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CRIMES EM ESPÉCIE

O que é crime? Fato típico, ilícito ou culpável, conforme o conceito


analítico, ação típica e antijurídica, culpável e punível.
O que é tipo penal? É um modelo abstrato. Descrição de tal conduta no
artigo de lei. Quando tal conduta se adequa a tal artigo, a conduta ganha
tipicidade. (isso serve para garantir aplicação do art.5°, XXXIV da CF.) –
Princípio da Legalidade.
Tipo penal tem a função de garantia, descrever mesmo de forma singela a
conduta. O Tipo protege um bem jurídico, mas ele descreve uma conduta.
Conduta no tipo penal brasileiro, poderá ser praticada apenas por
humanos com exceção da pessoa jurídica, previsto no art.225 da CF.
Art.121 do CP. – Foi criado para proteger um bem jurídico.
Bem Jurídico: Trata-se do valor ou interesse de alguém que é protegido
por lei, sendo a base do direito penal para criar normas penais
incriminadoras, ou seja, quem atentar contra ele, será punido. No
homicídio, por exemplo, o bem jurídico tutelado é o direito à vida humana.

Autor: é a pessoa que pratica o ato em si, ou seja, tem domínio sobre o
fato, resultado e tem alto grau de envolvimento (reprovabilidade da
conduta), por exemplo, no caso do homicídio, quem apertou o gatilho.
Coautor: O coautor tem o mesmo grau de envolvimento do autor. No
entanto, pode ter pena distinta, de acordo com o grau de participação e
gravidade de seus atos para o crime.
Partícipe ou participante: tem envolvimento menor, alguém que ajuda na
prática do crime, mas não realiza o ato principal. Por exemplo, quem,
sabendo das intenções do autor, o leva ao local, onde a vítima se encontra
para que ele possa matá-la, ou quem ajuda o autor a fugir.
Sujeito Ativo: O sujeito ativo de uma infração penal é aquele que
comete o crime. Só o homem, isoladamente ou associado a outros
(coautoria ou participação), pode ser sujeito ativo de uma infração. O
sujeito ativo da infração penal pode ser pessoa física ou pessoa
jurídica, porém, no caso de pessoa jurídica, apenas crimes ambientais
são levados em conta, conforme a Constituição Federal art. 225 p.3.
Sujeito Passivo: Sujeito passivo do crime é o titular do bem jurídico
lesado ou ameaçado pela conduta criminosa, ou seja, aquele que
sofreu pela infração penal cometida pelo sujeito ativo. (é um crime
comum) – qualquer pessoa, se for genocídio é lei especial.

Sujeito passivo próprio: infanticídio e feminicídio são exemplos.

Crime bi – próprio: ele é próprio ao sujeito ativo e próprio ao sujeito


passivo, que é o caso do infanticídio.

Sujeito Passivo da obrigação: é, de acordo com os artigos 121 e 122 do


CTN, subdividido em dois: o da obrigação acessória e o da obrigação
principal — que por sua vez se divide em direto e indireto.

 O Sujeito Passivo da Obrigação Acessória é a pessoa obrigada às


prestações que constituam o seu objeto;
 O Sujeito Passivo da Obrigação Principal é a pessoa obrigada ao
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária;
 Direto: quando tem relação pessoal e direta com a situação que
constitua o respectivo fato gerador;
 Indireto: sua obrigação decorre de disposição expressa de lei,
sem cobrir a condição de contribuinte (direto).

Tipo Objetivo: É a descrição da conduta prevista no tipo penal, ou seja,


a descrição objetiva da conduta.

Crime material: É aquele que depende de uma lesão ao bem jurídico,


mas que irá gerar uma modificação material no mundo exterior.
(exemplo: homicídio – preciso necessariamente que a morte ocorra e
que ela seja palpável e examinável). Art.158 do CPP. Art.168 parágrafo
2°. - (caso não tenha o corpo por exemplo).

Crime de mera conduta: É aquele em que o tipo penal descreve apenas


a conduta humana, não havendo sequer a possibilidade de ocorrência
de um resultado naturalístico. Exemplo: Ato obsceno.

Não confunda crime formal, material e de mera conduta – qual é a


diferença básica? No crime formal, a lei descreve a conduta e o
resultado visado pelo agente, mas não é necessário que o agente a
termine. (ameaça é um exemplo). Já no crime de mera conduta a lei
não descreve oque o agente visa, a lei só descreve uma conduta
(exemplo: invasão do domicílio).

Crime formal e de mera conduta deixam rastros? Não.

