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Direito Penal II

Conceito analítico:
*Fato punível
*Fato típico e ilícito
*Fato típico, ilícito e culpável
*Fato típico, ilícito, culpável e punível
*Conduta humana de ação ou omissão típica, ilícita e culpável.

Fato típico:
Fato típico é todo aquele modelo de conduta descrito como criminoso em um tipo penal, ou
seja, fatos descritos pela lei penal que são considerados crimes. Se alguém pratica uma
conduta que não está descrita em nenhum tipo penal, o fato é atípico, portanto, não
configura crime (Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina.)
​*Conduta humana
​*Resultado normativo
​*Nexo Causal
​*Previsão legal

Ilícito (antijurídico):
​*Estado de necessidade
​*Legítima defesa
​*Estrito cumprimento do dever legal
​*Exercício regular de direito

Culpável:
​*Imputabilidade
​*Potencial consciência sobre a ilicitude do fato
​*Exigibilidade de conduta diversa

-A vida é um bem humano


-A perícia investiga se o cadáver foi vítima de força humana
-Condenação apenas na certeza
-Ameaça não é um crime tangível

Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico,
de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
-Só há ameaça se a pessoa ameaçada sentir temor

-O resultado não é palpável (não é físico)


-Multas por pressão administrativa (jogar cigarro no chão, antigamente multavam por não
usar cinto).

Crime de resultado formal = crime de resultado não palpável.


-Ninguém é obrigado a fornecer provas contra si mesmo.(definido pelo STF).
*Nem para fazer exame de DNA você precisa fazer (se acharem o material é diferente)

Resultado normativo ou jurídico (crime de resultado formal…): resultado é toda lesão ou
ameaça de lesão a um interesse penalmente relevante. Esta teoria não admite crime sem
resultado, pois todo crime agride um bem jurídico tutelado.

Mera Conduta: É aquele em que a lei descreve apenas uma conduta, e não um resultado.
Sendo assim, o delito consuma-se no exato momento em que a conduta é praticada. A
pessoa sente seu espaço pessoal atingido.

Condução coercitiva: em caso de embriaguez por exemplo, se a pessoa se recusar a


assoprar o bafômetro e tiver claro que a pessoa bebeu, ele é encaminhado para o IML e
dois peritos o analisam sem tocar nele e perguntam coisas sem ele ser forçado a responder.

-Dirigir sob efeito de álcool botando a vida de terceiros em risco é um crime de mera
conduta.

Tipos de prisão:
Prisão em flagrante e delito
Prisão Temporaria
Prisão Preventiva
Prisão decorrente de um julgamento

-se o policial pede a senha do seu telefone em uma abordagem você não precisa fornecer a
senha pois é criar provas contra si mesmo.

Nexo Causal: O nexo de causalidade é o vínculo fático que liga o efeito à causa, ou seja, é
a comprovação de que houve dano efetivo, motivado por ação voluntária, negligência ou
imprudência daquele que causou o dano.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a
um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a
pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave.
-auxiliar alguém em um crime eh um nexo causal pela conduta humana e pelo resultado

-previsão legal?

Elementares objetivas: São os componentes objetivos e subjetivos do tipo penal


incriminador básico ou fundamental. No crime de furto, por exemplo, as elementares são
“subtrair”, “para si ou para outrem”, “coisa”, “alheia”, “móvel” (artigo 155, caput, do CP)

Princípio da anterioridade: Uma ação só é considerada crime uma vez que aquilo tenha sido
definido como crime antes da ação (tenha entrado em vigência antes do ocorrido).

-Toda norma penal incriminadora é prevista na forma dolosa. A forma culposa só é


considerada se for especificado.
​ x.: não existe roubar / sequestrar sem intenção
E
Culpa consciente: pessoa reconhece que faltou com o cuidado

Previsibilidade: Casos de previsibilidade pode resolver coisas até à favor do réu (questão da
pessoa ter ou não ter a capacidade de imaginar a probabilidade que algo pode ocorrer).
Ex.: Homem dirigindo em alta velocidade em uma estrada vazia de madrugada é absolvido
após atropelar um ciclista pois foi constatado a imprevisibilidade do caso

Previsibilidade = Probabilidade
​*não é sinônimo de previsível

-Modalidade culposa é criminalizada com uma sanção significativamente inferior


​*às vezes o que muda é um mínimo detalhe

-Legítima Defesa (CP25) – protege um direito


Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
-Formas: Real ou Própria: tradicional (configurada em todos os seus requisitos)
-Putativa: errônea suposição da existência da leg. def. por erro
-Sucessiva: hipótese de excesso/defesa contra o agressor inicial
*tem que ser feita de forma moderada, na mesma proporção da agressão
-Recíproca: é inadmissível leg. def. contra leg. def. (salvo um contendor em erro)
ex.: a pessoa que agrediu primeiro não pode alegar legítima defesa a pessoa que reagiu
sua agressão).
-Par. Ún.: “considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que
repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de
crimes”(Lei 13.964/2019 – “Pacote Anticrime”)

Art 23 cp mostra as circunstâncias que são aceitas a legítima defesa.


Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo
excesso doloso ou culposo.

Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.

§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o
perigo

§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços.

