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Conceito de crime:
Formal: é a definição em norma penal incriminadora sob ameaça de pena.
Material: é o comportamento humano causador de intolerável lesão ou perigo de
lesão a bem jurídico tutelado, passível de sanção penal.
Analítico: Considera os elementos do tipo penal: Fato típico, ilícito e culpável.
Funções do tipo:
a) Função de garantia (ou garantidora): princípio da legalidade ao cidadão.
b) Função fundamentadora: legitimação do exercício do direito de punir do Estado.
c) Função selecionadora de condutas.
d) Objeto material: nem todo crime tem, mas todo crime possui objeto jurídico.
- Em razão do objeto material, os crimes se classificam em crimes material(ex. art.
1. Tipicidade penal
Tipo penal: é o modelo de conduta proibida(elementos objetivos e subjetivos).
Tipicidade penal: é operação de ajuste fato-norma.
Tipicidade formal
Tipicidade material
Tipicidade conglobante: Ex.: oficial de justiça.
Características da conduta:
1 Comportamento voluntário e;
Conduta e a Teoria do crime:
*As teorias funcionalistas são influenciadas por uma nova visão do direito, que se
preocupa menos com o aspecto ontológico e mais com o axiológico. Ex.:
Norberto Bobbio e sua obra “Da estrutura à função: novos estudos de teoria do
Espécies de Conduta:
A) CONDUTA DOLOSA(crime doloso): art 18, I do Código Penal.
Elementos: consciência(da conduta e do resultado) e vontade.
*Vontade é diferente de desejo: Vontade é um querer movido por racionalidade, que
considera circunstâncias econômicas, morais, etc, já o desejo é instintivo. Para mais,
acesse: http://www.arazao.net/desejo-e-vontade.html.
Teorias do dolo:
T. da Vontade: dolo é a vontade consciente de querer praticar a infração penal.
T. da representação: Prevê o resultado como possível, e continua a sua conduta.
Teoria do consentimento ou assentimento: ocorre quando se prevê o resultado como
possível, e continua a sua conduta, assumindo o risco de produzi-lo.
Espécies de dolo:
1 Dolo direto: Se prevê o resultado, e dirige sua conduta na busca de realiza-lo.
2 Dolo indireto: é quando a conduta não busca realizar o resultado.
2.1 Dolo alternativo: Prevê pluralidade de resultado, mas aceita qualquer um. Ex1.: atiro
contra “A”, para ferir ou matar.
Ex.2: atiro contra um grupo de pessoas para matar qualquer delas.
2.2 dolo eventual: Se prevê pluralidade de resultados, mas dirige a conduta a um deles
3 dolo cumulativo (progressão criminosa): Se pretende alcançar dois resultados em
sequência. Ex.: Querer esfaquear alguém para ferir e depois matar.
6 Dolo genérico: Busca realizar a conduta descrita no tipo sem fim específico.
7 dolo específico: Busca realizar a conduta descrita no tipo com fim específico.
8 Dolo geral (ou erro sucessivo): E quando se supõe ter alcançado um resultado, se
pratica nova ação que efetivamente o provoca. É uma espécie de erro de tipo
acidental.
Excludentes da conduta:
a) Caso fortuito ou força maior: excluem a voluntariedade do movimento.
5- Culpa presumida
6 Compensação de culpas: não é possível no direito penal, que admite só a
concorrência de culpas.
Exclusão da culpa
a) caso fortuito e força maior
b) Princípio da confiança: Ex.: Trânsito.
c) Risco tolerado: Ex.: médico que realiza procedimento experimental em paciente
com doença grave.
Preexistente (ou Antecende): “A” envenenou C pela manhã, à tarde “B” atirou
contra “C” que morreu à noite por envenenamento.
- “A” responde por homicídio consumado e “B” por tentativa de homicídio.
Preexistente: “A” esfaqueia “C”, que por ser hemofílico morre em razão da doença.
- “A” responde por homicídio consumado.
*A jurisprudência atenua dizendo que “A” só vai responder por homicídio consumado se
ele tem conhecimento de que havia uma doença preexistente.
Superveniente: prevista no art. 13, § 1º, do Código Penal, onde temos duas espécies:
a) concausa relativamente independente que por si só produziu o resultado.
O 'por si só' do §1º, do art. 13 significa que o resultado sai da linha do nexo causal e toma
linha imprevisível.
Ex: “A” atira contra “B”, e no hospital, depois da cirurgia, cai o teto e morre. Outro
exemplo é o capotamento da ambulância.
“A” responde por tentativa!
b) concausa relativamente independente que não por si só produziu o resultado.
Erro médico é previsível e, é causa que não por si só produziu o resultado.
Infecção hospitalar: prevalece que se equipara ao erro médico.
- Nestes dois casos quem disparou responde por homicídio consumado!
*No art. 13, caput, temos a causalidade simples, e no art. 13, §1º temos a
causalidade adequada.
- A doutrina afirma que o art. 13 § 1º é o berço da imputação objetiva no
Brasil.
Espécies de Resultado
a) Resultado NATURALÍSTICO(material): é a alteração física no mundo exterior. Ex.:
morte, perda da coisa, etc.
b) Resultado JURÍDICO(normativo): é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico
tutelado. Ex.: vida, patrimônio, etc.
Tentativa:
É uma Adequação típica de subordinação mediata(indireta) ou norma de extensão.
