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CRIME MILITAR

Conceito analítico: conduta típica, ilícita e culpável. TEORIA TRIPARTITE

SISTEMA NEOCLÁSSICO
O CÓDIGO PENAL MILITAR adotou o SISTEMA NEOCLÁSSICO: Esse sistema se preocupa com a
Imputabilidade + Exigibilidade de conduta diversa. A culpabilidade ganhou o elemento –
exigibilidade de conduta diversa.

Conduta: comportamento voluntário causador de um resultado.

Esse sistema é composto pela teoria causal e psicológico-normativa da culpabilidade.

SISTEMA FINALISTA
O DIREITO PENAL MILITAR ADOTOU O SISTEMA FINALISTA: Retira o dolo e a culpa da
culpabilidade que passam a integrar o fato típico, deixando a culpabilidade somente com os
elementos normativos:

1. Imputabilidade +
2. Exigibilidade de conduta diversa+
3. Potencial consciência da ilicitude.

CULPABILIDADE:

 IMPUTABILIDADE
 EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
 POTENCIAL CONSCIÊNCIA DE ILICITUDE.

ESTADO DE NECESSIDADE
Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento do dever legal;
IV - em exercício regular de direito

Código Penal comum= Teoria unitária – pois, adota apenas 1 ESTADO DE NECESSIDADE, qual
seja, o JUSTIFICANTE = e este EXCLUIU A ILICITUDE.

Código Penal Militar= TEORIA DIFERENCIADORA – 2 ESTADOS DE NECESSIDADE = JUSTIFICANTE


(EXCLUIU A ILICITUDE) E O EXCULPANTE (EXCLUIU A CULPABILIDADE).

CPM = TEORIA DIFERENCIADORA ALEMÃ, essa teoria diz que existem dois tipos de Estado de
necessidade: Estado de Necessidade JUSTIFICANTE e o Estado de Necessidade EXCULPANTE.

ESTADO DE NECESSIDADE JUSTIFICANTE – ART. 43 CPM é igual ao do CP comum EXCLUI A


ILICITUDE

 Preservar direito próprio ou alheio


 Perigo certo ou atual
 Não provocado
 Nem podia evitar
 O bem lesado é menor que o bem protegido
 Exige o conhecimento da situação justificante

ESTADO DE NECESSIDADE EXCULPANTE – ART. 39 CPM não tem no CP comum EXCLUI A


CULPABILIDADE

 Proteger direito próprio ou DE PESSOA A QUEM ESTÁ LIGADO POR ESTREITAS


RELAÇÕES DE PARENTESCO OU AFEIÇÃO
 Perigo certo ou atual
 Não provocado
 Nem podia evitar
 Bem lesado é igual ou maior que o bem protegido.

3º ESTADO DE NECESSIDADE DO CPM: ESTADO DE NEC. DO COMANDANTE-

ART.42,Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o comandante de navio, aeronave


ou praça de guerra, na iminência de perigo ou grave calamidade, compele os subalternos, por
meios violentos, a executar serviços e manobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou
evitar o desânimo, o terror, a desordem, a rendição, a revolta ou o saque.

OBS: Em suma, no CP comum encontramos apenas 1 estado de necessidade. Contudo, no CPM


são analisados 3 estados de necessidade: justificante, exculpante e o estado de necessidade do
comandante.

EXCESSO
EXCESSO DOLOSO- O juiz pode atenuar a pena ainda quando punível o fato por excesso
doloso, Art. 46 CPM. É diferente do CP comum.

EXCESSO CULPOSO- Art. 45. Agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, excede
culposamente os limites da necessidade, responde pelo fato, se este é punível, a título de
culpa.

Trata-se do ERRO - CULPA IMPRÓPRIA é aquela na qual recai o agente que, por erro, fantasia
situação de fato, supondo estar acobertado por causa excludente da ilicitude (caso de
descriminante putativa) e, em razão disso, provoca intencionalmente o resultado ilícito e
evitável. Erro de fato (Art. 36) isenta de pena.

EXCESSO ACIDENTAL- Art. 34 CPM  Pelos resultados que agravam especialmente as penas só
responde o agente quando os houver causado, pelo menos, culposamente.

CRIME PRETERDOLOSO= O agente quer atingir um resultado (menos grave), mas acaba
atingindo, sem querer, uma conduta mais grave. Nesse caso, a conduta inicial foi dolosa, mas a
Quando o resultado mais
conduta atingida foi culposa. Não se admite a tentativa.
grave advém por caso fortuito ou força maior, não se aplica a
qualificadora, ainda que haja o nexo causal.
EXCESSO ESCUSAVEL- Art. 45 CPM Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de
escusável surpresa ou perturbação de ânimo, em face da situação. (EXCLUI A
CULPABILIDADE).
Ex: É o caso do susto.