-Promessa de mau fututro não configura agressão atual ou iminente


Ex.: Se um bandido invade a sua casa e você rende ele. Daí ele te ameaça falando que
assim que sair da prisão ele vai voltar e te matar e com isso você resolve matar ele, isto não
configura legitima defesa
A agressão é injusta quando viola a lei, sem justificação (“sine jure”).
Agressão atual: é aquela que está ocorrendo
Agressão iminente: é aquela que está prestes a ocorrer

Caso: se um policial matar a vítima enquanto tenta matar o bandido, configura um erro de
execução e ele responde pelo resultado da intenção dele.
​*Um filho está esperando seu pai para matá-lo mas mata a pessoa errada na hora que a
porta de casa abre achando que era ele. Ele responde o homicídio doloso com agravante
pois sua intenção era matar.

Estado de necessidade:
*Existência de Perigo atual
*Ameaça a direito próprio ou alheio
*Situação não provocada pelo agente
*Inevitabilidade do comportamento
*Razoabilidade do sacrifício
*Conhecimento da situação justificante
*Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo (CP 24, par 1)
*Teoria Unitária: não existe comparação de valores entre os bens jurídicos postos em
perigo.
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o
perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços.

Furto Famélico: Ocorre quando alguém furta para saciar uma necessidade urgente e
relevante. É a pessoa que furta para comer pois, se não furtasse, morreria de fome.
*A jurisprudência aceita o furto famélico, mas não o roubo famélico (se houver grave
ameaça a lei não permite)

Ilícito (antijurídico) Excludentes (excludentes de ilicitude):


Estrito cumprimento do Dever Legal (CP 23, III): Lei impõe determinada conduta típica que
lesa bem jurídico (ex.: carrasco, policial, promotor, advogado, medico intervenção imediata,
etc…)
Exercício Regular de Direito (CP 23, III): ex.: esbulho possessório imediato, particular
prisão, violÊncia, esportiva, etc…

Excludente de ilicitude: É uma típica estratégia de defesa no direito, pela qual configura-se
uma exceção à proibição legal. No direito penal, um crime se define, de modo geral, pelo
fato típico e pela antijuridicidade, isto é, o dano a um bem protegido pelo Direito; a
excludente de ilicitude justamente excepciona a antijuridicidade. (nesse caso é permitido
cometer o crime).
Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
​II - em legítima defesa;
​III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

Testemunha do fato: aquele que viu


Testemunha pós fato: Não viu o fato mas viu logo depois
Testemunha da pessoa: Testemunha para falar do caráter da pessoa.
-Violência sexual e violência doméstica são dois crimes que é dificil ter testemunha do fato.

Ortotanásia: É o nome dado à conduta que os médicos tomam quando — ao ver que o
estado clínico do paciente é irreversível e que sua morte é certa — permitem que o paciente
faleça, a fim de poupar-lhe mais sofrimento (NÃO É CRIME)
Eutanásia: É o ato intencional de proporcionar a alguém uma morte indolor para aliviar o
sofrimento causado por uma doença incurável ou dolorosa. Geralmente a eutanásia é
realizada por um profissional de saúde mediante pedido expresso da pessoa doente
(É CRIME)

-> A jurisprudência define que a cerca elétrica pode ter uma voltagem limite que sirva
apenas para repelir injusta agressão ao imóvel (causando lesão corporal e não a morte).

Culpável:
-Crime tem que ser: tipico, ilícito e culpável
-Culpabilidade (3 conceitos):
*Imputabilidade: condições pessoais de responsabilizar alguém pelo fato típico ou ilicito
*Maioridade penal: São inimputáveis aqueles que não têm a maioridade completa.
-Juízo de reprovação reside na relação psíquica do autor com o fato (Teoria Psicológica).

Imputabilidade: condições pessoais para ser responsabilizados


-Excludentes da imputabilidade (os inimputáveis):
​*Doença mental (CP 26 e par un + art 45 da lei 11343/06)
​*Imaturidade natural (CP 27)
*Embriaguez completa proveniente de caso fortuito (resultado imprevisível - agente ignora
natureza tóxica) ou força maior (resultado previsível porém inevitável - coação) (CP 28,
par1)

Embriaguez preordenada: o agente ingere bebida alcoólica ou consome substância de


efeitos análogos com a finalidade de cometer um crime. Completa ou incompleta a
embriaguez, não há exclusão da imputabilidade, tampouco redução de pena. Faz isso para
obter melhor desempenho no crime.
*É um agravante no crime de embriaguez (pode ser qualquer substância que deixa
embriagado, não somente álcool).
-Por outro lado tem a embriaguez completa proveniente de caso fortuito (resultado
imprevisível)
Caso fortuito: Força maior. Verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível
evitar ou impedir

Dependência de substâncias tóxicas: considerada uma doença mental incurável. Modifica o


organismo tornando-o deficiente Só ocorre dependência quando o organismo não tem mais
volta e então ele só serve para neutralizar os efeitos psicoativos da injeção regular das
substâncias.
​*doença mental art 26 CP e Lei 11343/06 art 45
Art 26 CP - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

->Lei 11343/06 Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o
efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da
omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

-> É uma contravenção penal servir bebida alcoólica para pessoas embriagadas.

Crime de receptação:
Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar em proveito próprio ou alheio,
coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira,
receba ou oculte:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Ex: quando você compra um produto sabendo que é pirata ou que o preço seja claro que o
produto é crime.
->Contrabando é um crime federal

Supressão da capacidade cognitiva: O juiz vai julgar com todas as informações que ele tem.

