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Prof.

Ronan Pontes
Turma: PMERJ
Disciplina: DIREITO PENAL – RESUMÃO INFRAÇÃO PENAL

Sistemas de Classificação Conceito Analítico

a) Sistema tripartido: Crimes, delitos e a) fato típico e ilícito;


contravenções. Ex: França e Espanha. b) fato típico, ilícito e culpável;
b) Sistema bipartido: Crimes ou delitos e c) fato típico, ilícito e punível;
contravenções. Ex: Alemanha, Itália e Brasil. d) fato típico, ilícito, culpável e punível.

Crime X Contravenção Penal Fato Típico

• Diferença quanto ao grau de ofensividade; • • Teoria da tipicidade (Ernst von Beling - 1906):
Critério político-criminal. Não há crime sem tipo;
• “Direito tipológico” (Luiz Régis Prado).
Crime X Contravenção Penal
Tipicidade e Teorias do Delito
“Considera-se crime a infração penal que a lei
comina pena de reclusão ou de detenção, quer a) Causalismo (Beling/1906);
isoladamente, quer alternativa ou b) Neokantismo (Mayer/1915, Mezger/1930);
cumulativamente com a pena de multa [...]” c) Finalismo (Hans Welzel/1945);
(art. 1º, LICP) d) Funcionalismo Moderado ou Teleológico
(Claus Roxin/1970); e) Teoria da Tipicidade
“[...] contravenção, a infração penal a que a lei Conglobante (Eugenio Raúl Zaffaroni).
comina, isoladamente, pena de prisão simples
ou de multa, ou ambas, alternativa ou Conduta Humana
cumulativamente.” (art. 1º, LICP)
Teoria Causalista (Liszt e Beling):
Espécies de penas (restritivas de direitos); Comportamento humano voluntário e capaz de
• Espécies de penas privativas de liberdade; produzir sensível modificação no mundo
• Regime de cumprimento da pena privativa de exterior.
liberdade;
• Limite máximo de cumprimento (30 X 05 Teoria Neoclássica (Mezger e Sauer):
anos); • Conduta como manifestação externa e
voluntária do comportamento humano;
Tipo de ação penal; • Relativização da neutralidade típica,
• Extraterritorialidade; apresentando viés normativo.
• Punibilidade da tentativa;
• Elemento subjetivo Teoria Finalista (Welzel): Comportamento
(dolo ou culpa X voluntariedade). humano voluntário e consciente tendente a um
fim.
Crime: Conceitos
Teoria Social (Jescheck): Análise da
a) Plano material relevância social do comportamento: lesão ao
b) Plano formal (direito penal positivo) padrão axiológico de certa sociedade em
c) Plano analítico (estruturas dogmáticas) determinada época.

Conduta Humana: Espécies


Conceito Material
a) Ação:
Conduta humana, indesejada pela sociedade, • Conduta positiva do agente;
intencional ou descuidada, que lesa ou expõe a • “Fazer” proibido pela norma penal;
perigo bem jurídico-penal (isto é, bens jurídicos • Tipo penal incriminador proibitivo;
penalmente relevantes). • Delitos de ação (ou de atividade) ou crimes
comissivos.
Conceito Formal

Toda conduta humana descrita pela norma


penal incriminadora como passível de punição.

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ESTUDE CERTO, ESTUDE POR QUESTÕES
Prof. Ronan Pontes
Turma: PMERJ
Disciplina: DIREITO PENAL – RESUMÃO INFRAÇÃO PENAL

b) Omissão: Art. 13, caput, CP. [...] Considera-se causa a


• Conduta negativa do agente; ação ou omissão humana sem a qual o
• “Não fazer” exigido pela norma penal; resultado não teria ocorrido.
• Total inatividade ou atividade diversa;
• Tipo penal incriminador mandamental / • Amplitude conceitual / risco do “regressus ad
imperativo. infinitum”;
• “Processo hipotético de eliminação de Thyrén”
b.1) Crimes omissivos próprios (1894): anulação mental de certo evento
Ex: art. 135 do CP. (pretensa causa) para verificação da ocorrência
b.2) Crimes omissivos impróprios (ou não) do resultado.
Ex: art. 13, § 2º, do CP.
Lembrar: Apesar da amplitude da imputação
Omissivo Impróprio objetiva, a responsabilização criminal depende
Art. 13, §2º, CP: A omissão é penalmente também da imputação subjetiva (dolo/culpa).
relevante quando o omitente devia e podia agir
para evitar o resultado. O dever de agir Teoria da Causalidade Adequada (Von
incumbe a quem: Kries):
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção • Causa apenas a condição idônea à produção
ou vigilância; do resultado segundo juízo abstrato e
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade estatístico de aferição;
de impedir o resultado; • Juízo causal: contribuição efetiva +
c) com seu comportamento anterior, criou o idoneidade particular (“por si só”);
risco da ocorrência do resultado.
Art. 13, § 1°, CP. A superveniência de causa
Conduta Ausente relativamente independente exclui a imputação
quando, por si só, produziu o resultado; os
Atos reflexos; fatos anteriores, entretanto, imputam-se a
• Atos inconscientes; quem os praticou.
• Coação física irresistível;
• Caso fortuito e força maior. • “por si só”: ruptura nexo causal anterior /
nova cadeia de causalidade;
Resultado • Princípio de aplicação geral às concausas:
imputação do resultado pela causa idônea para
a) Conceito naturalístico: Modificação a produção (isolada) do evento criminoso.
sensível no mundo exterior.
b) Conceito jurídico: Ofensa ou exposição a Adequação Típica
perigo de bem jurídico.
Noção Geral: Subsunção da conduta do agente
Classificação de Crimes: Resultado (fato concreto / mundo fenomênico) ao tipo
legal (hipótese abstrata / lei penal
a) Crime material: incriminadora).
Ex: Homicídio (art. 121, CP).
b) Crime formal: Espécies:
Ex: Extorsão (art. 158, CP). a) Imediata ou por subordinação direta:
c) Crime de mera conduta: • Dispositivo legal único;
Ex: Desobediência (art. 330, CP). • Homicídio consumado (art. 121, CP).

Nexo de Causalidade b) Mediata ou por subordinação indireta:


• Conjugação dos dispositivos legais;
Noção Geral: • Homicídio tentado (art. 121 c.c. 14, II, CP).
Relação entre conduta (antecedente) e
resultado (consequente). Normas de extensão da tipicidade:
Arts. 14, II, e 29, ambos do Código Penal.
Teoria da Equivalência das Condições (Buri
ou Glaser):
• Teoria da “conditio sine qua non” ou da
equivalência dos antecedentes causais;
• Causalidade simples (final séc. XIX);
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