ESCUSAVEL/ DESCULPAVEL/ JUSTIFICAVEL.

CULPABILIDADE
Conceito: fato contrário ao direito, juízo de reprovação social.

Dolo e culpa estão na culpabilidade= TEORIA CAUSALISTA: é o comportamento humano


voluntário que produz modificação no mundo exterior. A vontade é a causa da conduta, e a
conduta é a causa do resultado. SISTEMA FINALISTA: Retira o dolo e a culpa da culpabilidade
que passam a integrar o fato típico

O Agente deve possuir os seguintes requisitos para ter culpabilidade:

 Imputabilidade
 Potencial consciência da ilicitude
 Exigibilidade de conduta diversa

NÃO É CULPADO quem comete o crime:

 Coação moral irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir


 Obediência hierárquica em matéria de serviço

OBS: Na culpabilidade a coação é moral, visto que se a coação física, não se tem a conduta,
inexistindo o fato típico.

ERRO NO DIREITO PENAL MILITAR


CONCEITO: Erro é a falsa compreensão da realidade. O erro pode estar sobre os elementos do
fato ou sobre a ilicitude do fato.

ERRO DE FATO: EX: acha que seu colega de serviço é um inimigo.

O erro de fato isenta a pena.

Art. 36 CPM -É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por erro plenamente
escusável/ justificável, a inexistência de circunstância de fato que o constitui ou a existência de
situação de fato que tornaria a ação legítima.

ERRO DE DIREITO: A pessoa acredita que o que está fazendo e licito por ignorância ou erro de
interpretação da lei.

ART 35 CPM- A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave quando o
agente, salvo em se tratando de crime que atente contra o dever militar, supõe lícito o fato,
por ignorância ou erro de interpretação da lei, se escusáveis.

O erro de direito a pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave quando
escusável, ou seja, desculpável/ justificável, pois era inevitável.

Se for escusável/ justificável/ desculpável/ invencível = atenua, ou seja, recebe o tratamento


do artigo 35 cpm.
Se for evitável/ indesculpável/ injustificável / vencível = O Agente não receberá os benéficos do
artigo 35 e responderá normalmente.

OBS: Não é possível alegar erro de direito contra os crimes que atende contra o dever militar.

É vedada a responsabilidade penal objetiva: Direito penal do autor.

ERRO SOBRE A PESSOA

ERRO SOBRE A PESSOA

ERRO NO USO DOS


ERRO DE PERCEPÇÃO=
MEIOS DE EXECUÇÃO=
Confunde a vitima com
Mira na pessoa certa
outra pessoa
mas atinge outra.

INF. DE QUESTÕES SOBRE ERRO


ERRO DE DIREITO
No erro de direito Art. 35 do CPM: A pena pode ser atenuada ou
substituída por outra menos grave quando o agente, salvo em se
tratando de crime que atente contra o dever militar, supõe lícito o
fato, por ignorância ou erro de interpretação da lei, se escusáveis.

ERRO DE FATO
Art. 36 do CPM:  É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe,
por erro plenamente escusável, a inexistência de circunstância de fato
que o constitui ou a existência de situação de fato que tornaria a ação
legítima. 
(...)
§2º Se o erro é provocado por terceiro, responderá este pelo crime, a
título de dolo ou culpa, conforme o caso. 
ABERRATIO CRIMINIS OU ABERRRATIO DELICTI
Aberratio criminis ou aberratio delicti - cabível quando o agente quer
atingir um bem jurídico, mas acaba por violar bem de natureza diversa.
Assim, o agente responde pelo resultado diverso do pretendido a título
de culpa, se existir a previsão legal da modalidade culposa (art. 37, §1º,
do CPM).
ERRO SOBRE A PESSOA
Art. 37 do CPM: Quando o agente, por erro de percepção (erro in
persona) ou no uso dos meios de execução( aberratio ictus) , ou outro
acidente, atinge uma pessoa em vez de outra, responde como se tivesse
praticado o crime contra aquela que realmente pretendia atingir. 
Devem ter-se em conta não as condições e qualidades da vítima, mas
das da outra pessoa, para configuração, qualificação ou exclusão do
crime, e agravação ou atenuação da pena. 
ABERRATIO ICTUS
No erro na execução (aberratio ictus, também conhecido como desvio
de golpe), ou seja, o agente erra na execução ou ocorre outro
imprevisto e, em virtude disso, atinge pessoa diversa da pretendida.
Nesse caso, será levada em conta as qualidades da vítima que o agente
pretendia atingir.  

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