Supressão da capacidade comportamental / volitiva: Pessoa sabe que é errado mas não
consegue parar (é viciada)

-A inimputabilidade gera a exclusão da culpabilidade, fazendo o sujeito ser absolvido. O fato


é típico e ilícito mas não é culpável.
*(a pessoa que comete o crime mas não pode ser punido pois sua doença mental
(explicado no art 26, 27 ou 28) gera a exclusão da culpa. O sujeito é então absorvido
mesmo o fato sendo ilícito e típico (pois ele torna-se inculpável).

Potencial consciência sobre a ilicitude de fato: é o segundo elemento da culpabilidade,


representando a possibilidade que tem o agente imputável de compreender a
reprovabilidade da sua conduta.
*Não saber que um ato é crime, não tira sua culpa e a criminalidade do fato.
*Consciência de que o fato é ilícito
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a
consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir
essa consciência.

Exigibilidade de conduta diversa: são a coação moral irresistível e obediência hierárquica.


Destarte, a controvérsia que assola a doutrina é se o ordenamento jurídico aceita outras
hipóteses, além destas causas legais, em que é inexigível que o agente tivesse outra
conduta, para excluírem a culpabilidade.
-Coação irresistível / obediência hierárquica (CP 22) / e supra legais (extra legais) - bem jur.
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
*A exigibilidade da conduta diversa é uma coação irresistível. A pessoa não tinha como não
ceder (ex.: botar a cabeça na arma de alguém e obrigá-la a fazer).

Questão da imputabilidade:
-A lei retira a imputabilidade em certos casos (os casos de inimputabilidade)
Erro de proibição inevitável: Erros que não dariam para evitar

Praticar ato sexual com menores de 14 anos é crime (NÃO CAI NA PROVA. PENAL III)
*Só responde por crimes maiores de 18 anos, então se for uma pessoa de 15 anos
transando com uma de 14, este de 15 coage uma conduta prevista no CP, cometendo um
ato infracional.
*Se forem duas pessoas de 14 ou menos não tem como saber.
Estupro de vulnerável: Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com
menor de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
-Se alguém força um beijo na outra, é estupro.
-Estupro é qualquer ato libidinoso
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal
ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6
(seis) a 10 (dez) anos.

-Incentivar um amigo a pagar alguém para o satisfazer sexualmente é crime (prostituta).


Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena - reclusão, de um a três anos.
Erro de proibição inevitável: Significa dizer que o erro de tipo inevitável, ao excluir o dolo,
exclui a própria tipicidade; e o erro de proibição inevitável, ao isentar o réu de pena, mantém
incólume a tipicidade do fato (o dolo e a culpa), embora exclua a culpabilidade.
Concurso de Agentes

-Duas ou mais pessoas no mesmo contexto na mesma situação cometem crime(s)


-CP art 29 -> pluralidades de agentes e condutas
-Vínculo subjetivo entre os agentes (os agentes têm vontade de cometer juntos o(s) crime(s)
-Sem necessidade de acordo prévio: aderência momentânea
-”Pessoa 1” e “pessoa 2” atiram na “pessoa 3”: com ou sem vínculo
-Unidade de crimes / identidade do fato: a infração praticada pelos concorrentes deve ser
única - todos devem atuar objetivando o mesmo crime (CP 29, par 2)
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a
um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a
pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave.

Concurso de agentes: Para que haja concurso de pessoas, é preciso que concorram para o
crime duas ou mais pessoas e que pratiquem as respectivas condutas efetivamente. É
irrelevante se são ou não imputáveis. Tem que haver um vínculo psicológico entre os
agentes. Normalmente este vínculo surge nas ações preparatórias para o crime. Mas há
casos de momentaneidade em que um sujeito vê o outro cometendo o crime e resolve
ajudá-lo a consumar.

Não há concurso de agentes: João e José (que não se conhecem) querem matar Pedro por
motivos distintos. Ambos descobrem que pedro vai estar vulnerável para levar um tiro a tal
hora em tal lugar (mas não sabem que o outro vai estar la). Ambos atiram no Pedro na
mesma hora.
Há concurso de agente: A partir do primeiro ato de execução os agentes se encontram em
união de vontade. Não necessariamente eles planejaram juntos, mas se a partir do início da
execução do ato eles se encontravam juntos aí sim há concursos de agentes.
​Ex.: pivete rouba alguém e se junta um mutirão para bater nele.

-> Mesmo que a pessoa não pratique um crime mas auxilie este, ela responde penalmente.

Teorias:
Teoria Monista (Unitária ou Igualitária): “crime resultado da conduta de cada
um e de todos indistintamente, não havendo distinção entre autor, partícipe,
instigador, etc. Todos autores ou coautores”

Teoria Dualista (ou Dualística): divide em:


Autores: realizam o verbo (núcleo do tipo) atividade principal
Partícipes: desenvolvem atividade secundária, instigam, auxiliam.

