:
Função Compensatória: são analisados dois requisitos concomitantemente:
• Extensão do dano: gravidade da lesão;
• Condições pessoais da vítima: a condição econômica da vítima não altera o
dano moral. Inf. 324, STJ, Resp. 951977.

Função Punitiva:
• Condições econômicas do ofensor;
• Grau de culpa do ofensor: valor do desestímulo, tem efeito inibitório,
educativo.
DANO MORAL PUNITIVO
Teoria da “Punitive damages” ou Teoria do valor do desestímulo.

• A teoria tem como objetivo tentar dissuadir a nova prática do agente. São
espécies de indenizações cujo valor devem cumprir a função não só de recompor
os prejuízos e ofensas perpetrados, mas também de desestimular a reincidência
do agente na conduta lesiva.

• O juiz pode entender que diante da proporcionalidade entre a culpa e o dano é


cabível indenização com o objetivo de punir o agente pela prática. Veja o
Enunciado 379 CJF.

• Todavia, parte da doutrina possui posicionamento diverso, entendendo que se


inexiste previsão no Código Civil, logo, não é possível ser adotado, sob pena de
configurar enriquecimento sem causa como disposto no art. 884 do mesmo
diploma legal. (vide REsp. 1.354.536-SE. Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
26/3/2014, STJ).
DANO MORAL DIRETO OU INDIRETO OU
RICOCHETE

Ocorre o dano moral direto quando o ofendido é


diretamente atingido nos seus direitos da personalidade.

Já o dano moral indireto refere-se à lesão patrimonial que


reflete à pessoa também na ordem extrapatrimonial,
legitimando-se para pleitear esta modalidade de dano
moral reflexo ou ricochete.
DANO MORAL À PESSOA JURÍDICA
Não é pacífico o entendimento da matéria
abordada, sendo majoritário o entendimento de
que é possível que a pessoa jurídica possa sofrer
dano moral.

Súmula 227, STJ “A pessoa jurídica pode sofrer


dano moral”.
DANO MORAL: A NÃO POSSIBILIDADE DE
INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA

O dano moral é uma recomposição de lesão, ainda que


extrapatrimonial, e por tal motivo a sua indenização não
significa um acréscimo patrimonial, não incidindo deste
modo no imposto de renda sobre as verbas recebidas a
título de ressarcimento pelos danos causados.
PROVA DO DANO MORAL
Segundo entendimento pacificado STJ, o dano
moral é chamado de in re ipsa, ou dano na própria
coisa, bastando demonstrar unicamente o fato.

Veja REsp 1.517.973-PE, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por


unanimidade, julgado em 16/11/2017, DJe 01/02/2018,Informativo
618, STJ
A QUANTIFICAÇÃO DOS DANOS MORAIS
No momento de fixar o quantum debeatur, o magistrado deverá:

• Estabelecer uma reparação equitativa, baseada na culpa do


agente, na extensão e gravidade do prejuízo causado e na
capacidade econômica das partes.

• Utilizar o critério da razoabilidade, que deverá ser proporcional,


adequada e ao mesmo tempo necessária à condenação do
agente.
DANO MORAL COLETIVO

O dano moral coletivo é a lesão extrapatrimonial aos


direitos da personalidade de um determinado grupo.
Exemplo: discriminação sexual, etnia, religião, dentre
outras.

Veja REsp 1.517.973-PE, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado
em 16/11/2017, DJe 01/02/2018,Informativo 618, STJ.
DANO MORAL SOCIAL
O dano moral social envolve a sociedade, ou seja, a um grupo
indeterminado, não se podendo medir a quantidade de pessoas
lesionadas.
• Exemplo: ação civil pública movida pelo MPF/SP, em face da
RedeTV, por ter entrevistado ao vivo a vítima Eloá no cativeiro
momento antes de seu assassinato. Nesta ocasião é impossível
medir a quantidade de pessoas no país que estavam assistindo
ao programa, sendo indiscutível, ainda, a exposição da vítima em
rede nacional, argumentos estes objetos da discussão nos autos
do processo nº 2008.61.00.029505-0, distribuído perante a 6ª
Vara Federal Cível de São Paulo.
DANO ESTÉTICO
É a efetiva lesão a integridade corporal da vítima
e, podendo ser indenizável, o dano deve ser
duradouro ou permanente ou, em alguns casos,
impedir as capacidades laborativas.

Súmula 387, STJ: “É lícita acumulação das


indenizações de dano estético e dano moral”.

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