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MÓDULO B
ELEMENTOS DA
RESPONSABILIDADE CIVIL
SUMÁRIO DO MÓDULO B
2.1. Conduta humana ou ato ilícito (ação ou omissão
voluntária)
2.2.Culpa genérica ou lato sensu
2.3. Nexo de causalidade
2.4. Dano ou prejuízo
2.1. CONDUTA HUMANA / ATO ILÍCITO
Conceito
Conduta contrária ao direito positivado, tendo por elementos a
antijuridicidade, ou seja, o ato ser contrário à ordem jurídica e o
agente ser imputável, respondendo pelo mesmo por possuir
maturidade e sanidade para a prática dos atos civis.
a) Culpa latu sensu, tendo o dolo como sua modalidade mais grave, podendo
o mesmo ser encontrado nas seguintes formas:
i. Dolo direto: o agente deseja a prática do ilícito;
ii. Dolo necessário: diz respeito a um efeito colateral típico decorrente do meio
escolhido e admitido, pelo autor, como certo ou necessário;
iii. Dolo eventual: o agente, com a sua conduta, assume o risco do ilícito;
Segundo Flávio Tartuce, a doutrina majoritária entende que não se pode mais
falar em modalidades de culpa presumida.
Concluiu-se que as hipóteses de culpa in eligendo e in vigilando estão
regulamentadas pelo art. 932, CC, consagrando o art. 933, CC, a adoção da
teoria do risco, portanto, tais casos são de responsabilidade objetiva, não se
discutindo a culpa.
No caso da culpa in custodiendo, o art. 936, CC já prevê as hipóteses excludentes
de responsabilidade, situação típica da objetivação.
Diferenças:
⮚ Na culpa presumida se o réu provar que não teve culpa, não responderá
pelo dano;
• Teoria do dano direto e imediato: segundo esta teoria, será indenizável todo
o dano que se filia a uma causa, ainda que remota, desde que necessária,
encontrando respaldo no art. 403, CC;
Teorias justificadoras do nexo de
causalidade
Jurisprudência que adota a Teoria da causalidade adequada:
Espécie de Dano:
i. Material;
ii. Moral;
iii. Estético;
iv. Coletivo;
v. Social.
DANO MATERIAL
a) Dano emergente: do latim damnum emergens,
significa a perda efetivamente sofrida;
a) Lucro cessante: atinge patrimônio futuro (ganho
esperável), impedindo seu crescimento;
a) Perda de uma chance: ocorre quando a vítima possui,
embora ainda de maneira incerta, a probabilidade
razoável da conquista de seu objetivo e, por motivos
alheios a sua vontade, a vitima é impedida pelo
agente através de um comportamento ilícito.
DANO INCERTO
Segundo entendimento do STJ, não se pode
indenizar um dano incerto, em razão da própria
natureza da responsabilidade civil, que é a efetiva
reparação de dano causado ao patrimônio.
DANO MATERIAL FUTURO
Inexiste a possibilidade desta modalidade, vez que
somente se pode exigir reparação por danos
causados e não por danos a causar, ou seja que
poderão se dar futuramente, inexistindo lesão
patrimonial.
DANO MORAL
É uma espécie de dano, extrapatrimonial, por violação
aos direitos inerentes à pessoa, contidos nos direitos da
personalidade.
Função Punitiva:
• Condições econômicas do ofensor;
• Grau de culpa do ofensor: valor do desestímulo, tem efeito inibitório,
educativo.
DANO MORAL PUNITIVO
Teoria da “Punitive damages” ou Teoria do valor do desestímulo.
• A teoria tem como objetivo tentar dissuadir a nova prática do agente. São
espécies de indenizações cujo valor devem cumprir a função não só de recompor
os prejuízos e ofensas perpetrados, mas também de desestimular a reincidência
do agente na conduta lesiva.
Veja REsp 1.517.973-PE, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado
em 16/11/2017, DJe 01/02/2018,Informativo 618, STJ.
DANO MORAL SOCIAL
O dano moral social envolve a sociedade, ou seja, a um grupo
indeterminado, não se podendo medir a quantidade de pessoas
lesionadas.
• Exemplo: ação civil pública movida pelo MPF/SP, em face da
RedeTV, por ter entrevistado ao vivo a vítima Eloá no cativeiro
momento antes de seu assassinato. Nesta ocasião é impossível
medir a quantidade de pessoas no país que estavam assistindo
ao programa, sendo indiscutível, ainda, a exposição da vítima em
rede nacional, argumentos estes objetos da discussão nos autos
do processo nº 2008.61.00.029505-0, distribuído perante a 6ª
Vara Federal Cível de São Paulo.
DANO ESTÉTICO
É a efetiva lesão a integridade corporal da vítima
e, podendo ser indenizável, o dano deve ser
duradouro ou permanente ou, em alguns casos,
impedir as capacidades laborativas.