Teoria Pluralista: pluralidade de delitos, cada agente contribui com uma conduta própria –
cada um responderá por um crime próprio. Esta não reconhece concurso de agentes. Pois
em um asslato ao banco o que ficasse apenas na porta vigiando não responderia por crime
nenhum.
Nosso CP: Monista temperada ou mitigada (próxima a Dualista): não há conceito na lei de
“partícipe”, mas há figura de menor participação
Coautores: Ingressam no tipo (não só núcleo)
Partícipe: auxiliam sempre fora do tipo Ex. CP155 (furto)

-Para o nosso CP, para ser um autor do crime basta ingressar no tipo penal.
Tipo penal: é uma norma que descreve condutas criminosas em abstrato. Quando alguém,
na vida real, comete uma conduta descrita em um tipo penal, ocorre a chamada tipicidade
(basicamente os artigos do CP)
*Alguém que só aponta uma arma mas não faz nada já comete um crime pois empregou a
grave ameaça.

Autoria:
Conceito Extensivo de Autor: todos autores sem distinção
Teoria do Domínio do Fato: autor tem domínio do fato, mesmo sem praticar o
núcleo/ingressar no tipo (pode interromper)
-A pessoa que tem o domínio do fato é aquela que sabe que o crime está ocorrendo, pode
interromper a prática criminosa. Mas dolosamente ela omite e permite que a prática
criminosa ocorra.
-Pela regra geral, o mandante responde igual ao executor (ambos são autores)
-Os autores estão no mesmo patamar de crime, mas nem sempre vão receber a mesma
pena. Os partícipes têm uma pena menor pois eles não ingressam no tipo, e só auxiliam.
Ex.: uma pessoa chega para a outra e pede a arma emprestada para matar o namorado, o
que emprestou é partícipe (se mentir o motivo aí não é participe)
*O mandante é uma exceção. Ele não ingressa no tipo mas responde de forma mais grave.
-Se em algum momento durante o crime (iter criminis) uma pessoa ingressa no tipo (na
tipicidade) ela vira participe

Autor: núcleo/Coautores: ingressam no tipo/todos


coautores: todos núcleo e tipo
partícipe: fora do tipo (auxiliam com nexo causal)
*Aquele que não pratica o crime tipificado mas auxilia no crime responde como partícipe de
acordo com o art29
Ex.: uma pessoa que auxilia um abuso sexual responde como participe mesmo que não
tenha ajudado. Mesmo que o que ele tenha feito não for crime em si, nestes casos a
conduta dele foi um crime.
-O partícipe só responde criminalmente se o autor praticar um crime.

Participação

-> Partícipe material: conduta do partícipe fornece ou facilita os meios para prática do crime
(feito de forma dolosa). Ajudou no modos operantis/ modo de operar do crime.
Ex: emprestar arma para alguém que vai matar outra com a sua consciência / ficar de vigia
em um assalto.

-> Participação moral:


Induzimento: Criar a ideia na cabeça do autor do crime
Instigação: dar força moral para cometer o crime
Ex: se eu quero matar alguém e meu amigo da força ele se torna um partícipe moral.

-Quando a pessoa tem o domínio do fato ela eh elevada de participe para autor.
-se você for em rede social ou rádio por ex e convencer um número indeterminado de
pessoas a prática um crime, sem ter relação direta, não configura um participe de forma
moral, mas sim um crime tipificado contra a paz pública.

Autor indireto / mediato: utiliza um terceiro inocente (coação moral irresistível, obediência
hierárquica, erro, menor, doente mental). Impossível em crime de mão própria (ex.:
prevaricação, deserção).

Autor Direto: pratica o núcleo.


Crime de mão própria: admite participe (instiga, induz ou auxilia, ex.: advogado testemunha
falso testemunho)

Autor Intelectual: homem inteligente - plano criminoso (possui domínio do fato) CP 62 , I. A


pessoa que elabora o modo de cometer o crime (o que tem a ideia) e tem possibilidade de
interromper o crime. Ele também tem o poder de evitar caso quisesse
Ex.: o presidente da empresa que manda seus funcionários sonegarem impostos por
lançarem notas fiscais falsas.
Ex.: professor lá casa de papel (arquitetou o crime mas não cometeu)

Coautoria Sucessiva: agente se une a outro que já iniciou

Cumplicidade necessária: É aquela em que o bem ou auxílio material são entendidos como
escassos, ou seja, não poderiam ser fornecidos normalmente por qualquer pessoa.
ex.: O autor mata a vítima com veneno que não deixa rastros na autópsia. A pessoa que
entregou o veneno sabendo que o autor ia matar alguém responde como partícipe. Participe
com responsabilidade criminal quase igual a do autor.

Teorias da participação:

Acessoriedade mínima: para partícipe ser responsabilizado, basta que o autor pratique
conduta típica (ex.: A estimula B a subtrair um saco de feijão em estado de necessidade)
Ex.: Se uma pessoa que passa fome pede ajuda para uma pessoa distrair o dono de uma
padaria enquanto ele rouba um pão, está acessoriedade é mínima. Como o autor do crime
não responde pela conduta pois este ato é enquadrado no furto famélico (permitido), o
partícipe também não (desde que ele esteja ciente de que o autor está prestes a desmaiar).

Acessoriedade Limitada: para partícipe ser responsabilizado, basta autor pratique conduta
típica e ilícita
​ x.: Uma pessoa distrai o dono da padaria enquanto o outro rouba o salgado mas sem estar
E
em um estado de necessidade (apenas pois não quer pagar). Se o autor for menor de idade
ele responde por ato infracional, e o partícipe maior de idade responde por furto. A
responsabilidade criminal do participe sempre depende da existência do fato, que depende
da conduta humana do autor. se o partícipe distrai o vendedor e o autor decide não roubar,
ambos não são responsabilizados (pois não houve crime).