Se dá, nos crimes dolosos, iniciado o ato de execução o resultado não é alcançado por
circunstâncias alheias à vontade do agente.
Elementos:
- Início da execução;
- não ocorrer o resultado por circunstâncias inerentes à vontade do agente.
Elementos:
- Prática de todos atos de execução;
- Não ocorrer o resultado por circunstâncias inerentes à vontade do agente.
Elementos:
- Crime sem violência ou grave ameaça à pessoa!
- Reparado o dano o restituída a coisa até o recebimento da denúncia.
Crime Impossível(tentativa inidônea): Art. 17 do Código Penal
Elementos:
- Início da execução;
- Não consumação por absoluta ineficácia do meio ou objeto do crime;
- Dolo;
- Resultado impossível.
Furto Famélico-requisitos:
1º Praticado para mitigar a fome.
2º Único recurso do agente.
3º Subtração de coisa capaz de, diretamente, contornar a emergência.
4º Insuficiência dos recursos adquiridos pelo agente
Delito putativo por erro de tipo: quero cometer o crime, mas este não ocorre porque
desconheço a ausência de uma elementar.
Ex.: atirar em cadáver, quando imaginava que era uma pessoa.
Culpabilidade
1. Teoria PSICOLOGICA da culpabilidade(Von Lizt e Beling): base causalista.
Culpabilidade – duas espécies: - culpabilidade-dolo e
- culpabilidade-culpa.
A imputabilidade, não era considerado elemento, mas um pressuposto para culpabilidade.
2. Teoria PSICOLOGICA-NORMATIVA da culpabilidade(Mezger): base Neokantista.
Culpabilidade – elementos: - imputabilidade;
- exigibilidade de conduta diversa, e;
- dolo e a culpa.
Dolo normativo: é constituído de consciência, vontade e consciência atual da ilicitude.
3. Teoria NORMATIVA PURA ou EXTREMADA da culpabilidade(Welzel): base
finalista.
Culpabilidade – elementos: - imputabilidade;
- exigibilidade de conduta diversa e
- potencial consciência da ilicitude.
A consciência da ilicitude deixa de ser atual para ser potencial.
Dolo natural: consciência e vontade.
4. Teoria LIMITADA da culpabilidade: base finalista.
É idêntica à anterior em tudo, com exceção do art. 20, § 1º, que para ela, é erro
1º C – Teoria Bipartite: é mero pressuposto de aplicação da pena, juízo de reprovação
e censurabilidade.
2º C – Teoria Tripartite: É Juízo de reprovação extraído da análise como o sujeito ativo
se posicionou, pelo seu conhecimento e querer, diante do injusto.
Principal diferença entre as teoria é saber se adolescente pratica crime.
Sistemas de inimputabilidade:
Sistema biológico: leva em conta apenas o desenvolvimento mental do acusado.
Sistema psicológico: considera se o agente ao tempo da conduta tinha capacidade
de entendimento e autodeterminação.
Sistema Biopsicológico: Junta as duas concepções.
Resume: capacidade, entendimento e autodeterminação.
Causas de inimputabilidade:
a) menor;
b) doença mental;
1.1 Inimputabilidade em razão de anomalia psíquica: art. 26 do CP.
Na primeira parte do art. 26 se adotou o biológico e depois o psicológico, logo,
o dispositivo adota o sistema biopsicológico.
Não basta você ter deficiência mental para ser inimputável, tem que, ser ao
tempo da ação ou omissão não saber o que faz.
Ex.: Maníaco do Parque é louco! Mas foi condenado.
Este tipo de inimputabilidade é o ÚNICO caso em que o fato não é crime e que
o juiz não pode rejeitar a denúncia, onde haverá processo, onde o juiz absolve
e impõe uma sanção penal(medida de segurança), por isso é chamada de
absolvição imprópria.
Pode o Brasil reduzir a menoridade penal para 16 anos, como muitos querem?
Depende se considera a menoridade uma cláusula pétrea ou não.
.
1.3 Inimputabilidade em razão de embriaguez:
Espécies de embriaguez
a) Embriaguez acidental(ou fortuita): pode advir da caso fortuito(desconhecer
efeito da substância) ou força maior(coação). Se divide em:
- Completa(art.28, §1º): exclui capac. de entend. e autodet.. Exclui a culpabilidade.
Adotado o sistema Biopsicológico.
- Incompleta(art.28, §2º): diminui capac. de entend. e autodet.. Diminui a pena.
b) Embriaguez não acidental: pode ser voluntária(quer se embriagar) ou
culposa(não queira se embriagar, mas aconteceu).
Pode ser completa ou incompleta e nunca exclui culpabilidade.
c) Embriaguez doentia: É a patológica. Equiparada a doença mental. Pode ser:
- completa: equiparada ao art. 26, caput(inimputável). Exclui a culpabilidade
- incompleta, será equiparada ao art. 26, § único(semi-imputável). Diminui a pena.
d) Embriaguez preordenada: é meio para a prática de um crime.
Pode ser completa ou incompleta. nunca exclui culpabilidade.
Erro de proibição indireto: O agente ignora a ilicitude do fato, sem violar a lei,
conhecendo a lei(não sabe que o seu passo está proibido naquela circunstância).
Ex.: pensar ser exercício regular de direito, ter relação sexual a força com a esposa.
Erro de proibição mandamental: O erro recai sobre uma norma mandamental.
Ex.: da pessoa que vê a outra se afogar no mar e nada faz por supor não ter que agir.