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Teoria finalista
Verificação no excesso
ESTADO DE NECESSIDADE
Conceito: É o sacrifício de um interesse juridicamente protegido, para salvar de perigo atual e
inevitável o direito do próprio agente ou de terceiro, desde que outra conduta, nas
circunstâncias concretas, não fosse razoavelmente exigível.
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou
por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era
razoável exigir-se.
ESTADO DE NECESSIDADE
Quanto à origem do perigo
a) Estado de necessidade defensivo: ocorre quando o agente pratica o ato necessário contra
a coisa ou animal do qual advém o perigo para o bem jurídico. Ex.: A, atacado por um
cão bravo, vê-se obrigado a matar o animal.
b) Estado de necessidade agressivo: ocorre quando o agente se volta contra pessoa ou coisa
diversa daquela da qual provém o perigo para o bem jurídico. Ex.: para prestar socorro a
alguém, o agente toma o veículo alheio, sem autorização do proprietário.
ESTADO DE NECESSIDADE
Quanto ao bem sacrificado:
Art. 24 - [...]
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
Todavia, não se pode cobrar heroísmo de quem tem o dever legal de enfrentar o perigo
(policiais, bombeiros). Em casos extremos ela pode ser alegada.
LEGÍTIMA DEFESA
Conceito: É a defesa necessária empreendida contra agressão injusta, praticada por pessoa,
atual ou iminente, contra direito próprio ou de terceiro , usando, para tanto, moderadamente,
os meios necessários.
Legítima defesa
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou
iminente, a direito seu ou de outrem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (Vide ADPF 779)
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de
segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vide ADPF 779)
LEGÍTIMA DEFESA
Elementos (objetivos) da legítima defesa [O elemento subjetivo é a vontade de se defender]
a) relativos à agressão:
a.1) injustiça [não precisa ser vítima de crime];
a.2) atualidade ou iminência [presente ou futuro próximo];
a.3) contra direito próprio ou de terceiro [licitude e solidariedade];
b) relativos à repulsa:
b.1) utilização de meios necessários [não exige fuga];
b.2) moderação [menor carga ofensiva possível].
LEGÍTIMA DEFESA
I - Legítima defesa putativa [inexistente, pode excluir a culpabilidade pela inexigibilidade de
conduta diversa]
Ex.: Execução de pena de morte; invasão de domicílio; arrombamento; apreensão de documento etc
EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO
Conceito: É o desempenho de uma atividade ou a prática de uma conduta autorizada
por lei, que torna lícito um fato típico. Se alguém exercita um direito, previsto e
autorizado de algum modo pelo ordenamento jurídico, não pode ser punido, como se
praticasse um delito.
Ex.: Aborto nas hipóteses legais; a prestação de auxílio a agente de crime, feita por
ascendente, descendente, cônjuge ou irmão; utilização de cadáver para fins científicos etc
EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO
Situações controversas
Ponto controverso:
Ortotanásia.
CONSENTIMENTO DO OFENDIDO
Requisitos:
a) a concordância do ofendido.
b) o consentimento deve ser emitido de maneira explícita ou implícita.
c) deve existir capacidade para consentir.
d) o bem ou interesse precisa ser considerado disponível.
e) o consentimento deve ser dado antes ou durante a prática da conduta do agente.
f) o consentimento é revogável a qualquer tempo.
g) deve haver conhecimento do agente acerca do consentimento do ofendido.
EXCESSO PUNÍVEL
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
[...]
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
NUCCI, Guilherme de Souza. Capítulo XVI. Ilicitude (Antijurididade). In: NUCCI, Guilherme de Souza. Manual
de Direito Penal. Rio de Janeiro: Forense, 2022.