Acessoriedade máxima: partícipe é responsabilizado quando o autor pratica conduta típica,


ilícita e culpável

Hiperacessoriedade: partícipe é responsabilizado quando o autor pratica conduta típica,


ilícita, culpável e punível

Participação
-Instigação a autores e fatos determinados (ver CP 286)

-Desistência voluntária e arrependimento eficaz do autor: ”A” instiga “B” a matar “C‟
(bernardo convence laura de matar a julinha). Após 2 disparos B desiste.
*Pelo art. 15 o autor responderá por lesão corporal e não tentativa de homicídio.

Partícipe: Sim (dependendo do fato principal) / Não, instigou fato típico e ilícito de homicídio
(acessoriedade mínima)

*Se o autor vai responder por lesão corporal porque houve a desistência voluntária, faria
sentido o participante responder por tentativa de homicídio que é mais grave? não, porque
depende do fato principal. a responsabilidade criminal do partícipe depende da conduta do
autor. se for reconhecimento arrependimento eficaz para o autor, o partícipe responderá da
mesma forma, essa é a corrente majoritaria. ele nao pode responder por uma conduta mais
grave que o autor realizou.

-Arrependimento do partícipe: - Instigação/induzimento: partícipe se arrepende – consegue


dissuadir agente – não será responsabilizado (se crime se concretizar, responderá
participação, mesmo arrependido)
*Induzimento: Se ele convencer o autor a praticar ou até deu força psicológica, mas depois
mudou de ideia tentando fazer com que o partícipe mudasse de ideia mas mesmo assim ele
praticou, o partícipe continua respondendo pois seu arrependimento foi ineficaz.
*Auxílio material: partícipe não entrega arma (ou retoma), não responde. ex: se ele dá a
arma para o autor, se arrepende, autor quer prosseguir e o participante mata ele, o partícipe
responde por legítima defesa de terceiros.

->Tentativa de participação: Não existe. Se não houver um primeiro ato de execução, o


partícipe é insignificante
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

Participação por omissão:


->Participação moral: A participação moral se dá por instigação ou por induzimento. A
instigação ocorre quando o partícipe reforça ideia já existente na mente do autor,
estimulando-o à prática delituosa, sem nela tomar parte (pode se dar na cogitação, nos atos
preparatórios e até durante a execução).
​Ex.: empregada deixa porta de casa aberta para facilitar um assalto.
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem
lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
-o garantidor é aquele determinado por lei ou a pessoa que se coloca na posição, ele é
coautor do crime de furto se ele é o vigia. ele se colocou na posição de garantidor quando
assinou o trabalho, ou aceitou o contrato de trabalho para tomar conta do lugar. se ele
deliberadamente por omissão deixar de trancar a porta, e com isso entram e assaltam, ele
parece ser partícipe, mas pelo fato de estar na condição de garantidor ele passa para status
de autor.

->Participação de menor importância (art. 29, par. 1º CP):


O juiz reconhece que a participação daquela pessoa teria sido totalmente desnecessária (o
crime aconteceria da mesma forma e a pessoa não foi essencial para o resultado). Isto é
julgado pelo juiz (quando ele acha que se aplica)
ex.: alguém fica de vigia em um assalto ao banco só para ver se alguém passou pode ser
uma participação de menor importância (com uma responsabilidade menor).

->Participação em crime menos grave (art. 29, par. 2º CP):


Se o partícipe queria concorrer para o cometimento de determinada infração penal, não
poderá responder pelo desvio subjetivo de conduta do autor executor (Doutrina). Se 3
assaltantes botam uma vítima sob grave ameaça a fim de contrair coisa alheia, e um deles
matam a vítima, os 3 respondem por latrocínio (roubo seguido de morte). Isto acontece
porque os 3 assumem os riscos que podem acontecer no ato. É previsível que um assalto a
mão armada pode ocorrer uma morte.
ex.:roubo/latrocínio

->Participação X Crime de Favorecimento Real (art 349 CP): núcleo


-Crime de receptação (existe receptação dolosa e culposa)
​ex.: Uma pessoa desvia dinheiro público e para esconder este dinheiro, a pessoa pede para
outra depositar este dinheiro no exterior. A pessoa que depositou o dinheiro em sua conta
no exterior responde por lavagem de dinheiro (sendo apenas para ajudar um amigo ou para
obter alguma vantagem em troca para si). Mas não responde pela corrupção.
-A diferença entre participe e crime de receptação é que o partícipe está participando na
hora do crime, o crime de receptação é um crime cometido depois do crime principal.
Culpa consciente: A pessoa age realmente achando que o resultado não vai ocorrer, ela
não prevê o resultado. É aquela em que o agente, embora prevendo o resultado, não deixa
de praticar a conduta, acreditando sinceramente, que este resultado não venha a ocorrer,
não é assumido ou aceito pelo agente, que cofia na sua não-ocorrência.

Dolo específico: é a vontade de praticar a conduta típica, porém com uma finalidade
especial.
Dolo eventual: é a modalidade em que o agente não quer o resultado, por ele previsto, mas
assume o risco de produzi-lo. É possível a sua existência em decorrência do acolhimento
pelo CP da teoria do assentimento, na expressão “assumiu o risco de produzi-lo” (art. 18, I).
​*No dolo eventual você não quer o resultado mas consegue prevê-lo
*Na culpa consciente você não consegue prever.