Crime material, formal e de mera conduta admitem tentativa.

Oque é tentativa? É quando o agente inicia a execução de tal conduta


criminosa, mas ele encontra substâncias alheias que vão contra a
vontade dele e impede a consumação.

Qual crime admite tentativa? O crime plurissubsistente. – Que é um


crime fracionado em vários atos. (exemplo: quando no caso concreto o
agente perceber que aquela conduta pode se interromper no meio do
caminho). Por exemplo, analisemos o crime de homicídio: é
plenamente possível disparar com uma arma de fogo contra alguém
com a intenção de tirar-lhe a vida, mas não conseguir matá-la ao final
da conduta.
Iter crimis – é o caminho percorrido desde a cogitação, passando pela
preparação, início dos atos executórios até chegar à consumação.

Qual crime não cabe tentativa? O crime unissubsistente. – É aquele


crime que se esgota em um ato só, ele não tem fracionamento. O
primeiro ato do agente já consuma o crime. (Um exemplo clássico
utilizado pela doutrina de crime unissubsistente é a injúria, prevista no art.
140, CP.
Não é o crime abstrato que vai definir se cabe ou não tentativa, mas sim o
modo que ele é praticado.
O CRIME DE ATENTADO NÃO CABE TENTATIVA DE JEITO NENHUM. – É
colocar em risco, apenas esse fato já se consuma o crime. (esse crime não
admite tentativa, porque a tentativa já se configura como crime). Art.14 do
CP. (também não admitem tentativa o crime culposo e o preterdoloso
(exemplo: crime de lesão corporal seguida de morte) porque o
preterdoloso tem dolo, mas também tem culpa, se tem culpa, não se fala
em tentativa).
Tipo Subjetivo: Se trata da intenção do agente. É a análise da vontade do
agente na pratica criminosa. ,
Crime culposo: Crime praticado sem intenção, o agente não quer e nem
assume o resultado.
Crime doloso: Crime com intenção, o agente quer ou assume o resultado.
Se o tipo penal não trás a forma culposa, poderá ser punido apenas na
forma dolosa. Art.180 do CP. Caput.
Dolo eventual: Ocorre quando o agente não quer atingir certo resultado,
mas assume o risco de produzi-lo.
Ação penal publica incondicionada: Não depende da provocação de quem
quer que seja. É um recurso legal que protege os direitos e interesses de
indivíduos e grupos da sociedade. Se alguém se sentir prejudicado por
uma ação tomada por um órgão governamental, ela pode ingressar
com ação pública incondicionada para receber indenização. Ela é
regulamentada pela Lei n° 8.437/92 e baseia-se na teoria do Estado
Democrático de Direito, alegando que o Estado não pode violar os direitos
de seus cidadãos. As ações também podem ser usadas para proteger
grupos vulneráveis como crianças, mulheres, pessoas com deficiência e
população indígena.

Homicídio privilegiado: caso de diminuição de pena do crime de


homicídio.
Quando o juiz vai aplicar a pena, ele precisa seguir 3 passos, que é
chamado de Critério de fixação de pena.
 Fixar pena base, escolher entre 6 e 20. Art.59 do CP. – Circunstâncias
judiciais. O juiz terá que analisar a personalidade do criminoso,
consequências do crime para a vítima e antecedentes do agente;
 Art.68 do CP – Serão analisadas circunstâncias agravantes que estão
dispostas no Art.61 do CP, e as atenuantes que estão previstas no
Art.65 do CP;
 Causa de aumento e causa de diminuição.

ELEMENTAR É UM DADO NECESSARIO PARA O CRIME.


Art.1° do CP. – Dois elementos principais: Valor social ou Valor moral.
Valor social: (a pena é atenuada). A motivação dele foi por um valor
compartilhado por toda a sociedade, não interessa pessoalmente a o
agente, é um valor coletivo. (caso do traficante que queria fazer o teste
drive). O ato que motiva o crime atinge a sociedade de tal forma que motiva o crime.

Valor moral: É o indivíduo que é ferido no seu íntimo, o valor pessoal dele
é atingido de forma tão brutal que ele age, é um valor próprio e precisa ser
atingida diretamente. (caso do estupro do copo d’água). O agente é atingido
pessoalmente por algo de tal forma que motiva o crime.

Domínio de violenta emoção logo após injusta provocação da vítima: O


agente não tem o controle de si; o ato de injusta provocação torna a ação
do agente puramente instintiva. Nota: o ato de provocação deve ser
imediatamente anterior ao crime para que este seja considerado revide
daquele. (caso do irmão do policial morto em um assalto).

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