Punibilidade no Concurso de Pessoas:


-Art. 29 CP “...na medida de sua culpabilidade”
-Culpabilidade: juízo de censura / reprovabilidade
-Reside na conduta durante o fato criminoso: importante, liderança, maldade
-e nos motivos (circunstância pessoais): rico/pobre, necessidade não exculpante, condição
social (acesso à educação)
-Mais censurável / mais reprovável

Circunstâncias Incomunicáveis (art. 30 CP):


-Circunstâncias que não se estendem aos coautores e partícipes de uma infração penal,
pois se referem somente a um agente.
-Objetivo: impedir que circunstâncias e condições de caráter pessoal de um dos autores
sirva para beneficiar ou prejudicar os outros (caso elementar do tipo, comunica a todos - Ex.
peculato)
-Circunstâncias X Elementares
Circunstâncias: Apenas gravitam ao redor da figura típica, interferindo na graduação da
pena (Ex. A e B roubam C, irmã de A. Somente pena de A será aumentada – art 61, II, e
CP) Crimes cometidos contra irmãos, ascendentes ou descendentes são agravados pois
entende-se que é mais fácil e de maior sensibilidade cometer delitos em áreas familiares
(desconsidera-se casamento apenas religioso (sem assinatura legal, e cônjuges separados
de fato - fatos descabidos de agravantes).
Elementares: Dados essenciais à figura típica, sem o qual levam à atipicidade ou
desclassificação
-A encomenda a B a morte de C. B a faz por emboscada, sem conhecimento da A.
Qualificadora imputada apenas a B.

Crimes Multitudinários ou Multidão Delinquente


-Grande número de pessoas/ Alta exaltação / Perde o discernimento e respeito às normas:
cometimento de graves crimes (linchamentos, saques, depredações).
-Problemas:
i) todos com vínculo psicológico?
​ lém de não se conhecerem, eles tinham a mesma finalidade. Ex: quando um pivete rouba
A
e todos batem nele no chão com a mesma finalidade, mas ninguém arquitetou e nem
planejou nada, foi algo que surgiu na hora. Outro ex.: é saqueamento de uma loja. Muitas
pessoas se juntam na hora para roubar junto. Com isso, sem dúvidas há a presença de
concurso de agentes.
ii) CP 29 “medida da culpabilidade”?

Concurso de agentes: é um conceito do Direito Penal presente fortemente na doutrina


jurídica brasileira, que descreve o ato de quando várias pessoas participam para a
realização de uma infração penal.
-“Prática coletiva nestes delitos, não afasta a existência de vínculos psicológicos entre os
integrantes da multidão, caracterizando concurso de pessoas” (Bitencourt)

-“Não é possível atribuir o liame psicológico entre os agentes, pois tal liame deverá ser
demonstrado no caso concreto, a fim de que todos possam responder pelo resultado
advindo da soma das condutas” (Greco).
-Tem casos de concurso de agentes que têm como julgar os autores de um em um, e julga
cada caso separadamente. Porém, normalmente se julga tudo como um todo.
*Em crimes que tem como individualizar, atribui-se a cada um suas condutas e cada um é
julgado de acordo com elas e com os resultados causados por elas.
*Quando não tem como individualizar fica muito difícil, pois não se pode fazer as pessoas
responderem por algo sem provas (e nem todos podem ter participado - como em casos de
100 pessoas por ex).
Concurso de Crimes:

-Nas mesmas circunstâncias, a pessoa/as pessoas cometem mais de um crime. Seja


através de uma conduta humana visando um resultado ou através de duas ou mais
condutas visando dois ou mais resultados.
Ex.: se eu quero matar 5 pessoas em uma sala, posso explodir uma granada onde eles 5
sejam mortos (uma conduta -> 5 crimes).
​ou
Posso também dar um tiro em uma vítima, depois um tiro em outra e assim segue.
(5 condutas - > 5 crimes) (pois o primeiro tiro visou matar a primeira vítima, o segundo tiro a
segunda vítima …)
->Sendo assim, o criminoso responde por 5 homicídios dolosos em concurso de agentes.

-Agente(s)→ unidade ou pluralidade de comportamento→ pratica dois ou mais delitos


-Pessoa ou várias pessoas (mesmo vínculo psicológico)→ pratica(m) vários crimes→
através um ou mais comportamentos, no mesmo contexto
-Concurso Material – Art. 69 CP
-Concurso Formal – Art. 70 CP
-Crime Continuado – Art. 71 CP

Concurso Material: se a pessoa praticou mais de uma ação e essas ações resultaram em
mais de um crime, estamos diante do concurso material (art. 69, CP).
Concurso Formal: ele praticou uma só ação e dessa única ação resultou em mais de um
crime, o concurso será formal (art. 70, CP).

Concurso Material:
-Agente→ mais de uma conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não
-Pluralidade de condutas→ mais de uma ação ou omissão
-Pluralidade de crimes→ dois ou mais crimes
-Ter relação de contexto entre os delitos→ mesma situação, circunstâncias (ex. 157 e 213)

-Homogêneo→ crimes idênticos (ex.2 homicídios)


-Heterogêneo→ crimes diversos

-Sistema do cúmulo material→ penas calculadas


individualmente e depois somadas
-Obs. pars. 1 e 2ºs art. 69 CP
Críticas de parte da doutrina (penas altas)

Ex.: Os crimes de roubo e estupro estao em concurso material (porque uma única conduta
não geraria estes dois crimes)
Ex2.: Crimes no mesmo contexto também são ligados no concurso de crimes. Uma pessoa
que comete corrupção passiva, e aí lava esse dinheiro, comete evasão de divisas (só aí já
tem 3 crimes mas que todos estão ligados. Ele cometeu a corrupção passiva em um
momento, em outro a lavagem de dinheiro, e em outro a evasão de divisas, mas todos de
ligam).

Concurso Material: se a pessoa praticou mais de uma ação e essas ações resultaram em
mais de um crime, estamos diante do concurso material (art. 69, CP).

Concurso Formal:

Agente→ uma só conduta, pratica dois ou mais crimes (idênticos ou não)


-Unidade de ação (ou omissão)
-Resultado: Pluralidade de crimes (dois crimes ou mais)
-Fato único (ação/omissão)→ viola diversas disposições legais
-Razões de política criminal→ ficção jur.→ benefício dos agentes
-Lesão de várias leis penais→ um só delito (conc. “Ideal”→ ideológico/intelectual)
-Uma ação/omissão (conduta) → pode ser em vários atos (ex. rajada de metralhadora)
-Admite modalidade dolosa e culposa

Concurso Formal: ele praticou uma só ação e dessa única ação resultou em mais de um
crime, o concurso será formal (art. 70, CP).
*Foi criado para a hipótese do sujeito querer o primeiro resultado dolosamente, e o segundo
resultado seguir culposamente. Ou também para que surgisse mais de um resultado na
forma dolosa.

Concurso Formal Próprio (perfeito)


-Unidade de comportamento → unidade de vontade
-É a espécie de concurso formal em que o agente realiza a conduta típica, que produz dois
ou mais resultados, sem atuar com desígnios autônomos.
*Desígnio autônomo / pluralidade de desígnios: é o propósito de produzir, com uma única
conduta, mais de um crime.
Ocorre entre 2 crimes culposos OU entre um crime doloso e um crime culposo.

-Caso crime:
doloso→ vontade/intenção de um crime (um resultado),
Mas no caso pode ser que atinja mais do que só o que o dolo do agente prevê, assim surge
também a forma culposa em suma.
culposo→ (exs. arremessa garrafa para acertar “A” e tb atinge terceiro(s) / dispara arma de
fogo contra “A” atinge terceiros(s) )

-Caso crime:
culposo→ todos os resultados atribuídos a esse título (exs. atropela 2 pessoas receptação
culposa (comprar 2 ou mais artigos falsificados sabendo que é falso)

• Pena – art. 70, caput, PRIMEIRA PARTE→ uma das penas se idênticas (Homogêneo) ou
a maior (Heterogêneo), aumentada de 1/6 a metade (quantidade de crimes a critério do
julgador)

ROUBO PERPETRADO CONTRA TRÊS VÍTIMAS, ATINGINDO PATRIMÔNIOS


DISTINTOS : Trata-se de concurso formal homogêneo próprio, tendo em vista a violação do
mesmo bem jurídico de vítimas distintas e pela observância de um único intuito delitivo, qual
seja, a intenção de subtração. Para que seja considerado o concurso formal de delitos, é
necessário que haja uma conduta - a subtração, além da lesão a bens jurídicos diversos,
como ocorreu na espécie (TJ/RJ – março de 2013)

Concurso Formal Impróprio (Imperfeito)

-é a modalidade de concurso formal que se verifica quando a conduta dolosa do agente e


os crimes concorrentes derivam de desígnios (intenção) autônomos. Existem, portanto, dois
crimes dolosos.

-“Desígnios autônomos”→ elemento subjetivo do agente na conduta


​*A intenção é o elemento subjetivo do agente da conduta

-Agente deseja mais de um crime com uma única conduta


-Embora a conduta seja única, tem fim/dolo de vários resultados.
​Uma conduta -> vários resultados

Exemplos:
*fuzilamento em fila
*injúria a vários
*granada em um lugar com várias pessoas
*estupro e transmissão de doença venérea (pessoa que sabe estar contaminado)
*assalto a ônibus

Pena – art. 70, caput, SEGUNDA PARTE→ cúmulo material (somadas)


Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste
Código.

-> "o art. 70 divide-se em duas partes. Na primeira, prevê-se o concurso formal perfeito,
vale dizer, o agente pratica duas ou mais infrações penais através de uma única conduta.
Exemplos: preso subtrai, para si, comprimidos psicotrópicos quando realiza faxina
(concurso formal dos arts. 155, do CP, e 16 da Lei de tóxicos - RT 709/318); agente leva
menor para praticar roubo, tendo em mente só o produto desse delito e não a corrupção de
menor (concurso formal dos art. s 157, do CP, e 1º, da lei 2.252/54 - STJ, 6ª T., RT
737/578). Nesses casos, o agente tem em mente uma só conduta, pouco importando
quantos delitos vai praticar; por isso, recebe a pena do mais grave com o aumento
determinado pelo legislador"

Concurso Material Benéfico:

-Menor pena aplicada (se tiver que colocar acréscimo de 1/6 até a metade da pena,
aumenta apenas 1/6.
-O concurso material benéfico é uma solução para as situações em que a aplicação da
pena no concurso formal próprio se revela prejudicial ao agente.
*Se a pena do concurso formal próprio for prejudicial ao agente, aplica-se o concurso
material benéfico - NÃO PREJUDICA AGENTE

ex.: JOÃO, com intenção de matar, atira em ANTONIO. Entretanto, JOSÉ, que passava pelo
local, também é atingido. ANTONIO morre e JOSÉ fica levemente ferido. Estamos diante de
um típico caso de concurso formal heterogêneo perfeito. Se aplicada a regra da
exasperação, a pena do crime mais grave (homicídio, reclusão de 6 a 20 anos) será
aumentada de 1/6 até a metade. Imagine-se que, diante do caso concreto, o magistrado
sentenciante conclua pela fixação da pena mínima (6 anos) aumentada também do mínimo
(1/6), totalizando 7 anos de prisão. Nessa situação deve ser reconhecido o concurso
material benéfico, pois é evidente que a soma das penas mínimas das duas infrações
(homicídio e lesão corporal culposa) resulta em pena menor (6 anos e 2 meses de prisão).

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste
Código.

Crime Continuado:

-Agente→ mediante duas ou mais condutas→ produz dois ou mais resultados da mesma
espécie→ pelas semelhantes condições de tempo / lugar / modo de execução→ podem ser
tidos uns como continuação dos outros

-Diversas ações, cada uma em si mesma criminosa→ por política criminal→ lei considera
crime único

-Natureza jurídica→ Teoria da Ficção Jurídica→ para fins de aplicação da pena


(exasperação e não soma) são reunidos e considerados fictamente como um único delito

->O crime continuado dá-se quando o agente pratica dois ou mais crimes da mesma
espécie, mediante duas ou mais condutas, os quais, pelas condições de tempo, lugar, modo
de execução e outras, podem ser tidos uns como continuação dos outros.
​*Pode ser ou um estupro seguido de morte
*Ou uma corrupção, que leva à uma lavagem de dinheiro (que mesmo que não no mesmo
momento, resultou da mesma ocasião).

Pluralidade de condutas → mais de uma ação ou omissão


Pluralidade de crimes → (dois ou mais) da “mesma espécie”

Requisitos (continuação):
Condições de tempo: determinado tempo, aspecto cronológico, periodicidade,
ritmo, continuidade. Falta de critério objetivo. Subjetividade: divergência – Tempo
que indique a persistência de liame psicológico que sugira uma sequencia entre os
dois ou mais fatos. (ex. caixa subtrai mil reais por dia) - STF máx.30 dias – mto
Criticada.
Condições de lugar: relação de contexto (não necessariamente o mesmo lugar).
Distância: bairro, cidade, Estado. Juris divergentes. Critério Doutrina: relação de
contexto entre as ações praticadas em lugares diversos (persistência de liame
psicológico entre as ações)
Maneira de execução: semelhança modo/forma/estilo – modus operandi. Relação
de contexto entre as ações
Outras condições semelhantes: aproveitamento das mesmas oportunidades e
relações (ex. doméstica que subtrai bens)
Crimes subsequentes devem ser havidos como continuação do primeiro (art. 71
CP): diferencia da reiteração criminosa – Teoria híbrida objetiva-subjetiva: não só
as mesmas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes,
como também a unidade de desígnio – relação de contexto – entre as ações
criminosas (exs. Agente assalta 3 agências bancárias em sequência cidade do
interior )
Crime continuado qualificado
art 71 CP
*crime dolosos
*vítimas diferentes (várias): O crime continuado pode ser contra mesma vítima ou a
continuidade eletiva, podem ter vítimas diferentes. incluem-se em vítimas diferentes bens
jurídicos diferentes. o crime pode proteger um bem jurídico individual da pessoa humana,
um bem jurídico coletivo como paz social por exemplo, ou o crime pode ser contra o estado.
violência contra identidade física da vítima, não precisa deixar marca mesmo que
normalmente deixe.
*violência ou grave ameaça à pessoa: Pegar uma arma de brinquedo e ameaçar uma vítima
configura uma grave ameaça. Pois mesmo que não tenha sido uma arma que de fato
colocou a vida do indivíduo em risco, ele temeu que sua vida fosse tirada. Você lidou com a
possibilidade de o criminoso estar com uma arma verdadeira.
->Culpabilidade / antecedentes / conduta social / personalidade/motivos /circunstâncias

Dosimetria da pena:
->Se idênticas as penas, o réu responde apenas uma vez
->Se diversas, a mais grave→ até o triplo (de 1/6)

Crime continuado simples


Dosimetria da pena:
*Se idênticas as penas, o réu responde apenas uma vez
*Se diversas, a mais grave→ aumento de 1/6 a 2/3

-Exasperação de acordo com o número de infrações penais


Exasperação: é um sistema de aplicação de duas ou mais penas em que aplica-se a pena a
mais grave acrescida de um valor entre um sexto à metade (116,6% a 150%). Aplica-se
apenas quando os crimes forem resultado de uma única ação ou omissão.
-Concurso material benéfico aplicado a qualquer crime continuado
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a
40 (quarenta) anos. §1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade
cuja soma seja superior a 40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao
limite máximo deste artigo

-Crime continuado e novatio legis in pejus: Súmula 711 STF (aplica-se a lei mais grave se
sua vigência é anterior à cessação da continuidade) X Doutrina e parte jurisprudência (na
sucessão de leis no tempo aplica-se a mais benéfica art. 5º, XL CF)

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